quinta-feira, 2 de maio de 2019

LIÇÃO 5: A PIA DE BRONZE: LUGAR DE PURIFICAÇÃO



SUBSÍDIO I

A PIA DE BRONZE – A IMPORTÂNCIA DA SANTIDADE (Êx 30.17-21)

Independentemente do “Dia da Expiação”, quando era imolado apenas um cordeiro pelo pecado do povo, e o sumo sacerdote ministrava com o sangue da expiação na presença de Deus no Lugar Santo e no Lugar Santíssimo, as pessoas podiam, uma por uma, entrar no grande pátio do Tabernáculo pela manhã e à tarde acompanhando o sacerdote, primeiramente no altar de sacrifícios. Depois, o sacerdote lavava-se na Pia de Bronze, que tinha uma água limpíssima, e lavava as mãos e os pés antes de adentrar no Santuário. 

A Pia de Bronze Ficava no Pátio entre o Altar de Sacrifícios e o Tabernáculo

Para que os sacerdotes pudessem ministrar tanto no Pátio quanto no Lugar Santo, independentemente do serviço do sumo sacerdote que ministrava no Lugar Santíssimo, eles precisavam fazer as abluções necessárias. O recipiente para conter água, identificado como uma bacia ou pia lavatório, servia como lavabo e recebia água limpíssima, e alguns comentadores bíblicos dizem que eram águas trazidas da rocha de Horebe, ainda que não há nada no texto bíblico que se possa comprovar isso. O importante é que as águas eram limpíssimas, e os sacerdotes, depois de ministrarem no Altar de Sacrifícios e sujarem as mãos e os pés com as vísceras e outros órgãos rejeitados para os sacrifícios, deviam lavar-se com aquelas águas (ver Êx 30.17-21). Os sacerdotes não podiam banhar-se dentro da bacia, mas deviam tirar as águas do interior da bacia para lavarem-se. Depois de lavados, os sacerdotes mudavam suas roupas e, devidamente limpos, podiam entrar no Tabernáculo para ministrarem perante o Senhor no Lugar Santo. A parte interna da pia (ou bacia) tinha que brilhar e refletir como “o espelho das mulheres” para revelar, na exposição ao sol, toda a sujeira da lavagem. A Bíblia diz que a “palavra de Deus” é como “espelho”. Paulo escreveu: “Mas todos nós, com cara descoberta, refletindo, como um espelho, a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória, na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor” (ver 2 Co 3.18).
Nosso pecado foi expiado por Cristo no altar de sacrifícios, a cruz do Calvário. Porém, a limpeza das sujeiras do pós-sacrifício implica, tipologicamente, na limpeza da imolação, do sangue e das vísceras, a qual tinha de ser feita pelos sacerdotes antes de entrarem no Lugar Santo e o Lugar Santíssimo (ver Sl 24.3,4; Is 52.11; Jo 13.8; 1 Co 6.11). Ora, todos sabemos que, no dia a dia, às vezes ficamos manchados e sujos com as sujeiras de ações carnais (ver 1 Jo 1.8,10), mas temos o recurso purificador e santificador da Palavra de Deus, prefigurada pela água da Pia de Bronze. O sangue de Jesus, mediante nossa aceitação dEle como Expiador, quita a culpa (ver Rm 3.24,25; Ef 1.7), mas todos sabemos que a nossa natureza pecaminosa (“o velho homem”, Ef 4.22) ainda produz o pecado e expõe-nos constantemente às tentações que nos rodeia e assedia (ver Hb 12.1). A Palavra de Deus, porém, é o espelho que mostra quem somos e as obras que praticamos para que nos purifiquemos com a ajuda do Espírito Santo. A Palavra de Deus, portanto, revela nossas impurezas e, por isso, precisamos ver com cara descoberta quem somos. 

A Bacia Era de Bronze Polido (Cobre), e o seu Interior Era como o Espelho das Mulheres (Êx 38.8)

Com a água limpíssima e exposta à luz do sol, toda e qualquer sujeira era revelada no interior daquela bacia. A obra regeneradora do Espírito Santo torna-nos limpos e lavados. Ninguém entrará na presença de Deus no seu santuário com as marcas das sujeiras do pecado (ver 2 Co 5.16,17). Paulo falou aos efésios da obra santificadora e purificadora por meio da “lavagem da água, pela palavra” (Ef 5.26). O interior da bacia como “o espelho das mulheres” sugere uma tipologia especial. Ora, quando os sacerdotes lavavam-se com aquela água, as sujeiras revelavam o estado daquelas pessoas. Assim, também, é o poder extraordinário da Palavra de Deus em revelar a verdade de cada um de nós. Todas as sujeiras morais e espirituais são reveladas nesta “bacia”. Por isso, ninguém deve tentar chegar com as sujeiras da sua vida, mas deve lavar-se pela “lavagem com água” da Palavra de Deus. Aquele receptáculo construído com metal polido podia refletir o rosto das pessoas e, por isso, no exercício do ministério sacerdotal, cada sacerdote precisava conhecer e perceber o estado de sua limpeza para poder ministrar na presença de Deus. 

