COMENTÁRIO E SUBSÍDIO II
INTRODUÇÃO
O altar havia sido
restaurado, a Festa dos Tabernáculos celebrada, e o holocausto contínuo estava
sendo oferecido cada dia, conforme o rito (Ed 3.2,4). A vida espiritual dos
judeus que haviam retornado do cativeiro seguia o que estava prescrito na Lei
de Moisés. Somente esperavam o momento de iniciar a reedificação do Templo. [Lições Bíblicas, 26 Julho, 2020] – A expectativa era grande, pois
eles precisavam de um lugar para adoração. É chegado o momento para o início dessa
grande obra que, sem eles saberem, seria impedida por aqueles que sempre se
opõem à obra de Deus. Convém salientar que muitos que se opõem às vezes estão
entre os verdadeiros adoradores, porém não têm um coração puro e reto diante de
Deus. Com certeza sempre existirão pessoas com essa postura para atrapalhar o
bom andamento da obra do Senhor. No entanto, Deus espera de cada um de nós que
tenhamos ânimo e coragem para enfrentarmos os adversários e prosseguirmos
cumprindo com a sua ordem.
I. OS ALICERCES DO TEMPLO
SÃO LANÇADOS
Depois que os materiais para a
construção do Templo chegaram, segundo a concessão feita pelo rei Ciro da
Pérsia, Zorobabel e os que haviam voltado do cativeiro lançaram os alicerces do
templo (Ed 3.8). Todos apresentavam muita animação para o trabalho.
1. O lançamento dos alicerces
foi celebrado com uma solenidade. “[…]
Os sacerdotes, já paramentados e com trombetas, e os levitas, filhos de Asafe,
com saltérios, para louvarem ao SENHOR, conforme a instituição de Davi, rei de
Israel” (Ed 3.10).
Todos os que assistiram o
lançamento dos alicerces expressaram seus sentimentos com tão grande júbilo,
que as suas vozes se ouviam de mui longe (Ed 3.12,13). [Lições Bíblicas, 26 Julho, 2020] – A maior prioridade dos
israelitas ao voltarem a Jerusalém, foi reconstruir o templo e assim restaurar
a adoração contínua ao Senhor. Os anos que passaram no cativeiro os ensinara
que Deus não os protegeria, nem ajudaria, a menos que o colocassem em primeiro
lugar nas suas vidas. Agora, diante daquela solenidade, o versículo 12 diz que
muitos choraram e outros jubilavam. Embora a Lei de Deus ensinasse que a
adoração deve ser metódica, não a limitava a padrões e fórmulas rígidas. Alguns
que tinham visto a glória do templo de Salomão, irromperam em lágrimas, por
certo aliviados pelo fim da vergonha da sua destruição. Outros irromperam em
brados de alegria. A adoração ao Senhor deve ser flexível o suficiente para
permitir a espontaneidade do adorador. Deus nos fez todos diferentes. É de se
esperar que haja variedade de expressão quando o povo de deus rende-se ao
Espírito Santo.
2. A reedificação do Templo. A reedificação do templo foi resultado do despertamento que veio
através de Ciro, rei da Pérsia (Ed 1.1,2). Convém lembrar que o despertamento pentecostal,
que chegou ao Brasil em 1911, trouxe consigo uma verdadeira renovação da
doutrina da Igreja de Deus, que pode ser simbolizada pelo templo de Deus (1 Co
3.16). A Igreja de Deus é um MISTÉRIO (Ef 5.32), que não pode ser compreendido
pelo homem natural (1 Co 2.14). [Lições
Bíblicas, 26 Julho, 2020] – A maneira
de Deus trabalhar é de forma espetacular, ou seja, não tem explicação. Ciro,
mesmo sendo um rei pagão, mas foi despertado pelo Senhor para liberar o seu
povo e recursos para a construção do templo. Quando olhamos para a nossa
história, vemos Deus, da mesma forma despertando, não um ímpio, mas dois homens
ungidos pelo seu Espírito para uma grande obra em nossa nação. Mesmo em meio a
tantas perseguições, eles conseguiram implantar nesta terra brasileira o Evangelho
que é o poder de Deus para salvação de todo o que crer.
