segunda-feira, 25 de março de 2013

LIÇÃO 13 - A MORTE DE ELISEU


 TEXTO ÁUREO

"E sucedeu que, enterrando eles um homem, eis que viram um bando e lançaram o homem na sepultura de Eliseu; e, caindo nela o homem e tocando os ossos de Eliseu, reviveu e se levantou sobre os seus pés  " (2 Rs 13.21).



VERDADE PRÁTICA

O último milagre relacionado à vida de Eliseu demonstra o poder e o exemplo de um homem que ama e teme a Deus.
  




OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Conscientizar-se sobre a brevidade da vida e a eternidade de Deus.
Compreender a natureza da profecia final de Eliseu.
Explicar o propósito do último milagre de Eliseu.  



VÍDEO
   Ev. Natalino das Neves

VÍDEO II
  Pr. Eliziel Pacheco


LÍNKS

Acesse o link abaixo para assistir o vídeo comentado pelo Pr. José Gonçalves



SUBSÍDIO I
INTRODUÇÃO
Chegamos ao final de mais um trimestre de estudos inspirativos na Escola Bíblica Dominical com base na vida de Elias e Eliseu. Nesta última aula trataremos a respeito da morte de Eliseu, uma oportunidade para refletir sobre a morte do cristão. A princípio destacaremos a realidade bíblica e existencial da morte. Em seguida, trataremos especificamente sobre a morte de Eliseu. Ao final, mostraremos a mensagem evangélica em relação à morte, a fim de encorajar-nos à esperança.

1. MORTE, UMA REALIDADE BÍBLICO-EXISTÊNCIAL
A morte é uma realidade atestada na Bíblia e na experiência humana. Em Gn. 2.17 nos deparamos com o primeiro texto elusivo à morte como consequência do pecado. Paulo, em Rm. 5.12;6.23, confirma essa verdade, ressaltando que o pecado tem seu salário. A morte sempre inquietou o ser humano, desde o Antigo Pacto, no qual encontramos, no discurso de Jó (Jó. 19.25-37) e dos salmistas (Sl. 16.8-11; 17.15; 73.23-26), lampejos de esperança em relação à vida após a morte. Mas é no Novo Testamento, na pessoa de Jesus Cristo, que encontramos a revelação plena da vida eterna (II Tm. 1.10). Paulo, em I Co. 15.55, destaca que, ao final, o ferrão da morte será aniquilado. Isso acontecerá por ocasião da ressurreição, quando o que é corruptível se revestirá da incorruptibilidade (I Co. 15.57). O sentido da palavra morte, na Bíblia, é bastante amplo, e apresenta aspectos distintos. É preciso diferenciar a morte física da espiritual. Para tanto, devemos explicitar que a palavra morte significa separação, e não o final da vida, como se costuma pensar nos dias atuais. A primeira morte, a respeito da qual trata a Bíblia, é a biológica, quando as funções corporais param. A segunda morte, a espiritual, está relacionada ao julgamento final (Mt. 8.22; Lc. 15.15.32; Ef. 2.1-3; Cl. 2.13; I Tm. 5.6; Ap. 2.11; 20.14; 21.8). O materialismo predominante na sociedade contemporânea tem conduzidos muitos à angústia em face da morte. Para alguns filósofos, como Heidegger, o homem é um ser-para-a-morte, não pode escapar desta. Para outros, como Jean Paul Sartre, ela é um tremendo absurdo, que nos conduz ao desespero. Mas essa não é a realidade bíblica, as pessoas morrem, mas Jesus, que é Senhor da Vida, tem Seus propósitos (Jo. 11.25,26).

2. ELISEU, QUANDO UM HOMEM DE DEUS MORRE
A morte de Eliseu é uma demonstração bíblica do que Deus pode fazer através da morte dos Seus servos. Aproximadamente quarenta anos se passaram entre os capítulos 9 e o 13 de II Rs. O profeta Eliseu envelheceu, e com esta veio a enfermidade o sofrimento (II Rs. 13.14,20). Apesar da dor, Deus estava presente com Eliseu, não o desamparando. No contexto da sociedade que endeusou a longevidade, somos levados a menosprezar aqueles que adoecem. Mas a Palavra de Deus revela que a enfermidade pode ser uma oportunidade para o Senhor manifestar a Sua glória. Ninguém deve desprezar uma pessoa pelo fato de essa se encontrar enferma. Ao contrário do que defendem os adeptos da teologia da saúde, a doença necessariamente não é resultante de pecados específicos (Jo. 9.1). Eliseu, como tantos outros homens e mulheres de Deus ao longo da história, viveu, envelheceu, adoeceu e morreu. Não podemos esquecer que estamos em um mundo caído, sujeitos as mesmas intempéries que as demais pessoas. Se apenas os servos de Deus não adoecessem e não morressem os ouvintes não hesitariam em seguir o evangelho. A doença e a morte chegam igualmente à casa do crente e do descrente, do rico e do pobre. Eliseu, o profeta que fora maravilhosamente usado por Deus, também morreu. Mas Deus usou aquela morte para trazer vida, já que um defunto, ao tocar os restos mortais do profeta, voltou à vida. Esse tipo de milagre ainda pode acontecer literalmente hoje, mas podemos também fazer uma aplicação espiritual dessa realidade. Há mortos cujo testemunho vivificam ainda hoje, suas palavras revelam a soberania de Deus, são heróis da fé, pessoas das quais o mundo não era digno (Hb. 11.36-38).

3. O CRISTÃO E A VIDA PARA ALÉM DA MORTE
Diferentemente daqueles que não têm esperança, o cristão sabe que Deus tem um propósito, na vida e na morte (Rm. 8.28). Como diz a letra de um hino sacro: “porque Ele vive, podemos crer no amanhã, porque Ele vive, temor não há”. A morte para o cristão não é o fim, trata-se de um acontecimento precioso aos olhos de Deus (Sl. 116.15). Isso implica em um comprometimento ético diante da vida terrena, de modo que precisamos aprender a contar os nossos dias, a fim de alcançarmos corações sábios (Sl. 90.12). E quando partimos, e deixarmos esse corpo terreno, temos a convicção de que estaremos na presença de Cristo (I Co. 5.8). Esse é o motivo que nos faz jubilar, e saber que partir, e estar com Cristo, é consideravelmente melhor (Fp. 1.21). Esta geração de evangélicos deturpou o ensinamento bíblico em relação à morte. A maioria daqueles que professa a fé evangélica vive aturdida, sem esperança, assustada diante da morte. A teologia da ganância, que alguns chamam de prosperidade, fundamentada em um pseudopentecostalismo, está minando a fé dos “crentes”. Esses “evangélicos” foram tomados pela doutrina materialista, somente conseguem colocar o tangível diante dos seus olhos. Eles falam de fé, mas não a têm, pois a fé que esposam é somente para conseguirem o que desejam. A fé genuinamente bíblica é a convicção das coisas que se esperam, mas que ainda não podem ser tocadas (Hb. 11.1). A fé que agrada a Deus é aquela que vai além da vida, que não se sustenta no transitório, mas no que é eterno (Hb. 11.6). Aqueles que não apenas professam, mas que vivem a partir dessa fé, sabem que nada, absolutamente coisa alguma, os separará do amor de Deus em Cristo Jesus, a vida, e muito menos a morte (Rm. 8.38,39).

