sexta-feira, 31 de julho de 2020

LIÇÃO 5: ZOROBABEL RECOMEÇA A CONSTRUÇÃO DO TEMPLO

 

COMENTÁRIO E SUBSÍDIOS

   INTRODUÇÃO

Nesta lição, estudaremos como Deus, depois de a construção do Templo ter ficado parada por 15 anos, enviou socorro através do ministério de dois profetas, Ageu e Zacarias. [Lições Bíblicas, 02 agosto, 2020]

Na lição anterior vimos como houve uma certa acomodação do povo judeu em prosseguir com a construção do templo uma vez que Deus havia despertado a Ciro e este havia permitido e dado as condições necessárias para que a obra acontecesse. Agora com a perda de 15 anos o Senhor os exorta através dos seus profetas Ageu e Zacarias, e desta forma o povo agora é despertado para concluir aquela tão grande obra. Convém lembrar que as perseguições persistiram, mas agora o povo estava despertado para fazer aquela grande obra e prosseguiram até concluí-la.

   I. DEUS SUSCITA OS PROFETAS AGEU E ZACARIAS

1. Deus levantou dois profetas. Primeiro veio Ageu (Ag 1.1), e depois levantou-se Zacarias (Zc 4.1,6). Não vieram atendendo convite de líderes de Jerusalém, mas o Deus dos céus os enviou. Chegaram de surpresa em Jerusalém, e ali entraram em contato com os dois líderes, e também com o povo judeu (Ed 5.1). Vejamos: Ageu é o primeiro a aparecer sob o personagem de um mensageiro especial do céu, quando a palavra de Deus tinha sido preciosa por muito tempo (como quando a profecia começou, 1 Samuel 3.1) e não tinha havido nenhuma visão notável. No reinado de Dario Histaspe, o terceiro dos reis persas, no segundo ano de seu reinado, este profeta foi enviado; e a palavra do Senhor veio até ele, e veio por ele aos principais homens entre os judeus, que são aqui citados, v. 1. O governador chefe: 1. No estado; este era Zorobabel, filho de Sealtiel, da casa de Davi, que era o comandante e chefe dos judeus, no retorno deles do cativeiro. 2. Na igreja; e este era Josué, filho de Jozadaque, que era agora sumo sacerdote. Eles eram grandes homens e bons homens; no entanto, precisaram ser movidos para as suas obrigações quando ficaram descuidados. O povo deveria ser informado sobre as falhas que estava cometendo, para que pudesse usar o seu poder e interesse para o seu conserto. Os profetas, que eram mensageiros extraordinários, não passaram a colocar de lado as instituições comuns da magistratura e do ministério, mas tentaram tornar ambas mais eficazes para os fins para os quais elas foram criadas, pois ambas deveriam ser apoiadas. Cerca de um mês depois da segunda profecia de Ageu, Deus suscita Zacarias, um profeta mais jovem, para ajudar Ageu a encorajar o povo a concluir a reedificação do templo. Os seis primeiros capítulos incluem uma série de oito visões noturnas concedidas ao profeta Zacarias durante os dois primeiros anos da obra. As visões incitam o povo a examinar suas ações à luz do plano divino, que consistia em trazer-lhe a restauração espiritual no futuro. Tanto a primeira quanto a segunda vinda de Cristo são focalizadas nestas profecias.  

a. ZOROBABEL, o líder político, recebeu uma mensagem pessoal. Deus, conhecedor da insuficiência espiritual de Zorobabel, e sabendo que este não tinha mais nenhum vigor para tentar modificar a situação imposta pelos inimigos, deu-lhe uma maravilhosa mensagem de encorajamento. A mensagem de Deus veio sob a forma de uma visão que Zacarias havia recebido. Deus lhe mostrara um castiçal com sete lâmpadas, símbolo da obra de Deus. O óleo que as lâmpadas precisavam tinha que fluir através de canos ligados a um vaso de azeite que ficava acima. O vaso de azeite, por sua vez, estava em contato com duas oliveiras (Zc 4.1-4,13). E o recado de Deus para Zorobabel foi: “Não por força, e nem por violência, mas pelo meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos” (Zc 4.6). As dificuldades, que pareciam “montes grandes” diante de Zorobabel, seriam como uma campina, uma planície (Zc 4.7). Deus ainda garantiu a Zorobabel que as mãos dele acabariam a construção do templo (Zc 4.9). – O  anjo faz o profeta saber, de um modo geral, que esta visão tinha o propósito de ilustrar uma palavra que o Senhor tinha a dizer a Zorobabel, para incentivá-lo a continuar com a edificação do templo: ele precisava saber que era um trabalhador junto com Deus nesta obra, e que era uma obra que Deus reconheceria e coroaria. 1. Deus executará e completará esta obra, assim como havia começado o livramento deles da Babilônia, não por força externa, mas por operações secretas e influências internas sobre a mente dos homens. Isto diz Aquele que é o Senhor dos Exércitos, e poderia fazer isto vi et armis – pela força, tendo legiões às suas ordens; mas Ele o fará, não pela força nem pela violência humana, mas pelo Seu próprio Espírito. Aquilo que é feito pelo seu Espírito é feito, de certo modo, por força e por violência, mas se coloca em oposição à força visível. Israel foi tirado do Egito, e introduzido em Canaã, por força e por violência; nestas duas obras maravilhosas uma grande mortandade foi feita. Mas eles foram tirados da Babilônia, e introduzidos em Canaã pela segunda vez, pelo Espírito do Senhor dos Exércitos operando sobre o espírito de Ciro, e induzindo-o a proclamar a liberdade a eles, e operando sobre o espírito dos cativos, e induzindo-os a aceitar a liberdade que lhes foi oferecida. 2. Todas as dificuldades e oposições que ficarem no caminho serão superadas e removidas, até mesmo aquelas que parecerem insuperáveis (v. 7): Quem és tu, ó monte grande? Diante de Zorobabel, serás uma campina.

bJOSUÉ, o sumo sacerdote e líder espiritual do povo, recebeu também uma mensagem pessoal. Observamos, na lição passada, que ele estava com vestidos sujos. A mensagem de Deus para ele foi de perdão e de restauração. Deus lhe disse que havia feito passar dele toda a sua iniquidade, e que havia ordenado que fosse vestido de vestes novas (Zc 3.4), e que se pusesse sobre a sua cabeça uma mitra limpa (Zc 3.4,5). – Havia um Josué que foi um agente principal no primeiro estabelecimento de Israel em Canaã; aqui está um outro, que tem o mesmo nome, muito ativo no segundo estabelecimento deles ali depois do cativeiro; Jesus é o mesmo nome, e significa Salvador; e eles eram ambos figuras Daquele que havia de vir, o nosso Capitão em Chefe, e o nosso Sumo Sacerdote. Josué é acusado como um criminoso, mas é justificado. 1. Uma violenta oposição é feita contra ele. Satanás está à sua mão direita para se lhe opor, para que seja um Satanás para ele, um adversário da lei. Ele está à sua mão direita, como o perseguidor, ou testemunha, à mão direita do prisioneiro. Note que o diabo é o acusador dos irmãos, que os acusa diante de Deus de dia e de noite, Apocalipse 12.10. Alguns pensam que o principal dos sacerdotes foi acusado pelo pecado de muitos dos sacerdotes inferiores, ao se casarem com esposas estranhas, do qual eles eram muito culpados depois do seu retorno do cativeiro, Esdras 9.1,2; Neemias 13.28. Quando Deus está prestes a restabelecer o sacerdócio, Satanás se opõe aos pecados que foram encontrados entre os sacerdotes, considerando-os indignos da honra que lhes é destinada. E pela nossa própria loucura que damos a Satanás alguma vantagem contra nós e lhe provemos de motivos para repreensão e acusação; e se qualquer coisa estiver errada, especialmente com os sacerdotes, Satanás terá a certeza de que poderá agravar a situação e torná-la a pior possível. Ele se apresentou para resistir a Josué, isto é, se opor ao serviço que o homem de Deus estava fazendo para o bem público. Ele estava à sua mão direita, a mão da ação, para desanimá-lo, e levantar dificuldades em seu caminho. 2. Uma defesa vitoriosa é feita em favor dele (v. 2): Mas o Senhor (isto é, o Senhor Jesus Cristo) disse a Satanás: O Senhor te repreende. Observe que é a felicidade dos santos o fato do Juiz ser amigo deles; o mesmo a quem eles são acusados é o seu Protetor e Defensor, e um Advogado para eles; e Ele os resgatará com toda a certeza. Satanás é aqui repreendido por alguém que tem autoridade, que o derrotou, e que muitas vezes o calou. O acusador dos irmãos, dos ministros e do ministério, é expulso; as suas acusações são anuladas, e as suas sugestões contra eles bem como as suas sugestões a eles, se mostram maliciosas, frívolas e opressivas. O Senhor te repreende, ó Satanás! O Senhor disse (isto é, o Senhor nosso Redentor), O Senhor te repreende, isto é, o Senhor, o Criador. O poder de Deus é utilizado para fazer a graça de Cristo eficaz.

