sexta-feira, 17 de maio de 2019

LIÇÃO 7: O LUGAR SANTO


SUBSÍDIO I

O LUGAR SANTO

O homem pecador sai da parte exterior por meio do sumo sacerdote para descobrir que, para chegar ao Lugar Santíssimo, a caminhada é progressiva. O homem também descobre que o Tabernáculo foi projetado para passar ao povo uma noção de relacionamento progressivo com Deus. Dentro dessa conscientização, o homem descobre ainda que, quanto mais próximo de Deus, maior é a responsabilidade, porque Deus é Santo, e nenhuma possibilidade de sujeira entra na sua presença. Também veremos que o Senhor deseja uma relação íntima com o seu povo, de tal modo que a ordem para construir o Tabernáculo era para que Ele pudesse habitar com o seu povo e no meio dele. 
O texto neotestamentário em Hebreus 9.2,3 mostra a distinção dos dois compartimentos do Tabernáculo e chama ao primeiro “Santuário” e ao segundo “Santo dos Santos”. O texto bíblico diz: “Porque um tabernáculo estava preparado, o primeiro, em que havia o candeeiro, e a mesa, e os pães da proposição; ao que se chama o Santuário. Mas, depois do segundo véu, estava o tabernáculo que se chama o Santo dos santos” (Hb 9.2,3). Os dois compartimentos do Tabernáculo também eram identificados como “Lugar Santo” e “Lugar Santíssimo”.

I – LUGAR SANTO: UM LOCAL DE SERVIÇO E COMUNHÃO COM DEUS 

1. Que Lugar É esse?

O “Lugar Santo” era um lugar de serviço, onde somente os sacerdotes podiam entrar para ministrar (Hb 9.6). Os israelitas apenas podiam trazer suas ofertas ao Altar de holocaustos e não podiam passar dali. O povo tinha acesso ao Pátio (Átrio), mas a entrada para o Tabernáculo era proibida. Porém, quando Cristo entrou no Lugar Santo e no Lugar Santíssimo com o seu próprio sangue, todos os crentes em Cristo, havendo sido redimidos e santificados, têm o privilégio de entrar na presença de Deus e exercer uma nova posição em Cristo como “sacerdotes de Deus” (ver Ef 2.18,19; Hb 10.19-22).

2. Um Lugar de Serviço e Adoração

O Modelo Divino do Tabernáculo

A morada terrenal levantada chamada “Tabernáculo” (do hebraico, misklan = “morada”) não ficava exposta, mas tinha uma cobertura de peles que a protegia do sol causticante do deserto. Era a casa que Deus ordenou a Moisés construir para sua morada do Altíssimo (ver Êx 25.8). A parte interna tinha um caráter bem particular. Era um lugar especial, de privilégio e com exclusividade para o serviço dos sacerdotes diante de Deus.
Esse modelo foi dado a Moisés quando subiu ao Sinai. Era a revelação do lugar no qual Deus habitaria com o seu povo, ou seja, a primeira morada de Deus sobre a terra (ver Êx 25.8). Durante os quarenta dias em que Moisés esteve no alto do monte, aquela montanha alta tornou-se um lugar santo, de exclusividade divina, pois Deus mostraria sua glória a Moisés no ponto mais alto. Imaginem um lugar ermo e de pedras esquecidas dos homens que, de repente, se torna num lugar da manifestação da glória de Deus. 
Naquele monte, Moisés recebeu a planta de tudo quanto o Senhor queria no Tabernáculo. Deus foi o arquiteto e concedeu a ajuda do seu Espírito na seleção das pessoas habilitadas em várias atividades que envolviam habilidade com madeira e metais. Nesse modelo divino do Tabernáculo, está revelado tipologicamente que Jesus Cristo edificou sua Igreja, o Tabernáculo espiritual aqui na terra. Na verdade, todos os detalhes do Tabernáculo demonstram em seu conjunto a revelação de Jesus Cristo, em sua pessoa, em seu sacrifício e em seu sacerdócio eterno. 

3. O Propósito do Lugar Santo 

Antes de adentrar no Santuário, do lado de fora, dentro da cerca de linho fino retorcido, estava o Altar de Sacrifícios, que representa a Cruz de Cristo, na qual Ele, como verdadeira vítima expiatória, seria oferecido por nossos pecados (ver 1 Jo 2.2). Isso significa que, antes de entrar no Santuário, o pecador precisa passar pelo Altar de Sacrifícios. 
Outrossim, os móveis e outros materiais utilizados no Tabernáculo possuem um significado simbólico para cada elemento. A sua distribuição nos lugares certos passa a ter um sentido espiritual simbólico. A partir do Pátio (ou Átrio) até entrar no Santuário, todos os objetos do Tabernáculo, tanto os que estão fora quanto os que estão dentro, servem de “exemplar e sombra das coisas celestiais” (Hb 8.5). O autor da carta aos Hebreus reconhece o significado simbólico e diz: “Olha, faze tudo conforme o modelo que, no monte, se te mostrou” (Hb 8.5). O Novo Testamento reforça o projeto celestial do Tabernáculo para fortalecer o fato de que a Igreja seria a demonstração da presença de Deus na terra e que Jesus Cristo foi a manifestação do “Verbo [que] se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1.14). A palavra “habitou”, de João 1.14, aparece na língua grega do NT como “skenoo”, que significa “tenda, habitação, tabernáculo”. O apóstolo João, portanto, declara que Jesus foi o verbo que se encarnou, habitou entre nós e que fez da Igreja o seu Tabernáculo, isto é, o lugar onde Ele habita. 

