sexta-feira, 27 de setembro de 2019

LIÇÃO 13: SEJA UM MORDOMO FIEL

SUBSÍDIO I
DECIDA-SE EM SER UM MORDOMO FIEL
A função de mordomo não é bem conhecida nos tempos presentes e no mundo ocidental. Em séculos passados, mesmo no Brasil, havia mordomos entre os nobres e ricos, mais notadamente no tempo do Império ou dos reinos, que dominaram o país. Mas essa figura, ligada a área da administração da nobreza, era bem conhecida nos tempos bíblicos, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento. No AT, Abraão, personagem de destaque na Historia de Israel, tinha um mordomo chamado Eliezer. Este gozava de tanta confiança que, alem de cuidar de todos os seus bens, foi designado para buscar uma esposa para seu filho, Isaque, na terra longínqua de seus parentes. José, filho de Jacó, foi vendido para o Egito como escravo, e Deus fez dele governador daquele reino, e José teve mordomos a seu serviço. Reis e senhores sempre tiveram servos de muita confiança, a quem entregavam a administração de todos os seus bens.
No Novo Testamento, nos tempos de Jesus, também havia mordomos a serviço de senhores ricos ou abastados. Na parábola da vinha, o mordomo é encarregado de fazer o pagamento aos trabalhadores (Mt 20.1-16). Na parábola do servo vigilante, ele é o “ [...] mordomo fiel e prudente, a quem o senhor pôs sobre os seus servos [...]” (Lc 12.42). Na parábola do mordomo infiel, ele e acusado de dissipar os bens de seu senhor (Lc 16.1-13). No livro de Atos, vemos a figura de um alto funcionário do reino da Etiópia, a quem Filipe, o evangelista, foi designado para falar o evangelho: “E levantou-se e foi. E eis que um homem etíope, eunuco, mordomo-mor de Candace, rainha dos etíopes, o qual era superintendente de todos os seus tesouros e tinha ido a Jerusalém para adoração” (At 8.27).
Em todos esses textos, vemos a figura do mordomo aplicada a todos os servos de Deus, a quem são dadas oportunidades e missões das mais importantes no Reino de Deus. Nos exemplos citados, podemos ver que só ha dois tipos de mordomos que são tomados como exemplo para a vida cristã: os fiéis e os infiéis. Todos os mordomos são servos que cuidam dos interesses dos seus patrões ou soberanos. Na vida cristã, há servos a quem são confiadas funções de maior responsabilidade, como cuidar e prover para supervisionar e remunerar os seus conservos, como na parábola da vinha e na do mordomo fiel e prudente. Hoje, tais servos podem ser identificados na pessoa dos pastores, dos dirigentes de departamentos e de outros cargos de liderança. Haverá uma prestação de contas, na qual cada um dará contas do que fez ou não com a obra do seu Senhor: “Porque está escrito: Pela minha vida, diz o Senhor, todo joelho se dobrará diante de mim, e toda língua confessará a Deus. De maneira que cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus” (Rm 14.11,12).
De modo geral, na Igreja, todos os salvos são servos de Deus, tanto homens quanto mulheres. Não há distinção social, sexual ou racial: “Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus” (Gl 3.28; Cl 3.11). Na comunidade cristã, os líderes não são “maiores” que os liderados. São servos a serviço dos servos de Deus. Cada crente em particular, mesmo que não tenha cargo eclesiástico ou ministerial, e servo de Deus. Foi chamado para ser salvo e para ser servo. Como tal, ele tem o dever de servir na casa do Senhor conforme a capacidade e as oportunidades que Deus conceder a ele. Seja como for, líder ou liderado, o salvo só é aprovado e recompensado por Deus se for um “servo” ou “mordomo fiel”.
Texto extraído da obra “Tempos, bens e talentos”, editada pela CPAD 

COMENTÁRIO E SUBSÍDIO II
INTRODUÇÃO
Devemos compreender que tudo o que somos e temos vem de Deus, é isso que nos diz o texto do Salmo 24 1-2. “Do Senhor é a terra e tudo o que nela existe, o mundo e os que nele vivem; pois foi ele quem fundou-a sobre os mares e firmou-a sobre as águas”. Logo, se tudo o que somos e temos pertence a Deus, então devemos viver como bons mordomos, administrando bem o que é do Senhor.
O Dicionário Aurélio define “mordomo” como sendo “o serviçal encarregado da administração duma casa”. É alguém que cuida do que não é seu.
Jesus usou o conceito de mordomia, aplicando-o a nós: “Disse o Senhor: Quem é, pois, o mordomo fiel e prudente, a quem o senhor confiará os seus conservos para dar-lhes o sustento a seu tempo? Bem-aventurado aquele servo a quem seu senhor, quando vier, achar fazendo assim. Verdadeiramente vos digo que lhe confiará todos os seus bens. Mas se aquele servo disser consigo mesmo: Meu senhor tarda em vir, e passar a espancar os criados e as criadas, a comer, a beber, e a embriagar-se, virá o senhor daquele servo em dia que não o espera, e em hora que não sabe, e castigá-lo-á, lançando-lhe a sorte com os infiéis” (Lc 12.42-46).
No mundo antigo, era dada ao mordomo a responsabilidade de zelar por todas as propriedades, enquanto o senhor estivesse fora. Uma de suas tarefas principais era cuidar que os membros da casa recebessem a partilha de comida. Ele poderia dá-la diário, semanal ou mensalmente. O ponto é que seu trabalho lhe exigia que servisse e não exercesse poder. Seu senhor poderia voltar a qualquer momento.
Quando o senhor volta, um ‘mordomo fiel e prudente’ deve estar desempenhando seus deveres. Jesus louva o servo que serve fielmente na ausência do senhor. Por sua eficiência, o senhor o recompensará (v.44) com uma promoção, dando-lhe responsabilidade não só sobre sua casa e servos, mas também sobre todas as suas propriedades. Jesus deixa sem explicar como este tema da promoção se aplica aos discípulos. Certos textos bíblicos indicam que Cristo reinará por um período de tempo sobre a terra depois que Ele voltar (Lc 19.17; 1 Co 6.1-3; Ap 20.1-6).
Durante esse tempo, Ele precisará de assistentes que servirão com Ele no seu Reino. A recompensa envolve este futuro governo de Cristo, em cujo tempo a fidelidade será recompensada com maiores oportunidades de serviço. Arrington, French L. Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, p. 405.
O pastor Elinaldo Renovato declara que “cada crente foi chamado a ser um servo fiel. Não é preciso ter cargo ministerial para isso. Nesta última lição, veremos que o nosso Deus espera encontrar-nos servindo-o prudente e amorosamente, multiplicando os talentos que Ele nos concedeu. Que, em Cristo, nos achemos fiéis na presença do Pai Celeste. Renovato, Elinaldo. Lições Bíblicas: Tempo, bens e Talentos. Sendo mordomo fiel e prudente com as coisas que Deus nos tem dado. Rio de Janeiro: CPAD, 2019. p. 92
I. O QUE DEUS ESPERA DE SEUS MORDOMOS
Na parábola do mordomo fiel (Lc 12.36-51) podemos encontrar algumas características imprescindíveis aos obreiros e servos do Senhor, dentre elas destacamos as seguintes características:
1. Constância, vigilância e prontidão (vv.37,38). Tanto a constância como a vigilância são características daqueles que aguardam o Senhor. Tal fato se dá por conta da vinda inesperada do proprietário de todas as coisas. Estes serão bem-aventurados: “Bem-aventurados aqueles servos, os quais, quando o Senhor vier, achar vigiando! Em verdade vos digo que se cingirá, e os fará assentar à mesa e, chegando-se, os servirá”. Podemos ver essa mesma estrutura narrativa na parábola das dez virgens em Mateus 25.1-13. A constância diz respeito a manutenção de uma conduta correta o que, portanto, denota um caráter perseverante. A perseverança por sua vez é uma condição sem a qual não poderemos usufruir das benesses da salvação conforme o texto de Mateus 24.13 diz: “Mas aquele que perseverar até ao fim, esse será salvo”.
2. Fidelidade. A fidelidade é uma característica também indispensável para aquele que deseja morar no céu. Apocalipse 2.10 temos a seguinte declaração “Nada temas das coisas que hás de padecer. Eis que o diabo lançará alguns de vós na prisão, para que sejais tentados; e tereis uma tribulação de dez dias. Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida”.
3. Prudência. Diz o dicionário que prudência “é a qualidade de quem age com moderação, comedimento, buscando evitar tudo o que acredita ser fonte de erro ou dano”.
II. AS CARACTERÍSTICAS DO MORDOMO INFIEL (Lc 12.45-47).
1. Ele não espera que o Senhor em breve venha. O mordomo infiel simplesmente conjectura em seu coração: “O meu senhor tarda em vir”. Essa imagem tipifica o crente que não se preocupa com a vinda iminente de Jesus. Nosso Senhor alertou quanto ao tempo de sua volta: “Por isso, estai vós apercebidos também, porque o Filho do Homem há de vir à hora em que não penseis” (Mt 24.44). Sua vinda pegará muita gente desprevenida.
2. Desconsidera e espanca os outros servos. O texto demonstra que o mordomo infiel, além de viver como se seu senhor não fosse mais voltar ainda se utiliza da falta de amor e compaixão para com seus cooperadores e de autoritarismo para espancar e destrata-los. Hoje em dia muitos maus obreiros tem se utilizado de palavras e atitudes rudes e autoritárias que a semelhança do mordomo infiel fere e prejudica a vida espiritual de diversas pessoas. Um fenômeno que vem crescendo a cada dia chama-se desigrejados, um conjunto de pessoas que se dizem cristãs, mas que não são ligadas a alguma denominação. Em 2018 o número de pessoas desigrejadas chegou a 4 milhões no Brasil. Entre os fatores que levaram algumas dessas pessoas a deixarem o convívio congregacional está o fato de que diversos líderes abusando de seu status de liderança espiritual feriram essas pessoas a ponto de elas deixarem a igreja. Devemos como mordomos fiéis fazer a obra de Deus com o zelo que ela merece, todavia caminhado em amor.
3. Age de modo irresponsável. O mau servo, abusando de sua posição, envolve-se com atitudes ilícitas e impróprias para quem é comissionado pelo seu senhor, entregando-se aos vícios e à embriaguez. Acerca disso, a Bíblia nos admoesta: “O vinho é escarnecedor, e a bebida forte, alvoroçadora; e todo aquele que neles errar nunca será sábio” (Pv 20.1). Jeremias declara que maldito aquele que fizer a obra do Senhor relaxadamente ou irresponsavelmente (Jm 48.10).
O obreiro de Deus deve ter responsabilidade enquanto escrevo estas linhas leio a noticia de um pastor/cantor que assume ter caído em adultério e está se divorciando da esposa e deixando o cargo de pastor. Devemos estar em constante vigilância, tratando da nossa vida espiritual de forma responsável, sabendo que de tudo prestaremos contas com o Senhor.
CONCLUSÃO
Só existem duas igrejas ante a vinda de Jesus: a que vai subir e a que vai ficar. A igreja que vai ao encontro de Jesus no arrebatamento é formada de todos os crentes em Cristo, que se comportam como servos ou mordomos fiéis. Eles amam a sua vinda e fazem o possível para guardar a fé com sinceridade, amor e santidade. Por isso, procuram pautar suas atitudes conforme a vontade de Deus.
Os servos ou mordomos infiéis, sem dúvida alguma, estão se preparando para ficar na vinda de Jesus. E pelo que se pode observar nos últimos dias, esses servos infiéis não são poucos. Em muitas igrejas, há crentes, membros do ministério ou não que se comportam irresponsavelmente, não dão testemunho de cristão e ainda causam transtornos e escândalos, afastando muitos do caminho do Senhor. Mas, para estes, fica a advertência de Jesus no ensinamento da parábola do servo vigilante: “Virá o senhor daquele servo no dia em que o não espera, e numa hora que ele não sabe, e separá-lo-á, e lhe dará a sua parte com os infiéis. E o servo que soube a vontade do seu senhor, e não se aprontou, nem fez conforme a sua vontade, será castigado com muitos açoites” (Lc 12.46,47).
Que possamos permanecer fiéis, como diz Paulo: “Examinai tudo. Retende o bem. Abstende-vos de toda a aparência do mal. E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Ts 5.21-23). Renovato, Elinaldo. Tempo, bens e Talentos. Sendo mordomo fiel e prudente com as coisas que Deus nos tem dado. Rio de Janeiro: CPAD, 2019.p.159
Bp. Edson Amorim [EBD IEADTC]

