sábado, 29 de abril de 2017

LIÇÃO 5: JACÓ, UM EXEMPLO DE UM CARÁTER RESTAURADO

  

SUBSÍDIO I

A Paz do Senhor, professor! Preparado para o estudo e planejamento de mais uma lição? É importante que você faça um resumo da aula anterior antes de dar início a nova lição. Em seguida faça a seguinte indagação: “Quem foi Jacó?” Ouça os alunos com atenção. Depois, faça um pequeno resumo a respeito da vida de Jacó, enfocando os aspectos negativos e a sua transformação. Para auxiliá-lo, observe o texto abaixo:

Jacó 
Em hebraico, o nome ya’agob significa ‘apanhador de calcanhar’, ‘malandro’ ou ‘suplantador’. No sul da Arábia e na Etiópia, a palavra significa ‘que Deus proteja’ e vem do verbo ‘agaba’, ‘guardar’, ‘cuidar’ ou proteger’. A raiz ‘agab’ é uma palavra semita geral que ocorre nos nomes árabes pessoais, em inscrições acádias e aramaicas, assim como nos idiomas saríaco e palmireno. O substantivo que significa ‘calcanhar’ ocorre em hebraico, aramaico, siríado, árabe, ugarítico e acádio. O nome de Jacó era assim um antigo membro da onomástica do Oriente ao invés de um nome unicamente bíblico.

1. O patriarca. Jacó era o filho gêmeo mais novo de Isaque e Rebeca; mais tarde chamado de Israel.

2. A vida na Palestina. O nascimento de Esaú e Jacó está registrado em Gênesis 25.21-28. Isaque casou-se com Rebeca quando tinha quarenta anos de idade. Rebeca, assim como Sara, era estéril. As orações de Isaque por sua esposa foram ouvidas e atendidas. Ela deu à luz a dois meninos gêmeos, que lutaram no útero assim como a posteridade de suas nações fez na vida real. Esaú, o primeiro a nascer, foi assim chamado porque era peludo. O segundo foi chamado de Jacó porque saiu do útero agarrado no calcanhar de seu irmão. Os filhos gêmeos de Rebeca herdaram suas principais características. Esaú herdou sua mente aberta; Jacó, sua astúcia. Esaú tornou-se um hábil caçador, um homem do campo, a quem Isaque amava, porque este seu filho dava carne de caça para comer. Em contraste, Jacó era calado, introspectivo e amado por Rebeca, sua mãe.

3. A promessa. Deus prometeu a Abraão que através de sua semente, Isaque, faria dele uma grande nação. Esta promessa foi renovada em Isaque. A questão era, através de qual semente, Jacó ou Esaú? Esta luta resultou em um conflito doméstico e forçou Jacó a viver sob constante tensão. Gênesis 25.23 declara que pela escolha divina, Jacó seria herdeiro da promessa; mas dois eventos interessantes ocorrem para implementar o propósito divino. 

O primeiro é a compra do direito de primogenitura de Esaú. Quando Esaú, o caçador, veio do campo faminto e de mãos vazias, desejou um pouco daquele guisado, um cozido que seu irmão estava preparando. Em condição faminta, Esaú negociou o seu direito de primogenitura. Jacó insistiu em um juramento, considerado irrevogável. Então, através de uma providência sagaz, Jacó adquiriu a reputação de seu nome e ganhou o direito de primogenitura, que a sua ordem de nascimento não lhe dava. A intenção de Deus estava tornando-se realidade com a ajuda de Jacó, embora o Senhor pudesse realizar de uma forma diferente e sem a ajuda deste” (Dicionário Bíblico Wycliffe.7.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, pp. 1005, 1006).

“Israel
O novo nome de Jacó significa as lutas dele com Deus. A palavra que tomamos como ‘luta’ é encontrada somente em outro texto: Oseias 12.45. Alguns sugerem que ela pode indicar ‘perseverar’. Jacó aprendeu a não resistir a Deus, mas lutar com Ele. Quão importante é não somente estar no lado do Senhor, mas perseverar nesse compromisso. Em que sentido foi o nome ‘Israel’ uma bênção? Ao dar a Jacó um novo nome, Deus revelou a ele algo que ele havia se tornado — e o que continuaria a ser. Com que nome o Senhor pretende abençoar você?” (RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. 9.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p. 42).

Sugestão didática:

Professor, reproduza no quadro as questões abaixo. Peça que os alunos formem grupos. Em grupo eles vão responder as questões. Em seguida peça forme um único grupo e discuta com eles as respostas.
1. Deus escolhe pessoas para que cumpram seus desígnios?
2. Quais os prejuízos causados pelo favoritismo de Isaque e Rebeca?

Telma Bueno
Editora responsável pela Revista Lições Bíblica Adultos

COMENTÁRIO E SUBSÍDIO II

INTRODUÇÃO

Isaque teve dois filhos gêmeos. Esaú tinha uma inclinação para o campo, para vida pastoril e também para a caça. Jacó, ao contrário, pelo seu temperamento e por sua personalidade, voltou- se para vida doméstica. Logo revelou ter um caráter oportunista e usurpador, que o levou a enganar o pai com apoio da mãe. As consequências foram duras em sua vida. O que plantou, colheu com grande sofrimento. Mas a misericórdia de Deus o alcançou e o Senhor o escolheu para ser o pai das doze tribos de Israel. [Comentário: Jacó era filho de Isaque e Rebeca, irmão gêmeo de Esaú e neto de Abraão. Sua história ocupa vinte e cinco capítulos do livro de Gênesis. Seu nome no texto grego da Septuaginta é traduzido como “aquele que segura pelo calcanhar”, fato que, por ocasião de seu nascimento, Jacó, que nasceu depois, segurando o calcanhar de seu irmão Esaú (o hebraico עקב ('aqev) significa calcanhar) – esta é a origem do sentido secundário de ‘suplantador’, alguém que, astutamente, toma o lugar de outro. Isso alude ao incidente em que Jacó utilizou de engodo e tomou a bênção paterna de Esaú. Seu nome também pode ser traduzido como "Enganador", pois a raiz do verbo "enganar" em hebraico se escreve da mesma forma ('aqav). Isto explica a fala de Esaú no versículo abaixo, que nunca fez sentido para mim em português: “Então disse ele: Não é o seu nome justamente Jacó, tanto que já duas vezes me enganou?” (Gn 27.36). Neste versículo Esaú faz um trocadilho com o nome do irmão Jacó. O que ele quis dizer foi o seguinte: "O nome dele não é Jacó porque agarrou em meu calcanhar, mas sim porque já duas vezes me enganou!" Extraído com algumas mudanças de: http://www.hebraico.pro.br/nomsig_jaco.asp. Eles nasceram para se tornarem personagens bem diferentes uma da outra. Suas diferenças tornaram-se ainda mais irreconciliáveis quando Esaú vendeu seu direito de primogenitura a Jacó, em troca de um prato de lentilhas cozidas (Gn 25.30). Esaú vendeu sua primogenitura em um ato impulsivo, quando não conseguiu caçar nenhum animal; e, estando com muita fome, vendeu aquele direito por tão pouco. Os tabletes de Nuzi confirmam o fato de que o direito de primogenitura podia ser vendido. Os intérpretes percebem uma espécie de indiferença, por parte de Esaú, no tocante ao seu privilégio como primogênito. Seria mesmo difícil explicar por que razão ele fez assim, a menos que ele tivesse alguma atitude básica de indiferença para com seus direitos religiosos. Metaforicamente, isso fala sobre sua indiferença espiritual sobre questões importantes, um sinal típico do homem carnal. Esse foi o primeiro ato suplantador de Jacó a ser registrado na Bíblia, por causa do que ele adquiriu o seu nome. O segundo desses atos ocorreu quando ele enganou seu pai, Isaque, e recebeu a bênção paterna que se destinava a Esaú (Gn 27). Tal bênção, uma vez conferida, não podia mais ser revogada (Gn 27.33 ss), um detalhe igualmente ilustrado nos tabletes de Nuzi. Dessa forma, Jacó tornou-se o porta bandeira da promessa messiânica, e o cabeça da raça eleita, segundo aprendemos em Rm 9.10 ss. Esaú teve de se contentar então com uma bênção secundária, e com territórios menos férteis que aqueles prometidos a Jacó, isto é, Edom. Desnecessário é dizer que Esaú ficou furioso, tornando necessário que Jacó fugisse. Jacó, pois, fugiu para a terra natal de Rebeca, em Padã-Harã (Gn 26.41—28.5). Rebeca tinha a esperança que Jacó se casasse com uma mulher dentre a parentela dela, porquanto Esaú se casara com mulheres hititas [o que também denota seu descaso para com as promessas feitas a Abraão e Isaque] (Gn 26.34 e 27.46).http://www.ebdareiabranca.com/2012/1trimestre/introducao.htm] Dito isto, vamos pensar maduramente a fé cristã?

I. QUEM ERA JACÓ
                                
1. O filho mais novo de Isaque. Seu nome, em hebraico, é Yaakov e significa "Deus protege". Ele integra a lista dos três patriarcas hebreus, que marcaram a história de Israel: Abraão, Isaque e Jacó. Sua história foi pontilhada de episódios dramáticos desde o seu nascimento. Deus ouviu as orações de Isaque, pois Rebeca era estéril (Gn 25.21). O texto diz que, no ventre, havia uma luta entre os bebés (Gn 25.22). Jacó nasceu agarrado ao calcanhar do seu irmão. Diante disso, o seu nome passou a ter o significado de "aquele que segura pelo calcanhar" ou "suplantador". [Comentário: Os gêmeos Esaú e Jacó, filhos de Isaque e Rebeca, nasceram em Beer-Laai-Roi, no Neguebe, extremo sul de Canaã. Estavam ainda no ventre da mãe quando o Senhor disse a Rebeca: “...o mais velho servirá ao mais moço”. Por nascer primeiro, Esaú tinha o direito da primogenitura e a bênção patriarcal. Porém, Deus escolheu Jacó e o fez sucessor de Abraão e de Isaque na linhagem patriarcal e messiânica. Jacó ganhou sua benção-herança merecida de Isaque (Gn. 27:28-29). Mais tarde Isaque abençoou Esaú através de uma profecia sobre a grandeza de Esaú, mas não tinha nada de substância para lhe dar (vv. 37,39). Ele tinha dado a Jacó a benção completa, não deixando nada para Esaú. Ao dar a Jacó a plena herança, crendo que Jacó era Esaú, Isaque tinha necessariamente deserdado Esaú, pensando que estava deserdando Jacó.]

