sexta-feira, 26 de março de 2021

LIÇÃO 13: VOLTADOS OS OLHOS PARA A BENDITA ESPERANÇA

COMENTÁRIO E SUBSÍDIO I

 INTRODUÇÃO

A expressão “bendita esperança” se refere à segunda vinda de Cristo, que é a esperança da igreja desde que Jesus retornou ao céu. Essa expectativa vem aumentando à medida que o tempo vai passando. A presente lição pretende esclarecer quão breve será esse evento para que cada um mantenha a vigilância e a fidelidade. O slogan dos nossos pioneiros fala da promessa de salvação na sua plenitude que inclui a esperança da vinda de Cristo: “Jesus salva, cura, batiza no Espírito Santo e breve voltará”. A expressão “bendita esperança” se refere à essa volta de Cristo, que é a esperança da igreja desde o dia em que Jesus retornou ao céu. A visão dos primeiros pentecostais da Rua Azusa ia além dos dons espirituais com sua fundamentação bíblica, o propósito deles era a evangelização mundial, e nessa mensagem de que Cristo salva estava a esperança da sua vinda. A vinda de Cristo não era uma doutrina nova, assim como a manifestação do Espírito e seus dons no pentecostalismo moderno não eram uma inovação, mas uma volta aos tempos apostólicos. Essa era a mesma esperança dos primeiros cristãos (2 Ts 2.1). Assim, a nossa esperança é algo vívido e real, não se baseia em utopia e nem em imaginação humana, mas em fatos revelados na Palavra de Deus e confirmados pela História.

 I. BREVE O SENHOR VIRÁ

A vinda de Jesus é tão certa quanto a sucessão dos dias e das noites, e disso não temos a menor dúvida. Esse dia está próximo, e os sinais que precederão a vinda de Cristo já estão presentes.

1. A vinda de Cristo. A segunda vinda de Cristo é uma verdade ensinada na Bíblia inteira com abundância de detalhes nos evangelhos e nas epístolas. Todos os ramos do Cristianismo concordam que Jesus um dia voltará, mas essa unanimidade não ocorre no tocante à maneira como isso vai acontecer. Há diversas interpretações sobre o tema que fogem ao escopo da presente lição. Inclui-se na expressão “segunda vinda” o arrebatamento da igreja (1 Ts 4.15) e a vinda de Jesus em glória (2 Ts 2.8). Quando o Senhor Jesus ascendeu ao céu, os varões de branco disseram que Ele virá da mesma maneira que subiu (v.11); esse cenário é de sua vinda em glória e não do arrebatamento da Igreja.

2. Uma promessa de Jesus. Ele prometeu voltar para nos buscar e nos levar para o céu (Jo 14.1-3). Mas, parece que antes do Pentecostes os discípulos ainda não tinham uma compreensão exata dessa vinda, pelo que se pode observar na pergunta dos discípulos: “Senhor, restaurarás tu neste tempo o reino a Israel?” (v.6). Talvez estivessem ainda pensando num reino físico, político, que era o pensamento dominante em Israel. Mas Jesus os corrige por duas razões principais: o dia e a hora dessa bendita esperança é exclusividade do Pai, e está fora do radar humano (Mt 24.36; Mc 13.32), e a restauração do Reino de Deus não é só para Israel, mas para todos os povos: “…Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da terra” (v.8).

3. O dia se aproxima. Sabemos que a vinda de Jesus está próxima pelos sinais claros que o Senhor Jesus nos deixou. Pregamos por toda parte que Jesus breve vem, e essa mensagem está em nossos hinos congregacionais e nos diversos cânticos inspirados nas Escrituras. Ninguém sabe o dia e nem a hora, mas o Senhor Jesus deixou sinais claros e evidentes que mostram que esse dia está próximo. Os principais são a efusão do Espírito Santo, uma promessa para os últimos dias (Jl 2.28-32; At 2.16-21), que a partir do avivamento da Rua Azusa tem se espalhado pelo mundo inteiro. Os Pentecostais são o maior movimento protestante do mundo. O outro sinal evidente é a fundação do Estado de Israel (Lc 21.29-31), que desde 1948 ostenta a sua bandeira tremulando na sede das Nações Unidas, como Estado Soberano.