CONCLUSÃO
Eliseu alcançou a velhice, e depois de muitos anos vividos, adoeceu e morreu. A sua morte foi uma oportunidade para Deus manifestar o Seu poder, e trazer um moribundo para a vida. Esse episódio é também um tipo da morte de Cristo, pois através da Sua morte e ressurreição, muitos foram trazidos à vida (Rm. 5.12-14). Cristo é a Semente da mulher de Gn. 3.15, a maldição imposta à humanidade foi colocada sobre Ele (Rm. 5.9; I Ts. 1.10; Gl. 3.13), e, por essa, nos resgatou da morte e da escravidão do pecado (Cl. 2.13-15).

REFERÊNCIAS 

DILLARD, R. B. Faith in the face of apostasy: the gospel according to Elijah and Elisha. New Jersey: P&R, 1999.

RUSSEL, D. Men of courage: a study of Elijah and Elisha. Oxford: Christian Focus, 2011.

Subsídio do Blog: subsidioebd.blogspot.com.br



SUBSÍDIO II


OS EFEITOS DO PECADO


OS EFEITOS DO PECADO SOBRE ADÃO E EVA

Deus criou os primeiros seres humanos em um estado de perfeição (vide capítulo 1). Uma das perfeições que Deus nos concedeu foi o poder do livre-arbítrio (vide capítulo 2). Adão e Eva fizeram uso desta liberdade para desobedecer a Deus (vide capítulo 3). O que seguiu-se a este mau uso da liberdade humana (o livre arbítrio) foi um estado de pecaminosidade, do qual não podemos escapar e reverter sem o auxílio divino (vide capítulo 4).

Como veremos neste capítulo, a desobediência do casal original trouxe a morte ao mundo. Existem três tipos de morte: a espiritual, a física e a eterna. Adão e Eva morreram espiritualmente no momento em que pecaram. Eles também começaram a morrer fisicamente naquele mesmo dia. Caso Adão e Eva não tivessem aceitado a provisão de salvação oferecida por Deus, teriam também, em algum momento, morrido eternamente, o que significaria uma separação perpétua de Deus.

A Morte Espiritual

A morte é a separação de Deus, e a morte espiritual é a separação espiritual de Deus. Isaías declarou: “Mas as vossas iniquidades fazem divisão entre vós e o vosso Deus, e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que vos não ouça” (Is 59.2). No instante em que Adão pecou, ele experimentou o isolamento espiritual de Deus; isto fica evidenciado pela vergonha que ele sentiu a ponto de se esconder do seu Criador.

Então, foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus; e coseram folhas de figueira, e fizeram para si aventais. E ouviram a voz do SENHOR Deus, que passeava no jardim pela viração do dia; e escondeu-se Adão e sua mulher da presença do SENHOR Deus, entre as árvores do jardim.(Gn 3.7,8)
Todo descendente de Adão — toda pessoa nascida de pais naturais desde o tempo da Queda — também está espiritualmente morto.

E vos vivificou, estando vós mortos em ofensas e pecados [...] Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos). (Ef 2.1,4-5)

Jesus também disse a Nicodemos: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus [...] aquele que não nascer da água e do Espírito não pode entrar no Reino de Deus. O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito. Não te maravilhes de ter dito: Necessário vos é nascer de novo. (Jo 3.3,5-7). O novo nascimento do que Jesus falava é o ato da regeneração, pelo qual Deus transmite a vida espiritual para a alma do crente (1 Pe 1.23). Paulo também toca no assunto:  [Ele] nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo, que abundantemente ele derramou sobre nós por Jesus Cristo, nosso Salvador, para que, sendo justificados pela sua graça, sejamos feitos herdeiros, segundo a esperança da vida eterna. (Tt 3.5-7)
Sem esta regeneração, todo ser humano está espiritualmente morto nos seus pecados.

A Morte Física

Depois de criar Adão: “E ordenou o SENHOR Deus ao homem, dizendo: De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore da ciência do bem e do mal, dela não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás” (Gn 2.16-17). No exato momento em que Adão tomou parte no fruto proibido, ele começou a morrer fisicamente, apesar da mentira de Satanás de que ele não morreria (cf. 3.4).

A morte física é o resultado inevitável do pecado de Adão não somente para si mesmo, como também para todos os seus descendentes naturais (à exceção de Cristo).

Pelo que, como um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, por isso que todos pecaram. Porque até à lei estava o pecado no mundo, mas o pecado não é imputado não havendo lei. No entanto, a morte reinou desde Adão até Moisés, até sobre aqueles que não pecaram à semelhança da transgressão de Adão, o qual é a figura daquele que havia de vir [Jesus]. (Rm 5.12-14)

A Morte Eterna

Se Adão não tivesse aceitado a provisão de salvação por Deus (Gn 3.15-24), ele teria, em algum momento, experimentado o que a Bíblia chama de “segunda morte”, que é a separação eterna de Deus. João escreveu sobre ela nas seguintes palavras: “E a morte e o inferno foram lançados no lago de fogo. Esta é a segunda morte. E aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo” (Ap 20.14-15).

Todos os que nascerem somente uma vez (fisicamente), haverão de morrer duas vezes (física e eternamente). Contudo, todos os que nascem duas vezes (física e espiritualmente) morrerão somente uma vez (fisicamente). Jesus disse: “Todo aquele que vive e crê em mim nunca morrerá” (Jo 11.26).

Texto extraído da “Teologia Sistemática: Pecado, Salvação, A Igreja, As Últimas Coisas”, editada pela CPAD.




quinta-feira, 21 de março de 2013

EBD EM FOCO - LIÇÃO 12: ELISEU E A ESCOLA DOS PROFETAS

TEXTO ÁUREO

"Tu, pois meu filho, fortifica-te na graça que há em Cristo Jesus. E o que de mim, entre muitas testemunhas, ouviste, confia-o a homens fiéis, que sejam idôneos para também ensinarem os outros" (2 Tm 2.1,2).

VERDADE PRÁTICA

A escola de profetas objetivava a transmissão dos valores morais e espirituais que Deus havia entregado a Israel através de sua Palavra.








OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

Compreender o real propósito das escolas de profetas.
Saber a respeito do currículo da escola de profetas.
Relacionar alguns dos métodos utilizados nas escolas de profetas.



 

VÍDEO 1

Ev. Natalino das Neves - AD São José dos Pinhais - PR

Assista o vídeo comentado pelo próprio escritor Pr. José Gonçalves através do Link:
http://www.youtube.com/watch?v=dwy6jnz3uRg&feature=player_embedded#!

Assista o vídeo comentado pelo Prof. Sergio Segantin através do Link
http://www.youtube.com/watch?v=wtAygbHYL6g


SUBSÍDIO 1

INTRODUÇÃO

O ensino sempre teve papel primordial na cultura judaico-cristã, a palavra de Deus sempre ocupou lugar primordial na instrução, desde a infância. Por isso, na aula de hoje, trataremos a respeito desse importante ministério eclesiástico. Mostraremos, a princípio, a relevância da Escola dos Profetas nos tempos de Eliseu. Em seguida, apontaremos os fundamentos bíblicos para o ensino da igreja. Ao final, destacaremos a necessidade do ensino sistematizado da Bíblia na Igreja local.

1. A ESCOLA DOS PROFETAS

A escola dos profetas, ao que tudo indica, teria sido o primeiro seminário teológico dos tempos bíblicos. Essa escola teria sido organizada por Samuel, que acumulou o ministério de profeta, sacerdote e Juiz (I Sm. 10.5; 19.20). Elias e Eliseu foram os responsáveis pela consolidação da escola dos profetas, a contribuição deles fez com que essa escola funcionasse como resistência à apostasia que havia se estabelecido no reino do norte (II Rs. 2.3; 4.38; 6.1). A escola dos profetas estava fundamentada no ensinamento bíblico, por isso, as instruções eram tanto morais quanto espirituais. Não era uma escola apenas para dotar os alunos com conhecimento, mas, sobretudo, para que esses tivessem uma profunda experiência com Deus. Os profetas não aprendiam apenas conteúdo bíblico, eles também eram inseridos no sobrenatural, nos milagres de Deus. A escola dos profetas foi estabelecida em Ramá, e provavelmente, em Gibeá (I Sm. 19.20; 10.5,10).  Centros de estudos também estavam espalhados em Gilgal, Betel e Jericó (II Rs. 4.38; 2.3,5,7,15; 4.1;  9.1). Cerca de cem estudantes faziam parte da escola dos profetas comandada por Eliseu em Gilgal (II Rs. 4.38,42,43). Quando Elias e Eliseu foram ao rio Jordão encontrava-se com eles cinquenta estudantes da escola dos profetas (II Rs. 2.7,16,17). O estilo de vida deles era em comunidade, em uma casa comum, na companhia dos profetas (II Rs. 6.1). Alguns deles eram casados e tinham filhos (II Rs. 4.1) e acompanhavam os homens de Deus, por isso eram chamados de filhos dos profetas. A escola dos profetas dava também aos estudantes uma formação musical, a fim de que pudessem oferecer ao Senhor música de qualidade para a adoração a Deus (I Sm. 10.5).

2. FUNDAMENTOS CRISTÃOS PARA O ENSINO NA IGREJA

O ensino bíblico-teológico sempre teve relevância na igreja cristã, não podemos esquecer que a Grande Comissão destacava a necessidade de fazer discípulos, e de ensiná-los a Palavra de Deus (Mt. 28.20). Os próprios mestres, aqueles que ensinam na igreja, são dádivas de Deus, e portanto, devem ser considerados como ministros do Senhor (Ef. 4.11). A ausência de ensinamentos bíblicos bem fundamentados é danosa para a igreja, já que possibilita a entrada de falsos mestres, e a manifestação da apostasia (Hb. 6.1). Por isso Paulo orienta o jovem pastor Timóteo para que esse invista no ensino, que escolha mestres para ensinaram e repassarem a mensagem às novas gerações (II Tm. 2.2). Tais pessoas devem se esmerar no ministério do ensino, ou seja, a ele se dedicarem (Rm. 12.7). Elas devem ensinar não apenas com palavras, mas também com o exemplo (At. 12.25). Paulo é um modelo de mestre na Palavra, um homem que não se esquivou de ensinar os decretos de Deus (At. 20.20). Não por ocaso conclamava seus ouvintes e leitores a serem seus imitadores (I Co. 4.15; 11.1; Fp. 3.17). Mas o maior Ensinador foi o próprio Jesus, reconhecido como Mestre da parte de Deus (Jo. 3.2). Aqueles que O ouviam ficavam pasmos diante dos seus ensinamentos, com a autoridade com a qual falava (Mt. 7.28,29). As pessoas se dirigiam a Ele com o título de Rabi, mestre (Mt. 26.15,49; Mc. 9.5; 11.21; Jo. 1.38,49; 4.31; 9.2; 11.8). Jesus mesmo se reconhecia como tal (Mt. 23.8; Jo. 13.13). Seu ensino era eficaz, por isso muitos se maravilhavam (Jo. 7.46), também dos seus feitos, associados ao ensino (At. 1.1,2). Seus ensinamentos partiam de temas simples do cotidiano, recorria com frequências às parábolas (Mt. 22.1); indagações (Mt. 22.46), discursos (Mt. 5-7), citações (Mt. 5.18; 22.41-45; Lc. 24.27)  e símbolos (Jo. 13.4-7; Mc. 6.11). Os temas tratados por Jesus em seus ensinamentos eram: Deus (Mt. 22.34-40); Ele mesmo (Jo. 8.42; 8.58; 16.28); o Espírito Santo (Jo. 3.5; 7.38,39; Mt. 12.27,28; 14.16,17); as Escrituras (Mt. 5.18; Mc. 2.1,2; Mt. 7.13; Jo. 17.17); a vida cristã (Jo. 5.24; 6.35; 8.12; 14.6; 11.25; 17.17; Mc. 12.30,31); o Reino de Deus (Lc. 17.17; Mt. 6.10; 4.23); a igreja (Mt. 16.18);  e a escatologia (Mt. 12.30,31; Jo. 10.28).