COMENTÁRIO E SUBSÍDIO III

INTRODUÇÃO

Cada crente foi chamado a ser um servo fiel. Não é preciso ter cargo ministerial para isso. Nesta última lição, veremos que o nosso Deus espera encontrar-nos servindo-o prudente e amorosamente, multiplicando os talentos que Ele nos concedeu. Que, em Cristo, nos achemos fiéis na presença do Pai Celeste. Jesus em breve virá. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 13, 29 Setembro, 2019]
Encerrando este trimestre, veremos que todos nós somos convocados para exercermos a mordomia cristã de uma maneira fiel. A mordomia cristã é a crença de que Deus é Senhor e Criador, sendo Ele mesmo o Dono de todas as coisas (Sl 24.1), e nós, os que cremos, servos fiéis no cargo de depositários das riquezas espirituais de Cristo (1Co 4.2). Como povo de Deus que somos não podemos nos esquecer de que a proclamação das verdades nas quais cremos se dá com muito mais eficácia através de nossas ações do que de nossas palavras. Exerçamos nossa mordomia fielmente, declarando as glórias de Deus, quer seja por palavras, quer seja por ações. O mordomo fiel retrata o crente genuíno, que administra bem as riquezas espirituais que Deus colocou sob o seu cuidado para o benefício de outros, e a administração cuidadosa das propriedades do Mestre. A realização fiel da tarefa dessa administração espiritual resultará em honra o recompensa (Lc 12.44). – Vamos pensar maduramente a Fé Cristã?
I. O QUE DEUS ESPERA DE SEUS MORDOMOS
1. Que sejam prudentes na espera do Senhor (Lc 12.37). Na parábola do servo vigilante, o destaque está sobre os servos que esperam pelo seu Senhor de maneira atenta. Semelhantemente, a parábola das Dez Virgens conta que havia dois grupos delas: o primeiro era caracterizado pelas virgens “prudentes” que aguardavam o noivo a qualquer momento para as bodas; o segundo, pelas que não tinham azeite suficiente para a chegada do noivo. De modo semelhante, a Igreja de Cristo anseia pelo seu Senhor. Mas, no dia em que Ele arrebatar a Igreja, dois grupos serão destacados: os que vão subir, e os que ficarão para a Grande Tribulação. A igreja fiel espera o Senhor a qualquer momento. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 13, 29 Setembro, 2019]
O ponto central aqui é estar o tempo todo de prontidão para a volta de Cristo. A parábola das dez virgens é apresentada para enfatizar a importância de estar preparado para a volta de Cristo a qualquer momento, mesmo se ele demorar mais do que o esperado. Pois quando ele voltar, não haverá uma segunda chance para os que estiverem despreparados. Estas ‘virgens’ eram damas de honra que acompanhariam a noiva no cortejo nupcial. O casamento começaria na casa da noiva quando o noivo chegasse para o ritual do casamento. Então, um cortejo se seguiria, à medida que o noivo leva a noiva para sua casa para as demais festividades. Quando a cerimônia de casamento acontecia a noite, lâmpadas eram requeridas para o cortejo. A prudência as preparou para o encontro com o noivo. Precisamos agir com prudência. Como discípulos de Cristo precisamos viver fazendo a vontade de Deus e em vigilância.
2. Que esperem o Senhor com prontidão (Lc 12.38). Na parábola do servo vigilante, o senhor esperava achar os seus servos de prontidão, para que, quando ele batesse à porta, imediatamente eles a abrissem. Assim, também, a parábola das virgens prudentes mostra que elas estavam prontas, sabendo que, a qualquer momento, o “esposo” chegaria. Esse é o ânimo que o nosso Senhor deseja encontrar quando de sua vinda. Os servos de Cristo precisam estar preparados, como mordomos fiéis, chamados a militar legitimamente (2 Tm 2.5). Não sejamos negligentes como as “virgens loucas” (Mt 25.3). Sejamos prudentes, vigilantes e amorosos. Jesus em breve voltará. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 13, 29 Setembro, 2019]
É necessário compreendermos que um servo genuíno é servo por natureza e não somente na aparência. Para ser servo fiel é necessário primeiro passar pela experiência de novo nascimento. Depois disso, continuar recebendo com alegria a Palavra de Deus sempre desejando que o caráter de servo, vivido por Cristo, seja moldado em seu ser (Tg 1.21). O servo fiel, que experimentou o novo nascimento, anseia pelo retorno do seu Mestre e se esmera para vencer os embaraços do caminho, servindo até o seu Senhor voltar. “As seduções do mundo, o comodismo, o amor ao dinheiro e tantas outras pedras, se colocam como cilada no caminho de muitos. Mas o prudente saberá se desvencilhar de todas elas e alcançar seu objetivo(IBEMANUEL).
3. Esperem a recompensa do Senhor. A Palavra de Deus declara: “Bem- -aventurados aqueles servos, os quais, quando o Senhor vier, achar vigiando! Em verdade vos digo que se cingirá, e os fará assentar à mesa, e, chegando-se, os servirá” (Lc 12.37). Que honra será quando, nas Bodas do Cordeiro, formos servidos por Cristo no Céu! Os servos verdadeiramente fiéis honram o nome de Cristo no lar, no trabalho e nas mais diferentes esferas da sociedade. Sim, o Rei nos recompensará (Hb 6.10). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 13, 29 Setembro, 2019]
Em Mateus 25.14-30, “a parábola dos talentos ilustra a tragédia de uma oportunidade desperdiçada. O homem que sai em viagem representa Cristo e os servos representam crentes professos aos quais são dados diferentes níveis de responsabilidade. O que se exige deles é fidelidade, mas a parábola sugere que todos os que são fiéis serão frutíferos em um determinado grau. A pessoa infrutífera é desmascarada, vista como hipócrita e será totalmente destruída. Um talento era uma medida de peso, não uma moeda especifica, de modo que um talento de ouro era mais valioso que um talento de prata. Um talento de prata  era uma considerável soma de dinheiro. O significado atual da palavra "talento", indicando uma habilidade natural, baseia-se no fato de que essa parábola é erroneamente aplicada ao bom uso dos dons naturais de uma pessoa. Tanto o homem com cinco talentos. quanto o que tinha dois receberam exatamente a mesma recompensa, indicando que a recompensa está baseada na fidelidade, não nos resultados”. (Bíblia de Estudo MacArthur, SBB, nota textual Mt 25.14-30, pág 1254).
SUBSÍDIO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO
Ao preparar a sua aula, leve em conta o seguinte texto: “[...] Jesus agora se volta ao assunto de estar preparado para a v inda do Filho do Homem. A liberdade dos cuidados do mundo e a garantia de que o Pai celeste cuida dos que lhe pertencem podem tentar seus seguidores a ficar preguiçosos e ter uma atitude despreocupada. Mas como Jesus deixa claro, o verdadeiro discipulado inclui ser fiel no serviço e estar preparado para sua vinda. A vida na terra é imprecisa, mas a vinda do Filho do Homem é certa. Jesus apresenta três parábolas para ressaltar a importância da preparação espiritual: a parábola de estar preparado para vinda do Filho do Homem (vv.35-38), a parábola de esperar o Filho do Homem (vv.39,40) e a parábola do mordomo fiel durante a ausência de seu senhor (vv.41-48)” (Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, p.404). Assim, trabalhe com segurança, diante de sua classe, os princípios de “espera”, “prontidão” e recompensa apresentados neste primeiro tópico.
II. AS CARACTERÍSTICAS DO MORDOMO INFIEL (Lc 12.45-47)
A parábola denuncia o comportamento do mordomo infiel ante a iminente vinda do seu senhor.
1. Ele não espera que o Senhor em breve venha. O mordomo infiel simplesmente conjectura em seu coração: “O meu senhor tarda em vir”. Essa imagem tipifica o crente que não se preocupa com a vinda iminente de Jesus. Nosso Senhor alertou quanto ao tempo de sua volta: “Por isso, estai vós apercebidos também, porque o Filho do Homem há de vir à hora em que não penseis” (Mt 24.44). Sua vinda pegará muita gente desprevenida. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 13, 29 Setembro, 2019]
Esta parábola ensina os seguidores de Cristo a estar prontos no caso de ele vir antes do que antecipou e também a estarem preparados no caso de ele demorar mais que o esperado (Mt 25.1-13). Em Lucas 16 encontramos a parábola do mordomo infiel e um elogio de Jesus que, numa leitura rápida, pode levar a um entendimento equivocado de que trata-se de uma autorização para agirmos injustamente. De fato, o que sobressai no texto não é o modo injusto de agir do mordomo ou sua infidelidade, mas o que ele faz com aquilo que obteve durante seu tempo de mordomo vivendo em infidelidade: ele faz provisão para o futuro. Trata-se de um elogio à prudência, não à desonestidade.
2. Ele “espanca” outros servos. A parábola também revela que o mau servo abusa de sua missão, passando a maltratar os outros servos de seu senhor. Ele passa a tratá-los com rigor tirânico e autoritarismo, espancando-os com palavras e atitudes brutais. Quantas pessoas já não deixaram o nosso meio por causa de tal comportamento? Uma das qualidades do mordomo fiel é o amor e o acolhimento. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 13, 29 Setembro, 2019]
O Mau servo quando pensa que seu senhor demoraria, começou a “espancar os seus companheiros, e a comer e beber com os ébrio.” Em outras palavras, ele começou a viver como se não tivesse mais um Senhor. Mas de fato, o seu Senhor retornará, “e castigá-lo-á, lançando-lhe a sorte com os hipócritas; ali haverá choro e ranger de dentes”. O ensino é claro, devemos estar atentos, certos de que estaremos na fé quando o Senhor voltar. Se formos encontrados na fé seremos abençoados e grande será nossa recompensa. No entanto, aquele que por pensar tardar a volta do Senhor e começar a viver como os hipócritas, receberá também, conforme a passagem acima, o fim dos hipócritas.
3. Age de modo irresponsável. O mau servo, abusando de sua posição, envolve-se com atitudes ilícitas e impróprias para quem é comissionado pelo seu senhor, entregando-se aos vícios e à embriaguez. Acerca disso, a Bíblia nos admoesta: “O vinho é escarnecedor, e a bebida forte, alvoroçadora; e todo aquele que neles errar nunca será sábio” (Pv 20.1).
A prudência cristã leva-nos a abster das bebidas alcoólicas de qualquer espécie. A experiência demonstra que os riscos de um descaminho é grande para quem faz uso do álcool. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 13, 29 Setembro, 2019]