As profecias messiânicas do Antigo Testamento apontam para dois eventos: a aparição de Jesus como homem para realizar a grande obra da redenção e a sua segunda vinda, no fim dos tempos, escatológica, que envolve o arrebatamento da igreja e a sua vinda em glória. Os profetas Isaías, Ezequiel, Zacarias, dentre os demais anunciaram essas promessas. O slogan de Daniel Berg terminava com o “breve voltará”, que diz respeito ao arrebatamento da igreja. Tanto os primeiros missionários como os líderes nacionais que Deus levantou em nossa terra deram continuidade à escatologia pentecostal com equilíbrio e prudência. Não se vê qualquer extravagância escatológica em nenhum deles, pois desde então muitos grupos já surgiram com crenças exóticas, alguns chegaram até a marcar a data da vinda de Cristo. Nossos pais se pautaram pela Bíblia e isso mostra a seriedade do fundamento da nossa denominação. – Nós aprendemos deles as advertências do Senhor Jesus: “Mas a respeito daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, senão o Pai” (Mt 24.36) e na passagem paralela (Mc 13.32); “Não cabe a vocês conhecer tempos ou épocas que o Pai fixou pela sua própria autoridade” (At 1.7). Parece que muitos líderes e grupos religiosos não prestaram atenção às palavras de Jesus, pois arriscaram marcar a data da segunda vinda de Cristo. – Somente Deus sabe o dia e a hora do arrebatamento da igreja. Mas, há muitos sinais que mostram que a vinda de Jesus se aproxima e muitos deles se encontram em Mateus 24.1-14 como o aparecimento de muitos falsos cristos (vv. 4,5), não é incomum alguém se apresentar como o Cristo. Guerras e calamidades (vv. 6,7) são uma referência aos distúrbios mundiais e uma crise na política internacional. A crescente onda de violência nas principais capitais do mundo, a expansão do terrorismo e do narcotráfico acontecem nos dias atuais porque a iniquidade está se multiplicando (v. 12). Estamos vivendo na época do “princípio de dores” (v. 8). Todos os acontecimentos da atualidade apontam para esta realidade. A fome generalizada em muitos países e a pandemia da Covid-19 têm ceifado muitas vidas e muitos estão em desespero. A crise religiosa (v. 12) e o crescimento da apostasia nos últimos tempos têm alcançado proporções estarrecedoras. – Os principais sinais são a efusão do Espírito Santo, uma promessa para os últimos dias (Jl 2.28-32; At 2.16-21), que, a partir do avivamento da Rua Azusa, tem se espalhado pelo mundo inteiro. Os Pentecostais são o maior movimento protestante do mundo. O outro sinal evidente é a fundação do Estado de Israel. Jesus disse: “Olhem para a figueira e todas as árvores. Quando veem que começam a brotar, vocês mesmos sabem que o verão está próximo” (Lc 21.29-31). A figueira, na Bíblia, representa a nação de Israel (Os 9.10; Jl 1.6,7). A figueira perde suas folhas no inverno e só na primavera, que antecede o verão, os ramos começam a se encher de botões. Quando isso acontece todos ficam sabendo que o verão já está se aproximando. Essa metáfora é usa da como um dos sinais da vinda de Jesus. Quando as Nações Unidas aprovaram a fundação de um estado judeu em Eretz Israel, em 27 de novembro de 1947, era cumprimento de inúmeras profecias bíblicas (Is 66.8; Ez 36.24; 37.21; Am 9.14-15). É sobre isso que Jesus está falando nessa profecia da Figueira. A data de 14 de maio de 1948 foi o dia a publicação do primeiro Diário Oficial de Israel e o dia em que as tropas britânicas deixaram o país. – A restauração da nação de Israel, conforme as profecias bíblicas, deve acontecer em duas etapas, primeiro, a restauração nacional e depois a espiritual. Isto está claro na visão do profeta Ezequiel sobre o vale de ossos secos no capítulo 37. A figueira já começou a brotar (Mt 24.32-33). Isso mostra que estamos na primavera, estação em que a figueira começa a ficar com os ramos novos e as folhas começam a brotar, anunciando que o verão se aproxima. Essa é uma das razões pelas quais sabemos que a vinda de Jesus está próxima. Pregamos por toda a parte que Jesus breve vem, essa mensagem está em nossos hinos congregacionais e nos diversos cânticos inspirados nas Escrituras. Ninguém sabe o dia e nem a hora, mas o Senhor Jesus deixou sinais claros e evidentes que mostram que esse dia está próximo. Os apóstolos que viveram no período da primeira hora já anunciavam que a vinda do Senhor se aproximava (1 Pe 4.7; Ap 1.3; 22.10), que não diremos nós que somos a igreja da última hora?

