COMENTÁRIO E SUBSÍDIO I
INTRODUÇÃO
Na lição anterior vimos de perto
o drama vivido por Jó. Uma série de calamidades se abateu sobre ele de forma
catastrófica. Do estado de riqueza e prosperidade, Jó passou a viver na adversidade;
seus amigos foram para consolá-lo, mas ficaram sem palavras ao contemplarem seu
debilitado estado de saúde. Entretanto, depois de sete dias, ele rompeu o
silêncio com um lamento que veio do fundo da alma. Nesse lamento Jó mirou o dia
de seu nascimento e, através de três perguntas, desabafou tudo o que sentia
naquele momento: Por que nasci? Por que não nasci morto? Por que ainda continuo
vivendo?
Nesta lição veremos a reação
humana diante do sofrimento. Perceberemos que não há qualquer indício de que
Satanás tivesse alcançado êxito diante de Jó. Na perspectiva do patriarca, se
Deus era a causa de sua vida, deveria também ser a causa de sua morte, pois se
dEle vinha o bem, também deveria vir o mal. – Antes de Jó levantar o
seu lamento, ele recebeu a visita dos seus amigos. Sensibilizados com as
calamidades que sobrevieram a Jó, os seus três amigos, Elifaz, Bildade e Zofar,
vieram visita-lo. Não há nada no texto que demonstre que esses amigos não
estivessem movidos de boas intenções nessa visita. Todavia, à medida que o debate
acontece entre eles e Jó, o clima de animosidade fica evidente. Nesse momento,
eles queriam “condoer-se” com o patriarca que perdera tudo, inclusive a saúde. “O
termo hebraico para “amigo” (rea) refere-se a um vizinho, um amigo ou um
colega. Pelos discursos subsequentes, parece evidente que esses três homens são
colegas intelectuais de Jó como professores de sabedoria. No entanto, a
intenção principal deles em se encontrar com Jó não é acadêmico, mas pastoral,
pois eles passam a simpatizar com ele para que possam lhe confortar” (ESTES, 2013, p. 684). Portanto, entendemos que no momento de sofrimento e
angústia, todos precisam de uma mão amiga. Chorar com os que choram é um
mandamento bíblico (Rm 12.15)
I. PRIMEIRO LAMENTO DE JÓ: POR QUE NASCI?
(3.1-10)
1. “Por que nasci?” A dor de Jó era profunda e somente a poesia podia expressar toda a carga
emocional vivida por ele. Nesse poema, os dez primeiros versículos do capítulo
três são a respeito do primeiro questionamento de Jó: Por que nasci? Esse
questionamento sai do íntimo de Jó, assim como ocorre com a alma do salmista
(130.1). Da mesma forma, o profeta Jeremias expôs os sentimentos diante de seus
conflitos (Jr 20.14-18). Nesse sentido, o patriarca não está sozinho em
lamentar diante da dor.
2. Que em lugar da memória
viesse o esquecimento. Neste momento de dor, Jó não
amaldiçoou a Deus, como Satanás previra; em vez disso, amaldiçoou o dia de seu
nascimento. No lugar de ser ocasião de grande celebração pelo dia do nascimento
de criança, Jó amaldiçoou esse dia por ocasião do grande sofrimento e decepção.
Para o homem de Uz, esse dia teria de ser apagado da memória. Não é assim que
muitas vezes nos sentimos? Um dia em que tudo foi mal e temos desejo de nunca
mais lembrá-lo.
