SUBSÍDIO I
O LUGAR SANTO
O homem pecador sai da parte
exterior por meio do sumo sacerdote para descobrir que, para chegar ao Lugar
Santíssimo, a caminhada é progressiva. O homem também descobre que o
Tabernáculo foi projetado para passar ao povo uma noção de relacionamento
progressivo com Deus. Dentro dessa conscientização, o homem descobre ainda que,
quanto mais próximo de Deus, maior é a responsabilidade, porque Deus é Santo, e
nenhuma possibilidade de sujeira entra na sua presença. Também veremos que o
Senhor deseja uma relação íntima com o seu povo, de tal modo que a ordem para
construir o Tabernáculo era para que Ele pudesse habitar com o seu povo e no
meio dele.
O texto neotestamentário em
Hebreus 9.2,3 mostra a distinção dos dois compartimentos do Tabernáculo e chama
ao primeiro “Santuário” e ao segundo “Santo dos Santos”. O texto bíblico diz:
“Porque um tabernáculo estava preparado, o primeiro, em que havia o candeeiro,
e a mesa, e os pães da proposição; ao que se chama o Santuário. Mas, depois do
segundo véu, estava o tabernáculo que se chama o Santo dos santos” (Hb 9.2,3).
Os dois compartimentos do Tabernáculo também eram identificados como “Lugar
Santo” e “Lugar Santíssimo”.
I – LUGAR SANTO: UM LOCAL DE
SERVIÇO E COMUNHÃO COM DEUS
1. Que Lugar É esse?
O “Lugar Santo” era um lugar de
serviço, onde somente os sacerdotes podiam entrar para ministrar (Hb 9.6). Os
israelitas apenas podiam trazer suas ofertas ao Altar de holocaustos e não
podiam passar dali. O povo tinha acesso ao Pátio (Átrio), mas a entrada para o
Tabernáculo era proibida. Porém, quando Cristo entrou no Lugar Santo e no Lugar
Santíssimo com o seu próprio sangue, todos os crentes em Cristo, havendo sido
redimidos e santificados, têm o privilégio de entrar na presença de Deus e
exercer uma nova posição em Cristo como “sacerdotes de Deus” (ver Ef 2.18,19;
Hb 10.19-22).
2. Um Lugar de Serviço e
Adoração
O Modelo Divino do Tabernáculo
A morada terrenal levantada
chamada “Tabernáculo” (do hebraico, misklan =
“morada”) não ficava exposta, mas tinha uma cobertura de peles que a protegia
do sol causticante do deserto. Era a casa que Deus ordenou a Moisés construir
para sua morada do Altíssimo (ver Êx 25.8). A parte interna tinha um caráter
bem particular. Era um lugar especial, de privilégio e com exclusividade para o
serviço dos sacerdotes diante de Deus.
Esse modelo foi dado a Moisés
quando subiu ao Sinai. Era a revelação do lugar no qual Deus habitaria com o
seu povo, ou seja, a primeira morada de Deus sobre a terra (ver Êx 25.8).
Durante os quarenta dias em que Moisés esteve no alto do monte, aquela montanha
alta tornou-se um lugar santo, de exclusividade divina, pois Deus mostraria sua
glória a Moisés no ponto mais alto. Imaginem um lugar ermo e de pedras esquecidas
dos homens que, de repente, se torna num lugar da manifestação da glória de
Deus.
Naquele monte, Moisés recebeu a
planta de tudo quanto o Senhor queria no Tabernáculo. Deus foi o arquiteto e
concedeu a ajuda do seu Espírito na seleção das pessoas habilitadas em várias
atividades que envolviam habilidade com madeira e metais. Nesse modelo divino
do Tabernáculo, está revelado tipologicamente que Jesus Cristo edificou sua
Igreja, o Tabernáculo espiritual aqui na terra. Na verdade, todos os detalhes
do Tabernáculo demonstram em seu conjunto a revelação de Jesus Cristo, em sua
pessoa, em seu sacrifício e em seu sacerdócio eterno.
3. O Propósito do Lugar
Santo
Antes de adentrar no Santuário,
do lado de fora, dentro da cerca de linho fino retorcido, estava o Altar de
Sacrifícios, que representa a Cruz de Cristo, na qual Ele, como verdadeira vítima
expiatória, seria oferecido por nossos pecados (ver 1 Jo 2.2). Isso significa
que, antes de entrar no Santuário, o pecador precisa passar pelo Altar de
Sacrifícios.
Outrossim, os móveis e outros
materiais utilizados no Tabernáculo possuem um significado simbólico para cada
elemento. A sua distribuição nos lugares certos passa a ter um sentido
espiritual simbólico. A partir do Pátio (ou Átrio) até entrar no Santuário,
todos os objetos do Tabernáculo, tanto os que estão fora quanto os que estão
dentro, servem de “exemplar e sombra das coisas celestiais” (Hb 8.5). O autor
da carta aos Hebreus reconhece o significado simbólico e diz: “Olha, faze tudo
conforme o modelo que, no monte, se te mostrou” (Hb 8.5). O Novo Testamento
reforça o projeto celestial do Tabernáculo para fortalecer o fato de que a
Igreja seria a demonstração da presença de Deus na terra e que Jesus Cristo foi
a manifestação do “Verbo [que] se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1.14). A
palavra “habitou”, de João 1.14, aparece na língua grega do NT como “skenoo”,
que significa “tenda, habitação, tabernáculo”. O apóstolo João, portanto,
declara que Jesus foi o verbo que se encarnou, habitou entre nós e que fez da
Igreja o seu Tabernáculo, isto é, o lugar onde Ele habita.
