sábado, 25 de janeiro de 2014

LIÇÃO 4 - A CELEBRAÇÃO DA PRIMEIRA PÁSCOA



INTRODUÇÃO
A morte visitou o Egito e em uma noite de pavor todos os filhos e animais primogênitos morreram (Ex. 11.6; 12.30). Mas a morte não alcançou os hebreus, eles foram preservados pelo Senhor. Na aula de hoje, estudaremos a respeito desse grandioso livramento de Deus, que demarcou a celebração da Páscoa para os hebreus. Ao final, destacaremos que Cristo, o Salvador, tornou-se a Páscoa para os cristãos, e que através do memorial da Ceia do Senhor, celebramos Sua morte e ressurreição.


1. A PÁSCOA ISRAELITA E OS EGÍPCIOS
A décima praga foi a mais terrível de todas para os egípcios, pois em virtude do endurecimento do coração de Faraó, os mensageiros da morte visitaram a terra, e como diz o salmista, “lançou contra eles o furor da sua ira: coleta, indignação e calamidade, legião de anjos portadores de males (Sl. 78.49). Moisés inicialmente ouviu a Palavra de Deus, e foi ao palácio a fim de entregar a mensagem profética do Senhor (Ex. 10.24-29). Como profeta de Yahweh, revelou a Faraó que ele pagaria um preço por ter causado tantos danos ao povo de Deus. Todos os primogênitos do Egito seriam mortos, isso porque para aquela cultura os primogênitos eram considerados sagrados, até mesmo entre os hebreus (Ex. 4.22; Jr. 31.9; Os. 11.1). Ademais, não podemos deixar de destacar que outro Faraó quis exterminar os filhos dos hebreus, por isso, o Deus de Israel estava, através dessa praga, vingando a morte dos filhos do Seu povo (Ex. 4.22,23). Muito embora sejamos ensinados a não buscar vingança (Mt. 7.1,2), sabemos, no entanto, que Deus, ao Seu tempo, julgará aqueles que se opõem e perseguem os que servem a Ele, tendo em vista que o homem ceifará o que plantar (Gl. 6.7). A fim de preservar seus primogênitos, os hebreus celebraram sua Páscoa, através da morte de um cordeiro, sendo o seu sangue colocado na verga e nos umbrais da postas das casas onde viviam as famílias israelitas (Ex. 12.6-13;21-14). Essa atitude apontava para o derramamento do sangue do Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo (Jo. 3.14-17), pois sem esse não haveria remissão de pecado (Hb. 9.22). Jesus foi nosso substituto, tendo morrido pelos nossos pecados, tomando o castigo a nós destinado (Is. 53.4-6; I Pe. 2.24). Quando o anjo da morte passou para ceifar a vida dos primogênitos, não tocou nos filhos dos hebreus, ao verem o sangue nos umbrais (Ex. 12.13). De igual modo, todos aqueles que creem em Cristo como Salvador estão livres da morte eterna (Jo. 3.16; I Jo. 2.2).


2. OS PROCEDIMENTOS PARA A CELEBRAÇÃO DA PÁSCOA
A palavra páscoa quer dizer passagem em hebraico, em alusão à passagem da morte que passaria pelas casas, ceifando as vidas dos primogênitos. Aos hebreus, para escaparam de tal juízo, cabiam observar os procedimentos dados por Deus. Eles mergulhavam os ramos de uma planta denominada hissopo na bacia com o sangue do cordeiro e o colocava nas vergas e umbrais das portas (Ex. 12.22). Em seguida, essa mesma planta era usada para aspergir o sangue que confirmava a aliança de Deus com o Seu povo (Ex. 24.1-8). O cordeiro havia sido assado e comido às pressas, o povo deveria estar pronto para partir logo que fosse dado um sinal (Ex. 12.8,11,46). A refeição consistia do cordeiro assado, pães asmos e ervas amargas, antecipando, assim, o sacrifício vicário de Cristo. O pão era sem fermento porque não havia tempo para que esse crescesse (Ex. 12.39), além de ser este um símbolo de impureza para os hebreus. A Palavra de Deus associa o fermento com o pecado, bem como com os falsos ensinamentos (Mt. 16.6-12; Gl. 5.1-9) e a hipocrisia (Lc. 12.1). A igreja do Senhor não pode se envolver com práticas pecaminosas, antes deve viver em santidade, sem se deixar contaminar com o fermento do mundo (I Co. 5.6-8). Outro procedimento foi usado, qualquer carne que sobrasse da festa deveria ser queimada, aquele cordeiro era especial, não deveria ser tratado como uma alimentação normal. Aquela refeição foi preparada para a família (Ex. 12.3,4), isso mostra que Deus atenta para a proteção dos lares. A igreja, como um todo, é uma família, que se une para lembrar a morte e ressurreição do Cordeiro de Deus (Ef. 2.21; 3.15;4.16).  O caráter memorial da páscoa israelita (Ex. 12.14-43) fora retomado pela fé cristã, a fim de celebrar o sacrifício de Cristo, na cruz do calvário (Mt. 26.26; I Co. 11.23-25). A páscoa israelita era celebrada em nome do Senhor, recordando o cumprimento das Suas promessas (Ex. 11.1-8; 12.31-36). Na noite da Páscoa se cumpriram as promessas dadas por Deus a Abraão, muitos séculos antes (Gn. 15.13,14). De fato, “nem uma só palavra falhou de todas as suas boas promessas, feitas por intermédio de Moisés, seu servo” (I Rs. 8.56). As promessas de Deus não falham, por isso estamos certos que passarão céus e terra, mas Suas palavras não haverão de passar (Lc. 21.33).