A Pia de Bronze Tinha um Caráter de Juízo sobre a Vida do Crente

No Altar de sacrifícios, o juízo era aplicado sobre o pecador com a oferta do sacrifício, com a qual ele tinha remissão dos pecados. A redenção do pecador aponta para Cristo, que ocuparia nosso lugar como substituto. Ele assumiu sobre si o juízo que merecíamos e assim o fez pela sua morte vicária (ver 2 Co 5.21; Gl 1.4). Porém, as águas da pia tinham como finalidade lavar aquele que já passou pelo Altar de Sacrifícios, e agora, “as águas” que simbolizam a Palavra de Deus tem o poder de limpar e disciplinar nossas obras para uma vida cristã santa e purificada (ver 1 Co 3.13-15; 5.3-5; 11.31,32; 2 Co 5.10). Mesmo que nossos pecados tenham sido expiados (ver Hb 10.17), tudo quanto fazemos no nosso dia a dia precisa passar pela limpeza para que, quando chegar o juízo para recompensa, sejamos julgados pelas nossas obras. 

Texto extraído da obra “O TABERNÁCULO”, editada pela CPAD. 

COMENTÁRIO E SUBSÍDIO II

INTRODUÇÃO

A Pia de Bronze, um dos instrumentos do Tabernáculo, tem a ver com a purificação. Nesta lição, estudaremos a respeito desse utensílio, destacando seu uso, em seguida, mostraremos que o sangue de Jesus tem o poder de nos purificar de todo pecado. Ao final, refletiremos a respeito da importância da santificação, a fim de que possamos agradar a Deus, e adentrar ao Lugar Santíssimo.

I. A PIA DE BRONZE
                                                                 
A Pia de Bronze, conforme ordenado a Moisés, deveria servir ao ato da purificação (Ex. 30.18,19). Os sacerdotes, após oferecerem sacrifício, deveria se lavar. O termo hebraico é kyyor, que significa “lugar para se lavar”. Tratava-se de uma bacia redonda, de bronze polido, continha água limpa, na qual o sacerdote lavava as mãos e os pés (Ex. 30.19). Essa pia foi feita dos espelhos de bronze das mulhers (Ex. 38.8), é o único utensílio cujo tamanho ou dimensões não foram especificados. Mais tarde, quando o Templo foi construído, algumas medidas foram dadas (I Rs. 7.23). Em relação ao seu uso, está escrito, em Ex. 30.21, a relevância do ritual de purificação sacerdotal, pois esses não poderiam adentrar a presença do Senhor, sem antes se lavaram: “E Arão e seus filhos nela lavarão as suas mãos e os seus pés. Quando entrarem na tenda da congregação, lavar-se-ão com água, para que não morram” (Ex. 30.19,20).

II. JESUS, EM QUEM SOMOS PURIFICADOS

Jesus é nosso Advogado – parakletos – a propiciação pelos nossos pecados (I Jo. 2.1). Isso porque Deus é gracioso e não deseja estar distanciado de nós por causa do pecado. Essa propiciação não deve servir de motivo para uma vida de pecado (Rm. 6.1). Muito pelo contrário, por causa do amor de Deus, devemos viver em santidade (I Jo. 2.1). O habito pecaminoso não mais pode fazer parte da prática cristã. Ainda que se reconheça a possibilidade do crente cometer algum pecado eventual. Quando isso vier a acontecer, devemos confessar o pecado. A contrição por causa do pecado cometido nos dirige a Cristo, o Justo que cobre, neutraliza, expia, aplaca e anula a culpa do pecado. Ele é o remédio que cura a contaminação e o mal que o pecado nos causa. Esse ensinamento bíblico expressa o sistema sacrifical do Antigo Testamento (Lv. 16.30; Hb. 9.22). Neste tempo, por meio dEle, somos purificados, lavados pela Palavra que nos tem falado (Jo. 15.3).

III. VIDA EM SANTIFICAÇÃO

É preciso destacar que jamais atingiremos nesta condição terrena um estágio que não nos permita pecar, mesmo assim, podemos receber capacidade para evitar o pecado. Para tanto, não somente precisamos da contínua purificação pelo sangue (I Jo. 1.7), dependemos desse para sermos santificados, aguardando o dia da glorificação. Por isso, precisamos ser realistas, e atentar para o que está escrito em I Jo. 1.10: “Se dissermos que não pecamos, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra não está em nós”. Mas, ao mesmo tempo, sabemos que não podemos viver na prática contínua do pecado (I Jo. 3.8-10). Isso porque a rejeição persistente à voz do Espírito Santo poderá levar à rebelião e à perda definitiva da salvação, melhor dizendo, à apostasia (Gl. 5.21; Hb. 6 e 10). Devemos levar em conta a recomendação de Paulo: “Que diremos pois? Permaneceremos no pecado, para que a graça abunde? De modo nenhum. Nós, que estamos mortos para o pecado, como viveremos ainda nele?”. Diante dos fracassos ao longo do caminho, não devemos nos sentir derrotados, pois temos um Advogado junto ao Pai, um Amigo, Jesus Cristo (I Jo. 1.7).

CONCLUSÃO

As Escrituras põem a santificação como condição para se ver a Deus (Hb. 12.14). Mas essa, conforme exigida em I Pe. 1.15,16, somente poderá ser efetivada pelo Espírito Santo, que produz em nós e conosco, o Seu fruto (Rm. 6.1-11,13; 8.1,2,13; Gl. 2.20; Fp. 2.12,13; I Pe. 1.5). Assim, é por meio da Palavra de Deus, a confiança no sacrifício de Jesus, e o poder do Espírito Santo, que somos purificados.