4. Lições da Tipologia do
Tabernáculo em Relação a Israel e à Igreja
Em relação a Israel, aprendemos
que apenas Arão e seus filhos, da tribo de Levi, eram sacerdotes escolhidos por
Deus para essa função na vida religiosa de Israel (Êx 28.1; Nm 3.5-10). Para
ser um sacerdote em Israel, era preciso ser nascido na família de Levi e
pertencer a sua tribo.
Em relação à Igreja, nenhuma
pessoa por nascimento natural tem direito a um sacerdócio espiritual (ver Rm
3.23; Ef 2.12). A Igreja, porém, é fruto de um nascimento espiritual, que, na
linguagem neotestamentária de Jesus, se refere ao novo nascimento, que torna
filhos de Deus todos quantos aceitam a Cristo Jesus como Senhor e Salvador (ver
Jo 1.12,13; Ef 2.13; 1 Pe 2.9), tornando-se, assim, “sacerdotes para com
Deus”.
Em relação a Israel, a aceitação
dos israelitas diante de Deus era mediante os sacrifícios do Altar de
Sacrifícios e, depois, lavados pela água límpida da Pia Lavatório, bem como a
unção com azeite da Santa Unção (ver Êx 30.25-30).
Em relação à Igreja, nossa aceitação
para com Deus, o Pai, foi feita no Amado, limpos pela regeneração do Espírito
Santo e da Palavra de Deus e ungidos com o Espírito Santo. Esse direito de
aceitação diante de Deus foi, portanto, conquistado pelo sangue de Cristo Jesus
(Hb 10.17-25).
Para entendermos a importância
do “Lugar Santo” e a sua tipologia na vida cristã, precisamos entender que, na
esfera celestial, os objetos do Lugar Santo são tipificados pelas coisas que
estão no céu. Precisamos, portanto, descobrir a tipologia dos objetos que
estavam na parte interna do Lugar Santo (ver Êx 26.35; Hb 9.1,2).
Texto extraído da obra “O
TABERNÁCULO”, editada pela CPAD.
COMENTÁRIO E
SUBSÍDIO II
INTRODUÇÃO
Nesta lição falaremos sobre a
parte interior do tabernáculo ou da tenda, chamada de lugar santo; pontuaremos
detalhadamente os utensílios pertencentes a este lugar; e , finalizaremos
destacando que cada móvel pertencente ao lugar santo aponta para uma atribuição
de Cristo Jesus.
I – INFORMAÇÕES SOBRE O LUGAR
SANTO
Todo o tabernáculo junto com os
seus utensílios eram sagrados. No entanto, no tabernáculo propriamente dito,
havia um lugar chamado de “lugar santo” (Êx 26.33). Este espaço media cerca de
cinco metros de largura e de altura e dez metros de comprimento (CONNER, 2015,
p. 52). Abaixo destacaremos algumas informações sobre isso:
1.1 A primeira parte do
tabernáculo. Internamente
a tenda, estava dividida em duas partes: lugar santo e lugar santíssimo. O escritor
aos hebreus chama de “primeiro tabernáculo” e “segundo tabernáculo” (Hb 9.6,7).
1.2 Um lugar de acesso restrito
aos sacerdotes. O acesso ao
tabernáculo era cheio de restrições. O povo comum só podia entrar até o pátio.
Somente os sacerdotes podiam entrar até o “lugar santo”; já no santíssimo só
entrava o sumo sacerdote, uma vez por ano (Êx 30.10; Lv 16.34; Hb 9.7).
1.3 Um lugar com três utensílios
importantes. No lugar
santo haviam três móveis, a saber: o castiçal, a mesa com os pães e o altar de
incenso, todos de ouro, embora somente o castiçal fosse completamente de ouro.
II – O CANDELABRO E A SUA
MANUTENÇÃO
2.1 Descrição. Em hebraico a palavra que
indica o candeeiro, castiçal, candelabro ou simplesmente lâmpada que era usado
no tabernáculo e posteriormente no templo de Jerusalém é “menorah” (Êx
25.31-40; 37.17-24; Zc 4.2-5,10-14). Notemos algumas informações importantes
sobre este utensílio: (a) era totalmente de “ouro puro e batido” bem como os
seus utensílios (Êx 25.31,36,39; 31.8; 37.24; 39.37); (b) tinha sete hásteas
com sete lâmpadas; uma localizada na coluna central, e três saindo de cada lado
em braços separados (Êx 25.37; 37.17-22; Nm 8.2); (c) seu peso era cerca de um
talento (cerca de 40 a 50 kg), e segundo a tradição judaica media 1,5 metro de
altura por 1,0 metro de largura de uma extremidade a outra; (d) era formado de
uma única peça de ouro, pelo que não havia partes separadas ou emendadas (Êx
25.31; 37.17). A coluna ou talo central do candelabro era decorada com quatro
cálices esculpidos em forma de flores de amendoeira, alternando-se entre botões
e flores e cada uma das hastes laterais tinha três cálices, alternando-se da
mesma forma entre botões e flores (Êx 25.31-36; 37.17-22); (e) Uma das
principais finalidades do candeeiro era trazer luminosidade na parte interior
do Tabernáculo (Êx 27.20,21; Lv 24.1-4).