3. CRISTO, A NOSSA PÁSCOA
Paulo identifica Cristo como a nossa Páscoa, isso porque Jesus é o Cordeiro que foi imolado pelos nossos pecados (I Co. 5.7; Rm. 5.8,9). As igrejas locais se reúnem para celebrar a Ceia do Senhor. A Santa Ceia é um memorial, a fim de que, entre muitas atribuições eclesiásticas, não nos esqueçamos do principal, do sacrifício de Cristo na cruz (I Co. 11.23-25). Por ocasião da Ceia, utilizamos, simbolicamente, o pão que representa o corpo de Cristo (I Pe. 2.22-24), e o vinho, o sangue derramado do Senhor (Mc. 14.24). Esses elementos são simbólicos por isso não podem ser confundidos com o próprio corpo e sangue de Jesus (Jo. 6.35; 10.9), trata-se, portanto, de uma linguagem figurada. Essa deve ser uma observância continua para a igreja, ainda que não seja demarcada a frequência em que deve ocorrer (Lc. 22.14-20). A igreja cristã, desde o primeiro século, atentou para a prática do partir do pão (At. 2.42; 20.7; I Co. 11.26). É
importante que a igreja mantenha a reverência por ocasião da celebração da Ceia, esse era um problema grave em Corinto, pois muitos membros da igreja não a levavam a sério (I Co. 11.29,30). Esse deve ser um momento solene, sobretudo de reflexão, a fim de demonstrar nossa identificação com o Cristo que por nós entregou Sua vida. Para evitar distorções no ato da celebração da Ceia, recomendamos: 1) sinceridade na apreciação (Lc. 22.17-19), não se trata apenas de alimentação, mas de percepção do valor do sacrifício de Cristo; e 2) autoexame para não nos tornarmos culpados e participantes daqueles que crucificaram o Senhor (I Co. 11.27). Ninguém se torna, por si mesmo, apto para a Ceia, é o sangue de Jesus, que nos torna aptos para tal. Não ceamos por causa dos nossos méritos, pois se assim fosse, ninguém poderia se aproximar da mesa (Ef. 2.8,9). Mas é preciso demonstrar contrição, reconhecimento do pecado, sobretudo arrependimento (I Jo. 1.9). A Ceia do Senhor é também um momento de irmandade, pois ao partir o pão demonstramos que somos um em Cristo (I Co. 10.16,17).


CONCLUSÃO
Os hebreus, diante da ameaça de Faraó, foram libertados pelo Senhor, com mão forte e braço estendido (Sl. 89.13). A percepção daquele ato libertador fez com que os hebreus, ao longo da sua história, celebrassem a páscoa. Os cristãos também têm motivos para celebrar, através da Ceia, a libertação que nos foi dada através de Cristo Jesus. Quando assim fazemos, apontamos não apenas para o passado, em relação ao que Ele fez,  também nos identificamos no presente com Ele, e demonstramos expectação em relação ao futuro, quando com Ele cearemos na eternidade (Mt. 26.29).

Extraído do Blog subsidioebd



SUBSÍDIO II

INTRODUÇÃO


A Páscoa foi instituída pelo Senhor para que os israelitas celebrassem a noite em que Deus poupou da morte todos os primogênitos hebreus. É uma festa repleta de significados tanto para os judeus quanto para os cristãos. Os judeus deveriam comemorar a Páscoa no mês de Abib (corresponde à parte de março e parte de abril em nosso calendário), cujo significado são as “espigas verdes”. Hoje estudaremos a respeito desta festa sagrada e o seu significado para nós, cristãos. [Comentário: Êxodo 12 apresenta-nos uma história emocionante da Páscoa(Páscoa (do hebraico Pessach), significando passagem através do grego Πάσχα) ), a figura mais clara no Antigo Testamento da nossa salvação individual pela fé, no sangue vertido por nosso Senhor Jesus Cristo. Neste capítulo achamos a razão de chamar Cristo o Cordeiro de Deus, Cristo nossa Páscoa (1Co 5.7b). Da mesma forma como o capítulo sobre a Páscoa é o coração do livro, assim o livro todo é um modelo da nossa salvação. A Páscoa é o fato proeminente do Êxodo. Talvez os filhos de Israel não compreendessem a significação da celebração da Páscoa na noite anterior à saída do Egito, mas eles creram em Deus e obedeceram. Deus mandara dez pragas sobre o Egito, para que Faraó deixasse o povo sair. Cerca de nove meses se passaram e com cada praga o coração de Faraó mais se endurecia. Finalmente Deus disse que os primogênitos em todo o Egito iriam morrer. Isso teria acontecido aos hebreus também, se não tivessem sacrificado o cordeiro pascal e assim se tivessem protegido com o seu sangue redentor. (Êx 12.12, 13). Na saída do Egito, quando o povo hebreu recebeu a instrução para que matassem um cordeiro e passem seu sangue nos umbrais da porta, para que o anjo livrasse seus primogênitos da morte, temos aí a representação do que é a verdadeira Páscoa. Para nós, os cristãos, é o sangue de Jesus Cristo, o nosso Cordeiro Pascal, que nos purifica de todo pecado e nos livra da morte eterna.]. Tenhamos todos uma excelente e abençoada aula!

