sexta-feira, 31 de maio de 2019

LIÇÃO 9: A ARCA DA ALIANÇA


  

SUBSÍDIO I

A ARCA DA ALIANÇA
A Arca da Aliança era um móvel nobre que tinha a madeira de cetim na sua estrutura interior e era coberta com uma lâmina de ouro maciço, tanto por fora quanto por dentro. O ouro simboliza a Deidade, e a madeira de cetim, a humanidade de Jesus.
Do ponto de vista da doutrina da expiação, entende-se que a Arca e seu Propiciatório representam a obra expiatória que Cristo realizou no Calvário. Quando o pecador entra no Pátio (ou Átrio) do Tabernáculo, iniciam-se os seus passos no “caminho para o Santuário” (Hb 9.8). Ele começa sua caminhada entrando pela porta de acesso ao Pátio, que fica na parte exterior do Tabernáculo, e, através do sacerdote, seu representante, o pecador depara-se com o Altar de Sacrifícios. Logo depois, ele passa pela Pia Lavatório (a fonte de bronze). Esses elementos materiais falam-nos da cruz de Cristo, o qual foi a verdadeira vítima, que se ofereceu pelos nossos pecados. 
Ao entrar na parte interior do Santuário, depois do Altar de Sacrifícios e da Pia Lavatório, o pecador entra no Lugar Santo através do sacerdote e depara-se com três móveis especiais: (1) a mesa dos Pães da Proposição, (2) o Castiçal de ouro com sete lâmpadas e (3) o Altar de Incenso, onde o sacerdote ministra o culto de comunhão e gratidão a Deus, que está no Lugar Santíssimo (ver 1 Jo 1.3,7).
Depois do Lugar Santo, está o Lugar Santíssimo, vedado por um véu. Só é possível ultrapassá-lo mediante o sangue da expiação nas mãos do sumo sacerdote. Na tipologia bíblica, nesse contexto, Jesus tornou-se nosso Cordeiro expiatório e com o seu próprio sangue tornou-se Sumo Sacerdote para ministrar diante do Pai junto ao Propiciatório (ver Hb 6.18-20). 

I – DESCRIÇÃO DA ARCA DA ALIANÇA (ÊX 25.10)

A Arca é o único móvel dentro do recinto do Lugar Santíssimo. Ao longo da vida religiosa do povo de Israel, a Arca recebeu vários nomes, que não sofrem qualquer mudança no significado geral; apenas descrevem e abrem o leque da compreensão para entendermos mais sobre ela. 

Nomes Dados a Arca

A designação dada à Arca tem a ver com o vocábulo hebraico arown beriyth, que significa “cofre, casa de madeira, baú, arca. Era o objeto mais valioso de todos os objetos do Tabernáculo, porque ocupava o primeiro lugar na vida religiosa de Israel. Os diferentes nomes não anulam os vários significados, porque todos objetivam mostrar a glória de Deus dentro do Lugar Santíssimo. 
Esses nomes são identificados como:

• A Arca da Deus
• A Arca do Senhor
• A Arca de Jeová
• A Arca do Pacto
• A Arca do Testemunho
• A Arca da Aliança

A Arca, portanto, aparece como o mais importante de todos os móveis do Tabernáculo e como o tesouro mais apreciado e reverenciado em Israel. Nela se culminam todos os rituais, desde o Altar de Sacrifícios, da Pia Lavatório e dos objetos do Lugar Santo.

A Construção da Arca (Êx 25.10,11)

De todos os objetos feitos por Bezalel e Aoliabe, o mais valioso e sagrado em toda a estrutura do Tabernáculo era a Arca da Aliança. Sua feitura exigia um trabalho perfeito com todos os materiais empregados. A Arca foi feita com madeira de cetim (ou de acácia) na sua estrutura interna e revestida de ouro puro por dentro e por fora (Êx 25.10,11). A medida da Arca era retangular e tinha 2,5 côvados de comprimento, 1,5 côvado de largura e 1,5 côvado de altura. Essas medidas equivalem a 1,25 m de comprimento, 75 cm de altura e 75 cm de largura. São números arredondados que não comprometem a sua importância. A madeira de cetim não ficava exposta, e tudo o que podia ser visto era o ouro. Por isso, é a mais perfeita tipologia de Jesus Cristo, revelando, assim, suas duas naturezas, a humana e a divina. A madeira revelava a humanidade assumida de Jesus, que foi plenamente homem, e o ouro por cima da madeira representava a sua divindade.

A Revelação Figurada da Dupla Natureza de Cristo

O ouro, que cobria totalmente a madeira interna, revelava sua divindade, pois Ele era plenamente divino (Hb 1). A madeira simbolizava sua natureza humana (Hb 2). Essas duas naturezas permanecem distintas, embora estejam unidas em uma só Pessoa — Deus e homem, juntos em uma só pessoa. Ele é o primogênito de toda a nova criação. Seu nome é Emanuel, isto é, Deus conosco. Ele é a Palavra que se fez carne, o Deus-Homem, o Senhor Jesus Cristo (ver Mt 1.21,23; Is 7.14; 9.6 e Jo 1.14). Portanto, em seu ministério terrestre, Jesus foi revelado como homem, e foi como homem que Ele submeteu-se à obra expiatória no Calvário para resgatar o homem do pecado (Jo 1.14; Rm 5.8). Ele nunca deixou de ser Deus, mas, ao assumir a humanidade, assim o fez plenamente. Paulo escreveu a Timóteo e referiu-se a Jesus como “aquele que se manifestou em carne” (1 Tm 3.16). Ele não se dividiu em 50% Deus e 50% homem. Não! Ele foi 100% homem, e foi como tal que operou seus milagres sob o poder do Espírito Santo, tendo morrido e ressuscitado como ser humano para garantir uma obra perfeita. A madeira interior da Arca representa sua humanidade, e o ouro, por dentro e por fora, sua divindade. 

Texto extraído da obra “O TABERNÁCULO”, editada pela CPAD. 

COMENTÁRIO E SUBSÍDIO II

INTRODUÇÃO

Na aula de hoje estudaremos um dos móveis mais importantes dentro do Tabernáculo: a Arca da Aliança. Inicialmente, descreveremos esse artefato, em seguida, apresentaremos os elementos que estavam dentro dela; e por fim, ressaltaremos que essa Arca simboliza Cristo, por meio de quem temos os tesouros da sabedoria divina, e mais que isso, a presença do próprio Deus em nosso meio.

I. A ARCA DA ALIANÇA

A Arca da Aliança se encontrava dentro do Lugar Santíssimo ou Santo dos Santos. Esse objeto tinha vários nomes: Arca de Deus, Arca do Senhor, Arca da Aliança e Arca do Testemunho (I Sm. 4.11; Is. 3.13; Nm. 14.44; Nm. 7.89). Era feita de madeira de cetim ou de acácia, tendo um revestimento de ouro, com uma forma retangular, de aproximadamente 1,25 metros de largura e 75 centímetros de largura e 75 centímetros de altura. A Arca tinha uma tampa, também denominada de propiciatório, adornada com a figura de dois querubins, que tinham as asas abertas, voltadas para o centro da Arca. Os querubins são anjos de uma categoria especial, pois esses são descritos no texto bíblico associados à adoração a Deus. Esses seres não podem ser adorados, pois são espíritos ministradores, que protegem o trono de Deus.

II. OS ELEMENTOS DA ARCA

Dentro da Arca, estavam as Tábuas da Lei (Ex. 25.16,21; Dt. 10.1-5), representando a revelação divina, considerando que ao povo de Israel foram entregues os oráculos divinos; também continha um vaso com o maná do deserto (Ex. 16.33-35), fazendo o povo lembrar que o Senhor providenciou o alimento necessário para que esse fosse suprido ao longo da jornada; e por fim, a vara de Arão que floresceu, como demonstração da autoridade divina sobre sua família, a fim de atuar no sacerdócio. Esses elementos, que se encontravam dentro da Arca, simbolizam o cuidado divino em relação ao Seu povo. Israel teve o privilégio, mas também a responsabilidade, de testemunhar às nações, a respeito da soberania divina, e do amor e paz - hesed veshalom, tarefa que nem sempre foi realizada a contento.

III. CRISTO, NOSSA ARCA

A fim de tornar manifesto Seu amor às nações, Deus enviou Seu Filho Jesus Cristo (Jo. 3.16), que não era apenas um homem, mas o próprio Deus, pois nEle habitava toda a plenitude da divindade (Cl. 2.9). Na verdade, Jesus é a Arca por meio da qual podemos ver a glória – shekinah – divina. Ele é a própria revelação divina, Deus falou de muitas maneiras, mas nesses últimos dias se revelou no Filho (Hb. 1.1,2). Ele é o próprio Pão Vivo que desceu do céu, nEle encontramos alimento para nossas almas (Jo. 6.35), quem come desse Pão, tem a vida eterna. Além disso, Cristo é a Verdadeira Autoridade, que se fundamenta no amor e no serviço (Jo. 13.1-15), pois tudo coopera para o propósito divino (Rm. 8.28-30).

CONCLUSÃO

Certa feita um dos discípulos pediu a Jesus: “mostra-nos o Pai”. A resposta do Mestre foi enfática: “eu estou no Pai, e o Pai está em mim, quem vê a mim vê ao Pai” (Jo. 14.6-14). Em Cristo, temos acesso à glória – doxa – divina. A Arca da Aliança, como todos os outros móveis do Tabernáculo, serviram apenas como sombras, a realidade presente é o próprio Cristo, em quem confiamos (Cl. 2.16-19).


