quarta-feira, 26 de junho de 2013

LIÇÃO 13 - EU E MINHA CASA SERVIREMOS AO SENHOR



VÍDEO I

Ev. Natalino das Neves


Prof. Flavio Segantin

INTRODUÇÃO
Na lição de hoje estudaremos a respeito da decisão de Josué, com sua família, de servir ao Senhor. Inicialmente mostraremos que essa foi uma decisão que não poderia ser postergada, em seguida, que se tratava tanto de uma decisão individual quanto coletiva, e por fim, que o serviço, ou mais precisamente, o culto, deve ser direcionado ao Senhor, somente Ele, e não outro, é digno da nossa adoração. Ao final, faremos o mesmo desavio de Josué, a fim de conclamar as famílias cristãs a servirem ao Senhor, e não optarem pelos valores deste mundo tenebroso.

1. ESCOLHEI HOJE A QUEM SERVIS
Josué não impõe ao povo que esse deveria servir, por obrigação, ao Senhor, antes deveria fazer uma opção. Ele diz: “se vos parece mal o servirdes ao Senhor”, isto é, “se não desejais fazê-lo de bom grado, por contentamento”, escolhei a quem queres servir. Deus não obriga quem quer que seja a servi-lo, fomos dotados, desde o princípio, com o livre-arbítrio, a opção pela decisão. No tempo de Elias o povo estava debatendo-se entre dois pensamentos, e, às vezes, queriam servir tanto a Deus quanto a Baal (I Rs. 18.21). A vontade de Deus é que todos se arrependam, mas Ele deixa que as pessoas façam a sua escolha (At. 17.11; II Pe. 3.9). As famílias podem optar se quem servir ao Deus da Bíblia ou aos deuses do mundo. Esses deuses hoje são materializados através das ideologias, principalmente as materialistas, que negam a existência de Deus, e reduz tudo ao tangível. Mas essa decisão não pode ser postergada, é arriscado deixar para depois, as famílias precisam escolher “hoje” a quem servirão. Muitas famílias se debruçam apenas sobre os valores terrenos, estão fundamentadas no consumismo, transformaram o entretenimento em um deus. Estão adiando a decisão de servir a Deus, os valores midiáticos, que contrariam a Palavra de Deus, são colocados em primeiro plano. A sociedade moderna já fez sua opção, ela prefere o humanismo ateísta, ou um deus de acordo com seus deleites, que não a chame à responsabilidade. O deus desse século está entenebrecendo as pessoas em seus vis prazeres, conduzindo-as à perdição (II Co. 4.4). O hedonismo se tornou a razão de existir, ninguém tem expectativa em relação ao futuro, por isso, comem e bebem, aguardando apenas a morte (I Co. 15.32). Como resultado dessa condição, o desespero está tomando conta das famílias. A riqueza, que também é endeusada, não compra a paz, por isso muitas famílias estão angustiadas diante das incertezas da vida (Mt. 6.25-34).

2. PORÉM, EU E A MINHA CASA
Mas há um “porém”, uma alternativa, outra possibilidade, a de não se coadunar com os valores deste mundo (Rm. 12.1,2). Diante dos muitos deuses disponíveis daquela época, inclusive o dos amorreus (Js. 24.18), o povo de Israel tinha outra opção. Esse “porém” precisa ser observado pelas famílias cristãs como uma contracultura. Não somos obrigados a seguir a “onda” do mundo. Não podemos esquecer que o mundo jaz no maligno (I Jo. 5.19), e que aqueles que vivem na carne não podem agradar a Deus (Rm. 8.8). Há um “porém” para a igreja de Jesus Cristo, bem como para as famílias que dela fazem parte. Os líderes das famílias, assim como fez Josué, precisam tomar a iniciativa. Josué precisava dar o exemplo, ele mesmo precisava colocar-se diante da sua família. Muitos pais já não estão fazendo o mesmo, não se comprometem com o bem estar da família. Há quem esteja delegando a criação dos filhos aos avós, ou mesmo à escola, ou televisão. O culto doméstico não será levado adiante a menos que alguém tome a iniciativa. Os maridos crentes não podem fugir da responsabilidade, cabem a eles a tarefa de chamar a família para o altar. Josué admitiu que a sua casa o seguisse porque aquela era uma sociedade patriarcal. Dificilmente seus filhos se negariam a servir ao Senhor, pois ele já havia tomado essa decisão por eles. De igual modo agiu o carcereiro de Filipos, após perguntar “que farei para ser salvo?”. Ao que Paulo responde, “crê no Senhor Jesus e será salvo tu e a tua casa” (At. 16.31). Essa não é uma promessa, mas uma possibilidade, quando os pais tomam uma decisão por Cristo, os filhos, principalmente aqueles que estão em tenra idade, são criados no caminho do Senhor, e quando crescerem, poderão permanecer no temor a Deus (Pv. 22.6). Esse texto de Provérbios também não é uma promessa, mas um princípio geral, que tem sua aplicação. Quanto mais investirmos na instrução dos nossos filhos na Palavra de Deus, menores serão as chances de esses se desviarem.