c. O POVO recebeu também uma mensagem de Deus. O profeta Ageu mostrou ao povo que os prejuízos materiais, que haviam sofrido, eram consequência da omissão frente ao dever que tinham com a Casa do Senhor (Ag 1.6,9). Ageu falou-lhes do prejuízo que sofre o homem que busca somente a sua prosperidade material, e deixa a casa de Deus deserta (Ag 1.4). O profeta deu ao povo uma ordem estimulante: “Subi o monte, e trazei madeira, e edificai a casa; e dela me agradarei, e eu serei glorificado” (Ag 1.8). - O profeta Ageu, logo no primeiro capítulo apresenta: (I): Uma reprovação do povo judeu por causa do seu adiamento e preguiça na edificação do templo, o que havia provocado a Deus a contender com eles através do juízo da fome e da escassez, com uma exortação a retomarem à boa obra e a executarem-na de forma resoluta, vv 1-11. (II): O bom sucesso deste sermão, aparecendo no retorno do povo e na forte aplicação a esta obra, em que o profeta, em nome de Deus, os animou e os incentivou, assegurando-lhes de que Deus estava com eles, vv. 12-15. Qual foi o pecado dos judeus nesta época, v. 2. Assim que eles saíram do cativeiro, levantaram um altar para os sacrifícios e, dentro de um ano mais tarde, puseram os alicerces de um templo, Esdras 3.10. Eles então pareciam muito animados com isso, e era bastante provável que a obra fosse terminada rapidamente; mas, sendo intimados com uma proibição algum tempo depois pela corte persa, e recebendo a ordem de não continuarem a obra, eles não só cederam à força, mas também se colocaram sob ela. Isto poderia servir como desculpa; mas depois disso, quando a violência da oposição tinha diminuído, eles continuaram muito indiferentes à situação, não tinham ânimo nem coragem para retomar a obra, mas pareciam felizes por terem um pretexto para deixá-la parada. Embora aqueles que são empregados por Deus possam ser afastados da sua obra por uma tempestade, eles devem voltar a ela assim que a tempestade passe. Estes judeus não fizeram isto, mas continuaram perdendo tempo até serem lembrados novamente do seu dever. E o que eles sugeriam uns aos outros era: Não veio ainda o tempo, o tempo em que a Casa do Senhor deva ser edificada; isto é: (1): “Não chegou o nosso tempo para que isto seja feito, porque ainda não nos recuperamos depois do nosso cativeiro; as nossas perdas não foram restauradas, nem ainda tivemos sucesso antes disso no mundo. E uma tarefa grande demais para iniciantes no mundo, como somos; vamos primeiro levantar as nossas próprias casas, antes de falarmos de edificar igrejas, e nesse meio tempo que um altar simples nos sirva, como serviu ao nosso pai Abraão.” Eles não disseram que não iriam edificar um templo, mas, “Ainda não; tudo a seu tempo.” Note que muitas obras são postas de lado e são adiadas, assim como Félix adiou o cuidado com as suas convicções até uma época mais conveniente. Eles não dizem que nunca irão se arrepender, e se corrigir, e ser religiosos, mas: “Ainda não.” E assim o grande negócio que fomos enviados ao mundo para fazer não é realizado, sob o pretexto de que tudo será feito a seu tempo. (2): “Não chegou o tempo de Deus para que isto seja feito; porque (dizem eles) a restrição colocada sobre nós pela autoridade de maneira lícita, não está anulada; portanto, não devemos agir, embora haja uma conivência atual da autoridade.” Observe que há em nós uma tendência de interpretarmos mal os desestímulos providenciais em nosso dever, como se eles significassem uma dispensa da nossa obrigação, quando eles têm apenas o objetivo de testar e exercitar a nossa coragem e a nossa fé. E ruim negligenciarmos o nosso dever; mas pior ainda é citarmos a Providência como uma defesa das nossas negligências.

2. O resultado da mensagem dos profetas. O poder de Deus se manifestou através da mensagem destes homens de Deus. Assim, os dois líderes criaram coragem; e o povo, também, foi renovado pelo impacto da mensagem. Então Zorobabel ordenou que todos imediatamente voltassem à construção, “e começaram a edificar a casa” (Ed 5.2). Os profetas de Deus ficaram com eles, ajudando os líderes do povo na direção do trabalho.

Quando os inimigos vieram a eles perguntando quem havia dado ordem para edificar a casa, responderam que a ordem havia sido dada pelo próprio rei Ciro. Os olhos do Senhor estavam sobre o seu povo e sobre a reconstrução do Templo, e os inimigos não puderam impedir a obra até que fosse dado conhecimento dos fatos ao rei Dario, que agora reinava sobre todo o Império Persa (Ed 5.5). O rei Dario mandou que os seus escrivães verificassem o referido édito de Ciro e se ele havia dado ordem para a construção da Casa do Senhor em Jerusalém. Feita a verificação nos registos dos éditos dos reis da Pérsia, foi encontrada a ordem dada por Ciro, e, assim, o rei Dario confirmou a permissão para a reconstrução do templo. – A interrupção da reconstrução do templo não se devia somente à oposição aos judeus por parte dos vizinhos do Norte; deveu-se também (conforme lemos em Ag 1) aos judeus estarem construindo casas luxuosas para si mesmos. Deus os puniu por essa atitude materialista, castigando a sua terra com seca e fome. O profeta Ageu (v. 1) chamou a atenção dos judeus para esse aspecto, e o resultado foi o reinicio da reconstrução do templo (v. 2). O reinicio da reconstrução do templo certamente enfureceu os vizinhos que os judeus tinham ao norte, e foram provavelmente esses que induziram Tatenai (que era governador de toda a satrapia persa a oeste do Eufrates) a questionar os judeus acerca da autoridade com que estavam agindo (v. 3). Assim, Tatenai e o seu séquito vieram a Jerusalém com esse propósito. É provável que o líder dos judeus, Zorobabel, tenha ficado apavorado com esse desenvolvimento, temendo que isso fosse interromper definitivamente a reconstrução do templo. Mas o profeta Zacarias lhe assegurou que essa grande montanha viria ao chão e que, tão certo quanto o fato de que Zorobabel tinha lançado os alicerces do templo, assim também o conduziria à conclusão (Zc 4.7-9). A decisão de Tatenai, após ouvir as declarações dos líderes judeus, foi assegurar-se com o rei Dario, a quem prestava contas, se de fato se poderia encontrar um registro dando conta de que Ciro autorizara a reconstrução do templo, como os judeus estavam afirmando, e se o próprio Dario estava disposto a ratificar isso. Assim, Tatenai colocou os fatos que os judeus lhe haviam relatado em uma carta endereçada a Dario (v. 7ss), acrescentando: Agora, se for do agrado do rei, que se faça uma pesquisa nos arquivos reais da Babilônia para verificar se o rei Ciro de fato emitiu um decreto ordenando a reconstrução da casa de Deus em Jerusalém. Aguardamos do rei a decisão sobre o assunto (v. 17).  A atitude de Tatenai em relação aos judeus era bem amigável, e ele provavelmente suspeitou que as acusações que fora chamado a investigar eram infundadas. Portanto, ele permitiu aos judeus que continuassem a reconstrução enquanto a averiguação era feita com o rei Dario (v. 5).

3. O impulso espiritual dado pelos profetas continuou dominando os construtores até à conclusão da construção. Os profetas Ageu e Zacarias continuavam dando a sua cooperação. “Prosperando pela profecia do profeta Ageu e de Zacarias, filho de Ido; e edificaram a casa e a aperfeiçoaram conforme o mandado do Deus de Israel, e conforme o mandado de Ciro, e de Dario, e de Artaxerxes, rei da Pérsia” (Ed 6.14).

