sábado, 11 de julho de 2020

LIÇÃO 2: DESPERTAMENTO ESPIRITUAL – UM MILAGRE

 

COMENTÁRIO E SUBSÍDIO I

DESPERTAMENTO ESPIRITUAL - UM MILAGRE 

3º Trimestre: Edição Especial 

Neste tempo de Pandemia, cuide de você e dos seus!

ESBOÇO DA LIÇÃO
I – O DESPERTAMENTO ESPIRITUAL EMANA DO PRÓPRIO DEUS
II – AS FINALIDADES DO DESPERTAMENTO ESPIRITUAL
III – DEUS CUMPRE AS SUAS PROMESSAS
IV – O DESPERTAMENTO TORNA OS HOMENS OBEDIENTES À PALAVRA

OBJETIVOS GERAL DA LIÇÃO
Reconhecer a origem de um despertamento espiritual e suas finalidades.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
I. Explicar aos alunos os objetivos dos despertamentos espirituais;
II. Enumerar as finalidades dos despertamentos espirituais;
III. Ilustrar que cumpre com suas promessas.

Esta segunda lição diz respeito à natureza do verdadeiro despertamento espiritual. 

Em primeiro lugar, o comentarista deixa claro que o verdadeiro despertamento espiritual é uma obra de Deus, não de homem. Logo, ele não pode ser agendado ou marcado pela mente humana. O que se precisa é esperar em Deus.

No contexto de Esdras e Neemias, o despertamento visava a restauração da nação, bem como da espiritualidade dos judeus. Assim, o despertamento espiritual busca restaurar alguma coisa na expansão do Reino de Deus. 

O despertamento espiritual também mostra que Deus cumpre a sua Palavra, pois quem “bate a porta se abre”, e quem busca encontra. Deus está pronto a despertar espiritualmente aos seus filhos que o buscam em sinceridade. 

O despertamento espiritual tem a ver, sobretudo, com a obediência a Palavra de Deus. Ele vem pela Palavra, ao mesmo tempo que uma vez realizado, desperta mais ainda para a necessidade de andar com coerência com a Palavra e amá-la. 

Geralmente, a necessidade de um despertamento espiritual não é compreendida nem desejada por todos. Muitos não entendem claramente a “angústia” e o “peso” que tal realidade envolve. Quem foi “batizado” com o “pesar” para a necessidade de um despertamento espiritual sabe bem o sofrimento que isso acarreta para a alma. É uma verdade que está dentro do coração. E quem pode perscrutá-la?

O teólogo, J. I. Packer, na obra Neemias: Paixão pela Fidelidade, edita pela CPAD, descreve bem esse sentimento, quando escreve:

O que Neemias nos oferece de seu diário revela-nos, como observou o puritano Matthew Henry, não apenas o trabalho de suas mãos, mas ainda as obras de seu coração. Na verdade, o texto conta-nos mais sobre estas últimas. As obras do coração de Neemias em fé e oração, esperança e confiança, aceitação de um risco santificado e uma guerra espiritual contra o que podemos reconhecer como operação demoníaca, desmotivação e perturbações, expressam e refletem o seu conhecimento de Deus. [...] Então, se desejamos nos aproximar de Neemias e, com ele, enriquecer o nosso relacionamento com Deus, devemos compreender a sua teologia. Há alguns anos, ausentei-me, por duas noites, de uma conferência de teologia em Nova York que estava me aborrecendo demais. Numa das noites, fui ao Metropolitan Opera, apreciar Tambauser, de Wagner. Durante o primeiro intervalo, uma jovem senhora, sentada perto de mim, começou a conversar comigo sobre a produção, e, como fãs da ópera, tornamo-nos bastante animados. Pareceu-me que o seu marido, sentado do outro lado dela, não era alguém afeito a óperas e sentiu-se excluído. Percebi que ele estava me fitando, enquanto sua mão agarrava firmemente o joelho da esposa. Interpretei aquilo como um sinal de posse. De repente, ele arrebatou-a abruptamente, e foram sentar-se noutro lugar. Foi embaraçador. Talvez ele achasse que eu estivesse sendo atrevido. Talvez sua esposa houvesse iniciado conversas demais com outros homens, no passado. Ou, quem sabe, ele tenha sido arrastado à ópera contra a sua vontade, e precisasse descarregar a raiva em alguém. 

