SUBSÍDIO I
A MORDOMIA DO CUIDADO COM A TERRA
A mordomia cristã envolve assuntos da maior importância
no Reino de Deus. O Senhor é o dono da Terra e de todos os que habitam no
planeta (SI 24.1). Ele, no entanto, resolveu confiar a governança da Terra ao
ser criado a sua “imagem’, conforme a sua “semelhança”. Diante dessa decisão do
Criador, o ser humano recebeu a grande e grave responsabilidade de ser mordomo de Deus para cuidar da preservação
dos recursos naturais e humanos do planeta, além de prestar contas também de
sua mordomia espiritual. Nesta, infelizmente, o homem falhou terrivelmente,
desobedecendo a voz do Criador e aceitando as propostas perversas do Diabo.
Entretanto, diante do pecado do ser criado, Deus resolveu
realizar o seu plano de redenção do homem caído e da raça humana. Ele realizou
esse plano mediante Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Em face da maldição da
terra e de todas as consequências da Queda, o homem passou a ser mordomo de Deus
em condições bastante difíceis e penosas, com trabalho e fatiga, com o suor de
seu rosto. As condições ambientais tornaram-se, em grande parte, hostis a sobrevivência
do homem, mas, com a inteligência concedida por Deus, o ser humano tem
conseguido superar muitas condições adversas da Terra, incluindo as condições climáticas
e ambientais, usando a tecnologia agrícola e industrial.
Desde que Deus criou o ser humano, homem e mulher, Ele
assim o fez na perspectiva de que, sendo sua “imagem”, conforme a sua “semelhança”,
o homem seria seu representante na Terra, incumbido de tarefas, ocupações e missões
das mais elevadas para cuidar do planeta. O homem foi criado por Deus para
exercer a mordomia sobre a esfera terrena do Universo. Por razoes que só o
Criador reserva para si, no meio de tantos planetas, estrelas e outras dimensões
cósmicas, Ele entendeu que deveria criar o pequeníssimo planeta Terra,
conhecido na linguagem dos estudiosos do Cosmo como “o planeta azul”. A Terra e
tão pequena em relação a alguns planetas do Sistema Solar que, em determinada
escala, sua área e menor do que a ponta de um alfinete em relação a algumas
estrelas, como, por exemplo, a estrela Betelgeuse, que tem um brilho 15 mil
vezes maior do que o do Sol e um diâmetro 400 vezes maior que o do Astro-Rei. A
Terra e tão pequena que a Bíblia refere-se a seus habitantes de forma muito
interessante: “Eis que as nações são consideradas por ele como a gota de
um balde e como o pó miúdo das balanças; eis que lança por ai as ilhas como a
uma coisa pequeníssima” (Is 40.15). Essa referencia mostra-nos como as nações
da Terra são vistas aos olhos de Deus em termos de referência quanto as
grandezas cósmicas. Além de ser um planeta pequeníssimo em relação ao espaço sideral,
Deus resolveu criar nele um ser especial, diferente dos seres celestiais, de
forma também especial, conferindo-lhe caráter e natureza que o identificam como
tendo missões e propósitos especiais. “E disse Deus: Façamos o homem a nossa
imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre
as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo reptil que
se move sobre a terra” (Gn 1.26). Se “as nações são consideradas por ele como a
gota de um balde e como o pó miúdo das balanças”, imagine a dimensão do homem
em relação ao Universo e aos céus dos céus, onde Deus habita! Mas, mesmo assim,
Deus colocou o homem na Terra com missões que jamais confiou a qualquer dos
anjos, dos arcanjos, dos querubins e de outros seres celestiais. O homem
recebeu a missão de ser mordomo do Criador do Universo para cuidar, zelar, guardar
e preservar a Terra em várias esferas da vida humana. Vamos refletir sobre esse
tema tão importante da realidade do ser humano. Sem dúvida alguma, essa reflexão
fará com que desenvolvamos uma consciência da mordomia bíblica da vida tanto na
esfera imaterial quanto material, levando-nos a entender que o crente em Jesus
deve ter uma profunda reflexão consigo mesmo e colocar em prática os princípios
bíblicos para uma vida cristã plena e frutífera, como servos e mordomos de
Deus.
Texto extraído da
obra “Tempos, bens
e talentos”, editada pela CPAD
COMENTÁRIO E
SUBSÍDIO II
INTRODUÇÃO
Quando falamos em “criação”
logo associamos o termo a um assunto/tema derivado ou ligado a teologia,
entretanto quando falamos em “ecologia” referenciamos o termo a
um assunto tratado no âmbito das ciências naturais. É incomum entrelaçarmos os
assuntos teologia e ecologia. O pastor Elienai Cabral observou que “esse é
um assunto que, infelizmente, tem sido relegado no ensino geral da igreja”.
CABRAL, Elienai. Lições
Bíblicas: Mordomia Cristã – Servindo a Deus com excelência. Rio de
Janeiro: CPAD, 2003. p. 14
Acrescentamos, que da mesma
forma como é escasso o ensino que relaciona os dois temas na igreja, também o é
no meio acadêmico. Embora o entrelaçamento entre teologia e preservação da
natureza venha ganhando espaço, podemos dizer que se comparado a outros temas
tratados na teologia este ainda tem pouca reflexão e produção.