3. SERVIREMOS AO SENHOR
A declaração de Josué demonstra sua resolução, isto é, que ele sabia o que deveria ser feito. Após avaliar as grandes coisas que o Senhor havia feito por Israel, tirando-o do Egito, conduzindo-o pelo deserto, e trazendo-o à terra prometida, não havia razões para ir após outros deuses. O povo respondeu a Josué dizendo “serviremos ao Senhor, nosso Deus, e obedeceremos à sua voz” (Js. 24.24). A história demonstrará, posteriormente, que esse povo, com o passar do tempo, optou pelos deuses das nações vizinhas. O livro bíblico de Juízes revela o ciclo de pecado, sofrimento, súplica e salvação do Senhor. Mas não importa o que o mundo escolha, muito menos o que farão as futuras gerações, nós, hoje, devemos tomar nossa decisão pela Palavra de Deus. Precisamos aprender a servir ao Senhor com alegria, apresentar a Ele com cânticos, e hinos de louvor e adoração (Sl. 100.1,2). Fomos chamados para servir a Deus, o serviço é marca fundamental do cristão. Jesus é o maior exemplo, pois o filho do homem veio para servir, não para ser servido (Mc. 10.35). O serviço cristão é tanto horizontal quanto vertical, devemos tribular louvor e adoração a Deus, de todo coração, fundamentado em nosso amor e gratidão (Mt. 22.37). Mas também precisamos servir aos nossos irmãos, a igreja é um ambiente de serviço, não de intrigas e disputas por cargo. Quando alguém quiser ser o maior na igreja, deve saber que somente poderá fazê-lo servindo cada vez mais (Mt. 20.26). O serviço cristão é uma disposição espiritual, não carnal, para ser usado por Deus, e como nos dias de Josué e Elias, ninguém pode servir a dois senhores, pois haverá de agradar a um e aborrecer ao outro (Mt. 6.24). O serviço ao Senhor está relacionado também à adoração, e o princípio bíblico a esse respeito é o de que Deus busca adoradores. E esses o fazem não através do engano e da idolatria, mas em verdade, em Cristo, revelado nas Escrituras, e em espírito, não através do que pode ser visto ou tocado, mas no Espírito, que nos eleva a Deus em Cristo (Jo. 4.24).

CONCLUSÃO
O mundo já tomou sua decisão, segue após os seus princípios, que nada têm de cristãos. Muito pelo contrário, o que predomina no mundo é a “concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida” (I Jo. 2.15). Nós, porém, com as nossas famílias, permanecemos naquilo que aprendemos, e de que fomos inteirados, sabendo de quem aprendemos (II Tm. 3.14,16).  Enquanto o mundo coxeia entre dois pensamentos, e segue após o deus deste século, nós, as famílias cristãs, decidimos por servir ao Senhor, e como Josué, declaramos: “Eu e a minha casa serviremos ao Senhor” (Js. 24.15).


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
COLSON, C., PEARCEY, N. E agora, como viveremos? Rio de Janeiro: CPAD, 2002.

KOSTENBERGER, A. J. JONES, D. J. Deus, Casamento e Família: reconstruindo o fundamento bíblico. São Paulo: Vida Nova, 2011

Extraído do Blog: subsidioebd.blogspot.com.br

OS 7 PECADOS CAPITAIS DO DEPUTADO MARCO FELICIANO

Muitas pessoas me perguntam por que o deputado Marco Feliciano é tão odiado pela grande mídia. Creio que há várias razões para isso, mas, para ser sucinto e objetivo, citarei apenas sete pecados capitais que esse parlamentar cometeu.

1. Feliciano foi eleito com "apenas" 212 mil votos, quase duzentos mil a mais que seu maior opositor
— não me pergunte o nome dele.

2. Ele é evangélico; não é gay; não é simpatizante do movimento LGBT; e, para piorar, é defensor do modelo tradicional de família — essas características o transformam em um fundamentalista religioso, segundo a grande mídia.

3. Nunca participou do Big Brother Brasil
.

4. Declarou-se contrário às propostas defendidas por um certo deputado BBBrasileiro com nome de carro antigo — não me pergunte o nome dele.

5. Aceitou ser indicado e eleito presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da Câmara dos Deputados
— Feliciano foi nomeado sabendo que não tinha os requisitos fundamentais para ocupar esse cargo: apoiar, sem nenhuma restrição, o aborto e qualquer proposta favorável ao ativismo gay.

6. Conseguiu cometer um crime "gravíssimo" — que não existe no Brasil —, o de emitir opinião.

7. Foi um dos mais de quatrocentos deputados que votaram contra a PEC 37.


Ciro Sanches Zibordi

Extraído do Blog do Ciro

sexta-feira, 21 de junho de 2013

LIÇÃO 12 - A FAMÍLIA E A IGREJA




 Evangelista Natalino das Neves


 SUBSÍDIO I

INTRODUÇÃO
A Bíblia nos ensina a chamar Deus de Pai, Abba, indicando, assim, que somos todos parte de uma família (M6. 6.9). Na aula de hoje veremos a importância da integração da família cristã dentro dessa família maior. Ao final, destacaremos aspectos práticos a fim de envolver todos os membros da família no contexto da igreja. Esperamos, com esta aula, despertar uma geração de desigrejados que não quer mais envolvimento, principalmente responsabilidades com a igreja local.


1. JESUS E A SUA IGREJA
A igreja é composta por pessoas que foram salvas através do sacrifício de Jesus Cristo. A palavra igreja vem do grego ekklesia significa assembleia, comunidade. Em sua formação gramatical, vem de klesia (chamados) e ek (para), dando ideia de pessoas que foram chamadas por Deus. Não podemos desprezar a igreja porque Cristo demonstrou Seu amor por ela (Ef. 5.25), derramando Seu próprio sangue (At. 20.28). Cristo está trabalhando para apresentar uma igreja santa perante o Pai (Ef. 5.25-27). Ele é o edificador da igreja, a Rocha que a sustenta, Sua pedra fundamental (Mt. 16.18; I Pe. 2.4,5). Ele é o Cabeça da Igreja, isto é, a suprema autoridade, por isso a igreja cristã não deveria ter papas, a Bíblia, a revelação de Deus, tem a última palavra (Ef. 1.22). Sendo Ele a Cabeça, a Igreja é o Seu corpo, espera-se, portanto, que esta dê continuidade à obra que Ele mesmo iniciou (Ef. 1.23; 5.23). A igreja de Jesus Cristo existe para cumprir um propósito, estabelecido desde a fundação do mundo (Ef. 3.10-11). A revelação de Deus, manifesta em Cristo, é dispensada à Igreja, que deve levar até aos confins da terra (At. 1.8). Por isso mesmo é a igreja, e não qualquer outras instituição humana, a coluna da verdade de Deus, ela extrai, da Palavra, os fundamentos a partir dos quais vive (I Tm. 2.15). A relação de Cristo com Sua igreja foi de sacrifício, Ele mesmo se entregou por Ela (Ef. 5.25). Espera-se, de igual modo, que a igreja dê continuidade ao sacrifício de Cristo, que complete Seus sofrimentos de Cristo, não para salvação, mas como marca do verdadeiro discipulado (Mt. 16.24; Cl. 1.24). Mas esse propósito unificador da igreja, por isso vivem em contendas (I Co. 1.10). Jesus espera que sua igreja seja uma, assim como Ele e o Pai são um (Jo. 17.1).