Qualquer que tenha sido o caso, ele sentia que, naquele momento, a esposa estava mais próxima de mim do que dele, e não gostou disso. De certo modo, o que ele sentiu tinha razão de ser (este é ponto a que eu queria chegar), porque ela e eu conhecíamos alguma coisa de ópera, enquanto ele, sem esse conhecimento, não compreendia o que estávamos compartilhando, nem partilhava conosco.  Da mesma forma, a menos que conheçamos o que Neemias conhecia de Deus, não seremos capazes de compreender e partilhar a visão e a paixão que o impeliram durante os anos de seu ministério, e fizeram dele um exemplo de liderança brilhante.  (Grifo nosso)

Neemias foi um líder em que, por seu intermédio, Deus trouxe um verdadeiro despertamento espiritual ao povo. Entretanto, tudo começou no seu coração. Em seu relacionamento com Deus, onde ele chorou, sentiu o peso da morte espiritual de seu povo. O altíssimo usaria este homem, que foi “batizado” por um “batismo de angústia” pelo seu povo. 

Segundo a Bíblia, o despertamento espiritual acontece quando há uma conscientização, por meio da Palavra de Deus, de nosso real estado espiritual. A Palavra desperta em nós essa consciência. Para que o nosso coração deseje as verdadeiras coisas, ele precisa estar banhado, ou seja, “batizado” na Palavra de Deus.

Marcelo Oliveira de Oliveira
Redator da Revista Lições Bíblicas Adultos

 

COMENTÁRIO E SUBSÍDIO II

   INTRODUÇÃO

Nesta lição iremos ver a origem do despertamento espiritual e as suas finalidades. [Lições Bíblicas, 12 Julho, 2020] - Estudaremos hoje o despertamento espiritual ocorrido em Israel sob a liderança de Neemias. O que ali se deu, só foi possível através da leitura e da compreensão que os filhos de DEUS obtiveram da Lei. Faz-se necessário compreender que um genuíno avivamento só pode ser deflagrado, com o estudo e prática da Palavra do Senhor. Pois um avivamento sem doutrina bíblica é apenas movimento passageiro que não dá frutos. Portanto, se quisermos experimentar um grande despertamento espiritual, busquemos com todo afinco a Palavra do Senhor.  

   I. O DESPERTAMENTO ESPIRITUAL EMANA DO PRÓPRIO DEUS

“No primeiro ano de Ciro despertou o Senhor o espírito de Ciro” (Ed 1.1). Deus despertou Daniel para orar pelo futuro do seu povo. Todavia, não foram as orações de Daniel e nem a sua vida santificada que produziram o despertamento, mas foi o próprio Deus que fez o milagre do despertamento de Ciro (Is 26.12; 1 Co 12.6). Deus usa instrumentos para cooperarem com ele, mas o autor do despertamento é Ele mesmo. No primeiro ano do reinado de Ciro, Deus tocou em seu coração (Is 45.1) e permitiu que um grupo de judeus fosse a Jerusalém para reconstruir o Templo. Deus sempre dá um escape quando alguns dos seus servos o honram e lhe obedecem nos tempos de crise. Sempre há alguém orando, jejuando e suplicando pela misericórdia de Deus. É interessante notar que Ciro, rei da Pérsia era um rei gentio. Mas Deus quis usá-lo para que fosse um instrumento a favor de seu povo. Deus poderia ter mandado anjos para executar a sua vontade, contudo não fez. Usou um homem estranho, de uma nação que dominou o povo hebreu, para livrá-lo de sua miséria resultante da desobediência. Desta forma, confirmamos o que tantas vezes é declarado pelos servos do Senhor: Deus é soberano e usa quem Ele quer.