I. A PÁSCOA

1. Para os egípcios. Para os egípcios a Páscoa significou o juízo divino final sobre o Egito, Faraó e todos os deuses cultuados ali. O Senhor havia enviado várias pragas e concedido tempo suficiente para que Faraó se rendesse, deixando o povo partir. Deus é misericordioso, longânimo e deseja que todos se salvem (2Pe 3.9b). Porém, Ele é também um juiz justo que se ira contra o pecado: “Deus é um juiz justo, um Deus que se ira todos os dias” (Sl 7.11). O pecado, a idolatria e as injustiças sociais suscitam a ira do Pai. O povo hebreu estava sendo massacrado pelos egípcios e o Senhor queria libertá-lo. Restava uma última praga. Então o Senhor falou a Moisés: “À meia-noite eu sairei pelo meio do Egito; e todo primogênito na terra do Egito morrerá” (Êx 11.4,5). Foi uma noite pavorosa para os egípcios e inesquecível para os israelitas. [Comentário: Gostaria de mencionar algo curioso sobre o orgulho nacional egípcio. Para muitas pessoas, a ausência de evidências arqueológicas da estada dos israelitas no Egito traz certo desconforto. Mas note algo interessante: os egípcios dificilmente admitiam uma derrota. Por ocasião da famosa batalha de Kadesh (Síria), por volta de 1300 a.C., os egípcios a registraram como uma vitória. Por outro lado, seus oponentes hititas também deram-na como vencida! Ninguém sabe quem foi o vencedor da batalha de Kadesh. Sendo assim, dificilmente encontraremos um documento egípcio que mencione um grupo de escravos saindo da potência mais poderosa do mundo, naquela época, deixando-a totalmente arrasada por pragas enviadas por sua Divindade! Os egípcios não admitiam derrotas. Mesmo diante desse quadro, as poucas informações que temos sugerem um pano de fundo autêntico para o evento que deu origem a uma das principais festividades religiosas do judaísmo e do cristianismo (Luiz Gustavo Assis em http://www.arqueologia.criacionismo.com.br/2009/04/primeira-pascoa.html). O povo do Egito havia sido transtornado pelas seis primeiras pragas; sua terra e seus bens haviam sido devastados pelas duas pragas seguintes. A nona praga - três dias de escuridão - havia preparado o caminho para a mais terrível de todas as pragas, quando mensageiros da morte visitariam a terra. "Lançou contra eles o furor da sua ira: cólera, indignação e calamidade, legião de anjos portadores de males" (SI 78:49) (WIERSBE. Warren W. Comentário Bíblico Expositivo. A.T. Vol. I. Editora Central Gospel. pag. 256-257.). Na Páscoa as casas dos egípcios não poderiam proteger os seus primogênitos, pois o anjo da morte entraria em cada residência e executaria o mandado de Deus. Sem dúvida essa história poderia terminar de outra forma se Faraó deixasse ir o povo embora. Mas por causa da dureza de coração do rei, seus súditos pagaram um alto preço. Lembremo-nos de que Moisés tinha advertido a Faraó antes, deixando claro que o povo sairia com as crianças e o gado (Faraó não queria que isso acontecesse), e a última resposta do rei para Moisés, antes da Páscoa, foi: “Vai-te de mim e guarda-te que não mais vejas o meu rosto; porque, no dia em que vires o meu rosto, morrerás” (Êx 10.28). Por essa resposta, entendemos que Faraó deu por encerrado o diálogo com Moisés e com Deus, e assinou a ordem divina para a morte dos primogênitos. Ele não quis obedecer às ordens de Deus, e isso lhe custaria a vida do próprio filho (COELHO, Alexandre; DANIEL, Silas. Uma Jornada de Fé. Moisés, o Êxodo e o Caminho a Terra Prometida. Editora CPAD. pag. 35-36.)].
2. Para Israel. Era a saída, a passagem para a liberdade, para uma vida vitoriosa e abundante. Foi para isto que Cristo veio ao mundo, morreu e ressuscitou ao terceiro dia, para nos libertar do jugo do pecado e nos dar uma vida cristã abundante (Jo 10.10). Enquanto havia choro nas casas egípcias, nas casas dos judeus havia alegria e esperança. O Egito, a escravidão e Faraó ficariam para trás. Os israelitas teriam sua própria terra e não seriam escravos de ninguém. [Comentário: A Páscoa oferece um vasto campo para especulação por causa da grande variedade de características: mancha de sangue, saltos, “uma noite de vigia”, o cordeiro sacrificial, as primícias da cevada, a ceia sagrada, etc. Essas características se assemelham a rimais praticados fora de Israel. Não é de se admirar que os estudiosos a considerem uma festa enigmática. Alguns não consideram Êxodo 1-14 como um registro dos eventos, mas como uma lenda cúltica que tenta glorificar a saída do Egito (Pederson, Israel: Its Life and Culture, III-IV, 726ss.). A