2. O preferido de sua mãe. Isaque tinha preferência por Esaú, por que gostava da caça. Mas Rebeca amava mais Jacó, por ser "varão simples, habitando em tendas" (Gn 25.27,28). Quando Isaque quis dar a bênção a Esaú, o primogênito (Gn 27.1-5), Rebeca, numa demonstração clara do seu caráter astucioso, chamou Jacó e o induziu a enganar seu pai (Gn 27.11,12,14,15). Enganado, Isaque abençoou Jacó (Gn 27.27-29). Ao retornar da caça, Esaú descobriu que seu irmão tomara sua bênção. Desesperado, recebeu do pai uma bênção menor (Gn 27.39,40). Cheio de ódio, planejou matar seu irmão (Gn 27.41). Jacó teve que fugir ameaçado por Esaú. Isaque percebeu que Deus tinha um plano na vida de Jacó, e o despediu com uma bênção profética de grande significado (Gn 28.1-4). [Comentário: A lei da herança nos ajuda a responder a questão ética e judicial: foi errado Rebeca e Jacó enganar a Isaque? A resposta é não, não foi errado. A cegueira física de Isaque refletia seu julgamento moral. Jacó e Rebeca tomaram vantagem de sua fraqueza física para sobrepujar a sua fraqueza moral. Eles estavam encarando um velho moralmente cego, que não reconheceria a legitimidade da profecia de Deus feita à Rebeca sobre os dois filhos e a respectiva linha pactual deles, nem honraria a venda que Esaú fez de sua primogenitura a Jacó. Isaque estava disposto a desafiar Deus por causa de seu deleite no sabor de uma carne ensopada (Gn. 27.3-4). Nisso, Isaque foi tão míope quanto Esaú quando vendeu sua primogenitura por um ensopado de lentilhas. Rebeca estava moral e legalmente justificada em arruinar o plano vil do seu marido de deserdar Jacó, e através desse ato de rebelião, deserdar a semente pactual prometida por Deus. Deus tinha especificado para ela que filho deveria herdar. Isaque estava em rebelião!http://www.monergismo.com/textos/etica_crista/rebeca-jaco-enganaram_north.pdf]

3. O preferido de Deus. A escolha de Jacó é um caso especial de presciência divina face aos desígnios de Deus. Deus não tem filhos privilegiados, nem escolhe uns para a salvação e outros para a condenação, pois tal atitude contrariaria frontalmente o seu caráter santo, justo e bom. Seria uma terrível discriminação por parte de Deus que condena quem faz acepção de pessoas (Tg 2.9; Pe 1.17). Mas, em sua soberania, em casos especiais, Ele escolhe pessoas para serem instrumentos de sua vontade diretiva. Jacó foi um desses escolhidos, ainda no ventre (Rm 9.9-13). [Comentário: A referência “amei a Jacó e odiei a Esaú” é uma citação do livro de Malaquias 1.1-4. Em Malaquias, esses nomes representam os povos que descenderam de Jacó, e os que descenderam de Esaú, os edomitas. Em vista de que os edomitas haviam perseguido os judeus, Deus disse:“desolarei a vossa terra...” Deus prometeu o direito de primogenitura a Jacó. Significava isso que Esaú não podia salvar-se? Logicamente não. Em parte alguma das Escrituras lemos que Esaú não podia ser salvo. Esaú de fato buscou o direito de primogenitura com lágrimas, e foi incapaz de obtê-lo, mas em parte nenhuma a Bíblia diz que ele não poderia salvar-se. Na realidade, a Bíblia diz é que Deus amoleceu o seu coração para com o irmão, e ele o acolheu no fim de sua vida (Gênesis 33.4).Extraído do site: http://www.cacp.org.br/amei-a-jaco-me-aborreci-de-esau/. Hernandes Dias Lopes escreve: “Jacó recebeu um nome que foi o espelho da sua personalidade: enganador, suplantador. Ele nasceu segurando no calcanhar do seu irmão. Ele aproveitou um momento de fraqueza do seu irmão, para arrancar-lhe o direito de primogenitura. Ele aproveitou um momento de cegueira do seu pai, para mentir para ele e se passar como se fosse Esaú. Ele mentiu em nome de Deus e roubou a bênção que Isaque intentava dar a Esaú. Jacó tinha um comportamento reprovável. Ele enganou, mentiu, traiu. Mas a despeito de quem era, Deus o amou e continuou investindo na sua vida.
• Assim é o amor de Deus por nós. Ele nos ama apesar de nós. Temos pecado contra ele, mas ele continua nos amando e investindo em nós.”http://hernandesdiaslopes.com.br/portal/jaco-um-homem-a-quem-deus-nao-desiste-de-amar/.]

SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
                               
"Abraão, Isaque e Jacó estão entre as mais importantes pessoas do Antigo Testamento. Isto não se deve ao seu caráter pessoal, mas ao caráter de Deus. Eles foram homens que conquistaram o respeito relutante e até mesmo o medo de seus colegas. Eram ricos e poderosos, e ainda assim, os três foram capazes de mentir, enganar e agir com egoísmo. Eles não eram os heróis perfeitos que poderíamos ter esperado; em vez disso, eram exatamente como nós; tentavam agradar a Deus, mas não conseguiram." (Bíblia de Estudo Cronológica Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, p. 56).


II. A DIREÇÃO DE DEUS NA VIDA DE JACÓ

1. A visão da escada que tocava o céu. Em sua fuga, no meio do deserto, Jacó teve um sonho dado por Deus. Ele viu uma escada posta na terra, cujo topo tocava nos céus, e os anjos de Deus subiam e desciam por ela. E Deus reiterou a bênção que lhe prometera (Gn 28.13-15). Deus não aprovou seus arranjos e enganos, mas também não retirou a bênção prometida a seus pais. Naquela noite, ele descobriu a presença de Deus, que se apresentou como o Deus de Abraão e de Isaque. Ele ouviu Deus reiterar suas promessas e descobriu que onde Deus está, ali é sua casa, "a porta dos céus" (Gn 28.13-17). [Comentário: A caminho de Berseba para Harã, Jacó parou para descansar, em Betel, que era chamada Luz, antes de receber aquele nome. Ali, Jacó recebeu a visão da escada, com anjos que subiam e desciam pela mesma, posta entre a terra e o céu. Ele ficou sumamente admirado com a divina manifesta­ção, e rebatizou o local com o nome de Betel, «casa de Deus» (Gn 28:18,19). Jacó consagrou uma décima parte de toda a sua renda a Deus (Gn 28:10-22), aparentemente de forma perpétua. Betel ficava cerca de cem quilômetros de Berseba, pelo que esse incidente ocorreu ainda no começo de sua jornada, provavelmente com o propósito de infundir-lhe coragem. A Jacó, pois, foi garantida a proteção divina. O pacto abraâmico foi confirmado com Jacó nessa oportunidade (Gn 28:3,4), pelo que os propósitos divinos estavam em operação, apesar das vicissitudes da vida de Jacó, a respeito de seus fracassos misturados com sucessos. Jacó erigiu um altar ali, e fez seus votos, incluindo o pagamento de dízimos a Yahwehhttp://www.ebdareiabranca.com/2012/1trimestre/introducao.htm.]

2. A coluna em Betel. Jacó não buscou a Deus, mas Deus o buscou, e se revelou como o Deus de seus pais. Uma prova do quanto a graça de Deus é profunda. Sem dúvida alguma, a história de Jacó se divide em dois períodos. Antes de Deus encontrá-lo e depois daquele encontro especial. Tão impactante na sua vida foi aquele episódio, que ele chamou aquele lugar deserto de Betel, que significa "Casa de Deus". Ali, naquela madrugada, Jacó ouviu Deus lhe falar; sentiu a presença divina e teve uma mudança extraordinária em sua vida. [Comentário: A origem do nome deste nome para aquela cidade que antes chamava-se Luz é explicada em Gênesis 28.17-19. Neste capítulo começa o exílio de Jacó, para escapar do ira de seu irmão e ao mesmo tempo procurar para si uma esposa entre os familiares de seus pais em Padã-Arã. Deus apareceu-lhe quando ele menos esperava. O que se infere do fugitivo Jacó é que ele ao invés de se orgulhar com a grandiosidade da revelação, ele imediatamente sentiu temor, uma profunda reverência misturada com medo, ao se conscientizar de que o Todo-Poderoso Deus estava ali. Ainda era madrugada quando se levantou, tomou a pedra que usara como travesseiro e erigiu como altar, consagrando-a com azeite. Quando voltou, anos depois, ele construiu ali um altar, conforme vê-se no capítulo 35.7. Também mudou o nome do lugar para Betel, a casa de Deus. Quando Moisés escreveu este livro séculos mais tarde, esse era o nome do lugar, por isso o nome aparece em capítulos anteriores para identificá-lo. Nesta ocasião, Jacó estava passando por um período de medo e aflição. É nessas condições que freqüentemente as pessoas recorrem ao voto, ou quando desejam uma grande misericórdia (Nm 21.2; 1Sm 1.11; Sl 66.13,14; Jn 1.16). R David Joneshttp://www.bible-facts.info/comentarios/vt/genesis/JacoemBetel.htm]

SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO

"Jacó fazia tudo, o certo e o errado, com grande zelo. Ele enganou seu próprio irmão Esaú, e seu pai, Isaque. Ele lutou com Deus, e trabalhou quatorze anos para se casar com a mulher que amava, por intermédio de Jacó, aprendemos como um forte líder pode, também, ser um servo. Também vemos como ações erradas sempre voltam para nos perturbar.
Depois de enganar Esaú, Jacó correu para salvar sua vida, viajando mais de 640 quilômetros até Harã, onde vivia seu tio, Labão. Pelo caminho, ele recebeu uma mensagem do Senhor, em um sonho, e deu a esse lugar o nome de Betel. Em Harã, Jacó se casou e iniciou uma família” (Extraído de Bíblia de Estudo Cronológica Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, p. 58).