José Roberto A. Barbosa
Disponível no Blog subsidioebd.blogspot.com

COMENTÁRIO E SUBSÍDIO III

INTRODUÇÃO

Até aqui, analisamos de maneira compartimentada o espaço do Tabernáculo. Passamos pelo Pátio, pelo Lugar Santo e pelo Lugar Santíssimo. Agora, encontramo-nos no Lugar Santíssimo. Nesta lição, o nosso objeto de estudo é a Arca da Aliança que ficava no “Santo dos Santos”. Veremos algumas lições espirituais que há de edificar nossas vidas.
Após a Cortina (véu), ficava o Santo dos Santos. O único utensílio do Santíssimo era a Arca da Aliança e seu Propiciatório (tampa), que estava justamente no santíssimo, cujas medidas formava um cubo perfeito (5x5x5m). A Nova Jerusalém tem a mesma característica (Compare com Ap. 21.16). No Santíssimo só havia um móvel: a Arca da Aliança, medindo 1,25m de comprimento, 75cm de largura e altura. Entende-se como apenas uma peça, pois o propiciatório (tampa) era parte integrante da arca. A arca era caixa construída com madeira de Acássia e revestida de ouro. Sua tampa, o propiciatório, era totalmente de ouro e estava encimado por dois querubins que tinham suas frontes voltadas para baixo (como que estivesse olhando para o fundo da caixa). Suas asas estavam abertas e tocavam-se, como que se estivessem dando as mãos. Dentro da arca estava contida as Tábuas da Lei recebidas por Moisés no Monte Sinai, um vaso contendo o maná fornecido aos israelitas no deserto e o cajado de Arão que havia florescido. Isso representava para aquele povo a presença de Deus, que guiava-os, protegia-os e dava-lhes vitória. Tipificava Cristo como o "pão da vida" e nosso Sumo Sacerdote perfeito, que guardou a Lei em seu coração. Somente o sumo sacerdote podia entrar no Santíssimo uma vez ao ano. Levava o sangue do sacrifício para aspergir o Propiciatório. Esta era a parte final daquele ritual sacerdotal que servia para restaurar a comunhão do homem com Deus. Jesus, o nosso Sumo Sacerdote perfeito, ofereceu-se em completo sacrifício expiatório por nós. Entrou no santuário celestial levando seu próprio sangue. – Dito isto, convido-o a pensar maduramente a fé cristã!

I. A DESCRIÇÃO DA ARCA DA ALIANÇA (ÊX 25.10)
                                                                 
1. Os nomes da arca. A designação hebraica dada à arca significa “cofre, casa de madeira, baú”. Nas Escrituras Sagradas, diferentes nomes identificam esse precioso objeto: a Arca de Deus, a Arca do Senhor, a Arca da Aliança, a Arca do Testemunho (1Sm 4.11; Js 3.13; Nm 14.44; Nm 7.89). Era a peça mais valiosa e importante do Tabernáculo porque ocupava o primeiro lugar da vida espiritual de Israel.
Existem, na Bíblia, mais de vinte diferentes designações para a arca. Essa arca retangular de madeira de acácia era banhada a ouro e coberta por dois querubins alados que se estendiam um de frente para o outro, sob aquelas asas estava o propiciatório, e no Dia da Expiação, era ali que o sumo sacerdote aspergia o sangue dos sacrifícios para a propiciação e expiação dos pecados. O termo hebraico frequentemente utilizado para descrever a arca é “'ârôn”, que também pode ser traduzido como baú ou caixão. A Bíblia faz referência à arca de algumas formas diferentes, tais como:
• Arca do Senhor (Js 4.11)
• Arca de Deus (1 Sm 3.3)
• Arca da Aliança (Nm 10.33)
• Arca do Testemunho (Ex 25.22)
• Arca da Tua fortaleza (Sl 132.8)
• Arca Santa (2 Cr 35.3

2. A construção da arca (Êx 25.10,11). Objeto mais valioso e santo do Tabernáculo, a arca da aliança foi construída de maneira especial. Madeira de cetim (ou acácia) e revestimento com ouro puro, tanto por dentro quanto por fora, foram os materiais nobres usados para a construção da peça. Sua forma era retangular e suas medidas eram de 2,5 côvados de comprimento, 1,5 de largura e 1,5 de altura (1,25 m de comprimento, 75 cm de largura e 75 cm de altura: estes são valores aproximados). Como a madeira de acácia não ficava exposta, e o que se podia ver era o dourado da arca, a imagem faz uma perfeita tipologia das duas naturezas de Jesus Cristo, verdadeiro homem e verdadeiro Deus. Essa doutrina é uma das mais importantes da fé cristã.
A arca da aliança simboliza os dois lados da pessoa de Jesus em Israel: o lado filho de Maria e o lado filho de Deus! o lado natural e o lado divino! o lado celestial e o lado terreno! A arca da aliança, um símbolo das duas naturezas de Jesus. A madeira: aponta para o filho de Deus 100% homem natural! 100% filho de Maria!!! afinal, saiu do ventre dela, Maria!!! Filho de Deus 100% homem. Isaías 53:1ss. Madeira de acácia: a árvore de acácia, em virtude de sua presença maciça no tabernáculo, aos olhos dos hebreus era vista como uma árvore sagrada, uma árvore protegida do Eterno! uma árvore, portanto, muito respeitada! Essa árvore exala um perfume agradabilíssimo! Suas flores revelam vida! Flores perfumadas!!! A madeira de acácia revela a suavidade de Jesus!!! O cheiro suave da presença dele! 2º Coríntios 2:14-15. O ouro cobrindo a madeira: aponta para Jesus cristo 100% filho de Deus! 100% divino! revela o filho de Deus protegendo o filho de Maria!!! Por detrás do homem chamado Jesus, encontrava-se o filho de Deus! Deus-Filho! O ouro cobrindo a madeira aponta para a divindade eternal que encontrava-se no filho de Maria, a madeira!!!” (Pr Joel Machado)

3. O símbolo das duas naturezas de Cristo. O ouro simboliza a divindade de Jesus e a madeira, sua humanidade (Hb 1 - 2). Símbolo da plenitude da presença de Deus entre o povo judeu, a arca aponta para uma verdade revelada no Novo Testamento acerca do nosso Salvador: “porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade” (Cl 2.9). Ou seja, Cristo é o Emanuel, isto é, o “Deus conosco”, o verbo que se fez carne e habitou entre nós (Mt 1.23; Is 7.14; 9.6; Jo 1.14). O apóstolo Paulo ainda escreve: “E, sem dúvida alguma, grande é o mistério da piedade: Aquele que se manifestou em carne” (1Tm 3.16). É uma verdade consoladora saber que hoje temos, à destra de Deus, um Sumo Sacerdote que sabe o que se passa com a nossa vida, e ainda compadece-se por ela (Hb 4.15). Portanto, não hesite em chegar ao trono da graça com confiança (Hb 4.16)!” 
Entenda o que é “duas naturezas de Cristo”: Paralelamente à plena divindade e humanidade de Jesus, a terceira e a quarta afirmações necessárias da cristologia bíblica são que na encarnação, as naturezas divina e humana permanecem distintas, e as naturezas são completamente unidas em uma pessoa. A melhor evidência dessas duas realidades são as passagens da Escritura nas quais a glória divina e a humildade humana de Jesus são apresentadas conjuntamente: (Is 9.6; Lc 2.11; Jo 1.14; Rm 1.3-4; 1Co 2.8; Gl 4.4-5). Esses versículos apresentam o profundo mistério do eterno e infinito Filho de Deus adentrando no tempo e no espaço e assumindo a natureza humana. Não existe pensamento mais grandioso no qual possamos ponderar do que esse. Segundo o pensamento filosófico grego, a matéria é má e o espírito é bom. Portanto, é inadmissível pensar que Deus sequer assumiria um corpo humano. Em Colossenses 2.9, Paulo refuta esse falso ensino, salientando a realidade da encarnação de Cristo. Jesus não era apenas plenamente Deus, mas plenamente homem também. (Fp 2.5-11). Cristo possui a plenitude da natureza e dos atributos divinos (Cl 1.19; Jo 1.14-16).

SUBSÍDIO DIDÁTICO-BIBLIOLÓGICO

Professor(a), sugerimos que reproduza e amplie a ilustração da Arca. Caso seja possível você poderá adquirir uma miniatura em lojas de artigos evangélicos. A ilustração ou o objeto atrai a atenção dos alunos e facilita a aprendizagem. Depois, leia para a classe e comente o seguinte subsídio: “A Arca do Testemunho era o ponto central e o foco principal para todo o Israel. Dentro do Tabernáculo ela ficava no Santo dos Santos, onde apenas o sumo sacerdote poderia entrar uma vez por ano, no Dia da Expiação, para aspergir o sangue da Expiação sobre o Propiciatório. Quando Israel viajava, a Arca teria de ir coberta para ser protegida dos olhares do povo. Era carregada nos ombros dos sacerdotes, mostrando o caminho a seguir. Seguiam a nuvem durante o dia e a coluna de fogo à noite. [...] Onde quer que estivessem os filhos de Israel, certos estavam de que o Senhor era com eles. Para seguir adiante, tudo o que tinham a fazer era olhar para o alto e ver a nuvem que pairava sobre a Arca. Desta maneira o Senhor sempre lhes provia um lugar de descanso (Nm 10.33-36)” (SPRECHER, Alvin. Estudo Devocional do Tabernáculo no Deserto: O lugar do seu Encontro com Deus. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2002, p.145).