4. Lições da Tipologia do Tabernáculo em Relação a Israel e à Igreja 

Em relação a Israel, aprendemos que apenas Arão e seus filhos, da tribo de Levi, eram sacerdotes escolhidos por Deus para essa função na vida religiosa de Israel (Êx 28.1; Nm 3.5-10). Para ser um sacerdote em Israel, era preciso ser nascido na família de Levi e pertencer a sua tribo.
Em relação à Igreja, nenhuma pessoa por nascimento natural tem direito a um sacerdócio espiritual (ver Rm 3.23; Ef 2.12). A Igreja, porém, é fruto de um nascimento espiritual, que, na linguagem neotestamentária de Jesus, se refere ao novo nascimento, que torna filhos de Deus todos quantos aceitam a Cristo Jesus como Senhor e Salvador (ver Jo 1.12,13; Ef 2.13; 1 Pe 2.9), tornando-se, assim, “sacerdotes para com Deus”. 
Em relação a Israel, a aceitação dos israelitas diante de Deus era mediante os sacrifícios do Altar de Sacrifícios e, depois, lavados pela água límpida da Pia Lavatório, bem como a unção com azeite da Santa Unção (ver Êx 30.25-30). 
Em relação à Igreja, nossa aceitação para com Deus, o Pai, foi feita no Amado, limpos pela regeneração do Espírito Santo e da Palavra de Deus e ungidos com o Espírito Santo. Esse direito de aceitação diante de Deus foi, portanto, conquistado pelo sangue de Cristo Jesus (Hb 10.17-25).
Para entendermos a importância do “Lugar Santo” e a sua tipologia na vida cristã, precisamos entender que, na esfera celestial, os objetos do Lugar Santo são tipificados pelas coisas que estão no céu. Precisamos, portanto, descobrir a tipologia dos objetos que estavam na parte interna do Lugar Santo (ver Êx 26.35; Hb 9.1,2). 

Texto extraído da obra “O TABERNÁCULO”, editada pela CPAD. 

COMENTÁRIO E SUBSÍDIO II

INTRODUÇÃO

Nesta lição falaremos sobre a parte interior do tabernáculo ou da tenda, chamada de lugar santo; pontuaremos detalhadamente os utensílios pertencentes a este lugar; e , finalizaremos destacando que cada móvel pertencente ao lugar santo aponta para uma atribuição de Cristo Jesus.

I – INFORMAÇÕES SOBRE O LUGAR SANTO

Todo o tabernáculo junto com os seus utensílios eram sagrados. No entanto, no tabernáculo propriamente dito, havia um lugar chamado de “lugar santo” (Êx 26.33). Este espaço media cerca de cinco metros de largura e de altura e dez metros de comprimento (CONNER, 2015, p. 52). Abaixo destacaremos algumas informações sobre isso:

1.1 A primeira parte do tabernáculo. Internamente a tenda, estava dividida em duas partes: lugar santo e lugar santíssimo. O escritor aos hebreus chama de “primeiro tabernáculo” e “segundo tabernáculo” (Hb 9.6,7).

1.2 Um lugar de acesso restrito aos sacerdotes. O acesso ao tabernáculo era cheio de restrições. O povo comum só podia entrar até o pátio. Somente os sacerdotes podiam entrar até o “lugar santo”; já no santíssimo só entrava o sumo sacerdote, uma vez por ano (Êx 30.10; Lv 16.34; Hb 9.7).

1.3 Um lugar com três utensílios importantes. No lugar santo haviam três móveis, a saber: o castiçal, a mesa com os pães e o altar de incenso, todos de ouro, embora somente o castiçal fosse completamente de ouro.

II – O CANDELABRO E A SUA MANUTENÇÃO

2.1 Descrição. Em hebraico a palavra que indica o candeeiro, castiçal, candelabro ou simplesmente lâmpada que era usado no tabernáculo e posteriormente no templo de Jerusalém é “menorah” (Êx 25.31-40; 37.17-24; Zc 4.2-5,10-14). Notemos algumas informações importantes sobre este utensílio: (a) era totalmente de “ouro puro e batido” bem como os seus utensílios (Êx 25.31,36,39; 31.8; 37.24; 39.37); (b) tinha sete hásteas com sete lâmpadas; uma localizada na coluna central, e três saindo de cada lado em braços separados (Êx 25.37; 37.17-22; Nm 8.2); (c) seu peso era cerca de um talento (cerca de 40 a 50 kg), e segundo a tradição judaica media 1,5 metro de altura por 1,0 metro de largura de uma extremidade a outra; (d) era formado de uma única peça de ouro, pelo que não havia partes separadas ou emendadas (Êx 25.31; 37.17). A coluna ou talo central do candelabro era decorada com quatro cálices esculpidos em forma de flores de amendoeira, alternando-se entre botões e flores e cada uma das hastes laterais tinha três cálices, alternando-se da mesma forma entre botões e flores (Êx 25.31-36; 37.17-22); (e) Uma das principais finalidades do candeeiro era trazer luminosidade na parte interior do Tabernáculo (Êx 27.20,21; Lv 24.1-4).