2. IGREJA, FAMÍLIA DE DEUS
Somos filhos de Deus, a Ele nos dirigimos como Aba, Pai (Rm. 8.18; Gl. 4.1-7; I Jo. 5.19), isso mostra a importância da metáfora familiar na constituição da igreja. Como membros da família de Deus, temos profunda inmidade com o Pai (Rm. 8.15), Jesus Cristo é nosso irmão mais velho (Rm. 8.29), fomos adotados pelo Pai em Cristo (Gl. 4.1-7), não somos mais escravos (Rm. 8.15). Por conseguinte, nos tornamos coerdeiros de Deus em Cristo (Rm. 8.17), participando da Sua morte e ressurreição (Rm. 8.11-13), do Seu Espírito Santo (Rm. 8.14,15), feitos a imagem de Deus (Rm. 8.29), nascidos de Deus (I Jo. 5.4). Essa filiação implica em responsabilidade, pois devemos viver em obediência, em conformidade com o caráter do Pai (Ef. 5.1; I Pe. 1.14-17). A metáfora familiar para se referir à igreja é bastante comum nos escritos de Paulo. Em I Tm. 1.2,18 o Apóstolo chama Timóteo, seu cooperador, de filho na fé. E orienta para que o jovem pastor de Éfeso tratasse os mais velhos, na igreja, como pais e mães (I Tm. 5.4,5). Por isso, os membros da igreja devem ser tratados como partes de uma mesma família (I Tm. 5.1,2), mostrando cuidado um com o outro (I Tm. 5,5,16). A relação da família com a igreja é revelada por Paulo em I Tm. 3.4.,5, colocando a governabilidade daquela como critério para o ministério pastoral. A família cristã, por conseguinte, é uma extensão da igreja, não há como a igreja ter saúde se as famílias tiverem problemas. O marido e a mulher devem viver em conformidade com a Palavra de Deus, em amor (Ef. 5.22,23). No contexto do lar, bem como na igreja, o amor-agape deve ser a base dos relacionamentos. Sem o amor-agape, a igreja, e também a família, não passará de barulho, mera formalidade (I Co. 13.1,2).


3. ENVOLVENDO A FAMÍLIA NA IGREJA
O envolvimento da família na igreja local é uma necessidade, não apenas para a continuidade da congregação, mas também para os próprios membros da família. Estamos nos deparando, nesses dias, com um movimento contrário à igreja. Tais grupos argumentam que a igreja, em sua institucionalização, nada tem de bíblica. É bem verdade que a institucionalização extremada da igreja pode resultar em engessamento. Mas a alternativa é a do equilíbrio, não devemos incentivar o desprezo pela congregação, como é costume de alguns (Hb. 10.25). Os desigrejados pensam que estão contribuindo ao criticar a igreja. Mas na verdade estão retirando muitos do caminho da fé cristã. As crianças, e principalmente os mais jovens, estão sofrendo com esse movimento que critica a igreja. Ao invés de descartar a igreja em sua essência, devemos investir recursos e tempo, para melhorar o convívio em tal contexto. As igrejas devem fazer todo possível para que as famílias se integrem aos trabalhos congregacionais.  Uma igreja com saúde busca, prioritariamente, a construção de relações duradouras entre as pessoas. Muitas igrejas locais estão perdendo a graça, literalmente, porque se tornaram ambientes de opressão. O amor, que é a vida da igreja, não é mais cultivado, as pessoas querem apenas cargos, ao invés de servirem uns aos outros (Cl. 3.22). A igreja local precisa ser um espaço no qual as pessoas possam se relacionar, não apenas tirar vantagens, mas contribuírem com sua edificação, não apenas física, também espiritual. Há igrejas que, tal como a de Laodiceia, têm templos suntuosos, bastante confortáveis, mas que as pessoas não se sentem parte de uma mesma família (Ap. 3.17). Não podemos esquecer que a igreja somos nós, por isso, ela será o que cada membro for. As famílias precisam ir à igreja, não apenas por obrigação, mas para adorar a Deus, e servirem uns aos outros em amor. A liderança cristã deve investir para que o ambiente eclesiástico seja agradável, mas sem abrir mão dos princípios bíblicos, sobretudo do seu papel fundamental, proclamar a verdade do evangelho de Jesus Cristo.


CONCLUSÃO
No Sl. 122 o salmista expressa sua alegria ao ser convido para ir ao Templo, a Casa do Senhor. Nós, os cristãos, não dependemos mais de um espaço físico determinado para adorarmos a Deus, pois Ele busca adoradores, que o façam em espírito e em verdade (Jo. 4.24). Isso, no entanto, não deve ser argumento para as pessoas se distanciarem do templos, que continuam sendo ambiente de adoração, principalmente de exposição das Escrituras. A família cristã pode resgatar o mesmo princípio do salmista, e se alegrar pela oportunidade de ir ao Templo, considerando que, ali, se relacionará com outros cristãos (I Co. 12.12-19), poderá orar coletivamente (Mt. 18.20), e crescer na doutrina de Deus (I Co. 14.26).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DeYOUNG, K., KUCK, T. Por que amamos a igreja. São Paulo: Mundo Cristão, 2010.