III. ASPECTOS DO CARÁTER DE JACÓ

1. Antes do seu encontro com Deus. Até o encontro com Deus em Betel, ele era apenas um "homem natural", ou carnal (1Co 2.14). Naquela fase de sua vida, podemos ver alguns aspectos negativos de seu caráter. [Comentário: Até que ponto poderemos afirmar que Jacó era carnal antes desta visão em Betel? Referente ao seu irmão sim, podemos dizê-lo com certeza dado o fato de não preocupar-se com o direito de primogenitura e tudo o que ele representa. “Os intérpretes percebem uma espécie de indiferença, por parte de Esaú, no tocante ao seu privilégio como primogênito. Seria mesmo difícil explicar por que razão ele fez assim, a menos que ele tivesse alguma atitude básica de indiferença para com seus direitos religiosos. Metaforicamente, isso fala sobre sua indiferença espiritual sobre questões importantes, um sinal típico do homem carnal”(1). Quanto a Jacó, podemos afirmar com base nesse acontecimento, que ele preocupava-se com o direito de primogenitura, que tinha em mente a promessa de Deus feita a seus pais, e estava lutando por esse direito. Jacó demonstrou gran­de interesse pelas coisas espiri­tuais. Existem sinais de que ele sempre demonstrou inclinação pelo sagrado, ao contrário de Esaú, que a Bíblia chama de pro­fano (Hb 12.16). Esaú vivia para os prazeres materiais, Jacó ambicionava as bênçãos do Senhor. Estes são fatos que apontam para um homem carnal?] (1)       Extraído de: http://www.ebdareiabranca.com/2012/1trimestre/introducao.htm

a) Oportunista e egoísta. Quando seu irmão chegou com fome e lhe pediu para comer do seu guisado, ele poderia ter-lhe oferecido de sua comida, compartilhando sua refeição. Mas, numa prova de oportunismo e ambição, disse logo: "Vende-me hoje a tua primogenitura" (Gn 25.31). [Comentário: Jacó, vendo uma oportunidade para fazer um bom negócio, propôs que Esaú lhe vendesse primeiro seu direito à primogenitura; aqui vemos que Jacó ressentia o fato que Esaú nascera primeiro, e ambicionava as vantagens que isso lhe dava: ser o principal da família, depois do pai, e o principal herdeiro. Notemos que Jacó não estava propondo a troca por um prato do ensopado, mas a venda: Jacó dava muito valor ao direito de primogenitura e decerto pagaria bastante por ele, se fosse necessário. Mas, sem dúvida para sua surpresa, Esaú declarou que estava a ponto de morrer (um grande exagero, pois nenhum filho do abastado Isaque iria morrer de fome), e que de nada lhe valia o direito à primogenitura, ou seja, considerava-o sem valor algum. Sem perda de tempo, Jacó o fez jurar que abdicava desse direito, em favor dele. Feito isso, Jacó, feliz, deu-lhe pão e o cozinhado de lentilhas. Extraído de:http://www.ebdareiabranca.com/2012/1trimestre/introducao.htm]

b) Interesseiro e calculista. Jacó era frio, calculista e de temperamento fleumático. Além de propor a troca da primogenitura ao irmão, exigiu que Esaú fizesse um juramento que lhe garantisse que a troca seria respeitada por toda a vida: "Então, disse Jacó: Jura-me hoje. E jurou-lhe e vendeu a sua primogenitura a Jacó" (Gn 25.33; Hb 12.16). Ele só esquecia uma coisa. O que ele estava plantando em sua juventude haveria de colher mais tarde (Cl 6.7). Em proporção muito maior. [Comentário: Essa benção da primogenitura, em última análise, era a presença de Deus. Era o que de melhor Deus podia dar a um homem naquele tempo. O que deixou Deus irado com Esaú foi exatamente o desprezo de Esaú com o que significava a benção da primogenitura. É importante dizer que Jacó não usou de engano para adquirir o direito, ele comprou e esta transação não era ilegal. Segundo a Bíblia, o direito de primogenitura, dava ao filho mais velho, o privilégio de herdar uma porção dobrada dos bens paternos, depois da morte destes; também dava o direito de exercer o sacerdócio sobre a família e, no caso de Esaú, por ser ele o primeiro neto de Abraão, a primogenitura ainda incluía o direito de ficar na genealogia direta do Messias. Mas Esaú rejeitou tudo isso.]

c) Mentiroso e enganador. Com seu caráter fraco e leniente, concordou com a sua mãe em enganar o velho pai. Ao chegar à presença de Isaque, mentiu três vezes. Este perguntou: "Quem és tu, meu filho?". Ele disse que era Esaú (Gn 27.19). A primeira mentira. Indagado porque chegara tão rápido com a caça, mentiu a segunda vez, dizendo: "Porque o Senhor, teu Deus, a mandou ao meu encontro" (Gn 27.20). Ao abraçar Jacó, Isaque repetiu que era Esaú — "Eu sou" (Gn 27.24). Mentiu pela terceira vez. [Comentário: Muitos criticam esta atitude de Rebeca, mas Esaú havia se casado com mulheres estrangeiras, pondo em risco tudo o que representava o direito de primogenitura. Como o Senhor revelou ao profeta Malaquias, Ele amou a Jacó e aborreceu a Esaú (Mq 1.2-3), pois Esaú era de caráter profano (Hebreus 12:16). O Senhor, onisciente, sabia o que haveria de suceder mais tarde. “A cegueira física de Isaque refletia seu julgamento moral. Jacó e Rebeca tomaram vantagem de sua fraqueza física para sobrepujar a sua fraqueza moral. Eles estavam encarando um velho moralmente cego, que não reconheceria a legitimidade da profecia de Deus feita à Rebeca sobre os dois filhos e a respectiva linha pactual deles, nem honraria a venda que Esaú fez de sua primogenitura a Jacó. Isaque estava disposto a desafiar Deus por causa de seu deleite no sabor de uma carne ensopada (Gn. 27:3-4). Nisso, Isaque foi tão míope quanto Esaú quando vendeu sua primogenitura por um ensopado de lentilhas. Rebeca estava moral e legalmente justificada em  arruinar o plano vil do seu marido de deserdar Jacó, e através desse ato de rebelião, deserdar a semente pactual prometida por Deus.” O texto entre aspas foi retirado de:http://www.monergismo.com/textos/etica_crista/rebeca-jaco-enganaram_north.pdf]

2. Depois do seu encontro com Deus. Observe a transformação no caráter de Jacó:

a) Um caráter agradecido. Jacó passou a ver as coisas numa perspectiva espiritual de um novo relacionamento com Deus, e lhe fez um voto, dizendo que se Deus não lhe deixasse faltar nada, levantaria um altar e daria o dízimo "de tudo" (Gn 28.20-22). Neste fato, vemos que Jacó tinha consciência do valor do dízimo, como expressão sincera de gratidão a Deus, a exemplo do que fizera seu avô, Abraão, perante Melquisedeque (Gn 14.18-20). Ele não prometeu dar o dízimo do que lhe sobrasse (da "renda líquida"), mas "de tudo" como seu avô fizera (Hb 7.2). [Comentário: A graça é demonstrada no fato de que Deus veio até Jacó. Ele não disse o que Jacó deveria fazer, mas o que Ele faria por Jacó. Deus prometeu a Jacó a terra de Canaã. Ele prometeu estar com Jacó em suas jornadas, e o trazer seguro de volta a Canaã. O voto de Jacó não foi um mero contrato com Deus. Ele amava a Deus e acreditava em Suas promessas. Tendo crido nas promessas de Deus, ele fez estes três votos para demonstrar sua gratidão:
A. Jeová seria o seu Deus. Ele se dedicaria a adorar, servir e confiar no Deus verdadeiro.
B. Betel seria o lugar onde ele adoraria e serviria a Deus.
C. O dízimo seria entregue a Deus. Isto já foi demonstrado ser algo sagrado para Deus [Gênesis 14:20].
Muitos acreditam que isto seja um relato da conversão de Jacó. Na verdade, podemos olhar para este capítulo como um quadro do filho de Deus no caminho da obediência. Este texto foi retirado de:http://www.palavraprudente.com.br/estudos/sergio_f/genesis/cap17.html]

b) Um caráter esforçado e sofredor. Ao chegar à casa de Labão, seu tio, revelou-se um homem trabalhador. Ali, começou a colher o que semeara em engano e mentira. Na "lua de mel", foi enganado pelo sogro. Em lugar de casar com Raquel, teve de casar com Leia. Só depois, casou com sua amada, e para tanto, trabalhou "outros sete anos" (Gn 29.21-30). Não foi apenas esse o preço que Jacó teve que pagar por sua vida de enganos e mentiras. Labão mudou o seu salário dez vezes, durante vinte anos (Gn 31.7). O que o homem semeia, isso é o que colhe (Gl 6.7). [Comentário:Mesmo tendo sido logrado por Labão, ele honestamente cumpriu com sua parte do acordo. dedicou-se ao seu trabalho, e usou dos recursos que conhecia para fazer com que os cordeiros e cabritos que nascessem fossem pretos, malhados ou salpicados. Teve grande sucesso, e usou de uma técnica de seleção a fim de aprimorar seu próprio rebanho. Durante seis anos seu rebanho se multiplicou, e devido à sua técnica, as ovelhas de Labão eram fracas e as dele, fortes. Ele enriqueceu, adquirindo muitos rebanhos, escravos, camelos e jumentos, o que ele atribuiu a Deus (capítulo 31:7,9). http://www.bible-facts.info/comentarios/vt/genesis/JacoEnriqueceeFogedeLabao.htm]