José Roberto A. Barbosa
Disponível no Blog subsidioebd.blogspot.com

COMENTÁRIO E SUBSÍDIO III

INTRODUÇÃO

O nosso presente estudo é sobre a Pia de Bronze. Continuamos a avançar no Tabernáculo. Assim, veremos o simbolismo da limpeza e da pureza que a Pia de Bronze apresenta; estudaremos os dois aspectos do rito de lavagem presentes na função dos sacerdotes; e, finalmente, seremos chamados à responsabilidade acerca da necessidade e urgência de vivermos uma vida santa e irrepreensível diante de Deus e dos homens.
 Os utensílios do Tabernáculo estão sendo expostos de maneira que o leitor possa sentir-se adentrando o santuário e contemplando detalhadamente cada peça. Nesta lição será explorada a única peça do Tabernáculo que não possui detalhes das suas dimensões. Feita “dos espelhos das mulheres que se reuniram para servir à porta da tenda da congregação” (Ex 38.8), estava posicionada “entre a tenda da congregação e o altar” (Ex 30.18). O uso da Pia de Cobre era para Aarão e seus filhos lavar suas mãos e seus pés em água limpa quando entrassem na tenda da congregação, ou quando chegassem ao altar para ministrar (Ex 30.19-21). A água posta na nesta Pia, como a água do batismo, representa a obra de Cristo e sua suficiência para lavar-nos da condenação dos nossos pecados. A água do batismo manifesta como Cristo foi sepultado por nossos pecados e a Sua saída da água como Ele foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai (Rm 6.3-6). Assim “andemos nós também em novidade de vida”! 

I. A PIA DE BRONZE: A IMPORTÂNCIA DA SANTIDADE
                                                                 
1. A pia de bronze e a água (Êx 30.18,19). Deus ordenou a Moisés que fizesse uma pia de bronze. O objetivo era que antes de entrar ou sair do Tabernáculo, Arão e seus filhos lavassem as mãos e os pés. O ofício de apresentar holocaustos ao Senhor era Santo. Não é possível apresentar-se diante de Deus de maneira a não reconhecer sua santidade e justiça. Oferecer um sacrifício a Deus é prestar-lhe um culto santo e reverente. Não podemos perder o senso de piedade e reverência diante de Deus. Por isso, nossos cultos, bem como nossas vidas, devem refletir a santidade de Deus (1Pe 1.15,16).
Lavar as mãos e os pés era obrigatório antes do envolver-se nos deveres sacerdotais. Novamente, a necessidade de estar cerimonialmente purificado é vista na advertência de morte caso essa lavagem fosse negligenciada. Nada era feito casualmente no santuário ou no átrio. A santidade, em essência, define a nova natureza e conduta do cristão em contraste com o seu estilo de vida anterior à salvação. A razão para praticarem um estilo santo de vida é que os cristãos estão associados com o Deus santo e devem tratar a ele e sua Palavra com respeito e reverência. Portanto, nós o glorificamos da melhor maneira quando somos semelhantes a ele (1Pd 16-17; Mt 5.48; Ef 5.1; Lv 11.44-45; 18.30; 19.2; 20.7; 21.6-8)

2. Os sacerdotes e a santidade (Êx 30.20). Ao entrarem no Tabernáculo, os sacerdotes deveriam se lavar “para não morrer”. Fosse para ministrar, fosse para acender a oferta no altar, eles deveriam lavar-se antes. Há que se destacar a expressão “para não morrer”. O ato colocava em risco a vida dos sacerdotes. Apresentar-se diante de Deus sem atentar para a exigência da purificação poderia custar-lhes a vida. Hoje, nós, os obreiros de Cristo, devemos pautar nossas vidas na obra, exercitando-nos na piedade e na santidade. Somos santos porque fomos chamados por um Deus Santo. Somos chamados para ser um modelo de santidade. Não nos esqueçamos: “Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hb 12.14).
A lavagem das mãos e dos pés dos sacerdotes era muito importante ao Senhor; a atenção ou desatenção ao deste único detalhe fazia a diferença entre a vida ou a morte dos sacerdotes. Tal atenção de Deus Pai sobre os atributos daqueles que ministravam as coisas sagradas nos ensina várias verdades. Primeiramente a santidade de Deus Pai Quem exige tal lavagem constate é manifesta (I Pe 1.16, “Porquanto está escrito: Sede santos, porque eu sou santo”). Em segundo lugar, entendemos a pureza de Cristo Quem o nosso Mediador entre o homem e Deus (I Pe 2.22) e, finalmente, como o povo de Deus em geral, e o ministrante da Palavra de Deus em particular, devem ser constantemente adentro da Palavra de Deus para manterem-se capazes de entrar e sair da presença de Deus. O salmista nos relembra da necessidade de ser limpos quando diz: “Quem subirá ao monte do SENHOR, ou quem estará no seu lugar santo? Aquele que é limpo de mãos e puro de coração, que não entrega a sua alma à vaidade, nem jura enganosamente. Este receberá a bênção do SENHOR e a justiça do Deus da sua salvação”, Sl 24.3-5). Note também como Davi ensina essa verdade pela sua pratica: Sl 26.6, “Lavo as minhas mãos na inocência; e assim andarei, SENHOR, ao redor do teu altar”. Essas três verdades são enfatizadas pela qualificação: “será por estatuto perpétuo” (Ex 30.21)” (PALAVRAPRUDENTE). Em Hebreus, “Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” é explicado como:
1) voltar-se para Deus com plena fé e consciência limpa (10.14,22) e
2) aceitar de maneira genuína Cristo como o Salvador e sacrifício pelo pecado, que levou o pecador à comunhão com Deus. Os incrédulos não estarão motivados a aceitar Cristo se a vida dos cristãos não demonstrar as qualidades que Deus deseja, incluindo paz e santidade (Jo 13.35; 1Tm 4.3; 1Pd 1.16).