HUGHES, K., HUGHES, B. Disciplinas da família cristã. Rio de Janeiro: CPAD, 2006.


Extraído do Blog: subsidioebd.blogspot.com.br 




SUBSÍDIO II

I. FAMÍLIA: O ELEMENTO BÁSICO DA IGREJA



1. Sem a família a igreja não funciona


Não podemos ignorar a importância da igreja local junto à família, pois a saúde da igreja está diretamente ligada ao bem estar espiritual e moral da família. Uma igreja cujas famílias estão arruinadas espiritual e moralmente não terá condições de acolher os não crentes, nem terá autoridade para atuar junto à outras famílias na comunidade em que está inserida.


A família fortalecida na igreja é tão importante que o apóstolo Paulo aconselhou o pastor Timóteo a respeito da qualidade de um candidato ao episcopado. O apóstolo destaca a relação do aspirante com a própria família: “Convém, pois, que o bispo [...] governe bem a sua própria casa, tendo seus filhos em sujeição, com toda a modéstia (porque, se alguém não sabe governar a sua própria casa, terá cuidado da igreja de Deus?)” (1Tm 3.2,4,5). Aqui, ele expressa o impacto do relacionamento familiar com a funcionalidade da igreja local. Famílias desgovernadas, inevitavelmente, geram uma igreja sem direção.



2. A família como extensão da igreja


Além de a família ser o elemento básico da funcionalidade da igreja local, ela é a própria extensão desta. Descrevendo a respeito do culto doméstico, o saudoso pastor Estevam Ângelo disse: “Se a família quiser assistir a sete cultos a mais por semana, fazendo o culto doméstico, terá uma igreja em casa”. É verdade! Além de cultuar a Deus, a família representará o reino divino na vizinhança, no bairro e no mundo. O próprio Jesus falou: “Porque onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles” (Mt 18.20). Portanto, podemos fazer de nossa família uma extensão da Igreja de Cristo e representar seu Reino neste mundo.



II. A IGREJA ACOLHENDO AS FAMÍLIAS



1. A natureza humana da igreja


A etimologia da palavra igreja remonta a natureza humana do Corpo de Cristo. Mateus 18.17 e Atos 15.4 expressam ekklêsia (igreja) como reunião de pessoas, povo ou assembleia em nome do Senhor Jesus. É uma instituição composta de seres humanos dotados de sentimentos, desejos e volição. Nesse caso, a Igreja é “humana” em sua constituição e composição.



2. A dimensão relacional da igreja. Onde há pessoas, há relacionamentos


A Santíssima Trindade nos mostra um Deus relacional. As trinas pessoas relacionam-se comunitária, intensa e espontaneamente (Mc 1.9-13; Jo 5.17,19-28). Assim, a igreja expressa à dimensão relacional da Santíssima trindade entre os seus membros. É ali, que a família cristã está habilitada a relacionar-se como Igreja de Cristo, tanto com o Pai (Mc 12.30) como com o próximo (Mc 12.31). Assim, a igreja está pronta para acolher as famílias e suas idiossincrasias.



3. O relacionamento familiar na igreja


Não há dúvidas de que servir a Deus numa igreja local juntamente com toda a família é uma bênção. No entanto, para que este relacionamento continue a abençoar vidas é preciso zelar pelos seguintes princípios: (1) Na igreja local, a família não deve se fechar em si mesma; (2) Não deve haver motivações que desrespeitem a liderança constituída ou a qualquer outra pessoa; (3) A família deve investir tempo para se relacionar com outras famílias também.



4. A família do obreiro


O exercício do ministério não dispensa o obreiro de sua responsabilidade como esposo e pai. Infelizmente, em algumas igrejas locais, é comum cobrarem da família do pastor um padrão de perfeição que nem o Evangelho preceitua. Prevenção ao pecado e vida de retidão na presença de Deus e diante da sociedade são atributos peculiares a toda família cristã. Porém, é preciso reafirmar que a família do pastor é igual à de qualquer outra pessoa. A esposa do pastor tem nome, e os filhos também, e precisam dos mesmos cuidados que as demais famílias da igreja precisam.





III. A FAMÍLIA NA IGREJA LOCAL



1. A comunhão da família


No Salmo 133.1 lemos: “Oh! Quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união!”. Apesar de alguns pregadores interpretarem este texto de maneira alegórica, dando a ele uma simbologia espiritual, neste versículo o salmista Davi se refere à família de irmãos de sangue em crise, ou, de acordo com Matthew Henry, o homem segundo o coração de Deus escreve “esse salmo por ocasião da união entre as tribos quando todas elas se uniram unânimes para fazê-lo rei”. Logo, o Salmo davídico pronuncia a bênção para uma família que anda em comunhão: Irmãos e irmãs que vivem em paz no lar e fora dele são tão valiosos quanto o óleo que ungiu Arão, o sumo sacerdote. Numa casa pacífica e unida, as bênçãos do Senhor se manifestam.



2. Envolvendo-se com o Corpo de Cristo


A leitura bíblica em classe, particularmente os versículos 7, 11, 12, 13 e 15, destaca o exemplo de familiares unidos pela causa do Evangelho. O apóstolo Paulo muito se contentou com o esforço empregado em cada família na causa do Reino de Deus. Quando a família sente-se alegre em ir à igreja para adorar a Deus é uma grande bênção (Sl 122.1). Ela participa ativamente do culto e não se porta como mera assistente. São momentos preciosos que influenciarão a família por toda a vida.