suposição repousa sobre um equívoco: o verdadeiro propósito da Páscoa era glorificar o Deus de Israel. Seria inútil esperar dados históricos fora dos próprios termos do escritor. No centro de Êxodo 1-14 está o Deus de Israel, que realiza feitos poderosos em favor do seu povo (cp. G. von Rad, The Problem of the Hexateuch [1965], 52). A história bíblica é escrita com um propósito, e o propósito é atestar os atos graciosos de Deus. Israel compreende sua liberdade como um milagre operado por YHWH que, com “poderosa mão e com braço estendido” levou seu povo para fora do Egito (Dt 26.8). Para compreender o significado da Páscoa deve-se procurar a interpretação bíblica; é inútil indagar qual era a festa nos tempos pré-mosaicos. É possível que a Páscoa e a Festa dos Pães Asmos fossem festas agrícolas (cp. Êx 23.15s.). Alguma evidência da ligação cúltica entre a Páscoa e as primícias está preservada (Js 5.10-12; cp. C. W. Atkinson, AthR [Jan 1962], 82). A responsabilidade de explicar o significado da Páscoa estava sobre o pai da família: “Naquele mesmo dia contarás a teu filho, dizendo: E isto pelo que o Senhor me fez, quando saí do Egito” (Ex 13.8; cp. 12.26). Somente os israelitas e aqueles que, através da circuncisão, estavam unidos à comunidade podiam comer o cordeiro pascal. Estrangeiros e viajantes, i.e., estrangeiros residentes, eram excluídos (Ex 12.45), mas a regra não era aplicada aos estrangeiros circuncidados e viajantes que demonstrassem um real interesse em se identificar com Israel. A eles era permitido participar da celebração da Páscoa (Nm 9.14).].
3. Para nós. Como pecadores também estávamos destinados a experimentar a ira de Deus, mas Cristo, o nosso Cordeiro Pascal, morreu em nosso lugar e com o seu sangue nos redimiu dos nossos pecados (1Co 5.7). Para nós, cristãos, a Páscoa é a passagem da morte dos nossos pecados para a vida de santidade em Cristo. No Egito um cordeiro foi imolado para cada família. Na cruz morreu o Filho de Deus pelo mundo inteiro (Jo 3.16). [Comentário: Não é bastante que o cordeiro seja morto. O sangue era suficiente mas não tinha valor se não fosse aplicado. Todo israelita devia aplicar o sangue à sua própria casa. Observe que devia ser aspergido na verga. O que você fez com o sangue, o sangue do nosso Cordeiro Pascal, que morreu no Calvário? João 1.12. O hissopo, erva comum que qualquer pessoa podia conseguir, era um tipo da fé. O sangue na verga era o que salvava. Não o que eles pensavam ou achavam, mas o que eles faziam é que importava. “Quando eu vir o sangue, passarei por vós” (Êx 12.13) - Não é o sangue na bacia que salva a alma, mas o sangue aplicado (Jo 1.29b). A atividade messiânica de Jesus alcança seu clímax nos eventos de sua Ultima Páscoa. De acordo com João, a crucificação aconteceu no primeiro dia da “Páscoa” (usado aqui aparentemente como uma designação da Festa dos Pães Asmos). Os sinópticos deixam claro que foi no primeiro dia da festa. João que parece estar interessado especialmente em dados cronológicos registra duas, ou até mesmo três Páscoas (João 2.13; 6.4; 12.1; cp. W. F. Howard, The Fourth Gospel, revisado por C. K. Banet [1955], 122). Contrário a C. H. Dodd (The Interpreter of the Fourth Gospel [1953], 234), há um bom motivo para se acreditar que João dedicou importância especial ao tema da Páscoa. Seu evangelho, que enfatiza ser o Messias o verdadeiro pão da vida, se ajusta notavelmente bem ao contexto pascal (cp. Jo 6.3 lss. cp. V. Ruland, INT [Out., 1964], 451 ss.). Hoje podemos afirmar que Cristo é a nossa Páscoa (1Co 5.7b). Assim como Israel não poderia se esquecer de tal celebração, nós também jamais poderemos nos esquecer do sacrifício remidor do nosso Redentor, Jesus Cristo. Jamais se esqueça que Cristo morreu em seu lugar. Este é um dos princípios da Ceia do Senhor. Jesus declarou: “Em memória de mim” (1Co 11.24,25). Todas as vezes que participarmos da Ceia temos que recordar da nossa passagem, da escravidão do pecado, para uma nova vida em Cristo (1Co 5.17). Israel foi salvo da ira divina e liberto do pecado. Nós também estávamos destinados a experimentarmos da ira divina, mas Cristo, o Cordeiro Pascal, nos substituiu na cruz do calvário. Em Cristo fomos redimidos dos nossos pecados. O sangue de um cordeiro foi aspergido nos umbrais das portas das casas, pois sabemos que “sem derramamento de sangue não há remissão de pecado” (Hb 9.2)].
SINOPSE DO TÓPICO (I)
Para nós cristãos a Páscoa é a passagem da morte dos nossos pecados para a vida de santidade em Cristo.