3. A santidade para a vida (Êx 30.21). O versículo 21 traz-nos a ideia de um pacto perpétuo a respeito do rito de lavagem da purificação. Esse rito seria um estatuto perpétuo para os sacerdotes. Disso dependeria a vida deles. Viver a vida de maneira santa, separada, única e exclusivamente para Deus é a vocação de todo obreiro chamado para a sua obra. Santidade ao Senhor gera espiritualidade profunda. Santidade ao Senhor gera uma vida de compromisso com Deus. Santidade gera vida no altar de Deus!
As mãos e os pés dos sacerdotes tinham que ser lavados constantemente para não morrerem os Sacerdotes quando entraram na tenda para ministrar nas coisas sagradas, ou para não morrerem quando chegarem ao altar para ministrar, nisso aprendemos da natureza de Jesus Cristo (Ex 30.20, 21). Por Jesus ser divino e, ao mesmo tempo, ser homem sem pecado, Ele é completamente e constantemente limpo - I Pe 2.22, “O qual não cometeu pecado, nem na sua boca se achou engano”. A palavra ‘engano’ “dolos” significa no grego engano, traição, deslealdade, cilada astuta, perfídia, (# 1388, Strong’s). Não há como Nosso Mediador ser pego na iniquidade e assim ser condenado e morto algo que resultaria em nós ser deixados sem nenhuma salvação.” (PALAVRAPRUDENTE). “Devemos entender que todo homem precisa passar pela purificação, antes de aproximar-se do Senhor para adorá-Lo e servi-Lo. Esta limpeza acontece, quando a Palavra de Deus penetra em nosso íntimo. É no interior do homem que a Palavra de Deus promove a necessária purificação e limpeza, qualificando-o a estar na presença do Senhor. Jesus quer para si um povo limpo através da Palavra, Ef 5.25-26, "... como também Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela, 26 a fim de a santificar, tendo-a purificado com a lavagem da água, pela palavra". Observe ainda como este conceito de purificação é claro nas palavras de Jesus aos seus discípulos em João 15.3, "Vós já estais limpos pela palavra que vos tenho falado". Somente podemos nos tornar limpos através da ação da Palavra de Deus em nós, tirando-nos toda sujeira e imundícia características do pecado!” (IBVIR)

SUBSÍDIO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO

Para introduzir a lição de hoje, e enfatizar a Pia de Bronze, apresente a imagem reproduzida nesta página. Entretanto, atente para o tópico II. Nele, há uma explicação conceitual a respeito da pia. A ideia é que, neste primeiro tópico, você apresente a figura com o objetivo de fazer um panorama geral do objeto. E no segundo tópico, você retome essa imagem para explicar o conceito dela conforme a exposição do segundo tópico.


II. A PIA DE BRONZE: LUGAR DE LIMPEZA E PUREZA

1. A Pia de Bronze (cobre) entre o Altar do Holocausto e o Tabernáculo. O termo hebraico para “pia” é kyyor, que significa “lugar de se lavar”. Era uma bacia redonda. É assim que a imagem da Pia de Bronze é geralmente apresentada nas ilustrações. Para entrar no santuário do Tabernáculo, após ministrar no Altar dos Holocaustos, o sacerdote lavava-se na Pia de Bronze com água limpíssima. Ora, o nosso pecado foi expiado por Cristo no Calvário, o que significa que toda a nossa sujeira foi limpa para a glória de Deus. Fomos “lavados” pelo “sangue remidor” de Jesus (1Co 6.11). No dia a dia, encontramo-nos vulneráveis às imundícias das obras da carne. Entretanto, temos um recurso divino, que nos purifica e santifica, prefigurado pela Palavra de Deus (cf. 1Jo 1.7,8,10). O sangue de Jesus quitou a nossa culpa, cuja natureza humana estava condenada a se curvar sempre diante das tentações e do pecado (Rm 3.24,25; Ef 1.7). Assim, a Palavra de Deus é o espelho que reflete a nossa nova natureza e as obras que devemos praticar com a ajuda do Espírito Santo.
A Pia de Bronze (tvxn rwyk - kiyowr nechosheth) ficava no Átrio do Tabernáculo entre o Altar e a Tenda da Congregação. Era o local onde os filhos de Arão deveriam lavar as mãos e os pés para adentrarem a Tenda. Embora possa haver uma discussão entre os estudiosos em relação ao material utilizado na Pia, se cobre ou bronze, e isto em razão do termo hebraico tvxn, significar tanto cobre, como bronze, parece ser coerente pensar que o mais correto seria traduzir o termo hebraico "tvxn" por "cobre". Citando Cole: "Para sermos coerentes, deveríamos traduzir ‘cobre’. Era provavelmente bronze (uma liga de cobre e estanho), mas o hebraico não dispunha de um termo especial para este material".” (IBVIR)
Em 1Co 6.11, o termo lavastes refere-se à nova vida, mediante a limpeza e regeneração espiritual (cf. |o .1.3-8; 2 C o 5.17; Ef 2.10; T t 3.5). Santificados, resulta num novo comportamento, o qual uma vida transformada sempre produz. A dominação total do pecado é quebrada e substituída por um novo padrão de obediência e santidade. Embora não seja perfeita, essa é uma nova direção (Rm 6.17-18,22). O cristão genuíno tem por hábito andar na luz (verdade e santidade) e não em trevas (falsidade e pecado). Seu modo de andar também resulta na purificação do pecado enquanto o Senhor continuamente perdoa seus filhos. Uma vez que aqueles que andam na luz compartilham o caráter de Deus, eles habitualmente são caracterizados pela santidade de Deus, indicando sua verdadeira comunhão com ele (Tg 1.27). O cristão genuíno não anda em trevas, mas somente na luz (2Co 6.14; Ef 3 : CI1.12-13), e a purificação do pecado ocorre continuamente.