SUBSÍDIO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO

Inicie a aula desta semana expondo para a classe a realidade concreta do dia de 24 horas e das estações: Inverno, Primavera, Verão e Outono. Aconteça o que acontecer esses dias acontecerão. O dia iniciará, terminará e iniciará de novo. As quatro estações virão e passarão. O Verão passará, o Outono chegará, o Inverno virá e a Primavera desabrochará. Tão certo como tudo isso acontecerá, assim será a volta de Cristo Jesus. Leia com a classe Atos 1.9-11. Nessa passagem está dito com clareza que o nosso Senhor virá. Estimule a classe com essa verdade. Diga que no tempo da igreja do primeiro século, ela esperava Jesus para os seus dias. Será que nosso Senhor encontrará fé por ocasião de sua vinda? Ele nos encontrará anelando por sua volta? 

  II. A NECESSIDADE DE VIGILÂNCIA

A vigilância se faz necessária porque ninguém sabe o dia da vinda de Jesus. Entendemos como vigilância o ato ou efeito de vigiar, o estado de quem permanece alerta, de quem procede com precaução para não correr risco. Devemos permanecer acordados, atentos no cuidado de não nos afastarmos de Jesus e aguardar a bendita esperança.

1. Exortação à vigilância. O Senhor Jesus nos exorta com muita ênfase sobre a necessidade da vigilância: “Vigiai, pois, porque não sabeis a que hora há de vir o vosso Senhor” (Mt 24.44). A razão disso é porque ninguém sabe quando vai acontecer a sua vinda (Mt 24.42; 25.13; Mc 13.33; Lc 21.36). Essa era também a preocupação nos ensinos dos apóstolos (1 Ts 5.2-6; 2 Pe 3.8-10). O ensino de Jesus nas diversas parábolas e nos discursos escatológicos, como em Mateus 24, Marcos 13 e Lucas 21, dá muita ênfase à necessidade de os crentes estarem atentos. 

2. Os alarmes falsos. Muitos líderes e grupos religiosos arriscaram-se em marcar a data da segunda vinda de Cristo. Alguns deles cravaram várias datas; outros, depois de constatarem que elas não batiam, reinterpretaram as supostas profecias e as protelaram para outras datas. Todos esses líderes e grupos falharam. É um erro tentar adivinhar os tempos e as estações (At 1.7), pois só Deus sabe o dia e hora (Mt 24.36; Mc 13.32).  