Esforços aparecem, por exemplo,
em contribuições como dos teólogos Jürgen Moltmann, Luis Stadelmann e Tim
Carriker. Para mais informações ver os artigos: Silva, Maria
Freire da. A Criação e a Questão Ecológica no Pensamento de Jürgen Moltmann.
Stadelmann, Luís I.J. Criação e Ecologia na Bíblia. Carriker, Timóteo. Teologia
Missional Sócio-Ambiental.
E como falado anteriormente,
embora ainda escasso o tema vem ganhando espaço por conta do cenário de debate
atual. No cenário mundial, o que mais vêm chamando a atenção da sociedade são
as notícias acerca do Aquecimento Global. Com isso, sem dúvida, a questão
ecológica se tornou o centro das atenções mundiais, mais precisamente, a
temática ambiental, relacionada à crise dos anos 70 agravada nos anos 80.
Neste caso, a despeito desse
tema “ecologia” ser novo entre as ciências, precisamos conhecê-lo
e nos conscientizar da nossa responsabilidade no cuidado com os elementos da
subsistência dos seres vivos. Em se falando de teologia podemos notar que a
Bíblia inicia com a Criação (Gn 1 - 2) e termina com a Criação ou Nova Criação
(Ap 21). Portanto podemos ver que o tema criação não é algo alheio a palavra de
Deus. Ao contrário, podemos ver que sendo Deus o criador de todas as coisas,
logo as coisas criadas possuem importância impar.
I. ECOLOGIA E A BÍBLIA
Conforme visto em lições
anteriores o termo “mordomo” tem sua origem no termo grego oikonomia derivado
de duas palavras oikos = casa e nomos = regra da mesma forma a
palavra ecologia também é derivativa do grego oikos + logos. Neste
aspecto já podemos ter certo vislumbre de que a mordomia ou administração
cristã pode e entrelaça-se a questão do cuidado com a criação, tendo em vista
que essa criação é criação de Deus e este atribui essa administração ao homem
(Gn 1.28).
Do inicio ao fim da palavra de
Deus podemos ver a responsabilidade humana diante da criação e não somente
isso, no meio do grande relato da salvação na Bíblia, estão presentes a
preocupação de Deus e a responsabilidade do ser humano e da igreja em relação à
sua criação. É uma narrativa comovente e desafiadora. E, se fizermos uma
leitura cuidadosa, percebemos que a história tem um final otimista! Estamos
caminhando em direção a novos céus e nova terra, a um mundo recriado pelo
próprio Deus, mas que não dispensa o papel do ser humano, em especial dos
cristãos, na redenção da criação.
Para uma visão biblicamente
sólida a respeito da preservação do meio ambiente o teólogo Tim Carriker
apresenta algumas proposições importantes para a reflexão cristã, dentre elas
temos:
1. Toda a criação pertence a
Deus e, na sua essência, possui um valor ético/estético: bom, muito bom (Dt 10.14; Sl
24.1; Jó 41.11; 6x repetido “bom” (Gn 1.4,10,13,18,21,25).
A criação reflete uma
característica fundamental de Deus = bom (Sl 19; 29; 50.6; 65; 104; 148; Jó
12.7-9; At 14.17; 17.27; Rm 1.20). Logo, o mesmo raciocínio que aparece em Pv
14.31; 17.5, pode ser aplicado àqueles que degradam a criação de Deus.
A “bondade” ou a “beleza”
da criação não se deriva de nós, e sim, de Deus. Não é meramente para o nosso
benefício (Sl 104.13-15), mas possui valor para Deus (vv.21-26).
2. A criação,
embora não divina, é sagrada, porque é criação de Deus, obedece a Deus, se
submete a Deus, revela a glória de Deus, se beneficia da provisão e sustentação
de Deus e serve os propósitos de Deus. Embora não cultuemos a criação porque ela não é divina (Dt 4.15-20; Jó
31.26-28; Rm 1.25), reconhecemos que é sacra.
Existe para glorificar a Deus,
como nós também existimos para glorificar a Deus. Amar a Deus é valorizar o que
Ele valoriza, e isto possui imensa significância missionária (Jo 14.15; Gn
1.28; 2.15). Se Deus se importa conosco mais que com o passarinho (Sl 84.3; Mt
6.26; 10.31), a comparação mostra que valoriza muito o passarinho.
Toda a criação é palco da missão
de Deus e da nossa missão. Pertence a Javé (Sl 139) e pertence a Jesus (Ele
aplica Dt 4.39; 10.14,17 para si em Mt 28.18; veja, também: Cl 1.15-20).
A glória de Deus é o alvo da
criação (Sl 145.10,21; 148; 150.6). Não apenas a humanidade, mas toda a criação
expressa a sua gratidão a Deus (Sl 104.27-28) e se alegrará na sua redenção e
julgamento (Sl 96.10-13; 98.7-9).
3. Deus criou a humanidade como
espelho seu. A humanidade do ser humano está neste
reflexo criador, ordenador e zelador de Deus (Gn 1.28; 2.15).
O destino e o bem-estar da
criação estão entrelaçados com o destino humano. O papel do ser humano, homem e
mulher juntos, está ligado ao cuidado e à ordenação pró-ativos de todas as
outras criaturas (cap. 1), o que exige conhecimento e “classificação”
minuciosa dos seres criados (cap. 2). Em Gênesis 1, nasce o zelo e
responsabilidade ecológicas do ser humano. Em Gênesis 2, nasce a ciência, que
implica não só em conhecimento, mas também em responsabilidade.
