quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

LIÇÃO 1: AS OBRAS DA CARNE E O FRUTO DO ESPÍRITO



SUBSÍDIO I

A primeira lição tem como tema, “as obras da carne e o fruto do Espírito”. Para sua reflexão e uma maior compreensão do assunto, é importante que você leia todo o capítulo cinco da Epístola aos Gálatas. O conceito-chave deste capítulo é a liberdade. Que tipo de liberdade? Paulo trata a respeito da liberdade cristã (Gl 5.1). Muitos exegetas consideram este primeiro versículo a chave de todo o capítulo. O texto bíblico nos mostra que livres da lei e da escravidão do pecado, mediante o sacrifício de Jesus Cristo, não podemos mais viver segundo as concupiscências da nossa carne (Gl 5.16). Fomos regenerados e transformados; a natureza adâmica não pode mais nos dominar, embora tenhamos que conviver com ela.
No primeiro tópico é importante que você defina bem as duas palavras-chave da lição: carne e Espírito. Carne – “Do hebraico basar; do grego sarx; do latim carnem. Nas Sagradas Escrituras, o termo é usado tanto para descrever a natureza humana, como para qualificar o princípio que está sempre disposto a opor-se ao espírito. Este último sentido foi desenvolvido pelo apóstolo Paulo (Rm 7.7-25). O crente carnal, segundo muito bem explica ele em suas epístolas, é o que dá inteira guarida ao pecado” (ANDRADE, Claudionor de. Dicionário Teológico. 13.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, p.90). Espírito – “Pneuma denota primariamente ‘vento’ (cognato de pneo, ‘respirar, soprar’; também respiração’, então, especialmente ‘espírito’, que, como o vento, é invisível, imaterial e poderoso” (Dicionário Vine. 14.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2011, p.616).
Carne e Espírito são distintos e se opõem. Por isso, podemos afirmar que todo crente vive constantemente uma luta interior. Quem vai vencer essa luta? Aquele que for melhor “alimentado”. Você está alimentando a sua carne ou permitindo que o Espírito Santo o alimente?
Nosso espírito, santificado e transformado pelo Espírito Santo, mediante a nossa fé no Filho de Deus, deseja buscar mais ao Pai e agradá-Lo, nos conduzindo a uma vida de comunhão com Ele. Mas, a nossa carne, ou o “velho homem” que ainda habita em nós, vai nos conduzir para longe de Deus, contribuindo para que venhamos fazer somente aquilo que nos agrada. O que nos apraz, nem sempre está de acordo com a Palavra de Deus ou é a sua vontade para nós. O Senhor não nos obriga a nada, nós é que vamos decidir se queremos viver no Espírito ou segundo a carne. Porém, os que decidem viver segundo a carne jamais vão poder agradar a Deus: “Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus” (Rm 8.8). Vida ou morte, qual escolher? Podemos optar, pois Deus criou seres autônomos e não robôs programados, mas temos que ter consciência de que teremos que viver com as consequências das nossas escolhas. Se escolher o viver na carne teremos a morte (espiritual e física), no entanto, se optarmos pela vida no Espírito vamos experimentar uma vida abundante aqui na Terra e nos céus a eternidade (Rm 8.11; 1 Co 6.14).
É possível viver neste mundo de pecado e se tornar imune a ele? Sim, é possível! Porém, não existe uma “fórmula mágica” capaz de nos livrar do pecado. Existe uma única maneira: ser cheio do Espírito Santo (Ef 5.18). Esse enchimento precisa ser diário, constante, pois somente o Espírito Santo tem condições de controlar a nossa natureza adâmica. Homem ou religião alguma tem esse poder. Se quisermos agradar a Deus e viver de modo que o seu nome seja glorificado em nossas vidas, precisamos nos encher do Espírito Santo.
A Palavra de Deus nos diz que sem santidade ninguém verá ao Senhor. Mas o que é ser santo? Ser santo significa ser separado. Separado do quê? Separado do mal e dedicado a Deus. O fruto do Espírito revela que pertencemos ao Senhor e que vivemos para Ele. Atualmente muitos se dizem cristãos, mas como podemos identificar aqueles que são autênticos, genuínos? Pelos seus frutos, ou seja, suas ações. Antes da nossa conversão e regeneração éramos dominados, escravos do pecado. As obras da carne eram evidentes em nossas vidas. Mas, agora, como novas criaturas, podemos afirmar que o pecado não tem mais poder e domínio sobre nós. Em Jesus somos livres! Então, temos que produzir frutos que vão evidenciar o nosso arrependimento e a nossa nova natureza (Mt 3.8).

Sugestão didática: Para concluir a lição, reproduza o quadro abaixo. Utilize-o para evidenciar os desejos errados da carne e o fruto do Espírito.

CARNE X ESPÍRITO
NOSSOS DESEJOS ERRADOS SÃO:
O FRUTO DO ESPÍRITO É:
Maus
Bom
Destrutivos
Produtivo
Fáceis de despertar
Difícil de despertar
Difíceis de sufocar
Fácil de sufocar
Egocêntricos
Abnegado
Opressivos e possessivos
Libertador e protetor
Decadentes
Exaltador
Pecaminosos
Santos
Mortais
Vida abundante
(Extraído de Bíblia de Estudo Cronológica Aplicação Pessoal.  Rio de Janeiro: CPAD, p. 466).

SUBSÍDIO II

INTRODUÇÃO

Neste trimestre estudaremos a respeito das obras da carne e o fruto do Espírito. Como cristãos, devemos andar no Espírito, e não satisfazer as obras da carne. Na aula de hoje, contextualizaremos essa passagem bíblica, destacando que foi escrita para os crentes da Galácia, a fim de que esses trilhassem o caminho da verdadeira santidade. A princípio, enfatizaremos o objetivo da escrita dessa Epístola por Paulo, em seguida, sua defesa contra as obras da carne, e a favor do fruto do Espírito.