2.2 O castiçal e a sua
manutenção. Arão e seus
filhos deviam preparar as lâmpadas cada vez que oferecessem incenso no altar de
ouro: “manhã e tarde” (Êx 30.7,8). Para que as lâmpadas permanecessem acesas
era ordenado que trouxessem “azeite puro” (Êx 27.20; Lv 24.1,2). O sacerdote
tinha duas tarefas diárias que não podiam ser esquecidas: manter aceso o fogo
sobre o altar (Lv 6.12,13) e manter acesas as lâmpadas do candelabro dentro da
tenda durante todo o dia, sendo assim, a luz não podia ser apagada em momento
algum. A expressão “continuamente” aparece por três vezes (Lv 24.2-4). Era
função do sacerdote: (a) aparar os pavios, retirando a parte queimada, e, (b)
manter o suprimento de azeite (Êx 27.21; Lv 24.3; Nm 8.1-3). Arão usava
cortadores de pavio e apagadores para cumprir suas funções sacerdotais (Êx
37.23,24) (HENRY, 2010, p. 427).
III - A MESA DOS PÃES E A SUA
MANUTENÇÃO
3.1 Descrição. A mesa com os pães da
proposição era feita de: (a) madeira de acácia ou cetim; (b) tinha dois côvados
de comprimento (100 cm), um côvado de largura (50 cm) e, um côvado e meio de
altura (75 cm), revestida ao redor com ouro puro e uma moldura de ouro em volta
(Êx 37.10-12). Para a ministração na mesa da proposição, Deus estabeleceu a
fabricação de alguns utensílios, que deveriam ficar sobre ela (Êx 25.29). Os
pratos serviam para colocar os pães; as colheres eram cálices para colocar o
incenso sobre os pães, identificando-o como sacrifício (Lv 24.7). As galhetas
(tigelas) e as taças (copos), eram para armazenar e despejar o vinho (não
alcoólico) em oferta de libação. Todos estes utensílios eram feitos de ouro
puro (BEACON, 2010, p. 208 – acréscimo nosso). A parte superior da mesa
descansava sobre uma armação, e em volta dela havia uma coroa ou moldura de
ouro, projetando-se sobre a parte de cima para impedir que os objetos caíssem
dela. Na mesa havia ainda, uma argola em cada esquina para permitir que ali
fossem introduzidas os varais, a fim de transportar a mesa (Êx 25.23-28).
3.2 A mesa e a sua manutenção. Os coatitas eram
responsáveis de assar os pães da proposição de “sábado em sábado”, bem como de
transportá-los quando o tabernáculo mudava (Nm 4.7; 1Cr 9.32; 23.28,29). Cada
pão era feito de farinha finíssima, ou seja, a farinha de trigo da melhor
qualidade. Os sacerdotes comiam dele no Lugar Santo, quando era trocado no
sábado (Lv 24.7-9).
IV - O ALTAR DO INCENSO E SUA
MANUTENÇÃO
4.1 Descrição. Deus mostrou a Moisés que
este altar deveria ser: (a) de madeira de acácia (Êx 30.1); (b) com um formato
“quadrado” ou “quadrangular” e precisas medidas que equivalem a “50 cm de
comprimento, 50 cm de largura e 100 cm de altura” (Êx 30.2); (c) forrado de
“ouro puro” completamente (Êx 30.3); (d) deveria ter “quatro pontas”, uma em
cada canto (Êx 30.2); (e) duas argolas nos cantos, para receber os varais e ser
transportado junto com o tabernáculo, quando necessário (Êx 30.4; 37.25-27); e,
(f) uma moldura (coroa) desenhada a volta do altar e abaixo desta (Êx 30.3-b).
4.2 O altar do incenso e a sua
manutenção. O altar de
ouro foi construído para que unicamente nele se queimasse incenso ao Senhor (Êx
30.7,8). Neste, não poderia ser oferecido incenso estranho nem ofertas de
sangue, nem libações (Êx 30.9). Somente uma vez no ano, o altar do incenso era
purificado com sangue de um sacrifício oferecido no altar do holocausto (Êx
30.10). Os sacerdotes tinham acesso ao altar de ouro para oferecer incenso no
tempo aprazado (Êx 30.7,8). Era neste altar que Deus se encontrava particularmente
com a pessoa que, dia a dia, oferecia o incenso (Êx 30.6-b).
V – OS MÓVEIS DO LUGAR SANTO
APONTAM PARA CRISTO JESUS
5.1 O castiçal aponta Jesus como
a luz do mundo. O castiçal
no seu formato prefigura o Messias. Assim como o castiçal tinha sete braços (Êx
25.31-36); do Messias procederia o Espírito com Suas sete virtudes: “E
repousará sobre ele o Espírito do SENHOR, o espírito de sabedoria e de
entendimento, o espírito de conselho e de fortaleza, o espírito de conhecimento
e de temor do SENHOR” (Is 11.2). O castiçal também prefigura Cristo na sua
função iluminadora. O profeta Isaías anunciou que a vinda do Messias traria luz
ao mundo (Is 9.2; 60.1-2). Por ocasião do nascimento de Jesus, o evangelista
Mateus afirmou que a profecia de Isaías se cumpriu: “O povo, que estava
assentado em trevas, viu uma grande luz; e aos que estavam assentados na região
e sombra da morte a luz raiou” (Mt 4.16). O apóstolo João afirmou o seguinte
acerca de Jesus: “E a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam”
(Jo 1.5). O apóstolo ainda declara em João 3.19-20: “[…] a luz veio ao mundo, e
os homens amaram mais as trevas do que a luz […]”. O próprio Jesus disse: “Eu
sou a luz do mundo” (Jo 8.12 ver 9.5).
