sexta-feira, 28 de outubro de 2016

LIÇÃO 5: AS CONSEQUÊNCIAS DAS ESCOLHAS PRECIPITADAS




SUBSÍDIO I

O livre-arbítrio é um presente de Deus ao ser humano, pois este foi criado de maneira autônoma, de modo que Deus jamais permitiria um ser humano autômato. Entretanto, aqui está a maior tensão da principal criação de Deus. Embora dotado de livre-arbítrio, um dom de Deus, o ser humano fez e continua a fazer o mau uso daquilo que deveria ser para a glória de Deus. As Escrituras Sagradas dão testemunhos de várias personagens bíblicas que fizeram más escolhas e boas escolhas. As más escolhas geralmente foram tomadas num contexto de precipitação ou extraordinária pressão. 
Lembra-se da decisão equivocada de Abraão, que por influência da sua mulher, Sara, resolveu deitar-se com Agar e fez com que ela concebesse um filho chamado Ismael? Se o nosso pai da fé soubesse o problema que a decisão acarretaria à sua família, certamente não decidiria assim. Entretanto, qual era o contexto de Abraão? Um homem avançado em idade, onde sua mulher também era avançada em idade e não tinha nenhum filho herdeiro para assumir sua herança. Quando temos a consciência de que a vida está passando e findando, naturalmente lembramo-nos dos herdeiros que deixaremos, ou de quem administrará a nossa herança. Mas Deus havia feito uma promessa de que Ele daria um filho fruto do casamento entre Abraão e Sara. Crer no improvável é uma prova, uma resistência de fé. Num primeiro momento, ambos falharam na perseverança da fé e optaram por tomar a pior decisão. 
Devemos aprender com as Escrituras que qualquer decisão importante que tomarmos, não devemos fazê-la debaixo de pressão ou precipitadamente. A precipitação é um grande mal que deve ser evitado sempre. Quando nos precipitamos não raciocinamos, não prestamos atenção ao bom senso, não andamos por fé, mas apenas por vista. Quem tem a mente de Cristo deve sempre manter os pés no chão, pedir orientação a Deus e aguardar o calor dos acontecimentos passarem. Fácil?! Não, não é uma tarefa fácil, mas sem dúvida trata-se de uma atitude responsável e madura que leva em conta o fator global da circunstância e não somente parte dela, nem prioriza o fator emocional do acontecimento.
Mostrar aos nossos alunos o perigo de tomar uma decisão precipitada é o objetivo central desta lição. Para isso, use exemplo da própria vida ou outros vários que a bíblia dispõe e enriqueça a sua aula para conscientizar o seu aluno sobre ter esse cuidado importantíssimo com a vida. Boa aula!

 Fonte: Revista Ensinador Cristão, Ano 17 - nº 68 – out./nov./dez. de 2016. 

SUBSÍDIO II

INTRODUÇÃO

No mundo todas as pessoas passam por circunstâncias adversas, e a todo momento são pressionadas a fazerem escolhas. Mas é preciso ter cautela, sobretudo confiança em Deus, para não tomar decisões precipitadas. Na lição de hoje estudaremos a respeito desse assunto, tomaremos por base o relacionamento entre Abraão e seu sobrinho Ló, a fim de extrairmos lições para nossas vidas. Ao final da aula aprenderemos que as escolhas precipitadas podem trazer consequências drásticas, e em alguns casos, irreparáveis. 

1. CIRCUNSTÂNCIAS ADVERSAS

Abraão respondeu ao chamado do Senhor, e partiu de uma terra estranha, do meio da sua parentela. Talvez para se sentir mais seguro, levou consigo seu sobrinho Ló, que viria a lhe trazer problemas. Somos tentados, a todo instante, a confiar em nós mesmos, ou a depender das pessoas mais próximas. Mas a caminhada do cristão, na maioria das vezes, é existencial, ele não pode transferi-la a quem quer que seja. As decepções da vida, seja com pessoas ou instituições, servem para nos mostrar que somente em Deus temos plena segurança. Abraão tomou a decisão de descer para o Egito em um momento de privação de alimento (Gn. 12.10). A expressão “descer para o Egito” tem a ver com dúvida diante das promessas de Deus (Nm. 11; 14; Is. 30.1,2; 31.1; Jr. 42.13). Não podemos colocar nossos olhos nas circunstâncias, se assim fizermos seremos reprovados pelo Senhor (Mt. 14.30). Somos lembrados pelo profeta Isaias que “aquele que crer não foge” (Is. 28.16). Durante o período em que esteve no Egito, Abraão aprendeu uma lição importante, nunca é tarde para voltar ao caminho correto (Gn. 13.1). Ainda bem que a fé do cristão é constituída de recomeços, ninguém deve permanecer prostrado depois do fracasso. Sabemos que temos um Advogado perante o Pai, Jesus Cristo que é a propiciação pelos nossos pecados (I Jo. 1.9). É sempre bom voltar a casa do Pai, pois a desobediência traz resultados desastrosos, a vontade de Deus não é para mal, muito pelo contrário, é para o bem daqueles que a seguem (Rm. 12.1,2). Arrependimento é uma palavra que não pode sair do dicionário do cristão, devemos estar sempre dispostos a reconhecer nossos erros, e buscar do Senhor o perdão para as decisões equivocadas, como fez o filho da parábola (Lc. 15.21). 

2. OLHANDO PARA PESSOAS E COISAS

O ambiente familiar, ao contrário do que se costuma idealizar, está susceptível a conflitos. É preciso reconhecê-los, e o mais importante, aprender a lidar com eles, com amor e graça. As posses materiais parece ser uma das principais causas dos desentendimentos familiares. É digno de destaque que quanto mais prospero Abraão se tornou, mais problemas familiares ele passou a ter. A riqueza necessariamente não traz felicidade para a família, pode resultar em conforto, mas não é bem-estar. O dinheiro não pode comprar a paz tão almejada pela família, é possível viver bem com muito menos do que imaginamos. Os pastores de Ló, o sobrinho de Abraão, começaram a disputar território. A narrativa bíblica revela que Ló estava tomado pelas posses das coisas. Nesse particular Abraão demonstrou ter maior confiança em Deus, e não se deixou controlar pela pressão das circunstâncias. Deu liberdade a Ló para que esse escolhesse a porção que mais agradasse aos seus olhos. O sobrinho do patriarca, por falta de visão espiritual, fez opção pelas campinas para as bandas do Jordão. Abraão demonstrou ser um pacificador, ou melhor, um apaziguador, alguém que buscava conciliação. Ló, ao contrário, buscava a riqueza desse mundo, que continua sendo a raiz de todos os males, e tem conduzido muitos à ruina (I Tm. 6.10). 

3. QUANDO CONFIAMOS EM DEUS

As escolhas equivocadas, e precipitadas, de Ló trouxeram consequências sobre a vida dele e da sua família. Por causa da sua opção, ao deixar se conduzir pelas aparências, situações adversas sobrevieram sobre o sobrinho do patriarca. Quatro reis decidiram atacar a região na qual Ló se encontrava, sendo esse levado como cativo e todos os seus bens (Gn. 14.8). A própria cidade de Sodoma por fim foi destruída por causa dos pecados que seus habitantes cometiam contra Deus (Gn. 19.24). A cobiça tem feito muitos estragos na vida de cristãos, inclusive de obreiros que trabalham na seara do Senhor. Por causa do dinheiro as pessoas mentem (Pv. 21.6), maltratam os outros (Pv. 22.16), se utilizam de meios desonestos (Pv. 28.8) e afligem a família (Pv. 15.27). Com Abraão precisamos aprender a colocar nossa confiança exclusivamente em Deus. Ao invés de tomar uma decisão pensando apenas em si mesmo, o patriarca se voltou para Deus, e deixou que Ló fizesse sua escolha. O mundo seria bem diferente se as pessoas percebessem mais pessoas e menos coisas, e olhassem mais para os outros, e menos para elas mesmas (Fp. 2.4). Aprendamos também a não colocar nossos olhos apenas no aparente, deixemos que Deus ocupe o primeiro lugar em nossas vidas (Mt. 6.33). Abraão tinha convicção de que não passava de um peregrino na terra, e que seu maior tesouro era o Senhor, que o havia chamado. Mas Ló resolveu se estabelecer na terra, primeiramente olhou para Sodoma (Gn. 13.10) depois partiu para aquela região (Gn. 13.11,12), e por fim, para ali se mudou (Gn. 14.12).  

CONCLUSÃO

O imediatismo contemporâneo, e sobretudo as pressões pelas quais passamos, demandam uma decisão urgente. Quando não confiarmos em Deus, e colocamos o foco em nós mesmo, podemos ser tentados pela cobiça, e tomarmos decisões precipitadas. Aprendamos com Abraão a buscar o Senhor em todas as circunstâncias, o colocar os olhos exclusivamente nEle (Gn. 13.14), somente assim poderemos percorrer a terra na qual Ele temporariamente nos colocou (Gn. 13.17).   

Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa
Extraído do Blog subsidioebd

COMENTÁRIO E SUBSÍDIO III

INTRODUÇÃO

Deus chamou Abraão enquanto ele vivia em Ur dos Caldeus. O Senhor prometeu ao patriarca que sua descendência seria grande. Abraão pela fé partiu rumo à terra Prometida. Talvez ele devesse partir sozinho, mas levou seu pai e o seu sobrinho, Ló. Estes o acompanharam levando mulheres, filhos, servos, servas, gado e tudo quanto podiam carregar. Durante um bom tempo, Abraão e Ló caminharam juntos e unidos. Porém, as confusões e as brigas começaram a surgir entre os servos de Abraão e Ló. Na lição de hoje, veremos a discussão que levou Abraão a se separar do seu sobrinho Ló. Veremos também que o sobrinho de Abraão, Ló, em um gesto precipitado, tomou uma decisão que acabou por gerar uma crise terrível. [Comentário: Em Gênesis 12.1, aprendemos que Deus disse a Abrão para deixar sua terra natal, Ur dos caldeus, assim como sua família e seus parentes. A viagem de Abrão de Ur para Harã certamente não foi obediência a essa ordem, porque ele foi em companhia de seu pai, Terá, e seu sobrinho, Ló. Além disso, quando deixou Harã e foi, ao longo do território de Canaã, para o Egito, ainda estava em desobediência parcial. Nós o encontramos no Egito arriscando a perda de sua esposa, através de quem o descendente prometido, Isaque, viria. Notamos também que é através da providência de Deus que Sarai é preservada para Abraão e eles são guiados para fora do Egito (Gn 12.10-20). Quando Abraão retornou para Canaã em Gênesis 13, ainda não estava vivendo como Deus lhe disse, pois, ainda que tivesse deixado a terra de seus parentes, havia levado alguns deles consigo. Desse modo, Deus providencialmente separou-os, fazendo o fardo deles excessivo para a região os sustentar. Assim, Abrão habitou na terra de Canaã e Ló localizou seu lugar de morada nas planícies do Jordão e, finalmente, na cidade de Sodoma. Conforme lemos em Gênesis 13.14-18, parece que, quando Ló separou-se de Abrão, passou para um novo nível de relacionamento com Deus. Há algo aqui, entretanto, que deve ser observado por causa da exatidão e da continuidade escriturais. Ainda que Ló não devesse morar com Abrão, ele era diferente do restante dos parentes de Abrão. Encontramos Abrão lutando por Ló quando esse é tomado como escravo por um rei bárbaro (Gn 14.11-16). Devemos entender, também, que foi Deus quem libertou Ló, não o poder ou a experiência em luta de Abrão (Gn 14.14, 20). Não devemos pensar no ato de Abrão aqui apenas como mera ligação de parentesco ou no benefício de Deus como interesse de Abrão meramente. Digo isso porque, em Gênesis 18:23, quando Deus estava prestes a destruir Sodoma, Abrão intercedeu por Ló como por um homem justo, e Deus honrou aquela intercessão preservando Ló e suas duas filhas. Esse ponto de vista sobre a opinião de Deus de Ló é confirmado em 2Pe 2.6-8. Devemos também estar atentos de que, da relação pecaminosa de Ló com suas filhas, nasceram duas nações. São eles os Moabitas e os Amonitas (Gn 19.36-38). Ambos se tornaram um tropeço para Israel, como podemos ver em algumas passagens como Números 25.1-5. Todavia, vemos que Deus não permitiu sua destruição, ainda que fossem pessoas idólatras. Observe Deuteronômio 2.9,19. A nação de Moabe também foi o lar de Rute, a grande avó de Davi, e ela se tornou um elo vital na linhagem da aliança, da descendência até Cristo (Mt 1.5, Rt 4.10;18-22).Pr. Forrest Keener;http://www.palavraprudente.com.br/estudos/forrest_k/eventosvt/cap21.html] Dito isto, vamos pensar maduramente a fé cristã?

I. O CUIDADO COM AS ESCOLHAS

1. A prosperidade de Abraão. Deus fez de Abraão um homem próspero. Sua riqueza era resultado da sua obediência e confiança em Deus. Se Abraão não tivesse deixado Ur, obedecendo à voz divina, certamente não teria experimentado a provisão e a prosperidade do Senhor. A obediência a Deus nos faz prosperar. É importante ressaltar que o servo do Senhor não era um viajante solitário. Ele era o líder de um grande clã. Possuía muitos recursos e servos e servas. [Comentário: O historiador judeu Flavio Josefo em sua obra intitulada ‘História dos Hebreus - De Abraão à queda de Jerusalém’ (8ª edição: 2004; CPAD), escreve: “Lemos no quarto livro da história de Nicoiau de Damasco estas apropriadas palavras: "Abraão saiu com grande acompanhamento da terra dos caldeus, que está acima da Babilônia, reinou em Damasco e partiu algum tempo depois com todo o seu povo, estabeleceu-se na terra de Canaã, que agora se chama Judéia, onde a sua posteridade se multiplicou de maneira incrível, como direi mais particularmente em outro lugar. O nome de Abraão é ainda hoje muito célebre e tido em grande veneração na terra de Damasco. Vê-se aí uma aldeia que tem o seu nome e onde se diz que ele morou". Tomou-se um impedimento à convivência de ambos a falta de espaço. Tanto Abraão como Ló tinham rebanhos, vacas e tendas (Gn 13.5). E não tinha capacidade a terra para poderem habitar juntos, porque a sua fazenda era muita, de maneira que não podiam habitar juntos (Gn 13.6). E houve contenda entre os pastores do gado de Abraão c os pastores do gado de Ló (Gn 13.7). Abraão não queria de modo algum que a contenda entre os pastores viesse a gerar problema entre ele e seu sobrinho. Abraão zelava pelo bom testemunho deles diante dos povos em cujo meio peregrinavam.]
2. Abraão fez a escolha certa. Abraão deixou sua terra e sua parentela porque decidiu obedecer ao chamado de Deus. Embora não tivesse noção de para onde iria, decidiu confiar em Deus. Muitos estão enfrentando crises porque tomaram decisões sem consultar ao Senhor. Outros estão enfrentando dificuldades financeiras e familiares por desobediência a Deus. Contudo, é importante ressaltar que nem sempre as crises que enfrentamos são resultados da desobediência ou de escolhas precipitadas. Jó era um homem íntegro, obediente, porém experimentou terríveis crises em sua vida (Jó 1.1). Ele perdeu seus bens, seus filhos, sua saúde. Suas crises não foram resultado de decisões precipitadas. [Comentário: A vida humana é uma série de escolhas. Essas escolhas determinam nosso futuro. Ao longo de nossas vidas, vivenciamos uma série de escolhas ininterruptas, pois sempre, diariamente, nos colocamos diante de uma nova escolha a ser feita. Em nossas escolhas nos deparamos diante de dois pontos importantíssimos: agradar a Deus, escolhendo aquilo que Ele tem de melhor para nossas vidas ou, simplesmente, agradar a nós mesmos, nossa carne, nosso desejo e escolher aquilo que achamos ser bom para nossa vida. Por isso, as escolhas são, sempre, mais importantes. São as escolhas – e nunca a sorte – que determinam nosso destino. Sempre ouvimos dizer que as nossas escolhas atestam o nosso caráter e também que a direção para onde a nossa mente involuntariamente se move demonstra o tipo de pessoas que somos. O cristão que tem sua mente transformada, sendo “revestida do novo homem”, fará as melhores escolhas. Se formos cristãos carnais, onde o mais importante é agradar ao “eu”, nossas decisões e escolhas sempre irão contra ao que Deus quer para nós. No entanto, quantos cristãos hoje em dia, em sua ânsia de escolher aquilo que é certo, cometem erros. Quantos cristãos, por não conhecer o que diz a própria Palavra de Deus, fazem escolhas que lhes definham a alma (Salmo 106.15). Qual é o perigo que encontramos? É simplesmente o de escolher aquilo que aparentemente é bom, aquilo que não se vê nada contra, nada de errado, que por coincidência até se inúmera inúmeros pontos a favor e, portanto, parece ser o certo, no entanto, porém, não é a perfeita, a explícita vontade de Deus para nossas vidas. Por muitas vezes, no decorrer de nossas vidas, escolhemos o aquilo que é bom e não aquilo que é melhor. Parece uma contradição de termos não é mesmo? Quem em sã consciência escolheria aquilo que é bom no lugar do que é melhor? Quem faria tal loucura? Mas, a realidade é diferente e diariamente, inúmeros cristãos se deparam com esse tipo de escolha: o bom ao invés do melhor. Pr. Cleverson de Abreu Faria, Igreja Batista Salém, disponível em: http://solascriptura-tt.org/VidaDosCrentes/ComDeus/EviteEscolherOBomInvesDoMelhor-CleversonFaria.htm]
3. Abraão passa pelo Egito. Abraão também enfrentou algumas crises em sua vida. Porém, manteve sua fé em Deus. Ele não permitiu que as adversidades da vida matassem a semente da promessa que havia sido plantada em seu coração. Na vida, enfrentamos adversidades, contudo a nossa fé nos faz ter esperança e vencer os obstáculos. Abraão teve que descer ao Egito devido à fome, mas depois retornou com muitos bens (Gn 13.2). O Senhor fez Abraão prosperar mesmo estando no Egito. Ele ainda não estava na terra da promessa. Isso nos mostra que não importa o lugar em que estamos, o Senhor nos faz prosperar. A nossa prosperidade vem do Senhor. [Comentário: Abraão, na direção de Deus. havia já percorrido uma grande parte da terra para a qual Deus o chamara. Até então não havia surgido qualquer problema, contudo as provações estavam para vir. Uma das maiores provas a que alguém pode ser submetido é a da falta de alimentos, a falta da subsistência. Todavia, para aquele que confia no Senhor, ela toma-se uma oportunidade do crente glorificar a Deus. Veja He 3.17-19. Diz a Bíblia: * *E havia fome naquela terra*' (Gn 12.10). Abraão, iniciante no caminho da fé. não tinha ainda enfrentado obstáculos e dificuldades na sua caminhada. Não tinha ainda experiência quanto à maneira de proceder quando as coisas começassem a aparecer contrárias. E a provação veio para o servo de Deus. Abraão possuía um grande rebanho que dependia de bons pastos, e a situação era realmente preocupante. Mas que contradição! Veio a seca e a consequente fome na terra da promessa! A situação de fome que passou a castigar a terra de Canaã colocou Abraão numa verdadeira encruzilhada: continuar a peregrinar na terra para a qual Deus o havia trazido, mas onde havia fome, ou fugir para o Egito à busca de uma solução. (SH) Não há na Bíblia evidência de que Deus tivesse orientado Abraão a peregrinar no Egito. Contudo está escrito: * *E desceu Abraão ao Egito para peregrinar ali" (Gn 12.10). Pelo menos duas vezes lemos na Bíblia acerca de pessoas que foram orientadas por Deus para irem ao Egito. Jacó, já velho, foi convidado por seu filho José para ir ao Egito. (SC) Deus apareceu a Jacó em visões de noite e disse: "Não temas descer ao Egito, porque eu te farei ali uma grande nação. E descerei contigo ao Egito..." (Gn 46.1- 5). No Novo Testamento encontramos a orientação dada por Deus a José de fugir para o Egito com Maria e o menino Jesus, a fim de escaparem da perseguição deHerodes(Mt2.13). No caso de Abraão, a decisão de descer ao Egito foi resultado de considerações humanas. Quem sabe a ideia partiu de Ló que era extremamente materialista. Lição 3: ABRAÃO DESCE AO EGITO, 20 de janeiro de 1991; EURICO BERGSTEN. Lições Bíblicas do 1º Trimestre de 1991. CPAD. Abrão fez a coisa mais natural em sua época: “… desceu, pois, Abrão ao Egito, para aí ficar” (v. 10). É aqui que reside o problema. Não há nenhuma menção de que ele tenha procurado a vontade de Deus sobre a questão. Ele não negou a Deus; ele simplesmente se esqueceu do Altíssimo. Ele se esqueceu de como Deus é grande. Hughes, R. K. (2004). Genesis: beginning and blessing (p. 190–191). Wheaton, IL: Crossway Books.. O que Abraão precisava entender é que Deus está no controle das circunstâncias. Você está mais seguro em um período de crise no centro da vontade de Deus do que em um palácio longe de Sua vontade. Abraão falhou e afastou-se da vontade de Deus. Wiersbe, W. W. (1991). Be Obedient (p. 22). Wheaton, IL: Victor Books..]
SUBSÍDIO BÍBLICO TEOLÓGICO