II. OS ELEMENTOS DA PÁSCOA

1. O pão. Deveria ser assado sem fermento, pois não havia tempo para que o pão pudesse crescer (Êx 12.8,11,34-36). A saída do Egito deveria ser rápida. A falta de fermento também representa a purificação, a libertação do fermento do mundo. Em o Novo Testamento vemos que Jesus utilizou o fermento para ilustrar o falso ensino dos fariseus (Mt 16.6, 11,12; Lc 12.1; Mc 8.15). O pão também simboliza vida. Jesus se identificou aos seus discípulos como “o pão da vida” (Jo 6.35). Toda vez que o pão é partido na celebração da Ceia do Senhor, traz à nossa memória o sacrifício vicário de Cristo, através do qual Ele entregou a sua vida em resgate da humanidade caída e escravizada pelo Diabo. [Comentário: O pão apontava para Jesus o Pão da Vida: “eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome” (Jo 6.35). A massa não deveria passar pelo processo de fermentação, ou seja, seria levada ao fogo tão logo estivesse pronta, sem ter de esperar para crescer. A ideia era mostrar que os israelitas teriam pouco tempo para preparar sua última refeição como escravos, pois logo sairiam para uma grande jornada. E evidente que o uso do fermento poderia fazer com que a massa dobrasse seu tamanho e alimentasse mais pessoas, mas a orientação divina indicava a pressa com que os judeus iriam comer para saírem logo do Egito (COELHO, Alexandre; DANIEL, Silas. Uma Jornada de Fé. Moisés, o Êxodo e o Caminho a Terra Prometida. Editora CPAD. pag. 40). Deveria ser asmo, sem fermento. “Sonda-me. . . vê se há em mim algum caminho mau” (Sl 139.23,24). Fermento é sempre um tipo de pecado. O fermento dos fariseus (Mt 16.6). Lançai fora o velho fermento (1Co 5.7). O fermento da injustiça precisa ser eliminado da nossa vida, se desejamos comer com Deus.].
2. As ervas amargas (Êx 12.8). Simbolizavam toda a amargura e aflição enfrentadas no cativeiro. Foram 430 anos de opressão, dor, angústia, quando os hebreus eram cativos do Egito. [Comentário: As ervas amargas. Apontavam para toda a amargura e aflição vividos no cativeiro egípcio. No hebraico, merorim “amargores”, palavra usada apenas por três vezes no Antigo Testamento (Êx 12.8; Nm 9.11 e Lm 3.15). O hebraico diz apenas «amargores», uma palavra de uso geral (hoje não sabemos quais ervas poderiam estar em foco). Alguns têm pensado em verduras como a chicória, a alface, a acelga, a azeda, etc. Alguns pensam no agrião. Nos tempos modernos, os judeus empregam a escarola e outras verduras, em um total de cinco espécies, para conseguirem uma salada amargosa. Alguns intérpretes supõem que, nos livros de Êxodo e Números, as ervas amargas eram apenas a hortelã. Uso de Ervas na Páscoa. Nas Escrituras o amargor simboliza aflição, miséria e servidão (Ex 1.14; Rt 1.20; Pv 5.4), a iniquidade (Jr 4.18) e também o luto e a tristeza (Am 8.10). Em face desses significados simbólicos, os israelitas receberam ordens para celebrar a páscoa utilizando-se de ervas amargas para relembrarem a amarga escravidão que haviam sofrido no Egito (Êx 12.8; Nm 9.11). (CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 2. Editora Hagnos. pag. 431-432.). Trariam à lembrança os tempos amargos da escravidão no Egito. Cristo provou o cálice amargo por nós, e nós também sofremos alguma amargura. Toda disciplina no momento não parece ser motivo de alegria (Hb 12.11). Por causa da leviandade dos nossos corações é bom compreendermos a profunda significação das ervas amargosas. Quem poderá ler os Salmos 6,22,38,69,88, e 109, sem compreender, em alguma medida, o significado dos pães asmos com ervas amargosas1?- Uma vida praticamente santa, unida a uma profunda submissão de alma, deve ser o fruto da comunhão verdadeira com os sofrimentos de CRISTO, porque é de todo impossível que o mal moral e a leviandade de espírito possam subsistir na presença desses sofrimentos.( C. H. MACKINTOSH. Estudos Sobre O Livro De Êxodo. Editora Associação Religiosa Imprensa da Fé.)].
3. O cordeiro (Êx 12.3-7). Um cordeiro sem defeito deveria ser morto e o sangue derramado nos umbrais das portas das casas. O sangue era uma proteção e um símbolo da obediência. A desobediência seria paga com a morte. O cordeiro da Páscoa judaica era uma representação do “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29). O sangue de Cristo foi vertido na cruz para redimir todos os filhos de Adão (1Pe 1.18,19). Aquele sangue que foi derramado no Egito, e aspergido nos umbrais das portas, aponta para o sangue de Cristo que foi oferecido por Ele como sacrifício expiatório para nos redimir dos nossos pecados. [Comentário: Um cordeiro sem mácula. Apontava para Jesus, “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29). Cristo é o nosso Cordeiro Pascal. Ele morreu para trazer a redenção a toda humanidade. Ele é o nosso Redentor. Depois que o sangue era vertido e aspergido, vinha a orientação sobre o modo de comer o cordeiro. Assim acontece conosco. A salvação primeiro, depois o alimento – comunhão, adoração, vida cristã e serviço. “...Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi imolado” (1Co 5.7). No seu contexto, essa declaração tem um sentido moral. Deveríamos desvencilhar-nos de todos os elementos estranhos à espiritualidade, visto que Cristo fez o seu grande e eterno sacrifício, que é o agente de nossa purificação moral. Cumpre-nos abandonar nossa velha maneira de viver. (CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 5. Editora Hagnos. pag. 102)].
SINOPSE DO TÓPICO (II)
Os três elementos da Páscoa eram: o pão, as ervas amargas e o cordeiro sem mácula.