“E acabou-se esta casa” (Ed 6.15). Que grande bênção! O despertamento dado por Deus ao rei Ciro propagou-se e agora, com a ajuda dos profetas, foi renovado e levado a resultado glorioso. Toda honra e glória sejam somente ao Senhor! – Assim, as queixas dos vizinhos do Norte que visavam atrapalhar os judeus na reconstrução do seu templo, acabaram, por fim, sendo uma grande ajuda para o projeto dos judeus. Além disso, foram ajudados significativamente pelo ministério dos profetas Ageu e Zacarias (v. 14). Como resultado o templo foi concluído no terceiro dia do mês de adar, no sexto ano do reinado do rei Dario (v. 15), em 516 a.C., quatro anos depois de terem reiniciado a reconstrução. Diz o v. 14 que eles terminaram a reconstrução do templo conforme a ordem do Deus de Israel e os decretos de Ciro, de Dario e de Artaxerxes, reis da Pérsia. A inclusão do nome Artaxerxes aqui pode ter ocorrido porque mais tarde, como registrado em 7.21-23 Artaxerxes fez uma contribuição para o embelezamento do templo. Na consagração do templo recém-reconstruído, foram oferecidos touros, cordeiros e carneiros no altar (v. 17), exatamente como quando o templo de Salomão fora dedicado a Deus (l Rs 8.63), embora a oferta agora fosse bem menor, pois a com unidade era menos abastada do que a anterior. Foi elaborada uma escala de tarefas e serviços para os sacerdotes e levitas (v. 18).

SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO

“O reinício e conclusão da construção do Templo só foi possível graças aos ministérios proféticos de Ageu e Zacarias. Suas profecias incluíram:

(1) Ordens diretas de Deus (Ag 1.8);

(2) Advertências e repreensão (Ag 1.9-11);

(3) Exortação (Ag 2.4); e

(4) Alento mediante a promessa de bênçãos futuras. A Palavra de Deus através de Jeremias pusera em marcha o início da reconstrução do templo; da mesma foram, agora, a Palavra do Senhor através de Ageu e Zacarias impulsionava a conclusão da obra (Ed 6.14)” (Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, p. 716)”.

  II. O MINISTÉRIO PROFÉTICO, UMA PROVA DA MANIFESTAÇÃO DE DEUS

Uma inesperada operação sobrenatural, por parte de Deus, solucionou o grave problema da reconstrução do templo.

1. Manifestações sobrenaturais no Antigo Testamento. Há muitos exemplos no Antigo Testamento. Vamos mencionar apenas dois:

a. MOISÉS, o grande líder que Deus levantou para libertar seu povo da escravidão do Egito, recebeu de Deus um preparo sobrenatural, o que lhe deu muita autoridade espiritual. Com a sua vara fazia grandes maravilhas (Êx 4.17). – Moisés, criado na coorte egípcia, educado em toda ciência do Egito, depois de quarenta anos no deserto como pastor, não se vê capacitado para atender ao chamado, e tenta se eximir dando algumas desculpas – ‘Quem sou eu...?’ A primeira resposta foi uma objeção de Moisés ao chamado divino, uma expressão de inadequação para uma missão tão séria. A resposta de Deus ‘Eu serei contigo’ foi uma promessa feita também aos patriarcas Abraão, Isaque e Jacó, e deveria ter sido suficiente para acalmar os temores e os sentimentos de inadequação de todos os agentes escolhidos para a tarefa. Notemos ainda, que Deus ao chamar Moisés, apesar de todas as desculpas desse para fugir da tarefa, garantiu-lhe o sucesso da missão, quando afirmou: ‘servireis a Deus neste monte’ (Êx 3.12). Essa promessa divina apontava para o sucesso futuro na missão, sugerindo que Israel não seria libertado simplesmente da escravidão e opressão, mas resgatado para cultuar a Deus (At 7.7).

b. ELIAS, o profeta de Deus, foi revestido de autoridade sobrenatural, para ajudar Israel, que havia sido levado à idolatria pelas suas lideranças políticas, em particular pelo ímpio Acabe, rei de Israel nos dias de Elias. Pôde, assim, realizar grandes milagres: fez com que não chovesse sobre a terra por três anos e meio, além de outros. O ponto alto de seu ministério foi o confronto com os profetas de Baal no monte Carmelo. Nesta ocasião, a manifestação sobrenatural do poder de Deus fez o povo clamar: “Só o Senhor é Deus!” (1 Rs 18.39). Elias significa “o Senhor é Deus”. O ministério do profeta Elias correspondia ao seu nome. Ele foi enviado por Deus para enfrentar Baal, o principal deus da religião dos cananeus. Ele era o deus da tempestade que fornecia a chuva necessária para a fertilidade da terra. O culto a Baal estava bem disseminado entre os cananeus, com muitas manifestações localizadas sob vários outros títulos; os de Tiro o chamavam de Baal Melqart. O culto a Baal havia se infiltrado em Israel muito antes dos dias de Acabe (Jz 2.11,13; 3.7; 10.6,10; 1Sm 12.10). Entretanto, Acabe lhe deu sanção oficial em Samaria mediante a construção de um templo dedicado a essa divindade (2Rs 3.2). Assim como Davi havia conquistado Jerusalém e seu filho Salomão construído um templo para o Senhor naquele lugar, do mesmo modo Onri estabeleceu Samaria e seu filho Acabe construiu um templo para Baal nesse lugar. Elias foi divinamente capacitado para eliminar o baalinismo e para declarar a Israel que o Senhor era Deus e que não havia-outro. O ponto alto do ministério de Elias foi o embate com os profetas de Baal, no entanto, antes desse embate, teve um momento chave quando o profeta foi enviado a Sarepta, cidade no litoral do Mediterrâneo, para viver nesse lugar, num território hostil, controlado pelo sogro de Acabe, Etbaal. Desse modo, ele mostrou o poder de Deus na própria região onde o impotente Baal era adorado, assim como proveu milagrosamente para a viúva durante a fome.

2. Manifestações sobrenaturais no Novo Testamento. Quando o Espírito foi derramado em sua plenitude, os dons espirituais começaram a entrar em ação, e passaram a ser a própria preparação divina para o ministério (1 Co 12.4-6). Os apóstolos eram revestidos desses dons, meio divino para a conversão de muitas almas. O apóstolo Paulo, enriquecido por Deus com muitos dons, escreveu para o evangelista Timóteo, representante da segunda geração, uma mensagem de exortação: “Não desprezes o dom que há em ti” (1 Tm 4.14). Pouco antes de ser martirizado, Paulo voltou a escrever a Timóteo: “Despertes o dom de Deus, que existe em ti […]” (2 Tm 1.6).

Paulo recomenda: “Procurai com zelo os melhores dons” (1 Co 12.31) e “Procurai com zelo os dons espirituais, mas principalmente o de profetizar” (1 Co 14.1). – É interessante notar que as manifestações sobrenaturais no Novo testamento não se iniciam apenas depois do Pentecostes, mas é evidenciado desde as primeiras páginas. O comentarista optou pelo episódio ocorrido em Atos 2 e que deu origem à Igreja. No Novo Testamento, a habilidade de realizar milagres estava limitada aos apóstolos e seus companheiros próximos, como por exemplo, Filipe em At 8.13. Isso produzia admiração e respeito pelo poder divino. É importante lembrar que a plenitude do Espírito afeta todas as áreas da vida, não apenas o testemunho ousado por meio de palavras (Ef 5.19-33). “Há três sinais que mostram a ação sobrenatural do Espírito Santo por ocasião de sua descida no dia de Pentecostes: o som como de um vento (At 2.2), a visão das línguas repartidas como que de fogo (2.3) e o falar em línguas (2.4). Os dois primeiros sinais jamais se repetirão, pois foram manifestações exclusivas que tiveram como objetivo anunciar a chegada do Espírito Santo. Alguém tão importante quanto o Filho, cuja encarnação e nascimento em Belém, ainda que extraordinários, porque o Verbo se fez carne (Lc 2.9-11; Jo 1.4), não tiveram sinais semelhantes. Além de marcar a chegada do Espírito Santo, no dia de Pentecostes, as manifestações sobrenaturais também inauguraram a Igreja. Assim, o som soava como vento, mas não era vento, e da mesma forma a visão não era fogo, mas lembrava o fogo de Deus (Êx 3.2; 1Rs 18.38). Foi um acontecimento singular, algo que ocorreu uma única vez.” (Lição 10, As Manifestações do Espírito Santo 3º Trimestre de 2017 - Título: A Razão da Nossa Fé: Assim Cremos, assim Vivemos Comentarista: Pr. Pres. Esequias Soares). – Os dons espirituais são manifestações do poder de Deus que nos capacitam a continuar a missão de Cristo no mundo e as demonstrações desse poder na vida da Igreja (At 1.8). A Igreja não se sustenta sozinha, por isso o Senhor Jesus enviou o Espírito Santo (Jo 14.16-18). Há pelo menos três listas desses dons (Rm 12.6-8; 1Co 12.8-10,28-30), embora não seja correto fixarmos os dons apenas a estas listas, pois não existe uma descrição exaustiva deles no Novo Testamento. É importante lembrar, ainda, que em 1Co 12.4, os dons ali referidos não são talentos, perícias ou habilidades naturais que tanto os cristãos quanto os incrédulos possuem. Eles são, de maneira soberana e sobrenatural, concedidos pelo Espírito Santo a todos os cristãos (1Co 12.7,11) visando capacitá-los a edificar espiritualmente uns aos outros de modo efetivo e, assim, honrar ao Senhor.

SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO

“Profecia

No Antigo Testamento, um oráculo profético ou mensagem a ser transmitida ao povo era entendida como um ‘peso’ (em hebraico massa) sobre a alma do profeta até que ele pudesse pronunciá-lo (Pv 30.1 e 31.1, cf. Is 13.1; Hc 1.1: Zc 9.1). Também foi usada a palavra n’bu’a, relacionada com nabi, ‘profeta’ (2 Cr 9.29; 15.8; Ed 6.14; Ne 6.7). O termo no Novo Testamento é a palavra grega propheteia, que pode se referir-se a um atividade profética ou a ‘profetizar’ (Ap 11.6), ao dom de profecia ou a profetizar (Rm 12.6; 1 Co 12.10), e a declarações proféticas (Mt 13.14; 1 Ts 5.20).

Os profetas foram os primeiros de todos os prenunciadores e porta-voz de Deus. Moisés, o maior de todos os profetas deveria receber a palavra diretamente de Deus e transmiti-la a Arão, que era seu porta-voz. Como Moisés deveria ser o ‘deus’ do Faraó, o ministério de Arão demonstra perfeitamente o ministério do porta-voz. Todos aqueles que agem na função de proclamar a Palavra de Deus são seus porta-vozes. É nesse sentido que o crente no Novo Testamento pode profetizar, quando está diretamente habilitado pelo Espírito Santo” (Dicionário Bíblico Wycliffe. 7. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p. 1599).

  III. O MINISTÉRIO DE PROFETA À LUZ DA BÍBLIA

O profeta exerce a função ministerial, determinada por Deus. “Ninguém toma para si esta honra, senão o que é chamado por Deus” (Hb 5.4).

1. O profeta na dispensação do Antigo Testamento. O profeta, além de transmitir a mensagem de Deus para o povo, era consultado pelo povo acerca de assuntos espirituais e até mesmo acerca de assuntos materiais. Exemplos:

a. Em Ezequiel 20.2, os anciãos vieram a Ezequiel para que este consultasse o Senhor por eles; Deus, por meio de Ezequiel, lhes respondeu que por causa das suas abominações eles não receberiam respostas.

b. Em 1 Samuel 9.6,7, o profeta Samuel foi consultado acerca das jumentas do pai de Saul que se haviam perdido.

c. Em 1 Reis 14.2,3 está registrada uma consulta sobre um doente, se ele levantaria ou não, e o profeta respondeu da parte de Deus (1 Rs 14.4-7).

d. Moisés transmitia aos anciões o que Deus lhe falava (Êx 19.7,8).

Vemos que no Antigo Testamento o profeta era uma espécie de mediador entre Deus e o povo. - “A Bíblia retrata o profeta como alguém que era aceito nas câmaras do conselho divino, onde Deus 'revela o seu segredo' (Am 3.7). O texto hebraico de 1 Samuel 9.15 retrata Deus 'revelando aos ouvidos' do profeta. Pelo processo da inspiração divina, Deus revelava o que estava oculto (2 Sm 7.27), de forma que o profeta percebia o que o Senhor dissera (Jr 23.18). Esta comunhão com DEUS era essencial para que a verdade de Deus fosse revelada pelo processo de inspiração profética. A Palavra do Senhor era comunicada ao profeta e mediada ao povo pelo Espírito Santo - com uma convicção poderosa e precisão exata” (LA.HAYE, Tim. Enciclopédia Popular de profecia Bíblica. l.ed. Rio de janeiro: CPAD, 2008, p.383). “A pessoa se tornava profeta ao perceber que Deus estava falando com ela e precisava então transmitir a mensagem recebida. A consciência disso se manifestava de várias maneiras e a mensagem era transmitida conforme a personalidade única do profeta Jeremias diz simplesmente que a mão do Senhor o tocou e palavras foram postas em sua boca (Jr 1.9). Outros profetas tiveram visões e sonhos (1 Sm 28.6,15; Zc 1.8). Algumas vezes a mensagem profética era dada recapitulando a visão (ls 6), outras vezes contando parábolas ou histórias (ls 5.1-7), repetindo um oráculo (2 Rs 13.14-19; Ez 4.1-3), ou escrevendo (ls 30.8). [...] Grupos de profetas trabalhavam nos centros de adoração (1 Sm 10.5) e se associavam então com os sacerdotes e levitas (2 Rs 23.2). Em vista de conhecerem os abusos do sistema de sacrifícios e compreenderem que a vida moral dos adoradores não correspondia ao cerimonial, eles tendiam a atacar esse. Fizeram o que Jesus fez mais tarde com a samaritana, quando afirmou que a verdadeira adoração aceitável a Deus é 'em espírito e em verdade')” (GOWER, Ralph. Uso e Costumes dos Tempos Bíblicos. 1. ed. Rio de janeiro: CPAD, 2002, pp.367,368). “Aparentemente, homens que desejavam ser profetas se reuniam para aprender os caminhos de Deus e para ser treinados em questões teológicas. Sem dúvida, eles buscaram a deus e foram ungidos com o Espírito Santo como em outros períodos. Ao longo das épocas, certos homens tiveram fome de Deus e se inclinaram espiritualmente para o Senhor. Houve assembleias como esta desde os dias de Samuel (vv 1 Sm 19.20, 24; 10.5-12; 1Rs 18.4, 13). Aqueles que se reuniram nos dias de Elias e de Eliseu foram chamados de filhos dos profetas (1Rs 20.35, 41; 2Rs 2.2-7, 15)”. (Estudos Temáticos, Bíblia Dake, CPAD, p. 529).

2. O profeta na dispensação do Novo Testamento. Entre os dons espirituais está o dom de profetizar (1 Co 12.10). Estaria entre as consequências do derramamento do Espírito Santo que aconteceria nos últimos dias (At 2.17).

Ter alguém o dom de profecia não significa que seja profeta. O termo profeta designa quem tem o ministério de profeta. Este ministério de profeta é um ministério da Palavra, para o qual o ministro recebeu de Deus uma preparação especial do Espírito profético. Lemos em Atos 21.8,9 que Filipe tinha quatro filhas que profetizavam, e que depois de alguns dias veio à sua casa UM PROFETA, Ágabo (At 21.10). Existe, porém, uma diferença importante entre o ministério de profeta no Antigo e no Novo Testamento. No Antigo os profetas eram consultados pelo povo, e transmitiam-lhe a resposta de Deus. Mas a Bíblia diz: “A Lei e os Profetas duraram até João, e desde então é anunciado o Reino de Deus” (Lc 16.16). No Pacto, na Nova Aliança, temos Jesus como o ÚNICO MEDIADOR (1 Tm 2.5). É importante notar que no Novo Testamento não há um único exemplo de alguém consultando um profeta. No Novo Pacto todos temos acesso a Deus por Jesus Cristo (Ef 2.18). Jesus é o único mediador (1 Tm 2.5). É, portanto, um erro doutrinário quando alguém, que possui o dom de profecia, procura usá-lo para responder a consultas de qualquer natureza, como casamento, viagens, compra de imóveis, etc. Fica neste caso falando sozinho, porque Deus diz: “NÃO MANDEI OS PROFETAS; TODAVIA, ELES FORAM CORRENDO, NÃO LHES FALEI A ELES; TODAVIA, ELES PROFETIZARAM” (Jr 23.21).