Professor, procure enfatizar neste tópico que "Deus disse a Abraão que deixasse a sua parentela e fosse para Canaã (Gn 12.1), mas o patriarca levou consigo seu sobrinho Ló. Entretanto, a separação de Ló foi necessária para assegurar as bênçãos materiais e espirituais prometidas por Deus a Abraão. Seus rebanhos cresceram bastante. Com isso, compartilhar pasto e água passou a gerar conflitos familiares. Logo fez-se necessária a separação entre tio e  sobrinho. Deus convida Abraão a peregrinar por toda a terra e declara: 'toda esta terra que vês te hei de  dar a ti e à tua semente, para sempre' (Gn 13.14-18)" (RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. 10.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p. 34).

II. LÓ É ATRAÍDO POR AQUILO QUE VÊ

1. Briga entre os pastores de Abraão e Ló. Ao deixar o Egito, Abraão seguiu com sua família para o norte. Ele acampou próximo a Betel e ali encontrou o altar que havia construído para o Senhor (Gn 13.3,4). Naquele lugar, Abraão invocou o nome do Altíssimo, pois era um homem grato a Deus. A ingratidão nos impede de ver as maravilhas de Deus. Tanto Abraão como Ló haviam prosperado, possuindo servos, ovelhas e gado. Mas aquela prosperidade gerou uma crise entre o tio e o sobrinho, pois não havia mais espaço suficiente na terra para ambos. Faltava água e pastagem para tantos animais, e em pouco tempo, os pastores de Abraão e Ló começaram a brigar. A contenda estava instalada na família, e era preciso tomar uma decisão. [Comentário: Abraão foi chamado para ir sozinho a Canaã, (SH) pois a sua chamada não se referia apenas à salvação de sua alma. Havia ainda uma chamada específica: Abraão seria feito uma grande nação. Deus queria levantar uma grande nação e estava levantando o patriarca para ela. Neste empreendimento Ló não tinha nenhuma participação. A chamada era para Abraão, e a presença de Ló viria a ser bastante prejudicial ao futuro patriarca de Israel. Após a partida de Ló para a região que escolhera, Abraão finalmente entrou no trilho da obediência integral à ordem que Deus lhe dera de deix ar não só a sua terra, mas também a sua parentela. Fica bem claro nesta experiência que não existem detalhes insignificantes numa ordem dada por Deus. Tudo é importante, e tudo deve ser obedecido. Abraão precisou consertar uma falha na sua obediência. Será que nós também temos uma necessidade semelhante? Será que temos plena certeza de estarmos obedecendo a Deus à risca? O salvo deve ter * *purificada a sua alma na obediência à verdade** (l Pé l .22), pois é eleito * 'para a obediência e aspersão do sangue de Jesus Cristo*' (l Pé l.2). Nunca devemos nos sentir tranquilos se estivermos vivendo alguma desobediência, ou abrigando algum vício. Aprendamos com Abraão. Ele se consertou com Deus. Não sejamos rebeldes: ** Porque a rebelião é como pecado de feitiçaria". Fujamos, pois, de todo pecado. Sigamos nas pisadas de nosso pai Abraão! Lição 4: ABRAÃO E LÓ SEPARAM-SE, 27 de janeiro de 1991; EURICO BERGSTEN. Lições Bíblicas do 1º Trimestre de 1991. CPAD]
2. A decisão de Abraão. O patriarca logo tentou resolver a situação conflituosa. Ele não adiou o problema, mas chamou seu sobrinho para uma conversa. Abraão mostrou querer uma solução pacífica para a situação ao sugerir que cada um deveria escolher o próprio caminho. [Comentário: Abraão havia recentemente renovado o altar do Senhor (Gn 13.4). Certamente ele se sentiu impulsionado a completar a obediência total diante de Deus, para assim desfrutar de modo pleno das bênçãos prometidas na sua chamada inicial. Sem constrangimento disse Abraão a Ló: "Não haja contenda entre mim e ti, e entre os meus pastores e os teus pastores, porque irmãos somos. Não está toda a terra diante de ti? Eia, pois. aparta-te de mim; se escolheres a esquerda, irei para a direita; e se a direita escolheres, eu irei para a esquerda" (Gn 13.8-9). Abraão, sendo o mais velho e o líder desta peregrinação em Canaã, por direito poderia ter escolhido primeiro, mas deixou que Ló o fizesse. Abraão era homem de fé, e a * * fé opera por amor" (Gl 5. 6). O amor não busca o seu interesse (l Co 13.5). Na sua fé em Deus, Abraão confiava que Deus ia tomar a frente dele e de sua esposa não só quanto àqueles problemas então presentes, mas também nos tempos que estavam por vir. E os que confiam no Senhor não serão confundidos (Is 49.23). Lição 4: ABRAÃO E LÓ SEPARAM-SE, 27 de janeiro de 1991; EURICO BERGSTEN. Lições Bíblicas do 1º Trimestre de 1991. CPAD ]
3. A escolha precipitada de Ló. Abraão, em um gesto de bondade e mansidão, fez a seguinte proposta ao sobrinho: "Não está toda a terra diante de ti? Eia, pois, aparta-te de mim; se escolheres a esquerda, irei para a direita; e, se a direita escolheres, eu irei para a esquerda" (Gn 13.9). Parece que Ló não pensou muito. De forma precipitada, fez a sua escolha optando por aquilo que parecia ser melhor aos seus olhos (Gn 13.10). Ele não buscou a Deus para tomar a decisão. Também não honrou seu tio deixando que ele escolhesse primeiro. Ló foi seduzido pela aparência do lugar. Essa história nos deve servir de exemplo: Não tome decisões ou faça escolhas sem consultar ao Senhor. Não julgue as pessoas pela aparência. Parecia que Ló havia ficado com a melhor parte, mas ele não podia ver o coração perverso dos habitantes daquele lugar. O homem vê somente o exterior, mas Deus conhece o interior das pessoas. [Comentário: Ante a proposta generosa de Abraão, diz a Bíblia: "Então Ló escolheu para si toda a campina do Jordão, e partiu Ló para o oriente, e apartaram-se um do outro" (Gn 13. 11). Não houve um rompimento entre eles. Não houve uma separação brusca, tão-somente Ló deixou a companhia de Abraão para viver a sua vida particular em região de sua própria escolha.
l. A escolha materialista de Ló. A escolha de Ló só levou em conta vantagens materiais. A vida que havia levado até então na terra de Canaã tinha sido aquela de peregrinos e forasteiros. Moravam em tendas. Talvez Ló almejasse estabelecer-se de modo mais permanente. E as campinas bem regadas que havia escolhido, eram muito promissoras. Certamente uma bela escolha, dentro de uma visão puramente material. (SD)
Ló esqueceu-se de avaliar as consequências espirituais de sua escolha. * *0ra, eram maus os varões de Sodoma. e grandes pecadores contra o Senhor** (Gn 13.13). Certamente Ló conhecia estas características dos habitantes de Sodoma, mas as vantagens materiais eram irresistíveis. Assim, **LÓ habitou nas cidades da campina, e armou as suas tendas até Sodoma** (SÁ) (Gn 13.12).
2. Consequências da escolha de Ló. Ló e toda a sua família foram bastante prejudicados pela escolha feita. Vejamos:
a) Armou as suas tendas até Sodoma. Ló, depois de armar as suas tendas até Sodoma, passou a habitar naquela cidade (Gn 14.12). Mais tarde, passou a assentar- se à porta da mesma, lugar das autoridades municipais (Gn 19.1).
b) Perdeu a autoridade sobre a esposa. A mulher de Ló envolveu-se de tal forma com a sociedade de Sodoma, que quando os anjos, quase arrastado-a para fora da cidade, para livrá-la da destruição iminente, lhe ordenaram que não olhasse para trás ela desobedeceu e ficou convertida em uma estátua de sal (Gn 19.16.26; Lei 7.32).
c) Suas filhas se corromperam. A? filhas de Ló, por ocasião da destruição de Sodoma, tinham contratado casamento com pessoas que consideraram Ló um zombador quando este os avisou da destruição da cidade e queria salvá-los dela (Gn 19.14). Já salvas da destruição, as filhas de Ló mostraram que tinham assimilado a devassa moral de Sodoma (Gn 19.31-38).
3. Uma advertência sempre atual. O exemplo de Ló é, para nós, uma séria advertência. Jesus disse: "Como também da mesma maneira aconteceu nos dias de Ló... assim será no dia em que o Filho do homem se há de manifestar*' (Lc 17. 28-30). Vivemos às vésperas do Arrebatamento, e precisamos atentar para o exemplo de Ló. o qual fez as suas escolhas pensando em vantagens materiais. Jesus deu-nos um aviso muito sério: * * Olhai por vós, não aconteça que os vossos corações se carreguem de glutonaria, de embriaguez, e dos cuidados da vida, e venha sobre vós de improviso aquele dia" (Lc 21.34). Lição 4: ABRAÃO E LÓ SEPARAM-SE, 27 de janeiro de 1991; EURICO BERGSTEN. Lições Bíblicas do 1º Trimestre de 1991. CPAD]

SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO

De acordo com os costumes da época, a solução do problema teria sido bastante simples. O líder do clã implementaria a solução que protegesse os próprios interesses com pouca consideração aos interesses do concorrente. Mas Abraão preferiu dar a vez ao sobrinho. Insistiu que Ló se apartasse do círculo da família de Abraão, mas deu ao homem mais jovem a opção de escolher a região da Palestina para apascentar seus rebanhos.
Do lugar onde estavam acampados perto de Betel, o vale do Jordão lhes seria visível a leste. Ló escolheu ir nessa direção. Em torno de Jericó, como hoje, os campos eram pontilhados de muitas fontes, e no lado sudeste do mar Morto ribeiros de águas descendo dos altiplanos irrigavam os campos férteis. A região era tão verdejante que dois símbolos de fertilidade, o jardim do Senhor e a terra do Egito, foram as únicas expressões adequadas para descrevê-la. Isto estava em nítido contraste com a terra seca da região montanhosa da Palestina.
Neste ponto, Ló não sabia do destino que se abateria sobre a terra que ele acabara de adotar. Mas a história recebe um clima de suspense com a observação de que Sodoma e Gomorra seriam destruídas. Sodoma é mencionada como cidade prejudicial à moral, pois eram maus os varões de Sodoma e grandes pecadores contra o Senhor" (Comentário Bíblico Beacon. 1.ed. Vol 1.Rio de Janeiro: CPAD, 2005, pp. 59,70).

III. LÓ, UM CASO DE PROSPERIDADE E PERDAS

1. Ló e suas riquezas. Ló também foi abençoado e se tornou um homem próspero. Certamente possuía muitos servos, servas e um grande rebanho. A separação entre Ló e Abraão era algo inevitável, porém a forma como se deu não foi das melhores. Tudo indica que Ló ficou deslumbrado com a fertilidade da terra, tomando uma decisão precipitada e não honrando seu tio. Não se deixe enganar pela beleza das coisas desse mundo passageiro. Não abra mão daquilo que é eterno. [Comentário: Abraão e seu sobrinho Ló adquiriram muito gado, servos e riquezas, os dois, Abrão (13.2) e Ló (13.5), tinham prosperado. Suas manadas e rebanhos se tornaram tão grandes que eles não podiam mais viver juntos (13.6). Esta era uma realidade entre as tribos nômades que precisavam estar sempre se deslocando à procura de pasto para as ovelhas e para o gado. Assim, seus empregados estavam se desentendendo, causando atritos entre os próprios Abraão e Ló, talvez isto esteja implícito nas palavras de Abrão no versículo 8. O que também seria verdade. Sempre que há desentendimento entre os seguidores, com muito mais freqüência há também entre os líderes. Abraão propõe a separação, com uma atitude nobre: mesmo sendo o tio e mais velho, deixou que Ló escolhesse para onde queria ir. Abraão iria para o lado oposto. Ló foi egoísta e deselegante ao aceitar a proposta. Era para ter deixado o tio escolher. Para piorar, Ló tomou uma decisão egoísta e material: escolheu uma terra linda, bem regada, altamente propícia para criar o seu gado e ganhar mais dinheiro. Mas se ficasse só nisso, ainda não seria tão grave. Mas foi sendo atraído para uma verdadeira desgraça: a cidade de Sodoma. O v. 13 é sombrio, causa um arrepio. É como se preparasse o leitor para ler uma história muito triste de Ló, dali para frente.]
2. A guerra dos reis. A terra que Ló havia escolhido era boa, mas seus vizinhos não eram. Não demorou muito e Ló teve que enfrentar uma grande crise, uma guerra. Decisões precipitadas podem nos fazer viver tempos conturbados. Quatro reis decidiram atacar Sodoma e Gomorra (Gn 14.8). Ló foi levado cativo e todos os seus bens e alimentos foram tomados como espólio de guerra. Ele agora era um prisioneiro e todos os seus bens foram perdidos. [Comentário: Durante 12 anos cinco reis da planície de Sodoma haviam sido tributário do rei Quedorlaomer. Sabendo que este rei, juntamente com outros três aliados. estava em campanha militar contra nações que habitavam nas redondezas, os cinco reis da planície resolveram aproveitar a ocasião para libertarem-se da opressão, e saíram para guerrear contra ele (Quedorlaomer) e seus aliados. No confronto militar, os reis da planície de Sodoma ficaram em desvantagem. Os reis de Sodoma e de Gomorra fugiram. Suas cidades foram despojadas e seus habitantes levados cativos, inclusive Ló e sua família.]
3. Abraão socorre Ló. Quando a notícia de que Ló estava cativo chegou até Abraão, ele imediatamente partiu para ajudar o sobrinho. Abraão poderia ter se negado a ajudar Ló, pois ele mesmo tinha escolhido aquelas terras. Mas o amigo de Deus não tinha um coração rancoroso, vingativo. Ele reuniu seus criados, formando um pequeno exército, perseguiu o inimigo, o alcançou e o derrotou, libertando seu sobrinho e recuperando os seus bens. Tudo que pertencia a Ló foi recuperado (Gn 14.16). Embora Ló tivesse tomado uma decisão errada, o Senhor não permitiu que seus bens e sua família ficassem na mão do inimigo. Mais tarde, a cidade de Sodoma foi destruída pelo fogo do julgamento divino, e Ló perdeu o que tinha. [Comentário: Um homem que escapara da batalha veio a Abraão e contou-lhe o que acontecera. E Abraão sentiu necessidade de levar a sua ajuda a seu parente em perigo. Como prisioneiro de guerra Ló poderia até ser vendido como escravo. Ló sofria as consequências da escolha que fizera... Neste acontecimento, também, Abraão deu o exemplo de crente fiel. Diz a Escritura: "Mas se alguém não tem cuidado dos seus. e principalmente dos da sua família, negou a fé, e é pior do que o infiel” (1Tm 5.8). Abraão se prontificou a ajudar, mas esta tarefa era muito difícil. Seus recursos eram pequenos, seus homens poucos em relação ao exército inimigo. Mas certamente ponderou como Jônatas se expressou séculos mais tarde: "Porventura obrará o Senhor por nós. porque para com o Senhor nenhum impedimento há para livrar com muitos ou com poucos” (1Sm 14.6). Ao tomar conhecimento do que havia acontecido com Ló, Abraão não ficou indeciso quanto ao que deveria fazer. Diz a Escritura: "Armou os seus criados, nascidos em sua casa, trezentos e dezoito, e os perseguiu até Dã” (Gn 14.14). Acompanharam-no três confederados: Escol, Manre e Aner. Usou a estratégia de dividir seus poucos homens em vários grupos e fazê-los todos, simultaneamente, atacar o acampamento inimigo à noite (Gn 14.15). Tirou portanto proveito da surpresa e da escuridão. O exército dos quatro reis foi derrotado e fugiu. Dos quatro reis alguns morreram (Hb 7.1). “Assim, Abraão lutou contra os opressores e obteve vitória e tomou a trazer toda a fazenda, e tomou a trazer também a Ló, seu irmão, e a sua fazenda, e também as mulheres, e o povo"(Gn 14.16).]

SUBSÍDIO BÍBLICO TEOLÓGICO

Levantou Ló os seus olhos (Gn 13.10)
As Escrituras declaram que 'o SENHOR não vê como vê o homem' (1 Sm 16.7). Ló viu somente a campina bem regada de Sodoma. Deus viu os habitantes daquela cidade como 'grandes pecadores' que eram. Ló, ao deixar de discernir e aborrecer o mal, trouxe morte e tragédia a sua própria família.
A grande falha de Ló foi amar as vantagens pessoais, mais do que abominar a iniquidade de Sodoma.
(1) Se ele tivesse amado profundamente a retidão, isso o manteria separado dos maus caminhos e daquela geração ímpia. Ele, porém, tolerou o mal e optou por morar na cidade decaída de Sodoma. Talvez tenha raciocinado que as vantagens materiais, a cultura e  os prazeres de Sodoma compensariam os perigos, e que ele tinha forças espirituais suficientes para permanecer fiel a Deus. Com isso em mente, ele juntamente com sua família, ficaram expostos à imoralidade e à impiedade de Sodoma. Só, então, ele aprendeu a amarga lição de que sua família não era forte o suficiente para resistir às influências malignas de Sodoma.
(2) Os pais de família devem tomar cuidado para não se envolverem de igual modo, nem a seus filhos, com nenhuma 'Sodoma', para  não se arruinarem espiritualmente, como aconteceu à família de Ló" (Bíblia de Estudo Pentecostal.  Rio de Janeiro: CPAD, 1995, p.52).