3. Que em vez da ordem viesse o
caos. Mencionamos o desejo de Jó para que o dia de seu
nascimento não tivesse entrado no calendário e, que dessa forma, tanto esse dia
como essa noite jamais tivessem existido. No lugar da luz que raiou por ocasião
do nascimento dele, e que revelou todo seu sofrimento, o patriarca desejou que
as trevas dominassem (vv. 4-7). E por quê? Porque em vez da paz veio a dor; em
vez da ordem, o caos. Desse raciocínio, Jó menciona a imagem do Leviatã. Este
famoso e assombroso animal marinho simbolizava o caos. O homem de Uz recorre a
essa imagem para ilustrar o momento tenebroso que estava vivendo. A lógica é
simples: Se Deus não tivesse feito aquele dia, ele não teria sido concebido e,
portanto, não passaria por tudo isso. Nesse sentido, o Novo Testamento revela
como nosso Senhor é misericordioso e nos trata com amor e ternura nos momentos
de tribulação e angústia, pois aos pés da cruz é o melhor lugar para derramar a
nossa alma (cf. Jo 11.32,33). – Depois de sete
dias e sete noites na presença dos seus amigos, que nada lhe disseram, Jó abriu
a boca em um profundo lamento. Ele amaldiçoou o dia do seu nascimento. Jó era
um homem em conflito! De um lado, estavam os seus amigos representando a
teologia tradicional, fundamentada numa lei de causa e efeito. O justo não
sofre nem passa por adversidade; se sofre e não prospera, é porque pecou. Por outro
lado, a teologia de Jó também conflitava com a sua experiência. Ele sabia ser
íntegro e reto, todavia estava sofrendo! Será que Deus o teria rejeitado e
abandonado? Aqui está o dilema de Jó. A sua teologia dizia uma coisa, mas a sua
experiência dizia outra. Os seus amigos ainda não haviam falado, mas, sem dúvida,
Jó conhecia a forma de pensar deles, que não era muito diferente da sua até
então. Era um consenso na teologia tradicional daqueles dias que Deus sempre recompensa
os bons, mas pune os maus. Isso ficará mais claro quando começa o debate de Jó
com os seus amigos, mas o que Jó estava experimentando agora conflitava com
essa teologia. – Pereça o dia que nasci – Essa forma de lamento
não era incomum dos povos do Antigo Oriente. Jeremias, por exemplo, também fez
um lamento semelhante (Jr 20.14-18). Assim como Jó, Jeremias sentiu-se rejeitado,
Jeremias, pelo seu próprio povo, e Jó, pelo seu próprio Deus. – Converta-se
aquele dia em trevas – O sofrimento de Jó era intenso. Toda angústia e sofrimento
não existiriam se ele não tivesse sido concebido. Isso, de fato, poderia
existir se o dia do seu nascimento pudesse ser apagado. O seu desejo era que
aquele dia houvesse se convertido em trevas, que equivalia a dizer: “Seja
apagado do calendário”. O seu desejo era que esse dia, tendo sido apagado, não fizesse
falta no calendário de Deus para completar os dias do ano. – Contaminem-no
as trevas e a sombra da morte – Jó usa o verbo gaal (reclame), cujo
sentido é “resgatar” ou “agir como parente”. Esse vocábulo é aplicado a um parente
que tem o direito de reclamar uma herança ou vingar a morte de um consanguíneo.
Jó deseja que as densas trevas tivessem esse direito sobre o dia em que ele foi
concebido. Dessa forma, esse dia jamais teria raiado ou existido. Em outras
palavras, ele não queria resgate algum por aquele dia, que no seu entender,
jamais deveria ter existido. A linguagem é poética procurando captar todo o
drama e lamento do patriarca.
SUBSÍDIO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO
Para introduzir esta lição apresente os três pontos que formam seu eixo estrutural,
ou seja, os três lamentos de Jó: (1) Por que nasci? (2) Por que não nasci
morto? (3) Por que continuo vivo?