a. O Espírito Santo quer salientar que JESUS em pessoa quer edificar
a sua Igreja (Mt 16.18), e Ele o faz conforme a Palavra de Deus. [Lições Bíblicas, 26 Julho, 2020] – Mediante este texto fica
explícito que Jesus não veio fundar mais uma religião. Ele veio para edificar a
sua Igreja. Esta seria alicerçada em sua Palavra, alicerce esse tão forte que
nem mesmo toda a coorte demoníaca é capaz de destruir, pois “portas do inferno”
representam Satanás e a totalidade do mal no mundo, lutando para destruir a
igreja de Jesus Cristo. A rocha sobre a qual Jesus construiria a sua Igreja
seria o próprio Senhor Jesus Cristo que efetuou sua obra de salvação morrendo
por nós na cruz.
b. O Espírito Santo quer gerar um sentimento de reverência pela
igreja do Senhor, que é a morada de Deus (Ef 2.22). Veja também: Êxodo 3.5;
Salmos 89.7; Eclesiastes 5.1. [Lições
Bíblicas, 26 Julho, 2020] – Todos os
crentes e igrejas serão verdadeiros somente à medida em que cultuarem ao Senhor
com toda reverência reconhecendo a sua santidade como diz Salomão em
Eclesiastes; para se manter em adoração na casa de Deus, faz-se necessário
também aceitar o ensino e revelação originais dos apóstolos a respeito do evangelho,
conforme o NT registra e, procurar manter-se fiéis a eles. Rejeitar o ensino
dos apóstolos é rejeitar o próprio Senhor. Não somente crer na mensagem
apostólica, mas também defendê-la e guardá-la contra todas as distorções ou
alterações.
c. O Espírito Santo quer adestrar a Igreja porque ela é o instrumento
da ação de Deus aqui na terra (Ef 3.10). Deus tem um trabalho para cada servo
seu na grande obra de evangelização do mundo (Mc 13.34) [Lições
Bíblicas, 26 Julho, 2020] – Paulo
deseja que pela Igreja a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida até pelos
principados e pelas potestades nos céus. Esses “principados e potestades” podem
referir-se aos anjos bons. Eles contemplam a multiforme sabedoria de Deus, à
medida que Ele a demonstra através da Igreja (1 Pe 1.10-12). Podem também
referir-se aos poderes dominantes das trevas na esfera espiritual aos quais o
“eterno propósito de Deus” está sendo conhecido, através da proclamação da
salvação pela igreja e do seu conflito espiritual com Satanás e suas hostes.
SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO
Não foi antes da primavera,
o segundo mês (abril/maio) do segundo ano da sua volta, que os judeus, sob o
comando de Zorobabel, começaram a tarefa de reconstruir o Templo. Nesse
ínterim, houve muita coisa a ser feita. Era necessário contratar pedreiros carpinteiros;
as pedras deveriam ser cortadas e a madeira obtida nas colinas do Líbano. Esta
era a mesma fonte da qual Salomão obteve a matéria-prima para o primeiro Templo
(2 Cr 2,8,9). Parte do dinheiro necessário para isto conseguiu-se graças á
concessão que lhes tinha feito Ciro, rei da Pérsia. Devido à santidade da
tarefa, os Levitas foram designados para supervisionar os trabalhadores. Jesua, ou Josué, era o sumo
sacerdote (cf. 2.2; 3.2; Zc 3.1-10). Com a colocação das últimas pedras do
alicerce, realizou-se uma elaborada cerimônia. Os sacerdotes e os levitas,
vestidos adequadamente, tocaram suas trombetas e seus címbalos, e os corais
entoaram em duas vozes o Salmo 136. E o povo jubilou com grande júbilo,
louvando ao Senhor pelo que Ele tinha ajudado a realizar” (Comentário Bíblico
Beacon. Vol. 2. Rio de Janeiro: CPAD, 2014, p. 493).