1. AOS CRENTES DA GALÁCIA

A Epístola aos Gálatas foi escrita por Paulo, aproximadamente no ano 49 d.C., em Antioquia, antes do Concílio de Jerusalém, no ano 50. d. C. O objetivo central dessa é refutar os judaizantes, que ensinavam os crentes gentios a obedecerem a lei judaica, a fim de obterem a salvação. O Apóstolo destaca que os crentes foram libertos por Cristo, por isso, deveriam permanecer firmes nessa liberdade, e não deviam se colocar debaixo do jugo da servidão (Gl. 5.1). A controvérsia judaizante precisava ser refutada, considerando que o retorno ao legalismo judaico poderia comprometer os princípios do evangelho. Paulo é enfático, caso os crentes substituíssem o evangelho por normas legalistas, estariam retornando a rudimentos antigos. Por isso chama a atenção deles: “maravilho-me de que tão depressa passásseis daquele que vos chamou à graça de Cristo para outro evangelho” (Gl. 1.6). E acrescenta: “ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema” (Gl. 1.8). Como alternativa a um padrão de vida anomistas (sem considerar normas) ou legalista (com normas humanas), o Apóstolo aponta como alternativa a vida no Espírito. Ele explica: “vós, irmãos, fostes chamados à liberdade. Não useis, então, da liberdade para dar ocasião à carne, mas servi-vos uns aos outros pela caridade” (Gl. 5.13). Isso acontece porque há um antagonismo dentro de cada pessoa, pois “a carne cobiça contra o Espírito, o Espírito contra a carne; e estes opõem-se um ao outro, para que não façais o que quereis” (Gl. 5.17). Segundo Paulo, andar em Espírito, e não cumprir os desejos desenfreados da carne, é a alternativa revolucionária. Isso porque, diz ele, “se sois guiados pelo Espírito, não estais debaixo da lei” (Gl. 5.18).

2. CONTRA AS OBRAS DA CARNE

Antes de destacar as obras da carne, faz-se necessário explicitar biblicamente, com base no texto original em grego, o significado do termo “carne”. A palavra sarx é utilizada com bastante diversidade no Novo Testamento, pode significar, por exemplo, a parte material, que envolve ossos e carne, como a expressão “espinho na carne”, em II Co. 12.7. Nesse sentido, está relacionada ao corpo de alguém, em Ef. 5.29, Paulo diz que o esposo deve cuidar da esposa, como da sua própria carne. Nesse contexto, o sentido do termo não é negativo, considerando que o próprio Deus se fez carne (Jo. 1.14). Mas é preciso considerar que existe um uso negativo dessa palavra no Novo Testamento. Na teologia paulina, a sarx pode também se referir à natureza humana caída, que se pauta pelos interesses deste mundo (I Co. 1.26), por isso há uma oposição direta entre a vida no Espírito, e aquela fundamentada na carne (Rm. 8.4). As obras da carne são elecandas por Paulo em Gl. 5.17, pois essa se opõe ao que é espiritual, tornando seus adeptos escravos do pecado. Jesus destacou que aqueles que pecam se tornam servos do pecado (Jo. 8.34). Por isso, se o Filho, que é o próprio Cristo, nos libertar, verdadeiramente seremos livres (Jo. 8.36). E essa liberdade acontece por meio de uma vida comandada pelo Espírito, não se trata de mera religiosidade. Conta-se a história de uma senhora que tinha um cãozinho, que costumava morder a vizinhança. Deram-lhe a ideia de fazer uma focinheira, para que o animal não mais causasse problemas. De fato, ele deixou de correr morder os vizinhos, mas não perdeu o hábito de correr atrás. Assim acontece com aqueles que andam na carne, cada vez mais se tornam dependentes dos seus desejos desenfreados. A religiosidade humana é incapaz de fazê-lo, a mudança de comportamento se dá através da produção do fruto do Espírito.


3. A FAVOR DO FRUTO DO ESPÍRITO

A palavra espírito – pneuma em grego – também apresenta vários significados, dependendo do contexto. Pode significar vento, sopro, bem como espírito e Espírito, podendo se referir a um fenômeno da natureza, ao espírito que está no homem, criado por Deus, ou ao próprio Espírito Santo, que é Deus. Em Gl. 5.22 Paulo introduz o fruto do Espírito – ho de karpos tou pneumatos - não é no plural, como se costuma afirmar equivocadamente: “os frutos do espírito”. Trata-se de um fruto, e dos seus vários gomos, ou para ser mais específico, suas várias virtudes. As obras da carne são: adultério (moikeia), fornicação (porneia), impureza (akatarsia), lascívia (aselgeia), idolatria (eidolatreia), feitiçaria (farmakeia), hostilidade (okthra), contenda (eris), ciúme (zelos), ira (thumos), intriga (eritheia), desunião (dikostasia), sectarismo (haireses), inveja (phthonos), homicídios (phonos), intoxicação (methe), orgias (komos), e “coisas semelhantes a essas” (Gl. 5.21). Mas o fruto do Espírito é: amor-sacrificial (ágape), alegria divina (chara), paz interior (eirene), paciência nas tribulações (makrothumia), gentileza (chrestotes), bondade (agathosine), fidelidade (pistis), humildade (praotes), autocontrole (agkrateia), “contra essas coisas não há lei” (Gl. 5.23). Quando o Espírito produz em nós o Seu fruto, somos conduzidos à santidade, sem que isso se torne um fardo. Certo jovem questionou seu pastor que estava lutando contra forças antagônicas dentro dele mesmo. E estava com receio de que viesse a perder essa luta, e gostaria de saber o que fazer. De pronto, o orientou para que alimentasse o espírito, pois na luta entre esse e a carne, venceria aquele que estivesse mais preparado. Andar no Espírito é uma disposição espiritual, diz respeito à condição de se colocar debaixo da direção de Deus.