Mostre a classe que essas três perguntas representam toda a angústia que
se abateu sobre a alma de Jó por meio dos eventos que marcaram sua tragédia
familiar, econômica e pessoal. Tais perguntas podem sinalizar o grau de
estresse do patriarca, bem como do ser humano, diante de um grande caos. Os
lamentos de Jó são a expressão da dor humana diante do sofrimento
II. SEGUNDO LAMENTO DE JÓ: POR QUE NÃO NASCI
MORTO? (3.11-19)
1. Descansando em paz. Os intérpretes observam que o discurso de Jó a partir do versículo onze
muda de amaldiçoar para reclamar. A partir desse versículo, Jó passa reclamar
por não ter nascido morto. Para ele nascer morto teria sido melhor do que
existir naquelas condições (vv. 11-13). Era a melhor maneira de não passar por
toda aquela tribulação. Essas palavras de Jó revelam uma coisa: Ele queria
descanso de todo o seu sofrimento.
O que Jó pedia era uma possibilidade
real, pois muitos fetos nascem mortos (vv. 16). Para ele a morte era uma forma
de descansar em paz (vv. 13-15).
2. Livre de tribulações. O dilema de Jó aumenta à medida que o seu sofrimento ganha
intensidade. Ele continua com seu argumento da “não-existência” (vv. 16-19).
Ele está convencido de que se não tivesse se tornado um “ser”, nada disso
estaria acontecendo. Ele desejava ter sido como um “natimorto”, um feto que
nunca viu a luz (v. 16). A palavra hebraica nephel, usada no versículo 16 como
“natimorto”, possui o sentido de “um aborto espontâneo” e é traduzido dessa
forma em Eclesiastes 6.3 e Salmo 58.8. Aqui em nenhum momento Jó faz uma
apologia ao aborto, mas usa-o no sentido metafórico de “descanso do
sofrimento”. No lugar de ter sido abortado, ele nasceu e foi lançado no mundo
da tribulação. O raciocino é claro: Para os que morreram cessaram as angústias
e tribulações da vida presente.
3. Uma realidade para o
cristão. O Novo Testamento nos ensina que
enquanto estivermos neste mundo estaremos sujeito à dor, ao luto, ao sofrimento
(Fp 4.11,12). Mas, ao mesmo tempo, temos uma promessa consoladora de Jesus (Jo
16.33, cf. Fp 4.13). – Antes de qualquer crítica
que se faça a Jó pelo seu questionamento, é necessário entender o mundo
cultural no qual Jó vivia. Jó vivia e respirava uma cultura de honra, onde ser
desonrado era pior do que a morte. Era exatamente o que estava acontecendo ou
iria acontecer com maior intensidade com Jó. como um homem bom, justo, piedoso
e temente a Deus podia ser submetido a uma situação vexatória daquelas? Estaria
ele vivendo uma espiritualidade ou religiosidade de fachada? O que as pessoas
pensariam dele? E os seus amigos? Para um homem honrado, isso doía mais do que
a própria morte. – Por que não morri eu desde a madre...? As questões de
ordem retórica têm continuidade no argumento de Jó. ele questionara por que havia
sido concebido, e agora ele indaga por que não nasceu morto. Desse ponto de
diante, Jó não mais amaldiçoa, mas questiona. O primeiro questionamento é por
que não morreu ao nascer. A expressão hebraica possui o sentido de “natimorto”,
isto é, alguém que já nasce morto. A morte, portanto, era vista como uma
libertação da dor. – Porque já agora jazeria e repousaria... Não se deve
pensar aqui que Jó não tivesse perspectiva com a vida pós-morte. Em outra parte
do seu livro, Jó demonstra acreditar na vida eterna (Jó 19.25). Na verdade, Jó
vê a morte aqui como um grande nivelador social. Todos são iguais no túmulo. Tanto
reis como príncipes e plebeus são iguais na sepultura. Não importa o que
fizeram em vida.