II. OS SAMARITANOS
OPÕEM-SE À CONSTRUÇÃO DO TEMPLO
1. Entre os
moradores da terra estavam os samaritanos. Quando Nabucodonosor Levou o reino de Judá cativo para Babilônia, os
samaritanos passaram a morar na terra. Estes eram descendentes de uma mistura
de gente que o rei da Assíria tinha deslocado para as cidades da Samaria,
depois de ele ter levado as dez tribos do Reino do Norte em cativeiro para a
Assíria (2 Rs 17.23). Eram pagãos que haviam sido ensinados acerca do Deus de
Israel. Assim, os samaritanos continuavam servindo a seus deuses, mas também
temiam o Senhor (2 Rs 17.23-33). [Lições Bíblicas, 26 Julho, 2020] – Os que são chamados inimigos de Judá e de Benjamim e a gente da região ((Ed
4. 1,
4) eram os descendentes de povos que, depois de os assírios terem derrotado o
Reino do Norte de Israel e levado para o exílio a maioria da população
masculina, tinham sido importados para a área da Palestina ao norte da Judéia e
contraído casamentos mistos com os que haviam permanecido (como descrito em 2Rs
17.24). Houve uma sucessão de tais importações, uma delas feita por Esar-Hadom (v. 2; também
mencionada em 2Rs 19.39, e que reinou na Assíria entre 681 - 669 a.C.), e outra
por Assurbanipal (v. 10), (669 - 627 a.C.). A comunidade assim formada
adorava a Javé (v. 2), mas era caracterizada por crenças e práticas que não se
harmonizavam com isso. Mais tarde, tornaram-se conhecidos como os “samaritanos”.
2. Os samaritanos
tentam frustrar a construção do Templo (Ed 4.4,5). A maldade dos samaritanos levou-os a enviar uma carta
ao rei da Pérsia contendo acusações mentirosas contra os judeus (Ed 4.12,13). O
rei que recebeu aquela carta não conhecia bem o assunto, e mandou parar a obra
(Ed 4.21). [Lições Bíblicas, 26 Julho,
2020] – Os samaritanos pediram aos líderes
dos judeus que lhes permitissem cooperar na reconstrução do templo de Jerusalém
(v. 2), afirmando que não havia diferenças essenciais entre as respectivas
práticas religiosas. Mas os líderes dos judeus rejeitaram o seu pedido (v. 3),
sem dúvida porque consideravam que esses seus vizinhos estavam completamente enganados
em relação às suas práticas religiosas (2 Rs 17.32-34) e que permitir essa
cooperação conduziria à contaminação da fé dos judeus. Os vizinhos do Norte
ficaram indignados com essa recusa e realizaram uma campanha de oposição aos
judeus que fez estes abandonarem por um período a obra de reconstrução do
templo (v. 4,5).
SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO
“Ao ouvir que Jerusalém era
reconstruída e o Templo restaurado, os samaritanos e outros povos das
redondezas perturbaram-se. Eles temiam que, se permitisse que os judeus se estabelecessem
em Jerusalém, representariam uma ameaça à sua segurança e ao seu poder.
Traiçoeiramente, pediram a Zorobabel e Jesua que deixassem que eles ajudassem a
reconstruir o Templo, alegando que eles, como os judeus, adoravam o Deus
verdadeiro. Quando foram rejeitados, como naturalmente devem ter suposto que
seriam eles imediatamente começaram a atrapalhar os judeus de todas as formas
possíveis. Alugaram contra eles conselheiros e aparentemente deram uma
impressão enganosa sobre os judeus ao rei da Pérsia. Em todo caso, os trabalhos
de construção foram interrompidos e não foram reiniciados até quinze anos mais
tarde, durante a reinado de Dario.
Muitos estudiosos pensam
que a interrupção dos trabalhos de reconstrução do Templo é um simples exemplo de
falta de fé por parte daqueles que estavam encarregados da obra. Eles tiveram a
autorização de Ciro, a autoridade e a bênção de Deus no início do
empreendimento. Eles, como Neemias, deveriam ter continuado firmes no trabalho
apesar da oposição, e Deus certamente teria tornado possível a conclusão do
trabalho, conforme haviam planejado. Com base em Ageu 1.4, parece que durante
esse período de estagnação os judeus se voltaram para a construção e a
decoração de suas próprias casas” (Comentário Bíblico Beacon. Vol. 2. Rio de
Janeiro: CPAD, 2014, p. 494).