3. A IMPORTÂNCIA DO ENSINO SISTEMÁTICO DA BÍBLIA

A igreja cristã não pode fugir da responsabilidade do ensinamento sistemático da Bíblia. Ciente da importância desse ministério, muitas igrejas fundaram universidades e investiram maciçamente na educação. Nesses últimos anos a igreja se distanciou dessa tarefa, e o secularismo ganhou espaço. O ideal seria que as igrejas evangélicas tivessem suas escolas confessionais, a fim de instruírem as crianças, desde cedo, na palavra de Deus, sem desconsiderar a formação enciclopédica, com vistas à formação profissional. Por menor que seja uma igreja local, ela é a principal responsável pela instrução dos seus fiéis na palavra de Deus. Os cultos de instrução (ou doutrina) devem ser valorizados, os pastores precisam separar tempo necessário para a exposição da Palavra de Deus. As escolas dominicais merecem maior atenção, atentado inclusive para seus espaços físicos. O estudo teológico, outrora tratado com preconceito, deve ser estimulado, pois sem uma formação ortodoxa as pessoas tenderão ao liberalismo. A esse respeito, é preciso reconhecer que não existe apenas um liberalismo racionalista – que nega a revelação em prol da razão, mas também o sentimentalista - que nega a revelação em favor da emoção. O movimento pentecostal, desde o princípio, orientou sua liderança para que obtivesse formação bíblica. Os cursos teológicos eram poucos, tendo em vista o contexto distinto, mas havia escolas bíblicas para obreiros e escolas dominicais. Esperava-se pelo menos que os obreiros tivessem o conhecimento das principais doutrinas da Bíblia. Nesses últimos anos, em virtude da descaracterização do movimento evangélico no Brasil, percebemos a necessidade premente de obreiros com fundamentação bíblica. As escolas bíblicas dominicais, os cultos de instrução e estudos bíblicos precisam ser revitalizados nas igrejas locais. Caso contrário, estaremos fadando as gerações futuras à mediocridade, a falta de fundamentos sólidos, a heterodoxia bíblica, que cedo ou tarde os distanciaram do evangelho.

CONCLUSÃO

A criação da escola dos profetas por Samuel, e o estabelecimento dela através de Elias e Eliseu, deve servir de motivação para investimos no ensinamento bíblico-teológico em nossas igrejas. Para tanto, devemos não apenas repassar conteúdos, mas, sobretudo, oportunizar momentos espirituais, nos quais os nossos alunos possam ter uma experiência profunda com o Senhor. Uma igreja que não investe no ensino não está cumprindo a Grande Comissão, que a de fazer discípulos, e instruí-los na Verdade, que é o próprio Cristo.


REFERÊNCIAS

DILLARD, R. B. Faith in the face of apostasy: the gospel according to Elijah and Elisha. New Jersey: P&R, 1999.

RUSSEL, D. Men of courage: a study of Elijah and Elisha. Oxford: Christian Focus, 2011.
Prof. José Roberto A. Barbosa
Twitter: @subsidioEBD




SUBSÍDIO 2

ENSINO CRISTÃO: DECRETO DE DEUS

“Ele parece não fazer algo de Si mesmo que possivelmente possa delegar às Suas criaturas. Ordena-nos que façamos lenta e desajeitadamente o que Ele poderia fazer perfeitamente e num piscar de olhos. [...] Talvez não percebamos o problema em sua inteireza, por assim dizer, de permitir que vontades finitas coexistam com a Onipotência.Parece envolver em cada momento quase que uma espécie de abdicação divina”.(C.S.Lews)

Certo cartum retratava um senhor Brown e uma senhorita Smith. Era óbvio que a moça, munida das provas e dos resultados de entrevistas, candidatava-se a um cargo pedagógico.
“Sinto muitíssimo, mas não podemos aceitá-la. Notamos que você é recém-formada de uma escola de educação, e exigimos um professor com experiência em sala de aula de, no mínimo, cinco anos. Além disso, você só tem grau de bacharel e preferimos alguém com o mestrado”.

O olho do leitor então passa para o quadro seguinte, onde o senhor Brown, agora irmão Brown e superintendente da Escola Dominical, entrevista a irmã Smith, a qual rebate o pedido que ele lhe fez para ser professora: “Irmão Brown, sou nova-convertida e, na verdade, não sei muita coisa sobre a Bíblia”.
“Ora, isso não é problema”, responde ele. “A melhor maneira de aprender a Bíblia é ensina-la”.
 
“Mas, irmão Brown, eu nunca ensinei aos juniores”, ela objeta.

“Oh, não deixe que isso a coíba, irmã Smith. Tudo o que exigimos é alguém com o coração disposto”, vem a resposta.

O cenário é mais do que um desenho caricatural; é um comentário de nosso baixo nível de discernimento em relação ao ensino cristão. Se você planeja ensinar que 2 + 2 são 4, precisa de cinco anos de experiência pedagógica. Se espera ensinar as crianças a dizer,  “Eu trouxe”, em vez de, “Eu truce”, provavelmente lhe exijam o mestrado. Mas, para ensinar o currículo da vida cristã, qualquer coisa é boa o bastante para Deus.

Que contraste com o desígnio para o ensino, apresentado no Novo Testamento. Segunda Timóteo 2.2 informa-nos que o ensino não é um ministério da mediocridade, mas da multiplicação. Nenhum ser humano está completamente cônscio do poder residente no ensino. Toda vez que alguém ensina, desencadeia um processo que, idealmente, nunca acaba.

Duas razões atuam para formar um argumento convincente: a Igreja tem de ensinar. Não se trata de opção, mas de uma característica indispensável; não é difícil de contentar; mas necessário. A denominação evangélica que não educa, deixa de existir como Igreja do Novo Testamento. Para que o Cristianismo seja perpetuado, precisa ser propagado.

É ordem de Jesus Cristo
Mateus 28.19,20 enfoca a lente zoom do Espírito Santo na Grande Comissão, que são as últimas palavras de Jesus Cristo ditas aos discípulos antes da ascensão dele. Cinco referências da Grande Comissão no Novo Testamento (Mt 28.19,20; Mc 16.15,16; Lc 24.46-48; Jo 20.21-23; At 1.8) indicam que não é algo aleatório, mas essencialmente para estratégia de nosso Senhor.

O mandato “Fazei discípulos” (ARA) inclui intrinsecamente o ensino. Mas temos de notar que o ensino requerido aqui é o de determinada espécie, isto é, “guardar [obedecer] todas as coisas” que Cristo ordenou. Em outras palavras, Seus ensinamentos foram designados para produzir informação e transformação. Esse tipo de instrução é muito exigente e inacreditavelmente difícil de se realizar.

Lucas 6.40 fornece mais apoio ao objetivo de Jesus no que se refere aos Seus ensinamentos, quando Ele diz: “Mas todo o que for perfeito será com o seu mestre”. A verdade de Deus não foi revelada para satisfazer nossa curiosidade, mas para nos conformar à imagem de Cristo.

Foi praticada pela Igreja Primitiva 
Não há a menor sombra de dúvida de que o Novo Testamento ordena a Igreja a ensinar. Mas a Igreja primitiva obedeceu mesmo a esse mandamento?

A Ilustração. Em Atos 2.41-47, temos um retrato da Igreja primitiva, o qual nos informa que eles “perseveravam na doutrina [ensino] dos apóstolos” (2.42).

Este era o padrão contínuo; não uma exceção.