5.2 A mesa dos pães aponta para
Jesus como o pão vivo. Os pães da proposição também apontam tipologicamente para o Senhor
Jesus Cristo. Vejamos:
· Sua perfeição moral. Como o pão
da proposição não tinha em sua composição o fermento (JOSEFO apud CHAMPLIN,
2001, p. 419), que em alguns textos bíblicos é um símbolo da corrupção moral
(Mt 16.11; Mc 8.15; 1Co 5.6-8; Gl 5.9), serve como figura da pureza de Jesus
(Lc 1.35; 2Co 5.21; Hb 4.15; 1Pd 1.18,19);
· Seu sofrimento. Para a
preparação do pão da proposição, foi usada da melhor farinha obtida de grãos
inteiros do trigo. Para que esse trigo se tornasse adequado, ele tinha que ser
triturado até se tornar pó finíssimo. O Senhor Jesus Cristo, como trigo, foi
moído (Is 53.7,10), sendo Ele o nosso pão da vida (Jo 12.24). Não menos
importante, para o pão servir de alimento precisava ser assado (Lv 24.5). Sendo
também esse processo uma alusão ao intenso sofrimento do Filho de Deus no
Calvário (Mt 3.11; Lc 3.16; Hb 9.14; 12.29);
· Sua provisão. Jesus é o Pão da
Vida (Jo 6.48), que se fez carne para morrer por nossos pecados (Jo 6.38,51),
que sustenta os homens também no âmbito espiritual (1Pd 2.9; Ap 1.6). O pão da
proposição prefigura “o grão de trigo” (Jo 12.24), que foi sujeitado ao fogo do
julgamento divino em lugar dos homens (Jo 12.32,33). Cristo é o nosso pão espiritual,
descido do céu (Jo 6.33,38,50,58), que provisionou a toda humanidade (Jo 3.16)
através da fé em sua morte e ressurreição (Ef 2.8; 1Pd 1.21), a vida eterna:
“Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim tem a vida eterna”
(Jo 6.47; ver 6.54-58). 5.3 O altar o incenso aponta para a intercessão de
Jesus. Somente os sacerdotes estavam habilitados para a queima do incenso na
presença do Senhor (Êx 30.7,8), pois eles eram mediadores entre Deus e o povo
(Hb 5.1). Cristo, como nosso sacerdote eterno (Sl 110.4; Hb 6.20), que está a
destra do Pai (Cl 3.1; Hb 1.3; 8.1; 10.12; 12.12), intercede por nós (Rm 8.34;
Hb 7.25). É em seu nome que oramos e obtemos a resposta (Jo 14.13,14; 16.24).
Por sua morte na cruz, fomos feitos sacerdotes (1 Pd 2.9; Ap 1.6; 5.10), e com
isso podemos comparecer a presença de Deus por meio da oração e sermos
atendidos segundo a Sua vontade (1 Jo 5.14), em tempo oportuno (Hb 4.16).
CONCLUSÃO
Cristo é retratado no lugar
santo por meio dos utensílios que nele estão: o castiçal aponta para Cristo
como a luz do mundo; a mesa dos paẽs remete-nos a Cristo como o pão da vida; e,
por fim, o altar do incenso fala-nos da contínua intercessão de Cristo pelos
Seu povo.
COMENTÁRIO E
SUBSÍDIO III
INTRODUÇÃO
Local de serviço e de
comunhão com Deus, as peças do Tabernáculo denotavam a sacralidade do lugar; os
dois véus realçavam a santidade que o local requeria. O Lugar Santo tem muito a
nos dizer. Por isso, estudaremos a sua simbologia, pois esta tem muito a
ensinar-nos nestes dias difíceis e trabalhosos. Há consolação neste estudo.
Como já sabemos, o Tabernáculo possuía duas
divisões, sendo a primeira o Lugar Santo, onde haviam três das sete peças de
móveis feitas para o Tabernáculo: o Candelabro (Êx. 37:17:23), a Mesa dos Pães
(Êx. 37:10-16) e o Altar do Incenso (Êx. 30:1-8). Na mesa eram postos os pães
da proposição, em número de doze (um para cada uma das doze tribos), que eram
apresentados quentes cada sábado (Êx 25.30). Era uma oferta de ação de graças,
e o seu nome provinha de ser posto esse pão continuamente diante da face do
Senhor. Aqueles pães só podiam ser comidos legitimamente pelos sacerdotes, e
unicamente no pátio do lugar santo (Lv 24.9). Neste primeiro compartimento
acontecia todo ritual de ofertas e sacrifícios - "Ora, estando estas
coisas assim preparadas, entram continuamente na primeira tenda os sacerdotes,
celebrando os serviços sagrados" (Hb 9.6) – Dito isto, convido-o
a pensar maduramente a fé cristã!
I. LUGAR
SANTO: UM LOCAL DE SERVIÇO E COMUNHÃO COM DEUS
1. Que lugar é
esse? O texto de Êxodo 26.33
mostra a distinção dos dois compartimentos do Tabernáculo. O primeiro é chamado
de “Santuário” ou Lugar Santo, e o segundo “Santo dos Santos” ou Lugar
Santíssimo. O primeiro aparece como local de serviço, no qual somente os
sacerdotes podiam entrar para oficiar diante de Deus (Hb 9.6). Os israelitas
limitavam-se a trazer suas ofertas ao altar dos holocaustos. O povo tinha
acesso ao Pátio (Átrio), mas não ao Lugar Santo.