III. COMO SE EXPLICA A FALTA DE
RESISTÊNCIA DOS JUDEUS?
1. Os judeus deveriam ter ido ao
rei da Pérsia para assegurar a construção. Uma ordem dada por uma autoridade superior não pode ser invalidada
por uma autoridade inferior. A ordem de construir o Templo tinha sido dada pelo
Deus do céu, através do rei Ciro, a maior autoridade da época, que assinara o
decreto da construção do Templo. [Lições Bíblicas, 26 Julho, 2020] – De fato houve uma acomodação ou, porque não dizer,
falta de fé por parte das autoridades que estavam em Jerusalém em reivindicar o
seu direito junto ao rei, uma vez que tinham autorização para fazer aquela
obra. Entretanto Artaxerxes I autorizou a Reum e Sinsai a ordenarem o seguinte aos
judeus: que parem a obra, para que essa cidade não seja
reconstruída (v. 21); mas ele acrescentou uma frase condicional: enquanto
eu não mandar, o que significava que ele poderia, mais tarde, revogar
sua decisão. E, de fato, mais tarde, ele revogou sua decisão, quando, no vigésimo
ano do seu reinado, autorizou Neemias a organizar a reconstrução dos muros da
cidade (N e 2). Portanto essa ordem deveria ter sido revogada logo no início,
mas preferiram deixar o inimigo se exaltar com a obra parada durante 16 anos.
2. Os judeus deveriam ter recorrido
a Deus. Toda história dos judeus é rica de exemplos de como
Deus ajudou seu povo em tempos difíceis. A própria vinda dos judeus para
Jerusalém era uma clara demonstração de que Deus estava neste negócio. [Lições Bíblicas, 26 Julho, 2020] – Se
Artaxerxes I, se negasse a cumprir o decreto de Ciro, os judeus agora poderiam
clamar ao Senhor e com toda a certeza Ele responderia. Talvez haja uma dúvida:
não deveriam buscar o Senhor primeiro para depois ir ao rei? É bom lembrar que
Deus já havia determinado aquela obra através de Ciro, o que estava faltando
era a ação do povo. Desta forma podemos reafirmar o que sempre dizemos nas
nossas pregações: Aquilo que podemos fazer, Deus deixa para nós realizar, agora
o impossível Ele faz. Nos exemplos abaixo vamos ver que, quando tudo parecia
perdido os judeus clamavam ao Senhor e a resposta era certa. Não era preciso
multidões, ou um grande exército, mas simplesmente confiar no Senhor!
Vejamos alguns exemplos da
história dos judeus, quando foram ajudados pelo Senhor:
a. Nos dias do rei Ezequias, Judá foi cercado pelo exército do rei da
Assíria que ameaçava fazer com Judá o que já havia feito com o reino de Israel:
levá-los em cativeiro. Nesta hora de perigo, o rei Ezequias buscou o Senhor e
foi ouvido, pois um anjo feriu o arraial dos assírios, destruindo cento e
oitenta e cinco mil soldados (2 Rs 19.30; 2 Cr 32.21 22). [Lições Bíblicas, 26 Julho, 2020]
b. Nos dias do rei Jeosafá, ameaçados pelos amonitas e pelos
moabitas, os habitantes de Judá foram convocados pelo rei para pedirem socorro
ao Senhor. Ver o texto em 2 Crônicas 20.1-24. Deus guerreou por eles, e sem
terem que lutar, os inimigos foram desbaratados.