Duas palavras descrevem a
incumbência humana em Gênesis 1.28: kābaš (sujeitar) e rādâ
(dominar). A primeira, kābaš, é usada em Miquéias
7.19 com ação compassiva de Deus de “sujeitar as nossas iniquidades” (veja,
também, tágma e hupotássō em 1ªCo 15.25-28). A
segunda, rādâ, é usada para descrever o domínio do rei messiânico
(Sl 72.8; 110.2; veja basileúō em 1ªCo 15.25), modelo para os
justos (Sl 49.14, “o justo os dominará no amanhecer do Dia da Salvação”
[tradução minha]). Não são termos de violência, e, sim, de ordenação redentora.
Seguimos o modelo do Rei Supremo que domina com compaixão, benignidade, amor,
proteção, generosidade e bondade (Sl 104, Mt 6.26).
Estas duas incumbências
essenciais da humanidade, “dominar” e “guardar”,
são papéis reais e sacerdotais: governar e servir, cujo modelo perfeito é
Cristo. Também, são os papéis escatológicos da nova humanidade restaurada no
fim (Ap 5.10). Logo, a boa ordenação (governo, domínio) e o cuidado prestativo
(guardar, servir) é tanto o nosso propósito original quanto o nosso destino
final. Missão integral não é integral se não inclui a criação toda.
Apesar das consequências
terríveis e abrangentes do pecado, a história do dilúvio deixa claro que essa
incumbência primordial continua em vigor (Gn 9.1-12). Carriker,
Timóteo. Teologia Missional Sócio-Ambiental. Em http://www.teologiaesociedade.org.br/assets/teosoc_08.pdf.
Acesso em: 19 de junho de 2019. Carriker apresenta outras proposições,
todavia creio termos as bases fundamentais para uma reflexão profunda para a
doutrina da preservação da criação.
II. O HOMEM E SUA RELAÇÃO COM A
TERRA
Conforme visto acima Deus criou
o homem a sua imagem e semelhança, um ser racional e espiritual, deu-lhe
capacidade para pensar, sentir e decidir. E após cria-lo, Ele fez seu mordomo
sobre tudo quanto estabelecera, concedendo poderes para dominar (Gn 1.28) sobre
as demais criaturas do mundo criado.
Entretanto, com o pecado
adentrando a criação a partir da desobediência do homem a terra foi amaldiçoada
(Gn 3.17) e hoje a natureza (toda criação) geme com dores de parto ansiando por
redenção. Dessa forma, toda a ecologia do planeta foi prejudicada pela ação
pecaminosa do homem (Rm 8.20,21). Por causa dele, o ambiente natural tornou-se
hostil à sobrevivência humana.
Além disso, hoje ainda temos
falhado como mordomos da natureza. Por exemplo, um estudo da Global Forest
Watch mostra que, na soma de todos os biomas, não só a Amazônia, o Brasil foi o
país que mais perdeu árvores em 2018 em todo o mundo – 1,3 milhão de hectares
de florestas primárias, aquelas que não tinham sofrido interferência humana. Reportagem:
Relatório mostra que o Brasil lidera o desmatamento de florestas
tropicais. Em: https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2019/04/26/relatorio-mostra-que-o-brasil-lidera-o-desmatamento-de-florestas-tropicais.ghtml.
Acesso em: 19 de junho de 2019.
O aumento impressionante
confirma as piores projeções feitas por ambientalistas, pesquisadores e
cientistas políticos sobre os efeitos imediatos das políticas propostas pelo
novo governo no campo.
III. A REDENÇÃO DA CRIAÇÃO
Um termo voga nos círculos
teológicos é o conceito de cosmovisão cristã. Cosmovisão nada mais é do que o
conjunto de pressupostos que nos capacita a compreendermos o mundo ao nosso
redor, ou seja, uma visão de mundo.
Uma visão de mundo saudável e
bíblica é firmada por, pelo menos, 3 pilares básicos, a saber: 1) Criação; 2)
Queda e 3) Redenção.
1) Criação - Gn 1. Nos dois primeiros capítulos da
bíblia podemos ver o processo da criação. No capítulo 1 do livro de Genesis
podemos encontrar alguns padrões narrativos interessantes que nos ajuda a no
desenvolvimento de nossa visão de mundo (cosmovisão), por exemplo. Há um padrão
na ordem do relato da criação que deixa claro que tudo que Deus criou era bom,
por exemplo: Ordem – Haja luz (v.3), Fato - Houve luz (v.3), Avaliação divina -
E viu Deus que a luz era BOA. Ao término do relato podemos ver que a avaliação
de Deus dizia que “tudo quanto tinha feito era MUITO bom” (Gn 1.31).
2) Queda - Gn 3. A partir do pecado adâmico a
culpa (Gn 3.10), dissensões (Gn 3.12) e deturpações (Gn 4.19), tiveram inicio.
Logo, vivemos em um mundo pós-queda, o que faz com que o mundo criado sob a
perspectiva divina como sendo bom, torne-se mau.