CONCLUSÃO

Aqueles que estão na carne, destaca Paulo na Epístola aos Romanos, não podem agradar a Deus (Rm. 8.7,8). Portanto, como seguidores de Cristo, somos chamados a desenvolver o caráter dEle, e isso somente é possível quando deixamos que o Espírito Santo produza Seu fruto em nós. Essa tarefa é continua, e não acontece repentinamente, tem a ver com disciplina espiritual – piedade (eusebeia) – investimento em um relacionamento duradouro com Deus, através da oração e meditação na Sua Palavra.

Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa
Extraído do Blog subsidioebd

COMENTÁRIO E SUBSÍDIO III

INTRODUÇÃO

Neste trimestre, estudaremos a respeito das obras da carne e o fruto do Espírito. Na Epístola aos Gálatas, o apóstolo Paulo, de maneira brilhante e contundente, trata do assunto, mostrando o embate existente entre a carne e o Espírito. Ele faz uma exposição da luta que se inicia, internamente, quando aceitamos Jesus como Salvador e procuramos viver segundo a sua vontade. Como poderemos vencer esse embate entre a carne e o Espírito? Veremos que não é possível vencer a natureza carnal mediante o autoflagelo. Para vencermos as obras da carne, precisamos, em primeiro lugar, deixar-nos dominar pelo Espírito Santo de Deus. É preciso ser cheio do Espírito Santo diariamente (Ef 5.18). Se o crente tiver uma vida controlada pelo Consolador, terá plena condição de resistir à sua natureza pecaminosa. Se permitirmos que o Espírito nos domine e nos guie vamos então produzir o fruto que nos leva a agir como discípulos de Cristo (Gl 5.16). [Comentário: Iniciamos 2017 com um excelente tema para estudarmos e aplicarmos em nossa vida: “As Obras da Carne e o Fruto do Espírito - Como o crente pode vencer a verdadeira batalha espiritual travada diariamente”. Santificação será o tema! É urgente, imperativo, intransferível, impostergável. Começando por Gálatas 5, onde encontramos o mais nítido contraste entre o modo de vida do crente cheio do Espírito e aquele controlado pela natureza humana pecaminosa (Gl 5.16-26). Paulo não somente examina a diferença geral do modo de vida desses dois tipos de crentes, ao enfatizar que o Espírito e a carne estão em conflito entre si, mas também inclui uma lista específica tanto das obras da carne, como do fruto do Espírito. Em contraste com as obras da carne, temos o modo de viver íntegro e honesto que a Bíblia chama “o fruto do Espírito”. Esta maneira de viver se realiza no crente à medida que ele permite que o Espírito dirija e influencie sua vida de tal maneira que ele (o crente) subjugue o poder do pecado, especialmente as obras da carne, e ande em comunhão com Deus (Rm 8.5-14; 8.14; 2Co 6.6; Ef 4.2,3; 5.9; Cl 3.12-15; 2Pe 1.4-9). O Espírito e a carne humana são duas forças conflitantes, são dois reinos opostos. E o crente se vê dividido entre essas duas tendências, visto que possui em si mesmo, as duas naturezas que correspondem a essa luta, ou seja o "velho homem" e o "novo homem". Os rabinos judeus pensavam que Deus teria dado a Adão dois desejos em conflito, requerendo dele que se apegasse a um e rejeitasse o outro. O trecho de Rm 7:15,25 descreve a agonia da luta entre esses dois elementos no homem crente. São opostos entre si - A dualidade do bem e do mal, nas regiões celestiais, no mundo, nas dimensões espirituais e até mesmo em cada ser humano é uma grande realidade. Para obtermos a vitória devemos estar em contato com o Espírito do Deus vivo, sendo esse o único meio de obter a santidade nessa luta. E devemos ainda lançar mão de vários outros meios como o: "Estudo das Escrituras, a oração e a meditação, mas tais coisas desacompanhadas do poder pessoal do Espírito Santo, nunca conseguirão propiciar-nos a vitória sobre o pecado".] Dito isto, vamos pensar maduramente a fé cristã?