Os muitos exemplos da ajuda de
Deus no passado deveriam ter inspirado os líderes do povo à resistência a esta
maldade dos inimigos dos judeus. [Lições
Bíblicas, 26 Julho, 2020] – As histórias acima são muito conhecidas desses episódios
quando houve a intervenção do Senhor a favor do seu povo. No 1º episódio
[de EZEQUIAS] o rei assírio se gloriava por já ter levado cativo o reino
do sul (Israel) mostrando em suas palavras que assim como Deus abandonou a Israel,
assim também abandonaria a Judá, mas isso dizia ele desfazendo do poder do
Senhor, esquecendo que Deus permitiu esse episódio por Israel não cumprir com a
aliança feita anteriormente e desta forma exaltava os seus deuses! Ezequias,
assim como muitos crentes às vezes enfrenta aflições e provações, mas sendo
temente e fiel a Deus, diante das ameaças de Senaqueribe recebeu a palavra de
garantia da fé: Não temais. Aquele que está conosco é tão grandioso que pode
aniquilar tudo que o inimigo venha lançar contra nós (2 Cr 32.7; 1 Jo 4.4). O
desfecho desta história de confiança em meio a esta terrível crise foi a
vitória do povo de Deus, pois depositou nele a sua confiança. No 2º episódio
[de Josafá] Diante da maior crise da sua vida, Josafá enfrentou de modo
exemplar uma circunstância que parecia insuportável. Começou a buscar ao Senhor
em jejum, reuniu outras pessoas para orar, confessou sua própria incapacidade,
obedeceu ao Espírito Santo, confiou totalmente no Senhor e na sua palavra e rendeu
graças ao Senhor. A palavra que foi enviada da parte do Senhor foi: Não temais,
nem vos assusteis [...]. Nesta peleja não tereis que pelejar, parai, estai em
pé e vede a salvação do Senhor para convosco [...]. Observem que nos dois
episódios não foi preciso puxar a espada, nem usar lança ou se proteger com
escudos, simplesmente obedeceram a Deus e os seus inimigos foram desbaratados.
Assim também aconteceria se os judeus tivessem feito, a obra não teria parado e
nem os inimigos teriam triunfado sobre eles.
3. O motivo da falta de
resistência dos judeus era de ordem espiritual:
a. ZOROBABEL, o chefe político do povo judeu, até então, tinha
confiado em sua própria força (Zc 4. 6). Quando as suas próprias forças se
esgotaram, não teve mais condições de resistir, sentindo-se inteiramente
desarmado diante do inimigo. [Lições
Bíblicas, 26 Julho, 2020] – O desejo de Deus sempre foi que
depositemos nele toda a nossa confiança. Parece que Zorobabel estava confiando
em sua força ou no poder que recebera do rei para fazer a obra. A mensagem vem
direta para ele lhe exortando a confiar inteiramente em Deus: “Não por força,
nem por violência, mas pelo meu Espírito”. Essa mensagem entregue a Zorobabel é
também aplicável a todos os crentes. Nem o poderio militar, nem o político, nem
as forças humanas poderão efetivar a obra de Deus. Só conseguiremos fazer a sua
obra se formos capacitados pelo Espírito Santo. Jesus iniciou o seu ministério
no poder do Espírito (Lc 4.1,18). E a igreja foi revestida pelo poder do
Espírito Santo no dia de Pentecoste para cumprir a grande comissão (At 1. 8; 2.
4). Somente se o Espírito governar e capacitar a nossa vida, é que poderemos
cumprir a vontade de Deus. É por isso que Jesus batiza seus seguidores no
Espírito Santo (Lc 3.16). As dificuldades, que parecem tão grandes como
montanha, serão vencidas pelo poder do Espírito que opera através de nós. Mas se
as manifestações do Espírito não se fizerem presentes, o povo de Deus será
esmagado pela oposição e pelos problemas espirituais. A máxima continua para a
igreja nos dias atuais: “Não por força, nem por violência, mas pelo meu Espírito,
diz o Senhor dos Exércitos”.
b. JOSUÉ, o sumo sacerdote e líder religioso do povo, estava com suas
vestes manchadas (Zc 3.3). Este fato tirou dele toda a autoridade espiritual.