Provérbio 20.1 trata sobre temperança, juntamente com outros textos como 23.20-21,29-35; 31.4-5. O vinho era o suco da uva misturado com água para diluí-lo, mas a bebida forte não tinha diluição (Ef 5.18). O uso dessas bebidas não é especificamente condenado na Escrituras (Dt 14.26), mas ficar embriagado sim (Is 28.7). Os governantes não deveriam beber para não ter sua capacidade de julgamento comprometida nem apresentar um comportamento menos que exemplar (Pv 31.4-5). "Escamecedor" é a mesma palavra usada em Pv 19.25,29; "alvoroçadora" significa violenta, insistente e incontrolável. As duas palavras descrevem a personalidade da pessoa embriagada. O servo infiel administra sua vida sem qualquer senso de responsabilidade, por acreditar que seu senhor irá demorar. Note que ele se sente melhor na ausência do seu senhor do que na sua presença. Nos versículos 50 e 51, que representam a vinda de Cristo para reinar, ele é pego de surpresa; é surpreendido como se um ladrão invadisse sua casa para privá-lo das coisas que ele mais preza. O mau servo devido a sua negligência, descompromisso e imprudência será surpreendido pela volta do senhor que o condenará pelo mau uso da responsabilidade que recebeu e porque se colocou na posição de senhor diante dos seus conservos. Todas as vezes que tentamos ocupar o lugar que o Senhor não nos reservou, atraímos a Sua ira e juízo. Ser um bom ou mau servo depende de nossa escolha (Nm 12.1 – 16; 16.1 – 50; 1Sm 15.1 – 35).
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“Deus promete recompensar os fiéis, mas o resultado pode ser diferente. O mesmo mordomo pode pensar que levará muito tempo antes de o senhor chegar. Assim, ele se descuida e desenvolve uma falsa sensação de independência. Em vez de cuidar dos servos que estão abaixo dele, ele abusa deles e se entrega a comer, beber e se embebedar. A volta do seu senhor ocorre em completa surpresa. O senhor o apanhará em sua loucura e verá sua maldade, e o servo arrogante e infiel será responsabilizado por seus pecados.
A Nova Versão Internacional, em inglês, expressa a severidade do castigo: ‘Ele o cortará em pedaços e lhe dará um lugar com infiéis’ (v.46). O quadro é de desmembramento e indica que o castigo é mais que mero açoite. Envolve execução e morte. Ele compartilhará o mesmo destino com os incrédulos. De acordo com Mateus 24.51, a este servo será designado ‘a sua parte com os hipócritas; ali haverá pranto e ranger de dentes’” (Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, p.405).
III. AS QUALIDADES DO MORDOMO FIEL
  1. Fidelidade. Uma das virtudes do mordomo fiel da parábola é, justamente, a sua fidelidade, que pode ser definida como a qualidade, ou caráter de quem é fiel, lealdade, firmeza e constância. No Apocalipse, Jesus disse: “Nada temas das coisas que hás de padecer. Eis que o diabo lançará alguns de vós na prisão, para que sejais tentados; e tereis uma tribulação de dez dias. Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida” (Ap 2.10).
Diante das dificuldades e das perseguições, Deus chama o cristão para ser-lhe fiel em todas as coisas. Não desista; seja perseverante. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 13, 29 Setembro, 2019]
É a coroa que é vida, ou a recompensa que é vida, não uma coroa em si para adornar a cabeça. "Coroa", no presente caso, não se refere a algum tipo de adorno usado por reis, mas a uma coroa dada a atletas vitoriosos. “Você já ouviu alguém dizer que “quem não vive para servir, não serve para viver”. A ênfase dessa palavra é que o propósito de Deus para nossas vidas é que sejamos ministros e servos fieis, pois o maior exemplo foi o do Senhor Jesus, que se tornou Servo, o qual sobre si mesmo dizia: “O Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos.” (Mateus 20:28) Paulo também tinha esse sentimento, ele sabia qual era a sua responsabilidade de Servo de Deus, daí usar duas palavras especiais e um adjetivo, que do grego são traduzidas por ministros, servo e fiel. Elas nos ajudam a entender melhor o que significa ser ministro e servo fiel: A primeira palavra que Paulo usa para ministro é uphreths, que fazia referência ao escravo remador da última galera, o qual só seguia o ritmo dos tambores. Esta palavra também foi utilizada para aquele que recebe ordens diretas do seu Senhor e deve cumpri-las sem questionar, logo ministro não é o que tem função de poder, mas de serviço em obediência. A segunda palavra que Paulo utiliza é oikonomos, que fazia referência ao encarregado de cuidar dos suprimentos da casa, ele deveria não apenas prover, mas cuidar dos pertences do seu Senhor na bíblia traduzida por despenseiros ou mordomos, mas nesse texto o Apóstolo Paulo diz que precisamos ser “despenseiros dos mistérios de Deus”, Isto significa que Ele disponibilizou os recursos espirituais para a salvação e orientação espiritual de todos ao nosso alcance. Ele nos confiou seus tesouros e recursos eternos para que os compartilhemos aqui na terra, pela ação do Espírito Santo em nós e através de nossas vidas. A palavra grega que qualifica a condição de servos é pistós, que se traduz por fiel e que significa comprometido, leal, confiável, que honra a sua obrigação, dedicado, que tem credibilidade, que honra um acordo ou contrato e que tem palavra. Essa é a maior exigência de Deus: que seu ministro seja fiel. Nesse sentido, atributos humanos não têm relevância. Deus não requer capacidade, eloquência, brilhantismo, inteligência, ou que você seja cheio de dons, o que Ele espera de nós é fidelidade. Quando formos avaliados por Deus, seu critério será: Você foi fiel ao Seu comando e chamada? Quando Paulo disse: “Que os homens nos considerem, pois, como ministros de Cristo, e despenseiros dos mistérios de Deus.” A exigência é que as pessoas ao seu redor precisam ver que você é um servo fiel de Cristo, um ministro que como um remador subordinado, somente obedece ao seu Senhor e faz a sua parte. (BATISTAFLUMINENSE)
2. Prudência. Outra qualidade apresentada na parábola é a prudência: a virtude de quem age com moderação e comedimento, evitando erros e danos tanto para si quanto para o seu semelhante. Quantos ministérios não têm sido destruídos por falta de prudência? Principalmente, no falar. Tiago aconselha-nos: “Sabeis isto, meus amados irmãos; mas todo o homem seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar” (Tg 1.19). Nas palavras do sábio Salomão, “quanto mais excelente, adquirir a prudência do que a prata” (Pv 16.16b). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 13, 29 Setembro, 2019]
Prudência é a virtude que faz prever e procura evitar as inconveniências e os perigos; cautela, precaução; calma, ponderação, sensatez, paciência ao tratar de assunto delicado ou difícil. “Ainda, o conceito cristão de mordomo fará crescer o senso de nossa responsabilidade. Aqui está perante nós um mundo criado por Deus, com tudo quanto nele há, por cujo desenvolvimento somos responsáveis. Aqui estamos nós mesmos, criados a imagem de Deus, e tendo de prestar contas da nossa vida, em toda a riqueza de suas manifestações. Aqui estão almas imortais, sem conhecimento da graça salvadora de Cristo, às quais nos cabe levar a boa nova. Tremendas são as nossas responsabilidades como mordomos de Deus!(PALAVRAPRUDENTE).
3. Constituído pelo seu Senhor. Quem constitui posições e ministérios na Obra de Deus é o próprio Deus. É o que revela a parábola do Divino Mestre. Nosso Senhor não comissiona interesseiros, ambiciosos e prepotentes. Ele comissiona santos para o santo ministério; homens que, como Paulo, se entregam de corpo e alma ao Salvador Amado (Gl 1.1). É preciso estar no centro da vontade de Deus. Por isso, estejamos firmados na Bíblia Sagrada, para termos um ministério cristocêntrico, no qual Cristo seja o centro de tudo. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 13, 29 Setembro, 2019]
Os apóstolos de Jesus Cristo (os 12 e Paulo) eram embaixadores especiais ou mensageiros escolhidos e treinados por Cristo para estabelecerem a base da Igreja primitiva e de serem canais de toda a revelação de Deus (Rm 1.1; At 1.2; 2.42; Ef 2.20). A fim de defender o seu apostolado contra o ataque dos falsos mestres, Paulo enfatizou que o próprio Cristo o havia designado como apóstolo antes de ele ter se encontrado com os outros apóstolos (Gl 1.17-18; At 9.3-9). Paulo ainda enfatiza o fato de que foi comissionado pelo próprio Cristo ressurreto (Rm 1.4; At 9.1-3,15), de modo que era uma testemunha qualificada da ressurreição (At 1.22). “Se você quer saber por que você está aqui neste planeta, você tem que começar com Deus. Você nasceu por seu propósito e para seu propósito” (Rick Warren).
SUBSÍDIO VIDA CRISTÃ
“No mundo antigo, era dada ao mordomo a responsabilidade de zelar por todas as propriedades, enquanto o senhor estivesse fora. Uma de suas tarefas principais era cuidar que os membros da casa recebessem a partilha de comida. Ele poderia dá-la diária, semanal ou mensalmente. O ponto é que seu trabalho lhe exigia que servisse e não exercesse poder. Seu senhor poderia voltar a qualquer momento. Quando o senhor volta, um ‘mordomo fiel e prudente’ deve estar desempenhando seus deveres.
Jesus louva o servo que serve fielmente na ausência do senhor. Por sua eficiência, o senhor o recompensará (v.44) com uma promoção, dando-lhe responsabilidade não só sobre sua casa e servos, mas também sobre todas as suas propriedades. Jesus deixa sem explicar como este tema da promoção se aplica aos discípulos. Certos textos bíblicos indicam que Cristo reinará por um período de tempo sobre a terra depois que Ele voltar (Lc 19.17; 1 Co 6.1-3; Ap 20.1-6). Durante esse tempo, Ele precisará de assistentes que servirão com Ele no seu Reino. A recompensa envolve este futuro governo de Cristo, em cujo tempo a fidelidade será recompensada com maiores oportunidades de serviço” (Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, p.405).
CONCLUSÃO
A parábola contada pelo Senhor Jesus diz respeito a todos nós. A Palavra de Deus nos alerta: “virá o Senhor daquele servo no dia em que o não espera e numa hora que ele não sabe, e separá-lo-á, e lhe dará a sua parte com os infiéis. E o servo que soube a vontade do seu senhor e não se aprontou, nem fez conforme a sua vontade, será castigado com muitos açoites” (Lc 12.46,47). A vinda do Filho do Homem é certa. Que Ele nos encontre fiéis, prudentes e vigilantes para o Arrebatamento! Ora vem, Senhor Jesus. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 13, 29 Setembro, 2019]
O servo fiel administra sua vida na expectativa de que seu senhor pode voltar a qualquer momento. Esse modo de vida é premiado no versículo 46, onde é chamado de bem aventurado ou feliz. Assim será no arrebatamento da Igreja. A humildade, a obediência e a renúncia estão presentes na vida de uma pessoa compromissada com Deus. Uma pessoa humilde deixa-se transformar pelos ensinos de Jesus e a eles se submete em obediência. Nessa ação renuncia os seus interesses e se submete consciente e voluntariamente aos interesses de Deus e do Seu Reino. Essa atitude a leva a viver em excelência a sua humanidade e com isso agrada a Deus do jeito que Ele deseja ser agradado. Neste mister, temos o exemplo de Paulo, que administrou sua vida nessa expectativa do breve retorno do Seu Senhor, e também fez o convite a o imitarmos (At 20. 24; 1Co 11.1; Gl 2.20).
Francisco Barbosa
Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br