Por isto, o despertamento é um mistério. As coisas humanas podem ser explicadas, previstas e calculadas. Mas a operação do Espírito Santo é diferente. Jesus disse: “O vento assopra onde quer e ouves a sua voz, mas não sabes de onde vem nem para onde vai. Assim é todo aquele que é nascido do Espírito” (Jo 3.8). Nós, na verdade, podemos ver o resultado do despertamento, e até mesmo sentir a operação das virtudes do século futuro” (Hb 6.5). Mas na verdade nada sabemos e nada entendemos do poder de Deus. [Lições Bíblicas, 12 Julho, 2020] Os capítulos 8 a 10 de Neemias descrevem um dos maiores avivamentos do Antigo Testamento e apontam vários princípios fundamentais para um Avivamento e renovação espirituais. O avivamento e a renovação, procedem exclusivamente de Deus. Os instrumentos que o propiciam são: a Palavra de Deus, a oração, a confissão de pecados, um coração quebrantado e contrito, renúncias às práticas pecaminosas da sociedade contemporânea e a renovação do compromisso de andar segundo a vontade de Deus de fazer da Palavra de Deus o nosso viver diário.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO

“A Vontade de Deus

O conceito de ’vontade’ quando aplicado a Deus na teologia e na Bíblia, nem sempre tem a mesma conotação. Ele pode denotar toda a sua natureza moral incluindo seus atributos, a faculdade de autodeterminação (Sl 115.3; Dn 4.35), um plano pré-determinado como no caso de um decreto (Ef 1.9,10; Ap 4.11 etc.), o poder para cumprir seus planos e propósitos (Pv 21.1; Rm 9.19; 2 Cr 20.6), ou a regra da vida imposta sobre as criaturas racionais, isto é, a vontade objetiva de Deus, que se pode guardar (Mt 7.21; Jo 4.34; 7.17; Rm 12.2).

A vontade divina é a causa final de todas as coisas. Ela é absoluta e imutável (Sl 33.11), não condicionada por nada além de si mesma. Todas as coisas são sua consumação: a criação e a preservação (Sl 135.6; Jr 18.6; Ap 4.11); o governo (Pv 21.1; Dn 4.35); a eleição e a reprovação (Rm 9.15,16; Ef 1.5 ); a morte de Cristo (Lc 22.42; At 2.23); a salvação (Tg 1.18); a santificação (Fp 2.13); os sofrimentos dos santos (1 Pe 3.17); a existência, o curso da vida e o fim do homem (At 18.21; Rm 15-32; Tg 4.15); e até mesmo os menores detalhes da vida (Mt 10.29).

Uma vez que todas as coisas encontram sua causa última na vontade de Deus, é usual distinguir entre os aspectos eficazes e permissivos da vontade de Deus. O aspecto eficaz da sua vontade é cumprido de forma causal ou ativa. Não é apenas aquilo que Deus consente, mas também aquilo que Ele deseja. Por outro lado, o aspecto permissivo da vontade divina é aquele que tem uma autorização para ocorrer através da intervenção não controlada de criaturas racionais. A vontade de Deus é revelada ao homem de várias maneiras: pela palavra falada (Êx 3.14-18; At 1.8); por meio de sonhos e visões (Gn 41.1-32; At 16.6-10); pelo mundo natural e pelos eventos históricos (SI 89.9,10; Is 46.10,11; 53.10); no futuro reino de Deus (Ef 1.9,10); e pelas Sagradas Escrituras (cf. At 20.27; 1 Pe 4.17,19)” (Dicionário Bíblico Wycliffe. Rio de Janeiro: CPAD, 2006. pp. 2025-26).

  II. AS FINALIDADES DO DESPERTAMENTO

1. A restauração nacional de Israel. Deus, quando quer realizar os seus propósitos, pode incutir a sua vontade no espírito do homem. Foi assim que Ele fez com Ciro. Embora fosse rei de uma nação idólatra, Ciro foi despertado por Deus, o qual incutiu a Sua vontade no seu espírito, dominado pelas tradições e pela idolatria, a fim de que ele cumprisse os Seus desígnios relativos ao povo de Israel, conforme havia falado pela boca do profeta Isaías, cerca de 180 anos antes (Is 44.28; 45.1-6). Quando o propósito de Deus chegou ao conhecimento de Ciro era um fato já aceito e aprovado por ele, e logo foi consumado. Assim, logo no início de seu reinado, Ciro proclamou um edito autorizando os judeus a retornarem a Jerusalém e a edificarem a casa do Senhor “em Jerusalém, que é em Judá” (Ed 1.2). Começava, assim, a restauração nacional do povo israelita. [Lições Bíblicas, 12 Julho, 2020] Observe que no primeiro versículo do capítulo 1 de Esdras fica claro que foi o Senhor que despertou Ciro para agir. O Senhor o “despertara”, cerca de 180 anos antes do seu aparecimento, Isaías predissera a respeito de um governante chamado Ciro, que permitiria a volta dos judeus à sua pátria, para reedificarem Jerusalém e o templo (Is 41.2; 44.26-28; 45.1,4,5,13). Sua realização mais relevante, de modo contrário a todos os cálculos humanos, não era conquistar um império, mas, sim, “edificar a minha cidade, libertar os meus exilados” (Is 45.13). Além de Ciro, o Senhor também despertaria um grupo de exilados para responder a esse chamado (5), cerca de 50.000 pessoas atenderam ao chamado do Senhor para participarem dessa primeira viagem de retorno à Palestina.