A Implementação. Efésios 4 confirma o compromisso de ensinar. Jesus Cristo, após subir aos céus, deu dons aos homens, a fim de que servissem à Igreja, conforme está escrito: “Uns [...] para pastores e doutores [mestres, professores]” (Ef 4.11). O propósito? “Querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo” (Ef 4.12); mais outra prova de que os talentosos são chamados para ministério da multiplicação e não da adição.

Para o judeu, não havia uma posição mais alta na escada da sociedade do que a de rabino. Por conseguinte, quando a Igreja do primeiro século foi ensinada sobre a doutrina dos dons espirituais, confrontou-se com um problema. As pessoas clamavam pelo “dom de ensino” com todos os privilégios a ele pertencentes. Como resultado, Tiago teve de emitir esta advertência: “Meus irmãos, muitos de vós não sejam mestres [professores], sabendo que receberemos mais duro juízo” (Tg 3.1).
Considerando que o professor é compelido a falar e que a língua é o último membro a ser dominado (Tg 3.2), deve-se ter muito cuidado, ao aspirar tal responsabilidade, ponderada e sensata. 
 
As evidências bíblicas acima devem ser constrangedoras o bastante para atrair o sério e abortar o superficial.

Texto extraído da obra “Manual de Ensino Para o Educador Cristão”. Rio de Janeiro: CPAD.


quinta-feira, 14 de março de 2013

EBD EM FOCO - LIÇÃO 11: OS MILAGRES DE ELISEU

TEXTO ÁUREO

"Ora, o rei falava a Geazi, moço do homem de Deus, dizendo: Conta-me, peço-te, todas as grandes obras que Eliseu tem feito" (2 Rs 8.1).

VERDADE PRÁTICA

Os milagres realizados por Eliseu não visaram à glorificação pessoal do profeta, mas demonstraram o amor e a graça de Deus.

OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

Elencar os milagres de Eliseu.
Entender o que motivou os milagres de Eliseu.
Compreender os propósitos dos milagres de Eliseu.

INTRODUÇÃO
I. OS MILAGRES DE PROVISÃO
II. OS MILAGRES DE RESTITUIÇÃO
III. OS MILAGRES DE RESTAURAÇÃO
IV. OS MILAGRES DE JULGAMENTO
 CONCLUSÃO




VÍDEO


Pr. José Soares - Comentador



Ev. Natalino das Neves

SUBSÍDIO I

A NATUREZA TEOLÓGICA DE UM MILAGRE

Cada uma destas três palavras que se referem a eventos sobrenaturais (sinal, maravilha e poder) delineia um aspecto do milagre. Um milagre é um evento incomum (maravilha) que transmite e confirma uma mensagem incomum (sinal) por intermédio de uma habilidade incomum (poder). Do ponto de vista divino privilegiado, o milagre é um ato de Deus (poder) que atrai a atenção do povo de Deus (maravilha) para a Palavra de Deus (por meio de um sinal). Estas palavras designam, respectivamente, a “fonte” (o poder de Deus), a “natureza” (maravilhosa, incomum) e o “propósito” (sinalizar algo que vai além do fato em si) de um milagre. Eles são normalmente utilizados como sinais para confirmar um sermão; como maravilhas para verificar as palavras de um profeta; como milagre para ajudar a estabelecer a sua mensagem (Jo 3.2; At 2.22; Hb 2.3,4).
Um milagre, portanto, é uma intervenção divina, ou uma interrupção, no curso regular do mundo que produz um evento com um objetivo definido, o qual, apesar de incomum, não ocorreria (ou não poderia ocorrer) de outra forma. Nessa definição, as leis naturais são compreendidas como sendo a forma normal, regular e geral pela qual o mundo funciona. Entretanto, o milagre ocorre como um ato incomum, não-padronizado e específico de um Deus que transcende o universo.
Isto não significa que os milagres são contrários às leis naturais; significa simplesmente que eles são originados em uma fonte que está além da natureza. Em outras palavras os milagres não violam as leis naturais da “causa e efeito”, eles simplesmente tem uma causa que transcende a natureza.

O PROPÓSITO DOS MILAGRES

A Bíblia informa pelo menos três propósitos para um milagre:

(1)   glorificar a natureza de Deus (Jo 2.11; 11.40);(2)   confirmar as credenciais de certas pessoas na posição de porta-vozes de Deus (At 2.22; Hb 2.3,4); e(3)   propiciar evidências para que haja fé em Deus (Jo 6.2,14; 20.30,31).

Obviamente, nem todas as pessoas acreditam que um evento assim seja um ato de Deus, mesmo tendo testemunhado um milagre. Mas neste evento, de acordo com o Novo Testamento, o milagre é uma testemunha contra elas. João se lamentou pelo povo: “E, ainda que tivesse feito tantos sinais diante deles, não criam nele” (Jo 12.37). O próprio Jesus falou nestes termos ao se referir a algumas pessoas: “Se não ouvem a Moisés e aos Profetas, tampouco acreditarão, ainda que algum dos mortos ressuscite” (Lc 16.31). Portanto, neste sentido, o resultado (e não o propósito) da descrença em milagres se constitui em condenação para o incrédulo (cf. Jo 12.31,37).

Texto extraído da obra “Teologia Sistemática: Introdução à Teologia, A Bíblia, Deus, a Criação, editada pela CPAD



SUBSÍDIO II

Cada milagre que acontece, seja no caso de Eliseu,ou mesmo nos dias de hoje,t em o seu carater motivacional e seu propósito. Dentro do carater motivacional, perguntas como "por quê?" são respondidas, visa compreender o motivo que levou a tal. Agora, a questão do propósito fala do "para quê" este ou aquele fenômeno ocorreu. Indo mais a fundo na questão dos milagres, compreendemos, também, que há categorias de milagres, identificados ao longo da Escritura, os quais veremos.

De uma maneira bem didática, o autor divide os milagres de Eliseu em quatro grupos com o intuito de ilustrar os propósitos divinos no milagre, porém, não são todos os milagres de Eliseu que o autor se refere nesta lição. Eis as quatro categorias:
  1. Milagres de provisão - Tais milagres tem como objetivo prover, é mantimento, neste tipo de milagre Deus concede ao seu povo aquilo que lhe falta;
  2. Milagres de restituição - Nesta categoria, Deus concede tudo aquilo que fora perdido, interessante notar que quando ocorre um milagre de provisão, há sempre abundância na resposta divina (ver Jó; Jl.2.25);
  3. Milagres de restauração - O sentido de restauração e de restituição parecem os mesmos, porém, a diferença está no fato de que, enquanto a restituição fala de tornar de volta por uma perda, a restauração é mais profundo pois passa a ideia de voltar à característica original, inerente e que havia se perdido;
  4. Milagres de julgamento - São milagres que acontecem efetuando sentenças. Acontecem principalmente quando há uma postura de descaso com as coisas de Deus, acontecem para provar a veracidade da mensagem bíblica através do juízo.
Cada milagre é pessoal, tem suas peculiaridades. É pessoal pois vem de encontro a um anseio próprio (embora tenha o poder de modificar até mesmo Nações, e, também, há o milagre coletivo, i.e. quando um grupo se junta num mesmo propósito e tem sua resposta), tem suas peculiaridades porque mesmo que aconteça o mesmo milagre, nunca acontecerá da mesma forma, sempre acontecerá de forma diferente, é único.