quinta-feira, 19 de setembro de 2019

LIÇÃO 12: A MORDOMIA DO CUIDADO COM A TERRA



SUBSÍDIO I
A MORDOMIA DO CUIDADO COM A TERRA

A mordomia cristã envolve assuntos da maior importância no Reino de Deus. O Senhor é o dono da Terra e de todos os que habitam no planeta (SI 24.1). Ele, no entanto, resolveu confiar a governança da Terra ao ser criado a sua “imagem’, conforme a sua “semelhança”. Diante dessa decisão do Criador, o ser humano recebeu a grande e grave responsabilidade de ser mordomo de Deus para cuidar da preservação dos recursos naturais e humanos do planeta, além de prestar contas também de sua mordomia espiritual. Nesta, infelizmente, o homem falhou terrivelmente, desobedecendo a voz do Criador e aceitando as propostas perversas do Diabo.
Entretanto, diante do pecado do ser criado, Deus resolveu realizar o seu plano de redenção do homem caído e da raça humana. Ele realizou esse plano mediante Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Em face da maldição da terra e de todas as consequências da Queda, o homem passou a ser mordomo de Deus em condições bastante difíceis e penosas, com trabalho e fatiga, com o suor de seu rosto. As condições ambientais tornaram-se, em grande parte, hostis a sobrevivência do homem, mas, com a inteligência concedida por Deus, o ser humano tem conseguido superar muitas condições adversas da Terra, incluindo as condições climáticas e ambientais, usando a tecnologia agrícola e industrial.
Desde que Deus criou o ser humano, homem e mulher, Ele assim o fez na perspectiva de que, sendo sua “imagem”, conforme a sua “semelhança”, o homem seria seu representante na Terra, incumbido de tarefas, ocupações e missões das mais elevadas para cuidar do planeta. O homem foi criado por Deus para exercer a mordomia sobre a esfera terrena do Universo. Por razoes que só o Criador reserva para si, no meio de tantos planetas, estrelas e outras dimensões cósmicas, Ele entendeu que deveria criar o pequeníssimo planeta Terra, conhecido na linguagem dos estudiosos do Cosmo como “o planeta azul”. A Terra e tão pequena em relação a alguns planetas do Sistema Solar que, em determinada escala, sua área e menor do que a ponta de um alfinete em relação a algumas estrelas, como, por exemplo, a estrela Betelgeuse, que tem um brilho 15 mil vezes maior do que o do Sol e um diâmetro 400 vezes maior que o do Astro-Rei. A Terra e tão pequena que a Bíblia refere-se a seus habitantes de forma muito interessante: “Eis que as nações são consideradas por ele como a gota de um balde e como o pó miúdo das balanças; eis que lança por ai as ilhas como a uma coisa pequeníssima” (Is 40.15). Essa referencia mostra-nos como as nações da Terra são vistas aos olhos de Deus em termos de referência quanto as grandezas cósmicas. Além de ser um planeta pequeníssimo em relação ao espaço sideral, Deus resolveu criar nele um ser especial, diferente dos seres celestiais, de forma também especial, conferindo-lhe caráter e natureza que o identificam como tendo missões e propósitos especiais. “E disse Deus: Façamos o homem a nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo reptil que se move sobre a terra” (Gn 1.26). Se “as nações são consideradas por ele como a gota de um balde e como o pó miúdo das balanças”, imagine a dimensão do homem em relação ao Universo e aos céus dos céus, onde Deus habita! Mas, mesmo assim, Deus colocou o homem na Terra com missões que jamais confiou a qualquer dos anjos, dos arcanjos, dos querubins e de outros seres celestiais. O homem recebeu a missão de ser mordomo do Criador do Universo para cuidar, zelar, guardar e preservar a Terra em várias esferas da vida humana. Vamos refletir sobre esse tema tão importante da realidade do ser humano. Sem dúvida alguma, essa reflexão fará com que desenvolvamos uma consciência da mordomia bíblica da vida tanto na esfera imaterial quanto material, levando-nos a entender que o crente em Jesus deve ter uma profunda reflexão consigo mesmo e colocar em prática os princípios bíblicos para uma vida cristã plena e frutífera, como servos e mordomos de Deus.