c) Um homem na direção de Deus. Depois de ser enganado pelo sogro, Jacó reuniu sua família e fugiu de Harã. Mas não o fez apenas por medo do sogro. Sua saída de Harã foi por direção de Deus (Gn 31.3,13). Desse modo, Jacó empreendeu a fuga com a família, e logo foi perseguido pelo sogro. Este não pôde lhe fazer mal, porque Deus entrou em ação e lhe determinou que não falasse com Jacó "nem bem nem mal" (Gn 31.24). [Comentário: A providência divina é um fato, e ela nos guia pelo caminho. Essa é a convicção central de todo o livro de Gênesis. Apesar das faltas e falhas de Jacó, o propósito divino sempre controlou tudo em sua vida. O fato de Jacó ter voltado para sua terra foi outro capítulo na história de como Deus cuidava dele, dando-lhe alguma orientação especial necessária. Para esclarecer o fato das varas listradas, leia-se Gn 31.10 - um sonho de Revelação. Somente neste ponto somos informados de que Jacó havia recebido uma experiência mística acerca da questão dos rebanhos. O trecho de Gn 30.32 ss. indica somente que ele fizera um negócio esperto, aparentemente usando sua razão, e não alguma revelação divina. Assim sendo, a questão das varas listradas foi somente uma medida de segurança. Ele acrescen­tou o artifício para garantir que o plano funcionaria. Seu sonho de revelação havia mostrado quais animais se multiplicariam mais. As varas eram apenas um artifício para garantir o resultado previsto em seu sonho. https://www.bibliaonline.com.br/acf/gn/31]

3. No seu encontro com Esaú. Ao se aproximar de Seir, onde seu irmão vivia, Jacó enviou mensageiros a Esaú, anunciando seu retorno. Os mensageiros voltaram e disseram que Esaú vinha ao seu encontro com quatrocentos homens. Jacó temeu grandemente (Gn 32.7-12). Mas, no Vale do Jaboque, teve um encontro que marcou o resto da sua vida. Seu nome foi mudado para Israel, e viu Deus "face a face" (Gn 32.22-30). Ao encontrar Esaú, reconciliou-se com ele e o abraçou com perdão e amor. [Comentário: O Vale de Jaboque encerra um dos relatos mais envoltos em mistério. Conta-nos a história da luta entre um ser humano e um anjo e a da outorga de um novo nome a esse homem. A luta durou apenas uma noite; no entanto, seu resultado ecoa na história humana, com reverberações até os nossos dias. Jaboque no hebraico é ‘fluir fora’ ou ‘adiante’, é o rio que atravessa a região a leste do Jordão, que, depois de um curso quase perfeitamente do leste para o oeste, entra no Jordão cerca de 48 km abaixo do mar da Galiléia. Nas escrituras, este rio é mencionado como formador da margem que separou o reino de Seom, rei dos amorreus, daquele de Ogue, rei de Basã. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia.]

SUBSÍDIO DIDÁTICO

Professor, reproduza o esquema do quadro. Utilize-o para enfatizar as características de Jacó antes do seu encontro com Deus e depois. Ressalte que somente Deus pode mudar o nosso caráter.

JACÓ ANTES DO SEU
ENCONTRO COM DEUS
JACÓ DEPOIS DO SEU
ENCONTRO COM DEUS
Oportunista
Verdadeiro
Mentiroso
Paciente
Enganador
Trabalhador
Confia em sua esperteza em vez de buscar a Deus
Confia em Deus para o abençoar e buscar sua direção.

CONCLUSÃO

Em suas experiências com Deus, vemos que Jacó teve seu caráter transformado. De oportunista e enganador, passou a ser humilde, sofredor, paciente, longânimo, altruísta. Foi pela sua paciência e graça que Deus escolheu Jacó, em lugar de Esaú. Quando damos lugar ao Espírito Santo, Ele nos transforma radicalmente o caráter. [Comentário: Deus veio mostrar para Jacó que a sua luta não era contra Labão ou Esaú, mas contra o próprio Deus. Jacó descobre isso no decorrer da luta, e mesmo machucado, não larga aquele com quem luta reconhecendo que o mesmo pode abençoá-lo."O fato de aleijá-lo e dar-lhe outro nome mostra que os fins de Deus continuavam sendo os mesmos; queria ter para Si toda a disposição que Jacó tinha para vencer, alcançar, conseguir, mas expurgada da autossuficiência, e reorientada para o objeto certo do amor humano - Deus mesmo". Gênesis - comentário de Derek Kidner-Editora Mundo Cristão. Como acontece com muitas pessoas, tinha sido uma luta contra um Deus que estava determinado a abençoá-lo e ajudá-lo. Deus está lutando com você? Ele não quer colocá-lo em uma situação de miséria em que você não tenha outra escolha a não ser lançar-se sobre a misericórdia dEle. Mas Ele o fará se necessário. Talvez já o tenha feito.http://www.ibmorumbi.org.br/intercessao/view_printer.asp?CID=1&ID=9.] “Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar e apresentar-vos irrepreensíveis, com alegria, perante a sua glória. Ao único Deus sábio, Salvador nosso, seja glória e majestade, domínio e poder, agora, e para todo o sempre. Amém”. (Judas 24-25).

Francisco Barbosa

Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br

sábado, 22 de abril de 2017

LIÇÃO 4: ISAQUE, UM CARÁTER PACÍFICO


SUBSÍDIO I

Olá! Preparado para mais uma lição? É importante que você faça um resumo da aula anterior antes de dar início a nova lição. Em seguida faça a seguinte indagação: “Quem foi Isaque?” Ouça os alunos com atenção é faça um pequeno resumo a respeito dele, pois o enfoque da lição está no seu caráter. Para auxiliá-lo, observe o texto abaixo:
“Já haviam se passado 24 anos desde que Abraão saíra de Ur dos Caldeus. E, apesar da promessa que o Senhor lhe fizera quanto à posse das terras de Canaã, o patriarca continuava sem herdeiros. 
Para Deus nada é impossível. Naquele momento, o Senhor promete ao patriarca que um filho haveria de nascer-lhe do ventre amortecido de Sara. Esta, ao ouvir a boa-nova, ri-se do que Deus disse. Logo ela veria que apesar de seu riso, O Senhor cumpriria sua promessa. Ele sempre nos surpreende em nossas limitações.

I. ISAQUE, O SORRISO TÃO ESPERADO

Da promessa ao nascimento de Isaque, passou-se um ano (Gn 18.10). Para quem já havia esperado tanto tempo, aqueles meses correram rapidamente.
1. O nascimento do riso. No tempo apontado pelo Senhor, eis que Sara dá à luz o seu unigênito. Na tenda do patriarca, ouve-se agora o choro do filho da promessa, através do qual viriam heróis, reis e o próprio Cristo (Mt 1.1,2). Ao embalar o filhinho, Sara comenta: “Quem diria a Abraão que Sara daria de mamar a filhos, porque lhe dei um filho na sua velhice?” (Gn 21.7). Sara não riu quando do anúncio de seu filho? Pois o seu filho foi chamado Isaque, que na língua hebraica significa “riso”.

II. ISAQUE, O BEM MAIS PRECIOSO DE ABRAÃO

Em Moriá, o Senhor não somente provou a fidelidade de Abraão, como também introduziu Isaque na dimensão da fé confessada por seu pai. 
1. A provação das provações. Certa noite, o Senhor ordenou a Abraão: “Toma agora o teu filho, o teu único filho, Isaque, a quem amas, e vai-te à terra de Moriá; e oferece-o ali em holocausto sobre uma das montanhas, que eu te direi” (Gn 22.2). Na manhã seguinte, ainda de madrugada, o patriarca conduziu o filho amado ao sacrifício supremo. O patriarca, todavia, tinha absoluta certeza de que retornaria do Moriá com o filho, pois aos servos ordenou claramente: “Ficai-vos aqui com o jumento, e eu e o moço iremos até ali; e, havendo adorado, tornaremos a vós” (Gn 22.5; Hb 11.17-19).
2. O encontro de Isaque com Deus. Não há dúvida de que o Senhor queria provar a fé do patriarca. Todavia, era sua intenção também levar o jovem Isaque a um encontro pessoal e fortemente experimental com o Deus de seu pai. A primeira lição que Isaque aprende é que Deus proverá todas as coisas (Gn 22.8). Por isso, sem nenhum temor, deita-se e deixa-se amarrar pelo pai ao altar do holocausto (Gn 22.9). Ele sabe que, no momento certo, o Senhor haverá de intervir, como de fato interveio. Deus tinha planos para Isaque, e mostraria ao jovem que Ele cumpre suas promessas. O Deus de Abraão seria também o Deus de Isaque.