CONCLUSÃO

Escolhas precipitadas, feitas somente pela aparência, podem causar muitos males. Antes de tomar qualquer decisão, ore ao Senhor. Peça o seu conselho, pois Ele conhece o coração do homem e sabe aquilo que é realmente melhor para nós. [Comentário: Quando Abrão fez a oferta a Ló, parece que os dois estavam em um lugar alto, de onde podiam avistar toda a terra ao seu redor. A decisão de Ló foi friamente calculada. Com olhos de um avaliador, ele examinou a terra, pesando as vantagens e desvantagens das opções. Quando aprendemos a andar com Deus somos os mais felizes dos homens. Quando o contrário acontece, somos os piores dos homens da terra. Aprender a andar com Deus e ouvir a voz de Deus é uma lição que deve ser aprendida diariamente, sempre. Nunca será uma tarefa fácil, no entanto, a recompensa não tem preço para os que se empenham em ser aquilo que Deus quer que sejam. Como podemos ser sensíveis ao sussurrar de Deus em nossas vidas? Como podemos tomar decisões acertadas, guiadas por Deus? Qual direção tem seguido sua vida? Tem seguido pelos caminhos de Deus ou por seus próprios caminhos? Tem feito escolhas que lhe agradam ou agradam a Deus? Observamos a vida de Ló, filho de Harã, sobrinho de Abraão. Nos dias de hoje, sempre há pessoas que seguem pelo mesmo caminho que Ló seguiu. Não querem sair do mundo, não querem separação e, com isso, cada vez mais “armam suas tendas para Sodoma”. Querem caminhar com Deus e com o mundo. Nos fins de semana querem louvar a Deus, mas durante a semana vivem para si. “Adúlteros e adúlteras, não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.” (Tg 4.4).] “NaquEle que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8)”.

Francisco Barbosa
Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br


quinta-feira, 20 de outubro de 2016

LIÇÃO 4: A PROVISÃO DE DEUS NO MONTE DO SACRIFÍCIO


  
SUBSÍDIO I

Um pai cheio de amor pelo seu filho sobe ao monte Moriá para entregá-lo a fim de obedecer a Deus. Isaque era o filho da velhice de Abraão e de Sara. Foi uma promessa feita por Deus quando eles não podiam gerar filhos. Mas num belo dia, Deus o pediu de volta. Entregá-lo a Deus significava sacrificar literalmente a vida do pequenino filho de Abraão. É claro que Deus nunca aceitou sacrifícios onde o ser humano era a vítima. É bom lembrar de que quando Deus deu a ordem a Abraão para entregar o seu filho não havia nenhum sistema de lei, nenhum código de preceitos promulgado por Moisés no livro do Êxodo.
A relação de Abraão com o Eterno era face a face, ele e Deus somente. De modo que o sacrifício imposto por Deus a Abraão era para prová-lo, como Jesus Cristo foi provado na tentação do deserto. De antemão, Deus estava provendo um cordeiro para tomar o lugar de Isaque. A história de Abraão torna-se uma metáfora em que Deus proveu o Santo Cordeiro para a humanidade inteira. O Pai entregou o seu único Filho em favor do ser humano caído. Foi a grande reconciliação entre Deus e o ser humano: “Mas, agora, em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, já pelo sangue de Cristo chegastes perto. Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos os povos fez um; e, derribando a parede de separação que estava no meio, na sua carne, desfez a inimizade, isto é, a lei dos mandamentos, que consistia em ordenanças, para criar em si mesmo dos dois um novo homem, fazendo a paz, e, pela cruz, reconciliar ambos com Deus em um corpo, matando com ela as inimizades” (Ef 2.13-16).
Deus proveu o seu Filho como verdadeiro Cordeiro para nos reconciliar com Ele mesmo, sem imputar os nossos pecados e lançá-los em nosso rosto (2 Co 5.19). A maior necessidade que havia no coração humano, Deus a preencheu quando enviou o seu único Filho para morrer na Cruz em nosso lugar. A doutrina bíblica da Expiação de Cristo humilha por inteiro qualquer esforço do ser humano para salvar-se. Só Deus poderia suprir essa necessidade humana. Só o Pai poderia promover meios de não mais sermos achados perdidos, condenados e mortos para sempre. Por isso, Cristo chama todos os homens ao Arrependimento, pois a Expiação de Cristo só tem eficácia para o ser humano que se arrepende e crê no Filho de Deus. Cristo Jesus é a maior provisão de Deus para o problema do pecado do ser humano!

 Fonte: Revista Ensinador Cristão, Ano 17 - nº 68 – out./nov./dez. de 2016. 

SUBSÍDIO II

INTRODUÇÃO

Nenhum cristão está imune às provações, elas chegarão cedo ou tarde. Faz parte do amadurecimento passar por essa escola. Na aula de hoje estudaremos a respeito da prova de Abraão, quando Deus pediu que esse sacrificasse seu filho no monte. Inicialmente destacaremos que as provas virão, e quando isso acontecer, devemos aprender a concentrar-se nas promessas de Deus, e por fim, que se faz necessário depender a provisão divina.

1. AS PROVAS VIRÃO

Abraão passou por várias provas, a primeira foi familiar, quando precisou sair da parentela (Gn. 11). Em seguida, sobreveio a fome sobre Canaã, fazendo com que o patriarca se dirigisse para o Egito (Gn. 12). Outra prova foi a liberalidade, a disposição de aceitar a opção de Ló, quando esse decidiu ir para as produtivas campinas do Jordão (Gn. 13). Como se isso não fosse suficiente, ainda teve que enfrentar lutas, e não aceitar os despojos da guerra, aprendendo a depender exclusivamente de Deus, para seu suprimento (Gn.14). Mas as provas não tinham ainda se acabado, teve que lidar com a falta de paciência de Sara, decidindo ter um filho por meio da serva Agar (Gn. 16), depois teve que se despedir de Ismael, seu filho com a escrava (Gn. 21). As provas sobrevêm sobre aqueles que professam a fé em Deus, em alguns casos são resultantes das escolhas equivocadas que fazemos, em outros, decorrem das condições existenciais, ou mesmo de circunstâncias socioeconômicas, com as quais somos obrigados a sobreviver. É importante também fazer a distinção entre as tentações, que geralmente são resultantes dos desejos humanos (Tg. 1.12-16). As provações, porém, são permitidas, e em alguns casos, providenciadas, por Deus, a fim de nos conduzir à maturidade (Tg. 1.1-6). Há cristãos que se equivocam em relação ao objetivo primordial da vida, muitos mais interessado em nossa prosperidade financeira, Deus quer nos conduzir a uma vida plena, a semelhança do padrão em Cristo, perseguindo seu modelo de santidade (Gl. 5.22).

2. ONDE COLOCAR O FOCO

Diante das provações, devemos colocar nosso foco em Deus, que sempre providencia um escape. Ao mesmo tempo em que não somos tentados para além dos que podemos suportar (I Co. 10.3), podemos enfrentar também provas que parecem insuportáveis (II Co. 8.2). A menos que estejamos focados nas promessas de Deus, perderemos facilmente a rota da jornada espiritual. O pedido de Deus a Abraão pareceu absurdo, considerando que Isaque era o filho da promessa. Como o mesmo Deus que prometeu fazer do patriarca uma grande nação se atreveu a pedir o filho de Abraão em sacrifício? Há momentos em que não compreendemos a lógica de Deus. Na verdade, em casos semelhantes a esse constatamos que as vezes as exigências de Deus não têm lógica. Abraão e Sara aguardaram ansiosamente pelo cumprimento da promessa, pelo momento em que finalmente se tornariam pai e mãe. Então Deus resolve exigir que o velho patriarca sacrifique seu único filho no Monte. Mas Deus tem seus motivos soberanos, às vezes, para purificar nossa fé (I Pe. 1.6-9), para aperfeiçoar nosso caráter (Tg. 1.1-4), para nos proteger do pecado (II Co. 12.7-10). Há momentos que gostaríamos de ter uma explicação, mas a resposta de Deus, na maioria das vezes, é o silêncio. Voltamo-nos para a Palavra, e nela encontramos direções que nos dão paciência. Deus também sofreu na cruz do calvário, talvez essa seja a resposta mais contundente ao problema da provação. A fidelidade de Deus, que sacrificou Seu Filho, por amor aos pecadores, é o fundamenta da fé e esperança do crente (Jo. 3.16).

3. DEPENDENDO DE DEUS

Abraão sabia que poderia confiar nas promessas de Deus, Ele seria fiel para cumprir aquilo que havia revelado. Se Isaque seria a descendência do patriarca, então o Senhor haveria de providenciar o escape (Gn. 21.12). Abraão acreditava que mesmo que Deus permitisse que ele sacrificasse seu filho, poderia ressuscitá-lo e trazê-lo de entre os mortos (Hb. 11.17-19). Devemos estar cada vez mais convictos das promessas de Deus, não adianta querer alicerçar nossa fé em explicações, nem mesmo em fatos. Abraão precisou destronar o filho do seu coração, e deixar que apenas Deus tivesse o comando da sua vida. O Senhor não permitiu que o patriarca sacrificasse Isaque, porque já tinha o feito dentro do seu velho coração. Ele sabia que Deus proveria para si o cordeiro para o holocausto (Gn. 22.8), porque Ele, e somente Ele, é o Senhor da Providência, o Jeová-Jireh (Gn. 22.14). Há momentos que somente podemos depender de Deus, e ninguém mais. Sara havia ficado em casa, os dois servos que ficarem ao pé do monte, não estavam com Abraão. Há uma dimensão existencial na longa caminhada de Abraão até chegar ao Monte. Existem provações que temos que enfrentar sozinhos, sem a ajuda de quem quer que seja, nem mesmo dos membros da família. No caso de Abraão ainda havia o filho, que estava com ele, e “caminhavam ambos juntos” (Gn. 22.6,8), mas esse não compreendia o que estava acontecendo. Mas “depois”, quando tudo havia passado, Abraão recebeu a aprovação de Deus (Gn. 22.12), recebendo novas garantias do Senhor (Gn. 22.16-18), e a descoberta de que Deus é Jeová-Jireh (Gn. 22.14).