Diante do problema causado pelos inimigos, ele não tinha fé para buscar da
ajuda de Deus, do Todo-poderoso, uma vez que o mistério da fé é guardado em uma
pura consciência (1 Tm 3.9) [Lições
Bíblicas, 26 Julho, 2020] – Satanás
sempre se aproveita da situação para acusar o servo de Deus e lhe deixar fraco
e desanimado. Josué representava a nação de Israel diante de Deus, entretanto
Satanás estava sempre pronto para lhe por em rosto que ele tinha suas vestes manchadas.
Com as vestes sujas é impossível interceder espiritualmente por alguém, pois a
oposição sempre será grande. Diz o versículo 1 de Zacarias 3 que o Satanás
estava à sua mão direita para lhe opor. Isto significa que os impedimentos e as
oposições contra a reconstrução do templo realmente provinham do Diabo. Ele
continua como nosso adversário; é “o acusador de nossos irmãos” (Ap 12.10); o
que procura tirar proveito de nós contra a obra de Deus.
SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO
“Não por
força, nem por violência, mas pelo meu Espírito” (Zc 4.6).
Embora esta mensagem tenha
sido entregue a Zorobabel, é aplicável a todos os crentes (cf. 2 Tm 3.16). Nem
o poderio militar, nem o político, nem as forças humanas poderão efetivar a
obra de Deus. Só conseguiremos fazer a sua obra se formos capacitados pelo
Espírito Santo. Jesus iniciou o seu ministério no poder do Espírito (Lc
4.1,18). E a igreja foi revestida pelo poder do Espírito Santo no dia de
Pentecoste para cumprir a grande comissão (At 1.18). Somente se o Espírito
governar e capacitar a nossa vida, é que poderemos cumprir a vontade de Deus. É
por isso que Jesus batiza seus seguidores no Espírito Santo” (Bíblia de Estudo
Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, p. 717).
IV. A REAÇÃO DOS SAMARITANOS,
QUANDO OS JUDEUS CESSARAM A OBRA
1. A tristeza dos
judeus. O povo em geral tinha,
desde o início da construção, acompanhado o trabalho com simpatia. Os judeus
trabalhavam com muito entusiasmo e com muita união. O povo tinha ouvido falar
de que o Deus do céu estava do lado dos judeus, ajudando-os. E agora? Onde
estava seu Deus? [Lições Bíblicas, 26 Julho,
2020] – Como já afirmamos acima, faltou simplesmente boa
vontade e confiança do povo em fazer aquela obra prosseguir, pois o Senhor já
havia decretado através de Ciro. Fazer a vontade de Deus não implica que não haverá
adversários; a dedicação, às vezes, provoca o ódio do mundo. A oposição de
vizinhos hostis fez com que se sentissem desencorajados e negligenciassem o
templo; deste modo desprezaram a Deus. Foi necessário o profeta Ageu os
encorajar; a sua mensagem os motivou a apanharem suas ferramentas e continuarem
a obra que haviam começado.
2. A alegria dos samaritanos. Os inimigos dos judeus regozijavam-se grandemente. Certamente os
conselheiros foram parabenizados pela “sábia e competente ação”. Porém o gozo
de ímpios é de pouca duração!
a. O gozo dos filisteus, que haviam prendido Sansão, terminou em
tragédia (Jz 16.25-31).
b. A alegria dos sacerdotes, que alugaram Judas para trair Jesus, foi
de curta duração. Com a ressurreição de Jesus, seus problemas se agravaram (Mt
28.11-15). [Lições Bíblicas, 26 Julho,
2020]
O nosso inimigo sempre se
regozija quando ficamos amedrontados, enclausurados com medo de ameaças, ele
sempre fará de tudo para que isso aconteça. Porém quando nós levantamos e
entregamos ao Senhor todo o nosso cuidado, venceremos todas as investidas do
maligno e seremos mais que vencedores. Os samaritanos regozijaram com as suas astúcias
malignas, porém a palavra do nosso Deus tem o seu fiel cumprimento. Como vimos
acima que o gozo dos ímpios é de curta duração, logo eles verão que aquele que
está com o seu povo é maior e que todos os seus projetos não serão frustrados. Podem
se levantar, e pensam em triunfar, mas na hora propícia, vem lá do alto a
vitória para os que esperam no Senhor! Entretanto devemos ter o máximo cuidado
e estarmos sempre em vigilância para que o episódio de Sansão não se repita nos
nossos dias, pois nesse caso brincar como pecado trás sérias consequências,
além de causar blasfêmia ao nome do Senhor. A tragédia não foi somente para os
inimigos de Sansão, foi também para ele próprio, pois nunca devemos brincar com
o pecado.