2. A restauração espiritual de Israel. Deus quer usar o homem como seu instrumento. Todavia só são usados aqueles que cooperam com Deus, aqueles que seguem a orientação divina por livre arbítrio. O homem é livre para obedecer ou não a orientação divina. Por isso, nem todos os que experimentam um despertamento adquirem o mesmo progresso espiritual, porque não abrem igualmente seu coração para Deus, a fim de obedecer à risca a orientação divina (Pv 23.26, Dt 6.5). – Deus trabalha e vai realmente fazer todas as coisas para o bem daqueles que realmente o amam. Devemos buscá-Lo em oração e em sua Palavra escrita. Independentemente das respostas que recebemos, se nós entendermos completamente ou não, temos de responder ao SENHOR com ações de graças e louvor. E devemos confiar nele para completar sua obra a seu tempo determinado. Na oração e em cânticos de louvor, precisamos reconhecer o trabalho glorioso do SENHOR, mesmo quando estamos com medo e temor de Deus. O SENHOR e Suas obras são realmente impressionantes, majestoso, e santo além da medida. Portanto, Ele é digno de nosso louvor e digno de nossa confiança. Isto é, a melhor forma de obter respostas a todas as perguntas: oração, louvor e confiança no SENHOR (Hc 3:1-19). 

Durante o cativeiro, o povo israelita havia assimilado muitos dos costumes dos babilônios, porém havia aprendido a lição concernente à vontade de Deus: não servir aos deuses das nações, não adorar os ídolos. Antes do exílio, Israel estava espiritualmente enfermo dos pés à cabeça (Is 1.2-6), mas agora havia sido curado da idolatria para sempre. Para Israel, o sofrimento resultou no despertamento e este na sua restauração espiritual. A finalidade principal do despertamento é sempre a restauração espiritual do povo de Deus. – Os israelitas agora estavam em sua terra. Agora podiam livremente cultuar ao Deus vivo e verdadeiro sem nenhum impedimento. Diz o texto de Ne 8.6: “E Esdras louvou o Senhor, o grande Deus; e todo o povo respondeu: Amém! Amém! –, levantando as mãos; e inclinaram-se e adoraram o Senhor, com o rosto em terra.” À proporção que a palavra era ministrada, o povo se enchia de júbilo e de satisfação. Vendo a alegria da multidão, ali, em pé, em plena praça, atenta, dando ouvido à ministração da Palavra de Deus, Esdras louvou ao Senhor. E o fez com brados de “Amém!”, “Amém!”, enquanto levantavam as mãos para o alto.

Cada despertamento tem por objetivo principal a salvação e restauração do homem. Encontramos sempre estes dois polos: A GRAÇA e O PECADO. O Espírito Santo está sempre pronto para convencer o mundo sobre o pecado, a justiça, e o juízo” (Jo 16.8,9). Vejamos:

a. O Espírito Santo é sempre intolerante com o pecado. O Espírito Santo convenceu Saulo de que havia pecado contra a pessoa de Jesus (At 9.4,5). Foi o Espírito Santo que convence de pecado a mulher samaritana (Jo 4.16 19) e fez Zaqueu confessar a sua falta (Lc 19.8). O Espírito Santo torna manifesta as coisas más (Ef 5.13,14). O profeta de lábios impuros sentiu que perecia na presença da santidade de Deus (Is 6.5). O Espírito Santo faz com que os crentes andem na luz (1 Jo 1.7). - O pecado é observado como o maior obstáculo ao despertamento espiritual. O Senhor ordenou aos israelitas: “Santificai-vos porque amanhã, farei maravilhas no meio de vós” (Js 3:5). O Senhor fez a seguinte declaração a Salomão: “Se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, orar, buscar a minha face, arrepender-se dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, perdoarei o seu pecado e sararei a sua terra” (2 Cr 7:14). O pecado deixa a igreja vazia e fraca, entretanto o reavivamento vem quando choramos arrependidos dos nossos pecados, quando sentimos tristeza segundo Deus, quando contemplamos a santidade de Deus, assim como Isaías, Pedro, Paulo, Zaqueu, a mulher Samaritana etc.