3) Redenção - Gn 3.15; Jo 3.3. Deus garantiu, ainda, no Éden
que o caos causado pelo pecado teria um remédio. Através de Cristo há
reconciliação entre o Deus criador e o mundo criado, ou seja, uma nova criação
(2ªCo 5.19).
Ao olharmos esse padrão podemos
ver que, embora o homem tenha trago maldição para a criação Deus em sua eterna
misericórdia, muito em breve, Deus irá redimi-la. E não somente isso, mas trará
juízo àqueles que têm destruído sua criação (Ap 11.18)
CONCLUSÃO
Antes da Queda, o
ambiente natural era perfeito, sem alterações climáticas, sem catástrofes ou
fenômenos que ameaçassem a vida humana. No entanto, depois da desobediência do
homem à voz de Deus, tudo mudou.
Houve um prejuízo imenso tanto para o homem
quanto para a Terra. O pecado transtornou a natureza. Mas há promessa de Deus
para a restauração da Terra. Isso ocorrerá quando o Senhor Jesus implantar
pessoalmente o Reino Milenial neste mundo. RENOVATO, Elinaldo. Lições
Bíblicas: Tempo, bens e Talentos. Sendo mordomo fiel e prudente com as
coisas que Deus nos tem dado. Rio de Janeiro: CPAD, 2019 .p .88.
Bp. Edson Amorim [EBD IEADTC]
COMENTÁRIO E
SUBSÍDIO III
INTRODUÇÃO
Nesta lição, estudaremos a vocação do ser humano
para ser o mordomo de Deus na Terra. Veremos que Deus entregou este planeta aos
nossos cuidados. Por isso, faremos uma reflexão bíblica sobre a
responsabilidade humana com o ambiente natural. Concluindo, perceberemos que há
promessas bíblicas para a restauração da Terra. Nosso Senhor há de restaurá-la
plenamente. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição
12, 22 Setembro, 2019]
Gênesis começa nos informando que “No princípio
criou Deus os céus e a terra”, não somente isto, mas nos informa também que
tudo estava em perfeita ordem e sobre esta Criação foi posto o homem como
administrador e guarda. Por causa da queda do homem no pecado foi pronunciada
uma maldição sobre esta criação. “Deus, então, envia seu Filho a este mundo
para redimir essa criação dos resultados do pecado. A obra de Cristo, portanto,
não é apenas salvar certos indivíduos, nem mesmo salvar uma incontável multidão
de pessoas compradas por sangue. A obra total de Cristo não é nada menos do que
redimir toda esta criação dos efeitos do pecado. Este propósito não será
realizado até que Deus tenha instaurado a nova terra, até que o Paraíso Perdido
tenha-se tornado o Paraíso Recuperado. Precisamos de uma compreensão clara da
doutrina da nova terra, portanto, para ver o
programa redentor de Deus em
suas dimensões cósmicas. Precisamos perceber que
Deus não estará satisfeito até que todo o universo tenha sido purificado de
todos os resultados da queda do homem” (Anthony A. Hoekema, A Nova Terra).
I. O HOMEM
FOI CRIADO PARA SER MORDOMO DE DEUS
1. O mordomo da Terra. Deus chamou o homem para ser o mordomo (gr. oikonomos) da Criação. Pela
fé, entendemos que ela é obra de Deus, e não o resultado de um processo
evolutivo “planejado” pelo acaso. Não há lógica em dizer que um sistema tão
complexo como o da Criação tenha sido fruto de algo aleatório. A Bíblia afirma
que Deus criou o Universo, fazendo-o surgir a partir de sua palavra (Hb 11.3).
Por isso, o Criador é digno de receber toda a glória, toda a honra e todo o
poder pela obra de suas mãos (Ap 4.11). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 3º
Trimestre 2019. Lição 12, 22 Setembro, 2019]
O escritor da Carta aos Hebreus afirma que todos os
cristãos verdadeiros, tanto do presente como do passado, entendem que o
universo físico, bem corno seu funcionamento e administração, foi formado “pela
palavra de Deus, de maneira que o visível veio a existir das coisas que não
aparecem” (Hb 11.3). O conceito envolvido no verbo ‘formado’ é
o de equipar algo para que possa estar preparado para cumprir o seu propósito.
A função do homem é de mordomo e não de proprietário “… deste-lhe domínio
sobre as obras da tua mão e sob seus pés tudo lhe puseste: ovelhas e bois,
tudo, e também os animais do campo; as aves do céu, e os peixes do mar, e tudo
o que percorre as sendas dos mares” (Sl 8.3-9).
2. A terra habitável. Deus fez a Terra para que os seres humanos a habitassem. O homem foi
autorizado por Deus a desfrutar da plenitude da Terra, e para desta
sustentar-se, conforme diz a Bíblia: “Porque assim diz o Senhor que tem criado
os céus, o Deus que formou a terra e a fez; ele a estabeleceu, não a criou
vazia, mas a formou para que fosse habitada: Eu sou o Senhor, e não há outro”
(Is 45.18). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre 2019.