A Palavra de Deus rejeita todas as falsas expectativas acerca da vinda de Cristo. Essa maravilhosa doutrina tem como objetivo trazer esperança aos crentes; não a incredulidade, a falsa expectativa e os alarmes falsos. A advertência principal de Jesus no seu sermão escatológico é no tocante à vigilância. Isso não é difícil de entender. Somente Deus sabe o dia da vinda de Jesus. Entendemos como vigilância o ato ou efeito de vigiar, o estado de quem permanece alerta, de quem procede com precaução para não correr risco. Por essa razão, devemos permanecer acordados, atentos no cuidado de não nos afastarmos de Jesus, e aguardar a bendita esperança. – Desde muito cedo na história da igreja, nunca faltou quem anunciasse datas precisas da vinda de Jesus. Russell Norman Champlin apresenta um resumo de datas fracassadas dos que marcaram data para a vinda de Jesus ao longo desses 20 séculos desde a ascensão de Cristo ao céu. O seu breve relato se baseia numa matéria reimpressa num artigo da revista Fate, edição de novembro de 1962, da autoria do reverendo Alson J. Smith (1908-1965), que serviu como ministro metodista em Montana, cidade de Nova Iorque. No seu relato, ele conta que, quando se aproximava o ano 1000, tanto os clérigos como os leigos estavam confiantes em que o Senhor Jesus estabeleceria o Juízo Final antes do ano 1000, e, portanto, a data escolhida para a segunda vinda de Cristo foi a meia-noite de 31 de dezembro do ano 999. Era o assunto do cotidiano na Europa daqueles dias. Uma expressão própria era usada nos términos de diálogos ou de cartas – appropinquante mundi termino, que significa: “com o fim do mundo que se aproxima”. Muitos doavam e vendiam os seus bens, passando a viver nas colinas. Milhares iniciaram a sua peregrinação para Jerusalém. O ano 1000, todavia, chegou, foi-se e nada dessas coisas aconteceu. Todos voltaram às suas atividades, reiniciando tudo. Foi um prejuízo incalculável para a sociedade. – No início do século XII, um astrólogo persa, chamado Anwari, escolheu a data de 16 de setembro de 1186 como o dia do fim do mundo. Conseguiu o apoio de muitos outros astrólogos, pois dizia que cinco dos maiores planetas se conjugariam sob o signo de Libra. Os promotores dessa profecia começaram a pregar para a nobreza e o clero, e novamente a Europa se alvoroçou. Muitos venderam suas propriedades e formaram caravanas rumo a Jerusalém, mas a data chegou, e nada aconteceu. – Johanes Stoeffler, membro do corpo docente da Universidade de Tübingen, na Alemanha, figura de grande envergadura e respeitadíssimo, chegou a ser até conselheiro de príncipes. Publicou em 1499 um livro intitulado Efemérides, em que anunciou o fim do mundo, a se dar por um dilúvio previsto para 20 de fevereiro de 1524. Segundo ele, o evento ocorreria em virtude de uma conjunção de vinte planetas, no signo de Peixes, pois Stoeffler era astrólogo, e nos seus dias a astrologia tinha grande prestígio e credibilidade. À medida que a data se aproximava, a Europa entrava em histeria coletiva. Muito se escreveu sobre isso na época e muitos exploraram o assunto até nos seus mínimos detalhes. Como seria essa catástrofe? – O rio Reno, por exemplo, ficou repleto de arcas, pois milhares de homens as construíram na esperança de sobreviver ao dilúvio. Leis que regulamentavam o uso das arcas foram promulgadas: quem tinha direito de entrar nelas e como seria o comportamento no seu interior. Os que, todavia, não se prepararam para o “grande dia” assustaram-se com o súbito temporal, com trovoadas e relâmpagos, que por coincidência ocorreram no dia 20 de fevereiro, e com isso invadiram as arcas construídas. – O conde Von Igglehein, que havia construído uma gigantesca arca para sua própria salvação e a de sua família, matou à espada um invasor, sua arca foi despedaçada, e ele também acabou morto. As trovoadas e os relâmpagos acompanhados das chuvas seguiram-se por alguns dias, para desespero da população, mas depois tudo voltou ao normal. A tempestade não foi o início do dilúvio, nem mesmo o fim do mundo ocorreu. – William