Texto extraído da obra “Tempos, bens e talentos”, editada pela CPAD 

COMENTÁRIO E SUBSÍDIO II
INTRODUÇÃO

Quando falamos em “criação” logo associamos o termo a um assunto/tema derivado ou ligado a teologia, entretanto quando falamos em “ecologia” referenciamos o termo a um assunto tratado no âmbito das ciências naturais. É incomum entrelaçarmos os assuntos teologia e ecologia. O pastor Elienai Cabral observou que “esse é um assunto que, infelizmente, tem sido relegado no ensino geral da igreja”. CABRAL, Elienai. Lições Bíblicas: Mordomia Cristã – Servindo a Deus com excelência. Rio de Janeiro: CPAD, 2003. p. 14
Acrescentamos, que da mesma forma como é escasso o ensino que relaciona os dois temas na igreja, também o é no meio acadêmico. Embora o entrelaçamento entre teologia e preservação da natureza venha ganhando espaço, podemos dizer que se comparado a outros temas tratados na teologia este ainda tem pouca reflexão e produção.
Esforços aparecem, por exemplo, em contribuições como dos teólogos Jürgen Moltmann, Luis Stadelmann e Tim Carriker. Para mais informações ver os artigos: Silva, Maria Freire da. A Criação e a Questão Ecológica no Pensamento de Jürgen Moltmann. Stadelmann, Luís I.J. Criação e Ecologia na Bíblia. Carriker, Timóteo. Teologia Missional Sócio-Ambiental.
E como falado anteriormente, embora ainda escasso o tema vem ganhando espaço por conta do cenário de debate atual. No cenário mundial, o que mais vêm chamando a atenção da sociedade são as notícias acerca do Aquecimento Global. Com isso, sem dúvida, a questão ecológica se tornou o centro das atenções mundiais, mais precisamente, a temática ambiental, relacionada à crise dos anos 70 agravada nos anos 80.
Neste caso, a despeito desse tema “ecologia” ser novo entre as ciências, precisamos conhecê-lo e nos conscientizar da nossa responsabilidade no cuidado com os elementos da subsistência dos seres vivos. Em se falando de teologia podemos notar que a Bíblia inicia com a Criação (Gn 1 - 2) e termina com a Criação ou Nova Criação (Ap 21). Portanto podemos ver que o tema criação não é algo alheio a palavra de Deus. Ao contrário, podemos ver que sendo Deus o criador de todas as coisas, logo as coisas criadas possuem importância impar.

I. ECOLOGIA E A BÍBLIA

Conforme visto em lições anteriores o termo “mordomo” tem sua origem no termo grego oikonomia derivado de duas palavras oikos = casa e nomos = regra da mesma forma a palavra ecologia também é derivativa do grego oikos + logos. Neste aspecto já podemos ter certo vislumbre de que a mordomia ou administração cristã pode e entrelaça-se a questão do cuidado com a criação, tendo em vista que essa criação é criação de Deus e este atribui essa administração ao homem (Gn 1.28).
Do inicio ao fim da palavra de Deus podemos ver a responsabilidade humana diante da criação e não somente isso, no meio do grande relato da salvação na Bíblia, estão presentes a preocupação de Deus e a responsabilidade do ser humano e da igreja em relação à sua criação. É uma narrativa comovente e desafiadora. E, se fizermos uma leitura cuidadosa, percebemos que a história tem um final otimista! Estamos caminhando em direção a novos céus e nova terra, a um mundo recriado pelo próprio Deus, mas que não dispensa o papel do ser humano, em especial dos cristãos, na redenção da criação.
Para uma visão biblicamente sólida a respeito da preservação do meio ambiente o teólogo Tim Carriker apresenta algumas proposições importantes para a reflexão cristã, dentre elas temos:
1. Toda a criação pertence a Deus e, na sua essência, possui um valor ético/estético: bom, muito bom (Dt 10.14; Sl 24.1; Jó 41.11; 6x repetido “bom” (Gn 1.4,10,13,18,21,25).
A criação reflete uma característica fundamental de Deus = bom (Sl 19; 29; 50.6; 65; 104; 148; Jó 12.7-9; At 14.17; 17.27; Rm 1.20). Logo, o mesmo raciocínio que aparece em Pv 14.31; 17.5, pode ser aplicado àqueles que degradam a criação de Deus.
A “bondade” ou a “beleza” da criação não se deriva de nós, e sim, de Deus. Não é meramente para o nosso benefício (Sl 104.13-15), mas possui valor para Deus (vv.21-26).
2. A criação, embora não divina, é sagrada, porque é criação de Deus, obedece a Deus, se submete a Deus, revela a glória de Deus, se beneficia da provisão e sustentação de Deus e serve os propósitos de Deus. Embora não cultuemos a criação porque ela não é divina (Dt 4.15-20; Jó 31.26-28; Rm 1.25), reconhecemos que é sacra.
Existe para glorificar a Deus, como nós também existimos para glorificar a Deus. Amar a Deus é valorizar o que Ele valoriza, e isto possui imensa significância missionária (Jo 14.15; Gn 1.28; 2.15). Se Deus se importa conosco mais que com o passarinho (Sl 84.3; Mt 6.26; 10.31), a comparação mostra que valoriza muito o passarinho.
Toda a criação é palco da missão de Deus e da nossa missão. Pertence a Javé (Sl 139) e pertence a Jesus (Ele aplica Dt 4.39; 10.14,17 para si em Mt 28.18; veja, também: Cl 1.15-20).
A glória de Deus é o alvo da criação (Sl 145.10,21; 148; 150.6). Não apenas a humanidade, mas toda a criação expressa a sua gratidão a Deus (Sl 104.27-28) e se alegrará na sua redenção e julgamento (Sl 96.10-13; 98.7-9).
3. Deus criou a humanidade como espelho seu. A humanidade do ser humano está neste reflexo criador, ordenador e zelador de Deus (Gn 1.28; 2.15).
O destino e o bem-estar da criação estão entrelaçados com o destino humano. O papel do ser humano, homem e mulher juntos, está ligado ao cuidado e à ordenação pró-ativos de todas as outras criaturas (cap. 1), o que exige conhecimento e “classificação” minuciosa dos seres criados (cap. 2). Em Gênesis 1, nasce o zelo e responsabilidade ecológicas do ser humano. Em Gênesis 2, nasce a ciência, que implica não só em conhecimento, mas também em responsabilidade.
Duas palavras descrevem a incumbência humana em Gênesis 1.28: kābaš (sujeitar) e rādâ (dominar). A primeira, kābaš, é usada em Miquéias 7.19 com ação compassiva de Deus de “sujeitar as nossas iniquidades” (veja, também, tágma e hupotássō em 1ªCo 15.25-28). A segunda, rādâ, é usada para descrever o domínio do rei messiânico (Sl 72.8; 110.2; veja basileúō em 1ªCo 15.25), modelo para os justos (Sl 49.14, “o justo os dominará no amanhecer do Dia da Salvação” [tradução minha]). Não são termos de violência, e, sim, de ordenação redentora. Seguimos o modelo do Rei Supremo que domina com compaixão, benignidade, amor, proteção, generosidade e bondade (Sl 104, Mt 6.26).
Estas duas incumbências essenciais da humanidade, “dominar” e “guardar”, são papéis reais e sacerdotais: governar e servir, cujo modelo perfeito é Cristo. Também, são os papéis escatológicos da nova humanidade restaurada no fim (Ap 5.10). Logo, a boa ordenação (governo, domínio) e o cuidado prestativo (guardar, servir) é tanto o nosso propósito original quanto o nosso destino final. Missão integral não é integral se não inclui a criação toda.
Apesar das consequências terríveis e abrangentes do pecado, a história do dilúvio deixa claro que essa incumbência primordial continua em vigor (Gn 9.1-12). Carriker, Timóteo. Teologia Missional Sócio-Ambiental. Em http://www.teologiaesociedade.org.br/assets/teosoc_08.pdf. Acesso em: 19 de junho de 2019. Carriker apresenta outras proposições, todavia creio termos as bases fundamentais para uma reflexão profunda para a doutrina da preservação da criação.