Elias provou dos quatro tipos de milagres identificados nesta lição,na questão da provisão, por exemplo, viu a multiplicação dos pães, para os cem discípulos. Descrito em 2 Reis 4.42.44, este milagre enfatiza que havia somente vinte pães, sendo impossível alimentar aqueles cem homens, porém, numa palavra profética, Eliseu é ousado e, pela palavra do Senhor, diz que todos comeriam e ainda sobraria (2 Rs.4.43) e aconteceu conforme aquela palavra. Há uma correspondência entre este e outro milagre ocorrido no NT, com Cristo (Jo. 6.9), que também envolveu multiplicação, nos mesmos moldes do milagre de Eliseu, porém, como dissemos, cada milagre, mesmo que seja a mesma petição e necessidade, acontece de forma diferente a sua resposta. Também é citado dentro desta categoria, a abundância de víveres, ocorrida em meio a uma Samaria sitiada por Ben Haddade II, onde havia escassez de alimentos.

Israel vivenciou um bom período de milagres com Eliseu. Observou milagres de restituição, como no caso da ressurreição da filha da sunamita, que,mesmo sendo rica,não estava imune aos infortúnios da vida,e viu seu filho morrer diante de si. Porém, pela atuação de Eliseu em seu ministério, aquela mulher tornou a ter seu filho de volta. Muito embora os gestos do profeta não fizessem o menor sentido a quem visse, eles correspondiam a uma direção divina para que aquele garoto tornasse a viver (2Rs. 4.33-35). E, além deste, que já é uma grande restituição, vemos o machado que flutua.Um dos discípulos dos profetas perde este machado que não lhe pertencia (2Rs. 6.1-7). Lembre-se que os instrumentos de ferro eram escassos e valiosos naquele tempo e,ainda, a terra estava limitada pelo cerco contra Samaria, o que dificultava o acesso a determinados produtos. Como bem sabemos, há a restituição deste instrumento correspondendo ao lamento daquele discípulo.

Já no que diz respeito a restauração,temos o caso clássico de Naamã,um general sírio que pede o auxílio do profeta e não recebe as honrarias que tanto esperava, porém, recebe o milagre de restauração que tanto havia procurado. Descrito em 2Rs. 5.1-9,numa descrição rica em ensinamentos, este milagre restaurou completamente aquele homem e o livrou da lepra que tanto o assolava. E, também, é destacada outra restauração: as águas de Jericó. Em 2Rs. 2.19-22, vemos as águas amargas de Jericó tornando-se saudáveis com um ato profético bem singular, onde Eliseu coloca sal naquelas águas, determinando que se tornem potáveis. Trata-se de um símbolo, uma vez que o sal, ao longo da bíblia representa a purificação (Lv.2.13;Mt.5.13).

E, finalizando, temos os milagres de julgamento,em dois episódios: os jovens que debocharam de Eliseu, chamando-o de calvo e sobre Geazi, que aceitou os presentes de Naamã. No primeiro caso (2Rs. 2.23-25), não se trata de maldade divina, porém, uma resposta do carater santo de Deus que,dada a  zombaria contra as coisas (neste caso o servo) de Deus, os que o fizeram chamaram para si mesmos o juízo por suas ações e pereceram. Geazi (2Rs. 5.20-27), por outro lado, já sabia muito bem que não era para aceitar os presentes de Naamã pela cura que este recebera e, desprezando a direção profética, aceita e, também, recebe a lepra que estava sobre Naamã.

Todos os milagres ocorridos tiveram (e tem) um propósito específico: evidenciar a graça e a glória divina nas mais diversas situações.



SUBSÍDIO III

INTRODUÇÃO

Eliseu, o sucessor de Elias, operou muitos milagres, o fundamento para a realização de tais maravilhas estava no seu relacionamento com Deus. Na lição de hoje mostraremos que Eliseu foi, verdadeiramente, um profeta de Deus. Em seguida, destacaremos os diferentes tipos de milagres por ele realizados. Ao final, enfatizaremos que o Deus, que a fonte genuína dos milagres, continua o mesmo, e, dependendo dos Seus propósitos, pode fazer milagres ainda hoje.

1. ELISEU, UM PROFETA DE DEUS

Eliseu foi um profeta de Deus, seu nome significa “Deus é salvação”, ele era filho de Safate. Ele foi ungido profeta por Elias em Abel-Meolá, enquanto lavrava a terra com doze juntas de boi. Naquele lugar Elias lançou sobre ele o seu manto, passando adiante (I Rs. 19.19). Eliseu serviu Elias até o momento em que este fora transladado da terra. Aquela também foi a ocasião que Eliseu apanhou o manto caído, recebendo, do Senhor, porção dobrada do espírito de Elias, tornando-se, assim, o herdeiro profético do seu senhor (II Rs. 2). Após o translado de Elias, Eliseu passou a ser usado maravilhosamente por Deus, realizando muitos milagres, um dos primeiros foi a separação das águas do rio Jordão, usando o manto do seu mestre (II Rs. 2.14). Isso provavelmente fez com que os discípulos dos profetas reconhecessem publicamente Eliseu como o sucessor de Elias. Logo em seguida Eliseu realizou outros milagres, dentre eles, a dulcificação das águas de Jericó (II Rs. 2.19-22) e o aparecimento de ursos que destroçaram os jovens escarnecedores (II Rs. 2.23,24). Posteriormente o rei de Moabe, que havia pagado tributo ao rei Davi, se revoltou contra Israel, com a pretensão de invadir Israel. Os reis de Judá e Edom seguiram para o deserto, a fim de surpreender o rei de Moabe, mas faltou água. Josafá faz um pedido a Eliseu e este providencia um grande livramento (II Rs. 3.1-25). Não há uma cronologia detalhada na Bíblia da vida de Eliseu, sabemos tão somente que ele morreu no reinado de Joás (II Rs. 13.14). Ele morreu na sua própria casa, depois de sessenta anos de atuação profética, na idade de 90 anos (II Rs. 13.14-19).