2.2 O castiçal e a sua manutenção. Arão e seus filhos deviam preparar as lâmpadas cada vez que oferecessem incenso no altar de ouro: “manhã e tarde” (Êx 30.7,8). Para que as lâmpadas permanecessem acesas era ordenado que trouxessem “azeite puro” (Êx 27.20; Lv 24.1,2). O sacerdote tinha duas tarefas diárias que não podiam ser esquecidas: manter aceso o fogo sobre o altar (Lv 6.12,13) e manter acesas as lâmpadas do candelabro dentro da tenda durante todo o dia, sendo assim, a luz não podia ser apagada em momento algum. A expressão “continuamente” aparece por três vezes (Lv 24.2-4). Era função do sacerdote: (a) aparar os pavios, retirando a parte queimada, e, (b) manter o suprimento de azeite (Êx 27.21; Lv 24.3; Nm 8.1-3). Arão usava cortadores de pavio e apagadores para cumprir suas funções sacerdotais (Êx 37.23,24) (HENRY, 2010, p. 427).

III - A MESA DOS PÃES E A SUA MANUTENÇÃO

3.1 Descrição. A mesa com os pães da proposição era feita de: (a) madeira de acácia ou cetim; (b) tinha dois côvados de comprimento (100 cm), um côvado de largura (50 cm) e, um côvado e meio de altura (75 cm), revestida ao redor com ouro puro e uma moldura de ouro em volta (Êx 37.10-12). Para a ministração na mesa da proposição, Deus estabeleceu a fabricação de alguns utensílios, que deveriam ficar sobre ela (Êx 25.29). Os pratos serviam para colocar os pães; as colheres eram cálices para colocar o incenso sobre os pães, identificando-o como sacrifício (Lv 24.7). As galhetas (tigelas) e as taças (copos), eram para armazenar e despejar o vinho (não alcoólico) em oferta de libação. Todos estes utensílios eram feitos de ouro puro (BEACON, 2010, p. 208 – acréscimo nosso). A parte superior da mesa descansava sobre uma armação, e em volta dela havia uma coroa ou moldura de ouro, projetando-se sobre a parte de cima para impedir que os objetos caíssem dela. Na mesa havia ainda, uma argola em cada esquina para permitir que ali fossem introduzidas os varais, a fim de transportar a mesa (Êx 25.23-28).

3.2 A mesa e a sua manutenção. Os coatitas eram responsáveis de assar os pães da proposição de “sábado em sábado”, bem como de transportá-los quando o tabernáculo mudava (Nm 4.7; 1Cr 9.32; 23.28,29). Cada pão era feito de farinha finíssima, ou seja, a farinha de trigo da melhor qualidade. Os sacerdotes comiam dele no Lugar Santo, quando era trocado no sábado (Lv 24.7-9).

IV - O ALTAR DO INCENSO E SUA MANUTENÇÃO

4.1 Descrição. Deus mostrou a Moisés que este altar deveria ser: (a) de madeira de acácia (Êx 30.1); (b) com um formato “quadrado” ou “quadrangular” e precisas medidas que equivalem a “50 cm de comprimento, 50 cm de largura e 100 cm de altura” (Êx 30.2); (c) forrado de “ouro puro” completamente (Êx 30.3); (d) deveria ter “quatro pontas”, uma em cada canto (Êx 30.2); (e) duas argolas nos cantos, para receber os varais e ser transportado junto com o tabernáculo, quando necessário (Êx 30.4; 37.25-27); e, (f) uma moldura (coroa) desenhada a volta do altar e abaixo desta (Êx 30.3-b).

4.2 O altar do incenso e a sua manutenção. O altar de ouro foi construído para que unicamente nele se queimasse incenso ao Senhor (Êx 30.7,8). Neste, não poderia ser oferecido incenso estranho nem ofertas de sangue, nem libações (Êx 30.9). Somente uma vez no ano, o altar do incenso era purificado com sangue de um sacrifício oferecido no altar do holocausto (Êx 30.10). Os sacerdotes tinham acesso ao altar de ouro para oferecer incenso no tempo aprazado (Êx 30.7,8). Era neste altar que Deus se encontrava particularmente com a pessoa que, dia a dia, oferecia o incenso (Êx 30.6-b).

V – OS MÓVEIS DO LUGAR SANTO APONTAM PARA CRISTO JESUS

5.1 O castiçal aponta Jesus como a luz do mundo. O castiçal no seu formato prefigura o Messias. Assim como o castiçal tinha sete braços (Êx 25.31-36); do Messias procederia o Espírito com Suas sete virtudes: “E repousará sobre ele o Espírito do SENHOR, o espírito de sabedoria e de entendimento, o espírito de conselho e de fortaleza, o espírito de conhecimento e de temor do SENHOR” (Is 11.2). O castiçal também prefigura Cristo na sua função iluminadora. O profeta Isaías anunciou que a vinda do Messias traria luz ao mundo (Is 9.2; 60.1-2). Por ocasião do nascimento de Jesus, o evangelista Mateus afirmou que a profecia de Isaías se cumpriu: “O povo, que estava assentado em trevas, viu uma grande luz; e aos que estavam assentados na região e sombra da morte a luz raiou” (Mt 4.16). O apóstolo João afirmou o seguinte acerca de Jesus: “E a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam” (Jo 1.5). O apóstolo ainda declara em João 3.19-20: “[…] a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz […]”. O próprio Jesus disse: “Eu sou a luz do mundo” (Jo 8.12 ver 9.5).