I. ANDAR NA CARNE X ANDAR NO ESPÍRITO

1. O que é a carne? Dentro do contexto neotestamentário, o vocábulo carne é sarx. Essa palavra é utilizada para designar a natureza adâmica que domina o velho homem e o leva a praticar as obras da carne relacionadas em Gálatas 5.19-21. Edward Robinson, no seu dicionário de grego do Novo Testamento, utiliza a palavra sarx para descrever a natureza exterior que difere do homem interior (Lc 24.39). A palavra carne, no aspecto teológico, denota a fragilidade humana e a sua tendência ao pecado. Ela é a sede dos apetites carnais (Mt 26.41). O homem somente poderá viver em novidade de vida e no poder do Espírito Santo se, pela fé, receber Jesus Cristo como Salvador. [Comentário:Como bem explicado pelo comentarista, a palavra grega para "carne" no Novo Testamento é sarx, um termo que pode muitas vezes nas Escrituras referir-se ao corpo físico. No entanto, A Greek-English Lexicon of the New Testament and Other Early Christian Literature (léxico grego-inglês) descreve a palavra desta forma: "o corpo físico que funciona como uma entidade; no pensamento de Paulo especialmente, todas as partes do corpo constituem uma totalidade conhecida como carne, a qual é dominada pelo pecado a tal ponto que onde quer que a carne esteja, todas as formas de pecado estão igualmente presentes e nenhuma coisa boa pode viver." Assim, sarx é a natureza pecaminosa com seus desejos corruptos, e que continua no cristão mesmo após sua conversão, sendo o nosso mais vigoroso inimigo (Rm 8.6-8, 13; Gl 5.17, 21). O alerta paulino é que “aqueles que praticam as obras da carne não poderão herdar o reino de Deus” (Gl 5.21). Por isso, essa natureza decaída precisa ser resistida e mortificada e isso resulta num conflito interno que Paulo denomina “guerra espiritual”; esta batalha só é vencida pelo poder do Espírito Santo (Rm 8.4-14). O site ‘Got Questions?org’ trás um artigo interessante sobre este assunto: “A visão bíblica da natureza humana difere da filosofia grega em que a Escritura diz que a natureza física e espiritual da humanidade era originalmente boa. Por outro lado, filósofos como Platão viram um dualismo ou dicotomia na humanidade. Tal pensamento eventualmente produziu uma teoria de que o corpo (o físico) era ruim, mas o espírito de uma pessoa era bom. Este ensinamento influenciou grupos como os gnósticos, os quais acreditavam que o mundo físico foi erroneamente criado por um semi-deus chamado de "Demiurgo". Os gnósticos se opuseram à doutrina da encarnação de Cristo porque acreditavam que Deus nunca tomaria uma forma física, já que o corpo era mal. O apóstolo João encontrou uma forma de este ensino em seus dias e advertiu contra ele: "Amados, não creiais a todo espírito, mas provai se os espíritos vêm de Deus; porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo. Nisto conheceis o Espírito de Deus: todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus; e todo espírito que não confessa a Jesus não é de Deus; mas é o espírito do anticristo, a respeito do qual tendes ouvido que havia de vir; e agora já está no mundo" (1 João 4:1-3). Além disso, os gnósticos ensinavam que não importava o que uma pessoa fazia em seu corpo, uma vez que o espírito era tudo que importava. Este dualismo platônico teve o mesmo efeito no século primeiro como tem hoje - leva ao ascetismo ou à licenciosidade, ambos os quais a Bíblia condena (Colossenses 2:23; Judas 4). Assim, ao contrário do pensamento grego, a Bíblia diz que a natureza da humanidade, tanto no plano físico quanto no espiritual, era boa, mas ambos foram prejudicados pelo pecado. O resultado final do pecado é uma natureza muitas vezes mencionada como a "carne" na Escritura - algo que se opõe a Deus e busca a satisfação pecaminosa. O pastor Mark Bubek define a carne desta forma: "A carne é uma lei embutida para o fracasso, o que torna impossível que o homem natural agrade ou sirva a Deus. É uma força interior compulsiva herdada da queda do homem, a qual se expressa em rebelião geral e específica contra Deus e Sua justiça. A carne nunca pode ser reformada ou melhorada. A única esperança para escapar da lei da carne é a sua execução total e substituição por uma nova vida no Senhor Jesus Cristo.” Acesse o artigo completo clicando no link: https://www.gotquestions.org/Portugues/a-carne.html.]
2. O que é o espírito? A palavra espírito no grego é pneuma. Esse termo significa sopro, vento, respiração e princípio da vida. Esse vocábulo também descreve o espírito que habita no homem o qual foi soprado por Deus (Gn 2.7). Logo, percebemos que esta palavra tem diferentes significados, e segundo o pastor Claudionor de Andrade, o seu significado teológico vai muito além: “Espírito é a parte imaterial que Deus insuflou no ser humano, transmitindo-lhe a vida”. Essa palavra também é aplicada, no Evangelho de João, em referência a Deus (Jo 4.24). A Terceira Pessoa da Santíssima Trindade é identificada no Novo Testamento como o Espírito Santo (Lc 4.1; Hb 3.7), e, uma vez mais é importante frisar que o Espírito Santo é uma pessoa. [Comentário: As palavras espírito e sopro são traduções da palavra hebraica neshamah e da palavra grega pneuma. As palavras significam "forte rajada de vento ou inspiração".Neshamah é a fonte da vida que vitaliza a humanidade (Jó 33.4). É o intangível, invisível espírito humano que governa a existência mental e emocional do homem. O apóstolo Paulo disse: "Pois, qual dos homens entende as coisas do homem, senão o espírito do homem que nele está? assim também as coisas de Deus, ninguém as compreendeu, senão o Espírito de Deus" (1Co 2.11). Com a morte, o "espírito volta a Deus que o deu" (Ec 12.7; ver também Jó 34.14-15 e Sl 104.29-30). Em Gl 5.17 o Espírito se refere a terceira pessoa da Trindade, o agente responsável em conduzir o crente a fazer a vontade de Deus. Dessa forma, é possível entender porque há uma guerra irreconciliável instalada na mente do cristão. Seguir a orientação do Espírito é obter um duplo livramento: por um lado, o livramento dos maus apetites e das paixões da carne; e por outro lado, o livramento do domínio exercido pela lei. É fácil determinar qual dessas duas coisas - a carne ou o espírito - está exercendo domínio em alguém.]
3. Andar na carne x andar no Espírito. Paulo adverte os crentes mostrando que os que vivem segundo a carne, ou seja, uma vida dominada pelo pecado, jamais agradarão a Deus: “Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus” (Rm 8.8). O viver na carne opera morte (espiritual e física), mas o viver no Espírito conduz o crente à felicidade, à vida eterna (Rm 8.11; 1Co 6.14). Paulo foi enfático ao afirmar: “Andai em Espírito” (Gl 5.16). O Espírito Santo nos ajuda a viver em santidade e de maneira que o nome do Senhor seja exaltado. Sem Ele não poderíamos agradar a Deus. Quem pode nos ajudar e nos conduzir de modo a agradar a Deus? Somente o Espírito Santo. O doutor Stanley Horton diz que andar no Espírito e ser guiado por Ele significa obter vitória sobre os desejos e os impulsos carnais. Significa desenvolver o fruto do Espírito, o melhor antídoto às concupiscências carnais. Jamais tente viver a vida cristã pelos seus próprios esforços, tomando atalhos, buscando desvios, mas renda-se constantemente ao Espírito Santo, pois Ele lhe ensinará a maneira certa de viver a vida cristã. Quando o Espírito Santo tem o controle do nosso espírito, Ele faz com que o nosso homem interior tenha forças e condições para opor-se às obras da carne. Andar na carne, ou seja, ser dominado pela velha natureza adâmica, leva a pessoa a portar-se de modo pecaminoso. Infelizmente, muitos crentes, como os de Corinto, estão se deixando dominar pelas obras da carne (1Co 3.3). [Comentário: Em Gl 5.17 ‘Milita contra...’ é melhor traduzido  como ‘deseja contra’. Trata-se da mesma palavra, que em forma verbal, é empregada no versículo anterior, para indicar as "concupiscências" da carne. O Espírito e a carne humana são duas forças conflitantes, são dois reinos opostos. E o crente se vê dividido entre essas duas tendências, visto que possui em si mesmo, as duas naturezas que correspondem a essa luta, ou seja o "velho homem" e o "novo homem". Esta agonia habita cada crente - a luta da carne contra o Espírito. As obras da carne estão classificadas em pecados de ordem moral, religiosa e social. Em contrapartida, quando o Espírito Santo habita na vida do crente, este não se encontra mais sob o jugo dá carne, seus desejos e obras pecaminosas, mas está livre para produzir o fruto do Espírito, o qual não é resultante de uma imposição religiosa ou de qualquer sistema religioso legalista. Viver no Espírito é subjugar a carne e isso gera o conflito interno, a luta da carne contra o espírito. O estudo de hoje é uma análise dessa batalha espiritual de cada cristão. O andar, por ser uma ação contínua, requer uma atenção contínua, conflito espiritual e uma busca contínua (Mc 7.5; Jo 8.12; At 22.21; Rm 6.4; Rm 8.4; 1Co 3.3; Fp 3.18, Rm 13.13). .]