3. Toda a família na casa de Deus. 


A igreja local é o espaço religioso onde adoramos a Deus e proclamamos o Evangelho. Nada pode impedir este ideário cristão. Por isso, a família chamada por Deus é convocada a depositar o seu talento na causa do Evangelho. No ensino, na pregação, na música ou qualquer outra atividade que vise pregar o Evangelho e edificar a Igreja de Cristo, a família cristã deve estar lá. Não deixe de ir aos cultos, à Escola Dominical e aos encontros da sua igreja. Esta rotina glorificará a Deus, e edificará você e a sua família.



CONCLUSÃO


Na lição desta semana vimos que a família é o elemento básico da igreja local. Esta, por sua vez, deve ser uma comunidade acolhedora de famílias carentes. E a família chamada por Deus, tem o privilégio de servir ao Altíssimo juntamente com outras famílias numa igreja local. Aqui, somos ensinados, edificados e exortados a representar o Reino de Deus neste mundo moderno. Portanto, não perca tempo: envolva-se com a sua igreja local, pois esta precisa de você e toda a sua família.


Extraído do blog: verdadeprofetica.blogspot.com.br

LIÇÃO 11 - A FAMÍLIA E A ESCOLA DOMINICAL






INTRODUÇÃO
A Escola Bíblica Dominical (EBD) é uma das maiores agências de ensinamento da igreja, mas, infelizmente, ainda pouco valorizada. Na aula de hoje estudaremos a respeito da importância da EBD, principalmente para as famílias cristãs. Antes trataremos sobre sua história, e por fim, sua vasta contribuição para a formação de pessoas comprometidas com a Palavra e o Reino de Deus. Esperamos que a aula de hoje sirva de despertamento, principalmente para a liderança da igreja, a fim de que esta perceba o valor dessa escola para a formação da família, e, por conseguinte, de obreiros.


1. A ORIGEM DA ESCOLA DOMINICAL
A Escola Dominical como conhecemos hoje é resultado da contribuição do jornalista anglicano inglês Robert Raikes. Preocupado com a situação social das crianças inglesas em Glaucester, decidiu ocupa-las aos domingos, para não se envolverem com vícios. Isso porque, em decorrência da revolução industrial, as crianças trabalhavam nas fábricas durante a semana, mas ficavam ociosas nesse dia da semana. A alternativa foi criar uma escola gratuita, com a ajuda do Rev. Thomas Tock, ministro anglicano, que conseguiu matricular cem crianças, com faixa etária entre seis a quatorze anos de idade. O objetivo principal da Escola Dominical era trabalhar o desenvolvimento do caráter dessas crianças através do ensinamento bíblico. Inicialmente a Escola Dominical era uma atividade paraeclesiástica, que funcionava na Rua Saint Catharine, como uma obra social. Algumas crianças não queriam vir para a Escola Dominical porque suas roupas eram estavam rotas. Raikes providenciou roupas novas e material de higiene para que elas não se envergonhassem de frequentar aquele instituto infantil. As aulas iniciavam às 10h e prosseguiam até às 14h com aulas bíblicas e também de matemática, história e inglês, com intervalo de uma hora para o almoço. Após a aula as crianças eram conduzidas à igreja, onde recebiam ensinamento doutrinário até às 17h30min. A Escola Dominical surtiu um efeito tão positivo que levou Raikes a divulgar seu resultado em seu jornal no dia 03 de novembro de 1783, data em que se comemora, no Reino Unido, o dia da fundação da Escola Dominical. Em 1784 a Escola Dominical contava com 250 mil crianças matriculadas, como resultado, a criminalidade em Glaucester caiu. O trabalho causou tanto entusiasmo que acabou sendo copiado em outros países, inicialmente nos Estados Unidos. A igreja anglicana não aceitou de bom grado o movimento da Escola Dominical, justificando que se tratava de um ensinamento realizado por leigos. Houve uma solicitação, no parlamento inglês, em 1800, para que as escolas dominicais fossem interrompidas. Quando Raikes faleceu, 1811, de um ataque de coração, 400 mil alunos estavam matriculados nas diversas escolas dominicais do mundo. Nesse mesmo ano a Escola Dominical se abriu para adultos, criando, assim, a divisão em classes. A Escola Dominical foi fundada no Brasil em 19 de agosto de 1855 pelo casal de missionários escoceses Robert Sarah Kalley, na cidade de Petrópolis, no Rio de Janeiro. Apenas cinco crianças assistiram aquela primeira aula, que, posteriormente, se espalhou para o Brasil inteiro através das várias denominações evangélicas.