5.2 A mesa dos pães aponta para Jesus como o pão vivo. Os pães da proposição também apontam tipologicamente para o Senhor Jesus Cristo. Vejamos:
· Sua perfeição moral. Como o pão da proposição não tinha em sua composição o fermento (JOSEFO apud CHAMPLIN, 2001, p. 419), que em alguns textos bíblicos é um símbolo da corrupção moral (Mt 16.11; Mc 8.15; 1Co 5.6-8; Gl 5.9), serve como figura da pureza de Jesus (Lc 1.35; 2Co 5.21; Hb 4.15; 1Pd 1.18,19);
· Seu sofrimento. Para a preparação do pão da proposição, foi usada da melhor farinha obtida de grãos inteiros do trigo. Para que esse trigo se tornasse adequado, ele tinha que ser triturado até se tornar pó finíssimo. O Senhor Jesus Cristo, como trigo, foi moído (Is 53.7,10), sendo Ele o nosso pão da vida (Jo 12.24). Não menos importante, para o pão servir de alimento precisava ser assado (Lv 24.5). Sendo também esse processo uma alusão ao intenso sofrimento do Filho de Deus no Calvário (Mt 3.11; Lc 3.16; Hb 9.14; 12.29);
· Sua provisão. Jesus é o Pão da Vida (Jo 6.48), que se fez carne para morrer por nossos pecados (Jo 6.38,51), que sustenta os homens também no âmbito espiritual (1Pd 2.9; Ap 1.6). O pão da proposição prefigura “o grão de trigo” (Jo 12.24), que foi sujeitado ao fogo do julgamento divino em lugar dos homens (Jo 12.32,33). Cristo é o nosso pão espiritual, descido do céu (Jo 6.33,38,50,58), que provisionou a toda humanidade (Jo 3.16) através da fé em sua morte e ressurreição (Ef 2.8; 1Pd 1.21), a vida eterna: “Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim tem a vida eterna” (Jo 6.47; ver 6.54-58). 5.3 O altar o incenso aponta para a intercessão de Jesus. Somente os sacerdotes estavam habilitados para a queima do incenso na presença do Senhor (Êx 30.7,8), pois eles eram mediadores entre Deus e o povo (Hb 5.1). Cristo, como nosso sacerdote eterno (Sl 110.4; Hb 6.20), que está a destra do Pai (Cl 3.1; Hb 1.3; 8.1; 10.12; 12.12), intercede por nós (Rm 8.34; Hb 7.25). É em seu nome que oramos e obtemos a resposta (Jo 14.13,14; 16.24). Por sua morte na cruz, fomos feitos sacerdotes (1 Pd 2.9; Ap 1.6; 5.10), e com isso podemos comparecer a presença de Deus por meio da oração e sermos atendidos segundo a Sua vontade (1 Jo 5.14), em tempo oportuno (Hb 4.16).

CONCLUSÃO

Cristo é retratado no lugar santo por meio dos utensílios que nele estão: o castiçal aponta para Cristo como a luz do mundo; a mesa dos paẽs remete-nos a Cristo como o pão da vida; e, por fim, o altar do incenso fala-nos da contínua intercessão de Cristo pelos Seu povo.


COMENTÁRIO E SUBSÍDIO III

INTRODUÇÃO

Local de serviço e de comunhão com Deus, as peças do Tabernáculo denotavam a sacralidade do lugar; os dois véus realçavam a santidade que o local requeria. O Lugar Santo tem muito a nos dizer. Por isso, estudaremos a sua simbologia, pois esta tem muito a ensinar-nos nestes dias difíceis e trabalhosos. Há consolação neste estudo.
Como já sabemos, o Tabernáculo possuía duas divisões, sendo a primeira o Lugar Santo, onde haviam três das sete peças de móveis feitas para o Tabernáculo: o Candelabro (Êx. 37:17:23), a Mesa dos Pães (Êx. 37:10-16) e o Altar do Incenso (Êx. 30:1-8). Na mesa eram postos os pães da proposição, em número de doze (um para cada uma das doze tribos), que eram apresentados quentes cada sábado (Êx 25.30). Era uma oferta de ação de graças, e o seu nome provinha de ser posto esse pão continuamente diante da face do Senhor. Aqueles pães só podiam ser comidos legitimamente pelos sacerdotes, e unicamente no pátio do lugar santo (Lv 24.9). Neste primeiro compartimento acontecia todo ritual de ofertas e sacrifícios - "Ora, estando estas coisas assim preparadas, entram continuamente na primeira tenda os sacerdotes, celebrando os serviços sagrados" (Hb 9.6) – Dito isto, convido-o a pensar maduramente a fé cristã!