II. O PROPICIATÓRIO DA ARCA

1. A tampa da arca. A tampa de madeira de acácia que ficava sobre a arca era denominada “Propiciatório”. Era adornada com a figura de dois querubins de ouro — um em frente do outro. Suas asas permaneciam abertas e voltadas para o centro da arca. Era uma obra belíssima.
- O propiciatório era a tampa de ouro maciço que foi encaixada na arca. Nas suas duas extremidades foram formados dois querubins de ouro maciço, da mesma peça. Olhavam ao propiciatório e suas asas formavam uma cobertura sobre a luz “Shekinah” que brilhava entre os querubins. O ouro batido representa os sofrimentos de Jesus, como também o próprio propiciatório representa Jesus, nosso propiciatório. Propiciação é a ação ou efeito de tornar propício. A doutrina bíblica da propiciação não é que ela aplaca um Deus vingativo, mas sim que torna possível para um Deus de amor e justiça, em retidão com a sua própria santidade, e de acordo com ela, abençoar o pecador arrependido e crente em Cristo. Os querubins representam a supremacia divina sobre poderes naturais. Mt 28.18. Onipotência. Que descanso para o homem que confia naquele poder. Sl 57.1; 56.3; 89.9; Jo 4.6,10. Os dois querubins representam também as duas testemunhas citada em apocalipse 11. Vejamos, E deixa o átrio que está fora do templo, e não o meças; porque foi dado às nações, e pisarão a cidade santa por quarenta e dois meses. E darei poder às “minhas duas testemunhas”, e profetizarão por mil duzentos e sessenta dias, vestidas de saco. Estas são as duas oliveiras e os dois castiçais que estão diante do Deus da terra. E, se alguém lhes quiser fazer mal, fogo sairá da sua boca, e devorará os seus inimigos; e, se alguém lhes quiser fazer mal, importa que assim seja morto. Estes têm poder para “fechar o céu”, para que não chova, nos dias da sua profecia; e têm poder sobre as águas para “convertê-las em sangue”, e para ferir a terra com toda a sorte de pragas, todas quantas vezes quiserem. Apocalipse 11:2-6 Então sabemos que representa duas pessoas, uma tem poder para fazer parar de chover e outra tem poder para transformar água em sangue, isso nos faz lembrar de dois homens, profetas, Elias e Moisés, afinal um foi usado para transformar água em sangue e o outro para parar as chuvas durante três anos e meio. Exatamente por isso que vemos um sinal imponente, Jesus a verdadeira arca estava com os dois querubins Marcos 9:4 E apareceu-lhes Elias, com Moisés, e falavam com Jesus. Os querubins de ouro olhavam, não para fora, para ver a perversidade de Israel, mas sim para o propiciatório, espargindo com o sangue que faz expiação e que segundo propósito divino, era o lugar de encontro dele com o representante do povo. Assim o propiciatório é um símbolo de Cristo crucificado; o lugar de encontro entre Deus e os homens. Como o Sumo Sacerdote aspergia o sangue do sacrifício no propiciatório no dia da expiação, assim Jesus aspergiu o seu próprio sangue no propiciatório do céu, o trono de Deus, que de trono de juízo se tornou em trono de graça. Hb 9.12; II Co 5.21; Is 53.10; Hb 6.20; 4.14-16. Os pecados ficam cobertos – Sl 32.1. Os querubins olhavam as tábuas da lei através do sangue; assim Deus nos vê através do sangue do seu filho Jesus. A lei ficou coberta e escondida. A expiação significa “COBRIR”, no hebraico. Os nossos pecados são cobertos. Gl 3.13. O juízo suspenso e a sentença anulada, a lei satisfeita e o pecador salvo! Graças a Deus!! Rm 3.25. A graça reina. Hb 10:19-22. Compare com Jo 4:22;23. Ilustração: O publicano e o fariseu. Lc 18:10-15.

2. A simbologia da tampa da arca (Êx 25.17,21,22). O sentido simbólico da tampa era o de “cobrir” algo valioso; figura de proteção aos elementos que estavam no interior da Arca: as Tábuas da Lei, a vara que floresceu e um vaso com o maná do deserto. É preciso ressaltar que a palavra grega usada para “propiciação” em Hebreus tem o significado de “trono de misericórdia”. Logo, o propiciatório da arca remonta ao valor misericordioso do sangue da expiação oferecida pelo nosso Senhor, conforme o apóstolo Paulo escreveu: “sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus, ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue, para demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus” (Rm 3.24,25).
A arca da aliança, o baú contendo as duas tábuas de pedra inscritas com os Dez Mandamentos, era o objeto mais sagrado do tabernáculo e depois do templo em Jerusalém, onde foi colocado em uma área interna chamada de Santo dos Santos. Também dentro da arca estavam o pote de ouro do maná, tal como foi provido por Deus nas peregrinações do deserto (Êxodo 16:4), e o bastão de Arão que brotou e produziu amêndoa (Números 17:1-13) (ver Hebreus 9:4). No topo da arca havia uma tampa chamada de propiciatório sobre a qual repousava a nuvem ou o símbolo visível da presença divina. Aqui é o lugar onde Deus se sentaria, e de onde dispensava misericórdia ao homem quando o sangue da expiação era aspergido ali.” (GOTQUESTIONS). Adam Clarke comentando Êxodo 25.17, diz: “Um assento de misericórdia - כפרת capporeth , de כפר caphar , para cobrir ou espalhar-se; porque, por um ato de perdão, os pecados são representados como cobertos, de modo que não mais aparecem nos olhos da justiça divina para desagradar, irritar e pedir castigo; e a pessoa do ofensor é coberta ou protegida do golpe da lei quebrada. Na versão grega da Septuaginta, a palavra ιλαστηριον, hilasterion , é usado, o que significa um propiciatório, e é o nome usado pelo apóstolo (Hb 9.5). Este propiciatório era feito de ouro puro; era propriamente a tampa ou cobertura daquele vaso tão bem conhecido pelo nome da arca e arca da aliança. E antes disso, o sumo sacerdote deveria borrifar o sangue dos sacrifícios expiatórios no grande dia da expiação: e foi nesse lugar que Deus prometeu conhecer o povo (Êx 25.22); pois lá ele morava, e havia o símbolo da presença divina.” (BIBLIACOMENTADA). No Novo Testamento, o próprio Cristo é designado como a nossa “propiciação”. Paulo explica isso em sua carta aos Romanos: “sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus, a quem Deus propôs, no seu sangue, como propiciação, mediante a fé, para manifestar a sua justiça, por ter Deus, na sua tolerância, deixado impunes os pecados anteriormente cometidos” (Romanos 3:24-25). O que Paulo está ensinando aqui é que Jesus é a cobertura para o pecado, como mostrado por essas imagens proféticas do Antigo Testamento. Por meio de Sua morte e da nossa resposta a Cristo através de nossa fé nEle, todos os nossos pecados estão cobertos. Além disso, sempre que os crentes pecam, podemos nos voltar para Cristo, o qual continua a ser a propiciação ou cobertura dos nossos pecados (1 João 2:1, 4:10). Isso une os conceitos do Antigo e do Novo Testamento quanto à cobertura do pecado como exemplificado pelo trono da misericórdia de Deus.

3. A simbologia dos querubins alados sobre o propiciatório (Êx 25.18; Hb 9.5). Os querubins representam simbolicamente a majestade divina e a deidade do Todo-Poderoso. São seres que também aparecem nas visões do profeta Ezequiel (Ez 4) e nas visões do apóstolo João, na Ilha de Patmos (Ap 1). A função básica deles é a de proteger o Trono de Deus. Por isso, a imagem dos querubins reflete um aspecto protetor, ressaltando o compromisso deles de guardarem a Lei de Deus. Assim, misericórdia, graça e fidelidade são virtudes presentes na arca, mostrando que Deus sempre se interessou em amar e proteger o seu povo (Êx 25.20; Sl 89.1,2).
Fundidos à cobertura de ouro da arca, encontravam-se erigidos dois seres angelicais em cada ponta e olhando um para o outro; suas asas estavam estendidas para cima e sobre, formando um arco. Querubins, associados com a majestosa glória e presença de Deus (Ez 10.1-22), encontravam-se bordados nas cortinas do tabernáculo e no véu do Santo dos Santos (Êx 26.1,31), pois esse era o lugar onde Deus estava presente com seu povo. A Escritura apresenta os querubins como os sustentadores do trono de Deus (1Sm 4.4; Is 37.16) e os guardiões do jardim do Éden e da árvore da vida (Gn 3.24).
Uma descrição detalhada sobre os querubins nos é fornecida por Cole:
"Estes eram, mais provavelmente, esfinges aladas com rostos humanos, a julgar pelas visões de Ezequiel 1 e Apocalipse 4, bem como pelo uso do termo no Egito (embora os querubins sejam mencionados em Gn 3.24, não são descritos). Na Assíria, o karubu (mesma raiz semítica) tem a função de guarda de templo. Em Israel, os querubins simbolizavam os espíritos que ministravam como servos e mensageiros de Deus (Sl 104.3,4) e por isso suas imagens não eram uma violação de 20:4, já que ninguém os adorava. Figuras de querubins, bordadas em cores vivas, eram encontradas por toda a volta da cortina interior do Tabernáculo (36.35), de modo que sua presença sobre a arca não era uma ocorrência isolada. O Templo de Salomão possuía dois enormes querubins de oliveira, cobertos de ouro, de cinco metros de altura, os quais pairavam sobre a arca (2 Cr 3.10). Este é apenas um dos muitos detalhes em que o Templo de Salomão era mais elaborado do que os planos aqui esboçados para o Tabernáculo".(2)
Pela descrição de Cole, e também pelo que entendemos os querubins serviam apenas como "ornamentos", e nunca como instrumentos para adoração, uma vez que se assim fossem haveria uma contradição bíblica, já que há inúmeras proibições na Palavra de Deus quanto à adoração de imagens de escultura. Em Êx 20.4-5, temos: "4 Não farás para ti imagem esculpida, nem figura alguma do que há em cima no céu, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. 5 Não te encurvarás diante delas, nem as servirás; porque eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniquidade dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração daqueles que me odeiam". Observe que não somente é proibida a adoração de imagens, mas também a sua construção, sob o risco da maldição divina que "... visitaria a iniquidade (iniquidade aqui é uma referência à construção ou adoração de ídolos) dos pais nos filhos...", por várias gerações subsequentes. Outro texto que pode ser consultado é Is 42.8, onde o Senhor não admite que a sua glória seja dividida com outros deuses ou com quaisquer imagens de escultura: "Eu sou o Senhor; este é o meu nome; a minha glória, pois, a outrem não a darei, nem o meu louvor às imagens esculpidas"”.

SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO

“A Arca tinha uma tampa chamada de propiciatório ou cobertura. Ela era idêntica em comprimento e largura à Arca, e era de madeira de acácia coberta de ouro.
Nas extremidades da tampa estavam colocados dois querubins, provavelmente de ouro batido como era o castiçal. Estes querubins muito provavelmente tinham uma forma humana, com a exceção de suas asas, embora alguns estudiosos entendam Ezequiel 1.1-14 como uma descrição geral de sua aparência. Eles são sempre retratados como estando em pé e com as faces voltadas um para o outro, olhando para o propiciatório com as suas asas estendidas por cima.
Era entre estes querubins que habitava a glória do Senhor. Esta era uma manifestação visível da presença do Senhor entre seu povo. Pelo fato da Arca ser o lugar da habitação divina, nenhum homem comum podia comparecer diante do propiciatório, e nem mesmo o sumo sacerdote podia comparecer diante da Arca por sua própria conta ou sem o sangue do sacrifício. A penalidade por fazê-lo era a morte” (SPRECHER, Alvin. Estudo Devocional do Tabernáculo no Deserto: O lugar do seu Encontro com Deus. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2002, p.145).

III. OS ELEMENTOS SAGRADOS DENTRO DA ARCA

Como mencionamos anteriormente, três principais objetos estavam no interior da arca:
A arca continha três itens: os Dez Mandamentos escritos em duas tábuas (Êx 25.16; 40.20; 1Rs 8.9), a vara de Arão (Nm.17) e um vaso de maná (Êx 16.33). Visto que palavras e frases como: “aliança” (Dt 4.13), “palavras da aliança” (Êx 34.28) e “testemunho” (Êx 25.16, 21; 40.20; 2Rs 17.15) são todas terminologias alternativas para “Dez Mandamentos”, pode ser que as duas tábuas colocadas na arca contivessem cópias dos termos da aliança para as duas partes: Deus e Israel.

1. As tábuas da Lei (Êx 25.16,21; Dt 10.1-5). Pelo poder divino, Deus esculpiu em duas tábuas a sua Lei para Israel. Aqui, estamos nos referindo às segundas tábuas da Lei (cf. Dt 10.1-5), pois as primeiras foram quebradas por Moisés depois de o povo israelita praticar a idolatria com o Bezerro de Ouro (Êx 32.19,20). Entretanto, as tábuas guardadas na arca foram uma segunda cópia produzida pelo próprio Deus. Assim, elas estariam protegidas e seus princípios norteariam o povo.
Deus ouviu a intercessão de Moisés e tratou com misericórdia os israelitas que haviam quebrado a aliança ao reescrever os Dez Mandamentos em duas tábuas preparadas por Moisés para esse propósito. As segundas tábuas eram feitas do mesmo material e eram do mesmo tamanho que as primeiras.

2. Um vaso com o maná do deserto (Êx 16.33-35). Originalmente, quando o maná ficava de um dia para o outro, apodrecia (Êx 16.19,20). Porém, o maná contido na arca da aliança não sofria qualquer tipo de deterioração. Isso sinalizava a provisão do Deus Altíssimo para o seu povo. Da mesma forma, essa imagem aponta para o Senhor Jesus como o maná celestial, o “pão vivo” que nutre e sustenta a sua Igreja. O nosso Senhor foi quem disse: “Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome” (Jo 6.35). Portanto, “coma” desse pão e alimente-se da verdadeira vida!
Apesar das diferentes descrições dadas para sua forma e sabor, o nome escolhido para o alimento derivou da pergunta feita pelos israelitas. "Maná" era uma forma antiga da pergunta deles: "O que é isto?" O salmista refere-se ao maná como "cereal do céu" e "pão dos anjos" que caiu depois que Deus abriu as portas dos céus (SI 78.23-25). Explicações naturais para o maná tais como, líquen que cresce em rochas ou granulados expelidos por insetos sobre pés de tamargueiras, são totalmente inadequadas para esclarecer a presença de maná no chão sob o orvalho em quantidade suficiente cada dia, exceto no sábado, durante os quarenta anos seguintes para satisfazer a necessidade de cada família. O maná foi produzido sobrenaturalmente e era conservado sobrenaturalmente durante o sábado. Providências foram tomadas para que a dádiva do maná fosse lembrada. Quando o tabernáculo foi construído, o pote de maná foi colocado dentro da arca. As gerações futuras seriam lembradas, quando iam prestar culto, da fidelidade do Senhor no cuidado pelo seu povo (Hb 9.4). Este é um símbolo de Jesus, que é o verdadeiro Pão da Vida. O próprio Jesus disse: “...não foi Moisés quem vos deu o pão do céu; o verdadeiro pão do céu é meu Pai quem vos dá. Porque o pão de Deus é o que desce do céu e dá vida ao mundo” (Jo 6.32-33).

3. A vara que floresceu (Nm 17.1-10). Quando houve a rebelião contra Arão, promovida por Coré, Deus mandou Moisés apanhar doze varas, e escrever o nome de cada tribo em cada uma delas. Entretanto, concernente à vara da tribo de Levi, o nome que deveria ser inscrito, nela, era o de Arão. Pela manhã, diferentemente das outras varas, a de Arão havia florescido, e os chefes das outras tribos tiveram de reconhecer a escolha de Arão como o ungido de Deus para exercer o sacerdócio em Israel. Essa vara serviria de uma memória ao povo de Israel quanto à escolha de Deus ao ministério sacerdotal. Esse milagre mostra, com clareza, que o Altíssimo é quem designa seus ministros para uma grande obra. Ele é o dono de tudo e age segundo o seu maravilhoso propósito (Rm 8.28-30; 1Co 1.26,27).
Essas varas de madeira deviam conter os nomes das 12 tribos, sendo que a tribo de Levi foi substituída pelo nome de Arão. Arão. Deus havia afirmado que o bordão do homem que ele escolhera iria florescer (Nm 17.5). O bordão de Arão não apenas floresceu, mas também produziu amêndoas maduras. Desse modo Deus excedeu as exigências do teste, para que não houvesse nenhuma dúvida do fato que Arão havia sido escolhido para ser o sumo sacerdote. O bordão de Arão que floresceu e produziu fruto foi guardado como indicação da escolha de Deus a fim de calar permanentemente a murmuração dos israelitas rebeldes. Em sua providência, Deus orquestra cada acontecimento da vida, mesmo o sofrimento, a tentação e o pecado, para trazer tanto benefícios passageiros como eternos.
- O florescimento da vara de Arão foi uma resposta de Deus ao questionamento do povo quanto à sua autoridade para ministrar diante deles. Sobre autoridades temos:
a) É Deus quem institui as autoridades, Rm 13.1, “Todo homem esteja sujeito às autoridades superiores; porque não há autoridade que não proceda de Deus; e as autoridades que existem foram por ele instituídas”.
b) É Deus quem nos ordena obedecer-lhas: 1Pe 2.13-15, “13 Sujeitai-vos a toda instituição humana por causa do Senhor; quer ao rei como soberano; 14 quer às autoridades como enviadas por ele, tanto para o castigo dos malfeitores, como para louvor dos que praticam o bem. 14 porque assim é a vontade de Deus, que, pela prática do bem, façais emudecer a ignorância dos insensatos”.
c) Quem resiste à autoridade resiste a Deus e atrai sobre si condenação, Rm 13.2, “De modo que aquele que se opõe à autoridade resiste à ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre si mesmos condenação”.
2. Se quisermos obedecer a Deus, devemos estar dispostos a obedecer aqueles que por Ele são instituídos.
A presença da vara de Arão na Arca é adequada, uma vez que Jesus serve como nosso Sumo Sacerdote (Hebreus 4.14-15). Como Sumo Sacerdote, Jesus se aproximou de Deus em nosso nome e ofereceu um sacrifício de sangue para expiar nossos pecados.


SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO

“O conteúdo da Arca
As tábuas da Lei. ‘Na arca porás o documento da aliança que te darei’ (Êx 25.16). Como as tábuas da Lei representavam a vontade de Deus para com o povo de Israel, elas apontavam para Jesus, que tinha a vontade de Deus no seu coração (Sl 40.8). Também apontavam para o crente (Jr 31.33).
Moisés, ao descer do monte Sinai, indignado com a idolatria do povo, quebrou as tábuas escritas por Deus (Êx 32.19).
A vara de Arão. Essa vara, florescida, fala da ressurreição de Cristo, e também de um ministério aprovado que dá flores e frutos (Nm 17.5-9).
A justiça e o juízo, simbolizados pelas tábuas da Lei e pela vara de Arão, não permitiam a presença do pecador. A graça e a misericórdia vieram por Cristo em esplendor e glória, ‘porque a Lei foi dada por intermédio de Moisés; a graça e a verdade por meio de Jesus Cristo’ (Jo 1.17).
Jesus percorreu o caminho da glória ao pó da morte, ou seja, do Propiciatório, de entre os querubins da glória, até o altar de bronze, a cruz do Calvário, e o percorreu também de volta, aspergindo o seu sangue em todos os lugares, até o trono de Deus.
O maná. Colocado num vaso dentro da Arca, o maná indica a provisão de Deus para o seu povo (Êx 16.32-34). O maná, por sua vez, apontava para a pessoa de Jesus (Ap 2.17).
A Arca da Aliança, que ocupava posição privilegiada dentro do Santo dos Santos, é a primeira peça do Tabernáculo mencionada por Deus a Moisés. A sua grande importância está em que ela formava a base do trono do Senhor. O seu próprio nome dá uma ideia da sua importância. Uma arca destina-se a guardar algo de valor, e no caso desta, estamos considerando-a o repositório de nada menos que os elementos representativos da aliança firmada entre o Senhor e o seu povo” (ALMEIDA, Abraão. O Tabernáculo e a Igreja: Suas Características, Tipologia e Significado Espiritual. 3.ed. Rio de Janeiro: CPAD, pp.56-58).

CONCLUSÃO

Nesta lição, vimos que arca da aliança era um grande símbolo da presença de Deus entre o seu povo, e que nos aponta para a obra completa de Jesus Cristo para sua Igreja. Nestes últimos dias, o Senhor nos deixou o Consolador. Não precisamos mais carregar uma arca para desfrutar da presença de Deus, pois o Espírito Santo habita em nós.
A Arca da Aliança servia para lembrar o povo que Deus estava presente entre eles. A Arca em si não tinha poder nenhum, no entanto, ela apontava para a pureza de Deus. Quem tocasse na Arca indevidamente morria (1Sm 6.19-20). Nada imperfeito pode entrar na presença de Deus. Apenas quem foi purificado de seus pecados pode se aproximar de Deus. Quando os israelitas pensavam na Arca, lembravam de Deus, de Sua glória, de Seus mandamentos e de Sua provisão. Enquanto os israelitas provavelmente não entenderam o propósito de todas as instruções, o objetivo de Deus foi revelado mais tarde na vida, morte e ressurreição de Jesus Cristo. Em Cristo, você e eu somos morada de Deus. O Senhor desejou habitar dentro de cada um de nós. Aleluia!

Achando-se as tuas palavras, logo as comi, e a tua palavra foi para mim o gozo e alegria do meu coração; porque pelo teu nome sou chamado, ó Senhor Deus dos Exércitos”. (Jeremias 15.16)

Francisco Barbosa
Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br

sexta-feira, 24 de maio de 2019

LIÇÃO 8: O LUGAR SANTÍSSIMO



SUBSÍDIO I

O LUGAR SANTÍSSIMO

O Lugar Santíssimo era, indubitavelmente, o principal lugar de toda a estrutura do Tabernáculo. Lá estavam a Arca da Aliança com seu propiciatório e os dois querubins com forma humana e protegendo aquele lugar. Era o lugar da habitação de Deus. Figuradamente, estava naquela Arca o Trono de Deus. 
Depois da leitura do texto básico deste capítulo, podemos mentalmente descrever e pormenorizar todos os móveis contidos no Átrio, no Lugar Santo e no Lugar Santíssimo. Na parte exterior do Tabernáculo, a partir da porta do Átrio (ou Pátio), encontramos o altar do Holocausto e a Bacia do Lavatório. Em seguida, entramos no interior da Tenda do Tabernáculo e temos a primeira parte, que é o Lugar Santo, chamado Santuário. Nessa parte, deparamo-nos com a Mesa dos Pães da Proposição, o Castiçal de Ouro e o Altar de Incenso em frente ao Véu de entrada para o Lugar Santíssimo. Depois do véu desenhado com querubins, estava o Lugar Santíssimo, no qual estava a Arca do Concerto (ou da Aliança, ou do Testemunho). Esse último lugar, o Santo dos Santos (ou Lugar Santíssimo) era o símbolo da santidade de Deus, que tornava inacessível a entrada de pecadores, senão através do sumo sacerdote. 

– O VÉU DO LUGAR SANTÍSSIMO: O Véu Era uma Barreira ao Acesso à Presença de Deus 

O segundo compartimento ocidental do Tabernáculo onde estava a Arca da Aliança tinha um véu azul como uma cortina que separava as duas partes do Santuário; era um símbolo da santidade de Deus inacessível aos pecadores. Ninguém podia ousar entrar no “Lugar Santíssimo”, até que Jesus enfrenta o Calvário e faz-se o cordeiro expiador. 
Quando Cristo expirava lá fora na cruz, o seu espírito entra no Lugar Santíssimo com o seu próprio sangue expiador, porque Ele fez-se o Cordeiro divino e, com o seu próprio sangue, entra ante o Propiciatório e asperge-o sobre a Arca da Aliança, expiando a culpa do mundo todo (ver Hb 7.25-27). Então, o véu rasga-se de alto a baixo e escancara o acesso à presença do Altíssimo. Antes, uma vez por ano, o sacerdote entrava com o sangue da expiação; agora, em uma só vez por todas, Cristo fez-se o Sumo Sacerdote e ministra com o seu próprio sangue (ver Hb 9.6,7). 
O véu era uma cortina feita de linho fino branco tecido com fios que tinham as cores azul, púrpura e carmesim. Esse véu tinha o propósito de separar o Lugar Santo do Lugar Santíssimo, no qual estava a Arca da Aliança (Êx 26.33). Esse véu impedia a entrada de qualquer israelita, exceto a do sumo sacerdote, que podia entrar uma vez por ano, no dia da Grande Expiação. Esse véu, portanto, era uma barreira para o homem comum. Na língua hebraica, o vocábulo “véu” é paroketh, que advêm de uma raiz que significa “separar”.

O Significado do Véu Interior e seu Paralelismo com a Obra Expiatória de Jesus

No NT, esse mesmo vocábulo grego é katapetasma, que representa o véu interior, ou seja, a cortina entre o Lugar Santo e o Lugar Santíssimo. Quando Jesus estava na cruz — e depois de expirar —, Ele ministrou intercessoramente no Lugar Santo no Altar de Incenso (Hb 7.25) e, depois, com seu próprio sangue, entrou no Lugar Santíssimo para ministrar por todo o mundo (ver Hb 9.6,7). 
Um teólogo do passado chamado Truman fez um paralelo entre o Evangelho de João e o Tabernáculo, escrevendo assim:
Os capítulos 1 a 12 de João contêm o ministério público de Jesus, correspondendo ao Pátio, para o qual os israelitas traziam suas ofertas pelos seus pecados. Os versículos do capítulo 12.44-50 indicam as últimas palavras do seu ministério público.
O capítulo 13 tem relação com a necessidade de limpeza, e Cristo explicou-lhes essa necessidade dos seus discípulos passarem pela fonte de bronze (o lavabo de bronze) como preparação para o ministério do Espírito Santo na terra depois que Jesus cumprir sua missão expiatória.
Os capítulos 14 a 16 sugerem que Cristo entra no Lugar Santo e ensina aos seus discípulos a necessidade de orar e o papel do Espírito Santo nesse lugar na vida da igreja futura.
O capítulo 17 apresenta Cristo a sós no Lugar Santíssimo, intercedendo em favor dos seus discípulos diante do Pai. Esse capítulo se revela como a oração sumo sacerdotal.

O Véu Tinha um Bordado Especial com a Figura de Querubins (Êx 26.31)

Alguns teólogos opinam que os querubins não representam seres humanos, nem anjos. Eles opinam que esses querubins representam as obras e as manifestações gloriosas do Espírito Santo na vida de Cristo, envolvendo seu nascimento, vida, ministério terrestre, morte e ressurreição do Senhor Jesus. Entretanto, discordamos dessa opinião e entendemos que os querubins são uma classe de anjos que servem aos interesses de Deus, protegendo seu Trono e manifestando a sua glória. 
O que a Escritura do livro de Êxodo deixa claro é que os querubins são seres angelicais e independentes de qualquer forma física, mas que podem tomar a forma que quiserem para as manifestações do poder de Deus. 
Deus ordenou a Moisés que fosse bordada à mão a figura de querubins, que tinham uma mistura de figura de homens e seres alados. Pergunta-se, qual a razão desses querubins naquele véu? A história celestial conta que um querubim havia recebido do Criador poderes especiais delegados por Deus de liderança angelical. No entanto, esse querubim chamado Lúcifer encheu-se de presunção e orgulho, querendo ser igual a Deus. Ele, então, foi expulso da presença do Senhor, tornando-se arqui-inimigo da Divindade (ver Ez 28.14). Sua queda desonrou toda a classe angelical. Os querubins são uma classe de seres espirituais diretamente ligados ao Trono de Deus. A figura dos querubins pintados naquele véu interior lembra ao homem que o Trono de Deus está protegido de qualquer contaminação do pecado. Por isso, eles foram esculpidos sobre o Propiciatório com as asas voltadas para a Arca da Aliança para protegê-la (ver Êx 25.18-22).