2. A lavagem na Bacia de Bronze. A Pia era de bronze polido, fabricado com o espelho das mulheres (Êx 38.8). Assim, exposta à luz do sol, a partir da água limpíssima, toda impureza era revelada no interior da bacia. À semelhança dessa figura, a obra regeneradora do Espírito Santo nos torna completamente limpos das sujeiras do pecado (2Co 5.17; Ef 5.26). Outro ponto que devemos destacar é a consciência de pureza que os sacerdotes deveriam ter para estar na presença de Deus, pois quando se lavavam, as sujeiras desapareciam de seus corpos. Sabiam que, doutra forma, não poderiam celebrar no interior do Tabernáculo. Só a Palavra de Deus é eficaz para revelar o pecado do nosso coração, expô-lo e removê-lo. A imagem dessa bacia nos rememora à santidade de Deus e a necessidade de se buscar uma vida de retidão, tanto na área espiritual quanto na moral. Somos de Deus, ovelhas de seu rebanho.
É importante salientar que os espelhos usados nos tempos antigos não eram de vidro, não se pareciam como os de hoje, mas de metal polido. Bronze era o metal normalmente empregado para este propósito, e era de uso comum no Egito, onde os espelhos eram placas de bronze, redondas ou ovais, com uma alça. As mulheres ofereceram voluntariamente para o serviço de Deus seus espelhos, peças que estavam entre as mais apreciadas entre seus bens. Moisés, para marcar a aprovação de sua devoção, com esta oferta confeccionou o mais honrado de todos os vasos de bronze e registrou o fato para o crédito feminino. As mulheres que se reuniram à entrada da tenda de reunião eram provavelmente mulheres devotas que amavam o serviço público da religião. A desistência de seus espelhos para o uso do santuário era um sacrifício adequado para tais mulheres fazerem (Êx 35.22). Em nota ao texto de Êxodo 38.8, Joseph Benson comenta: “Ele fez a pia de latão — A fonte de latão para os sacerdotes lavarem antes do culto, Êxodo 30:18 . Essa pia significou a provisão que é feita no evangelho para purificar nossas almas da poluição do pecado pelo sangue expiatório de Cristo e do Espírito regenerador de Deus, para que possamos estar aptos a servir a Deus em santos deveres. É dito aqui que são feitos os óculos, (ou melhor, os espelhos, porque não eram óculos) das mulheres que se reuniram à porta do tabernáculo — Espelhos, antes da invenção do vidro, eram feitos de latão polido. Plínio diz que os de latão e lata misturados eram considerados os melhores, antes que os de prata viessem a ser usados. Estes aqui mencionados, sem dúvida, eram do melhor tipo de latão, e as mulheres que os deram parecem ter sido eminentes por devoção, frequentando mais constantemente do que outros no local de culto público, que, aqui, é levado em conta para a sua honra. Na pia, esses espelhos eram artisticamente unidos ou então fundidos e lançados de novo; mas é provável que a pia estivesse tão brilhantemente polida que os lados dela ainda serviam de espelhos, que os sacerdotes, quando viessem lavar-se, pudessem ver seus rostos e assim descobrir as manchas para lavá-lo”.
Por estarmos agora em Cristo, somos novas criaturas, segundo Paulo em 2 Co 5.17. Essas palavras compreendem uma breve, mas a mais profunda afirmação do sentido inexaurível da redenção do cristão, a qual inclui o seguinte:
1) a segurança do cristão em Cristo, que suportou no seu corpo o castigo de Deus contra o pecado;
2) a aceitação do crente em Cristo, apenas em quem Deus se compraz;
3) a futura segurança do crente em Cristo, que é a ressurreição para a vida eterna ao único fiador pela herança do cristão no céu; e
4) a participação do crente na natureza divina de Cristo, a Palavra eterna (2Pd 1.4).
Nova criatura descreve algo criado num nível qualitativamente novo de excelência. Diz respeito à regeneração ou novo nascimento (Jo 3.3; Ef 2.1-3; Tt 3.5; 1Pe 1.23; 1Jo 2.29). Essa expressão abrange o perdão dos pecados do cristão pagos pela morte substitutiva de Cristo (Gl 6.15; Ef 4.24). Depois que uma pessoa é regenerada, os sistemas de valores, as prioridades, as crenças, as paixões e os planos antigos passam a pertencer ao passado. O mal e o pecado ainda estão presentes, mas o cristão os vê a partir de uma nova perspectiva, eles não mais o controlam. A gramática grega indica que essa renovação é uma condição de fato contínua. A nova percepção espiritual do cristão de todas as coisas é uma realidade constante para ele, e agora ele vive para a eternidade, não para as coisas passageiras. Tiago descreve essa transformação como a fé que produz obras (Tg 2.14-25). A graça salvadora torna os cristãos santos por meio da ação da Palavra de Deus (Tt 2.1-9; 3.5); desse modo, eles podem ser a noiva pura.