b. Mas o Espírito Santo também aponta para Jesus como aquele que perdoa e salva (1 Jo 1.9, 2.1,2; Rm 3.25; 2 Co 5.18-21). Este era o ensino nos dias dos apóstolos e deve continuar sendo nos dias de hoje, pois a Palavra de Deus não muda, e as nossas necessidades espirituais também não (At 13.38-41; 14.15-17; 17.26-31). [Lições Bíblicas, 12 Julho, 2020] - Quando o pecador dar ouvido à voz do Espírito Santo ele é direcionado aos pés de Jesus que não leva em conta o tempo da ignorância, que não joga em rosto a sua concupiscência, os seus delitos, as suas maldades; mas com amor o recebe, perdoa seus pecados e o lava de toda a imundícia e lhe dá um novo nome. Somente um tão grande amor para fazer tudo isso e muito mais em prol de um perdido que arrependido o confessa como Senhor e Salvador!

SUBSÍDIO HISTÓRICO

“A política de Ciro beneficiou sensivelmente os judeus exilados em Babilônia, pois Ciro conferiu a Yahweh o mesmo respeito dado a Marduque e a outras divindades. A consequência lógica sua política foi o decreto que permitia aos judeus o retorno à sua terra. Somente em um templo restaurado em Jerusalém Yahweh poderia agir efetivamente como o Deus de Judá. Assim, em fiel obediência a Yahweh, Ciro decidiu repatriar o povo judeu. Providenciou autorizações para que eles voltassem e reconstruíssem a cidade e o templo para seu Deus” (MERRIL Eugene H. História de Israel no Antigo Testamento: o reino de sacerdotes que Deus colocou entre as nações. 6ª Ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2007, p. 509).

  III. DEUS CUMPRE AS SUAS PROMESSAS

1. A fidelidade de Deus em suas promessas. Pelo despertamento que Ciro recebeu, Deus cumpriu literalmente a sua Palavra em relação ao retorno de Judá à sua terra (Ir 27.22), bem como à derrota da Babilônia diante do exército medo-persa, sob o comando de Ciro da Pérsia (Jr 25.12; Is 44.28; 45.2-6). [Lições Bíblicas, 12 Julho, 2020] - Entendemos que o Senhor está no controle deste mundo e da história humana. Ele governa a terra, apesar das aparências em contrário, apesar da existência do mal. Ele não tolera, endossar, ou fazer com que tudo neste mundo o que acontece, e não o pecado e o mal que abunda em torno de nós. Mas Ele vai resgatar, restaurar e usar tudo o que acontece para o Seu propósito final. Ainda pode haver mal e corrupção no mundo, mas toda a força da história, toda a corrente do tempo, e toda a criação está se movendo em direção a seu clímax final. Este clímax será a culminação, a conclusão de todas as coisas. Nos últimos dias, todo o mundo será trazido sob o domínio de Cristo, e o seu reino será estabelecido para sempre. A Palavra de Deus deixa claro que Cristo é soberano sobre toda a terra e que Ele está se movendo em direção a história deste final incrível. Todas as coisas foram criadas por meio de e para Cristo e para a Sua glória final. Todas as coisas a serem colocados sob o Seu governo justo.

2. Deus renova as suas promessas de bênçãos. Em cada despertamento, Deus vivifica e renova as promessas de bênçãos ao seu povo. O Espírito Santo revela as riquezas escondidas em Cristo, isto é, as riquezas de glória que Cristo ganhou na cruz do Calvário, para dar àqueles que o servem (Rm 9.23; Ef 1.18; 2.7; Fp 4.19; Cl 1.27).