III. O CASAMENTO DE ISAQUE

Se Isaque quisesse, poderia ter se casado com uma das jovens daquela terra. Entretanto, ele sabia que as cananeias eram idólatras e dadas ao pecado. Por isso, resolveu confiar no Deus que tudo provê.
1. Uma esposa para Isaque. Sabendo que Isaque era um homem espiritual e seletivo, Abraão encarregou seu mais antigo servo para buscar uma esposa na Mesopotâmia para seu filho (Gn 24.1-7). Na cidade de Naor, o mordomo orou ao Eterno: “Seja, pois, que a donzela a quem eu disser: abaixa agora o teu cântaro para que eu beba; e ela disser: Bebe, e também darei de beber aos teus camelos, esta seja a quem designaste ao teu servo Isaque” (Gn 24.14). A moça que assim procedesse revelaria as seguintes virtudes: espiritualidade, gentileza, respeito, disposição e amor ao trabalho. Eis que aparece Rebeca, bela e formosa virgem, preenchendo todos esses requisitos. 
2. O casamento de Isaque. Tendo consultado sua família e recebido o consentimento desta, Rebeca acompanha Eliezer até chegarem onde Isaque morava. O encontro de Isaque com Rebeca foi singular e romântico. Ele saíra a orar, à tarde, quando avistou a jovem na feliz comitiva. Depois de ouvir o servo do pai, ele a conduz à tenda da mãe e a toma por esposa (Gn 24.67). Assim Isaque foi consolado da perda de sua mãe, Sara. 
3. Os filhos que não vinham. Rebeca também era estéril. Isaque, todavia, ao invés de arranjar um herdeiro através de um ventre escravo, como haviam feito seus pais, foi buscar a ajuda de Deus. Ele “orou insistentemente ao Senhor por sua mulher” (Gn 25.21). Isaque se casou com Rebeca quando tinha quarenta anos (Gn 25.20), e foi pai aos sessenta anos (Gn 25.26). Pela Palavra de Deus, entendemos que Isaque orou por vinte anos, até ter sua oração respondida. Ele era um homem de oração, e não se deixou abater pelo passar do tempo, pois tinha uma promessa de Deus para sua família. E Deus lhe deu dois filhos: Esaú e Jacó. Por esses relatos, observamos que Isaque estava longe de ser alguém apático e sem iniciativa. Era um homem que, através da fé, estava sempre atuando no terreno das coisas impossíveis. Ele não recuava diante das impossibilidades.

IV. ISAQUE, O BENDITO DO SENHOR

Desde a sua experiência no Moriá, Isaque fez-se ousadíssimo na fé. As bênçãos sobre a sua vida multiplicaram-se de tal forma, que ele já era visto pelos reis de Canaã como um príncipe de Deus.
1. Príncipe de Deus. Embora não fosse rei, Isaque tornou-se tão grande que chegou a incomodar até mesmo o poderoso Abimeleque, rei de Gerar (Gn 26.16). Este, vendo que o patriarca já lhe era superior em bens e força, pediu-lhe uma aliança chamando-o de “bendito do Senhor” (Gn 26.29). 
Naquela época, tal título equivalia a ser chamado de príncipe de Deus.
2. Profeta de Deus. O dom profético de Isaque é manifestado na bênção que impetra sobre os gêmeos. Mesmo Jacó havendo-o enganado, fingindo ser Esaú a fim de roubar a primogenitura do irmão, o patriarca não pôde anulá-la, pois suas palavras eram, na verdade, de Deus. Por isso, diante dos rogos de Esaú, foi categórico: “Eis que o tenho posto por senhor sobre ti, e todos os seus irmãos lhe tenho dado por servos; e de trigo e de mosto o tenho fortalecido; que te farei, pois, agora a ti, meu filho?” (Gn 37.27). Naquele momento, Isaque profetizou não acerca de Jacó e Esaú, mas dos povos que estes representavam. 

CONCLUSÃO

A história de Isaque não é uma simples biografia. É um relato de fé e de superações no campo pessoal, doméstico e nacional. Do monte Moriá, onde se encontrou pessoal e experimentalmente com Deus, até a sua morte, ele viveu como um príncipe de Deus. Portanto, não se deixe abater pelas provações. Exerça a sua fé no campo das impossibilidades” (ANDRADE, Claudionor de. Lições Bíblicas. Rio de Janeiro: CPAD, 2015).

Sugestão didática:

Professor, reproduza no quadro as questões abaixo. Peça que os alunos formem grupos. Em grupo eles vão responder as questões. Em seguida peça forme um único grupo e discuta com eles as respostas.

1. O que significou o Moriá para Isaque?
2. O que fez Isaque em relação à esterilidade da esposa?
3. Em que sentido Isaque foi profeta?

Telma Bueno
Editora responsável pela Revista Lições Bíblica Adultos

SUBSÍDIO II

INTRODUÇÃO

Na aula de hoje nos voltaremos para a narrativa bíblica a respeito de Isaque, e seu relacionamento com Deus. Inicialmente destacaremos que esse foi prometido a Abraão, quando já em idade avançada. Em seguida, atentaremos para o relacionamento do patriarca com seu filho, especialmente por ocasião do pedido de sacrifício. Ao final, ressaltaremos a benção de Deus sobre a vida de Isaque, para as orientações do Senhor a esse patriarca.
                                                                                                                                         
1. ISAQUE, O FILHO PROMETIDO

Abraão e Sara, como muitos outros casais ao longo da Bíblia, tiveram que lidar com a esterilidade. Ainda que o patriarca tivesse recebido a promessa que se tornaria “pai de uma multidão”, o cumprimento da palavra não se deu imediatamente. Apesar de ter passado por momentos adversos, decorrentes de atitudes precipitadas, o patriarca aprendeu a esperar em Deus. Isso porque muito antes, quando Deus chamou Abraão, prometeu fazer dele uma grande nação (Gn. 12.1,2), que daria a terra de Canaã aos seus descendentes (Gn. 17.7), e que os multiplicaria (Gn. 13.15-17). A promessa do nascimento de Isaque, por causa da esterilidade de Sara, tornou-se algo engraçado, provocando riso ao ouvirem a mensagem divina. O nome Isaque, em hebraico, significa “riso”, esse foi o sentimento experimentado por Abraão e Sara. O patriarca estava com 99 anos de idade, e sara se aproximava dos 90. A Palavra de Deus pode parecer absurda, e às vezes, ir além da racionalidade humana, mas sabemos, pela fé, que podemos confiar nas promessas de Deus (Hb. 6.12). Sabemos disso porque Deus honrou a fé de Abraão, cumprimento no tempo certo sua promessa (Hb. 11.8-11). A Palavra de Deus sempre se cumpre, mas não no tempo dos homens, por isso faz-se necessário cultivar a paciência (Tg. 1.1-8). Nesse particular Abraão precisou amadurecer espiritualmente, por causa da precipitação dele e da sua esposa, decidiram que o patriarca teria um filho com a serva. Em termos aplicativos, o nascimento de Ismael, o filho de Abraão com a escrava, representa o nascimento carnal do ser humano. O nascimento de Isaque, por sua vez, representa o nascimento espiritual do crente. Essa alegoria, umas poucas na Bíblia, é construída por Paulo, em sua Epístola aos Gálatas (Gl. 4.28,29), a fim de admoestar os crentes à santificação espiritual (Gl. 5.22).

2. ISAQUE, UM FILHO A SER SACRIFICADO

Mas o filho prometido a Abraão foi pedido em sacrifício, para que Deus desse ao patriarca a oportunidade de amadurecer na fé. A prova é algo normal na vida dos crentes, e tem propósitos diversos: purificar nossa fé (I Pe. 1.6-9), aperfeiçoar nosso caráter (Tg. 1.1-4), ou proteger do pecado (II Co. 12.7-10). A prova de Abraão seria uma demonstração, para ele mesmo, da sua capacidade para confiar em Deus. O Senhor pediu ao patriarca que oferecesse seu filho em sacrifício, e esse obedeceu, crendo que Deus haveria de ressuscitá-lo (Gn. 22.5; Hb. 11.17-19). Abraão caminhou vários dias até chegar ao Monte Moriá, durante essa jornada teve a oportunidade de se aproximar de Deus. O Senhor permitiu que o patriarca cumprisse o ritual, amarrasse o filho e o preparasse para o sacrifício. Mas não que o sacrifício fosse consumado, pois Deus já havia provido um cordeiro para o holocausto (Gn. 22.14). É possível extrair algumas lições espirituais dessa relação entre o pai (Abraão) e o filho (Isaque), “ambos caminharam juntos” (Gn. 22.6), fazia-se necessário que o pai se desprendesse do filho (Gn. 22.16). Esse texto tem relação com Cristo, o filho de Deus, que foi sacrificado pelos nossos pecados. Jesus é o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo. 1.29), Ele levou o fardo do pecado por nós (I Pe. 2.24). No que tange à prova de Isaque, há sempre um depois (Hb. 12.11; I Pe. 5.10), pois dela resulta o amadurecimento. De igual modo, precisamos estar cientes da realidade das aflições na terra, o próprio Jesus advertiu Sua igreja a esse respeito (Jo. 16.33). O sofrimento tem um caráter pedagógico, dependendo da maneira que for abordado, poderá oportunizar amadurecimento espiritual (II Co. 4.17).

3. ISAQUE, UM FILHO PACIFICADOR

Isaque demonstrou ter aprendido com seu pai Abraão a viver em pais, principalmente em relação ao episódio da contenda entre os pastores desse patriarca e os de Ló (Gn. 13.5-18). O filho de Abraão foi um homem esforçado nos trabalhos, mas isso incomodou os filisteus, que o perseguiam (Gn. 25.15,16). Quando mais era perseguido pelos invejosos, mais se dedicava a fazer aquilo que Deus havia projetado para sua vida. Às vezes, fugiu para outras localidades, direcionadas por Deus, para evitar conflitos (Gn. 26.17). Abrir poços era uma necessidade para aquele patriarca, considerando que a seca era uma realidade. Seus inimigos sabotaram os poços que ele mesmo cavou, a fim de preservar sua família e rebanho. Mas ele continuou abrindo novos poços, alargando o projeto de Deus para ele (Gn. 26.22-29). Aprendemos, com o caráter de Isaque, a desenvolver o fruto do Espírito, especialmente a virtude da pacificação. Eirene, em Gl. 5.22, é uma paz que se produz com Deus, através do Espírito Santo. Essa paz não é compreendida pelo mundo, pois as pessoas esperam o enfrentamento, principalmente diante das perdas materiais. Com Cristo aprendemos que a paz não depende das circunstâncias, antes está firmada nas promessas de Deus (Jo. 14.27). Devemos, portanto, fazer nosso trabalho, cumprir nossas obrigações, respeitar nossos empregadores, e esperar o resultado do trabalho (Ef. 6.5-8). Faz-se necessário esclarecer, no entanto, que os empregados agem em conformidade com as leis trabalhistas, e essas devem ser respeitadas tanto por empregadores quanto empregados. É nesse contexto que podemos ter a convicção de que se formos trabalhadores fieis, o Senhor, como fez com Isaque, nos dará o suficiente para viver, e com isso devemos ficar contentes (I Tm. 6.6-10).