Lição 12, 22 Setembro, 2019]
“Devemos levar em conta que a Terra é o centro
da atividade divina tanto da criação quanto dos planos divinos para a
humanidade, e que o Universo foi criado de forma inteligente para favorecer a
vida na Terra. Se a lua fosse um pouco maior do que é, sua atração
gravitacional causaria alterações nos movimentos das marés de tal forma que a
Terra teria seriíssimos problemas. Caso a Terra estivesse mais próxima do sol,
o calor excessivo impossibilitaria a vida no planeta. Portanto, podemos crer
que uma mente sábia coordenou todos esses fatores para que pudéssemos estar
aqui, e a Bíblia nos diz que Deus é que mantém todas as coisas no seu lugar (Hb
1.3). Ele não apenas criou, mas também zela pela segurança da criação. Deus
primeiramente se preocupou em desenvolver um ambiente adequado para que
vivêssemos, para depois nos criar. Por isso, Ele começou originando a luz e
separando-a das trevas. Depois Deus fez os céus e separou-os das águas, e a
seguir fez surgir a terra seca ordenando que as águas se concentrassem em um
lugar separado. Da terra Deus fez surgir plantas, depois criou o sol e a lua.
Criou os répteis, peixes e aves, os animais terrestres e o homem. Como bom
planejador, Deus organizou antes o ambiente em que os seres vivos seriam
colocados, para depois formá-los. Essa ordem na criação é descrita na Bíblia em
Gênesis, o livro dos começos”. (Lições Bíblicas CPAD – Jovens. 1º
Trimestre de 2015 - Título: Eu Creio — Revelando ao mundo suas convicções cristãs.
Comentarista: Alexandre Claudino Coelho; Lição 7: Eu creio no Criacionismo,
Data: 15 de Fevereiro de 2015).
SUBSÍDIO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO
Faça
uma pesquisa sobre os rios, lagos ou lagoas próximos de sua localidade. Procure
conhecer como eles eram há 20, 30 ou 50 anos, e como são hoje. Munido dessas
informações, faça uma reflexão com os alunos a partir de sua pesquisa. Inicie a
aula perguntando como era os rios da redondeza na época dos pais e avós deles.
Leve-os a refletir sobre o que levou aos rios de ontem estarem poluídos hoje.
Mostre que, à luz da Bíblia, e da lição estudada, essa não é a vontade de Deus.
Afirme que é possível um país se desenvolver, e ao mesmo o tempo, preservar
seus recursos naturais.
II. DEUS
CONCEDEU A TERRA AOS HOMENS
1. A Terra é do Senhor (Sl 24.1). As Escrituras declaram que a Terra é de Deus, e que Ele a confiou
aos homens (Sl 115.16; cf. Dt 10.14). O que o Criador espera de nós é o zelo, o
cuidado e a sabedoria para exercer a nossa mordomia sobre a Terra. Nesse
sentido, espera-se que os crentes, em Jesus, sejam o exemplo na relação com o
meio ambiente. Não podemos contaminar os recursos naturais; precisamos evitar
os desperdícios e o uso irracional da água. [Lições Bíblicas CPAD, Revista
Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 12, 22 Setembro, 2019]
Deus é o dono de tudo e não nos passou escritura do
que lhe pertence:
● Gn 14:22 – Abraão disse para o rei de Sodoma que o “Deus
altíssimo possui os céus e a terra”.
● Dt 10:14 – “Eis que os céus e os céus dos céus são do
Senhor, teu Deus, a terra e tudo o que nela há”.
● Salmo 24:1 – “Ao Senhor pertence a terra e tudo o que nela
se contém, o mundo e os que nele habitam”. Os animais são de Deus (Sl
50:10-12), a terra é de Deus (Lv 25:23), a prata e o ouro são de Deus (Ag 2:8),
o que a terra produz é de Deus (Os 2:8); até mesmo os bens que administramos e
empregamos na obra de Deus é de Deus (1 Cr 29:13-16).
● Sempre que granjeamos, administramos e gastamos os recursos
como se eles fossem nossos, não observando que pertencem a Deus, tornamo-nos
mordomos infiéis. (Êx 19.5; Dt 10.14; Sl 50.12; 89.11; ICo 3.21,23.).
2. A natureza — uma dádiva da graça de Deus. A natureza é um presente de Deus ao ser humano, pois é Ele “quem
dá a todos a vida, a respiração e todas as coisas” (At 17.25). Por meio dela,
Deus nos garante o ar, a água, o sol, a chuva, a germinação das plantas, o
fruto e os alimentos necessários à nossa subsistência. Sem a natureza, não
haveria vida. Tudo isso são dádivas naturais, fruto da graça de Deus, conforme
nos revela o Evangelho: “porque faz que o seu sol se levante sobre maus e bons
e a chuva desça sobre justos e injustos” (Mt 5.45). Por isso, quando fizermos
alguma refeição, agradeçamos a bondade de Deus, e reconheçamos a sua provisão
(Sl 65.8-13). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 12, 22
Setembro, 2019]
Quando entendemos que a natureza pertence ao
Senhor, passamos a ter um profundo senso de dependência (1 Pe 4.10; 2Tm 2.21).
Nenhum mordomo poderá desempenhar o seu sublime papel sem total dependência de
Deus, sem o poder do Espírito Santo. A doutrina da providência alcança ímpios e
remidos: Deus dá a chuva e o sol a todos. Ele dá saúde ao salvo e incrédulo. As
bênçãos da graça comum, ele as distribui a todos. Nos dá vida, respiração,
saúde, proteção, alimento, paladar, livramento.