CONCLUSÃO

As provações não visam nos distanciar de Deus, muito pelo contrário. Elas fortalecem nossa fé, e nos ensinam a desenvolver um amor mais profundo pelo Senhor. Depois da provação, saímos mais fortalecidos, e principalmente, amadurecidos. A pedagogia de Deus costuma ser diferente da que conhecemos nas escolas regulares. Isso porque Deus dá a prova primeiro para que possamos extrair lições em seguida.

Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa
Extraído do Blog subsidioebd

COMENTÁRIO E SUBSÍDIO III

INTRODUÇÃO

Nesta lição, estudaremos a respeito do teste mais difícil que Abraão poderia experimentar. Veremos também que Jesus Cristo, o Cordeiro de Deus, morreu em nosso lugar para a nossa salvação. Deus estava provando a fé de Abraão, bem como o seu amor e fidelidade. Em meio à provação, Abraão não duvidou do poder sustentador de Jeová-Jirê, o Deus que provê. O Senhor pediu que Abraão sacrificasse o seu único filho, o filho da promessa. Pela fé, Abraão obedeceu à ordem de Deus indo ao lugar do sacrifício com seu filho Isaque. [Comentário: Certa noite, o Senhor ordenou a Abraão: “Toma agora o teu filho, o teu único filho, Isaque, a quem amas, e vai-te à terra de Moriá; e oferece-o ali em holocausto sobre uma das montanhas, que eu te direi” (Gn 22.2). Na manhã seguinte, ainda de madrugada, o patriarca conduziu o filho amado ao sacrifício supremo. O patriarca, todavia, tinha absoluta certeza de que retornaria do Moriá com o filho, pois aos servos ordenou claramente: “Ficai-vos aqui com o jumento, e eu e o moço iremos até ali; e, havendo adorado, tornaremos a vós” (Gn 22.5; Hb 11.17-19). Por que Deus pediu a Abraão que sacrificasse seu filho, tendo o próprio Deus condenado o sacrifício humano em Levítico 18 e 20? Esse foi um pedido impressionante porque Isaque era o seu filho da promessa. Como Abraão respondeu? Com obediência imediata; na manhã seguinte, Abraão começou a sua jornada com dois servos, um jumento, seu amado filho Isaque e com a lenha para o holocausto. Sua obediência inquestionável ao comando aparentemente confuso de Deus deu a Deus a glória que Ele merece e nos deixou um exemplo de como devemos glorificá-lO. Abraão confiou no amor e no poder de Deus de tal maneira que voluntariamente obedeceu, crendo que o Senhor ressuscitaria Isaque dentre os mortos (Hb 11.17-19). Isto está implícito no fato de que, embora Abraão pretendesse matar Isaque, ele disse aos seus servos: “eu e o rapaz [nós]iremos até lá e, havendo adorado, voltaremos para junto de vós” (Gn 22.5), e de fato, Deus não estava interessado em que Abraão viesse de fato a matar o seu filho, nem era esse o seu plano. O fato de o anjo do Senhor ter impedido que Abraão matasse Isaque (Gn 22.12) revela isso. O propósito de Deus foi provar a fé de Abraão, com o pedido de que entregasse completamente aquele seu único filho a Deus. O anjo do Senhor declarou que era a disposição de Abraão de entregar o seu filho, e não o ato de realmente matá-lo que satisfez as expectativas de Deus com respeito a Abraão. Deus disse explicitamente: “Não estendas a mão sobre o rapaz… pois agora sei que temes a Deus, porquanto não me negaste o filho, o teu único filho” (Gn 22.12). Não há dúvida de que o Senhor queria provar a fé do patriarca. Todavia, era sua intenção também levar o jovem Isaque a um encontro pessoal e fortemente experimental com o Deus de seu pai. A primeira lição que Isaque aprende é que Deus proverá todas as coisas (Gn 22.8). Por isso, deita-se e deixa-se amarrar pelo pai ao altar do holocausto (Gn 22.9). No momento certo, o Senhor haveria de intervir, como de fato interveio. Deus tinha planos para Isaque, e mostraria ao jovem que Ele cumpre suas promessas. O Deus de Abraão seria também o Deus de Isaque. No caminho para Moriá (1), Isaque pergunta: Meu pai, eis aqui o fogo e a lenha, mas onde está o cordeiro para o holocausto? Abraão responde-lhe: “Deus proverá”. Chegaram ao local determinado e prepararam o altar, então Abraão contou a Isaque todas as coisas e o amarrou para ser sacrificado e ao levantar o cutelo para imolá-lo, Deus impediu Abraão de sacrificar Isaque e providenciou um cordeiro para isso. Isaque, o filho da promessa, agiu em obediência ao seu pai em se tornar o sacrifício (v.9); Jesus orou: “Pai meu, se este cálice não pode passar de mim sem eu o beber, faça-se a tua vontade” (Mt 26.37) - Isaque é “padrão”, “ilustração”, “exemplo” ou “tipo”. de Cristo - o padrão do sacrifício de Isaque por Abraão prefigura muitos eventos que espelham a morte e a ressurreição de Jesus.] Dito isto, vamos pensar maduramente a fé cristã?
(1)Acredita-se que o monte Moriá seja a mesma colina em Jerusalém onde Salomão construiu a casa do Senhor; onde Deus apareceu a Davi, pai de Salomão; Davi preparou a eira (o lugar) que pertenceu a Araúna, o jebuseu, para a construção do Templo do Senhor por seu filho, segundo prometeu. Atualmente, é o local onde está a Mesquita de Omar, sobre a Cúpula da Rocha, de onde os muçulmanos acreditam teria sido o lugar de partida da Al Miraaj (viagem aos céus realizada pelo profeta Maomé) e permanece hoje como um templo da fé islâmica.

I. FÉ PARA SUBIR O MONTE DO DACRIFÍCIO

1. Abraão é provado.  Abraão faz parte da galeria dos heróis da fé (Hb 11). Ele é conhecido como o "pai da fé". A prova a que Abraão fora submetido parece um paradoxo diante do Deus amoroso, justo e que jamais aceitaria um sacrifício humano. Deus pediu a Abraão algo fora do comum, visto que sacrifícios humanos eram praticados nas religiões pagãs. Mas o desafio foi feito e Abraão teria de provar sua lealdade e seu amor ao Senhor. Em outras ocasiões Abraão falhou como homem e desobedeceu a Deus, mas Ele não o abandonou. O Senhor via em Abraão qualidades que eram superiores às suas fraquezas. E o patriarca precisava aprender a depender de Deus. As dificuldades e provações fizeram com que Abraão desenvolvesse uma intimidade maior com o Senhor. Abraão já havia experimentado alguns momentos de frustração e amargura que lhe fizeram avaliar melhor suas decisões para com Deus. [Comentário: A pergunta sobre por que Deus faz as coisas quando já sabe o resultado é uma que pode ser feita sobre várias situações. Por que Deus criou Satanás sabendo que ele iria se rebelar? Por que Deus disse a Adão e Eva para não comerem da Árvore sabendo que eles iriam desobedecer? Por que Deus criou os anjos sabendo que muitos iriam se voltar contra Ele? Uma resposta a todas essas perguntas é a mesma resposta à pergunta sobre Isaque e Abraão. O plano soberano e divino de Deus é perfeito e Ele vai executá-lO de acordo com a Sua perfeita vontade e no devido tempo, de uma forma que O glorificará. “O SENHOR dos Exércitos jurou, dizendo: Como pensei, assim sucederá, e como determinei, assim se efetuará” (Isaías 14.24). “Por amor de mim, por amor de mim o farei, porque, como seria profanado o meu nome? E a minha glória não a darei a outrem” (Isaías 48.11) https://gotquestions.org/Portugues/Abraao-Isaque.html. Ora, as provações não são instrumentos de medida para se mensurar a fé daqueles que professam a Cristo, antes tem o fito de ‘redundar’ em louvor, glória e honra na revelação de Cristo "Bem-aventurado o homem que suporta a tentação; porque, quando for provado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor tem prometido aos que o amam" (Tg 1.12). Ou seja, a provação é conforme o propósito e segundo o conselho da vontade de Deus, ‘a fim de sermos para louvor da sua glória’ (Ef 1:11 -12). Abraão foi chamado por Deus para louvor de sua glória! ]
2. No limite da capacidade humana.  O apóstolo Paulo, escrevendo aos coríntios, declarou: "Não veio sobre vós tentação, senão humana; mas fiel é Deus, que vos não deixará tentar acima do que podeis; antes, com a tentação dará também o escape, para que a possais suportar" (1 Co 10.13). A prova a que Abraão fora submetido fez com ele chegasse ao máximo da sua capacidade espiritual e emocional. [Comentário: Abraão tinha obedecido a Deus muitas vezes em sua caminhada com Ele, mas nenhum teste poderia ter sido mais severo do que o de Gênesis 22. Deus comandou: “Toma agora o teu filho, o teu único filho, Isaque, a quem amas, e vai-te à terra de Moriá, e oferece-o ali em holocausto sobre uma das montanhas, que eu te direi” (Gênesis 22.2). Esse foi um pedido impressionante porque Isaque era o seu filho da promessa. Como Abraão respondeu? Com obediência imediata; na manhã seguinte, Abraão começou a sua jornada com dois servos, um jumento, seu amado filho Isaque e com a lenha para o holocausto. Sua obediência inquestionável ao comando aparentemente confuso de Deus deu a Deus a glória que Ele merece e nos deixou um exemplo de como devemos glorificá-lO. Quando obedecemos da mesma forma que Abraão, confiando que o plano de Deus é o melhor possível, nós elevamos Seus atributos e O louvamos por eles. A obediência de Abraão à face de um comando tão difícil exaltou o amor soberano de Deus, Sua bondade, o fato de que Ele é digno de confiança, e nos deixou um exemplo a seguir. Sua fé no Deus que ele passou a conhecer e amar colocou Abraão na lista de heróis da fé em Hebreus 11 https://gotquestions.org/Portugues/Abraao-Isaque.html.]
3. Um pedido difícil.  O pedido de Deus parecia ser ilógico, impróprio, irracional e impossível de ser aceito. Deus havia pedido, em holocausto, o seu único filho, "o filho da promessa". Tem-se a impressão de que Deus estava pedindo a devolução de algo que dera ao seu amigo. Abraão, entretanto, em momento algum se negou a obedecer a Deus. Quantas vezes, em meio às dificuldades e provações, dizemos para Deus que não podemos obedecê-lo, que não podemos suportar o que Ele nos pede. Deus não quer o nosso mal, pois nos prova para que o conheçamos melhor. [Comentário: Deus não estava interessado em que Abraão viesse de fato a matar o seu filho, nem era esse o seu plano. O fato de o anjo do Senhor ter impedido que Abraão matasse Isaque (22.12) revela isso. O propósito de Deus foi provar a fé de Abraão, com o pedido de que entregasse completamente aquele seu único filho a Deus. O anjo do Senhor declarou que era a disposição de Abraão de entregar o seu filho, e não o ato de realmente matá-lo que satisfez as expectativas de Deus com respeito a Abraão. Deus disse explicitamente: “Não estendas a mão sobre o rapaz… pois agora sei que temes a Deus, porquanto não me negaste o filho, o teu único filho” (Gn 22.12). Deus usou a fé de Abraão como um exemplo de que fé é o único caminho a Deus. Gênesis 15.6 diz: “creu ele no SENHOR, e imputou-lhe isto por justiça”. Essa verdade é a base da fé Cristã, como confirmado por Romanos 4.3 e Tiago 2.23. A justiça que foi creditada a Abraão é a mesma justiça a nós creditada quando recebemos pela fé o sacrifício que Deus providenciou pelos nossos pecados – Jesus Cristo. “Aquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus” (2 Coríntios 5.21).]