O batismo com o Espírito Santo é uma bênção que faz parte dos rudimentos da doutrina (Hb 6.1-3; At 2.38). No despertamento que operava no tempo dos apóstolos, eles faziam questão de que todos os convertidos recebessem esta maravilhosa unção do alto (At 8.14 17; 19.1-6). Os dons espirituais também fazem parte das bênçãos que Jesus deseja dar por meio do despertamento (1 Co 12.7-11). Deus ainda deseja despertar os corações para ter fé renovada na cura do corpo, também resultado da morte expiatória de Jesus (Is 53.3-5; Mt 8.14 17; Tg 5.14-17; Mc 16.17,18). [Lições Bíblicas, 12 Julho, 2020] – Deus está sempre disposto a abençoar o seu povo. Ele tem ricas promessas e deseja cumprir em cada um de nós, entretanto as nossas falhas impedem que essas bênçãos que estão à nossa disposição nos alcancem. Em Filipenses 4.19 está escrito que Deus suprirá todas as nossas necessidades. Paulo enfatiza o cuidado amoroso de Deus Pai pelos seus filhos. Ele suprirá todas as nossas necessidades (materiais e espirituais), à medida que as apresentarmos diante dele. O suprimento da nossa necessidade vem por “Cristo Jesus”. Somente em união com Cristo e na comunhão com Ele é que podemos experimentar as bênçãos da parte de Deus.

3. Deus renova a fé dos abatidos.  Pelo despertamento, Deus cria ambiente de fé, de expectativa, e de oração. O despertamento nasceu da oração, e só poderá prosseguir se continuar acesa a chama da oração. No Antigo Testamento, o fogo no altar de incenso não se podia deixar apagar (Êx 30.7,8) Do mesmo modo Deus quer que o fogo do Espírito Santo não se apague em nossos corações, mas, sim, que continue aceso, hoje, como no dia do Pentecoste. Todavia, isto só se pode conseguir através da oração incessante, por parte de cada um de nós. [Lições Bíblicas, 12 Julho, 2020] – A renovação espiritual frequentemente começa com quebrantamento e uma nova visão dada por Deus. Neemias teve essa visão e compartilhou a com entusiasmo, inspirando os líderes de Jerusalém a reconstruir os muros. Frequentemente, subestimamos as pessoas e não as desafiamos com os nossos sonhos em relação a obra do Senhor. Se Deus colocar uma ideia em sua mente para realizar algo para Ele, compartilhe-a com outros cristãos aos fiéis e confie no Espírito Santo para inspirá-las com pensamentos semelhantes. Não se veja como único através do qual Deus trabalha. Muitas vezes, Ele usa uma pessoa para comunicar uma visão e outras para torná-la realidade. Quando você encoraja inspira outros, está colocando em ação o trabalho em equipe para alcançar os objetivos que Deus almeja.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO

“Promessa

Embora se refira ocasionalmente à palavra do homem, o uso característico da palavra “promessa” nas Escrituras relaciona-se com o que Deus declara que fará acontecer. Embora possamos inferir as promessas feitas entre o Pai e o Filho antes da criação, a primeira grande promessa de Deus aos homens está em Gênesis 3.15 e inaugura uma sucessão que, em uma crescente clareza de detalhes desde seu anúncio, fala sobre a vinda do Messias-Salvador. Uma grande variedade de promessas está mais ou menos ligada, de uma forma direta, a essa grande promessa central, inclusive a nova aliança (Jr 31.31-34), o derramamento do Espírito (Jl 2.28ss.), a restauração de Israel (Dt 30.1-5) e, finalmente, o novo céu e a nova terra (Is 65.17; 66.22).

Paulo demonstra que a “promessa de Deus” tem a qualidade de uma aliança, porque cada palavra de Deus é segura e certa, livre do legalismo e da dependência do esforço do homem (por exemplo, Rm 4.13-16; Gl 3.16 18; cf. Hb 11.40)” (Dicionário Bíblico Wycliffe. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p. 1611).

  IV. O DESPERTAMENTO TORNA OS HOMENS OBEDIENTES À PALAVRA

1. O culto que foi restabelecido em Jerusalém foi exatamente aquele que a lei de Deus determinava (Ne 12.44-47). Não foram introduzidas novas formas de culto, nem qualquer mistura de doutrinas babilônicas! [Lições Bíblicas, 12 Julho, 2020] Deus não quer inovação do seu povo, Ele deseja que seus servos a cada dia se renovem através do seu Espírito Santo. É muito triste vermos nas igrejas, ditas evangélicas dos nossos dias, a maneira que utilizam para atrair fiéis. Usam e abusam que tudo o que têm à sua disposição para isso. Virou realmente um sincretismo religioso trazendo a tristeza para o Espírito Santo do Senhor e a descrença na Palavra de Deus. O Senhor quer que cultuemos a Ele em Espírito e em verdade. É desse tipo de adorador que Ele se apraz.  