CONCLUSÃO

A narrativa bíblica sobre a vida de Isaque é relevante não apenas para os judeus. Através desses capítulos de Gênesis, compreendemos os propósitos de Deus para a humanidade. Ele sempre cumpre suas promessas, seus planos jamais serão frustrados. E mais, sabemos que tudo coopera para o bem daqueles que amam a Deus, e que são chamados segundo o Seu desígnio (Rm. 8.28). Faz-se necessário, portanto, crer contra toda descrença (Rm. 4.18-21), e se fundamentar na Palavra de Deus (Hb. 4.12), convictos da sua fidelidade, com esperança na mensagem profética (II Pe. 1.21).
 
Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa
Extraído do Blog subsidioebd

COMENTÁRIO E SUBSÍDIO III

INTRODUÇÃO

O caráter de uma pessoa é demonstrado por suas atitudes, testemunho e práticas. Isaque é um personagem da Bíblia que tem grande significado para a história do povo de Israel. Seu nome foi dado por Deus mesmo antes do seu nascimento conforme Gênesis 17.19. O significado de seu nome é interessante: quer dizer "aquele que ri" ou "ele ri", em alusão à reação de seu pai e de sua mãe, quando o anjo anunciou seu nascimento, sendo seus pais de idade avançadíssima. [Comentário: Deus havia feito uma promessa de conceder um filho a Abraão, como sabemos, houve descrença demonstrado no fato de rirem-se, porque os dois estavam muito velhos para ter filhos. Quando Abraão tinha 100 anos de idade e Sara tinha 90, Isaque nasceu (Gn 21.1-3). Isaque significa ele riu, em alusão aos risos de incredulidade de Abraão (Gn 17.17), de Sara (Gn 18.12-15), e de alegria pelo nascimento do filho (Gn 21.5-7), o filho da promessa, finalmente nasceu no lar do centenário Abraão “…E disse Sara: Deus me tem feito riso; e todo aquele que o ouvir se rirá comigo.” (Gn 21.6). Como diz o intróito desta lição, “o caráter de uma pessoa é demonstrado por suas atitudes, testemunho e práticas”, a personagem que estudaremos demonstrou fraquezas algumas vezes, como no episódio quando foi viver entre os filisteus e, temendo ser morto por causa de sua bela esposa, mentiu e disse que era sua irmã, sendo repreendido pelo rei dos filisteus por seu engano (Gn 26.9-10). Mas podemos observar nele um caráter manso, pacificador e humilde como nos casos em que desenterrou e cavou mais poços até Berseba, onde fez um pacto com Abimeleque, assim como nos dias de seu pai. Uma nota interessante sobre este patriarca é que ele foi o único patriarca cujo nome não foi mudado e também o único que não deixou Canaã. Comparado com Abraão e Jacó, a história de Isaac relata poucos incidentes em sua vida. Morreu quando tinha 180 anos, tornando-se o patriarca de vida mais longa. No caminho para Moriá, o filho da promessa, agiu em obediência ao seu pai em se tornar o sacrifício (v.9); Jesus orou: “Pai meu, se este cálice não pode passar de mim sem eu o beber, faça-se a tua vontade” (Mt 26.37) – Isaque é “padrão”, “ilustração”, “exemplo” ou “tipo”. de Cristo – o padrão do sacrifício de Isaque por Abraão prefigura muitos eventos que espelham a morte e a ressurreição de Jesus. Que belo exemplo de caráter!] Dito isto, vamos pensar maduramente a fé cristã?

I. ISAQUE, O FILHO DA PROMESSA
                                
1. Promessa de Deus a Abrão. Para entender o caráter de Isaque, é importante conhecer a história que moldou sua personalidade e forjou o seu caráter. A história de Isaque ocupa nada menos que nove capítulos do livro de Gênesis. Filho de Abraão e Sara, pela lógica humana seu nascimento seria absolutamente impossível. O "filho da promessa" teria nascido "fora de tempo", na concepção dos homens. Quando Deus chamou Abrão para sair de sua terra e ir para uma terra estranha, fez-lhe promessas gloriosas. Uma delas era que ele seria "uma grande nação", quando ele tinha 75 anos (Gn 12.2). Abraão já era idoso, e sua esposa estéril. Parecia impossível o casal ter um filho. Quanto mais serem pais de uma grande nação. [Comentário: Embora Abraão tenha tido um filho com a serva Agar (Ismael), encontramos em Gn 22.15-16 uma alusão a um único filho, assim como, também, o autor do livro de Hebreus se refere a Isaque como o filho unigênito, que significa único filho gerado por seus pais (Hb 11.17). É interessante notar, ainda, que a vida de Isaque se situa no meio da história de dois patriarcas mais famosos: Abraão tem 287 referências na Bíblia, Jacó tem 365 e Isaque tem 131. Embora não tenha sido tão proeminente quanto seu pai e seu filho na narrativa de Gênesis, Isaque foi fundamental no desenvolvimento da nação de Israel e no cumprimento da aliança de Deus com Abraão e seus descendentes. É através desse patriarca que se desenha o plano redentor do Senhor: Isaque foi oferecido como sacrifício voluntário; é um tipo de Cristo em sua morte: ele carregou em sues ombros a lenha para o holocausto até o Monte Moriá; Cristo carregou a sua cruz ao Calvário, local próximo a Moriá. Orígenes comentou que levar a lenha para o holocausto era dever do sacerdote. Portanto Isaque foi ao mesmo tempo vítima e sacerdote, prefigurando o trabalho de Cristo na cruz. Isaque mostra que Deus cumpre as promessas que faz. http://ibmorumbi.com/descobertas/view.asp?CID=54&ID=754]

2. Seu nascimento, um verdadeiro milagre. Ao ouvir que Sara seria "mãe de nações", Abraão riu considerando coisa impossível para um homem de 100 anos e uma mulher de 90 (Gn 17.17). Percebendo Deus o pensamento de Abraão lhe fez saber que Ele é Fiel (Gn 17.19). Por ter rido, o nome do menino seria Isaque, que significa "riso" ou "aquele que ri". Sua mãe, ao saber que teria um filho aos 90 anos (Gn 18.9,10), também não se conteve e, a exemplo do marido, também se riu no seu interior (Gn 18.12). Abraão aos 100 anos, e Sara com 90, foram pais de um lindo bebé, que causou espanto a todos que souberam daquele milagre. [Comentário: No tempo apontado pelo Senhor, eis que Sara dá à luz o seu unigênito. Na tenda do patriarca, ouve-se agora o choro do filho da promessa, através do qual viriam heróis, reis e o próprio Cristo (Mt 1.1,2). Ao embalar o filhinho, Sara comenta: “Quem diria a Abraão que Sara daria de mamar a filhos, porque lhe dei um filho na sua velhice?” (Gn 21.7). Quando Isaque nasceu, isto foi um grande sinal de Deus para Abraão, pois este filho somente pôde nascer com a intervenção do poder de Deus! Deus disse que daria um filho a Abraão com a sua esposa Sara (Gn 17.15-22), e, quando Isaque nasceu, cumpriu-se a Palavra do Senhor; certamente ele era o filho da promessa.]

SUBSÍDIO TEOLÓGICO
                               
Idade de Noventa e Nove Anos
Abrão agora estava com noventa e nove anos e Sarai já há muito ultrapassara a idade de ter filhos. Mas treze anos após o nascimento de Ismael e vinte e quatro anos depois da promessa original de Deus, o Senhor apareceu a Abrão com uma mensagem e exigência.
(1) Deus se revelou como o "Deus Todo-Poderoso", significando que Ele era onipotente e que nada lhe era impossível. Como Deus Todo-Poderoso, Ele podia cumprir suas promessas, quando na esfera natural tudo dizia ser impossível o seu cumprimento. Então, seria por um milagre que Deus traria ao mundo o filho prometido a Abrão.
(2) Deus ordenou que Abrão andasse diante dEle e que fosse 'perfeito'. Assim como a fé de Abrão foi necessária na efetuação do concerto com Deus, assim também um esforço sincero para agradá-lo era agora necessário, para continuação das bênçãos de Deus, segundo o concerto feito. A fé de Abrão tinha que estar unida à sua obediência (Rm 1.5); senão ele estaria inabilitado para participar dos propósitos eternos de Deus. Noutras palavras, as promessas e os milagres de Deus serão realizados o seu povo busca viver de maneira irrepreensível, tendo o seu coração voltado para Ele" (Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p. 56).