I. LUGAR SANTO: UM LOCAL DE SERVIÇO E COMUNHÃO COM DEUS
                                                                 
1. Que lugar é esse? O texto de Êxodo 26.33 mostra a distinção dos dois compartimentos do Tabernáculo. O primeiro é chamado de “Santuário” ou Lugar Santo, e o segundo “Santo dos Santos” ou Lugar Santíssimo. O primeiro aparece como local de serviço, no qual somente os sacerdotes podiam entrar para oficiar diante de Deus (Hb 9.6). Os israelitas limitavam-se a trazer suas ofertas ao altar dos holocaustos. O povo tinha acesso ao Pátio (Átrio), mas não ao Lugar Santo.
O tabernáculo era uma tenda retangular muito grande, feita de várias camadas de cortinas apoiadas em colunas de madeira revestidas com metais preciosos. À volta da tenda havia um pátio retangular, delimitado por mais cortinas e colunas. O povo ficava no pátio do tabernáculo, onde os sacerdotes ofereciam os sacrifícios no altar dos holocaustos e abençoavam o povo. Uma bacia de bronze com água ficava à entrada da tenda, para os sacerdotes se lavarem antes de entrarem (Êx 30.19-21). A tenda possuía dois compartimentos, o primeiro, era chamado ‘Lugar Santo’ e dentro, havia um candelabro, que iluminava o local, e uma mesa, onde se colocavam 12 pães. Apenas os sacerdotes podiam entrar. Junto do véu, ficava o altar do incenso.

2. Um lugar de serviço e adoração. No Tabernáculo, havia uma porta e dois véus. Esses três elementos impediam a entrada de pecadores na presença de Deus. O caminho para Deus começava com o derramamento do sangue inocente dos animais, a fim de restaurar a vida do pecador. Era um lugar de serviço, porque ali eram ministrados sacrifícios ao Senhor. Mas também era um local de adoração e profunda reverência. Nos dias atuais, devemos ter o mesmo espírito quando exercemos um ministério na igreja local ou apresentamos o nosso culto ao Pai Celestial (Rm 12.1,2). Quando nos reunimos, ministramos uns aos outros, mas, sobretudo, todos estão reunidos para adorar ao Criador. 
- Somente os sacerdotes podiam entrar no Lugar Santo do tabernáculo, se aproximando de Deus depois de se purificarem e com roupas especiais. Só podemos nos aproximar de Deus quando somos purificados dos pecados. A Bíblia diz que todos os que são salvos por Jesus são sacerdotes e podem entrar na presença de Deus, porque Jesus nos purificou (1Pd 2.9; Hb 10.21-22). Agora podemos participar das coisas sagradas, sem medo nem culpa. Para aqueles em Cristo, a única adoração aceitável é oferecer a si mesmo completamente ao Senhor. Debaixo do controle de Deus, o corpo ainda não redimido do cristão pode e deve ser rendido a ele como um instrumento de justiça (Hb 6.1,13; 8.11-13). A luz de todas as riquezas espirituais que os cristãos desfrutam exclusivamente como o fruto das misericórdias de Deus (Rm 11.33,36), segue-se logicamente que eles elevem a Deus a sua mais elevada forma de culto.

3. O propósito do Lugar Santo. Tinha-se como principal função ser o local onde os sacerdotes ministravam sacrifícios pelas diversas espécies de pecados cometidos pelo povo israelita. A cada violação individual, familiar ou nacional, o sacerdote entrava no Lugar Santo e apresentava a Deus um sacrifício. Ali, estava explícita a santidade de Deus, pois esse lugar era o local adequado para restaurar a vida do pecador diante de Deus. Entretanto, a apresentação dos sacrifícios não era perfeita nem suficiente, como registra a Epístola aos Hebreus (Hb 9.11-14). Hoje, sabemos que foi Cristo quem apresentou um sacrifício perfeito e suficiente no “Lugar Santo”, por meio de seu próprio sangue, garantindo-nos, em seu nome, a remissão de todos os nossos pecados. Por isso, quem está em Cristo tem o privilégio de entrar na presença de Deus (Ef 2.18,19; Hb 10.19-22). 
Como já citando anteriormente, nesta primeira parte da tenda, somente os sacerdotes e sumos-sacerdotes podiam entrar e ministrar, sendo proibida a entrada dos demais levitas, auxiliares do culto, que só podiam trabalhar no pátio. Também já foi dito sobre a mobília que estava nesta parte, três utensílios revestidos de ouro: o candelabro, a mesa dos pães da proposição, com doze pães representando as tribos de Israel e o alimento que Deus era para elas; e o altar do incenso, junto ao véu que separava o Santo do Santíssimo. Diariamente os sacerdotes entravam nesse ambiente para ministrar ao Senhor. Interessante notar que ali, os sacerdotes apenas mantinham o candelabro (Menorah) aceso, substituía os pães e oferecia incenso, não “ministravam sacrifícios pelas diversas espécies de pecados cometidos pelo povo israelita”, como escreveu o comentarista. Os sacerdotes do Velho Testamento entravam diariamente no Lugar Santo, executando o seu serviço. Uma vez por ano, no Dia da Expiação, o sumo sacerdote entrava no Lugar Santíssimo com o sangue de um touro, por seus próprios pecados e, novamente, com o sangue de um bode, pelos pecados do povo. Ele aspergia o sangue sobre o propiciatório, a cobertura da arca da aliança, oferecendo-o a Deus.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO

“Porque o ministério à Igreja reflete uma figura bíblica que representa a Igreja como um organismo, podemos ver como a dimensão relacional da vida na Igreja é dinâmica, e não estática. Certamente exercemos algum efeito uns sobre os outros. O ministério à Igreja corrige a tendência da sociedade ocidental de enfatizar o indivíduo mais do que a comunidade. O ministério da Igreja inclui equipar um grupo de pessoas que vivem em mútua comunhão, capacitando-as a crescer até formarem uma entidade amorosa, equilibrada e madura. Paulo diz claramente em Efésios 4.11-16 que a equipagem dos santos para o serviço compassivo em nome de Cristo deve acontecer numa comunidade. O crescimento espiritual e o contexto em que ele ocorre de modo mais eficaz não surgem por mera coincidência. O amadurecer do crente não poderá acontecer fora da comunidade da fé. O discipulado não possui nenhum outro contexto que não seja a igreja de Jesus Cristo, porque não se pode seguir fielmente a Jesus à parte de uma participação cada vez mais madura com outros crentes na vida e no ministério de Cristo” (HORTON, M. Horton (Ed.). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2018, pp.601-02).