O tabernáculo era uma tenda retangular muito
grande, feita de várias camadas de cortinas apoiadas em colunas de madeira
revestidas com metais preciosos. À volta da tenda havia um pátio retangular,
delimitado por mais cortinas e colunas. O povo ficava no pátio do tabernáculo,
onde os sacerdotes ofereciam os sacrifícios no altar dos holocaustos e
abençoavam o povo. Uma bacia de bronze com água ficava à entrada da tenda, para
os sacerdotes se lavarem antes de entrarem (Êx 30.19-21). A tenda possuía dois
compartimentos, o primeiro, era chamado ‘Lugar Santo’ e dentro, havia um
candelabro, que iluminava o local, e uma mesa, onde se colocavam 12 pães.
Apenas os sacerdotes podiam entrar. Junto do véu, ficava o altar do incenso.
2. Um lugar de serviço e
adoração. No
Tabernáculo, havia uma porta e dois véus. Esses três elementos impediam a
entrada de pecadores na presença de Deus. O caminho para Deus começava com o
derramamento do sangue inocente dos animais, a fim de restaurar a vida do
pecador. Era um lugar de serviço, porque ali eram ministrados sacrifícios ao
Senhor. Mas também era um local de adoração e profunda reverência. Nos dias
atuais, devemos ter o mesmo espírito quando exercemos um ministério na igreja
local ou apresentamos o nosso culto ao Pai Celestial (Rm 12.1,2). Quando nos
reunimos, ministramos uns aos outros, mas, sobretudo, todos estão reunidos para
adorar ao Criador.
- Somente os sacerdotes podiam entrar no Lugar
Santo do tabernáculo, se aproximando de Deus depois de se purificarem e com
roupas especiais. Só podemos nos aproximar de Deus quando somos purificados dos
pecados. A Bíblia diz que todos os que são salvos por Jesus são sacerdotes e
podem entrar na presença de Deus, porque Jesus nos purificou (1Pd 2.9; Hb
10.21-22). Agora podemos participar das coisas sagradas, sem medo nem culpa.
Para aqueles em Cristo, a única adoração aceitável é oferecer a si mesmo
completamente ao Senhor. Debaixo do controle de Deus, o corpo ainda não redimido
do cristão pode e deve ser rendido a ele como um instrumento de justiça (Hb
6.1,13; 8.11-13). A luz de todas as riquezas espirituais que os cristãos
desfrutam exclusivamente como o fruto das misericórdias de Deus (Rm 11.33,36),
segue-se logicamente que eles elevem a Deus a sua mais elevada forma de culto.
3. O propósito do Lugar
Santo. Tinha-se
como principal função ser o local onde os sacerdotes ministravam sacrifícios
pelas diversas espécies de pecados cometidos pelo povo israelita. A cada violação
individual, familiar ou nacional, o sacerdote entrava no Lugar Santo e
apresentava a Deus um sacrifício. Ali, estava explícita a santidade de Deus,
pois esse lugar era o local adequado para restaurar a vida do pecador diante de
Deus. Entretanto, a apresentação dos sacrifícios não era perfeita nem
suficiente, como registra a Epístola aos Hebreus (Hb 9.11-14). Hoje, sabemos
que foi Cristo quem apresentou um sacrifício perfeito e suficiente no “Lugar
Santo”, por meio de seu próprio sangue, garantindo-nos, em seu nome, a remissão
de todos os nossos pecados. Por isso, quem está em Cristo tem o privilégio de
entrar na presença de Deus (Ef 2.18,19; Hb 10.19-22).
Como já citando anteriormente, nesta primeira parte
da tenda, somente os sacerdotes e sumos-sacerdotes podiam entrar e ministrar,
sendo proibida a entrada dos demais levitas, auxiliares do culto, que só podiam
trabalhar no pátio. Também já foi dito sobre a mobília que estava nesta parte,
três utensílios revestidos de ouro: o candelabro, a mesa dos pães da
proposição, com doze pães representando as tribos de Israel e o alimento que
Deus era para elas; e o altar do incenso, junto ao véu que separava o Santo do
Santíssimo. Diariamente os sacerdotes entravam nesse ambiente para ministrar ao
Senhor. Interessante notar que ali, os sacerdotes apenas mantinham o candelabro
(Menorah) aceso, substituía os pães e oferecia incenso, não “ministravam sacrifícios pelas diversas
espécies de pecados cometidos pelo povo israelita”, como escreveu o
comentarista. Os sacerdotes do Velho Testamento entravam diariamente no Lugar
Santo, executando o seu serviço. Uma vez por ano, no Dia da Expiação, o sumo
sacerdote entrava no Lugar Santíssimo com o sangue de um touro, por seus
próprios pecados e, novamente, com o sangue de um bode, pelos pecados do povo.
Ele aspergia o sangue sobre o propiciatório, a cobertura da arca da aliança,
oferecendo-o a Deus.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“Porque
o ministério à Igreja reflete uma figura bíblica que representa a Igreja como
um organismo, podemos ver como a dimensão relacional da vida na Igreja é
dinâmica, e não estática. Certamente exercemos algum efeito uns sobre os
outros. O ministério à Igreja corrige a tendência da sociedade ocidental de
enfatizar o indivíduo mais do que a comunidade. O ministério da Igreja inclui
equipar um grupo de pessoas que vivem em mútua comunhão, capacitando-as a
crescer até formarem uma entidade amorosa, equilibrada e madura. Paulo diz
claramente em Efésios 4.11-16 que a equipagem dos santos para o serviço
compassivo em nome de Cristo deve acontecer numa comunidade. O crescimento
espiritual e o contexto em que ele ocorre de modo mais eficaz não surgem por
mera coincidência. O amadurecer do crente não poderá acontecer fora da
comunidade da fé. O discipulado não possui nenhum outro contexto que não seja a
igreja de Jesus Cristo, porque não se pode seguir fielmente a Jesus à parte de
uma participação cada vez mais madura com outros crentes na vida e no
ministério de Cristo” (HORTON, M. Horton (Ed.). Teologia Sistemática: Uma
Perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2018, pp.601-02).