SUBSÍDIO BÍBLICO TEOLÓGICO

"A prova no limite da capacidade humana (1 Co 10.13)
Abraão chegou ao máximo de sua capacidade emocional e intelectual para aceitar o desafio que Deus lhe fizera. Foi-lhe pedido algo impossível mediante a lógica do propósito divino para sua vida. Deus lhe pediu em holocausto 'o filho da promessa'. Além da relação espiritual da existência desse filho, com a relação emocional familiar entre Abraão e Isaque e sua mãe, o velho Abraão não podia entender as razões de Deus. Era como se Deus estivesse pedindo devolução de algo que havia dado a Abraão. Isto se tornou um desafio a sua lógica, a sua racionalidade. Era, de fato, uma prova que superava todas as demais experimentadas pelo velho patriarca. Abraão pareceu chegar ao limiar da prova, do desânimo, da desistência. Na infinita sabedoria divina, somos conduzidos, às vezes, ao limite de nossa resistência para aprendermos a confiar no exaurível  poder de sustentação de Deus. Quantas vezes confessamos nossas limitações e dizemos: 'Não posso mais!', 'Não aguento mais!', 'Estou sem forças para reagir!'. Então Deus entra em ação e suaviza o nosso sacrifício. Ele não deixa que nossas resistências estourem sem que saibamos que Ele nos prova para que o conheçamos melhor" (CABRAL, Elienai. Abraão: As experiências de nosso pai na fé. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2002, pp. 173-74)

II. PROVAÇÃO NO MONTE DO SACRIFÍCIO

1. Amor, obediência e fé no monte do sacrifício. Esses três elementos eram a essência da prova a que Abraão estava sendo submetido. O primeiro elemento era o seu amor para com Deus. O Senhor queria provar se Ele estava em primeiro lugar no coração de Abraão. Deus tem de estar em primeiro lugar em nossos corações. Abraão amava o seu filho Isaque, mas obedecendo a Deus, deixou claro que era o Senhor que ocupava o primeiro lugar em sua vida. O segundo elemento era a obediência. Abraão prontamente obedeceu ao pedido que o Senhor lhe fizera, mesmo não compreendendo o porquê de tal petição. O terceiro elemento envolvido nessa prova era a fé. Se antes, em algumas circunstâncias, Abraão vacilou, como no caso de ter um filho com Agar, agora, amadurecido pelas crises, ele confia plenamente em Deus. Abraão confiou que Deus seria capaz de operar um milagre. [Comentário: No Antigo Testamento, a fé tinha um duplo aspecto:
(a) confiança em ou dependência de, e
(b) lealdade a ou fidelidade.
O termo crer (hb. aman) significa perseverar confiando e crendo, evidenciando isso mediante uma fidelidade obediente. Era esse o tipo de fé que Abrão tinha. Era um homem dedicado a Deus, sempre confiante, obediente e submisso. A fé torna visível o invisível, é crer sem ver, é crer que o impossível se torna possível se crermos em Deus. É construir materialmente o que antes só era possível construir na mente, no espiritual.]
2. O clímax da prova. Depois de três dias de viagem, Abraão, Isaque e os moços que estavam com eles chegaram à terra de Moriá (Gn 22.4). Os dois moços ficaram ao pé do monte, e Abraão e seu filho tomaram a lenha e o cutelo e subiram ao monte do sacrifício (Gn 22.4-6). Na subida, o pai e o filho conversavam. Isaque não sabia como seria feito esse sacrifício, pois eles não tinham consigo um animal (um cordeiro) para o holocausto. Isaque perguntou ao seu pai: "[...] Onde está o cordeiro para o holocausto?" (Gn 22.7), e Abraão, de forma incisiva e confiante, respondeu: [...] "Deus proverá para si o cordeiro [...]" (Gn 22.8). [Comentário: Três dias caminharam para o Monte Moriá e sobre Isaque pairava o julgamento de Abraão seu pai que ia meditando sobre a pena que caíra sobre seu filho e a obediência a Deus. Gênesis 22.5: “Eu e o moço... tornaremos a vós”. A declaração de Abraão, de que ele e Isaque voltariam do sacrifício, foi um testemunho da sua fé e convicção que as promessas de Deus a respeito de Isaque seriam cumpridas (isto é, em Isaque será chamada a tua semente, 21.12). Nessa história, Isaque tipifica a Cristo:
(1) ao dar-se a seu pai como sacrifício até à morte (v. 16; Jo 10.17,18) e
(2) ao ser salvo da morte, ato este que corresponde à ressurreição de Cristo (v. 12; Hb 11.17-19) - Veja que ambos levaram às costas o madeiro para seu próprio sacrifício e ambos subiram ao Monte: “E, levando ele às costas a sua cruz, saiu para o lugar chamado Calvário, que em hebraico se chama Gólgota” (Jo 19.17).]
3. O momento decisivo da prova. O caminho da obediência pode parecer o mais difícil, mas não impossível, porque Deus age no momento certo. O pai e o filho chegaram ao local do sacrifício. Abraão conhecia a fidelidade de Deus, e por isso não se desesperou. Isaque era um filho obediente, um menino de fé. Ele aceitou ser amarrado e colocado sobre a lenha. Abraão levantou o cutelo para imolar Isaque, mas o anjo do Senhor bradou forte e não deixou que ele o fizesse. Bem perto deles havia um cordeiro substituto. A intervenção divina na terra de Moriá (Gn 22.11,12) mostra que um dia, no Calvário, Jesus morreu em nosso lugar. Ele nos substituiu na cruz, morrendo por nossos pecados. Na verdade, Abraão viu, pela revelação da fé, o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. [Comentário: A fé que Abraão tinha em Deus e sua dedicação a Ele, foram testadas ao máximo. Deus o mandou fazer uma coisa totalmente contrária ao seu bom-senso, ao seu amor paternal e à sua esperança, que era seu filho (v. 2). Gênesis 22.8: “Deus proverá” (hb. YAHWEH-JIRÉ, v.14), é uma expressão profética da providência divina de um sacrifício substituto, um carneiro (v. 13). O cumprimento pleno da declaração de Abraão realiza-se quando Deus provê seu Filho Unigênito para ser o sacrifício expiador no Calvário, para a redenção da humanidade. Daí, o próprio Pai celestial fez aquilo que Ele determinou que Abraão fizesse (Jo 3.16; Rm 5.8-10; 8.32). Quando Abraão iniciou a execução do sacrifício (v. 10), Deus viu que ele, no seu coração, consumara a renúncia suprema. O Senhor agora sabia que Abraão era um homem temente a Ele, cujo empenho principal era fazer a sua vontade. Abraão chegaria ao máximo de sua capacidade espiritual, emocional e intelectual para cumprir o desafio que Deus lhe fizera. Na infinita sabedoria divina, somos conduzidos, às vezes, ao limite de nossa resistência para aprendermos a confiar no poder de Deus. Quando o Senhor provê as nossas necessidades? – Exatamente quando nós temos a necessidade e não um minuto antes. Do ponto de vista humano isso pode parecer muito tarde, mas Deus nunca chega atrasado. O relógio de Deus não atrasa. Como o Senhor provê as nossas necessidades? – Por caminhos naturais e também sobrenaturais. Deus não enviou um anjo com um sacrifício, mas mostrou um cordeiro preso pelos chifres. Abraão só precisava de um cordeiro, por isso, Deus não lhe mostrou um rebanho. Mas ao mesmo tempo, Abraão ouviu a voz de Deus. Hudson Taylor colocou na porta da sua casa: EBENEZER E JEOVA-JIRÉH – Quando olha para trás, vê a mão de Deus. Quando olha para frente, vê a promessa de Deus.]

SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO

“Moriá
Este termo se aplicava à região onde Abraão ofereceu Isaque (Gn 22.2), e ao local do Templo de Salomão (2 Cr 3.1). Alguns desafiaram esta identificação devido às variantes textuais em 2 Crônicas 3.1, e por causa de sua proximidade a Berseba. Entretanto, com um jumento carregado, Abraão poderia ter levado 3 dias para viajar 80 quilômetros de distância até Moriá (Gn 22.4). Não há opositores e nenhuma razão adequada para se duvidar de que o monte Moriá (Gn 22.2), a eira de Araúna, o jebuseu (2 Sm 24.16), e o local do Templo de Salomão (2 Cr 3.1) sejam praticamente idênticos" (Dicionário Bíblico Wycliffe. 1 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, p.1307).
III. JESUS, O CORDEIRO DE DEUS NO MONTE DO SACRIFÍCIO

1. O sacrifício do Cordeiro de Deus (Jo 1.29). O Deus que proveu um cordeiro para substituir Isaque no monte do sacrifício é o mesmo que enviou seu Filho para nos substituir na cruz do Calvário. Deus entregou seu Cordeiro, Jesus Cristo, para morrer por nós. O sacrifício de Jesus foi necessário para o perdão dos nossos pecados. [Comentário: Isaque demonstra o princípio do sacrifício voluntário e se torna um tipo de Cristo em sua morte (Ef 3.4-11). Religiões daquela época praticavam o sacrifício humano, mas Deus impediu o sacrifício de Isaque para marcar a diferença da adoração aceitável ao único Deus verdadeiro (Romanos 12.1). Ele carregou nos ombros a lenha para o holocausto; Cristo carregou sua cruz até o Calvário. Levar a lenha era dever do sacerdote, portanto Isaque foi ao mesmo tempo vítima e sacerdote, prefigurando o trabalho de Cristo na cruz. “Assim como Isaque, que já não era uma criança, poderia facilmente ter evitado tornar-se uma vítima, assim também o outro Isaque, o Senhor Jesus Cristo poderia, se o desejasse, ter evitado a cruz. Eis as suas palavras: ‘Dou a minha vida pelas ovelhas... Ninguém ma tira de mim, mas eu de mim mesmo a dou. Este mandamento recebi de meu Pai’ (Jo 10.15,18). O autor da carta aos Hebreus afirma que Cristo orou com grande clamor e lágrimas àquele que podia livrá-lo da morte (2.14,15), mas voluntariamente submeteu-se à vontade do Pai, ‘sendo obediente até à morte, e morte de cruz’ (Fl 2.8). Muito mais forte que o amor de Abraão por Isaque foi, e ainda é, o amor do Pai Celestial por seu Filho Jesus. Contudo, para nos salvar Deus o entregou à morte, provando o seu amor por nós, sendo nós ainda pecadores (Rm 5.8; 8.32; Jo 3.16). Abraão encontrou substituto para Isaque, mas para Jesus não havia substituto. Sua oração para que, se possível, o amargo cálice do sofrimento e da morte lhe fosse tirado, teve de ser completado por outra: ‘não seja, porém, o que eu quero, mas o que tu queres’ – Mc 14.35,36.” (O Tabernáculo e a Igreja, CPAD, págs.12 e 13) Leia Mais Revista ensinador Cristão, CPAD, nº 12, pág. 42.]
2. A reconciliação mediante o sacrifício do Cordeiro. O sacrifico de Jesus nos reconciliou com Deus. O sacrifício de Jesus Cristo foi único e definitivo para a nossa reconciliação com Deus (Ef 2.16). Jesus, o Cordeiro de Deus, é o autor e consumador da nossa fé (Hb 12.2). Sem Ele estaríamos perdidos, longe de Deus e condenados ao inferno. Temos um Criador que nos ama e que não negou dar o seu Unigênito para que tivéssemos a vida eterna. [Comentário: 2 Co 5.21 “Nós... feitos justiça de Deus”. "Justiça" não se refere aqui à justiça legalista, mas à justiça experimental do crente como nova criatura, isto é, quanto ao seu caráter e estado moral, que se fundamenta em sua fé em Cristo e dela flui (Fp 3.9; ver Rm 3.21; 4.22). O contexto total desta passagem (vv. 14-21) diz respeito ao crente viver para Cristo (v.15), controlado pelo "amor de Cristo" (v.14), tornar-se "nova criatura" em Cristo (v.17) e desempenhar o ministério da reconciliação como representante de Deus e da sua justiça na terra (vv. 18-20; ver 1 Co 1.30 sobre Jesus Cristo como a justiça do crente). (2) A justiça de Deus é manifestada e experimentada neste mundo pelo crente, quando este permanece em Cristo. Somente à medida em que vivemos em união e comunhão com Cristo é que nos tornamos justiça de Deus (ver Jo 15.4,5; Gl 2.20; 1 Jo 1.9)..]
3. A justificação mediante o Cordeiro de Deus. Jesus, o Cordeiro de Deus, assumiu o castigo que era nosso. Ele tomou sobre si a nossa condenação. Na cruz, Cristo cumpriu a nossa pena, justificando-nos perante o Pai. Ele nos libertou da lei do pecado. Uma vez livres e justificados pela fé, temos paz com Deus (Rm 5.1). [Comentário: Quando Jesus é chamado de Cordeiro de Deus em João 1.29 e João 1.36, é uma referência ao fato de que Ele é o sacrifício perfeito e definitivo pelo pecado. Para podermos compreender quem Cristo era e o que Ele fez, precisamos começar no Velho Testamento, onde encontramos as profecias sobre a vinda de Cristo como “expiação do pecado” (Isaías 53.10). Na verdade, o sistema de sacrifícios estabelecido por Deus no Velho Testamento preparou o terreno para a vinda de Jesus Cristo – o perfeito sacrifício que Deus providenciou como expiação pelos pecados de Seu povo (Romanos 8.3; Hebreus 10). O sacrifício de cordeiros fez um papel muito importante na vida religiosa dos judeus e no seu sistema de sacrifícios. Quando João Batista se referiu a Jesus como o “Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo” (João 1.29), os judeus que o escutaram provavelmente pensaram imediatamente em um dos vários sacrifícios importantes. Com a época da páscoa judaica se aproximando, o primeiro pensamento pode ter sido o sacrifício do cordeiro da páscoa. A festa da páscoa era uma das mais importantes festas judaicas e uma celebração em memória de quando Deus livrou os israelitas da escravidão no Egito. Na verdade, o sacrifício do cordeiro da páscoa e o processo de marcar com sangue as ombreiras e as vergas da porta das casas para o anjo da morte passar pelas pessoas que estavam “cobertas pelo sangue” (Êxodo 12.11-13) é um lindo retrato do trabalho expiatório de Cristo na cruz https://gotquestions.org/Portugues/Jesus-Cordeiro-Deus.html. O sangue de Jesus Cristo é o ponto principal do conceito de redenção no Novo Testamento (1Co 10.16; 11.27; Ef 2.13; 1 Pe 1.2; Ap 7.14; 12.11). Cristo, ao morrer na cruz, deu seu sangue inocente a fim de remover nossos pecados e nos reconciliar com Deus (5.8; Rm 5.19; Fp 2.8; cf. Lv 16).]

SUBSÍDIO BÍBLICO TEOLÓGICO

“Deus proverá (Gn 22.8)
Deus proverá' (hb. Jeová-jiré), é uma expressão profética da providência divina de um sacrifício substituto, um carneiro (v. 13). O cumprimento pleno da declaração de Abraão realiza-se quando Deus provê seu Filho Unigênito para ser o sacrifício expiador no Calvário, para a redenção da humanidade. Daí, o próprio Pai celestial fez aquilo que ele determinou que Abraão fizesse (Jo 3.16).
Isaque era um jovem nessa ocasião, perfeitamente capaz de resistir a seu pai, se assim quisesse. Mas, em total submissão a Deus e obediência ao seu pai, permitiu ser amarrado e deitado sobre o altar, assim como Jesus foi voluntariamente até à cruz.
As Escrituras dizem que Abraão 'foi justificado pelas obras, quando ofereceu sobre o altar o seu filho Isaque' (Tg 2.21).  Isto é, a fé de Abraão manifestou-se em sincera obediência a Deus. O lado oculto da verdadeira fé salvadora, inevitavelmente se manifestará numa vida de obediência" (Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1995, p.64).

CONCLUSÃO

Creia que Deus provê todas as nossas necessidades, em qualquer hora e lugar, desde que estejamos dispostos a reconhecer sua soberania e suprema vontade. Aprendemos com Abraão que é perfeitamente possível viver uma vida em consonância com as exigências divinas [Comentário: JEOVÁ-JIRÉ: "O Senhor proverá" (Gn 22.14) - o nome utilizado por Abraão quando Deus proveu o carneiro para ser sacrificado no lugar de Isaque. Existem mais de 169 versículos da Bíblia que se referem às formas em que Deus provê para nós. Filipenses 4.19 diz simplesmente: "O meu Deus suprirá todas as necessidades de vocês, de acordo com as suas gloriosas riquezas em Cristo Jesus." Abraão obedeceu a Deus, e peregrinou na terra de Canaã, saindo do lugar onde morava e indo para a terra que Deus lhe havia prometido – de Ur à Canaã são quase 1.000 km, numa época em que o principal meio de transporte era através de animais (camelos). Isto se compara também a nós, que somos chamados do mundo para a pátria celestial (céu) – somos apenas peregrinos (viajantes) aqui neste tempo! A fé de Abraão manifestou-se em sincera obediência a Deus reconhecendo Sua soberania e suprema vontade.] “NaquEle que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8)”.

Francisco Barbosa

Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br