SUBSÍDIO TEOLÓGICO

Professor, elabore um cartaz de acordo com o quadro abaixo. Utilize-o para fazer um contraponto Espírito x Natureza pecadora.
“Ao descrever este conjunto de opostos, Paulo nos lembra de verdades vitais e maravilhosas. O que não conseguimos fazer, Deus consegue e fará, tanto em nós quanto para nós. Nunca nos tornaremos as pessoas verdadeiramente boas que desejamos ser, tentando obedecer à Lei de Deus. Mas, nos tornaremos gradativamente mais justos à medida que confiarmos no Espírito de Deus para nos orientar e capacitar” (RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2012, p.414). 

II. OBRAS DA CARNE, UM CONVITE AO PECADO

1. A cobiça. Quem anda no Espírito resiste às obras da carne, pois somente cheios dEle teremos condições de viver de modo a exaltar e a glorificar o nome do Senhor. Quem de fato deve controlar a vida do crente é o Espírito Santo. Homem algum tem o poder de controlar ou transformar a natureza de outra pessoa, somente Deus tem esse poder. A natureza pecaminosa nos incentiva a viver em concupiscência, luxúria, desejos descontrolados e paixões impuras (2Pe 2.10). A Bíblia nos ensina que a concupiscência da carne não procede de Deus (1Jo 2.16). Eva cobiçou o fruto da árvore que Deus havia ordenado que não comesse. Seu desejo trouxe terríveis consequências para sua vida e para a humanidade (Gn 3.6). A cobiça de Acã o levou à morte (Js 7.21). Portanto, não permita que o desejo da carne, da velha natureza, domine você. Atente para o que Paulo ensinou às igrejas da Gálacia a respeito da cobiça da carne contra o Espírito (Gl 5.17). [Comentário: No texto de Gl 5.16 e 17, com o termo "carne" Paulo quer dizer o que somos por natureza e hereditariedade, nossa condição caída, o que a Bíblia na Linguagem de Hoje chama de "os desejos da natureza humana". Com "Espírito" ele refere-se ao próprio Espírito Santo, que nos renova e regenera, primeiro dando-nos uma nova natureza e, então, permanecendo em nós. Mais simplesmente, poderíamos dizer que "a carne" representa o que somos por nascimento natural, e "o Espírito" o que nos tornamos pelo novo nascimento, o nascimento do Espírito. E estes dois, a carne e o Espírito, vivem em ferrenha oposição. Paulo não deixa dúvida em seu comentário final, no versículo 21: "...a respeito das quais eu vos declaro, como já, outrora, vos preveni, que não herdarão o reino de Deus os que tais cousas praticam". Há uma ligação inegável entre nossa conduta e nossa salvação eterna. A pessoa que não permite ao Espírito mudar totalmente sua vida e remover tal carnalidade não receberá o prêmio de um lar eterno com Deus. Devemos ser transformados de dentro para fora (Rm 12.1-2).]
2. A oposição da carne. O seu espírito deseja orar, jejuar e buscar a Deus, mas a sua carne vai preferir ver televisão, comer bem e ficar no conforto da sua casa. Precisamos ter cuidado, pois a oposição da carne contra o Espírito é algo contínuo. Essa oposição somente será vencida se procurarmos viver cheios do Espírito Santo. A carne não pode ter vez na vida do crente, posto que a força do Espírito Santo é maior, porém o embate entre a carne e o Espírito vai perdurar até o dia que receberemos do Senhor um corpo glorificado (Fp 3.21). O crente que realmente deseja fazer oposição às obras da carne precisa andar pelo Espírito, porque Ele não deixa que as paixões infames o domine. Para o crente existem duas maneiras pelas quais ele pode viver: na carne ou no Espírito. Ou você serve a Deus e permite que Ele domine sua natureza adâmica ou vive na prática das obras da carne. O que você escolhe? [Comentário: Porque a carne milita contra o Espírito, e o Espírito contra a carne, porque são opostos entre si; para que não façais o que porventura seja do vosso querer” (Gl 5.17). É aí que se trava a batalha. O velho homem arma-se contra o novo homem. A natureza pecaminosa da carne luta por sufocar a influência do Espírito Santo. Embora essa guerra seja interna e invisível, há claros sinais externos da carnificina provocada pela batalha. Quando o Espírito é vitorioso, vemos o fruto do Espírito. E quando a carne vence, também percebemos a evidência externa. A lista das obras da carne é crucial por duas razões. Primeiramente, oferece o contraste com o fruto do Espírito. E, em segundo lugar, identifica as práticas pecaminosas que, conforme o apóstolo enfatizou (mediante repetição), caracterizam os não-regenerados e os perdidos. Naturalmente, é possível que uma pessoa regenerada caia em qualquer desses pecados por algum tempo. Cada um desses erros tem sido manifestado, em um tempo ou outro, pelos maiores santos. Mas não são características do crente. Todavia, se essa lista caracteriza a conduta de uma pessoa, isso é prova de que ela não foi ainda remida. Este texto foi retirado de ‘As Obras da Carne’, de RC Sproul, disponível em:http://www.ligacalvinista.com/2012/04/as-obras-da-carne-r-c-sproul.html. Pelo texto de RC Sproul, concluímos que a afirmativa do comentarista “Para o crente existem duas maneiras pelas quais ele pode viver: na carne ou no Espírito. Ou você serve a Deus e permite que Ele domine sua natureza adâmica ou vive na prática das obras da carne. O que você escolhe?” não possui apoio escriturístico, pois a evidência da salvação é a santificação, sem a qual, ninguém verá a Deus (Hb 12.14). Não há escolha para o salvo. Aqueles que praticam as obras da carne não poderão herdar o reino de Deus (5.21). Por isso, essa natureza carnal pecaminosa precisa ser resistida e mortificada numa guerra espiritual contínua, que o crente trava através do poder do Espírito Santo (Rm 8.4-14). Se verdadeiramente Cristo está em nós através do Espírito Santo, guiando-nos em toda a verdade (Jo 16.13), as obras da carne serão exterminadas (Gl 5.16-17), e as boas obras que constituem o fruto do Espírito (Gl 5.21-23), serão reveladas em nossa vida.]