As quatro Cores do Véu Compreendidas na Escritura de Filipenses 2.5-11 

Essencialmente, o objetivo primário do Tabernáculo e seus móveis sagrados é tipificar a Cristo. Cada um dos tecidos que compunham o Véu entre o Lugar Santo e o Lugar Santíssimo apontava para uma faceta do caráter pleno de Jesus Cristo. As quatro cores falam, de fato, das glórias de Cristo segundo a compreensão que podemos ter da escritura de Paulo aos Filipenses 2.5-11. 
A cor azul indicava a fala de Jesus, “que, sendo em forma de Deus” (Fp 2.6), fez-se o Verbo divino que se fez carne, e isso revelava a Jesus como o Filho de Deus, a sua divindade. 
A cor carmesim é identificada com o Cristo que “tomou a forma de servo”. Ela fala de Cristo como aquEle que se identificou como “o Filho do homem” e “o Servo sofredor”, que “aniquilou-se a si mesmo, [...] sendo obediente até à morte” (Fp 2.7,8). 
A cor branca do linho branco revelava a imagem daquEle que se fez “semelhante aos homens” (Fp 2.7), sendo o servo perfeito de Deus no mundo dos homens. 
A cor púrpura indicava a sua realeza, identificando-se com a escritura que diz “que Deus o exaltou soberanamente” (Fp 2.9).  
Outrossim, o Véu representava a carne de Cristo e expressava a sua humanidade (ver Êx 36.35). O trançado dos fios que formava o véu fala da união da natureza divina com a natureza humana na pessoa de Jesus, indicando a sua perfeição absoluta como Deus e como Homem. O texto de Hebreus 10.19,20 consuma essa tipologia quando diz: “Tendo, pois, irmãos, ousadia para entrar no Santuário, pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou, pelo véu, isto é, pela sua carne”.

Texto extraído da obra “O TABERNÁCULO”, editada pela CPAD. 

COMENTÁRIO E SUBSÍDIO II

INTRODUÇÃO

O Lugar Santíssimo era o local mais reservado do Tabernáculo. Ele representava a plenitude da presença de Deus que habitava entre o povo de Israel. Por isso, nesta lição, estudaremos a posição do véu no Lugar Santíssimo, o propósito desse véu e a dimensão do Lugar Santíssimo, bem como a sua relação com a obra expiatória de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. De fato, é uma lição que edificará a nossa vida.
Qual a importância do véu do templo ter sido partido em dois quando Jesus morreu? A beleza dessas cortinas somente podia ser observada do lado de dentro, sendo que a espessa coberta protetora externa feita de pelos de cabrito e pele de carneiro (v. 14), a ocultavam da visão de Iodos, exceto dos sacerdotes que adentravam. Hebreus 9.1-9 nos diz que no Templo um véu separava o Santo dos Santos – a habitação terrena da presença de Deus- do resto do Templo onde os homens habitavam. Isso significava que o homem era separado de Deus pelo pecado (Is 59.1-2). Apenas o Sumo Sacerdote tinha a permissão de passar pelo véu uma vez por ano (Êx 30.10; Hb 9.7), de entrar na presença de Deus representando Israel e de fazer expiação pelos seus pecados (Lv 16). – Dito isto, convido-o a pensar maduramente a fé cristã!

I. O VÉU DO LUGAR SANTÍSSIMO
                                                                 
1. O véu como barreira ao livre acesso à Presença de Deus. O véu era uma cortina feita de linho fino branco entretecido com fios de cores azul, púrpura e carmesim. O propósito desse véu era separar o Lugar Santíssimo, no qual estava a Arca da Aliança (Êx 26.33), do Lugar Santo. No Lugar Santíssimo só podia entrar o Sumo Sacerdote, e somente uma vez ao ano, no dia da Expiação. O israelita comum não podia entrar nesse lugar, o que demonstra que o véu era uma barreira para o homem comum. A narrativa bíblica revela o significado especial do ato, de quando Jesus estava na cruz, expiando o nosso pecado. Ele ministrou intercessoriamente por nós por meio de seu sangue no “Lugar Santíssimo”, rasgando o véu da separação. A ministração de Cristo foi em favor de todo o mundo e não apenas por uma parcela especial ou étnica da humanidade (Hb 9.11-14 cf. Jo 3.16).
Alan Cole faz um comentário interessante: “O véu separava um terço da área do Tabernáculo. A tenda era pequena (digamos 15 metros por 5 metros) comparada a qualquer templo moderno. Além disso, não possuía aberturas para ventilação e era escura, a não ser pela luz do candelabro de ouro e a pouca luz que acidentalmente ali penetrava quando o reposteiro que ficava sobre a porta da tenda era levantado para permitir a entrada dos sacerdotes. O candelabro ficava no "santo lugar’’: o santo dos santos ficava absolutamente às escuras, por detrás do espesso véu. Todavia, a escuridão e o frescor do interior do Tabernáculo seriam um grande alívio depois do ofuscante calor do deserto (observe quantas vezes a "sombra" de YHWH é mencionada como um símbolo de refrigério e salvação, por exemplo, Sl 17:8) e sua extrema escuridão, a partir do Sinai, passou a ser um símbolo apropriado para Deus (1 Rs 8:12)” (COLE, Alan, Ph.D. Êxodo, Introdução e Comentário. Sociedade Religiosa Edições Vida Nova. São Paulo, 1963).  “O Templo de Salomão tinha 30 côvados de altura (1 Reis 6:2), mas Herodes tinha aumentado sua altura para 40 côvados de acordo com as escritas de Josefo, um historiador do primeiro século. Não temos certeza a que um côvado se compara em metros e centímetros, mas podemos supor que esse véu tinha mais ou menos 18 metros de altura. Josefo também nos diz que o véu tinha 12 cm de grossura, e que cavalos puxando o véu dos dois lados não podiam parti-lo. A narrativa no livro de Êxodo nos ensina que esse grosso véu era feito de material azul, roxo e escarlate e de linho fino torcido. O tamanho e grossura do véu deram muito mais importância aos eventos que aconteceram no exato momento da morte de Cristo na cruz. “E Jesus, clamando outra vez com grande voz, rendeu o espírito. E eis que o véu do templo se rasgou em dois, de alto a baixo” (Mateus 27:50-51a).” (GOTQUESTIONS). A missão de Jesus Cristo está ligada de maneira inseparável ao supremo amor de Deus pelo "mundo" perverso e pecador da humanidade (Jo 6.32,51; 12.47; Mt 5.44-45), que está em rebelião contra Deus. Em João 3.16, a expressão "de tal maneira” enfatiza a intensidade ou grandeza do amor de Deus. O Pai deu o seu único e amado Filho para morrer em favor dos homens pecadores (2Co 5.21).

2. O véu tinha um bordado especial com a figura de querubins (Êx 26.31). Deus ordenara que se bordassem no véu, à mão, as figuras de querubins. Uma pergunta relevante cabe aqui: qual a razão desses querubins serem bordados no véu? A Bíblia registra a história da rebelião de um querubim presunçoso e orgulhoso que desejava ser igual a Deus. Mas ele foi expulso para sempre da presença do Altíssimo (Ez 28.14). O nome desse querubim, hoje, é Satanás, o anjo que rebelou-se contra Deus e, também, levou com ele uma parte dos seres angelicais. As figuras de querubins bordadas no véu lembram ao homem que o Trono de Deus está cercado desses seres angelicais, refletindo a santidade do Altíssimo. Eles também foram esculpidos sobre o Propiciatório com as asas voltadas para a Arca da Aliança com o objetivo de protegê-la (Êx 25.18).
Querubins são seres angélicos envolvidos em adorar e louvar a Deus. Os querubins são mencionados na Bíblia pela primeira vez em Gênesis 3.24. Antes de rebelar-se, Satanás era um querubim (Ez 28.12-15). O tabernáculo e o templo, assim como os seus pertences, continham muitas representações de querubins (Êx 25.17-22; 26.1,31; 36.8; 1Rs 6.23-35; 7.29-36; 8.6-7; 1Cr 28.18; 2Cr 3.7-14; 2Cr 3.10-13; 5.7-8; Hb 9.5). Esses dois querubins esculpidos são uma representação dos dois querubins que guardaram as portas do Éden (Gn 3.24). Esses mesmos querubins também eram bordados no véu que dividia o lugar santo do santo dos santos. Após o véu do templo ser rasgado, os querubins que guardavam as portas do jardim foram dispensados de suas posições. O caminho está livre, não existe mais sentinelas na porta do jardim!