2. O despertamento dado pelo Espírito Santo faz com que os crentes desejem intensamente ser fiéis à Palavra de Deus. Paulo escreveu: “para que em nós aprendais a não ir além do que está escrito” (1 Co 4.6). O crente despertado inclina-se a guardar os estatutos de Deus até o fim (Sl 119.112). E esta forma de proceder, esta atitude do crente, é uma das bases para a comunhão uns com os outros. “Companheiro sou de todos os que te temem, e dos que guardam os teus preceitos” (Sl 119.63). [Lições Bíblicas, 12 Julho, 2020] É perfeitamente visível que em todo avivamento espiritual o foco está na palavra de Deus. Nos dias de Esdras e Neemias não foi diferente. Quando a Palavra foi lida e ensinada, eles ficaram ouvindo o dia todo, e não se cansavam de ouvi-la. E enquanto ouviam vinha também a contrição, o arrependimento acompanhado de choro por tudo que tinham praticado contrário aquilo que estavam ouvindo. Só o ensino da Palavra de Deus reproduz verdadeiro avivamento no meio da igreja local. Nos nossos dias há uma onda de movimentos evangelísticos produzidos por ação humana com o objetivo de atrair multidões por novidades e modismos. Tais movimentos carecem da base fundamental e consistente que é o ensino da palavra de Deus. Todos os verdadeiros avivamentos na história do povo de Israel e no seio da Igreja, ao longo dos séculos, só tiveram resultados duradouros quando começaram a prosseguiram alicerçado na palavra de Deus. Avivamentos sem a palavra de Deus são apenas movimentos que passam com o tempo e não geram mudanças significativas na vida é no comportamento das pessoas envolvidas. O Avivamento, no tempo de Neemias teve a marca do ensino da Palavra de Deus.

SUBSÍDIO DOUTRINÁRIO

O que é um despertamento espiritual? Antes de mais nada, é um retorno à vontade de Deus. Todas as vezes que os crentes voltam aos princípios das Sagradas Escrituras, dá-se um despertamento espiritual. Foi assim no tempo de Josias e na época de Esdras. E, o mesmo se verifica quando o povo de Deus, hoje, predispõe-se a executar as tarefas que o Senhor lhes entrega. Mas o que é necessário para se viver um grande despertamento espiritual?

Em primeiro lugar, é necessário se voltar às Sagradas Escrituras e esposar todos os seus princípios. Neste ponto, devem cair por terra as nossas conveniências e comodidades. Somente a vontade de Deus é que interessa. Notemos que o grande avivamento de Josias começou exatamente quando líderes do povo começaram a examinar detidamente as Sagradas Escrituras. Doutra forma, continuariam no mesmo marasmo.

Em segundo lugar, é necessário buscar com redobrado favor a presença de Cristo. Afirmou certa vez um teólogo que a história se cala acerca dos avivamentos que começaram sem oração. Quer nos tempos bíblicos, quer nos dias de hoje, não pode haver avivamento se~ oração. É um pressuposto básico do qual não podemos fugir.

Em terceiro lugar, não podemos perder o nosso primeiro amor. A Igreja de Éfeso, por exemplo, sofria deste mal crônico. Exteriormente, não poderia haver igreja tão ortodoxa doutrinariamente como aquela. No entanto, estava longe de seu primeiro amor. E, se a força do nosso amor não corresponde aos primórdios da nossa fé, carecemos rogar as misericórdias do Senhor para que um novo despertamento espiritual venha renovar o nosso amor.

REFERÊNCIAS

BÍBLIA DE ESBOÇOS E SERMÕES: O livro de Habacuque.

LIÇÕES BÍBLICAS. Edição Especial Jovens e Adultos, 3º Trimestre 2020 - Lição 1. Rio de Janeiro: CPAD, 05 Julho, 2020.

RENOVATO, Elinaldo. Livro de Neemias: integridade e coragem em tempos de crise. Rio de Janeiro: CPAD, 2011.


Nenhum comentário:

Postar um comentário