SUBSÍDIO DEVOCIONAL

“Não cumprireis a concupiscência da carne

Quando nos tornamos crentes, a nossa natureza pecadora continua existindo. Mas Deus nos pede que coloquemos a nossa natureza pecadora sob o controle do Espírito Santo de modo que Ele possa transformá-la. Este é um processo sobrenatural. Nunca devemos subestimar o poder da nossa natureza pecadora, e nunca devemos tentar combatê-la com as nossas próprias forças. Satanás é um tentador ardiloso, e nós temos uma capacidade ilimitada de inventar desculpas. Em lugar de tentar superar o pecado com a nossa própria força de vontade, devemos aproveitar o tremendo poder de Cristo. Deus permite a vitória sobre a nossa natureza pecadora — Ele envia o Espírito Santo para residir em nós e nos capacitar. Mas a nossa capacidade de resistir aos desejos da natureza pecadora irá depender do quanto estamos dispostos a ‘viver de acordo’ com o Espírito Santo. Para cada crente, este processo diário requer decisões constantes” (Comentário do Novo Testamento: Aplicação pessoal. Volume 2. RJ: CPAD, 2010, p.294).

III. O FRUTO DO ESPÍRITO, UM CHAMADO PARA SANTIDADE

1. O que é o fruto do Espírito? Segundo o Dicionário Bíblico Wycliffe, “o fruto do Espírito são os hábitos e princípios misericordiosos que o Espírito Santo produz em cada cristão”. Esses hábitos e princípios são o resultado de uma vida de comunhão com Deus. De acordo com Romanos 6.22, depois de liberto do pecado, o crente precisa desenvolver o fruto do Espírito. Os dons espirituais são dádivas divinas, mas o fruto precisa ser desenvolvido, cultivado. O Espírito Santo desenvolve o seu fruto em nós à medida que nos aproximamos de Deus e procuramos ter uma vida de comunhão e santidade. [Comentário: Em forte contraste com as obras da carne, temos o modo de viver íntegro e honesto que a Bíblia chama “o fruto do Espírito”. Esta maneira de viver se realiza no crente à medida que ele permite que o Espírito dirija e influencie sua vida de tal maneira que ele (o crente) subjugue o poder do pecado, especialmente as obras da carne, e ande em comunhão com Deus (ver Rm 8.5-14; 8.14; 2Co 6.6; Ef 4.2,3; 5.9; Cl 3.12-15; 2Pe 1.4-9). Um dos propósitos principais do Espírito Santo ao entrar na vida de um Cristão é transformar aquela vida. É a tarefa do Espírito Santo conformar-nos à imagem de Cristo, fazendo-nos mais e mais como Ele. A vida Cristã é uma batalha entre as obras da natureza pecaminosa e os frutos do Espírito Santo. Como pecadores, ainda estamos presos a um corpo que deseja coisas pecaminosas (Romanos 7:14-25). Como Cristãos, temos o Espírito Santo produzindo fruto em nós e o Seu poder disponível para nos ajudar a vencer as ações da nossa natureza de pecado (2 Coríntios 5:17; Filipenses 4:13). Um Cristão nunca vai ser completamente vitorioso em sempre demonstrar os frutos do Espírito Santo. No entanto, um dos propósitos principais da vida Cristã é progressivamente permitir que o Espírito Santo produza mais e mais de Seu fruto em nossas vidas – e de permitir que o Espírito vença os desejos pecaminosos que se opõem aos Seus frutos. O fruto do Espírito é o que Deus deseja que nossa vida demonstre.... e com a ajuda do Espírito Santo, isso é possível!https://www.gotquestions.org/Portugues/fruto-do-Espirito.html]
2. Os frutos provam a nossa verdadeira santidade. Quando vivíamos no pecado, nossos frutos, ações, eram as obras da carne, mas libertos do seu poder e domínio, tendo uma nova natureza implantada em nosso ser, nos tornamos uma pessoa melhor. João Batista falou a respeito da importância de produzirmos frutos dignos de arrependimento (Mt 3.8). João estava dizendo que o arrependimento genuíno será acompanhado pelo fruto da justiça. O arrependimento genuíno é evidenciado pelos nossos frutos, ou seja, nossas ações. Como conhecemos uma árvore? Por seus frutos. Logo, o verdadeiro crente é reconhecido por seu caráter e suas ações. [Comentário: O fruto do Espírito é a expressão da natureza e do caráter de Cristo através do crente, ou seja, é a reprodução da vida de Cristo no crente. Já foi dito anteriormente que por si só, o homem não tem condições de produzir o fruto do Espírito. Sua inclinação natural será sempre de produzir os frutos da carne. Contrastando com os frutos (ou obras) da carne, o fruto do Espírito possibilita ao autêntico cristão viver de modo íntegro diante de Deus e dos homens. Para isso, é necessário que o crente submeta-se incondicionalmente ao domínio do Espírito Santo. O '...Fruto...' de Gálatas 5.22, conceituado como 'expressões do caráter cristão', está no singular provavelmente por tratar-se de uma única notável virtude implantada pelo Espírito Santo de uma só vez no crente. É através do fruto do Espírito que o cristão participa da natureza divina. Leia mais:http://www.assembleiadedeusembrejo.com/discipulado/estudo-discipulado-1/li%C3%A7%C3%A3o-12-o-discipulo-e-o-fruto-do-espirito-santo/ Estas são virtudes ou qualidades da personalidade de Deus implantadas pelo Espírito de Verdade no interior do crente com a finalidade de conduzi-lo à perfeição, ou seja, à imagem de Cristo.]