É fundamental que os obreiros ensinem à igreja acerca do uso correto dos dons, inclusive o de profecia. – Inicialmente, uma breve explicação de Lc 16.16: ‘até João’; O ministério de João Batista marcou o ponto de mudança da história da redenção. Antes disso, as grandes verdades de Cristo e seu reino estavam veladas nos tipos e sombras da lei, bem como prometidas nos escritos dos profetas (1Pe 1.10-12). Mas João Batista apresentou o próprio Rei (Mt 11.11). Os fariseus, que se consideravam especialistas na lei e nos profetas, desprezaram a importância daquele para quem a lei e os profetas apontavam. João era maior do que os profetas do Antigo Testamento porque ele de fato viu com seus olhos e participou pessoalmente do cumprimento do que eles haviam apenas profetizado (1Pe 1.10-11). Contudo, depois da cruz, todos os crentes são ainda maiores, porque participam do pleno entendimento e experimentam algo que João simplesmente anteviu de modo vago: a verdadeira obra expiatória de Cristo. “Trata-se aqui de João Batista. Cristo declara que João não era uma cana agitada pelo vento. Referia-se Jesus ao caráter justo de João e ao fato de ser ele um pregador que não transigia com o erro. O pensamento dos fariseus era que uma observância rígida da Lei fosse o caminho para a justiça e não perceberam que o fim da Lei era o Messias. João surge com uma mensagem nova: arrependimento e fé eram os meios para ingressar no Reino. ‘...emprega força...’ ‘Jesus declara o avanço do Reino de Deus como o resultado de duas coisas: pregação e esforço. Ele mostra que o Evangelho do Reino deve ser proclamado com paixão espiritual’ [...]”. (Bíblia de Estudo Plenitude, SBB, p.1052). – Para se conhecer as coisas de Deus são necessários dois elementos: Uma revelação de Deus pelo Espírito Santo e uma resposta espiritual adequada pelo homem. A fonte de inspiração profética na Nova Aliança é a mesma do Antigo Pacto: O Espírito Santo. No dizer de Paulo, ‘Deus no-las revelou pelo seu Espírito’. “E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores.” (Ef 4.11). Este versículo alista os dons de ministério (isto é, líderes espirituais dotados de dons) que Cristo deu à igreja. Paulo declara que Ele deu esses dons para preparar o povo de Deus ao trabalho cristão (4.12) e para o crescimento e desenvolvimento espirituais do corpo de Cristo, segundo o plano de Deus (4.13-16). Pedro afirma a divina origem e autoridade das profecias da Escritura: ‘Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo’. Tal qual o valente Pedro, todos os crentes devem, de modo semelhante, manter um conceito firme e final da inspiração e autoridade das Sagradas Escrituras. - Dito isto, é necessário, ainda, esclarecer que o dom de profecia é para todos: "Todos podereis profetizar" (1Co 14.31), no entanto, o ministério profético não: "São todos profetas?" (1Co 12.29). – O saudoso Pr Antônio Gilberto esclarece: “ministério profético é exercido através de um ministro dado por Deus à Igreja. O dom de profecia é uma capacitação sobrenatural do Espírito Santo concedida a uma pessoa do povo para transmitir a mensagem divina. No ministério profético, Deus usa principalmente a mente do profeta; no dom de profecia, Deus usa principalmente o aparelho fonador da pessoa.

O profeta é um pregador especial, com mensagem especial. Sua mensagem apela à consciência da pessoa em relação a Deus, a si própria, ao pecado e à santidade. Vemos isso nos profetas do Antigo Testamento. É só conferirmos as mensagens dos livros proféticos. No Novo Testamento, podemos ver isso em profetas como Silas (At 15.32) e Ágabo (At 21.10). O profeta de Deus é também um intercessor diante de Deus pelos homens, pela obra etc (Gn 20.7). O forte do profeta de Deus é expor os padrões da justiça divina para o povo. Ele é um arauto da santidade de Deus. Com autoridade e unção divinas, está sempre a condenar o pecado (Is 58.1). Seu espírito ferve com isso e ele geme por isso, pois para isso foi chamado. A Igreja precisa muito desse ministério para os dias atuais. - A Palavra de Deus sai da boca do profeta como flechas de fogo divino! João 5.35 diz de João Batista, o profeta: "Ele era a candeia que ardia". O profeta de Deus faz o homem carnal estremecer, parar e considerar o seu mau caminho. – A profecia, como estamos tratando aqui, é uma mensagem sobrenaturalmente inspirada ou revelada da parte de Deus. A mensagem profética vem do Espírito Santo através da fé (Rm 12.6). Portanto, o ministério profético é um ministério de fé. - Duas curiosidades sobre os profetas de Deus na Bíblia: dois deles no Novo Testamento eram também apóstolos: Barnabé e Saulo (At 13.1); e há um alerta de Deus para o povo a respeito deles: "Não toqueis nos meus ungidos, e não maltrateis os meus profetas", Sl 105.15. - Nos tempos bíblicos havia falsos profetas: "E veio a mim a Palavra do Senhor, dizendo: Filho do homem, profetiza contra os profetas de Israel que são profetizadores, e dize aos que só profetizam o que vê o seu coração: Ouvi a Palavra do Senhor: Assim diz o Senhor Jeová: Ai dos profetas loucos, que seguem o seu próprio espírito e coisas que não viram", Ez 13.1-3. Como naqueles tempos, ainda há falsos profetas” (Os dons ministeriais (3ª Parte), Pr Antonio Gilberto – CPADNews

SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO

“1. Proclamação direta. O profeta proclamava, em linguagem direta e simples, a mensagem que Deus lhe havia dado. Ela era comunicada ‘boca a boca’, como no caso de Moisés, ou através de uma visão ou sonho. Mas a mensagem sempre lhe era concedida através de uma inspiração divina direta, para que os profetas continuassem a escrever ‘Assim diz o Senhor’.

2. Linguagem figurada. Como regra geral, as profecias do Antigo Testamento são claras e diretas, embora algumas certamente sejam propositadamente figuradas. As principais. As principais razões seriam:

(a) Para transmitir de modo mais efetivo e expressivo algum fato ou verdade (cf. Is 66.12,13; Am 9.13), e (b) para revelar o conhecimento de eventos futuros, de tal forma que não pudesse ser imaginado pelo descrente, por um lado, e, por outro, para que só pudesse ser entendido pelo crente depois de um estudo cuidadoso. Deus não lança pérolas aos porcos.

Entretanto, geralmente as figuras de retóricas são prontamente entendidas quando examinadas sob o contexto da cultura do Antigo Testamento” (Dicionário Bíblico Wycliffe. 7. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, pp. 1600-01).

REFERÊNCIAS

BARBOSA, Francisco. Especial Lição 5: Zorobabel recomeça a construção do templo. Disponível em: https://auxilioebd.blogspot.com. Acesso em 30.07.2020

BRUCE, F. F. Comentário Bíblico NVI: Antigo e Novo Testamento - Esdras. p. 673, São Paulo: Vida, 2009.

HENRY, Matthew. Comentário Bíblico Antigo Testamento: Isaias a Malaquias. Rio de Janeiro: CPAD, 2010.

LIÇÕES BÍBLICAS. Edição Especial Jovens e Adultos, 3º Trimestre 2020 - Lição 5. Rio de Janeiro: CPAD, 02 Agosto, 2020.

STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1997.

 


sexta-feira, 24 de julho de 2020

LIÇÃO 4: A CONSTRUÇÃO DO TEMPLO ENFRENTOU OPOSIÇÃO




COMENTÁRIO E SUBSÍDIO II

   INTRODUÇÃO

O altar havia sido restaurado, a Festa dos Tabernáculos celebrada, e o holocausto contínuo estava sendo oferecido cada dia, conforme o rito (Ed 3.2,4). A vida espiritual dos judeus que haviam retornado do cativeiro seguia o que estava prescrito na Lei de Moisés. Somente esperavam o momento de iniciar a reedificação do Templo. [Lições Bíblicas, 26 Julho, 2020] A expectativa era grande, pois eles precisavam de um lugar para adoração. É chegado o momento para o início dessa grande obra que, sem eles saberem, seria impedida por aqueles que sempre se opõem à obra de Deus. Convém salientar que muitos que se opõem às vezes estão entre os verdadeiros adoradores, porém não têm um coração puro e reto diante de Deus. Com certeza sempre existirão pessoas com essa postura para atrapalhar o bom andamento da obra do Senhor. No entanto, Deus espera de cada um de nós que tenhamos ânimo e coragem para enfrentarmos os adversários e prosseguirmos cumprindo com a sua ordem.

   I. OS ALICERCES DO TEMPLO SÃO LANÇADOS

Depois que os materiais para a construção do Templo chegaram, segundo a concessão feita pelo rei Ciro da Pérsia, Zorobabel e os que haviam voltado do cativeiro lançaram os alicerces do templo (Ed 3.8). Todos apresentavam muita animação para o trabalho.