2. OS DIFERENTES MILAGRES DE ELISEU

A vida de Eliseu foi marcada por milagres, todos eles com propósitos específicos, delineados pelo Senhor. Isso pode ser percebido na providência e auxílio do Senhor no caso da viúva, cujo marido havia vivido no temor ao Deus de Israel (II Rs. 4.1-7). A pobreza na qual aquela mulher se encontrava motivou o profeta a realizar o milagre para prestar auxílio à viúva desamparada. Elias sempre que possível ficava hospedado em casa de uma piedosa família israelita. A mulher sunamita, que o hospedava, não tinha filhos, sendo isso considerado uma grande desgraça para aquela família. Certo dia o profeta afirmou que Deus reverteria aquela situação, dando filhos àquela mulher (II Rs. 4.8-17). Essa mulher, então, teve um filho, que, após alguns anos, morreu em virtude de um ataque de insolação. A mulher deitou o filho sobre a cama e partiu em busca do profeta, que orou, fazendo com que o menino voltasse a viver (II Rs. 4.26-37). Tempos depois desse acontecimento, houve grande fome em Israel, Eliseu estava em Gilgal, na escola dos profetas. Naquela ocasião colocaram uma planta venenosa na panela, mas o profeta fez com que aquela planta se tornasse inofensiva, a partir da mistura de farinha (II Rs. 4.38-41). Próximo aquele tempo aconteceu outro milagre, o dos vinte pães e algumas espigas de trigo. Em II Rs. 5 há o registro do milagre da cura de Naamã, que era um homem notável na Síria, mas que se encontrava leproso. Ele veio a Israel, por indicação de uma menina judia, para pedir cura, sendo curado por Eliseu. Certa vez um machado emprestado caiu na água, mas Eliseu, vendo a apreensão do momento, recuperou o machado, fazendo com que esse flutuasse na água (II Rs. 6.1-7).Há também o registro de um milagre em que o rei Jeorão acusa Eliseu de ser a causa de suas adversidades, e manda mata-lo. Mas Eliseu tomou as precauções necessárias, e, para não ser morto, realizou um milagre de abundância de alimentos (II Rs. 7).

3. OS MILAGRES DO DEUS DE ELISEU

Eliseu realizou muitos milagres porque Deus era com ele, confirmando seu ministério profético. Cada um daqueles milagres tinha uma razão de ser, Deus tinha propósitos na realização daqueles feitos maravilhosos. Não podemos esquecer-nos desse importante detalhe, caso contrário, transformaremos Deus em um mero “fazedor de milagres”. É perigoso se aproximar de Deus apenas com vistas a realização de milagres. Em muitos contextos evangélicos atuais as pessoas querem apenas a liberação, mas esquecem do Libertador. Deixam de atentar para o fato que o maior milagre é a salvação de uma alma. No Evangelho segundo João lemos que Jesus realizou muitos milagres, mas um deles, geralmente esquecido, é o da libertação da mulher flagrada em adultério. Como pentecostais que somos, acreditamos no poder de Deus, na realização de milagres e maravilhas. Mas é preciso ter cautela para não fazer com que as pessoas se transformem em meros “consumidores” de milagres. No lastro das igrejas pseudopentecostais, corremos o risco de oferecer um produto que, definitivamente, não temos o controle sobre ele. Deus é o Senhor, Ele é soberano, faz como Lhe apraz. Como Ele ainda é o mesmo, podemos testemunhar milagres ainda hoje, mas não podemos, como quis fazer Geazi (II Rs. 5.20-27), tirar vantagens próprias com os milagres de Deus. Essa “síndrome de Geazi” está solapando o movimento evangélico brasileiro. Os milagres estão se tornando um fim em si mesmo, ninguém mais quer pregar salvação e santificação. Estamos testemunhando uma geração de “viciados em milagres”, que não querem ver a face de Deus, apenas as suas mãos.

CONCLUSÃO

Deus realizou grandes e maravilhosos milagres através da vida de Eliseu. Mas todos eles tinham propósitos definidos pelo Senhor, dentro de determinado contexto. Isso nos deixa a lição para que não venhamos a instrumentalizar os milagres em benefício próprio. Toda glória deve ser dada ao Senhor, Ele, e somente Ele, é digno de adoração e louvor. Tenhamos cuidado com os cultos às celebridades, Elias e Eliseu foram servos do Deus Altíssimo, eles passaram, mas a obra do Senhor continua.

BIBLIOGRAFIA

DILLARD, R. B. Faith in the face of apostasy: the gospel according to Elijah and Elisha. New Jersey: P&R, 1999.

RUSSEL, D. Men of courage: a study of Elijah and Elisha. Oxford: Christian Focus, 2011.

terça-feira, 12 de março de 2013

Evangelicofóbicos estão furiosos

Creio que não foi por acaso que a Comissão de Direitos Humanos e Minorias ficou a cargo dos evangélicos. Deus pode ter permitido isso a fim de impedir que o movimento evangelicofóbico dê continuidade a seus maus intentos.

Formado por ativistas LGBTUVWXYZ, juristas, parlamentares e governantes laicistas, além de boa parte da grande mídia (que acusa, injustamente, todos os evangélicos que pregam contra o pecado da homossexualidade, à luz da Bíblia, de homofóbicos), tal movimento deseja cumprir à risca a agenda liberal. Esta, que é mundial, conta com o apoio de ilustres governantes, como Barack Obama, e abarca a liberação do aborto e a destruição da família segundo o modelo esposado na Bíblia Sagrada. 


Penso que não é momento de atacar ou ridicularizar os parlamentares cristãos, mesmo que alguns deles tenham deixado a desejar como pastores ou pregadores, no passado. É tempo de orar por eles, pois os tais evangelicofóbicos estão ainda mais furiosos, depois da derrota que sofreram na Câmara Federal.


E o alvo deles é o evangelicalismo como um todo. Eles até veem com bons olhos os ídolos gospel que aceitam com naturalidade o ecumenismo, mas querem calar os verdadeiros pregadores do Evangelho. E alguns desses inimigos da Palavra de Deus e dos bons costumes prometem até pegar em armas, se for necessário. Um desses evangelicofóbicos disse que vai lutar para destruir toda a influência do cristianismo sobre a sociedade brasileira.

Não temos nada a temer. Mas sejamos vigilantes. Meditemos em 1 Timóteo 2.1-3 e façamos a nossa parte como servos do Senhor Jesus Cristo e também como cidadãos. Lembremo-nos de que o apóstolo Paulo, ao ser preso por causa do Evangelho, confiou em Deus, porém exigiu seus direitos como cidadão romano.


Ciro Sanches Zibordi [Blog do Ciro]

Negro e racista? Desta vez, a patrulha quebrou a cara. Não foi por falta de aviso, né?