II. AS TRÊS
PEÇAS QUE COMPUNHAM O INTERIOR DO LUGAR SANTO
1. Os
mobiliários do lugar. O Lugar Santo era o espaço de preparação dos sacerdotes para a entrada
na segunda divisão do Tabernáculo, o Lugar Santíssimo. No Lugar Santo, havia
três peças que compunham um ambiente perfeito de oração, intercessão, adoração
e louvor: o castiçal de ouro (candeeiro ou candelabro), a mesa para os pães da
proposição e o altar de ouro para os incensos (este ficava no centro do Lugar
Santo e de frente para o véu que dava para o Lugar Santíssimo).
A lugar santo
continha uma mobília que simbolizavam o nosso relacionamento com o Senhor. “Muitos dos móveis do tabernáculo tinham um
propósito funcional. O candelabro iluminava um recinto escuro, enquanto a mesa
fornecia um lugar para colocar os pães da proposição. Enquanto isso, o altar de
incenso servia ao propósito prático de perfumar agradavelmente o ar. Esses
itens eram, em muitos aspectos, peças comuns de mobília, embora feitas de ouro
puro e ricamente ornamentadas de forma a se adequarem à mobília de um rei.
Todos os cinco sentidos eram ministrados pelo ritual sacerdotal diário: visão,
olfato e paladar eram dirigidos através do candelabro, do altar de incenso e da
mesa dos pães da proposição, enquanto a audição era ministrada pelos sinos nas
vestes do sumo sacerdote. Tudo era concebido como uma rica experiência
multissensorial voltada para Deus, não porque ele tenha sentidos como os
nossos, mas como um reconhecimento da bondade de cada um dos diversos sentidos
que ele nos deu. Somente o melhor de tudo poderia ser bom o suficiente para se
oferecer ao Criador do universo.” (MINISTERIOFIEL)
2. O
castiçal de ouro (Êx 25.3137). O castiçal era feito de uma só peça de ouro, e sustentado por uma
coluna central, de onde saiam três braços de cada lado, formando assim, sete
lâmpadas. Essas lâmpadas eram, interiormente, alimentadas por dutos, nos quais
havia uma mecha embebida no azeite, fornecendo dessa forma, um combustível que,
uma vez aceso, fazia o Castiçal iluminar todo o ambiente. Ou seja, as sete
lâmpadas produziam uma só luz. Nos Evangelhos, o Senhor Jesus é apresentado
como “a luz do mundo” (Jo 8.12). Ele, por sua vez, disse aos discípulos: “vós
sois a luz do mundo” (Mt 5.16). Da mesma forma que o castiçal de ouro iluminava
o ambiente escuro, Jesus é a luz que ilumina o mundo em trevas. A Igreja também
tem essa mesma função na Terra até a volta do Senhor (Fp 2.15,16). Ela possui o
verdadeiro azeite como a marca da unção do Espírito Santo (Jo 14.26). Assim,
somos chamados por Cristo a iluminar o mundo, pregando o Evangelho com poder,
autoridade e ousadia (At 1.8).
No lado esquerdo do lugar santo estava a menorá (do
hebraico מנורה menorah, “lâmpada, candelabro”), um candelabro de ouro batido
com sete braços. As sete lâmpadas no candelabro simbolizavam a bênção de Deus
brilhando sobre os doze pães da proposição que representavam as doze tribos de
Israel. O próprio candelabro era uma espécie de coluna de fogo em miniatura,
lembrando a presença de Deus com o seu povo no deserto. De fato, tipificava
Jesus como a luz do mundo. A luz da vida é a mesma que deu forma ao mundo no
princípio e que iluminará a Jerusalém celestial, nosso novo lar, eternamente
“Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da
vida” (Jo 8.12)
3. A
Mesa com os Pães da Proposição (Êx 25.30). A mesa era feita com madeira de
acácia e recoberta de ouro. Nela, eram colocados os doze pães da proposição (Lv
24.5-9; Êx 35.13). Os pães eram feitos sem fermento (Lv 24.5). Deviam estes ser
comidos pelos sacerdotes, a fim de que os ministrantes estivessem nutridos para
exercer o ofício na presença de Deus. O Senhor Jesus é o “pão da vida”. E todos
os obreiros devem alimentar-se de Cristo. Só assim poderão ministrar com graça
e autoridade diante da Igreja de Deus. Nesse sentido, todo crente é um
sacerdote. Logo, devemos nutrir-nos do “pão da vida” (Jo 6.35,58). Somos o
sacerdócio real feito por Deus (1 Pe 2.9)!
A mesa dos pães da proposição ficava no lado direito
do lugar santo. Havia 12 pães da proposição sobre a mesa, representando as 12
tribos de Israel. Os pães da proposição tipificavam Jesus. Ele é o pão que
desceu do céu, e todo aquele que comer desse pão, que é o seu corpo, partido na
cruz, tem a vida eterna. O pão da vida sustenta a vida espiritual de todos
aqueles que Dele se alimentam. Estes já passaram da morte para a vida.