3. O véu e o trançado de seus fios. Para nós, o tabernáculo e seus móveis sagrados tipificam o Senhor Jesus. Logo, podemos destacar o seguinte: os tecidos que constituíam o véu que demarcava o Lugar Santo e o Santíssimo é símbolo do caráter santo e pleno de nosso Senhor. Assim, a cor azul aponta para a sua divindade; a púrpura, para a sua realeza; a branca, para sua santidade; o carmesim, para a sua obra expiatória por toda a humanidade. Ainda, o escritor aos Hebreus traz uma imagem forte e viva do véu, juntamente com seus fios trançados, que representava, na “carne” de Cristo, a união da natureza humana e divina de nosso Senhor: “Tendo, pois, irmãos, ousadia para entrar no Santuário, pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou, pelo véu, isto é, pela sua carne” (10.19,20).
O véu do Tabernáculo representava uma triste verdade: o homem é pecador e é vedado O caminho para ele ir sozinho a Deus (Ex 26.33; Lv 16.2, “que não entre no santuário em todo o tempo, para dentro do véu, diante do propiciatório que está sobre a arca, para que não morra; porque Eu aparecerei na nuvem sobre o propiciatório”; Is 59.1-3, “Mas as vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que não vos ouça”; Rm 3.23, “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus”). O véu do Tabernáculo era feito de linho fino torcido com azul, púrpura, carmesim, com a imagem de querubins de obra prima bordada nele. Desde que tudo no Tabernáculo eram sombras ou tipos simbólicos de Cristo, esse material apontava ao Cristo.
• O azul representava: Natureza Celestial de Cristo, Cristo O Espiritual, ou homem celestial (1Co 15.47,48; Jo 1.18; Hb 7.26); a origem celestial de Cristo.
• A púrpura representava: Realeza, Soberania de Cristo, o “Rei dos reis, e Senhor dos senhores” (Ap 19.16; Mc 15.17-18).
• O carmesim representava: Sacrifício (Ap 5.9-10; Nm 19.6; Lv 14.4; Hb 9.11-14, 19, 23, 28).
• O linho fino representava: Justiça, Cristo é o Justo, e os que são dEle tem a Sua justiça (2Co 5.21; Ap 19.8; 1Co 1.30). Sendo torcido, era dobrado o fio seis vezes fazendo o véu grosso e pesado (Gill).
• O branco, do linho fino torcido representava: perfeição, pureza e santidade de Deus em Cristo, e aos que são lavados no sangue de Cristo (Ap 7.9-17; Sl 132.9).” (PALAVRAPRUDENTE)
Quando a carne de Jesus foi rasgada em sua crucificação, o mesmo aconteceu com o véu do templo que simbolicamente separava as pessoas da presença de Deus (Mt 27.51). Quando o sumo sacerdote no dia da Expiação entrava no Santo dos Santos, o povo aguardava do lado de fora que ele saísse. Ao entrar no templo celestial, Cristo não voltou. Pelo contrário, ele abriu a cortina e expôs o Santo dos Santos para que pudéssemos segui-lo. Em Hebreus 10.20, "carne" é usada como "corpo" (v. 10) e "sangue" (Hb 9.7,12,14,18,22) para se referir à morte sacrifical do Senhor Jesus.

SUBSÍDIO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO

Você pode iniciar a aula fazendo a seguinte pergunta: Qual a diferença entre o Lugar Santo e o Lugar Santíssimo? Com essa pergunta, a ideia é ligar o tema da lição anterior ao tema presente a fim de que a exposição desta lição faça uma diferença clara entre os dois lugares do Tabernáculo.
Para ilustrar a aula, você pode reaproveitar a imagem panorâmica do Tabernáculo que usamos na primeira lição deste trimestre.

II. O PROPÓSITO DO VÉU INTERIOR

1. O véu era um símbolo da presença de Deus no Lugar Santíssimo. Ora, ninguém podia ver a Deus e continuar vivo (Êx 33.20), mas os homens podiam ver o véu que indicava a presença divina no outro lado. Em Hebreus, o véu tipifica a “carne” de Cristo, que encobria a presença divina em seu corpo (1Tm 6.16; Jo 1.18; 14.9; Cl 1.15,16).
O propósito de um Véu é cobrir ou ocultar da vista (2Co 3.13-16, Is 25.7). O véu do tabernáculo ocultava da vista o Santo dos Santos. Ele formava uma barreira entre a glória de Deus e o homem pecador (Lv 16.2). Medidas de precaução foram necessárias para que Deus respondesse apenas parcialmente aos pedidos de Moisés de ver mais dele do que já estava vendo (cf. Nm 12.8) — de outro modo ele morreria. Muito embora Deus fosse gracioso e compassivo para qualquer pessoa que escolhesse, Moisés não poderia ver a face de Deus e viver. Tudo o que viu da natureza de Deus se transformado em luz ardente é chamado de "costas de Deus" e nunca foi descrito por Moisés depois (cf. Jo 1.18; 1 Jo 4.12). Deus é invisível em espírito (1Tm 1.17; Jó 23.8-9; Jo 1.18; 5.37; Cl 1.1.5) e, por essa razão, é inalcançável no sentido de que o homem pecador nunca viu e nunca poderá ver a plenitude de sua glória (Êx 33.20; Is 6.1-5). Em Hebreus 10.19-20 aprendemos que a carne de Cristo foi simbolicamente tipificada pelo véu interno do tabernáculo. Nosso Salvador tomou sobre Si mesmo a forma humana ocultando assim a Sua glória (Fp 2.5-11, Rm 8.3). Somente no Monte da Transfiguração é que Sua glória divina refulgiu (Mt 17.1-2). Da mesma maneira, o véu do tabernáculo ocultou da vista dos homens a glória e a presença de Deus.

2. O véu: um impeditivo ao acesso à presença de Deus (Lv 16.2; Hb 9.8). A separação que o véu interior fazia dos dois lugares sagrados, o Lugar Santo e Lugar Santíssimo, demarcava também os lugares de atuação dos sacerdotes. No Lugar Santo, era permitida a entrada dos sacerdotes comuns; no Santíssimo, a do sumo sacerdote.
O sistema Levítico não fornecia ao povo acesso direto à presença de Deus. Pelo contrário, ele afastava o povo. A proximidade tinha de ser fornecida de outra maneira. Essa é a lição primordial que o Espírito Santo dá acerca do tabernáculo. O ensino mostra como Deus é inacessível sem a morte de Jesus Cristo. Por meio da instrução inspirada do Espírito dada acerca do Lugar Santíssimo, Deus eslava mostrando que não havia um caminho para ele no sistema cerimonial. Somente Cristo poderia abrir o caminho (Jo 14.6). Em Hebreus 10.20 entendemos que Cristo estabeleceu através de seu sacrifício um “novo” caminho. No grego, o significado original da palavra “novo” é "recém-imolado", mas foi interpretada como "recente" quando a epístola foi escrita. O caminho é novo porque a aliança é nova. Não é um caminho fornecido pelo sistema Levítico. Embora seja o caminho da vida eterna, ele não foi aberto apenas pela vida impecável de Cristo — ele exigiu a sua morte. Os hebreus foram convidados a entrar nesse caminho que é caracterizado pela vida eterna do Filho de Deus que os amou e entregou-se por eles (Jo 14.6; Gl 2.20). Quando a carne de Jesus foi rasgada em sua crucificação, o mesmo aconteceu com o véu do templo que simbolicamente separava as pessoas da presença de Deus (Mt 27.51). Quando o sumo sacerdote no dia da Expiação entrava no Santo dos Santos, o povo aguardava do lado de fora que ele saísse. Ao entrar no templo celestial, Cristo não voltou. Pelo contrário, ele abriu a cortina e expôs o Santo dos Santos para que pudéssemos segui-lo. Aqui "carne" é usada como "corpo" (v. 10) e "sangue" (9.7,12,14,18,22) para se referir à morte sacrifical do Senhor Jesus.

3. O véu indicava o caminho à presença de Deus. Sabemos que o sumo sacerdote podia entrar no lugar santíssimo, não por méritos pessoais nem pela formosura do véu, senão mediante o sangue da expiação (Lv 16.15). A única função dele era expiar o próprio pecado e o do povo. Por isso, toda a orientação divina quanto à pureza do sumo sacerdote e de sua casa era rigorosa. Hoje, a obra expiatória de Jesus é o único meio que temos para achegar-nos à presença de Deus (Ef 2.8,9; Hb 10.19,20). Graças ao nosso amado Senhor, já não há mais separação nem muro entre nós e Deus, pois Cristo é o perfeito mediador entre Deus e os homens (1Tm 2.5).
A fé cristã era conhecida como "o caminho" entre os judeus de Jerusalém (At 9.2), bem como entre os gentios (At 19.23). Aqueles que receberam essa epístola entenderam com muita clareza que o escritor os estava convidando a se tornarem cristãos — a se unirem àqueles que: haviam sido perseguidos por causa da fé que professavam. Os verdadeiros cristãos no meio deles estavam sofrendo perseguição naquele momento, e aqueles que não haviam se comprometido com o caminho eram convidados a se tornarem alvos da mesma perseguição. Assim, Jesus Cristo é o nosso Mediador - referindo-se a alguém que intervém entre duas partes para resolver um conflito ou para ratificar um pacto. Ele é o único "Mediador" que pode restaurar a paz entre Deus e os pecadores (Hb 8.6; 9.15; 12.24). Cristo Jesus, ele mesmo um homem, somente o Deus-Homem perfeito poderia juntar o Criador o a raça humana (Jó 9.32-33).

SUBSÍDIO TEOLÓGICO

A revelação das Escrituras Sagradas mostra para nós que a salvação pela graça, hoje, é uma doutrina clara e límpida, pois “no Novo Testamento, a ‘graça’, como o dom imerecido mediante o qual as pessoas são salvas, aparece primariamente nos escritos de Paulo. É um ‘conceito central que expressa mais claramente seu modo de entender o evento da salvação... demonstrando livre graça imerecida. O elemento da liberdade ... é essencial’. Paulo enfatiza a ação de Deus, e não a sua natureza. ‘Ele não fala do Deus gracioso; fala da graça concretizada na cruz de Cristo’. Em Efésios 1.7, Paulo afirma: ‘Em quem temos a redenção pelo seu sangue, a remissão das ofensas, segundo as riquezas da sua graça’, pois ‘pela graça sois salvos’ (Ef 2.5,8)” (HORTON, M. Horton (Ed.). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2018, p.344-45).