III. CRISTO, NOSSA PÁSCOA

1. Jesus, o Pão da Vida (Jo 6.35,48,51). Comemos pão para saciar a nossa fome, porém, a fome da salvação da nossa alma somente pode ser saciada por Jesus. Certa vez, Ele afirmou: “Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome” (Jo 6.35). Apenas Ele pode saciar a necessidade espiritual da humanidade. Nada pode substituí-lo. Necessitamos deste pão divino diariamente. Sem Ele não é possível a nossa reconciliação com Deus (2Co 5.19). [Comentário: Jesus, o Pão da Vida (Jo 6.35,48,51). Um pão pode ter mais de um sabor. Pode ter mais de uma forma. Pode ser feito com diversos ingredientes. Pode ser barato ou caro. Pode ser mais leve ou mais pesado. Mas sua função mais importante é saciar a fome. É para isso que eles são feitos. Por que Cristo é considerado o pão da vida? Porque Ele mesmo disse isso: “Eu sou o pão da vida; (“aquele que vem a mim não terá fome” (Jo 6.35). Ele promete saciar a necessidade humana no que concerne às questões da vida e à relação com Deus, ao perdão dos pecados e à vida eterna. A fome que temos de Deus é saciada em Cristo Jesus. (COELHO, Alexandre; DANIEL, Silas. Uma Jornada de Fé. Moisés, o Êxodo e o Caminho a Terra Prometida. Editora CPAD. pag. 41-42). A fim de ilustrar a natureza da pessoa de Cristo, bem como a sua relação para com o mundo, mais do que os outros evangelistas, o apóstolo João se utiliza de termos simbólicos. Ê João quem chama o Senhor Jesus de «a Luz», «a, Água», «o Pão», «o Pastor» e «a Porta». E embora o evangelho de João não lance mão da expressão especifica, «Este é o meu corpo» (em que Cristo se referiu ao pão da Ceia) contudo, no sexto capitulo do mesmo é óbvio que uma terminologia assim seria perfeitamente apropriada (ver João 6:54,55). Todavia, esse pão (que simboliza o corpo) é declarado como algo que desceu do céu (ver João 6:32,58), o que mostra que, antes de tudo, não está em vista alguma alusão ao corpo físico de JESUS; antes, ele se refere a um tipo celestial de «pão», a um principio espiritual, a uma comunicação e participação mística na vida divina, o que, na realidade, é um conceito transcendental, e não uma ideia sacramental (CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 5. Editora Hagnos. pag. 43-44.)].
2. O sangue de Cristo (1Co 5.7; Rm 5.8,9). No Egito, o sangue do cordeiro morto só protegeu os hebreus, mas o sangue de Jesus derramado na cruz proveu a salvação não apenas dos judeus, mas também dos gentios. O cordeiro pascal substituía o primogênito. O sacrifício de Cristo substituiu a humanidade desviada de Deus (Rm 3.12,23). Fomos redimidos por seu sangue e salvos da morte eterna pela graça de Deus em seu Cordeiro Pascal, Jesus Cristo. [Comentário: o vocábulo grego aima, «sangue», além de referir-se à morte sacrifical de Cristo, indica as ideias de reinado (João 1.13); da natureza humana (Mt 16.17; 1Co 15.50); de morte violenta (vinte e cinco trechos diferentes); e de animais sacrificados (doze referências, como se vê em Hb 9.7,12 etc.) onde se enfatiza a perda da vida das vítimas, um conceito destacado no Antigo Testamento. Quanto ao sangue de Cristo e o valor expiatório do mesmo, há referências como Colossenses 1.20. Os intérpretes têm debatido se é a morte ou a vida perdida do animal que obtém a expiação. Penso que se trata de ambas as coisas, pois, afinal de contas, é a vida de Cristo que nos salva (Rm 5.7) dando a entender a sua ressurreição e ascensão, em virtude do que ele tornou-se o Salvador medianeiro permanente. Aquele mesmo contexto, no nono versículo, afirma que o seu sangue nos justifica, o que nos fez pensar tanto em sua vida como em sua morte e ressurreição. A vida que Jesus viveu também faz parte de nossa inquirição espiritual, com vistas a nossa salvação final; porque, quando procuramos imitar a vida de Cristo, passamos a compartilhar de sua natureza metafísica, mediante operações do Espirito Santo (2Co 3.18). Como é que alguns teólogos separam essas ideias inseparáveis, como se fossem categorias distintas e valores isolados? Dentro do programa a e salvação a vida e a morte de Jesus são fatores inseparáveis, embora em sentidos diferentes (Werner de Boor. Comentário Esperança 1 Cartas aos Coríntios. Editora Evangélica Esperança. O Imperativo Espiritual (5.7a)).].
3. A Santa Ceia. A Ceia do Senhor não é um mero símbolo; é um memorial da morte redentora de Cristo por nós e um alerta quanto à sua vinda: “Em memória de mim” (1Co 11.24,25). É um memorial da morte do Cordeiro de Deus em nosso lugar. O crente deve se assentar à mesa do Senhor com reverência, discernimento, temor de Deus e humildade, pois está diante do sublime memorial da paixão e morte do Senhor Jesus Cristo em nosso favor. Caso contrário, se tornará réu diante de Deus (1Co 11.27-32). [Comentário: A tradição que Paulo recebeu e registrou pertence ao mais primitivo registro do que aconteceu na noite em que Jesus foi traído (1Co 11.23-26). Este registro afirma que foi à noite que houve uma refeição (Seutvov), que Jesus tomou o pão, o partiu e disse, “Isto é o meu corpo, que é dado [partido] por vós; fazei isto em memória de mim”. O mesmo com o cálice: “Este cálice é a nova aliança no meu sangue. Fazei isto, todas as vezes que o beberdes, em memória de mim.” Não há menção da Páscoa no registro de Paulo, exceto de uma forma circunstancial: o partir do pão de forma solene, o beber do vinho no cálice, a referência à aliança. O registro sinótico não se diferencia em essência do comentário paulino, exceto por ser apresentado como uma ceia pascal ( Mt 26.17; Mc 14.12; Lc 22.7).].
SINOPSE DO TÓPICO (III)
A Ceia do Senhor é um memorial da morte redentora de Cristo por nós e um alerta quanto à sua vinda.