3. A Pia de Bronze e o caráter de juízo. No Altar dos Holocaustos, o juízo sobre o pecador era aplicado na oferta do sacrifício, cobrindo o seu pecado. Nesse sentido, as águas da pia cumpriam uma função de limpeza dos sacerdotes que passaram por aquele processo. De igual modo, nosso Senhor tomou sobre si o juízo que merecíamos, morrendo vicariamente por nós (2Co 5.21; Gl 1.4). Nesse aspecto, à semelhança das águas purificadoras, a Palavra de Deus tem o poder de limpar e disciplinar nossa vida (Hb 4.12,13). Embora nossos pecados tenham sido expiados (Hb 10.17), ainda temos de nos chegar a Deus, continuamente, para sermos limpos de tudo o que desagrada-o: pensamentos, palavras e obras. Infelizmente, acidentes ocorrem no caminho da jornada cristã, e precisamos nos quebrantar na presença de Deus. Busquemos a santidade em Jesus Cristo.
A pia é de grande significação espiritual em nossa experiência Cristã. No altar de bronze nós vemos nossa justificação. Na pia vemos nossa santificação. Em 2 Co 5.21, Paulo resume o cerne do evangelho, solucionando o mistério e o paradoxo dos versículos 18-20, e explicando como os pecadores podem se reconciliar com Deus por meio de Jesus Cristo. Essas 15 palavras gregas expressam as doutrinas da imputação e substituição como nenhum outro versículo, aquele que não conheceu pecado. Jesus Cristo, o Filho de Deus sem pecado (Cl 4.4-5; Lc 23.4,14,22,47; Jo 8.46; Hb 4.15; 7.26; 1Pd 1.19; Ap 5.2-10). Deus, o Pai, usando o princípio da imputação, tratou Cristo como se ele fosse um pecador, embora não o fosse, e o fez morrer com o um substituto, a fim de pagar o castigo pelos pecados daqueles que creem nele (Is 53.4-6; Gl .3.10-13; 1Pd 2.24). Na cruz, ele não se tornou um pecador (como alguns sugerem), mas permaneceu tão santo como sempre. Foi tratado como se fosse culpado de todos os pecados já cometidos por todos aqueles que creriam, um dia, embora ele nunca tivesse cometido nenhum. A ira de Deus foi exaurida nele e a condição justa da lei de Deus atendida para aqueles pelos quais morrera, justiça de Deus. A justiça creditada na conta do cristão é a justiça de Jesus Cristo, o Filho de Deus (Rm 1.17; 3.21-24; Fp 3.9), Como Cristo não era pecador, embora tenha sido tratado como tal, do mesmo modo os cristãos que ainda não foram justificados (até a glorificação) são tratados como se fossem justos. Ele suportou os pecados deles, por isso eles puderam experimentar a sua justiça. Deus tratou-o com o se ele tivesse cometido os pecados dos cristãos, e trata os cristãos como se tivessem realizado apenas as obras justas do Filho de Deus sem pecado. Ninguém pode evitar o pecado por meio de esforços humanos ou pelo cumprimento da lei (Rm 3.20); portanto, ele deve ser perdoado, o que Cristo realizou por meio de sua morte expiatória na cruz (2Co 5.19-21; 1Pd 2.24).

SUBSÍDIO TEOLÓGICO

“A regeneração é a ação decisiva e instantânea do Espírito Santo, mediante a qual Ele cria de novo a natureza interior. O substantivo grego (palingenesia) traduzido por ‘regeneração’ aparece apenas duas no Novo Testamento. Mateus 19.28 emprega-o com referência aos tempos do fim. Somente em Tito 3.5 se refere à renovação espiritual do indivíduo. Embora o Antigo Testamento tenha em vista a nação de Israel, a Bíblia emprega várias figuras de linguagem para descrever o que acontece. O Senhor ‘tirará da sua carne o coração de pedra e lhes dará um coração de carne (Ez 11.9). Deus diz: ‘Espalharei água pura sobre vós, e ficareis purificados... E vos darei um coração novo e porei dentro de vós um espírito novo... E porei dentro de vós o meu espírito e farei que andeis nos meus estatutos’ (Ez 36.25-27). Deus colocará a sua lei ‘no seu interior e a escreverá no seu coração’ (Jr 31.33). Ele ‘circuncidará o teu coração... para amares ao Senhor’ (Dt 30.6)” (HORTON, M. Horton (Ed.). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2018, p.371).