1. O lançamento dos alicerces foi celebrado com uma solenidade. “[…] Os sacerdotes, já paramentados e com trombetas, e os levitas, filhos de Asafe, com saltérios, para louvarem ao SENHOR, conforme a instituição de Davi, rei de Israel” (Ed 3.10).

Todos os que assistiram o lançamento dos alicerces expressaram seus sentimentos com tão grande júbilo, que as suas vozes se ouviam de mui longe (Ed 3.12,13). [Lições Bíblicas, 26 Julho, 2020] A maior prioridade dos israelitas ao voltarem a Jerusalém, foi reconstruir o templo e assim restaurar a adoração contínua ao Senhor. Os anos que passaram no cativeiro os ensinara que Deus não os protegeria, nem ajudaria, a menos que o colocassem em primeiro lugar nas suas vidas. Agora, diante daquela solenidade, o versículo 12 diz que muitos choraram e outros jubilavam. Embora a Lei de Deus ensinasse que a adoração deve ser metódica, não a limitava a padrões e fórmulas rígidas. Alguns que tinham visto a glória do templo de Salomão, irromperam em lágrimas, por certo aliviados pelo fim da vergonha da sua destruição. Outros irromperam em brados de alegria. A adoração ao Senhor deve ser flexível o suficiente para permitir a espontaneidade do adorador. Deus nos fez todos diferentes. É de se esperar que haja variedade de expressão quando o povo de deus rende-se ao Espírito Santo.

2. A reedificação do Templo. A reedificação do templo foi resultado do despertamento que veio através de Ciro, rei da Pérsia (Ed 1.1,2). Convém lembrar que o despertamento pentecostal, que chegou ao Brasil em 1911, trouxe consigo uma verdadeira renovação da doutrina da Igreja de Deus, que pode ser simbolizada pelo templo de Deus (1 Co 3.16). A Igreja de Deus é um MISTÉRIO (Ef 5.32), que não pode ser compreendido pelo homem natural (1 Co 2.14). [Lições Bíblicas, 26 Julho, 2020] A maneira de Deus trabalhar é de forma espetacular, ou seja, não tem explicação. Ciro, mesmo sendo um rei pagão, mas foi despertado pelo Senhor para liberar o seu povo e recursos para a construção do templo. Quando olhamos para a nossa história, vemos Deus, da mesma forma despertando, não um ímpio, mas dois homens ungidos pelo seu Espírito para uma grande obra em nossa nação. Mesmo em meio a tantas perseguições, eles conseguiram implantar nesta terra brasileira o Evangelho que é o poder de Deus para salvação de todo o que crer.

a. O Espírito Santo quer salientar que JESUS em pessoa quer edificar a sua Igreja (Mt 16.18), e Ele o faz conforme a Palavra de Deus. [Lições Bíblicas, 26 Julho, 2020] Mediante este texto fica explícito que Jesus não veio fundar mais uma religião. Ele veio para edificar a sua Igreja. Esta seria alicerçada em sua Palavra, alicerce esse tão forte que nem mesmo toda a coorte demoníaca é capaz de destruir, pois “portas do inferno” representam Satanás e a totalidade do mal no mundo, lutando para destruir a igreja de Jesus Cristo. A rocha sobre a qual Jesus construiria a sua Igreja seria o próprio Senhor Jesus Cristo que efetuou sua obra de salvação morrendo por nós na cruz.

b. O Espírito Santo quer gerar um sentimento de reverência pela igreja do Senhor, que é a morada de Deus (Ef 2.22). Veja também: Êxodo 3.5; Salmos 89.7; Eclesiastes 5.1. [Lições Bíblicas, 26 Julho, 2020] Todos os crentes e igrejas serão verdadeiros somente à medida em que cultuarem ao Senhor com toda reverência reconhecendo a sua santidade como diz Salomão em Eclesiastes; para se manter em adoração na casa de Deus, faz-se necessário também aceitar o ensino e revelação originais dos apóstolos a respeito do evangelho, conforme o NT registra e, procurar manter-se fiéis a eles. Rejeitar o ensino dos apóstolos é rejeitar o próprio Senhor. Não somente crer na mensagem apostólica, mas também defendê-la e guardá-la contra todas as distorções ou alterações.

c. O Espírito Santo quer adestrar a Igreja porque ela é o instrumento da ação de Deus aqui na terra (Ef 3.10). Deus tem um trabalho para cada servo seu na grande obra de evangelização do mundo (Mc 13.34) [Lições Bíblicas, 26 Julho, 2020] Paulo deseja que pela Igreja a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida até pelos principados e pelas potestades nos céus. Esses “principados e potestades” podem referir-se aos anjos bons. Eles contemplam a multiforme sabedoria de Deus, à medida que Ele a demonstra através da Igreja (1 Pe 1.10-12). Podem também referir-se aos poderes dominantes das trevas na esfera espiritual aos quais o “eterno propósito de Deus” está sendo conhecido, através da proclamação da salvação pela igreja e do seu conflito espiritual com Satanás e suas hostes.

SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO

Não foi antes da primavera, o segundo mês (abril/maio) do segundo ano da sua volta, que os judeus, sob o comando de Zorobabel, começaram a tarefa de reconstruir o Templo. Nesse ínterim, houve muita coisa a ser feita. Era necessário contratar pedreiros carpinteiros; as pedras deveriam ser cortadas e a madeira obtida nas colinas do Líbano. Esta era a mesma fonte da qual Salomão obteve a matéria-prima para o primeiro Templo (2 Cr 2,8,9). Parte do dinheiro necessário para isto conseguiu-se graças á concessão que lhes tinha feito Ciro, rei da Pérsia. Devido à santidade da tarefa, os Levitas foram designados para supervisionar os trabalhadores. Jesua, ou Josué, era o sumo sacerdote (cf. 2.2; 3.2; Zc 3.1-10). Com a colocação das últimas pedras do alicerce, realizou-se uma elaborada cerimônia. Os sacerdotes e os levitas, vestidos adequadamente, tocaram suas trombetas e seus címbalos, e os corais entoaram em duas vozes o Salmo 136. E o povo jubilou com grande júbilo, louvando ao Senhor pelo que Ele tinha ajudado a realizar” (Comentário Bíblico Beacon. Vol. 2. Rio de Janeiro: CPAD, 2014, p. 493).

  II. OS SAMARITANOS OPÕEM-SE À CONSTRUÇÃO DO TEMPLO

1. Entre os moradores da terra estavam os samaritanos. Quando Nabucodonosor Levou o reino de Judá cativo para Babilônia, os samaritanos passaram a morar na terra. Estes eram descendentes de uma mistura de gente que o rei da Assíria tinha deslocado para as cidades da Samaria, depois de ele ter levado as dez tribos do Reino do Norte em cativeiro para a Assíria (2 Rs 17.23). Eram pagãos que haviam sido ensinados acerca do Deus de Israel. Assim, os samaritanos continuavam servindo a seus deuses, mas também temiam o Senhor (2 Rs 17.23-33). [Lições Bíblicas, 26 Julho, 2020] – Os que são chamados inimigos de Judá e de Benjamim e a gente da região ((Ed 4. 1, 4) eram os descendentes de povos que, depois de os assírios terem derrotado o Reino do Norte de Israel e levado para o exílio a maioria da população masculina, tinham sido importados para a área da Palestina ao norte da Judéia e contraído casamentos mistos com os que haviam permanecido (como descrito em 2Rs 17.24). Houve uma sucessão de tais importações, uma delas feita por Esar-Hadom (v. 2; também mencionada em 2Rs 19.39, e que reinou na Assíria entre 681 - 669 a.C.), e outra por Assurbanipal (v. 10), (669 - 627 a.C.). A comunidade assim formada adorava a Javé (v. 2), mas era caracterizada por crenças e práticas que não se harmonizavam com isso. Mais tarde, tornaram-se conhecidos como os “samaritanos”.

2. Os samaritanos tentam frustrar a construção do Templo (Ed 4.4,5). A maldade dos samaritanos levou-os a enviar uma carta ao rei da Pérsia contendo acusações mentirosas contra os judeus (Ed 4.12,13). O rei que recebeu aquela carta não conhecia bem o assunto, e mandou parar a obra (Ed 4.21). [Lições Bíblicas, 26 Julho, 2020] – Os samaritanos pediram aos líderes dos judeus que lhes permitissem cooperar na reconstrução do templo de Jerusalém (v. 2), afirmando que não havia diferenças essenciais entre as respectivas práticas religiosas. Mas os líderes dos judeus rejeitaram o seu pedido (v. 3), sem dúvida porque consideravam que esses seus vizinhos estavam completamente enganados em relação às suas práticas religiosas (2 Rs 17.32-34) e que permitir essa cooperação conduziria à contaminação da fé dos judeus. Os vizinhos do Norte ficaram indignados com essa recusa e realizaram uma campanha de oposição aos judeus que fez estes abandonarem por um período a obra de reconstrução do templo (v. 4,5).

SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO

“Ao ouvir que Jerusalém era reconstruída e o Templo restaurado, os samaritanos e outros povos das redondezas perturbaram-se. Eles temiam que, se permitisse que os judeus se estabelecessem em Jerusalém, representariam uma ameaça à sua segurança e ao seu poder. Traiçoeiramente, pediram a Zorobabel e Jesua que deixassem que eles ajudassem a reconstruir o Templo, alegando que eles, como os judeus, adoravam o Deus verdadeiro. Quando foram rejeitados, como naturalmente devem ter suposto que seriam eles imediatamente começaram a atrapalhar os judeus de todas as formas possíveis. Alugaram contra eles conselheiros e aparentemente deram uma impressão enganosa sobre os judeus ao rei da Pérsia. Em todo caso, os trabalhos de construção foram interrompidos e não foram reiniciados até quinze anos mais tarde, durante a reinado de Dario.

Muitos estudiosos pensam que a interrupção dos trabalhos de reconstrução do Templo é um simples exemplo de falta de fé por parte daqueles que estavam encarregados da obra. Eles tiveram a autorização de Ciro, a autoridade e a bênção de Deus no início do empreendimento. Eles, como Neemias, deveriam ter continuado firmes no trabalho apesar da oposição, e Deus certamente teria tornado possível a conclusão do trabalho, conforme haviam planejado. Com base em Ageu 1.4, parece que durante esse período de estagnação os judeus se voltaram para a construção e a decoração de suas próprias casas” (Comentário Bíblico Beacon. Vol. 2. Rio de Janeiro: CPAD, 2014, p. 494).

  III. COMO SE EXPLICA A FALTA DE RESISTÊNCIA DOS JUDEUS?

1. Os judeus deveriam ter ido ao rei da Pérsia para assegurar a construção. Uma ordem dada por uma autoridade superior não pode ser invalidada por uma autoridade inferior. A ordem de construir o Templo tinha sido dada pelo Deus do céu, através do rei Ciro, a maior autoridade da época, que assinara o decreto da construção do Templo. [Lições Bíblicas, 26 Julho, 2020]De fato houve uma acomodação ou, porque não dizer, falta de fé por parte das autoridades que estavam em Jerusalém em reivindicar o seu direito junto ao rei, uma vez que tinham autorização para fazer aquela obra. Entretanto Artaxerxes I autorizou a  Reum e Sinsai a ordenarem o seguinte aos judeus: que parem a obra, para que essa cidade não seja reconstruída (v. 21); mas ele acrescentou uma frase condicional: enquanto eu não mandar, o que significava que ele poderia, mais tarde, revogar sua decisão. E, de fato, mais tarde, ele revogou sua decisão, quando, no vigésimo ano do seu reinado, autorizou Neemias a organizar a reconstrução dos muros da cidade (N e 2). Portanto essa ordem deveria ter sido revogada logo no início, mas preferiram deixar o inimigo se exaltar com a obra parada durante 16 anos.

2. Os judeus deveriam ter recorrido a Deus. Toda história dos judeus é rica de exemplos de como Deus ajudou seu povo em tempos difíceis. A própria vinda dos judeus para Jerusalém era uma clara demonstração de que Deus estava neste negócio. [Lições Bíblicas, 26 Julho, 2020] Se Artaxerxes I, se negasse a cumprir o decreto de Ciro, os judeus agora poderiam clamar ao Senhor e com toda a certeza Ele responderia. Talvez haja uma dúvida: não deveriam buscar o Senhor primeiro para depois ir ao rei? É bom lembrar que Deus já havia determinado aquela obra através de Ciro, o que estava faltando era a ação do povo. Desta forma podemos reafirmar o que sempre dizemos nas nossas pregações: Aquilo que podemos fazer, Deus deixa para nós realizar, agora o impossível Ele faz. Nos exemplos abaixo vamos ver que, quando tudo parecia perdido os judeus clamavam ao Senhor e a resposta era certa. Não era preciso multidões, ou um grande exército, mas simplesmente confiar no Senhor!

Vejamos alguns exemplos da história dos judeus, quando foram ajudados pelo Senhor:

a. Nos dias do rei Ezequias, Judá foi cercado pelo exército do rei da Assíria que ameaçava fazer com Judá o que já havia feito com o reino de Israel: levá-los em cativeiro. Nesta hora de perigo, o rei Ezequias buscou o Senhor e foi ouvido, pois um anjo feriu o arraial dos assírios, destruindo cento e oitenta e cinco mil soldados (2 Rs 19.30; 2 Cr 32.21 22). [Lições Bíblicas, 26 Julho, 2020]

b. Nos dias do rei Jeosafá, ameaçados pelos amonitas e pelos moabitas, os habitantes de Judá foram convocados pelo rei para pedirem socorro ao Senhor. Ver o texto em 2 Crônicas 20.1-24. Deus guerreou por eles, e sem terem que lutar, os inimigos foram desbaratados.

Os muitos exemplos da ajuda de Deus no passado deveriam ter inspirado os líderes do povo à resistência a esta maldade dos inimigos dos judeus. [Lições Bíblicas, 26 Julho, 2020] – As histórias acima são muito conhecidas desses episódios quando houve a intervenção do Senhor a favor do seu povo. No 1º episódio [de EZEQUIAS] o rei assírio se gloriava por já ter levado cativo o reino do sul (Israel) mostrando em suas palavras que assim como Deus abandonou a Israel, assim também abandonaria a Judá, mas isso dizia ele desfazendo do poder do Senhor, esquecendo que Deus permitiu esse episódio por Israel não cumprir com a aliança feita anteriormente e desta forma exaltava os seus deuses! Ezequias, assim como muitos crentes às vezes enfrenta aflições e provações, mas sendo temente e fiel a Deus, diante das ameaças de Senaqueribe recebeu a palavra de garantia da fé: Não temais. Aquele que está conosco é tão grandioso que pode aniquilar tudo que o inimigo venha lançar contra nós (2 Cr 32.7; 1 Jo 4.4). O desfecho desta história de confiança em meio a esta terrível crise foi a vitória do povo de Deus, pois depositou nele a sua confiança. No 2º episódio [de Josafá] Diante da maior crise da sua vida, Josafá enfrentou de modo exemplar uma circunstância que parecia insuportável. Começou a buscar ao Senhor em jejum, reuniu outras pessoas para orar, confessou sua própria incapacidade, obedeceu ao Espírito Santo, confiou totalmente no Senhor e na sua palavra e rendeu graças ao Senhor. A palavra que foi enviada da parte do Senhor foi: Não temais, nem vos assusteis [...]. Nesta peleja não tereis que pelejar, parai, estai em pé e vede a salvação do Senhor para convosco [...]. Observem que nos dois episódios não foi preciso puxar a espada, nem usar lança ou se proteger com escudos, simplesmente obedeceram a Deus e os seus inimigos foram desbaratados. Assim também aconteceria se os judeus tivessem feito, a obra não teria parado e nem os inimigos teriam triunfado sobre eles.    