3. A missão de governar a Terra. Deus governa o cosmos. Assim como todos os planetas, estrelas e outros
corpos celestes, a Terra pertence a Deus. Primeiramente, por direito de
criação. Diz o Gênesis: “No princípio criou Deus o céu e a terra” (Gn 1.1). Em
segundo lugar, por direito de preservação. Deus preserva todos os aspectos da
natureza: “Envias o teu Espírito, e são criados, e assim renovas a face da
terra” (Sl 104.30; 65.9-13). Portanto, cuidemos com zelo do ambiente natural
(Gn 1.26). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 12, 22
Setembro, 2019]
O mandamento de governar distinguiu o homem do
restante da criação viva e definiu o seu relacionamento como sendo superior ao
restante da criação (SI 8.6-8). Notemos que no relato da Criação, homem e
mulher compartilham de modo igual a imagem de Deus e juntos exercem domínio
sobre a criação. A ordem “sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e
sujeitai-a...” o homem encheria a terra e cuidaria do funcionamento da
mesma. "Sujeitai-a" não sugere condição destruidora e desregrada para
com a criação porque o próprio Deus a declarou "boa". Pelo contrário,
o verbo trata da administração produtiva da terra e seus habitantes para
produzir riquezas e cumprir os propósitos de Deus.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“Ao
refletir sobre o momento em que o propósito de Deus para a criação será
cumprido, Paulo escreve: “Porque para mim tenho por certo que as aflições deste
tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser
revelada” (Rm 8.18). Paulo, então, revela que toda a criação está gemendo, em
ardente expectativa por esse momento (8.19-22). Assim também os crentes, apesar
das bênçãos que têm recebido. Eles igualmente gemem, esperando a redenção do
corpo (8.23-25). Nesse ínterim, porém, ‘sabemos que todas as coisas contribuem
para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados por seu decreto’
(Rm 8.28). O fato de possuírem os seres humanos a capacidade de amar a Deus
pressupõe que a humanidade foi dotada com o livre-arbítrio na criação. Posto
que a totalidade da criação aponta para o propósito salvífico de Deus, é de
esperar que haja neste propósito provisão suficiente para toda a humanidade, inclusive
uma chamada universal à salvação. Os propósitos salvíficos de Deus também
resultaram na criação de uma criatura com livre-arbítrio” (HORTON, Stanley M.
(Ed.). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro:
CPAD, 1996, p.229).
III. O HOMEM E SUA RELAÇÃO COM A
TERRA
1. A Terra antes do homem. O livro de Gênesis assim descreve a situação do reino
vegetal, no Éden, antes da criação do homem: “Toda planta do campo ainda não
estava na terra, e toda erva do campo ainda não brotava; porque ainda o SENHOR
Deus não tinha feito chover sobre a terra, e não havia homem para lavrar a
terra. Um vapor, porém, subia da terra e regava toda a face da terra” (Gn
2.5,6). O ser humano, por conseguinte, era, e continua a ser, indispensável ao
cultivo, à guarda e à preservação do planeta. Essa é a nossa missão. [Lições Bíblicas
CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 12, 22 Setembro, 2019]
Interessante notar que a ordem da natureza antes da
queda é descrita em Gn 2.6 como perfeita e equilibrada. Uma neblina fluía,
indicando que água brotava de sob o solo como fontes e se espalhava sobre toda
a terra em ciclos ininterruptos de água. Após a queda, a chuva tornou-se o
principal meio de regar a terra e deu lugar a enchentes e estiagens que
originalmente não existiam. As chuvas também permitiram que Deus exercesse
juízo por meio de enchentes e estiagens. O primeiro desastre ambiental causado
pelo homem aconteceu na queda, e desde então a terra geme (Rm 8.22). “Não é novidade para ninguém a situação de risco que corre o
planeta terra. Todas as previsões científicas apontam para catástrofes e
cataclismos iminentes e não só isso, já se fala em falta de água potável em dez
anos, além de grande fome mundial em razão das mudanças climáticas. A situação
é tão alarmante que a ONU, em parceria com vários governos, inaugurou desde
2008 um abrigo subterrâneo denominado o “cofre do fim do mundo”, que já começou
a armazenar sementes de todas as espécies de plantas com valor alimentício, na
tentativa de salvar parte da humanidade e reconstruir a terra.” (SOMBRADOONIPOTENTE). Essa história começou quando o primeiro casal cometeu o
pecado da desobediência, eles receberam de Deus o castigo devido por seu
pecado, mas por causa do homem, a terra também foi castigada. O homem
regenerado precisa reverter sua condição de ‘deteriorador’ para administrador
dos bens divinos, cientes de que um dia prestarão contas ao Senhor.