Pastor Feliciano mãe e padrasto1 480x360 Negro e racista? Desta vez, a patrulha quebrou a cara. Não foi por falta de aviso, né?
Acima, vocês veem o pastor Marco Feliciano abraçado ao padrasto, que é negro, e à mãe — que eu chamo de “mestiça”, mas que os movimentos militantes chamam de “negra” também. Feliciano é, pois, enteado de um negro, filho de uma negra e, segundo os critérios que orientam as leis de cotas no Brasil, também é… negro! Não obstante, querem acusá-lo de racismo por uma frase tonta escrita no Twitter. Ele próprio divulgou a foto no Facebook.
Há um monte de branco raivoso apontando o dedo para o negro Feliciano. Já demonstrei aqui que ele apenas citava uma passagem do Gênesis — e ainda errava sobre a origem bíblica dos africanos. Na democracia, as pessoas são livres para falar e escrever tolices.
Já escrevi dois textos a respeito. Ontem, publiquei o vídeo em que ele pede votos para Dilma Rousseff em 2010. Como demonstro ali, Feliciano, com toda essa visibilidade, também é obra do PT, não é mesmo? Também é obra de Dilma. Ou por outra: enquanto ele puxava votos para o partido e cumpria a tarefa de diminuir a rejeição dos evangélicos ao nome da petista, era útil. Agora, não pode presidir uma comissão. Vamos pensar mais um pouco.
A conexão entre a chamada “grande imprensa” e os movimentos militantes acaba criando alguns “heróis” que são do gosto de ambos, mas, às vezes, a receita desanda, e acontece o inverso do esperado. Os gays e esquerdistas não gostam de Feliciano. É um direito deles. Decidiram pedir a sua destituição da presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara. Ok. Também podem. Neste domingo, leio no Globo, foram atazaná-lo na porta de um templo, em Franca. Houve protesto, gritaria, seu carro foi cercado. Aí não dá. Aí já passou dos limites. Isso não pode. É constrangimento ilegal.
Nos textos que escrevi no sábado, observei que esses protestos marcados por intermédio do Facebook têm o condão de transformar minorias em aparentes maiorias. E antevi o óbvio. Acuado, o pastor também pode mobilizar os seus seguidores. É o que ele decidiu fazer. Leio no Globo (em itálico):
Pelas rede sociais, o parlamentar, pastor e fundador da Tempo de Avivamento, convocou líderes religiosos para discutir, nesta segunda-feira à noite, o futuro das igrejas diante do que chama da “batalha contra a família brasileira”.
Feliciano pretende usar o culto que costuma celebrar às segundas-feiras no maior templo de sua igreja, em Ribeirão Preto (interior paulista), para responder às acusações de racismo e homofobia a estelionato que vem recebendo. “Estamos vivenciando a maior de todas batalhas contra a família brasileira, e a igreja está sendo bombardeada pelas mentiras insinuadas por grupo de bandeira LGBT (gays, lésbicas, bissexuais e travestis), que planeja dividir e destruir nossas igrejas e famílias, usando a política e a discriminação como arma”, diz o comunicado de convocação, publicado na página do deputado no Facebook, sábado à tarde.
“O deputado-pastor Marco Feliciano pede a presença de todas as lideranças evangélicas e católicas de Ribeirão Preto e região para a reunião a fim de discutir o futuro de nossas igrejas diante desse grande embate”, prossegue o comunicado. No texto, também é destacado que toda a “imprensa estará presente, precisamos mostrar a nossa união”. Ainda nas redes sociais, Feliciano afirmou ontem estar “abatido” pelo que chama de “perseguições”. “Cheguei em casa essa madrugada abatido pelas perseguições. Mas, ao receber o carinho da minha esposa e minhas filhas, a minha alma se renovou”, escreveu ele na página do microblog
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Curta-nos Retomo
Já escrevi e reitero: Feliciano é da turma “deles”, não da minha, como revela aquele vídeo em que pede voto para Dilma. Pode ter as ideias mais atrasadas e impróprias sobre isso e aquilo, mas não foi racista e duvido que tenha sido homofóbico — não basta, para justificar essa acusação, que o sujeito seja contra o casamento gay. Posso reprovar as ideias dele e mesmo o pouco que vi de sua prática religiosa, e reprovo — SEMPRE DESTACANDO QUE PEDIR DINHEIRO A FIÉIS, QUE SÓ DÃO SE QUISEREM, É COISA MUITO DIFERENTE DE ROUBAR DINHEIRO PÚBLICO —, mas o movimento que está em curso, lamento, é autoritário.
E se o pastor conseguir reunir bem mais gente em seu apoio? Se 500 ou 600 pessoas contra ele são tomadas, por setores da imprensa, como critério de relevância, caso ele reúna 5 mil ou 6 mil, será a relevância multiplicada por dez? Ou, nesse caso, a maioria será ignorada e considera, sei lá, qualitativamente inferior? O jornalismo que está dando trela à patrulha está, involuntariamente, elegendo um herói. O deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), por exemplo, já percebeu quantos votos lhe rende o ódio que militantes devotam contra ele. Esse tipo de intolerância não tem nada a ver com democracia.
Encerrando
Eu não sabia, é evidente, que o padrasto e a mãe de Feliciano são negros. Creio que ele não os considere, e a si mesmo, amaldiçoados, não é? Quando afirmei que aquele seu tuíte não era expressão de racismo, eu o fiz com base apenas no seu conteúdo e na referência bíblica. Agora, diante desse fato, a acusação fica ainda mais ridícula. Já tinham quebrado a cara, nesse particular, com Bolsonaro. Ele também seria um racista militante… Até que se descobriu que sua mulher é o que a própria militância chama “negra”.
É preciso parar com essa prática asquerosa de criminalizar a divergência. Se o sujeito é contra a PLC 122, que estabelece discriminações inaceitáveis, então é “homofóbico”; se é contra cotas, então é “racista”; se é contra qualquer forma de censura à imprensa, então defende a “mídia golpista”; se é crítico da forma como se dá o Bolsa Família, então é “contra os pobres”. ESSA GENTE NÃO QUER DEBATER IDEIAS. QUER É CALAR O OPONENTE, ELIMINÁ-LO SE POSSÍVEL.
Poucos sabiam da existência de Feliciano até outro dia. Agora, tornou-se uma personagem nacionalmente conhecida. E sou capaz de jurar que conquistou novos admiradores, em vez de perdê-los. A turma das passeatas e dos protestos já não votaria nele mesmo, certo?
A intolerância dos que se querem bons está criando um novo “paladino da família”. Tente, no entanto, advertir esses fanáticos da patrulha de que isso não é uma coisa muito inteligente… As acusações acabam se voltando contra você.
Parabéns, gênios! Vão lá, agora, tentar ensinar a Feliciano como é ter uma mãe negra, um padrasto negro…
Por Reinaldo Azevedo
Folha / Portal Padom