2.  A IMPORTÂNCIA DA ESCOLA DOMINICAL
A Escola Dominical moderna surgiu através de uma necessidade social, mas, sobretudo, espiritual. Seus princípios remetem ao período bíblico, tendo em vista que Deus, já no Jardim do Éden, deu instruções claras ao primeiro casal (Gn. 3.8-11). Posteriormente, Deus delegou aos pais a responsabilidade de transmitirem aos filhos a Sua Palavra (Dt. 6.7-9). Com o passar do tempo, e em decorrência da institucionalização da religião judaica, os sacerdotes também assumiram essa tarefa (Dt. 24.8), e também os profetas (Is. 6.8-10; Jr. 11.1-4). Os reis piedosos reconheciam a valor do ensinamento da lei de Deus, para tanto favoreciam as condição para que a instrução acontecesse (II Cr. 17. 7-9). O despertamento para a exposição da palavra sempre resultou em despertamento espiritual, tanto na história de Israel quanto da Igreja. Exemplo disso é o grande avivamento judaico após o cativeiro babilônico, nos tempos de Esdras e Neemias (Ne. 8.1-9). No Novo Testamento, Jesus é o exímio exemplo de ensinador, não por acaso era reconhecido como Rabi, Mestre (Jo. 3.2). Após Sua morte e ressurreição, Jesus comissionou sua igreja a fazer discípulos em todas as nações (Mt. 28.19). Esse é um dos principais objetivos da Escola Dominical, ensinar tudo aquilo que Jesus fez e ensinou (At. 1.1,2). Mas muitas igrejas, inclusive obreiros, deixam de dar o devido valor à Escola Dominical, colocando-a em segundo plano. A obsessão por um crescimento meramente quantitativo tem distanciado muitas igrejas da visão de discipulado ensinada por Jesus. O descaso com a Escola Dominical pode ser percebida, por exemplo, pela ausência da liderança nas aulas. Antigamente esse era o principal instituto de formação de obreiros. Os candidatos ao ministério não eram consagrados a menos que fossem alunos assíduos da Escola Dominical.  A realidade tem sido cada vez mais modificada, a própria arquitetura das igrejas não considera a Escola Dominical. Existem espaços para as multidões, mas não há salas de aulas preparadas para receber seus alunos. Os professores são escolhidos não pelo esmero para ensinar (Rm. 12.7), mas pela proximidade com algum líder da igreja. Na verdade, a frequência na Escola Dominical deveria ser um critério para a escolha de pessoas para atuar em todos os trabalhos da igreja. A Assembleia de Deus não tem ainda uma tradição consolidada no ensinamento bíblico em institutos. Por isso, a Escola Dominical, na maioria dos casos, funciona como o último reduto para a formação de líderes. As Escolas Bíblicas, outrora realizadas por vários dias, são realizadas atualmente em apenas um final de semana, deixando muito a desejar. Sem um ensinamento consistente e sistemático da Bíblia estaremos fadados a uma liderança franca, levada por qualquer vento de doutrina, que não maneja bem a palavra da verdade (II Tm. 2.15).


3. A FAMÍLIA NA ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL
As famílias também precisam aprender a valorizar a Escola Dominical como recurso institucional para formação bíblica dos membros da Igreja. O currículo da Escola Dominical favorece um ambiente que assiste a todas as faixas etárias da igreja. A família inteira pode ser abençoada através da instrução bíblica na Escola Dominical. Há currículos para as crianças, bem como para jovens e adultos. A Escola Dominical é um instrumento valioso que contribuiu para o cumprimento de Pv. 22.6 na vida das crianças. Os jovens também podem aprender, através da Palavra de Deus (Sl. 119.9), a fugirem do pecado (II Tm. 2.22). Isso porque como estava escrito na contracapa de Bíblia de Dwight Moody “ou este livro me afastará do pecado ou o pecado me afastará deste livro”. Os jovens evangélicos de hoje carecem de formação bíblica, os adultos também. As pesquisas revelam que os evangélicos da atualidade não sabem sequer encontrar passagens na Bíblia. Há quem não saiba, por exemplo, se determinado livro se encontra no Antigo ou Novo Testamento. Existe um movimento forte na igreja evangélico em prol da ortopraxia, isto é, de uma vida cristã condizente com a verdade. Mas é pouco provável que tenhamos ortopraxia sem uma ortodoxia firme (Fp. 4.9). Aqueles que se integram às igrejas somente poderão fazer aquilo que forem ensinados (II Tm. 3.16). É a partir do conhecimento revelado, e da intimidade com Deus que desenvolverão o fruto do Espírito (Gl. 5.22). Para que os crentes possam produzir frutos, é necessário que esses permaneçam em Cristo, a Videira Verdadeira (Jo. 15.1-16). Ele é a Palavra, devemos ouvi-LO, caso contrário, não passaremos de cristãos nominais, descompromissados com a fé genuína, uma vez foi entregue aos santos (Jd. 3). A ilusão das igrejas numerosas está causando um terrível mal ao movimento evangélico brasileiro. O crescimento numérico está contribuindo apenas para um acúmulo de gente, descompromissada com a Palavra, que não podem ser chamadas de discípulos de Cristo, pois se negam a carregar a cruz (Mt. 16.24). A igreja deve estimular as famílias a frequentarem a Escola Dominical, mas ao invés de apenas enviarem seus filhos, os pais devem ir também, conduzindo seus filhos no caminho, dando o exemplo.


CONCLUSÃO
Em alguns arraiais evangélicos já se fala na falência da Escola Dominical, mas nem todos acreditam nessa falácia. Todos aqueles que reconhecem seu valor inestimável, continuam a defendê-la, e a trabalharem por ela. Se existe um trabalho na igreja que merece investimento, inclusive financeiro, é a EBD. O retorno pode não ser financeiro, muito menos imediato, mas renderão dividendos preciosos no futuro para o serviço cristão, sobretudo, para a eternidade. Pais e mães, a família e a igreja como um todo, não devem medir esforços para fortalecer a Escola Dominical na sua congregação. 


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
HANDRICKS, H. Ensinando para transformar vidas. São Paulo: Betânia, 1991.

GILBERTO, A. Manual da Escola Dominical. Rio de Janeiro: CPAD, 1999.

Extraído do Blog: subsídioebd.blogspot.com.br

sábado, 8 de junho de 2013

LIÇÃO 10: A NECESSIDADE E A URGÊNCIA DO CULTO DOMÉSTICO


VÍDEO I


 
SUBSÍDIO I
INTRODUÇÃO
O lar e a igreja são parte de um todo, por isso, o culto doméstico, como extensão do culto no templo, deve ser uma prática constante. Na aula de hoje trataremos a respeito do valor do culto doméstico, mas antes, mostraremos sua base bíblica, e ao final, apresentaremos algumas orientações prática para a realização do culto no lar. Esperamos que através dessa aula as famílias cristãs sejam despertadas para a necessidade e a urgência do culto doméstico.