SUBSÍDIO BÍBLICO-PEDAGÓGICO
“Por não haver a
possibilidade de voltar atrás no tempo e cancelar os acontecimentos que levaram
ao seu nascimento, Jó volta-se para a fase seguinte do seu lamento: Por que não
morri eu desde a madre? (11). Muitos bebês nascem mortos; por que ele não teve a
sorte de um deles? Os joelhos da parteira e os peitos (12) da sua mãe deveriam
ter falhado em preservar a criança recém-nascida. Se a morte tivesse sido o seu
destino logo no início, então suas maiores esperanças teriam sido alcançadas
havia muito tempo – então, haveria repouso para mim (13). Entre os versículos
14 e 19 há observações acerca do fato de que todos os homens são iguais diante
da morte. Os reis (14), os ricos (15), os maus (17) cessam de perturbar, e,
ali, repousam os cansados. Moffat interpreta o pensamento dos lugares assolados
(14) como ‘reis […] que constroem pirâmides para si mesmos’. Os presos não são
mais incomodados por aqueles que os oprimiam (18) e mesmo os escravos estão
livres de seu senhor (19). Em seu desespero, Jó pode apenas esperar pelo alívio
que a morte poderia lhe trazer” (CHAPMAN,
Milo L.; PURKISER, W. T.; WOLF, Earl C. (et al). Comentário Bíblico Beacon:
Jó a Cantares de Salomão. Rio de Janeiro: CPAD, 2014, p. 34).
III. TERCEIRO LAMENTO DE JÓ: POR
QUE CONTINUO VIVO? (3.20-30)
1. Vale a pena viver? Nessa terceira seção do capítulo três Jó faz uma quarta pergunta (3.20):
“Por que se dá luz ao miserável, e vida aos amargurados de ânimo?”. As outras
perguntas estão em 3.1; 3.12; 3.16. A palavra hebraica amel, traduzida aqui
como “miserável”, é usada no sentido de alguém cuja vida é atribulada pela
miséria e que, por isso, torna-se incapaz de exercer suas funções. Em outras
palavras, para Jó a vida havia se tornado intolerável.
2. Sem o favor de Deus? Jó novamente volta a indagar: “Por que se dá luz ao homem, cujo caminho
é oculto, e a quem Deus o encobriu?” (Jó 3.23). A pergunta busca o significado
do sentido de todo aquele processo. Ela busca compreender o porquê de Deus
permitir o sofrimento. Aqui há um paralelo com Provérbios 4.18, onde é dito que
“o caminho do justo é como a luz da aurora que brilha mais e mais até ser dia
perfeito”. Na literatura sapiencial, a palavra hebraica traduzida como
“caminho” é derek e se refere ao caminho da sabedoria de Deus, que conduz a
vida. Para o patriarca esse fato havia se tornado um paradoxo, pois ele não
sabia por que Deus escolheu para ele o caminho do sofrimento.
3. Um caminho de sabedoria e
maturidade. Muitas vezes sentimo-nos iguais
a Jó, desorientados, passando por uma via dolorosa do sofrimento. E, como ele,
não imaginamos nem compreendemos que Deus está agindo. É preciso, porém, olhar
para o alto onde Cristo vive (Cl 3.1-4). Nele, podemos manter o equilíbrio e a
confiança durante a tormenta e, assim, trilhar um caminho de sabedoria e
maturidade no sofrimento. – Seria um desserviço a
Deus dar vida a um corpo que, ao chegar ao estágio adulto, experimentasse
miséria e dor? Qual o propósito servido pelo sofrimento humano? Jó lutou com o
problema do mal. Por que os inocentes sofrem? Compreendemos a lei moral da
colheita segundo a semeadura. Mas tal lei não resolve o porquê do sofrimento. –
Por que se dá luz ao miserável...? Aqui tem início o terceiro bloco de
questionamentos de Jó. Agora, ele pergunta a si mesmo por que continuava vivo.
O sofrimento faz com que o aflito e o amargurado de alma desejem a morte como
uma forma de livramento. Isso não é incomum em pessoas que experimentam, por exemplo,
grandes dores físicas e até mesmo psicológicas. Todavia convém dizer que querer
a morte para ver-se livre da aflição é bem diferente de dar fim à própria vida.