III. DOIS ASPECTOS DO RITO DE LAVAGEM DOS SACERDOTES

1. A lavagem completa. Essa lavagem era mais do que simplesmente lavar mãos e pés. Significava uma “obra regeneradora”, que implicava o primeiro passo para a consagração sacerdotal. Hoje, é inaceitável que um ministro queira servir na Casa de Deus sem ter passado pela obra da regeneração (Jo 13.10). É preciso que os obreiros do Senhor tenham experimentado uma “limpeza completa” da alma e da mente. É preciso nascer da Palavra e do Espírito (Jo 3.5,7; Jo 15.3; Tt 3.5; 1Pe 1.23).
No Antigo Testamento, quando a água é usada de maneira figurada, isso geralmente se refere à renovação ou purificação espiritual, especialmente quando usada em conjunção com "espírito" (Nm 19.17-19; SI 51.9-10; Is .32.15; 44.3-5; Jr 2.13; Jl 2.28-29). A bacia fala de Jesus, que na última ceia lavou os pés de cada discípulo. Jesus é a Palavra. Não precisamos mais de um espelho humano para ver o que há de errado conosco, mas a Palavra é que nos vai revelar o que precisa ser mudado, melhorado. “A própria palavra que tenho proferido, essa o julgará no último dia.” (João 12.48) Ver também Tiago 1.23-24. A purificação realizada por Cristo na salvação não precisa nunca ser repetida — uma vez que ela tenha acontecido, a expiação está completa. Mas todos os que foram purificados pela graciosa justificação de Deus necessitam de lavagem constante no sentido experimental, na medida em que lutam contra o pecado na carne. Os crentes são justificados e justiça lhes é imputada (Fp 3.8-9), mas ainda precisam de santificação e justiça pessoal (Fp 3.12-14). É necessário experimentara lavagem espiritual ou purificação da alma realizada pelo Espírito Santo por meio da palavra de Deus, e isso no momento da salvação (Ef 5.26; Tt 3.5), requerida para poder pertencer ao reino, então, é inconcebível haver obreiros/ministros que não sejam nascidos de novo.

2. A lavagem progressiva e constante. No dia a dia sacerdotal, a limpeza exigida para ministrar no Lugar Santo era apenas das mãos e dos pés (Êx 30.19). Mas, de acordo com a doutrina do Novo Testamento, o “lavar-se”, aqui, destaca o ato do Espírito que opera em nós a santificação (Ef 5.26; 2Co 7.1). Nesse sentido, a consagração dos sacerdotes dava-se nos termos do compromisso de uma vida santificada. Esse mesmo compromisso é que deve permear a vida do obreiro, que se acha vocacionado para realizar a obra do Senhor.
Água serve para lavar, limpar, purificar. Uma equipe médica, antes de uma cirurgia, passa um bom tempo lavando as mãos e escovando as unhas. Jesus disse a Pedro, em João 13.8 “se eu não te lavar, não tens parte comigo”. Com frequência, a Escritura encoraja os cristãos a agir com base nas promessas de Deus (Rm 12.1; 2Pe 1.3). Cada cristão deve fazer em sua própria vida uma ‘limpeza/purificação’ de toda impureza. Essa palavra grega, que aparece somente em 2Co 7.1 no Novo Testamento, foi usada três ve zes no Antigo Testamento grego para se referir à corrupção religiosa, ou às alianças profanas com ídolos, às festividades idólatras, às prostitutas do templo, aos sacrifícios e aos festivais de adoração, da carne como no espírito. A falsa religião estimula os desejos humanos representados tanto pela "carne" com o pelo "espírito". Enquanto alguns cristãos, por algum tempo, evitam sucumbir aos pecados carnais associados à falsa religião, os cristãos que expõe sua mente ao falso ensino não pode evitar a contaminação das ideologias e blasfêmias diabólicas que atacam a pureza da verdade divina e blasfemam o nome de Deus. É bom ratificar que o termo "Santidade " diz respeito à separação de tudo o que corrompe tanto o corpo quanto a mente. A santidade completa ou perfeita foi concretizada somente em Cristo; portanto, os cristãos devem buscá-lo (Lv 20.26; M t 5.48; Rm 8.29; Fp 3.12-14; 1 Jo 3.2-3). A graça salvadora torna os cristãos santos por meio da ação da Palavra de Deus (Tt 2.1-9; 3.5); desse modo, eles podem ser a noiva pura.