3. O desânimo dos judeus. Os judeus, que tinham voltado do
cativeiro para construir o Templo, sentiram-se humilhados e tristes. Mas,
passado algum tempo, acomodaram-se com a situação e não lutaram pela
continuação da construção do Templo. Deixaram-se dominar peto desânimo. O desânimo
é uma das mais eficazes armas usadas por Satanás, contra os crentes. Lutemos
contra o desânimo, em nome de Jesus!
a. Alguns conformaram-se, pensando que talvez ainda não era a vontade
de Deus construir o Templo (Ag 1.2).
b. Outros aproveitaram a interrupção da obra para dedicar-se as suas
próprias casas (Ag 1.9). Outros chegaram a faltar com as suas obrigações
espirituais, deixando de contribuir para a casa de Deus (Ag 1.6).
c. Talvez alguns judeus sinceros estivessem tristes, e buscassem a
Deus em oração, pedindo solução para a dificuldade, de modo que o Templo
pudesse continuar a ser construído. [Lições Bíblicas, 26 Julho, 2020]
A missão desses judeus que
voltaram do cativeiro em 538 a.C., era de reconstruírem o Templo com as
investidas dos seus inimigos não conseguiram concluir a obra. Depois que os
opositores conseguiram prejudicar o progresso da obra, nenhum trabalho adicional
foi feito no santuário por mais de 15 anos. Ageu e Zacarias que são citados no
livro de Esdras, entregaram a mensagem que tinha a finalidade de encorajar o
povo a reconstruir o Templo. Ageu sabia o que era importante e o que deveria
ser feito, e desafiou o povo de Deus a reagir. O povo em seu desânimo para com
a obra do Senhor estava agora preocupado simplesmente com suas próprias
necessidades do que fazer a vontade de Deus e, como resultado, sofreram. A
mensagem de Deus através do seu profeta tornou-se o catalisador para o término
da obra.
SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO
“Os samaritanos
No período do Antigo
Testamento, este era um termo que se referia aos residentes da cidade ou da
província de Samaria (2 Rs 17.29). Algumas desavenças entre os residentes da
Palestina média e do Sul eram evidentes no período dos juízes, mas os
sentimentos foram intensificados com a formação do reino do norte de Israel sob
Jeroboão I.
De uma forma geral, os
residentes de Israel e os cananeus praticavam uma mistura racial, social e
religiosa.
Os descendentes dessa população
mista desejaram ajudar Zorobabel na construção do Templo, afirmando que
adoravam ao mesmo Deus. Mas, quando tiveram seu pedido negado, eles se opuseram
a construção. Depois que Neemias começou a reconstruir os muros de Jerusalém,
este servo do Senhor sofreu forte oposição por Sambalate, Gesém e Tobias.
Sambalate era governador de Samaria” (Dicionário Bíblico Wycliffe. 7. ed. Rio de
Janeiro: CPAD, 2010, p. 1748).
REFERÊNCIAS
BÍBLIA, Bíblia de
Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 1995.
BÍBLIA, Bíblia Shedd.
São Paulo: Sociedade Bíblica do Brasil, 1995.
BRUCE, F. F. Comentário
Bíblico NVI: Antigo e Novo Testamento - Esdras. p. 672, São Paulo: Vida,
2009.
LIÇÕES BÍBLICAS. Edição
Especial Jovens e Adultos, 3º Trimestre 2020 - Lição 4. Rio de Janeiro:
CPAD, 26 Julho, 2020.
STAMPS, Donald C.
Bíblia de Estudo Pentecostal. p. 1357. Rio de Janeiro: CPAD, 1997.
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