II. AS TRÊS PEÇAS QUE COMPUNHAM O INTERIOR DO LUGAR SANTO

1. Os mobiliários do lugar. O Lugar Santo era o espaço de preparação dos sacerdotes para a entrada na segunda divisão do Tabernáculo, o Lugar Santíssimo. No Lugar Santo, havia três peças que compunham um ambiente perfeito de oração, intercessão, adoração e louvor: o castiçal de ouro (candeeiro ou candelabro), a mesa para os pães da proposição e o altar de ouro para os incensos (este ficava no centro do Lugar Santo e de frente para o véu que dava para o Lugar Santíssimo).
 A lugar santo continha uma mobília que simbolizavam o nosso relacionamento com o Senhor. “Muitos dos móveis do tabernáculo tinham um propósito funcional. O candelabro iluminava um recinto escuro, enquanto a mesa fornecia um lugar para colocar os pães da proposição. Enquanto isso, o altar de incenso servia ao propósito prático de perfumar agradavelmente o ar. Esses itens eram, em muitos aspectos, peças comuns de mobília, embora feitas de ouro puro e ricamente ornamentadas de forma a se adequarem à mobília de um rei. Todos os cinco sentidos eram ministrados pelo ritual sacerdotal diário: visão, olfato e paladar eram dirigidos através do candelabro, do altar de incenso e da mesa dos pães da proposição, enquanto a audição era ministrada pelos sinos nas vestes do sumo sacerdote. Tudo era concebido como uma rica experiência multissensorial voltada para Deus, não porque ele tenha sentidos como os nossos, mas como um reconhecimento da bondade de cada um dos diversos sentidos que ele nos deu. Somente o melhor de tudo poderia ser bom o suficiente para se oferecer ao Criador do universo.” (MINISTERIOFIEL)

2. O castiçal de ouro (Êx 25.3137). O castiçal era feito de uma só peça de ouro, e sustentado por uma coluna central, de onde saiam três braços de cada lado, formando assim, sete lâmpadas. Essas lâmpadas eram, interiormente, alimentadas por dutos, nos quais havia uma mecha embebida no azeite, fornecendo dessa forma, um combustível que, uma vez aceso, fazia o Castiçal iluminar todo o ambiente. Ou seja, as sete lâmpadas produziam uma só luz. Nos Evangelhos, o Senhor Jesus é apresentado como “a luz do mundo” (Jo 8.12). Ele, por sua vez, disse aos discípulos: “vós sois a luz do mundo” (Mt 5.16). Da mesma forma que o castiçal de ouro iluminava o ambiente escuro, Jesus é a luz que ilumina o mundo em trevas. A Igreja também tem essa mesma função na Terra até a volta do Senhor (Fp 2.15,16). Ela possui o verdadeiro azeite como a marca da unção do Espírito Santo (Jo 14.26). Assim, somos chamados por Cristo a iluminar o mundo, pregando o Evangelho com poder, autoridade e ousadia (At 1.8). 
No lado esquerdo do lugar santo estava a menorá (do hebraico מנורה menorah, “lâmpada, candelabro”), um candelabro de ouro batido com sete braços. As sete lâmpadas no candelabro simbolizavam a bênção de Deus brilhando sobre os doze pães da proposição que representavam as doze tribos de Israel. O próprio candelabro era uma espécie de coluna de fogo em miniatura, lembrando a presença de Deus com o seu povo no deserto. De fato, tipificava Jesus como a luz do mundo. A luz da vida é a mesma que deu forma ao mundo no princípio e que iluminará a Jerusalém celestial, nosso novo lar, eternamente “Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida” (Jo 8.12)

3. A Mesa com os Pães da Proposição (Êx 25.30). A mesa era feita com madeira de acácia e recoberta de ouro. Nela, eram colocados os doze pães da proposição (Lv 24.5-9; Êx 35.13). Os pães eram feitos sem fermento (Lv 24.5). Deviam estes ser comidos pelos sacerdotes, a fim de que os ministrantes estivessem nutridos para exercer o ofício na presença de Deus. O Senhor Jesus é o “pão da vida”. E todos os obreiros devem alimentar-se de Cristo. Só assim poderão ministrar com graça e autoridade diante da Igreja de Deus. Nesse sentido, todo crente é um sacerdote. Logo, devemos nutrir-nos do “pão da vida” (Jo 6.35,58). Somos o sacerdócio real feito por Deus (1 Pe 2.9)! 
A mesa dos pães da proposição ficava no lado direito do lugar santo. Havia 12 pães da proposição sobre a mesa, representando as 12 tribos de Israel. Os pães da proposição tipificavam Jesus. Ele é o pão que desceu do céu, e todo aquele que comer desse pão, que é o seu corpo, partido na cruz, tem a vida eterna. O pão da vida sustenta a vida espiritual de todos aqueles que Dele se alimentam. Estes já passaram da morte para a vida.