II. UM HOMEM ABENÇOADO POR DEUS

1. A prosperidade espiritual. Depois da morte de seu pai, já casado com Rebeca, e pai de Esaú e Jacó (Gn 25.19-23), Isaque foi buscar abrigo em Gerar, na terra dos filisteus, para escapar da fome que ocorreu onde morava. Ali, Deus lhe falou que não descesse ao Egito."[...] em tua semente serão benditas todas as nações da terra, porquanto Abraão obedeceu ã minha voz e guardou o meu mandado, os meus preceitos, os meus estatutos e as minhas leis. Assim, habitou Isaque em Gerar" (Gn 26.4-6). [Comentário: As Bênçãos de Deus são tão evidentes sobre Isaque, o sucessor escolhido para as promessas de Deus, como fora sobre seu pai Abraão (Gn 21.22), assim, tornou-se muito rico (poderoso): “Isaque semeou naquela terra, e no mesmo ano colheu o cêntuplo; e o Senhor o abençoou. E engrandeceu-se o homem; e foi-se enriquecendo até que se tornou mui poderoso; e tinha possessões de rebanhos e de gado, e muita gente de serviço; de modo que os filisteus o invejavam” (Gn 26.12-14). Ao fixar-se naquela terra e por ser um homem abençoado por Deus, agraciado com muitos animais e com muita gente de serviço, Isaque despertou grande inveja nos filisteus, que se voltariam contra ele em forma de retaliação. Seus inimigos começaram a entulhar os poços de água, anteriormente construídos pelo seu pai Abraão. Diante daquela situação conflituosa, o Rei dos filisteus, Abimeleque, pediu que Isaque saísse do meio deles, pois achava que o centro da contenda fosse Isaque e sua gente. Que lição maravilhosa para nós. Não o fato de ter enriquecido, mas o fato de ser, Isaque, um pacificador! Mateus 5.9: “Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus”. Estamos diante de uma qualidade imprescindível para aquele que quer fazer parte do reino. O integrante do reino deve ser um “pacificador”. Esta palavra vem do grego “eirhnopoiov” – eirenopoios (esta palavra é uma derivação de “eirhnh” (eirene) – “paz“) e tem como significado “promotor da paz“. Não significa somente fugir de discórdias e contendas, mas também detectar o foco delas e jogar água, pacificando irmãos em disputas, criando um clima de amizade e união no meio do povo de Deus. É verdade que há situações onde a pacificação não depende somente de nós. Podemos ser “agraciados” com um inimigo gratuito, que nos odeia sem causa! Porém, o apóstolo Paulo é claro: “… se depender de vós, tende paz…” (Rm 12.18). Observe que Paulo não fala somente da paz entre os irmãos, mas também da paz com “todos os homens“, ou seja, estão envolvidos também aqui, aqueles que não são convertidos, no meio dos quais precisamos ser promotores da paz. O escritor aos Hebreus assevera que a paz deve ser “perseguida” a qualquer custo (Hb 12.14). O verbo “seguir” é o termo grego “diwkw” – dioko, que quer dizer “correr rapidamente para pegar uma pessoa ou coisa”, “buscar avidamente”. Devemos buscar a paz a qualquer custo! Procurar avidamente por ela! Note que a palavra paz é colocada junto com a palavra santificação, onde o autor nos diz que “… sem a santificação ninguém verá o Senhor”. Não é isso sugestivo a nós? Sejamos pacificadores, promotores de paz não somente na igreja, mas também no meio em que vivemos! http://auxilioebd.blogspot.com.br/2015/12/licao-12-isaque-o-sorriso-de-uma_14.html]

2. A bênção divina é passada de pai para filho. A bênção de Abraão foi transferida para Isaque, não pela hereditariedade em si, mas pela sua fidelidade a Deus. Seu caráter, demonstrado em sua conduta, agradou a Deus. E ele prosperou espiritualmente. [Comentário: A Abraão, Deus prometeu: "abençoarei os que te abençoarem (te desejarem o bem) e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem (te desejarem o mal). Desde a sua experiência no Moriá, Isaque fez-se ousadíssimo na fé. As bênçãos sobre a sua vida multiplicaram-se de tal forma, que ele já era visto pelos reis de Canaã como um príncipe de Deus. A primogenitura era ritual e estatuto em Israel, o filho mais velho recebia herança em dobro dos bens de seu pai, além de ser o herdeiro do título do pai e, o mais importante, o sucessor do pai no sacerdócio familiar. Isto incluiu a herança da terra, assim como a autoridade para seguir com as bênçãos Divinas. O primogênito dos rebanhos e de famílias humanas era considerado como pertencendo ao Senhor, e esperado que lhe fosse dedicado http://auxilioebd.blogspot.com.br/2015/12/licao-12-isaque-o-sorriso-de-uma_14.htm. Isaque foi o filho bendito de Abraão. Deus era com ele e o abençoou sobremaneira.]

3. A prosperidade material. "E semeou Isaque naquela mesma terra e colheu, naquele mesmo ano, cem medidas, porque o SENHOR o abençoava" (Gn 26.12). Este é o segredo da vida de Isaque. Ele era abençoado por Deus. Deus dá bênçãos espirituais e também materiais, quando o homem obedece à sua voz. A produção dos seus campos lhe deu cem por cento de colheita (Gn 26.12). É preciso entender que a prosperidade material não é o objetivo da vida cristã, como propalam os adeptos da falsa "teologia da prosperidade". Mas Deus promete abrir "as janelas do céu" e derramar grande abundância; repreender "o devorador" e fazer as nações perceberem que seu povo é bem-aventurado, para quem é fiel nos dízimos e nas ofertas (Ml 3.10-12).[Comentário: Deus procurou estabelecer o concerto abraâmico com cada geração seguinte, a partir de Isaque, filho de Abraão' (Gn 17.21). Noutras palavras, não bastava que Isaque tivesse por pai a Abraão; ele, também, precisava aceitar pela fé as promessas de Deus. Somente então é que Deus diria: 'Eu sou contigo, e abençoar-te-ei, e multiplicarei a tua semente' (Gn 26.24). Durante os vinte primeiros anos do seu casamento, Isaque e Rebeca não tiveram filhos. Rebeca permaneceu estéril até que Isaque orou ao Senhor, pedindo que sua esposa concebesse. Esse fato demonstra que o cumprimento do concerto não se dá por meios naturais, mas somente pela ação graciosa de Deus, em resposta à oração e busca da sua face. Isaque tinha de ser obediente para continuar a receber as bênçãos do concerto. Quando uma fome assolou a terra de Canaã, por exemplo, Deus proibiu Isaque de descer ao Egito, e o mandou ficar onde estava. Se obedecesse a Deus, teria a promessa divina: ‘[...] confirmarei o juramento que tenho jurado a Abraão, teu pai' (Gn 26.3)" (Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1995, p.73). "Deus manteve sua promessa de abençoar Isaque. Os vizinhos filisteus ficaram enciumados porque tudo que Isaque fazia parecia dar certo, e assim tentaram livrar-se dele. A inveja é uma força divisória, potente o suficiente para despedaçar a mais poderosa nação ou os amigos mais íntimos. A desolada área de Gerar estava localizada na extremidade de um deserto. A água era tão preciosa quanto o ouro. Se alguém cavasse um poço, estava reivindicando aquela terra. Alguns poços possuíam trancas para que os ladrões não roubassem água. Encher o poço de água com sujeira era um ato de guerra, e também considerado um dos crimes mais sérios que poderiam existir. Isaque tinha razão em revidar quando os filisteus arruinaram seus poços, mas ele escolheu manter a paz. Ao final, os filisteus o respeitaram por sua paciência" (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, p. 26).]

SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO

"Em uma família de poderosos empreendedores, Isaque era do tipo quieto, que cuida apenas de sua vida, até que foi especificamente chamado para agir. Ele foi o filho único e protegido, desde o momento em que Sara se livrou de Ismael, e até que Abraão arranjou seu casamento com Rebeca. Em sua própria família, Isaque tinha a posição patriarcal, mas Rebeca tinha o poder. E em vez de defender suas convicções, Isaque achou mais fácil fazer concessões ou mentir, para evitar confrontos. Apesar desses defeitos, Isaque fazia parte do plano de Deus" (Bíblia de Estudo Cronológica Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, p. 44).

III. LIÇÕES DO CARÁTER DE ISAQUE

1. Um homem esforçado e trabalhador. A prosperidade que Deus concedeu a Isaque chamou a atenção dos filisteus. A bênção de Deus era tão grande que incomodava os filisteus (Gn 26.15,16). Há pessoas a quem Deus abençoa e os adversários ficam com inveja, desejando o mal aos servos de Deus. Mas a maldição não alcança os que são fiéis a Deus. Balaão foi convocado para amaldiçoar os filhos de Israel. Mas não conseguiu. "Como amaldiçoarei o que Deus não amaldiçoa?" (Nm 23.8). Deus converteu a maldição em bênção (Ne 13.2 b; Pv 10.22). [Comentário: Em toda a história de Isaque vemos Deus agindo com providência. Desde a sua infância até a sua velhice. Deus abençoou a sua lavoura e seu gado, a ponto de despertar a inveja dos filisteus (Gn 26.12,14), contudo, esta bênção veio através da obediência deste patriarca e de seu esforço caracterizado por cavar e desentulhar poços. Obedeceu à voz do Senhor e permaneceu em Gerar, onde o Senhor falou que mesmo na terra seca lhe abençoaria grandemente (Gn 26.3-6). Ali em Gerar, Deus começou a prosperar tudo o que Isaque punha sobre as suas mãos (Gn 26.12-14). Devido as afrontas dos filisteus, Isaque mudava-se para outro lugar e Deus providenciava águas (Gn 26.22-25). A atitude pacífica de Isaque e a consequente prosperidade, levou Abimeleque que o havia expulsado, querer fazer aliança, reconhecendo que algo sobrenatural estava sobre o patriarca. Parecia que as águas corriam para onde Isaque ia (Gn 26.26-33).]