Alguns homens de Deus na Bíblia na Bíblia como Jonas e Elias, desejaram morrer
quando foram submetidos a grandes tensões, mas nenhum deles pensou em tirar a
própria vida, pois a vida para esses profetas era um dom de Deus e somente Ele
poderia tirá-la. Deus seria sempre o agente dessa ação, e não eles próprios. Como
Jó, esses homens experimentaram momentos desesperadores ou grandes conflitos
psicológicos, mas continuaram lutando pela vida. O suicídio nunca deveria ser
visto como um bem (At 16. 27, 28). Biblicamente, ele é sempre um mal. Em primeiro
lugar, é um mal para quem o comete e, também, um mal para os familiares de quem
se suicidou.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“Jó veio à luz; ele foi trazido à vida (20); Jó estava
perdido e Deus o encobriu (23). Tudo isso ocorre contra sua vontade ou, pelo
menos, sem que ele tenha alguma oportunidade de escolha. Em sua miséria ele
espera a morte. A morte seria como tesouros ocultos a serem procurados ou algo
de que ele poderia se alegrar sobremaneira (21-22). Mas mesmo isso é negado a
Jó. Moffat interpreta a primeira parte do versículo 23: ‘Por que Deus dá à luz
a um homem que está no fim de suas forças?’ A miséria de Jó se tornou tão
desmedida que seus gemidos (expressão de agonia) se derramam como água (24) em
uma corrente vasta e ininterrupta. A sua vida tornou-se tão difícil que tudo
que ele precisa fazer é temer por mais agonia, e isso, de fato, acontece (25).
O sofrimento de Jó não tinha fim. Ele não teve qualquer oportunidade para
experimentar descanso, sossego e repouso. Veio sobre mim a perturbação (26)
pode ser traduzido apropriadamente como: ‘A perturbação vem continuamente’” (CHAPMAN, Milo L.; PURKISER, W. T.; WOLF, Earl C.
(et al). Comentário Bíblico Beacon: Jó a Cantares de Salomão. Rio de Janeiro:
CPAD, 2014, p. 34).
CONCLUSÃO
Nesta lição vimos o dilema de Jó. Desconhecendo a razão das
adversidades que se abateram sobre ele, o patriarca não negou a Deus nem o amaldiçoou.
Todavia, ele expôs toda a sua humanidade, de forma que o leitor que apenas o
contempla sem, contudo, participar de seu drama, tem dificuldade de entender
seu lamento, principalmente, quando ele se dirige a Deus. É o lamento de um
corpo ferido e de uma alma, que mesmo amando a Deus, se derrama angustiada. – No capítulo 1 do livro de Jó, Satanás argumentara
que a fidelidade de Jó dava-se em razão de uma cerca que Deus havia posto em
volta dele. Deus protegia Jó (1.10). Agora, Jó faz uma reclamação no sentido
contrário. Ele cria que estava preso dentro das muralhas do sofrimento. A angústia
cercava o patriarca de todos os lados. Por desconhecer os bastidores da
tentação, Jó cria que Deus seria quem o prendera. O patriarca reclama e
questiona, mas não blasfema.
REFERÊNCIAS
CHAMPLIN, R. N. O
Antigo Testamento interpretado versículo por versículo: Jó. São Paulo:
Hagnos, 2001, p. 1864.
LIÇÕES BÍBLICAS.
4º Trimestre 2020 - Lição 5. Rio de Janeiro: CPAD, 01, nov. 2020.
HENRY, Matthew. Comentário
Bíblico Antigo Testamento: Jó p. 3.
Rio de Janeiro: CPAD, 2010.
GONÇALVES, José. A
fragilidade humana e a soberania divina: o sofrimento e a restauração de Jó.
Rio de Janeiro: CPAD, 2020.
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