1. CULTO DOMÉSTICO, A BASE BÍBLICA
 
A família precisa ter oportunidade de cultuar a Deus não apenas no templo, mas também em casa, no ambiente do lar cristão. O fundamento bíblico para o culto doméstico se encontra em Dt.11, mais especificamente no versículo 19, no qual está escrito: “E ensinai-as a vossos filhos, falando delas assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te, e levantando-te”. A influência dos pais, na formação espiritual dos filhos, é atestada por Josué, ao declarar: “Mas se vos parece mal servirdes ao Senhor, escolhei hoje a quem haveis de servir; se aos deuses a quem serviram os vossos pais, que estavam além do Rio, ou aos deuses dos amorroeus, em cuja terra habitais. Porém, eu e a minha casa serviremos ao Senhor” (Js. 24.15). A palavra servir, em hebraico, é abad, e significa trabalhar, atuar, dando ideia que os pais devam se esforçar para repassar para os filhos os valores divinos. O próprio Abraão foi escolhido pelo Senhor “a fim de que ele ordene a seus filhos e a sua casa depois dele, para que guardem o caminho do Senhor” (Gn. 18.19). O verbo guardar, em hebraico, é shamar, com o sentido de “dar atenção”, mostrando, assim, que o ensinamento é fundamental no processo de formação da visão cristã dos filhos. Em consonância com esse princípio, em Dt. 6.6,7, o povo de Deus recebe a seguinte instrução: “E estas palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu coração; e as ensinarás a teus filhos, e delas falarás sentado em tua casa e andando pelo caminho, ao deitar-te e ao levantar-te. No Novo Testamento, Paulo instruiu aos pais, para que esses, criem seus filhos na disciplina e admoestação do Senhor” (Ef. 6.4). Disciplina, em grego, é paideia, que tem a ver com tutoria, ou instrução. Isso quer dizer que os pais precisam educar, e se for o caso, corrigir seus filhos para que esse aprendam a temer, e sobretudo, amar a Deus. A palavra admoestação, em grego, é nouthesia, que reforça a necessidade de adverti-los mediante a Palavra de Deus, para que eles vivem de acordo com as orientações do Senhor. Timóteo, o jovem pastor, é um exemplo de uma criança que foi instruída, desde a tenra idade, nas Sagradas Letras, que o fizeram sábio para a salvação (II Tm. 3.15), tal ensinamento partiu da sua avó, Lóide, e da sua mãe, Eunice (II Tm. 1.2-5).


2.  A IMPORTÂNCIA DO CULTO DOMÉSTICO

O culto doméstico tem grande valor, o principal deles é a comunhão que proporciona no lar, na medida em que os membros da família se unem para adorar a Deus. A família moderna está sendo solapada pela inversão de valores, dentre eles o isolamento. Pais e filhos já não conseguem mais se relacionar, cada um se isola em seu espaço, seja ele físico ou virtual. Por isso é urgente que pais e filhos passem a ter momentos juntos na presença de Deus, a fim de lerem a Bíblia, orarem e cantarem hinos de louvor. Outro valor do culto doméstico é que esse deixa marcas indeléveis para toda vida dos filhos. Como está escrito em Pv. 22.6, quando o filho é ensinado na Palavra, é menos provável que esse venha a se desviar quando adulto. E, se isso vier a acontecer, ele carregará, por toda vida, as instruções que recebeu na infância. Esse é também um momento de partilha, não apenas de problemas, mas também de conquistas, e uma oportunidade singular para tirar dúvidas. O culto doméstico tem um papel fundamental no contexto familiar a fim de espiritualizar as relações. Não podemos esquecer que vivemos em uma época marcada pelo secularismo. A programação televisiva, e até mesmo as escolas, estão pautadas em valores contrários à Palavra de Deus. Através da realização do culto domestico, pais e filhos podem dialogar a respeito dos valores do Reino. Nesse momento todos param suas atividades para ficarem juntos, somente esse motivo já é suficiente, tendo em vista que as pessoas não conseguem mais se relacionarem, nem mesmo dentro do mesmo ambiente físico. A tecnologia está roubando o tempo das famílias, é muito tempo dedicado à televisão e à internet, e quase nada à meditação na Palavra de Deus. Os momentos de adoração, no culto doméstico, favorecem um clima de piedade no lar. Os poucos minutos destinados ao culto doméstico contribuíram para que a família, não apenas dentro, mas também fora do lar, possam ter atitudes mais piedosas (I Tm. 4.7).


3. ORIENTAÇÕES PARA O CULTO DOMESTICO

O culto doméstico não precisa ser demorado, na verdade, é bom que tenha curta duração, não mais que meia hora. É preciso considerar que vivemos em meio a uma sociedade agitada, as pessoas estão assoberbadas de tarefas, inclusive os filhos. Por isso, é melhor fazer um culto doméstico com a duração de 10 minutos diários do que fazer uma vez apenas com uma hora de duração. O horário deve ser apropriado à participação de todos, a fim de que, na maioria das vezes, os membros da família estejam presentes. Se não tiver como realizar o culto doméstico todos os dias, todo o esforço deve ser empreendido para que esse seja feito pelo menos uma vez por semana. A escolha do(s) hino(s) que ser(ão) cantado(s) é fundamental, é importante que seja do agrado de todos, principalmente das crianças. A leitura da Bíblia também deve ser bem pensada, é importante que seja um texto curto, de fácil compreensão, e que tenham caráter tanto instrutivo quanto devocional. A alternância na leitura é um aspecto importante, respeitando inclusive as diferentes versões que são utilizadas. Dependendo mesmo da faixa etária dos filhos, pode ser necessário a utilização de uma versão mais simples, com uma linguagem mais contemporânea. Comentários rápidos poderão ser acrescentados ao texto, evidentemente os pais poderão dar início à exposição, mas é produtivo ouvir o que os filhos têm a dizer a respeito do texto. A oração é um elemento essencial no culto doméstico, cada membro da família deve ter a oportunidade para fazer seu pedido. Nenhum pedido de oração deve ser motivo de reprovação. O respeito pelas necessidades individuais é condição necessária para o êxito no culto doméstico. Essa é uma oportunidade para aprender a colocar os mais simples problemas na presença do Senhor. É importante também que os membros da família se alternem na oração, que todos tenham a oportunidade de elevar sua voz a Deus, através de uma oração simples, sem palavras muito difíceis, sobretudo com sinceridade de coração.