II. O HOMEM E SUA RELAÇÃO COM A TERRA

Conforme visto acima Deus criou o homem a sua imagem e semelhança, um ser racional e espiritual, deu-lhe capacidade para pensar, sentir e decidir. E após cria-lo, Ele fez seu mordomo sobre tudo quanto estabelecera, concedendo poderes para dominar (Gn 1.28) sobre as demais criaturas do mundo criado.
Entretanto, com o pecado adentrando a criação a partir da desobediência do homem a terra foi amaldiçoada (Gn 3.17) e hoje a natureza (toda criação) geme com dores de parto ansiando por redenção. Dessa forma, toda a ecologia do planeta foi prejudicada pela ação pecaminosa do homem (Rm 8.20,21). Por causa dele, o ambiente natural tornou-se hostil à sobrevivência humana.
Além disso, hoje ainda temos falhado como mordomos da natureza. Por exemplo, um estudo da Global Forest Watch mostra que, na soma de todos os biomas, não só a Amazônia, o Brasil foi o país que mais perdeu árvores em 2018 em todo o mundo – 1,3 milhão de hectares de florestas primárias, aquelas que não tinham sofrido interferência humana. Reportagem: Relatório mostra que o Brasil lidera o desmatamento de florestas tropicais. Em: https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2019/04/26/relatorio-mostra-que-o-brasil-lidera-o-desmatamento-de-florestas-tropicais.ghtml. Acesso em: 19 de junho de 2019.
O aumento impressionante confirma as piores projeções feitas por ambientalistas, pesquisadores e cientistas políticos sobre os efeitos imediatos das políticas propostas pelo novo governo no campo.

III. A REDENÇÃO DA CRIAÇÃO

Um termo voga nos círculos teológicos é o conceito de cosmovisão cristã. Cosmovisão nada mais é do que o conjunto de pressupostos que nos capacita a compreendermos o mundo ao nosso redor, ou seja, uma visão de mundo.
Uma visão de mundo saudável e bíblica é firmada por, pelo menos, 3 pilares básicos, a saber: 1) Criação; 2) Queda e 3) Redenção.
1) Criação - Gn 1. Nos dois primeiros capítulos da bíblia podemos ver o processo da criação. No capítulo 1 do livro de Genesis podemos encontrar alguns padrões narrativos interessantes que nos ajuda a no desenvolvimento de nossa visão de mundo (cosmovisão), por exemplo. Há um padrão na ordem do relato da criação que deixa claro que tudo que Deus criou era bom, por exemplo: Ordem – Haja luz (v.3), Fato - Houve luz (v.3), Avaliação divina - E viu Deus que a luz era BOA. Ao término do relato podemos ver que a avaliação de Deus dizia que “tudo quanto tinha feito era MUITO bom” (Gn 1.31).
2) Queda - Gn 3. A partir do pecado adâmico a culpa (Gn 3.10), dissensões (Gn 3.12) e deturpações (Gn 4.19), tiveram inicio. Logo, vivemos em um mundo pós-queda, o que faz com que o mundo criado sob a perspectiva divina como sendo bom, torne-se mau.
3) Redenção - Gn 3.15; Jo 3.3. Deus garantiu, ainda, no Éden que o caos causado pelo pecado teria um remédio. Através de Cristo há reconciliação entre o Deus criador e o mundo criado, ou seja, uma nova criação (2ªCo 5.19).
Ao olharmos esse padrão podemos ver que, embora o homem tenha trago maldição para a criação Deus em sua eterna misericórdia, muito em breve, Deus irá redimi-la. E não somente isso, mas trará juízo àqueles que têm destruído sua criação (Ap 11.18)

CONCLUSÃO

Antes da Queda, o ambiente natural era perfeito, sem alterações climáticas, sem catástrofes ou fenômenos que ameaçassem a vida humana. No entanto, depois da desobediência do homem à voz de Deus, tudo mudou.
Houve um prejuízo imenso tanto para o homem quanto para a Terra. O pecado transtornou a natureza. Mas há promessa de Deus para a restauração da Terra. Isso ocorrerá quando o Senhor Jesus implantar pessoalmente o Reino Milenial neste mundo. RENOVATO, Elinaldo. Lições Bíblicas: Tempo, bens e Talentos. Sendo mordomo fiel e prudente com as coisas que Deus nos tem dado. Rio de Janeiro: CPAD, 2019 .p .88.
Bp. Edson Amorim [EBD IEADTC]
COMENTÁRIO E SUBSÍDIO III

INTRODUÇÃO
Nesta lição, estudaremos a vocação do ser humano para ser o mordomo de Deus na Terra. Veremos que Deus entregou este planeta aos nossos cuidados. Por isso, faremos uma reflexão bíblica sobre a responsabilidade humana com o ambiente natural. Concluindo, perceberemos que há promessas bíblicas para a restauração da Terra. Nosso Senhor há de restaurá-la plenamente. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 12, 22 Setembro, 2019]
Gênesis começa nos informando que “No princípio criou Deus os céus e a terra”, não somente isto, mas nos informa também que tudo estava em perfeita ordem e sobre esta Criação foi posto o homem como administrador e guarda. Por causa da queda do homem no pecado foi pronunciada uma maldição sobre esta criação. “Deus, então, envia seu Filho a este mundo para redimir essa criação dos resultados do pecado. A obra de Cristo, portanto, não é apenas salvar certos indivíduos, nem mesmo salvar uma incontável multidão de pessoas compradas por sangue. A obra total de Cristo não é nada menos do que redimir toda esta criação dos efeitos do pecado. Este propósito não será realizado até que Deus tenha instaurado a nova terra, até que o Paraíso Perdido tenha-se tornado o Paraíso Recuperado. Precisamos de uma compreensão clara da doutrina da nova terra, portanto,   para   ver   o   programa   redentor   de  Deus   em   suas   dimensões  cósmicas.  Precisamos perceber que Deus não estará satisfeito até que todo o universo tenha sido purificado de todos os resultados da queda do homem(Anthony A. Hoekema, A Nova Terra).
I. O HOMEM FOI CRIADO PARA SER MORDOMO DE DEUS

1. O mordomo da Terra. Deus chamou o homem para ser o mordomo (gr. oikonomos) da Criação. Pela fé, entendemos que ela é obra de Deus, e não o resultado de um processo evolutivo “planejado” pelo acaso. Não há lógica em dizer que um sistema tão complexo como o da Criação tenha sido fruto de algo aleatório. A Bíblia afirma que Deus criou o Universo, fazendo-o surgir a partir de sua palavra (Hb 11.3). Por isso, o Criador é digno de receber toda a glória, toda a honra e todo o poder pela obra de suas mãos (Ap 4.11). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 12, 22 Setembro, 2019]
O escritor da Carta aos Hebreus afirma que todos os cristãos verdadeiros, tanto do presente como do passado, entendem que o universo físico, bem corno seu funcionamento e administração, foi formado “pela palavra de Deus, de maneira que o visível veio a existir das coisas que não aparecem” (Hb 11.3). O conceito envolvido no verbo ‘formado’ é o de equipar algo para que possa estar preparado para cumprir o seu propósito. A função do homem é de mordomo e não de proprietário “… deste-lhe domínio sobre as obras da tua mão e sob seus pés tudo lhe puseste: ovelhas e bois, tudo, e também os animais do campo; as aves do céu, e os peixes do mar, e tudo o que percorre as sendas dos mares” (Sl 8.3-9).
2. A terra habitável. Deus fez a Terra para que os seres humanos a habitassem. O homem foi autorizado por Deus a desfrutar da plenitude da Terra, e para desta sustentar-se, conforme diz a Bíblia: “Porque assim diz o Senhor que tem criado os céus, o Deus que formou a terra e a fez; ele a estabeleceu, não a criou vazia, mas a formou para que fosse habitada: Eu sou o Senhor, e não há outro” (Is 45.18). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 12, 22 Setembro, 2019]
Devemos levar em conta que a Terra é o centro da atividade divina tanto da criação quanto dos planos divinos para a humanidade, e que o Universo foi criado de forma inteligente para favorecer a vida na Terra. Se a lua fosse um pouco maior do que é, sua atração gravitacional causaria alterações nos movimentos das marés de tal forma que a Terra teria seriíssimos problemas. Caso a Terra estivesse mais próxima do sol, o calor excessivo impossibilitaria a vida no planeta. Portanto, podemos crer que uma mente sábia coordenou todos esses fatores para que pudéssemos estar aqui, e a Bíblia nos diz que Deus é que mantém todas as coisas no seu lugar (Hb 1.3). Ele não apenas criou, mas também zela pela segurança da criação. Deus primeiramente se preocupou em desenvolver um ambiente adequado para que vivêssemos, para depois nos criar. Por isso, Ele começou originando a luz e separando-a das trevas. Depois Deus fez os céus e separou-os das águas, e a seguir fez surgir a terra seca ordenando que as águas se concentrassem em um lugar separado. Da terra Deus fez surgir plantas, depois criou o sol e a lua. Criou os répteis, peixes e aves, os animais terrestres e o homem. Como bom planejador, Deus organizou antes o ambiente em que os seres vivos seriam colocados, para depois formá-los. Essa ordem na criação é descrita na Bíblia em Gênesis, o livro dos começos”. (Lições Bíblicas CPAD – Jovens. 1º Trimestre de 2015 - Título: Eu Creio — Revelando ao mundo suas convicções cristãs. Comentarista: Alexandre Claudino Coelho; Lição 7: Eu creio no Criacionismo, Data: 15 de Fevereiro de 2015).
SUBSÍDIO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO
Faça uma pesquisa sobre os rios, lagos ou lagoas próximos de sua localidade. Procure conhecer como eles eram há 20, 30 ou 50 anos, e como são hoje. Munido dessas informações, faça uma reflexão com os alunos a partir de sua pesquisa. Inicie a aula perguntando como era os rios da redondeza na época dos pais e avós deles. Leve-os a refletir sobre o que levou aos rios de ontem estarem poluídos hoje. Mostre que, à luz da Bíblia, e da lição estudada, essa não é a vontade de Deus. Afirme que é possível um país se desenvolver, e ao mesmo o tempo, preservar seus recursos naturais.