3. Recapitulando verdades importantes. À luz de tudo quanto temos estudado até aqui, devemos assimilar algumas lições apreendias até o presente momento:
1. Sobre o sangue de Jesus. O sangue de Jesus Cristo nos livrou da pena do pecado (Mt 20.28; 26.28; 1Pe 4.17); - É interessante notar que em Mt 20.28, a palavra traduzida como “por" significa "em lugar de", enfatizando a natureza substitutiva do sacrifício de Cristo. Um "resgate" é um preço pago para redimir um escravo ou prisioneiro. A redenção não envolve um preço pago a Satanás. Pelo contrário, o resgate é oferecido a Deus — para satisfazer a sua justiça e a sua ira contra o pecado. O preço pago foi a própria vida de Cristo, como expiação com sangue ( Lv 17.11; Hb 9.22). Esse, portanto, é o significado da cruz: Cristo submeteu-se à punição divina contra o pecado em nosso favor (Is 53.4-5; 2Co 5.21). Suportar o impacto da ira divina no lugar dos pecadores era o "cálice" que ele disse que teria de beber!
2. Sobre a Palavra. A Palavra de Deus revela quem somos (Tg 1.22-24); - O fato de Tiago chamar os cristãos professos a ser "praticantes", e não somente a praticar, enfatiza que todos os aspectos da personalidade do cristão deveriam ser caracterizados dessa maneira. Os cristãos professos que se contentam apenas em ouvir a Palavra estão cometendo um sério erro de cálculo em sua vida espiritual. Tiago faz uso de uma palavra forte no grego (contempla) que significa olhar com cuidado e cautela, em oposição a olhar de modo casual. Nos dias de Jesus e de seus discípulos (século 1), os espelhos não eram de vidro, mas metálicos, feitos de bronze, prata ou — para os ricos — ouro. Os metais eram achatados e polidos até adquirirem um alto brilho, e a imagem que refletiam era adequada, mas não perfeita (1Co 13.12). A menos que ajam de imediato de acordo com o que ouvem da Palavra, os cristãos professos irão esquecer-se das mudanças e melhorias que o seu reflexo lhes mostrou que precisavam fazer (“se esquece de como era a sua aparência”).
3. Sobre a limpeza espiritual. Uma vida irrepreensível é prioritária e absolutamente necessária (Jo 15.3). - Por meio da metáfora extensa da videira e dos ramos (Jo 15.1-7), Jesus estabeleceu a base da vida cristã, Jesus usou uma imagem da vida agrícola desse tempo, ou seja, videiras e produção de uvas (Mt 20.1-16: 21.23-41; Mc 12.1-9; I c 13.6-9; 20.9-16). No Antigo Testamento, a videira é comumente usada como símbolo de Israel (SI 80.9-16; Is 5.1-7; 27.2-6; Jr 2.21; 12.10; Ez 15.1-8; 17.1-21; 19.10-14; Os 10.1-2). Jesus se identifica especificamente como "a videira verdadeira" e o Pai como "o agricultor" ou aquele que cuida da videira. A videira possui dois tipos de ramos: 1) ramos que produzem fruto (vs. 2,8) e 2) ramos que não produzem (vs. 2,6). Os ramos que produzem fruto são os crentes genuínos. Embora no contexto imediato o foco esteja sobre os 11 discípulos fiéis, a imagem também engloba todos os crentes de todos os tempos. Os ramos que não produzem fruto são os que se professam crentes, mas a falta de fruto indica que salvação genuína jamais aconteceu e que não recebem vida da videira. Especialmente no contexto imediato, Judas estava sendo visado, mas a imagem se estende além dele para todos os que professam fé em Cristo, mas que, na verdade, não possuem salvação. A imagem dos ramos improdutivos sendo queimados retrata o castigo escatológico e a rejeição eterna (Ez 15.6-8).


SUBSÍDIO VIDA CRISTÃ

“Cristo Está Preparando a Sua Noiva
O Rei da Glória se casará com a sua Noiva. Será que vocês não sabem que todas as boas coisas que o mundo desfruta, Deus nos fará desfrutar dez mil vezes mais? O grande banquete acontecerá, o evento mais maravilhoso de todos os tempos, em que comeremos pão e beberemos vinho no Reino de Deus. A Noiva está em preparação.
O Espírito Santo é a pomba. O cântico é o arrulhar da pomba antes da tormenta. Você viu como as pombas alertam os seus companheiros para que procurem abrigo antes das tempestades? Pois, da mesma forma, o Espírito Santo está arrulhando e chilrando, chamando-nos para que procuremos abrigo contra as tempestades da tribulação que virá sobre a terra. O Senhor está nos treinando, fazendo os nossos corpos ficarem leves e flexíveis para que possamos subir” (ETTER, Maria Woodworth. Devocional. Série: Clássicos do Movimento Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, pp.165-66).

CONCLUSÃO

Nesta lição, vimos que a limpeza espiritual é prioridade absoluta como consequência da obra expiatória de Cristo. Uma vez que Cristo nos salvou, fomos chamados para ser santos. Atentemos para esse precioso chamado de Cristo Jesus!
Conforme exposto até aqui, devemos entender que a “limpeza espiritual” se refere à busca por santidade, caracterizada por uma vida dedicada à causa do Reino. Notemos que os Sacerdotes deveriam lavar as mãos e os pés - as mãos falam do que eles faziam, o seu ministério, o seu trabalho, tudo eles puseram as mãos era importante, e assim as suas mãos precisavam ser limpas sempre, diariamente. Os pés representavam aonde eles iam, suas vidas e caminhos. O seu andar tinha que ser um andar santo, assim os seus pés eram sempre lavados, todos os dias.
- A bacia de bronze fala de Jesus como Juiz, que julga nossas atitudes do dia-a-dia e requer de nós uma santificação também dia-a-dia. Esta santificação diária vem pela Palavra, que é também o nosso espelho. Temos que nos espelhar no Senhor Jesus! A bacia fala do cuidado e da responsabilidade de quem exerce qualquer serviço na Casa de Deus, e fala de morte para quem não observar a orientação de Deus. A Bacia nos lembra que somos chamados a prosseguir em nossa caminhada, porque somos Sacerdócio real.

Achando-se as tuas palavras, logo as comi, e a tua palavra foi para mim o gozo e alegria do meu coração; porque pelo teu nome sou chamado, ó Senhor Deus dos Exércitos”. (Jeremias 15.16)

Francisco Barbosa
Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br

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