CONCLUSÃO
O culto doméstico está sendo esquecido em muitos lares cristãos. Por causa da correria desses dias, muitos já não mais têm tempo para reunir a família para cultuar a Deus. É importante que pais e mães sejam despertados para a realização do culto doméstico, mesmo que esse tenha curta duração, pelo menos uma vez com semana. Que essa seja uma oportunidade para crescer no temor, sobretudo no amor ao Senhor. O culto doméstico não precisa ser um espaço apenas de repreensão, mas também de edificação, de alegria na presença de Deus (Mt. 19,20).


REFERÊNCIAS 
MARCELLINO, J. Redescobrindo o tesouro perdido do culto familiar. São José dos Campos: Fiel, 2004.

MERKH, D. 1001 ideias criativas para o culto doméstico. São Paulo: Voxlitteris, 2003



 SUBSÍDIO II

A ORAÇÃO EFICAZ

Orando para Saber Orar
E você, porventura sabe orar? Sabe que precisa orar? Sabe que orar é falar com Deus, e é o meio mais eficaz para ter uma vida espiritual abundante, próspera e vitoriosa? Se ainda não se sente seguro para poder afirmar que sabe, então siga o exemplo dos discípulos e, de coração, ore: Senhor, ensina-me a orar!

Se você não tem tempo para orar, saiba que o tempo gasto em oração é o mais importante da sua vida. Se você não tem vontade de orar, saiba que está precisando muito orar. A falta de vontade de orar é como um fastio.

Quando alguém tem um fastio, e por conseguinte, não quer se alimentar, esse é o momento quando mais precisa fazê-lo. E a oração é o único alimento que lhe salvará da inanição espiritual. Se você ora só pelos seus negócios, saiba que precisa orar mais por você do que pelos seus negócios. Estes e o seu trabalho não são as prioridades no conceito divino. A prioridade é você mesmo, por quem Cristo morreu, e a quem Deus ama e quer usar na realização da sua obra. Você, além de receber os preciosos dons inerentes à salvação, pela mesma graça fará jus ao galardão que o justo Juiz dará a cada um segundo o seu trabalho.
Considere também que, sem orar, poderá fazer apenas alguma coisa para você nesta vida, mas nada fará de valor eterno para Deus. Sem orar, a sua vida poderá ser inútil para o mundo e para Deus. Você pode viver apenas para si e morrer sem nada levar do mundo. Sem orar a sua alma estará sujeita aos ataques de Satanás, sem forças para resistir. Por isso a recomendação divina: “Quanto ao mais, sede fortalecidos no Senhor e na força do seu poder... para poderdes ficar firmes contra as ciladas do diabo... com toda oração e súplica, orando em todo tempo no Espírito, e para isto vigiando com toda perseverança e súplica por todos os santos” (Ef 6.10,11,18).

Os apóstolos que tanto ensinaram sobre oração, aprenderam a orar e fizeram da oração uma poderosa arma, com a qual venceram o mundo, o Diabo e a carne; e triunfaram sobre os poderes políticos, imperiais e satânicos que se lhes opunham, e realizaram a obra de Deus; serviram de exemplo para os santos e para o mundo, foram fiéis até a morte, conquistaram a herança da vida eterna, chegaram ao céu e se apoderaram da glória que Deus reservara para eles. Foi bom que orassem: “Senhor, ensina-nos a orar”. Faça como os discípulos, peça ajuda ao Senhor e ore para saber orar.

A oração que Jesus Ensinou
A oração ensinada por Jesus, o Pai Nosso, constitui a epítome da doutrina cristã. Nesta oração ensinada por Cristo aos seus discípulos, o Mestre teve o propósito de ensinar-lhes preliminar e resumidamente a oração em seus aspectos essenciais, de modo correspondente com as suas necessidades relativas a esta vida, destacando, em especial, as necessidades espirituais relativas aos deveres para com Deus. Na oração do Pai Nosso, temos os princípios fundamentais da doutrina cristã revelados em vários detalhes, nos quais também são manifestados os propósitos de Deus com respeito aos seus filhos na terra.

Atendendo ao pedido dos discípulos, ensinou-lhes a orar assim: “Pai nosso que estás nos céus, santificado seja o teu nome; venha o teu reino, faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu, o pão nosso de cada dia dá-nos hoje; e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores; e não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal, pois teu é o reino, o poder e a glória para sempre. Amém”.

Não significa que esta seja a única oração que deva ser feita pelo crente, ou que deva ser decorada e recitada diariamente. Explicando isto, o Senhor Jesus reprova a oração formalista dos escribas e fariseus e a oração supersticiosa dos pagãos. No Pai Nosso, o Mestre amado ensina-nos novo caminho para Deus e estabelece, de maneira mais íntima, os meios de comunicação e comunhão com Deus, através da confiança de filhos que se dirigem ao Pai celestial com intimidade e fé; por meio da convicção de sua bondade paternal, tal como é revelada nas Sagradas Escrituras; através da obediência que evidencia o nosso respeito a Deus, o reconhecimento de sua autoridade divina, reconhecendo a Deus como causa da existência e sobrevivência de todas as coisas.
Quando oramos o Pai Nosso, e nisso nos baseamos, também externamos o nosso propósito de viver para Ele e de tribuar-Lhe a glória que Lhe devemos por tudo o que somos e o que temos neste mundo, e o que esperamos ser na eternidade. Portanto, o Pai Nosso não é simplesmente uma “reza” e, sim, o resumo da doutrina cristã.


Pr. Estevam Ângelo de Souza

Texto extraído da obra “Guia Básico de Oração” da CPAD, Rio de Janeiro.