2. A Terra depois da criação do
homem. O segundo capítulo de
Gênesis narra a formação do homem e a sua vocação para ser o mordomo do jardim
(Gn 2.7,8). Nesse tempo, a ecologia era perfeita. Deus plantou um jardim para
colocar o homem nele. Isso só ocorreu depois que o ambiente natural já estava
pronto para ser habitado. Muitas foram as árvores que brotaram, inclusive “a
árvore da vida, no meio do jardim, e a árvore da ciência do bem e do mal” (Gn
2.9). Após a disposição dos ecossistemas, o Criador entregou ao homem a sua
grande missão: “E tomou o Senhor Deus o homem, e o pôs no jardim do Éden para o
lavrar e o guardar” (Gn 2.15). [Lições Bíblicas CPAD, Revista
Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 12, 22 Setembro, 2019]
“Os babilônios chamavam
a terra coberta de vegetação verde-escura da qual brotava água de edunu-, hoje,
o termo "oásis" descreve um lugar desse tipo. Este era um jardim
esplêndido, um paraíso jamais visto no mundo, onde Deus comungava com os seres
humanos por ele criados à sua imagem. A exata localização do Éden é
desconhecida; se a expressão "direção do Oriente" foi usada levando
em conta onde Moisés estava quando escreveu, então o jardim podia estar na área
da Babilônia, no vale mesopotâmico.” (Bíblia de Estudo
McArthur, 2010 Sociedade Bíblica do Brasil. Nota Textual Gn 2.8, pág 20).
Foi sobre esta Criação que o homem foi posto por dominador. Deus tem poder
soberano sobre Sua criação e tem delegado à humanidade certa autoridade para
dominar (Gn 1.26). Davi reforça essa verdade: "Deste-lhe domínio sobre
as obras da tua mão e sob seus pés tudo lhe puseste" (Sl 8.6). Fomos
colocados em um papel superior para exercer controle sobre a terra e sua flora
e fauna. A humanidade foi criada como o governante deste mundo. Tudo mais foi
subjugado a ela.
3. A Terra depois da
Queda. O homem desobedeceu
a ordem divina, e comeu do fruto proibido. Por causa dessa desobediência, Deus
exerceu severo juízo sobre ele e sobre a natureza. Diz o Gênesis: “E a Adão
disse: Porquanto deste ouvidos à voz de tua mulher e comeste da árvore de que
te ordenei, dizendo: Não comerás dela, maldita é a terra por causa de ti; com
dor comerás dela todos os dias da tua vida” (Gn 3.17). Dessa forma, toda a
ecologia do planeta foi prejudicada pela ação pecaminosa do homem (Rm 8.20,21).
Por causa dele, o ambiente natural tornou-se hostil à sobrevivência humana. [Lições Bíblicas
CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 12, 22 Setembro, 2019]
O homem desconsiderou a voz de Deus e isto foi a
razão para a maldição da terra. A mulher pecou porque agiu independentemente do
seu marido, desprezando a liderança, o conselho e a proteção dele. O homem
pecou porque abandonou a sua liderança e cedeu aos desejos de sua esposa. Em
ambos os casos, as funções tencionadas por Deus foram invertidas. Por causa do
pecado do ser humano, Deus amaldiçoou não somente a terra, mas todo o universo
físico (Gn 3.17-19), e agora, nenhuma parte da criação cumpre totalmente o
propósito original de Deus.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“Ao
refletir sobre o momento em que o propósito de Deus para a criação será
cumprido, Paulo escreve: “Porque para mim tenho por certo que as aflições deste
tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser
revelada” (Rm 8.18). Paulo, então, revela que toda a criação está gemendo, em
ardente expectativa por esse momento (8.19-22). Assim também os crentes, apesar
das bênçãos que têm recebido. Eles igualmente gemem, esperando a redenção do
corpo (8.23-25). Nesse ínterim, porém, ‘sabemos que todas as coisas contribuem
para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados por seu decreto’
(Rm 8.28). O fato de possuírem os seres humanos a capacidade de amar a Deus pressupõe
que a humanidade foi dotada com o livre-arbítrio na criação.
Posto
que a totalidade da criação aponta para o propósito salvífico de Deus, é de
esperar que haja neste propósito provisão suficiente para toda a humanidade,
inclusive uma chamada universal à salvação. Os propósitos salvíficos de Deus
também resultaram na criação de uma criatura com livre-arbítrio” (HORTON, Stanley M.
(Ed.). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de
Janeiro: CPAD, 1996, p.229).
IV. A MORDOMIA DO MEIO AMBIENTE
1. A falha do homem na mordomia
da Terra. Você já ouviu falar em
“desenvolvimento sustentável”? É a missão de prover o desenvolvimento econômico
e tecnológico sem esgotar os recursos naturais do planeta. Essa não é uma
tarefa fácil, pois o interesse pelas riquezas naturais tem levado o homem a não
se preocupar com a conservação do meio ambiente (1Tm 6.10). O objetivo do
chamado desenvolvimento sustentável, além de garantir a preservação ambiental,
é assegurar uma condição digna de vida às gerações futuras. Na maioria dos
países, a exemplo do Brasil, as cidades em geral são ambientes poluidores,
dominados por estruturas corruptas, imoralidade e violência sem controle. Nesse
sentido, as palavras de Jó são reveladoras: “Desde as cidades gemem os homens,
e a alma dos feridos exclama, e contudo Deus lho não imputa como loucura” (Jó
24.12). Em resumo, os processos de urbanização e industrialização se tornaram
símbolos de poluição e degradação do meio-ambiente. [Lições
Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 12, 22 Setembro, 2019]
A Terra agoniza pela ação do homem; o aquecimento
global, a extinção dos animais e o fim dos recursos naturais são demonstração
do poder do pecado e do egoísmo humano. Como já dito acima, essa destruição
começou com a queda, e certamente vai persistir até que, toda a criação seja
regenerada. Mas, enquanto cristãos, temos nossa responsabilidade.