Whiston, amigo de Isaac Newton e seu sucessor na cadeira de Geografia Astronômica, na Universidade de Cambridge, Inglaterra, era tido como um dos cientistas mais respeitados da Inglaterra, pelos menos “até à data de 13 de outubro de 1736”. Ele apresentou alguns modelos do santuário do templo de Jerusalém para um grupo de eruditos de Londres. Segundo o estudioso, dentro de três dias ocorreria o fim de tudo. Ele afirmou: “Portanto, amigo, agora já podemos esquecer-nos das especulações da ciência. O período final de todas as coisas está próximo. Dentro de três dias este mundo deixará de existir. Na quinta-feira, pela manhã, aproximadamente às cinco horas da madrugada, aparecerá o cometa sobre o qual eu vos tenho advertido. O Messias será devolvido à terra, a fim de subir a Jerusalém, e, na sexta-feira, o mundo terminará por meio do fogo, do terremoto e da matança”. – Londres entrou em pânico, pois o considerava um cientista de nomeada, dono da cadeira de Geografia Astronômica da mais famosa universidade, e não só da Inglaterra, mas também uma das mais respeitadas do mundo. Além disso, ele apresentara recursos da própria Bíblia, pois a base dessa predição eram as dimensões do templo de Jerusalém e do tabernáculo bíblico e sobretudo a aproximação do cometa de Halley. A maioria creu nele. O povo em desespero forçou o arcebispo da Cantuária a abrir a catedral de Westminster para o grandioso e solene culto de oração, o que o arcebispo se recusou a fazer. Como nenhuma de suas predições se cumpriu, William Whiston foi expulso de sua cátedra na Universidade de Cambridge. Perdeu então seu prestígio na Inglaterra e caiu em descrédito na sociedade, por mais que justificasse o seu fracasso e dissesse que havia errado nos cálculos. – Em 1818, William Miller começou a pregar que dentro de 20 anos Cristo voltaria à Terra, e em 1831 Miller anunciou que esse evento ocorreria em 23 de março de 1843. Tentou justificar a sua “profecia” com Daniel 8.13,14, quando dizia que as 2.300 tardes e manhãs correspondiam a 2.300 anos, e marcou como ponto de partida o retorno de Esdras a Jerusalém em 457 a. C. – Muitos venderam propriedades e foram para as colinas esperar o retorno de Cristo. Em Boston, muitos se vestiram de branco e permaneceram em constante oração. Enquanto isso muitos, em outras partes dos EUA, entregaram-se publicamente à imoralidade e à prostituição. Nenhuma dessas “profecias”, porém, se cumpriu. Então, Miller se justificou dizendo que se enganou, errou nos cálculos, e marcou nova data — 22 de outubro de 1844, que também fracassou. – Diante disso, ele se arrependeu, procurou a igreja, pediu perdão e foi servir a Deus. Outros grupos adventistas marcaram diversas datas: 1847, 1852, 1854, 1855, 1866 e 1877, mas o Senhor Jesus Cristo não voltou: “depois de 1844 o movimento milerita do ‘Segundo Advento’ fragmentou-se gradualmente em vários grupos adventistas. Uma multiplicidade de novas datas começaram (sic) a aparecer: 1845, 1846, 1847, 1850, 1851, 1852, 1853, 1854, 1866, 1867, 1868, 1870, 1873, 1875, e assim por diante, e estas datas, cada uma tendo seus promotores e seguidores, contribuíram para uma fragmentação ainda maior”. O dissidente do movimento millerista, Nelson H. Barbour, profetizou o fim para 1873. Nada aconteceu, e ele se desculpou com a teoria da “presença invisível” de Cristo, ocasião em que se aliou, em 1877, a Charles Tazel Russell, fundador do movimento das testemunhas de Jeová. Barbour e os outros dissidentes milleristas como Jonas Wendell, George Storr e George Stetson foram os pais na fé de Russell; são eles os ancestrais espirituais das testemunhas de Jeová. – Depois dos adventistas com seus diversos grupos, vieram as testemunhas de Jeová, que marcaram diversas datas, uma após outra; e, à medida que a data chegava sem nada acontecer sobre o profetizado, seus líderes reinterpretavam as profecias e as protelavam para outras datas, como 1878, 1914, 1915, 1918, 1920, 1925, 1942, 1975.151 Todos eles falharam, pois somente Deus sabe o dia e a hora (Mt 24.36; Mc 13.32).