2. O caráter pacífico de Isaque. Ao sofrer terrível oposição dos invejosos e ser aconselhado a sair do lugar onde prosperara, Isaque não fez questão alguma. Foi habitar "no vale de Ge­rar" (Gn 26.17). Honrando o nome e a memória do seu pai, Isaque reabriu os poços que seu pai abrira e foram tapados pelos filisteus, e chamou os poços com os mesmos nomes dados por Abraão (Gn 26.18). Os pastores de Gerar questionaram os outros poços que Isaque abrira, mas ele não os con¬frontou (Gn 26.19,21). [Comentário: Deus abençoou a sua lavoura e seu gado, a ponto de despertar a inveja dos filisteus no meio dos quais morava (Gn 26.12,14). O próprio rei Abimeleque chegou ao ponto de pedir-lhe: "Aparta-te de nós porque muito mais poderoso te tens feito do que nós" (Gn 26.16). Porém. Isaque era um pacificador, Sem reclamar. sem contender ele foi-se dali e fez seu assento no vale de Gerar e habitou ali (Gn 26.17). Onde há contendas, sempre há prejuízos. Devemos evitar todo o espírito de contenda, quer no lar, na igreja ou mesmo com os do mundo, pois onde há contendas, há operação de demônios. A sua mansidão “é vista em sua submissão sem resistência a seu pai ao tornar-se o sacrifício sobre o altar de Moriá, e em sua recusa a discutir quando os pastores de Gerar reivindicavam os poços. Ele possuía uma natureza afetuosa, profundamente ligado à mãe, chorando por sua morte, e sendo depois confortado em seu amor por Rebeca. Seu espírito mediador pode ter contribuído para seu afeto expansivo. Ele era um homem que vivia em contato com Deus. Embora não tenha as visitações dramáticas que foram concedidas ao seu pai, Abraão, Isaque obedeceu aos mandamentos de Deus. O altar, a tenda e o poço simbolizavam os principais interesses de sua vida” (Dicionário Bíblico Wycliffe. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2006, p.990).]

3. Um caráter resiliente. Após perder a posse de dois poços, Isaque não desistiu. Mais do que resistente, ele foi resiliente. Soube enfrentar as oposições sem se exasperar. Soube praticar a longanimidade (Gl 5.22). Continuou mandando abrir poços: "E partiu dali e cavou outro poço; e não porfiaram sobre ele. Por isso, chamou o seu nome Reobote e disse: Porque agora nos alargou o Senhor, e crescemos nesta terra" (Gn 26.22,23). Era o "poço do alargamento" concedido por Deus. Livre da contenda, Isaque "subiu dali a Berseba," (Gn 26.28,29). Ali, Isaque e Abimeleque, rei de Gerar, fizeram um juramento de que seriam amistosos. Daí, Berseba significar "juramento", ou "poço do juramento. Em meio a essas experiências, "[...] apareceu-lhe o SE­NHOR naquela mesma noite e disse: Eu sou o Deus de Abraão, teu pai. Não temas, porque eu sou contigo, e abençoar-te-ei, e multiplicarei a tua semente por amor de Abraão, meu servo" (Gn 26.24). [Comentário: “Resiliência significa a habilidade de persistir nos momentos difíceis mantendo a esperança e a saúde mental. Pessoas altamente resilientes, tornam-se mais fortes após situações difíceis. Porquê isso acontece?  Porque elas desenvolvem confiança em si mesmas aprendendo novas formas de lidar com os eventos. Em geral, a resiliência depende de algumas condições psicológicas internas e externas. No nível interno, são favorecidas as pessoas otimistas, que assumem a responsabilidade pelas próprias escolhas, que prezam a autonomia, que estabelecem vínculos sociais e familiares positivos e que são flexíveis no que diz respeito à mudança de posicionamentos, sentimentos e pensamentos. Ao nível das condições externas estão as relações positivas, àquelas que promovem suporte afetivo/material, acolhimento e cumplicidade.”https://angelitascardua.wordpress.com/2010/02/04/o-que-e-resiliencia/. Esta resiliência tinha uma fonte externa – as promessas de Deus.]

4. Obediência e submissão. Certamente, esses são os aspectos mais marcantes do caráter de Isaque. Ele soube honrar seu pai e sua mãe, como manda o Senhor (Êx 20.12). A prova mais eloquente desse caráter foi demonstrada, quando Deus falou com Abraão e ordenou que ele oferecesse o seu filho em holocausto (Gn 22.2). Isaque foi amarrado sobre o altar para o sacrifício, e não se rebelou. Mas obedeceu. Submeteu-se à vontade do pai. Deus não permitiu que Abraão o imolasse. E proveu um cordeiro para ser oferecido em seu lugar (Gn 22.11-13). Uma figura de Cristo oferecido em nosso lugar como "o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo" (3o 1.29). Deus aceitou o gesto de Abraão como realizado pela fé (Hb 11.17-19). [Comentário: A obediência, segundo definem os dicionaristas, é o ato de submeter-se à vontade de alguém. Nesta lição, porém, você vai aprender que, em se tratando do crente, a obediência não é tão restrita, como querem os filólogos. Ela está profundamente ligada a fé, através da qual somos introduzidos à presença do Deus invisível, a quem voluntária e conscientemente nos submetemos. Por crermos na sua soberania sobre todas as coisas, nos dispomos a viver em obediência à sua Palavra, à Igreja e àqueles que Ele estabeleceu para ministrar sobre o seu povo. Leia mais:http://www.assembleiadedeusembrejo.com/discipulado/estudo-discipulado-1/li%C3%A7%C3%A3o-7-o-discipulo-e-a-obedi%C3%AAncia. Veja os efeitos da obediência na vida dos que a praticam:
a.Os que obedecem à Deus têm o Espírito Santo: – ‘E nós somos testemunhas acerca destas palavras. Nós e também o Espírito Santo, que Deus deu àqueles que lhe obedecem’ (Atos 5.32).
b.Os que obedecem à Deus são inabaláveis: – ‘Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha’ (Mateus 7.24).
c.Os que obedecem à Deus são conhecidos: – ‘Quanto à vossa obediência é ela conhecida de todos. Comprazo-me pois em vós, e quero que sejais sábios no bem, mas símplices no mal’ (Romanos 16.19).
d.Os que obedecem à Deus glorificam: – ‘Visto como, na prova desta administração, glorificam a Deus pela submissão que confessais quanto ao evangelho de Cristo, e pela liberalidade de vossos dons para com eles, e para com todos’ (2 Coríntios 9.13).
e.Quem obedece à Deus é irrepreensível: – ”De sorte que, meus amados, assim como sempre obedecestes, não só na minha presença, mas muito mais agora na minha ausência, assim também operai a vossa salvação com temor e tremor… para que sejais irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio duma geração corrompida e perversa, entre a qual resplandeceis como astros no mundo’ (Filipenses 2.12-15). Extraído de:http://pibcascavel.org.br/curso-basico-de-discipulado-licao-07-o-discipulo-e-a-obediencia/]

SUBSÍDIO DIDÁTICO

Professor, procure enfatizar as características do caráter de Isaque. Mostre que a sua mansidão "é vista em sua submissão sem resistência a seu pai ao tornar-se o sacrifício sobre o altar de Moriá, e em sua recusa a discutir quando os pastores de Gerar reivindicavam os poços. Ele possuía uma natureza afetuosa, profundamente ligado à mãe, chorando por sua morte, e sendo depois confortado em seu amor por Rebeca. Seu espírito mediador pode ter contribuído para seu afeto expansivo.
Ele era um homem que vivia em contato com Deus. Embora não tenha as visitações dramáticas que foram concedidas a seu pai, Abraão, Isaque obedeceu aos mandamentos de Deus. O altar, a tenda e o poço simbolizavam os principais interesses de sua vida" (Dicionário Bíblico Wycliffe. led. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p. 990).

CONCLUSÃO

A Bíblia nos mostra quão importante foi Isaque para história do povo de Deus. O seu nome se inclui entre os três patriarcas mais citados no Antigo Testamento e também no Novo. O Deus de Israel é o Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó. Que Deus nos abençoe para que nos espelhemos no caráter de Isaque para o fortalecimento da nossa fé no Deus Todo-Poderoso. [Comentário: Pelo que vimos até aqui, podemos destacar algumas características de Isaque, que nos mostram o quanto ele era um homem comum, como nós:
Piedade e paciência – “Certa tarde, saiu ao campo para meditar” (Gn 24:63). Ele estava meditando quando a caravana que trazia Rebeca se aproximou. Sua paciência é indicada pela disposição de esperar 40 longos anos até o tempo de Deus para o seu casamento com Rebeca.
Vida de oração – uma característica que se repete na história dos patriarcas é a dificuldade das esposas engravidarem. Sara, Rebeca e Raquel tiveram que esperar muitos anos para ter filhos. Isaque orou a Deus por sua esposa, e Deus respondeu a sua oração. Esaú e Jacó nasceram depois de uma espera de 20 anos (Gn 25).
Obediência e fé – houve fome na terra (Gn 26) e Isaque deve ter tido a tentação de ir para o Egito a fim de fugir da escassez de alimento como o fez seu pai Abraão (Gn 12:10). Mas Deus lhe apareceu e disse: “Permaneça nesta terra mais um pouco, e eu estarei com você e o abençoarei” (Gn 26:3). Isaque obedeceu e Deus o abençoou de tal maneira que seus vizinhos filisteus tiveram inveja dele. Depois de passar algum tempo em Gerar, Isaque mudou-se para Berseba e novamente Deus lhe apareceu confirmando as promessas feitas (Gn 26:24): “Eu sou o Deus de seu pai Abraão. Não tema, porque estou com você; eu o abençoarei e multiplicarei os seus descendentes por amor ao meu servo Abraão”.
Fraqueza e egoísmo – ele fingiu que Rebeca era sua irmã quando foi morar em Gerar, porque sendo ela muito bonita, ele temeu por sua vida (Gn 26:7). Agindo assim, ele deixou Rebeca completamente desprotegida em relação ao assédio de outros homens. É marcante a semelhança de sua conduta com seu pai Abraão, que agiu duas vezes assim em relação a Sara: no Egito (Gn 12:10-20), e em Gerar (Gn 20:1-18). Novamente, Deus usou o rei filisteu Abimeleque (“pagão de moral elevada”) para repreender Isaque por mentir movido pelo medo (Gn 10:8-11) http://www.ibmorumbi.com/pgs/view_printer.asp?CID=52&ID=755.] “Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar e apresentar-vos irrepreensíveis, com alegria, perante a sua glória. Ao único Deus sábio, Salvador nosso, seja glória e majestade, domínio e poder, agora, e para todo o sempre. Amém”. (Judas 24-25).
Francisco Barbosa

Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br