3. A santidade que o Espírito Santo gera em nós. O Espírito Santo nos molda e nos ensina o que é certo e o que é errado à medida que buscamos a Deus em oração, leitura da Palavra e jejuns. Por meio da Palavra de Deus, o Espírito Santo vai trabalhando paulatinamente em nós, até que alcancemos a estatura de homem perfeito (Ef 4.13). Quando deixamos de ser meninos, estamos prontos para produzir bons frutos (Lc 8.8). O crente precisa andar em novidade de vida, em santidade. Segundo os pressupostos bíblicos, a santificação do crente é: [Comentário: O Espírito Santo produz o fruto do caráter cristão em nossa vida somente à medida que cooperamos com Ele. As línguas, a profecia, e até mesmo o conhecimento são úteis, e são dons maravilhosos do Espírito Santo, mas sua presença em nossa vida nem sempre é uma indicação de nossa maturidade cristã. A medida de nossa maturidade em Deus, depende de quão bem temos permitido que o Espírito Santo produza os traços do caráter de Jesus em nossa vida. A maturidade espiritual envolve melhor entendimento do Espírito de Deus e das necessidades das pessoas. 'O fruto do Espírito é resultado na vida dos que participam da natureza divina, ou seja, dos que estão ligados a Cristo a 'videira verdadeira' (João 15:1 a 5). Maturidade em Cristo envolve união com Ele; a limpeza ou a poda pelo Pai e a frutificação. Estas são as condições da frutificação e conseqüente vida cristã vitoriosa. Leia mais: http://www.assembleiadedeusembrejo.com/discipulado/estudo-discipulado-1/li%C3%A7%C3%A3o-12-o-discipulo-e-o-fruto-do-espirito-santo/  “Santificar” é “pôr à parte, separar, consagrar ou dedicar uma coisa ou alguém para uso estritamente pessoal”. Santo é o crente que vive separado do pecado e das práticas mundanas pecaminosas, para o domínio e uso exclusivo de Deus. É exatamente o contrário do crente que se mistura com as coisas tenebrosas do pecado. A santificação do crente tem dois lados: sua separação para a posse e uso de Deus; e a separação do pecado, do erro, de todo e qualquer mal conhecido, para obedecer e agradar a Deus.]
a) Posicional. Quando, por meio da fé, aceitamos Jesus Cristo como nosso único e suficiente Salvador, nossos pecados são apagados, recebemos o perdão divino e passamos a desfrutar de uma nova vida em Cristo (2Co 5.17). A natureza adâmica já não tem mais domínio sobre nós, e por meio da ação do Espírito Santo podemos experimentar o novo nascimento (Jo 3.3). Mediante a fé passamos a desfrutar de uma nova posição espiritual em Jesus Cristo. [Comentário: A santificação posicional seria obtida quando se torna cristão, i.e., entendendo-se pecadora a pessoa aceita o sacrifício de Jesus como pagamento pelo pecado. Como ouvi certa vez, acreditar em Deus não é o mesmo que entender o que Jesus fez e aceita-lo. Aceitar o sacrifício de Jesus é, ao mesmo tempo, reconhecer-se pecador e necessitador da graça. Ao se tornar cristão o indivíduo está entrando em uma nova existência – as coisas velhas se foram, surgiram coisas novas. Temos acesso ao Pai, a presença do Espírito. http://www.outrasfronteiras.com.br/blog/santificacao-em-tres-niveis/]
b) Progressiva. A santificação é um processo que vai se desenvolvendo ao longo da nossa vida. Depois do novo nascimento, o crente precisa crescer na graça e no conhecimento de Cristo Jesus (1Pe 3.18). A santificação é gradual, progressiva e nos leva para mais perto de Deus. [Comentário: Se a santificação “posicional” é um marco dramático na vida de qualquer um, ela por si só não garante uma transformação de vida. Somos sim nascidos de novo (Jo 1), contudo, não passamos de bebês (1 Co) e, como tais, precisamos de crescer. A santificação progressiva é atuada por Deus em nossa vida mas, diferentemente da Posicional, em que nada podemos acrescentar (Gl), ela depende de nossa cooperação. Cooperar com sua santificação progressiva demanda consciência de nosso papel. Não será o tempo que nos tornará mais maduros, sábios e sem pecado. Temos que batalhar por isso junto com Deus. Enfatizar o caráter gratuito da santificação posicional é importante sempre (Ef 2:8-9) mas pode nos dar a impressão de que assim também é a progressiva, em que temos um papel mais pró-ativo. Aqui residem as práticas das disciplinas espirituais, o separar tempo para leitura, o simplesmente estar com Deus por uma hora diária, ouvir o que o coração traz, não as coisas belas somente, mas as podres: as inseguranças, os temores, as invejas, as raivas. Perguntar-se: por que isso me incomoda tanto? E dizer para Deus sobre tudo isso. Ler a Bíblia. Ler devocionais. Crescer com Deus demanda esforço e demanda decisão. Essa é a parte da santificação que depende um pouco de nós.http://www.outrasfronteiras.com.br/blog/santificacao-em-tres-niveis/]
c) Final. Em Filipenses 3.12.13, Paulo mostra que ele estava buscando uma transformação maior e final. Essa transformação somente acontecerá quando recebermos um corpo glorificado e nos tornarmos semelhantes a Jesus (1Jo 3.2). [Comentário: Aqui reside um mistério. Não sei como será isso, mas essa parte da santificação será depois do fim dos tempos, quando teremos um corpo glorioso. A santificação definitiva será operada por Deus e nos permitirá viver com ele para sempre. Esta é nossa esperança.http://www.outrasfronteiras.com.br/blog/santificacao-em-tres-niveis/. “E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Ts 5.23). Trata-se da santificação completa e final (1 Jo 3.2). Ver também: Ef 5.27; 1 Ts 3.13.]
SUBSÍDIO TEOLÓGICO