III. COMO ERA O LUGAR SANTÍSSIMO?

1. O Lugar Santíssimo tinha o formato quadrangular. O Lugar Santíssimo é conhecido também como o “Santo dos Santos”. Um lugar quadrangular, na forma de um cubo, que media dez côvados de altura, dez de largura e dez de comprimento. É importante destacar, aqui, que as medidas do Lugar Santíssimo, no sistema decimal, possuem números diferenciados, uma vez que pesos, medidas e valores hebraicos são obscuros, e o resultado sempre produz algumas pequenas diferenças numéricas. De acordo com a Bíblia de Estudo Pentecostal, um côvado equivalia à medida de dois palmos ou ao tamanho de nosso antebraço, o equivalente, portanto, a 45 centímetros. Era menor que o Lugar Santo. O Lugar Santíssimo tipificava o Trono de Deus em Israel.
Era no Lugar Santíssimo que a própria presença de Deus, com sua glória manifesta habitava. Era ali que Deus se comunicava com o homem, habitando no meio do povo de Israel, assim como hoje Cristo habita no meio de seu povo, a Igreja. Pois onde se reunirem dois ou três em meu nome, ali eu estou no meio deles (Mt 18.20). Seu formato, como já explicado, era de uma sala em cubo. Suas medidas foram dadas em Côvados - medida de comprimento que foi usada por diversas civilizações antigas. Era baseado no comprimento do antebraço, da ponta do dedo médio até o cotovelo. Ninguém sabe quando esta medida entrou em uso. O côvado era usado regularmente por vários povos antigos, entre eles os babilônios, egípcios e hebreus. O côvado real dos antigos egípcios media 50cm. O dos romanos media 45cm. O Santo dos Santos estava diretamente relacionado à manifestação da presença de Deus. O Santo dos Santos significava a própria sala do trono de Deus entre o povo da aliança. No Santo dos Santos a presença de Deus era revelada mais intensamente. Naquele lugar o Senhor se encontrava de forma mais íntima e pessoal com seu povo. Mas como foi dito, esse encontro acontecia através do sumo sacerdote, após rígidos preparos especiais.

2. O lugar continha apenas um mobiliário: A Arca da Aliança. A Arca da Aliança tipificava a plenitude da presença de Deus: sua santidade, glória e majestade. Ali, Deus habitava entre o seu povo! No Novo Testamento, essa imagem revela o que Paulo escreveu aos efésios: “para que Cristo habite, pela fé, no vosso coração; a fim de, estando arraigados e fundados em amor, poderdes perfeitamente compreender, com todos os santos, qual seja a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade e conhecer o amor de Cristo, que excede todo entendimento, para que sejais cheios de toda a plenitude de Deus” (Ef 3.17-19).
Dentro desse ambiente ficava a Arca da Aliança. Somente o sumo sacerdote tinha autorização para entrar no Santo dos Santos.  A única peça de mobília desse lugar era uma caixa revestida de ouro, indicava a relação de aliança entre Deus e seu povo. Essa arca, simbolizava que a única maneira do homem entrar diante de Deus era através de uma aliança com Ele. Cristo é a base da aliança de nosso acesso a Deus (Hb 12.24; Mt 26.28).

3. O que podemos aprender por Trono de Deus e a importância do Lugar Santo? O Lugar Santo era a antessala do Lugar Santíssimo; o que mostra o caráter santo da presença de Deus representada na Arca da Aliança, porque o Deus Santo e glorioso ali estava. Não percamos de vista a dimensão da santidade e da glória de Deus. Sejamos santos e não desprezemos o sacrifício de nosso Senhor Jesus (Hb 10.26,27). Cuidado! A Palavra de Deus nos alerta que o nosso adversário “anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar” (1Pe 5.8). Vigiemos! Temamos ao Deus santo e glorioso!
O Santo lugar revelava o ministério de Cristo tabernaculando entre os homens. O Santo dos Santos ou Lugar Santíssimo, era onde o divino se encontrava com o humano. Aqui era o lugar onde Sumo-Sacerdote - principal sacerdote - (Hb 9.7) entrava uma vez por ano para oferecer o sangue sobre o Propiciatório. Este dia veio a ser conhecido como Yom Kippur (Dia do Perdão) até hoje celebrado entre os Judeus. O Santo dos Santos era o principal lugar do Tabernáculo; na verdade ele era a razão da existência do Tabernáculo.
O mais solene e importante lugar do tabernáculo, chamado Lugar Santíssimo ou Santo dos Santos, era quadrado de cerca de cinco metros de cada lado. Nesse lugar o sacerdote entrava uma vez por ano, no décimo dia do sétimo mês, levando consigo o sangue da expiação e também o incensário de ouro em que se queimava o incenso santo. A língua portuguesa é muito pobre em relação a hebraica, nós não temos uma palavra para exprimir a santidade de Deus, então usamos o termos Santo dos Santos. Seguindo o caminho do Santo dos Santos, o cristão vai experimentar na sua vida espiritual as virtudes da fé (no pátio), da esperança (no Santuário) e do amor, como maior de todas as virtudes. O amor se relaciona com Deus Pai, que é quem faz com que se manifestam, no crente, os efeitos dos dons e ministérios espirituais, dados respectivamente pelo Espírito Santo. Como as divisões do tabernáculo estão em ordem crescente, o Lugar Santíssimo representa a plenitude de Deus no crente. Este crente revela, então resultados dessa posição através de muito fruto. Jesus falou da vara em três fases distintas de frutificação : fruto, mais fruto e muito fruto. Jo 15.1-5 - “Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o viticultor. (v.2) Toda vara em mim que não dá fruto, ele a corta; e toda vara que dá fruto, ele a limpa, para que dê mais fruto. (v.3) Vós já estais limpos pela palavra que vos tenho falado. (v.4) Permanecei em mim, e eu permanecerei em vós; como a vara de si mesma não pode dar fruto, se não permanecer na videira, assim também vós, se não permanecerdes em mim. (v.5) Eu sou a videira; vós sois as varas. Quem permanece em mim e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer.” Isso corresponde a 30, 60 e 100 por um. O Apóstolo João escreveu aos filhinhos, aos jovens e aos pais, como crentes em três estágios : No pátio, no Santuário e no Santo dos Santos.” (EBAH)


SUBSÍDIO VIDA CRISTÃ

“Há um processo de santificação do espírito humano. Pouco importando o que você diga, se o seu espírito não for completamente santificado, você sempre estará em perigo. É aquela situação em que o diabo tem a chance de trabalhar em você.
Portanto, somos ensinados a estar em santificação, na qual os rudimentos, impurezas, os afetos descomedidos e as corrupções acabam por causa da incorrupção permanente. Na santificação, todos os tipos de luxúria perdem seu poder.
Este é o plano. Somente nesta busca ideal é que Deus nos abençoa em nosso estado de purificação para que deixemos nossa posição terrena e subamos com Ele em glória. Os santos de Deus, à medida que avançam em perfeição e santidade, entendendo a mente do Espírito de vida, são levados a um lugar muito abençoado – o lugar de santidade, o lugar de inteira santificação, o lugar onde Deus é entronizado no coração.
A mente santificada está tão concentrada no poder de Deus, que o santo pensa nas coisas que são puras e vive sob predomínio santo, em que ele experimenta diariamente o poder e a liberdade de Deus” (WIGGLESWORTH, Smith. Devocional. Série: Clássicos do Movimento Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, pp.134-35).

CONCLUSÃO

Nesta lição, percorremos o Lugar Santíssimo. Ele representa a presença santíssima e gloriosa de Deus no meio do seu povo. Esse lugar, especial e único do Tabernáculo, mostra o que o Senhor Jesus Cristo, o Sumo Sacerdote Perfeito, fez ao rasgar o véu da separação. Diferentemente daqueles dias, onde o Lugar Santo não era aberto a todas as pessoas, hoje, por meio da obra de Cristo, podemos entrar ao trono de Deus com ousadia e confiança.
O Santo dos Santos, assim como o Tabernáculo em geral, apontava para uma realidade superior. Tudo isso era temporário e insuficiente em si mesmo. Somente uma pessoa podia entrar no Santo dos Santos, e isso significa que não havia uma plena aproximação de Deus. Então jamais a promessa da Nova Aliança poderia se cumprir no Santo dos Santos dentro do santuário terreno. Através do profeta Jeremias, Deus prometeu: “Conhecei ao Senhor; porque todos me conhecerão, desde o menor até o maior deles” (Jr 31.31-34). Como uma promessa assim poderia se cumprir no Santo dos Santos terreno? Isso era impossível! Por isso o escritor de Hebreus aplicou essa profecia de forma a mostrar a superioridade da Nova Aliança (Hb 8.8-13). Durante a crucificação de Jesus, no momento de sua morte, o véu do Templo que isolava o Santo dos Santos foi rasgado de cima a baixo (Mt 27.51). Usando uma figura de linguagem, o escritor de Hebreus identifica o véu dos Santos dos Santos com o corpo de Jesus Cristo (Hb 10.20). Ele entendeu que quando o véu do Templo foi rasgado, a entrada no Santo dos Santos foi liberada àqueles que foram redimidos por Cristo, cujo corpo foi rasgado no Calvário. Através do sangue derramado do Filho de Deus, o caminho para o Santo dos Santos celestial foi aberto. Hoje, pelo sangue de Jesus, podemos entrar com plena confiança no verdadeiro Santo dos Santos e se achegar ao trono da graça de Deus (Hb 4.16; 10.19). (ESTILOADORACAO).

Achando-se as tuas palavras, logo as comi, e a tua palavra foi para mim o gozo e alegria do meu coração; porque pelo teu nome sou chamado, ó Senhor Deus dos Exércitos”. (Jeremias 15.16)

Francisco Barbosa
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