4. O
Altar de Incenso (Êx 30.1-10). O altar de incenso era também identificado como “o altar de ouro” ou
“altar do cheiro suave”, em virtude do perfume, feito à base de plantas
aromáticas, que queimadas sobre ele, exalavam um agradável perfume (Lv 16.12).
Esse altar também ficava diante do véu que dava acesso ao “Lugar Santíssimo”. A
Palavra de Deus correlaciona o incenso como uma figura da oração (Sl 141.2; Lc
1.10; Ap 5.8; 8.3). Nosso Sumo Sacerdote, Jesus Cristo, intercede por nós. Ele
cumpriu sua tarefa de intercessor supremo quando, através de sua morte, fez-se
nosso único Mediador entre Deus e o homem (Hb 4.14,15; 1 Tm 2.5).
O altar de incenso formava a adequada coluna de
fumaça para acompanhar a coluna de fogo do candelabro. Ficava no lugar santo,
bem em frente do véu que o separava do local santíssimo. Brasas retiradas do
altar de bronze eram colocadas sobre o altar de incenso, sobre o qual era
derramado um suave incenso diariamente. A fumaça, que subia do incenso sobre as
brasas, representava as orações do povo de Deus “Suba a minha oração perante a tua face como incenso, e as minhas mãos
levantadas sejam como o sacrifício da tarde” (Sl 141.2). “E ainda mais, a fumaça do próprio incenso,
subindo constantemente do altar, passou a simbolizar as orações do povo de Deus
subindo constantemente diante do Senhor. No tabernáculo, o incenso só podia ser
oferecido pelos sacerdotes, que assim serviam como mediadores entre o povo e
Deus, trazendo simbolicamente suas orações à presença do Altíssimo. Essa ideia
é expressa no Salmo 141.2, onde Davi ora ao Senhor: “Suba à tua presença a
minha oração, como incenso,”. Uma notável violação deste protocolo está
registrada em 2 Crônicas, quando o rei Azarias (também conhecido como Uzias)
tentou entrar no Santo Lugar e queimar uma oferta de incenso em seu próprio
nome, diante dos protestos dos sacerdotes. Em lugar do status elevado que
buscava, ele foi atingido pela lepra, o que o tornou impuro e, portanto,
incapaz de, no futuro, voltar a entrar em qualquer parte do complexo do templo
(26.16-21). O altar de incenso também estava ligado aos rituais de sacrifício
de Israel. Quando uma oferta de sacrifício era exigida devido a um pecado do
sumo sacerdote, o sangue do novilho ofertado deveria ser colocado nos chifres
do altar do incenso e derramado na sua base (Lv 4.3-7). Já uma oferta de
sacrifício pelo pecado da comunidade como um todo requeria um sacrifício
similar, com o sangue também sendo colocado nos chifres do altar do incenso,
entretanto, o sangue do novilho ofertado deveria ser derramado no altar menos
sagrado do holocausto (vv. 13-18). Contudo, mesmo essas ofertas regulares de
sacrifícios pelos pecados não eram suficientes para lidar com a contaminação
acumulada causada pelo pecado das pessoas; a fim de evitar que a terra se
tornasse imprópria para a habitação divina, o sumo sacerdote tinha que entrar
no Santo dos Santos uma vez por ano no Dia da Expiação. Ele carregava consigo
um incensário portátil que forneceria uma nuvem protetora de fumaça, sob a qual
ele poderia levar, com segurança, o sangue das ofertas de purificação e
aplicá-lo ao propiciatório no topo da arca da aliança (Levítico 16.12-13).”
(MINISTERIOFIEL)
SUBSÍDIO VIDA CRISTÃ
“A Oferta do Cristão
Nós
nos aproximamos hoje do Senhor não com uma pomba, ou um cordeiro, ou uma cabra,
ou um novilho. Nós chegamos com o nosso tudo, oferecendo-o ao Senhor. Não
barganhando com Ele para obter a bênção.
Muita
raramente sei de pessoas que perderam a bênção de Deus quando se achegaram
abertamente e disseram: ‘Eu desejo receber; eu quero dar tudo de mim’. Este é o
segredo de todo o afeto entre pessoa e pessoa, entre os sexos. As pessoas nem
sempre estão procurando alguém que as ame; estão procurando alguém que elas
possam amar.
Quando
duas almas estão buscando aquela a quem possam amar, há união, e o mundo
constata gradualmente que há verdadeiros casamentos. Há uma união de espírito
tão indissolúvel, que nada na terra ou no céu o divide.
Cristo
está buscando a alma que receberá o seu amor, e o cristão, o verdadeiro, está
buscando Cristo, que receberá o amor dele. Ambos estão praticando a inalterável
lei de Deus: ‘Dai, e ser-vos-á dado” (LAKE, John G.Devocional. Série:
Clássicos do Movimento Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, pp.161-62).
III. O VÉU
QUE DEMARCA O LUGAR SANTO E O LUGAR SANTÍSSIMO
1. O primeiro véu (Êx
26.36). Depois
de passar pelo Altar dos Holocaustos e pelo Lavatório no Pátio, havia no
Tabernáculo um véu que dava acesso ao Lugar Santo. Esse véu ficava na entrada
do “Lugar Santo”. Ele era feito com linho torcido bordado. E só depois de
passar pelo Altar dos Holocaustos e pela Bacia do lavatório, o sacerdote
poderia entrar no Lugar Santo. Logo, esse primeiro véu tinha o objetivo de
demarcar o espaço entre o Pátio o Lugar Santo. Aqui, começava a ficar claro os
espaços permeados de sacralidade no Tabernáculo. O primeiro véu deixava patente
o propósito sacro do lugar.