CONCLUSÃO
Deus queria que o seu povo Israel nunca se esquecesse da Páscoa, por isso a data foi santificada. A Páscoa era uma oportunidade para os israelitas descansarem, festejarem e adorarem a Deus por tão grande livramento, que foi a sua libertação e saída do Egito. Hoje o nosso Cordeiro Pascal é Cristo. Ele morreu para trazer redenção aos judeus e gentios. Cristo nos livrou da escravidão do pecado e sua condenação eterna. Exaltemos ao Senhor diariamente por tão grande salvação. [Comentário: A Páscoa é o começo da jornada que o Messias completa ao alcançar sua meta. “Salvação eterna” significa que não pode haver outra salvação após o evento messiânico, que é o definitivo. A aliança eterna que Deus prometeu aos pais (Jr 32.40; 50.5; cp. Is 55.3; Ez 16.60) foi agora estabelecida e selada no sangue do Messias (Hb 13.20). Em Hebreus a dissolução do culto, a mudança do sacerdócio e a remoção da lei são as consequências do evento messiânico. Cristo se tomou o caminho vivo para o interior do santuário, o novo Sumo Sacerdote que, por seu sacrifício, tornou possível ao homem aproximar-se da presença do próprio Deus. É como costumo me despedir em cada lição: “NaquEle que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8)”,

Graça e Paz a todos que estão em Cristo!

Francisco Barbosa


sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

LIÇÃO 3 - AS PRAGAS DIVINAS E AS PROPOSTAS ARDILOSAS DE FARAÓ







SUBSÍDIO I


Faraó era autoridade máxima, governante orgulhoso e confiante, não precisava prestar contas a ninguém, era reverenciado como um deus entre seus súditos. Desde a juventude era acostumado a ter suas vontades realizadas. Era um ditador que governava pela força e pela intimidação. Custou a reconhecer a autoridade divina orientando os passos de Moisés e Arão, não era fácil abrir mão de seu controle de modo voluntário - ainda mais aos hebreus escravos. Não tinha intenção alguma de ser desacreditado e nem perder a mão-de-obra gratuita do povo hebreu no Egito, pois sabia que isso ameaçaria a economia de seu país e sua estabilidade no trono. Então demonstrou toda sua perversidade ao não permitir que os descendentes de Abraão fossem libertos da escravidão. Por causa de seu comportamento hostil, Deus enviou dez pragas à nação egípcia que arrasaram toda a nação (Êxodo 3.18-20).

As dez pragas:

A água vira sangue: Êxodo 7.14-15. Tinha como objetivo forçar o rei a liberar os israelitas de seu país (6.1). O rio Nilo, visto como fonte de prosperidade do Egito, era considerado como um deus. Com isso o Deus de Israel provou que era mais poderoso: Salmo 78.44; 105.29.

Rãs: Êxodo 8.1-15. Os mágicos imitaram a ação de Arão e também atraíram rãs sobre a terra do Egito. O Salmo 78.45b e 105.30 aborda este fato.

Piolhos: Êxodo 16-19. Os mágicos do Egito fracassam ao tentar repetir o que Arão fez com seu bastão, ao atrair os piolhos. Ver Salmo 105.31.

Moscas: Êxodo 8.20-31. Durante a infestação dos insetos, Faraó pensa em libertar o povo hebreu mas volta atrás em sua decisão, os israelitas não são perturbados pelas moscas (versículos 22, 23). Salmos: 78.45a; 105.31.

Morte dos animais: Êxodo 9.1-7. Os animais dos egípcios são mortos e a criação dos israelitas é poupada. Apesar desse sinal divino Faraó permanece teimando contra a ordem divina de deixar o povo de Deus sair do Egito.

Tumores: Êxodo 9.8-12. ;Até os mágicos do Egito são afetados por tumores (verso 11). A primeira taça da ira de Deus relatada no Livro do Apocalipse, 16.12,  faz lembrar este episódio.

Chuva de pedras: Êxodo 9.13-36.  Esta chuva parece ser uma das piores entre as dez pragas, e o rei demonstra deixar o povo partir do Egito, mas volta atrás na decisão. Gosém, localidade em que os israelitas estavam concentrados não é atingida pelas pedras (versículo 26) . Veja: Salmo 78.47-48; 105.32-33.

Gafanhotos: Êxodo 10.1-20. Esta praga destrói toda a vegetação e todas as árvores do Egito, o rei declara estar disposto a deixar apenas os homens saírem do Egito e outra vez endurece seu coração (versículo 11). Salmos 78.46; 105.34-35.

Escuridão: Êxodo 10.21-29. A praga da escuridão surge sem que Faraó seja avisado. Salmo 105.28.

Morte dos primeiros filhos dos egípcios: Êxodo 11.1-10; 29-36. Moisés e Arão avisam o rei sobre a chegada desta praga, que é a maior de todas. Os israelitas não são atingidos em suas famílias. E mais uma vez o rei não deixa o povo hebreu seguir seu caminho rumo à Terra Prometida.