3. O motivo da falta de resistência dos judeus era de ordem espiritual:

a. ZOROBABEL, o chefe político do povo judeu, até então, tinha confiado em sua própria força (Zc 4. 6). Quando as suas próprias forças se esgotaram, não teve mais condições de resistir, sentindo-se inteiramente desarmado diante do inimigo. [Lições Bíblicas, 26 Julho, 2020] – O desejo de Deus sempre foi que depositemos nele toda a nossa confiança. Parece que Zorobabel estava confiando em sua força ou no poder que recebera do rei para fazer a obra. A mensagem vem direta para ele lhe exortando a confiar inteiramente em Deus: “Não por força, nem por violência, mas pelo meu Espírito”. Essa mensagem entregue a Zorobabel é também aplicável a todos os crentes. Nem o poderio militar, nem o político, nem as forças humanas poderão efetivar a obra de Deus. Só conseguiremos fazer a sua obra se formos capacitados pelo Espírito Santo. Jesus iniciou o seu ministério no poder do Espírito (Lc 4.1,18). E a igreja foi revestida pelo poder do Espírito Santo no dia de Pentecoste para cumprir a grande comissão (At 1. 8; 2. 4). Somente se o Espírito governar e capacitar a nossa vida, é que poderemos cumprir a vontade de Deus. É por isso que Jesus batiza seus seguidores no Espírito Santo (Lc 3.16). As dificuldades, que parecem tão grandes como montanha, serão vencidas pelo poder do Espírito que opera através de nós. Mas se as manifestações do Espírito não se fizerem presentes, o povo de Deus será esmagado pela oposição e pelos problemas espirituais. A máxima continua para a igreja nos dias atuais: “Não por força, nem por violência, mas pelo meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos”.

b. JOSUÉ, o sumo sacerdote e líder religioso do povo, estava com suas vestes manchadas (Zc 3.3). Este fato tirou dele toda a autoridade espiritual. Diante do problema causado pelos inimigos, ele não tinha fé para buscar da ajuda de Deus, do Todo-poderoso, uma vez que o mistério da fé é guardado em uma pura consciência (1 Tm 3.9) [Lições Bíblicas, 26 Julho, 2020] – Satanás sempre se aproveita da situação para acusar o servo de Deus e lhe deixar fraco e desanimado. Josué representava a nação de Israel diante de Deus, entretanto Satanás estava sempre pronto para lhe por em rosto que ele tinha suas vestes manchadas. Com as vestes sujas é impossível interceder espiritualmente por alguém, pois a oposição sempre será grande. Diz o versículo 1 de Zacarias 3 que o Satanás estava à sua mão direita para lhe opor. Isto significa que os impedimentos e as oposições contra a reconstrução do templo realmente provinham do Diabo. Ele continua como nosso adversário; é “o acusador de nossos irmãos” (Ap 12.10); o que procura tirar proveito de nós contra a obra de Deus.

SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO

“Não por força, nem por violência, mas pelo meu Espírito” (Zc 4.6).

Embora esta mensagem tenha sido entregue a Zorobabel, é aplicável a todos os crentes (cf. 2 Tm 3.16). Nem o poderio militar, nem o político, nem as forças humanas poderão efetivar a obra de Deus. Só conseguiremos fazer a sua obra se formos capacitados pelo Espírito Santo. Jesus iniciou o seu ministério no poder do Espírito (Lc 4.1,18). E a igreja foi revestida pelo poder do Espírito Santo no dia de Pentecoste para cumprir a grande comissão (At 1.18). Somente se o Espírito governar e capacitar a nossa vida, é que poderemos cumprir a vontade de Deus. É por isso que Jesus batiza seus seguidores no Espírito Santo” (Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, p. 717).

  IV. A REAÇÃO DOS SAMARITANOS, QUANDO OS JUDEUS CESSARAM A OBRA

1. A tristeza dos judeus. O povo em geral tinha, desde o início da construção, acompanhado o trabalho com simpatia. Os judeus trabalhavam com muito entusiasmo e com muita união. O povo tinha ouvido falar de que o Deus do céu estava do lado dos judeus, ajudando-os. E agora? Onde estava seu Deus? [Lições Bíblicas, 26 Julho, 2020] – Como já afirmamos acima, faltou simplesmente boa vontade e confiança do povo em fazer aquela obra prosseguir, pois o Senhor já havia decretado através de Ciro. Fazer a vontade de Deus não implica que não haverá adversários; a dedicação, às vezes, provoca o ódio do mundo. A oposição de vizinhos hostis fez com que se sentissem desencorajados e negligenciassem o templo; deste modo desprezaram a Deus. Foi necessário o profeta Ageu os encorajar; a sua mensagem os motivou a apanharem suas ferramentas e continuarem a obra que haviam começado.  

2. A alegria dos samaritanos. Os inimigos dos judeus regozijavam-se grandemente. Certamente os conselheiros foram parabenizados pela “sábia e competente ação”. Porém o gozo de ímpios é de pouca duração!

a. O gozo dos filisteus, que haviam prendido Sansão, terminou em tragédia (Jz 16.25-31).

b. A alegria dos sacerdotes, que alugaram Judas para trair Jesus, foi de curta duração. Com a ressurreição de Jesus, seus problemas se agravaram (Mt 28.11-15). [Lições Bíblicas, 26 Julho, 2020]

O nosso inimigo sempre se regozija quando ficamos amedrontados, enclausurados com medo de ameaças, ele sempre fará de tudo para que isso aconteça. Porém quando nós levantamos e entregamos ao Senhor todo o nosso cuidado, venceremos todas as investidas do maligno e seremos mais que vencedores. Os samaritanos regozijaram com as suas astúcias malignas, porém a palavra do nosso Deus tem o seu fiel cumprimento. Como vimos acima que o gozo dos ímpios é de curta duração, logo eles verão que aquele que está com o seu povo é maior e que todos os seus projetos não serão frustrados. Podem se levantar, e pensam em triunfar, mas na hora propícia, vem lá do alto a vitória para os que esperam no Senhor! Entretanto devemos ter o máximo cuidado e estarmos sempre em vigilância para que o episódio de Sansão não se repita nos nossos dias, pois nesse caso brincar como pecado trás sérias consequências, além de causar blasfêmia ao nome do Senhor. A tragédia não foi somente para os inimigos de Sansão, foi também para ele próprio, pois nunca devemos brincar com o pecado.  

3. O desânimo dos judeus. Os judeus, que tinham voltado do cativeiro para construir o Templo, sentiram-se humilhados e tristes. Mas, passado algum tempo, acomodaram-se com a situação e não lutaram pela continuação da construção do Templo. Deixaram-se dominar peto desânimo. O desânimo é uma das mais eficazes armas usadas por Satanás, contra os crentes. Lutemos contra o desânimo, em nome de Jesus!

a. Alguns conformaram-se, pensando que talvez ainda não era a vontade de Deus construir o Templo (Ag 1.2).

b. Outros aproveitaram a interrupção da obra para dedicar-se as suas próprias casas (Ag 1.9). Outros chegaram a faltar com as suas obrigações espirituais, deixando de contribuir para a casa de Deus (Ag 1.6).

c. Talvez alguns judeus sinceros estivessem tristes, e buscassem a Deus em oração, pedindo solução para a dificuldade, de modo que o Templo pudesse continuar a ser construído. [Lições Bíblicas, 26 Julho, 2020]

A missão desses judeus que voltaram do cativeiro em 538 a.C., era de reconstruírem o Templo com as investidas dos seus inimigos não conseguiram concluir a obra. Depois que os opositores conseguiram prejudicar o progresso da obra, nenhum trabalho adicional foi feito no santuário por mais de 15 anos. Ageu e Zacarias que são citados no livro de Esdras, entregaram a mensagem que tinha a finalidade de encorajar o povo a reconstruir o Templo. Ageu sabia o que era importante e o que deveria ser feito, e desafiou o povo de Deus a reagir. O povo em seu desânimo para com a obra do Senhor estava agora preocupado simplesmente com suas próprias necessidades do que fazer a vontade de Deus e, como resultado, sofreram. A mensagem de Deus através do seu profeta tornou-se o catalisador para o término da obra.

SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO

“Os samaritanos

No período do Antigo Testamento, este era um termo que se referia aos residentes da cidade ou da província de Samaria (2 Rs 17.29). Algumas desavenças entre os residentes da Palestina média e do Sul eram evidentes no período dos juízes, mas os sentimentos foram intensificados com a formação do reino do norte de Israel sob Jeroboão I.

De uma forma geral, os residentes de Israel e os cananeus praticavam uma mistura racial, social e religiosa.

Os descendentes dessa população mista desejaram ajudar Zorobabel na construção do Templo, afirmando que adoravam ao mesmo Deus. Mas, quando tiveram seu pedido negado, eles se opuseram a construção. Depois que Neemias começou a reconstruir os muros de Jerusalém, este servo do Senhor sofreu forte oposição por Sambalate, Gesém e Tobias. Sambalate era governador de Samaria” (Dicionário Bíblico Wycliffe. 7. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p. 1748).

REFERÊNCIAS

BÍBLIA, Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 1995.

BÍBLIA, Bíblia Shedd. São Paulo: Sociedade Bíblica do Brasil, 1995.

BRUCE, F. F. Comentário Bíblico NVI: Antigo e Novo Testamento - Esdras. p. 672, São Paulo: Vida, 2009.

LIÇÕES BÍBLICAS. Edição Especial Jovens e Adultos, 3º Trimestre 2020 - Lição 4. Rio de Janeiro: CPAD, 26 Julho, 2020.

STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. p. 1357. Rio de Janeiro: CPAD, 1997.