O propósito de um Véu é cobrir ou ocultar da vista
(2Co 3.13-16, Is 25.7). O véu do tabernáculo ocultava da vista o Santo dos
Santos. Ele formava uma barreira entre a glória de Deus e o homem pecador (Lv
16.2). O primeiro véu era na verdade a porta da estrutura (Êx 26.36-37). Embora
suas cores fossem as mesmas do segundo véu não há menção de querubins nele. Ele
ficava suspenso em cinco colunas de ouro, que eram fixadas por encaixes de
cobre.
2. O segundo véu (Êx
26.32,33). Esse é o véu que
ficava entre o Lugar Santo e o Lugar Santíssimo (ou Santo dos santos). No
Santuário, somente o sumo sacerdote podia entrar, representando todo o povo de
Israel. No Lugar Santíssimo encontramos apenas a Arca da Aliança. O segundo véu
tinha objetivo de demarcar o espaço entre o Lugar Santo e o Lugar Santíssimo.
Aqui, a sacralidade inspirava uma consciência de intimidade com o Altíssimo. O
segundo véu deixava claro que a partir daquele espaço havia um propósito santo
e remidor no lugar sagrado. Os dois véus são uma imagem para nós. Antigamente,
havia uma gradação e divisão do propósito sacro no Tabernáculo. Mas em Cristo,
o nosso Sumo Sacerdote, por intermédio de seu próprio sangue, o acesso à
presença santa de Deus está aberto (Hb 9.6,7). Assim, a Igreja de Cristo tem a
liberdade de exercer seu sacerdócio na presença de Deus (1 Jo 1.3,7).
O véu interior (Hb 9.3) era confeccionado de azul,
púrpura, carmesim e de linho fino torcido bordado com querubins. Ele ficava
suspenso em quatro colunas de ouro fixadas por quatro encaixes de prata.
Separava o Lugar Santo do Santo dos Santos (Êx 26.33). Em Hebreus 10.19-20
aprendemos que a carne de Cristo foi simbolicamente tipificada pelo véu interno
do tabernáculo. Nosso Salvador tomou sobre Si mesmo a forma humana ocultando
assim a Sua glória (Fp 2.5-11, Rm 8.3). Somente no Monte da Transfiguração é
que Sua glória divina refulgiu (Mt 17.1-2). Da mesma maneira, o véu do
tabernáculo ocultou da vista dos homens a glória e a presença de Deus.
SUBSÍDIO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO
Ao
final da exposição do tópico é importante que você faça uma revisão de toda a
lição. Essa revisão pode ser feita por meio de algumas ênfases em cada tópico
ou por meio das perguntas do questionário. Revisar é fundamental para garantir
o processo de ensino-aprendizagem do aluno.
CONCLUSÃO
Acheguemo-nos, com
ousadia e confiança, diante de Deus. Através do sangue de Jesus, fomos salvos,
justificados, adotados como filhos de Deus e santificados. As cortinas que nos
separavam do Pai Celeste foram removidas pelo Cordeiro através de sua morte no
Calvário. Portanto, não deixe de usufruir desse glorioso privilégio.
“Finalmente,
note o que está implícito na existência destes símbolos. Durante o tempo em que
o véu do Templo permaneceu como um símbolo, isto era uma prova de que Cristo
não tinha ainda nos feito o acesso á presença de Deus (Hebreus 9:7-9). Enquanto
o sumo sacerdote terreno entrava pelo véu isto era uma prova que a verdadeira
expiação ainda não tinha sido feita (Hebreus 10:1-4). Alegramo-nos pelos
símbolos, mas somos agradecidos por eles já terem passado. Cristo o grande
antítipo cumpriu todos os tipos do Velho Testamento”. (PALAVRAPRUDENTE)
“Agora não
precisamos mais de mediadores sacerdotais para levar nossas orações e petições
a Deus, pois podemos nos aproximar dele em nome de Cristo, nosso grande Sumo
Sacerdote. Ele não é apenas nosso advogado, mas ele próprio, o sacrifício
expiatório pelos nossos pecados (1Jo 2.2). Como nosso verdadeiro Sumo
Sacerdote, ele levou seu próprio sangue ao arquétipo celestial, para o qual o
tabernáculo e o templo apontavam e aplicou-o ao propiciatório celestial,
purificando assim seu povo para sempre (Hb 9.11-14). Isto é o que nos permite
aproximarmo-nos de Deus sem medo, sem uma cobertura protetora de incenso,
seguros através do sangue aspergido de Cristo, que é o mediador da nova aliança
(12.24). Como o escritor aos Hebreus resume: “Por isso, recebendo, nós, um
reino inabalável, retenhamos a graça, pela qual sirvamos a Deus de modo
agradável, com reverência e santo temor” (v. 28). Que nossas orações de
gratidão subam, como incenso, diariamente diante de Deus” (MINISTERIOFIEL).
“Achando-se as tuas palavras, logo as comi, e a
tua palavra foi para mim o gozo e alegria do meu coração; porque pelo teu nome
sou chamado, ó Senhor Deus dos Exércitos”. (Jeremias 15.16)
Francisco Barbosa
Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br
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