O propósito do Senhor ao enviar as pragas era promover o julgamento às decisões cruéis do monarca e contra o culto idólatra. Cada praga enviada ao Egito estava relacionada a uma falsa divindade adorada pelos egípcios. Por meio de flagelos Deus mostrava que os deuses falsos eram nada, expunha claramente a inutilidade de cultuá-los e forçava a todos a reconhecer a operação de um poder maior. Algumas pragas afetaram diretamente o povo: os tumores e picadas de insetos; outras danos econômicos: perda do rebanho e colheitas; mas o maior dano ocorreu no sistema religioso, pois demonstrou a superioridade do Deus de Israel perante Faraó e os falsos deuses do Egito.

Quando Faraó percebeu que não era possível impedir a saída dos judeus, tentou iludi-los com falsas promessas. A partir da praga das rãs Faraó passou a fazer propostas astuciosas a Moisés e Arão.

As sugestões de Faraó eram todas no sentido de que houvesse obediência a Deus de maneira incompleta:

1ª - "Ide e sacrificai ao vosso Deus nesta terra" (Êxodo 8.25). Faraó pretendia que os hebreus cultuassem ao Senhor em meio aos cultos idólatras. Isto significava que eles poderiam praticar a religião, mas também que viveriam sem santidade. Para Deus seria considerado uma abominação não haver a separação total do mal, porque Ele requer santidade ao seu povo.

2ª - "Somente que indo, não vades longe(Êxodo 8.28). A ideia de Faraó era que ele fosse visto como alguém que permitia aos judeus cultuar a Deus, mas que a saída fosse apenas uma separação parcial entre egípcios e hebreus. Poderiam separar-se, mas não muito. Se eles não se afastassem muito, se mantivessem perto do Egito, o rompimento não seria completo e Faraó teria a possibilidade de tentar futuramente controlar suas vidas outra vez.

3ª -  "Deixai ir os homens" (Êxodo 10.7). Deus não deseja a desunião da família. O povo de Israel vivia no Egito organizado em grupos familiares (Êxodo 6.14, 15, 17-19). Faraó quis fragilizar as famílias ao propor que pais e maridos se separassem de suas esposas e filhas, e que os rapazes hebreus crescessem distantes das garotas hebreias. Caso conseguisse romper a união conjugal dos hebreus, provocaria o fim de lares abençoados pelo Criador, pois os maridos solitários buscariam relações extraconjugais com mulheres de nações pagãs, e as esposas hebreias com os homens do Egito, além disso os jovens se casariam com incrédulos e não entre seus próprio povo.

4ª - "Ide, servi ao Senhor; somente fique ovelhas e vacas" (Êxodo 10.24). A solicitação não estava apenas visando o negócio material. Ao judeu, ovelhas e vacas eram animais adequados para prestação de culto, portanto se a proposta fosse aceita os judeus esfriariam em sua religiosidade, deixariam de cultuar ao Criador, e após o esfriamento tenderiam a não mais querer obedecer a Deus e voltariam aos poucos a vida no Egito (1 Pedro 2.25; Hebreus 13.15-16).

Conclusão

Na condição de salvos em Cristo, através da fé em Deus, temos condições plenas de vencer o diabo em suas astutas investidas contra nós para nos fazer cair. É preciso viver separado do curso deste mundo, disposto a viver o autêntico cristianismo, que pratica a vontade divina através das diretrizes do Evangelho. Quem serve ao Senhor precisa ter disposição séria de praticar a doutrina de Cristo, querer aproximar-se de Deus através do compromisso de uma vida realmente consagrada.

Faraó é uma figura de Satanás tentando retirar o cristão do caminho do Senhor. Vivemos em tempos trabalhosos, devemos estar atentos para usar o discernimento espiritual e negar as muitas propostas diabólicas oferecidas para a Igreja.

Nos dias atuais os cristãos precisam estar atentos à filosofia do ecumenismo, que apregoa misturar todos os cultos religiosos a adoração a Deus e a adoração aos falsos deuses. Tal proposta é apresentada em nome de uma paz que não é a paz que Cristo tem para nos dar. "Não cuideis que vim trazer a paz à terra; não vim trazer paz, mas espada (...) Quem ama o pai ou a mãe mais do que a mim não é digno de mim; e quem ama o filho ou a filha mais do que a mim não é digno de mim. E quem não toma a sua cruz, e não segue após mim, não é digno de mim" - Mateus 10.34, 37-38.

O mundanismo não pode influenciar o cristão, pois a amizade com o mundo se configura em infidelidade e inimizade contra Deus. Não existe cristianismo sem comprometimento com Deus e com a prática da mensagem da cruz (Tiago 4.4-5; 1 João 2.15).

É importante para as crianças haver pai e mãe presentes na vida delas, orientando-as a crescerem amando a Deus, instruindo-as a estabelecer casamentos que não represente jugo desigual com incrédulos.

Universalmente, a família é a unidade básica da sociedade humana. Deus é o autor do casamento e das famílias. Através da fé em Cristo nos lares e da coesão familiar, o Senhor abençoa toda a humanidade. Quando pai e mãe são ausentes da vida de seus filhos é mais fácil ao diabo atacar o seio familiar. Portanto, o cristão precisa zelar para que seus lares possuam o governo de casais unidos e em concordância com as diretrizes bíblicas, para que assim gere proteção e provisão aos filhos e consequentemente sejam um polo abençoador na sociedade.


ELIZEU GOMES