2. A degradação da Terra. O adversário de nossa alma, Satanás, tem atuado contra o
ser humano na Terra (Jó 2.1,2). Ele provoca tragédias espirituais, morais e
físicas contra o homem. Assim, movido por sentimento de ganância e avidez, ou
por não procurar fazer o uso correto dos recursos naturais, o homem deteriorou
o meio ambiente e causou grandes desastres ambientais. Quantos rios que,
outrora limpos e cheios de peixes, são agora poluídos e impróprios à saúde? [Lições
Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 12, 22 Setembro, 2019]
As Escrituras afirmam que Deus é Soberano, então não
há espaço para ‘outro’. É bom dizer que é Deus quem possui o controle sobre
todas as coisas, inclusive o clima (Jó 2.1,2). Satanás não tem controle sobre
desastres naturais, tendo apenas o poder que Deus finalmente permite (2Ts
2.6-11). Note que no caso de Jó, Satanás recebeu permissão de Deus para
atormentar Jó (Jó 1.16,18-19). Então, se o fogo do céu e o tornado foram de
alguma forma causados por Satanás, eles ainda estavam sob o controle final de
Deus para os Seus propósitos. É Deus, não Satanás, que controla o tempo (Êx
9.29; Jó 37.11-12, 16; Sl 18.14; 77.16-19;135.6-7, Jr 10.13; 51.16; Mc 4.35-41;
Hb 1.3). “O Cristão não pode se esquecer que muitos
problemas do descontrole climático e também sociais, são causas de uma
mentalidade psicopatológica, obsessiva e gananciosa do homem. Antes de crescer
é preciso discutir o que o desenvolvimentismo causou, sobretudo no Brasil. É
necessária uma avaliação da ação da igreja, das políticas e da sociedade em
geral diante da ânsia do crescimento moderno. Erramos muito até aqui e não
podemos continuar com essas aberrações comportamentais, muito menos nos omitir.” (ULTIMATO).
3. A restauração da Terra. A Palavra de Deus declara que “a criação ficou sujeita à
vaidade, não por sua vontade, mas por causa do que a sujeitou, na esperança de
que também a mesma criatura será libertada da servidão da corrupção, para a
liberdade da glória dos filhos de Deus” (Rm 8.20,21). Agora, a criação
encontra-se sujeita à degradação, aguardando o dia da sua redenção. O Senhor
nosso Deus prometeu, um dia, restaurar plenamente o nosso planeta (Is 55). [Lições
Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 12, 22 Setembro, 2019]
A Bíblia nos assegura que Deus criará uma nova terra
na qual viveremos para seu louvor em corpos ressurretos e glorificados. Nessa
nova terra, portanto, é que esperamos passar a eternidade, desfrutando de suas
belezas, explorando seus recursos e utilizando seus tesouros para a glória de
Deus. Uma vez que Deus fará nova terra seu lugar de habitação, e uma vez que o
céu é onde Deus habita, estaremos então continuando no céu enquanto estivermos
na nova terra. Pois os céus e a terra não mais serão separados como o são
agora, mas serão um (Ap 21.1-3).
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“A
descrição da Nova Jerusalém demonstra que Deus tem para nós um lugar melhor do
que o Jardim do Éden, com todas as bênçãos do Éden intensificadas. Deus é tão
bom! Ele sempre nos restaura a algo melhor do que aquilo que perdemos.
Desfrutamos da comunhão com Ele agora, mas o futuro reserva-nos a ‘comunhão
intensificada com o Pai, o Filho e o Espírito Santo e com todos os santos’. A
vida na Nova Jerusalém será emocionante. Nosso Deus infinito nunca ficará sem
novas alegrias e bênçãos para oferecer aos redimidos” (HORTON, Stanley M.
(Ed.). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de
Janeiro: CPAD, 1996, p.645).
CONCLUSÃO
Antes da Queda, o ambiente natural era perfeito,
sem alterações climáticas, sem catástrofes ou fenômenos que ameaçassem a vida
humana. No entanto, depois da desobediência do homem à voz de Deus, tudo mudou.
Houve um prejuízo imenso tanto para o homem quanto para a Terra. O pecado
transtornou a natureza. Mas há promessa de Deus para a restauração da Terra.
Isso ocorrerá quando o Senhor Jesus implantar pessoalmente o Reino Milenial
neste mundo. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 12, 22
Setembro, 2019]
Finalizando, é importante frisar toda questão
ambiental e nossa responsabilidade em tentar mudar a situação, no entanto,
sabemos que a natureza geme aguardando a sua regeneração. É ainda mais
importante frisarmos que as Escrituras frequentemente falam dos novos céus e
terra como o lar final do povo de Deus e o simples fato de que ele é um lar é
suficiente para torná-lo desejável para nós, pois enquanto estivermos neste
mundo, somos peregrinos e estrangeiros. Aqui não temos nenhum lar, nenhuma
pátria ou cidade que possamos chamar nossa (Hb 11.8-10, 13-16). Que coisa
grandiosa será finalmente chegarmos ao lar, após uma longa e dolorosa
peregrinação, sabendo que nosso Pai, nosso Irmão Mais Velho, e toda a nossa
família estarão ali, e que jamais teremos que partir.
Francisco Barbosa
Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br
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