II. DEUS CONCEDEU A TERRA AOS HOMENS

1. A Terra é do Senhor (Sl 24.1). As Escrituras declaram que a Terra é de Deus, e que Ele a confiou aos homens (Sl 115.16; cf. Dt 10.14). O que o Criador espera de nós é o zelo, o cuidado e a sabedoria para exercer a nossa mordomia sobre a Terra. Nesse sentido, espera-se que os crentes, em Jesus, sejam o exemplo na relação com o meio ambiente. Não podemos contaminar os recursos naturais; precisamos evitar os desperdícios e o uso irracional da água. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 12, 22 Setembro, 2019]
Deus é o dono de tudo e não nos passou escritura do que lhe pertence:
●  Gn 14:22 – Abraão disse para o rei de Sodoma que o “Deus altíssimo possui os céus e a terra”.
●  Dt 10:14 – “Eis que os céus e os céus dos céus são do Senhor, teu Deus, a terra e tudo o que nela há”.
●  Salmo 24:1 – “Ao Senhor pertence a terra e tudo o que nela se contém, o mundo e os que nele habitam”. Os animais são de Deus (Sl 50:10-12), a terra é de Deus (Lv 25:23), a prata e o ouro são de Deus (Ag 2:8), o que a terra produz é de Deus (Os 2:8); até mesmo os bens que administramos e empregamos na obra de Deus é de Deus (1 Cr 29:13-16).
●  Sempre que granjeamos, administramos e gastamos os recursos como se eles fossem nossos, não observando que pertencem a Deus, tornamo-nos mordomos infiéis. (Êx 19.5; Dt 10.14; Sl 50.12; 89.11; ICo 3.21,23.).
2. A natureza — uma dádiva da graça de Deus. A natureza é um presente de Deus ao ser humano, pois é Ele “quem dá a todos a vida, a respiração e todas as coisas” (At 17.25). Por meio dela, Deus nos garante o ar, a água, o sol, a chuva, a germinação das plantas, o fruto e os alimentos necessários à nossa subsistência. Sem a natureza, não haveria vida. Tudo isso são dádivas naturais, fruto da graça de Deus, conforme nos revela o Evangelho: “porque faz que o seu sol se levante sobre maus e bons e a chuva desça sobre justos e injustos” (Mt 5.45). Por isso, quando fizermos alguma refeição, agradeçamos a bondade de Deus, e reconheçamos a sua provisão (Sl 65.8-13). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 12, 22 Setembro, 2019]
Quando entendemos que a natureza pertence ao Senhor, passamos a ter um profundo senso de dependência (1 Pe 4.10; 2Tm 2.21). Nenhum mordomo poderá desempenhar o seu sublime papel sem total dependência de Deus, sem o poder do Espírito Santo. A doutrina da providência alcança ímpios e remidos: Deus dá a chuva e o sol a todos. Ele dá saúde ao salvo e incrédulo. As bênçãos da graça comum, ele as distribui a todos. Nos dá vida, respiração, saúde, proteção, alimento, paladar, livramento.
3. A missão de governar a Terra. Deus governa o cosmos. Assim como todos os planetas, estrelas e outros corpos celestes, a Terra pertence a Deus. Primeiramente, por direito de criação. Diz o Gênesis: “No princípio criou Deus o céu e a terra” (Gn 1.1). Em segundo lugar, por direito de preservação. Deus preserva todos os aspectos da natureza: “Envias o teu Espírito, e são criados, e assim renovas a face da terra” (Sl 104.30; 65.9-13). Portanto, cuidemos com zelo do ambiente natural (Gn 1.26). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 12, 22 Setembro, 2019]
O mandamento de governar distinguiu o homem do restante da criação viva e definiu o seu relacionamento como sendo superior ao restante da criação (SI 8.6-8). Notemos que no relato da Criação, homem e mulher compartilham de modo igual a imagem de Deus e juntos exercem domínio sobre a criação. A ordem “sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a...” o homem encheria a terra e cuidaria do funcionamento da mesma. "Sujeitai-a" não sugere condição destruidora e desregrada para com a criação porque o próprio Deus a declarou "boa". Pelo contrário, o verbo trata da administração produtiva da terra e seus habitantes para produzir riquezas e cumprir os propósitos de Deus.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO

“Ao refletir sobre o momento em que o propósito de Deus para a criação será cumprido, Paulo escreve: “Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada” (Rm 8.18). Paulo, então, revela que toda a criação está gemendo, em ardente expectativa por esse momento (8.19-22). Assim também os crentes, apesar das bênçãos que têm recebido. Eles igualmente gemem, esperando a redenção do corpo (8.23-25). Nesse ínterim, porém, ‘sabemos que todas as coisas contribuem para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados por seu decreto’ (Rm 8.28). O fato de possuírem os seres humanos a capacidade de amar a Deus pressupõe que a humanidade foi dotada com o livre-arbítrio na criação. Posto que a totalidade da criação aponta para o propósito salvífico de Deus, é de esperar que haja neste propósito provisão suficiente para toda a humanidade, inclusive uma chamada universal à salvação. Os propósitos salvíficos de Deus também resultaram na criação de uma criatura com livre-arbítrio” (HORTON, Stanley M. (Ed.). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, p.229).

III. O HOMEM E SUA RELAÇÃO COM A TERRA

1. A Terra antes do homem. O livro de Gênesis assim descreve a situação do reino vegetal, no Éden, antes da criação do homem: “Toda planta do campo ainda não estava na terra, e toda erva do campo ainda não brotava; porque ainda o SENHOR Deus não tinha feito chover sobre a terra, e não havia homem para lavrar a terra. Um vapor, porém, subia da terra e regava toda a face da terra” (Gn 2.5,6). O ser humano, por conseguinte, era, e continua a ser, indispensável ao cultivo, à guarda e à preservação do planeta. Essa é a nossa missão. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 12, 22 Setembro, 2019]
Interessante notar que a ordem da natureza antes da queda é descrita em Gn 2.6 como perfeita e equilibrada. Uma neblina fluía, indicando que água brotava de sob o solo como fontes e se espalhava sobre toda a terra em ciclos ininterruptos de água. Após a queda, a chuva tornou-se o principal meio de regar a terra e deu lugar a enchentes e estiagens que originalmente não existiam. As chuvas também permitiram que Deus exercesse juízo por meio de enchentes e estiagens. O primeiro desastre ambiental causado pelo homem aconteceu na queda, e desde então a terra geme (Rm 8.22). “Não é novidade para ninguém a situação de risco que corre o planeta terra. Todas as previsões científicas apontam para catástrofes e cataclismos iminentes e não só isso, já se fala em falta de água potável em dez anos, além de grande fome mundial em razão das mudanças climáticas. A situação é tão alarmante que a ONU, em parceria com vários governos, inaugurou desde 2008 um abrigo subterrâneo denominado o “cofre do fim do mundo”, que já começou a armazenar sementes de todas as espécies de plantas com valor alimentício, na tentativa de salvar parte da humanidade e reconstruir a terra.(SOMBRADOONIPOTENTE). Essa história começou quando o primeiro casal cometeu o pecado da desobediência, eles receberam de Deus o castigo devido por seu pecado, mas por causa do homem, a terra também foi castigada. O homem regenerado precisa reverter sua condição de ‘deteriorador’ para administrador dos bens divinos, cientes de que um dia prestarão contas ao Senhor.
2. A Terra depois da criação do homem. O segundo capítulo de Gênesis narra a formação do homem e a sua vocação para ser o mordomo do jardim (Gn 2.7,8). Nesse tempo, a ecologia era perfeita. Deus plantou um jardim para colocar o homem nele. Isso só ocorreu depois que o ambiente natural já estava pronto para ser habitado. Muitas foram as árvores que brotaram, inclusive “a árvore da vida, no meio do jardim, e a árvore da ciência do bem e do mal” (Gn 2.9). Após a disposição dos ecossistemas, o Criador entregou ao homem a sua grande missão: “E tomou o Senhor Deus o homem, e o pôs no jardim do Éden para o lavrar e o guardar” (Gn 2.15). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 12, 22 Setembro, 2019]
Os babilônios chamavam a terra coberta de vegetação verde-escura da qual brotava água de edunu-, hoje, o termo "oásis" descreve um lugar desse tipo. Este era um jardim esplêndido, um paraíso jamais visto no mundo, onde Deus comungava com os seres humanos por ele criados à sua imagem. A exata localização do Éden é desconhecida; se a expressão "direção do Oriente" foi usada levando em conta onde Moisés estava quando escreveu, então o jardim podia estar na área da Babilônia, no vale mesopotâmico.” (Bíblia de Estudo McArthur, 2010 Sociedade Bíblica do Brasil. Nota Textual Gn 2.8, pág 20). Foi sobre esta Criação que o homem foi posto por dominador. Deus tem poder soberano sobre Sua criação e tem delegado à humanidade certa autoridade para dominar (Gn 1.26). Davi reforça essa verdade: "Deste-lhe domínio sobre as obras da tua mão e sob seus pés tudo lhe puseste" (Sl 8.6). Fomos colocados em um papel superior para exercer controle sobre a terra e sua flora e fauna. A humanidade foi criada como o governante deste mundo. Tudo mais foi subjugado a ela.
3. A Terra depois da Queda. O homem desobedeceu a ordem divina, e comeu do fruto proibido. Por causa dessa desobediência, Deus exerceu severo juízo sobre ele e sobre a natureza. Diz o Gênesis: “E a Adão disse: Porquanto deste ouvidos à voz de tua mulher e comeste da árvore de que te ordenei, dizendo: Não comerás dela, maldita é a terra por causa de ti; com dor comerás dela todos os dias da tua vida” (Gn 3.17). Dessa forma, toda a ecologia do planeta foi prejudicada pela ação pecaminosa do homem (Rm 8.20,21). Por causa dele, o ambiente natural tornou-se hostil à sobrevivência humana. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 12, 22 Setembro, 2019]
O homem desconsiderou a voz de Deus e isto foi a razão para a maldição da terra. A mulher pecou porque agiu independentemente do seu marido, desprezando a liderança, o conselho e a proteção dele. O homem pecou porque abandonou a sua liderança e cedeu aos desejos de sua esposa. Em ambos os casos, as funções tencionadas por Deus foram invertidas. Por causa do pecado do ser humano, Deus amaldiçoou não somente a terra, mas todo o universo físico (Gn 3.17-19), e agora, nenhuma parte da criação cumpre totalmente o propósito original de Deus.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO

“Ao refletir sobre o momento em que o propósito de Deus para a criação será cumprido, Paulo escreve: “Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada” (Rm 8.18). Paulo, então, revela que toda a criação está gemendo, em ardente expectativa por esse momento (8.19-22). Assim também os crentes, apesar das bênçãos que têm recebido. Eles igualmente gemem, esperando a redenção do corpo (8.23-25). Nesse ínterim, porém, ‘sabemos que todas as coisas contribuem para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados por seu decreto’ (Rm 8.28). O fato de possuírem os seres humanos a capacidade de amar a Deus pressupõe que a humanidade foi dotada com o livre-arbítrio na criação.
Posto que a totalidade da criação aponta para o propósito salvífico de Deus, é de esperar que haja neste propósito provisão suficiente para toda a humanidade, inclusive uma chamada universal à salvação. Os propósitos salvíficos de Deus também resultaram na criação de uma criatura com livre-arbítrio” (HORTON, Stanley M. (Ed.). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, p.229).

IV. A MORDOMIA DO MEIO AMBIENTE

1. A falha do homem na mordomia da Terra. Você já ouviu falar em “desenvolvimento sustentável”? É a missão de prover o desenvolvimento econômico e tecnológico sem esgotar os recursos naturais do planeta. Essa não é uma tarefa fácil, pois o interesse pelas riquezas naturais tem levado o homem a não se preocupar com a conservação do meio ambiente (1Tm 6.10). O objetivo do chamado desenvolvimento sustentável, além de garantir a preservação ambiental, é assegurar uma condição digna de vida às gerações futuras. Na maioria dos países, a exemplo do Brasil, as cidades em geral são ambientes poluidores, dominados por estruturas corruptas, imoralidade e violência sem controle. Nesse sentido, as palavras de Jó são reveladoras: “Desde as cidades gemem os homens, e a alma dos feridos exclama, e contudo Deus lho não imputa como loucura” (Jó 24.12). Em resumo, os processos de urbanização e industrialização se tornaram símbolos de poluição e degradação do meio-ambiente. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 12, 22 Setembro, 2019]
A Terra agoniza pela ação do homem; o aquecimento global, a extinção dos animais e o fim dos recursos naturais são demonstração do poder do pecado e do egoísmo humano. Como já dito acima, essa destruição começou com a queda, e certamente vai persistir até que, toda a criação seja regenerada. Mas, enquanto cristãos, temos nossa responsabilidade.
2. A degradação da Terra. O adversário de nossa alma, Satanás, tem atuado contra o ser humano na Terra (Jó 2.1,2). Ele provoca tragédias espirituais, morais e físicas contra o homem. Assim, movido por sentimento de ganância e avidez, ou por não procurar fazer o uso correto dos recursos naturais, o homem deteriorou o meio ambiente e causou grandes desastres ambientais. Quantos rios que, outrora limpos e cheios de peixes, são agora poluídos e impróprios à saúde? [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 12, 22 Setembro, 2019]
As Escrituras afirmam que Deus é Soberano, então não há espaço para ‘outro’. É bom dizer que é Deus quem possui o controle sobre todas as coisas, inclusive o clima (Jó 2.1,2). Satanás não tem controle sobre desastres naturais, tendo apenas o poder que Deus finalmente permite (2Ts 2.6-11). Note que no caso de Jó, Satanás recebeu permissão de Deus para atormentar Jó (Jó 1.16,18-19). Então, se o fogo do céu e o tornado foram de alguma forma causados por Satanás, eles ainda estavam sob o controle final de Deus para os Seus propósitos. É Deus, não Satanás, que controla o tempo (Êx 9.29; Jó 37.11-12, 16; Sl 18.14; 77.16-19;135.6-7, Jr 10.13; 51.16; Mc 4.35-41; Hb 1.3). O Cristão não pode se esquecer que muitos problemas do descontrole climático e também sociais, são causas de uma mentalidade psicopatológica, obsessiva e gananciosa do homem. Antes de crescer é preciso discutir o que o desenvolvimentismo causou, sobretudo no Brasil. É necessária uma avaliação da ação da igreja, das políticas e da sociedade em geral diante da ânsia do crescimento moderno. Erramos muito até aqui e não podemos continuar com essas aberrações comportamentais, muito menos nos omitir. (ULTIMATO).
3. A restauração da Terra. A Palavra de Deus declara que “a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua vontade, mas por causa do que a sujeitou, na esperança de que também a mesma criatura será libertada da servidão da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus” (Rm 8.20,21). Agora, a criação encontra-se sujeita à degradação, aguardando o dia da sua redenção. O Senhor nosso Deus prometeu, um dia, restaurar plenamente o nosso planeta (Is 55). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 12, 22 Setembro, 2019]
A Bíblia nos assegura que Deus criará uma nova terra na qual viveremos para seu louvor em corpos ressurretos e glorificados. Nessa nova terra, portanto, é que esperamos passar a eternidade, desfrutando de suas belezas, explorando seus recursos e utilizando seus tesouros para a glória de Deus. Uma vez que Deus fará nova terra seu lugar de habitação, e uma vez que o céu é onde Deus habita, estaremos então continuando no céu enquanto estivermos na nova terra. Pois os céus e a terra não mais serão separados como o são agora, mas serão um (Ap 21.1-3).

SUBSÍDIO TEOLÓGICO

“A descrição da Nova Jerusalém demonstra que Deus tem para nós um lugar melhor do que o Jardim do Éden, com todas as bênçãos do Éden intensificadas. Deus é tão bom! Ele sempre nos restaura a algo melhor do que aquilo que perdemos. Desfrutamos da comunhão com Ele agora, mas o futuro reserva-nos a ‘comunhão intensificada com o Pai, o Filho e o Espírito Santo e com todos os santos’. A vida na Nova Jerusalém será emocionante. Nosso Deus infinito nunca ficará sem novas alegrias e bênçãos para oferecer aos redimidos” (HORTON, Stanley M. (Ed.). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, p.645).

CONCLUSÃO

Antes da Queda, o ambiente natural era perfeito, sem alterações climáticas, sem catástrofes ou fenômenos que ameaçassem a vida humana. No entanto, depois da desobediência do homem à voz de Deus, tudo mudou. Houve um prejuízo imenso tanto para o homem quanto para a Terra. O pecado transtornou a natureza. Mas há promessa de Deus para a restauração da Terra. Isso ocorrerá quando o Senhor Jesus implantar pessoalmente o Reino Milenial neste mundo. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 12, 22 Setembro, 2019]
Finalizando, é importante frisar toda questão ambiental e nossa responsabilidade em tentar mudar a situação, no entanto, sabemos que a natureza geme aguardando a sua regeneração. É ainda mais importante frisarmos que as Escrituras frequentemente falam dos novos céus e terra como o lar final do povo de Deus e o simples fato de que ele é um lar é suficiente para torná-lo desejável para nós, pois enquanto estivermos neste mundo, somos peregrinos e estrangeiros. Aqui não temos nenhum lar, nenhuma pátria ou cidade que possamos chamar nossa (Hb 11.8-10, 13-16). Que coisa grandiosa será finalmente chegarmos ao lar, após uma longa e dolorosa peregrinação, sabendo que nosso Pai, nosso Irmão Mais Velho, e toda a nossa família estarão ali, e que jamais teremos que partir.
Francisco Barbosa
Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br