4. O Altar de Incenso (Êx 30.1-10). O altar de incenso era também identificado como “o altar de ouro” ou “altar do cheiro suave”, em virtude do perfume, feito à base de plantas aromáticas, que queimadas sobre ele, exalavam um agradável perfume (Lv 16.12). Esse altar também ficava diante do véu que dava acesso ao “Lugar Santíssimo”. A Palavra de Deus correlaciona o incenso como uma figura da oração (Sl 141.2; Lc 1.10; Ap 5.8; 8.3). Nosso Sumo Sacerdote, Jesus Cristo, intercede por nós. Ele cumpriu sua tarefa de intercessor supremo quando, através de sua morte, fez-se nosso único Mediador entre Deus e o homem (Hb 4.14,15; 1 Tm 2.5).
O altar de incenso formava a adequada coluna de fumaça para acompanhar a coluna de fogo do candelabro. Ficava no lugar santo, bem em frente do véu que o separava do local santíssimo. Brasas retiradas do altar de bronze eram colocadas sobre o altar de incenso, sobre o qual era derramado um suave incenso diariamente. A fumaça, que subia do incenso sobre as brasas, representava as orações do povo de Deus “Suba a minha oração perante a tua face como incenso, e as minhas mãos levantadas sejam como o sacrifício da tarde” (Sl 141.2). “E ainda mais, a fumaça do próprio incenso, subindo constantemente do altar, passou a simbolizar as orações do povo de Deus subindo constantemente diante do Senhor. No tabernáculo, o incenso só podia ser oferecido pelos sacerdotes, que assim serviam como mediadores entre o povo e Deus, trazendo simbolicamente suas orações à presença do Altíssimo. Essa ideia é expressa no Salmo 141.2, onde Davi ora ao Senhor: “Suba à tua presença a minha oração, como incenso,”. Uma notável violação deste protocolo está registrada em 2 Crônicas, quando o rei Azarias (também conhecido como Uzias) tentou entrar no Santo Lugar e queimar uma oferta de incenso em seu próprio nome, diante dos protestos dos sacerdotes. Em lugar do status elevado que buscava, ele foi atingido pela lepra, o que o tornou impuro e, portanto, incapaz de, no futuro, voltar a entrar em qualquer parte do complexo do templo (26.16-21). O altar de incenso também estava ligado aos rituais de sacrifício de Israel. Quando uma oferta de sacrifício era exigida devido a um pecado do sumo sacerdote, o sangue do novilho ofertado deveria ser colocado nos chifres do altar do incenso e derramado na sua base (Lv 4.3-7). Já uma oferta de sacrifício pelo pecado da comunidade como um todo requeria um sacrifício similar, com o sangue também sendo colocado nos chifres do altar do incenso, entretanto, o sangue do novilho ofertado deveria ser derramado no altar menos sagrado do holocausto (vv. 13-18). Contudo, mesmo essas ofertas regulares de sacrifícios pelos pecados não eram suficientes para lidar com a contaminação acumulada causada pelo pecado das pessoas; a fim de evitar que a terra se tornasse imprópria para a habitação divina, o sumo sacerdote tinha que entrar no Santo dos Santos uma vez por ano no Dia da Expiação. Ele carregava consigo um incensário portátil que forneceria uma nuvem protetora de fumaça, sob a qual ele poderia levar, com segurança, o sangue das ofertas de purificação e aplicá-lo ao propiciatório no topo da arca da aliança (Levítico 16.12-13).” (MINISTERIOFIEL)

SUBSÍDIO VIDA CRISTÃ

“A Oferta do Cristão
Nós nos aproximamos hoje do Senhor não com uma pomba, ou um cordeiro, ou uma cabra, ou um novilho. Nós chegamos com o nosso tudo, oferecendo-o ao Senhor. Não barganhando com Ele para obter a bênção.
Muita raramente sei de pessoas que perderam a bênção de Deus quando se achegaram abertamente e disseram: ‘Eu desejo receber; eu quero dar tudo de mim’. Este é o segredo de todo o afeto entre pessoa e pessoa, entre os sexos. As pessoas nem sempre estão procurando alguém que as ame; estão procurando alguém que elas possam amar.
Quando duas almas estão buscando aquela a quem possam amar, há união, e o mundo constata gradualmente que há verdadeiros casamentos. Há uma união de espírito tão indissolúvel, que nada na terra ou no céu o divide.
Cristo está buscando a alma que receberá o seu amor, e o cristão, o verdadeiro, está buscando Cristo, que receberá o amor dele. Ambos estão praticando a inalterável lei de Deus: ‘Dai, e ser-vos-á dado” (LAKE, John G.Devocional. Série: Clássicos do Movimento Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, pp.161-62).