“Andai em Espírito e não cumprireis a concupiscência da carne (Gl 5.16)
O texto original apresenta ‘andai (peripateite) em Espírito’. Esta frase reflete uma expressão idiomática comum em hebraico, na qual ‘andar’ significa ‘conduzir a própria vida’.
Os judaizantes disseram aos gálatas que conduzissem as suas vidas observando a Lei. Mas Paulo argumentou que a lei não tem papel algum na vida do cristão. A pessoa que procura ser ‘justificada pela lei’ (5.4) cai da graça, e se separa de Cristo como a fonte da vida justa.
Em Romanos 7.4-6, Paulo vai ainda mais adiante, e diz que a natureza pecadora (sarx, a carne) na verdade é energizada (ou estimulada) pela Lei.
Então, o que o cristão deve fazer? O cristão deve conduzir sua vida observando não a Lei, mas o Espírito de Deus. Pois, Paulo promete, a pessoa que olhar para o Espírito (confiar nEle) ‘não cumprirá a concupiscência da carne [sarx]’” (RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. RJ: CPAD, 2012, p.412).

CONCLUSÃO

Para vencermos o conflito existente entre a carne e o Espírito, precisamos tão somente nos encher do Espírito Santo e crucificar a nossa carne com suas paixões e concupiscências (Gl 5.24; Ef 5.18). Permita que o Espírito Santo guie você pelo caminho certo e que Ele controle os seus desejos de modo que o fruto seja evidenciado em sua vida. [Comentário: A Bíblia afirma que temos dentro de nós a “lei do pecado” (Rm 7.23; 8.2). Daí, ela ordenar que sejamos santos (1 Pe 1.16; Lv 11.44; Ap 22.11), pois o Senhor habita somente em lugar santo (Is 57.15; 1 Co 3.17). Uma importante razão pela qual o crente deve santificar-se é que a santidade de Deus, em parte, é revelada através do procedimento justo e da vida santificada do crente (Lv 10.3; Nm 20.12). Então, o crente não deve ficar observando, nem exigindo santidade na vida dos outros; ele deve primeiro demonstrar a sua! Em muitas igrejas hoje, a santificação é chamada de fanatismo. Nessas igrejas falam muito de união, amor, fraternidade, louvor, mas não da separação do mundanismo e do pecado. Notemos que as “virgens” da parábola de Mateus 25 pareciam todas iguais; a diferença só foi notada com a chegada do noivo. Não há nada mais doce, mais sublime ou mais santo neste mundo do que a santificação. O batismo com o Espírito Santo é o dom de poder na alma santificada, capacitando-a para pregar o Evangelho de Cristo ou para morrer na fogueira. O batismo reveste o crente até o dia da redenção, de modo que ele esteja pronto para encontrar-se com o Senhor Jesus à meia-noite ou a qualquer momento, porque tem óleo em sua vasilha, junto com a sua lâmpada. Você é participante do Espírito Santo no batismo pentecostal da mesma maneira que foi participante do Senhor Jesus Cristo na santificação” SEYMOUR, W. J. Santificados antes do Pentecostes. In KEEFAUVER, L. (ed.). O avivamento da Rua Azusa — Seymour. RJ: CPAD, 2001, p.80-3.]“NaquEle que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8)”.

Francisco Barbosa

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