III. O VÉU QUE DEMARCA O LUGAR SANTO E O LUGAR SANTÍSSIMO

1. O primeiro véu (Êx 26.36). Depois de passar pelo Altar dos Holocaustos e pelo Lavatório no Pátio, havia no Tabernáculo um véu que dava acesso ao Lugar Santo. Esse véu ficava na entrada do “Lugar Santo”. Ele era feito com linho torcido bordado. E só depois de passar pelo Altar dos Holocaustos e pela Bacia do lavatório, o sacerdote poderia entrar no Lugar Santo. Logo, esse primeiro véu tinha o objetivo de demarcar o espaço entre o Pátio o Lugar Santo. Aqui, começava a ficar claro os espaços permeados de sacralidade no Tabernáculo. O primeiro véu deixava patente o propósito sacro do lugar.
O propósito de um Véu é cobrir ou ocultar da vista (2Co 3.13-16, Is 25.7). O véu do tabernáculo ocultava da vista o Santo dos Santos. Ele formava uma barreira entre a glória de Deus e o homem pecador (Lv 16.2). O primeiro véu era na verdade a porta da estrutura (Êx 26.36-37). Embora suas cores fossem as mesmas do segundo véu não há menção de querubins nele. Ele ficava suspenso em cinco colunas de ouro, que eram fixadas por encaixes de cobre.

2. O segundo véu (Êx 26.32,33). Esse é o véu que ficava entre o Lugar Santo e o Lugar Santíssimo (ou Santo dos santos). No Santuário, somente o sumo sacerdote podia entrar, representando todo o povo de Israel. No Lugar Santíssimo encontramos apenas a Arca da Aliança. O segundo véu tinha objetivo de demarcar o espaço entre o Lugar Santo e o Lugar Santíssimo. Aqui, a sacralidade inspirava uma consciência de intimidade com o Altíssimo. O segundo véu deixava claro que a partir daquele espaço havia um propósito santo e remidor no lugar sagrado. Os dois véus são uma imagem para nós. Antigamente, havia uma gradação e divisão do propósito sacro no Tabernáculo. Mas em Cristo, o nosso Sumo Sacerdote, por intermédio de seu próprio sangue, o acesso à presença santa de Deus está aberto (Hb 9.6,7). Assim, a Igreja de Cristo tem a liberdade de exercer seu sacerdócio na presença de Deus (1 Jo 1.3,7).
O véu interior (Hb 9.3) era confeccionado de azul, púrpura, carmesim e de linho fino torcido bordado com querubins. Ele ficava suspenso em quatro colunas de ouro fixadas por quatro encaixes de prata. Separava o Lugar Santo do Santo dos Santos (Êx 26.33). Em Hebreus 10.19-20 aprendemos que a carne de Cristo foi simbolicamente tipificada pelo véu interno do tabernáculo. Nosso Salvador tomou sobre Si mesmo a forma humana ocultando assim a Sua glória (Fp 2.5-11, Rm 8.3). Somente no Monte da Transfiguração é que Sua glória divina refulgiu (Mt 17.1-2). Da mesma maneira, o véu do tabernáculo ocultou da vista dos homens a glória e a presença de Deus.


SUBSÍDIO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO

Ao final da exposição do tópico é importante que você faça uma revisão de toda a lição. Essa revisão pode ser feita por meio de algumas ênfases em cada tópico ou por meio das perguntas do questionário. Revisar é fundamental para garantir o processo de ensino-aprendizagem do aluno.

CONCLUSÃO

Acheguemo-nos, com ousadia e confiança, diante de Deus. Através do sangue de Jesus, fomos salvos, justificados, adotados como filhos de Deus e santificados. As cortinas que nos separavam do Pai Celeste foram removidas pelo Cordeiro através de sua morte no Calvário. Portanto, não deixe de usufruir desse glorioso privilégio.
Finalmente, note o que está implícito na existência destes símbolos. Durante o tempo em que o véu do Templo permaneceu como um símbolo, isto era uma prova de que Cristo não tinha ainda nos feito o acesso á presença de Deus (Hebreus 9:7-9). Enquanto o sumo sacerdote terreno entrava pelo véu isto era uma prova que a verdadeira expiação ainda não tinha sido feita (Hebreus 10:1-4). Alegramo-nos pelos símbolos, mas somos agradecidos por eles já terem passado. Cristo o grande antítipo cumpriu todos os tipos do Velho Testamento”. (PALAVRAPRUDENTE)
Agora não precisamos mais de mediadores sacerdotais para levar nossas orações e petições a Deus, pois podemos nos aproximar dele em nome de Cristo, nosso grande Sumo Sacerdote. Ele não é apenas nosso advogado, mas ele próprio, o sacrifício expiatório pelos nossos pecados (1Jo 2.2). Como nosso verdadeiro Sumo Sacerdote, ele levou seu próprio sangue ao arquétipo celestial, para o qual o tabernáculo e o templo apontavam e aplicou-o ao propiciatório celestial, purificando assim seu povo para sempre (Hb 9.11-14). Isto é o que nos permite aproximarmo-nos de Deus sem medo, sem uma cobertura protetora de incenso, seguros através do sangue aspergido de Cristo, que é o mediador da nova aliança (12.24). Como o escritor aos Hebreus resume: “Por isso, recebendo, nós, um reino inabalável, retenhamos a graça, pela qual sirvamos a Deus de modo agradável, com reverência e santo temor” (v. 28). Que nossas orações de gratidão subam, como incenso, diariamente diante de Deus” (MINISTERIOFIEL).

Achando-se as tuas palavras, logo as comi, e a tua palavra foi para mim o gozo e alegria do meu coração; porque pelo teu nome sou chamado, ó Senhor Deus dos Exércitos”. (Jeremias 15.16)

Francisco Barbosa
Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br

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