SUBSÍDIO TEOLÓGICO

“Paulo confirma as advertências de Jesus ao reconhecer que ‘o Dia do Senhor virá como o ladrão de noite’ (1 Ts 5.2). Os crentes, porém, não serão apanhados de surpresa, não porque saibam de antemão a data, mas porque são do dia, e vivem na luz da Palavra de Deus (não são da noite, nem pertencem às trevas da iniquidade). Como consequência, estão alerta, com domínio próprio, protegidos pela fé e amor como couraça, e tendo por capacete a esperança da salvação (1 Ts 5.4-9). Assim como o apóstolo Paulo, continuam ansiando pela sua vinda (2 Tm 4.8) porque o amam e confiam nEle. A esperança de Paulo não estava ‘ligada a uma data fixa, mas o evangelho que declarava o cumprimento das promessas do Antigo Testamento, e conclamava as pessoas a viverem com confiança’” (HORTON, Stanley (Ed.). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. 10. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2019, p. 614).

 III. VIVENDO COM FIDELIDADE

Viver com fidelidade é adotar um estilo de vida cristão na esperança da vinda de Jesus. Assim como Deus é santo e exige santidade do seu povo, da mesma maneira um Deus fiel exige fidelidade do seu povo.

1. Definição. Fidelidade é a qualidade de ser cheio de fé, característica do que é fiel, lealdade. Os termos “fidelidade, verdade, lealdade” pertencem ao mesmo campo semântico na Bíblia: “Seja o SENHOR entre nós testemunha da verdade e fidelidade” (Jr 42.5); “mostrando toda a boa lealdade” (Tt 2.10). Fidelidade é uma demonstração de fé, lealdade, respeito, constância nos compromissos assumidos.

2. A fidelidade de Deus. A verdade é um dos atributos morais de Deus do qual reflete outras perfeições divinas, dentre as quais, a fidelidade. Deus é fiel (1 Co 1.9; 2 Ts 3.3; 2 Tm 2.13). A fidelidade de Deus é grande (Lm 3.23) e expressa uma absoluta confiança, cuja ideia é de firmeza (Sl 36.5; 89.2). Assim como ele cumpriu a promessa da vinda do Salvador do mundo, de igual modo, a segunda vinda de Cristo podemos considerar como um fato incontestável.

3. A fidelidade como virtude cristã. Os atributos morais de Deus são aqueles cujas ressonâncias e reflexos são vistas nas criaturas humanas. A fidelidade é uma das virtudes cristãs proveniente do Espírito na vida do crente (Gl 5.22). Essa verdade é ensinada em toda a Bíblia, de maneira direta nos relatos históricos e proféticos, nas parábolas e ilustrações como importante virtude na vida cristã (Mt 25.21; 1 Co 4.2; 2 Tm 2.19).

4. Tempos e estações. Jesus responde à pergunta dos discípulos ampliando o horizonte desse reino. “Não vos pertence saber os tempos e as estações” (v.7). Essa resposta foi dupla: “Tempos”, no grego nessa passagem, é chronos e significa um longo período. Haveria um espaço de tempo para a pregação do Evangelho entre a descida do Espírito Santo e a vinda de Cristo. “Estações”, nesse verso, é kairós, que significa “ocasião” e se refere aos eventos críticos que devem acompanhar o estabelecimento do reino. “Tempos e estações” são prerrogativas de Deus.

Sabemos que Deus é fiel. A fidelidade de Deus é um dos atributos comunicáveis, conhecidos também nos diversos tratados de teologia sistemática como atributos morais, atributos relativos, atributos transitivos. Esses são tipos de atributos divinos (Sl 36.5; 89.2; Lm 3.23; 1 Co 1.9; 2 Ts 3.3; 2 Tm 2.13) “que encontram alguma ressonância nos seres humanos” como a verdade e a fidelidade dentre outros atributos: amor, bondade, justiça, sabedoria. Fidelidade é a qualidade de ser cheio de fé, característica do que é fiel, lealdade, trata-se de uma demonstração de fé, lealdade, respeito, constância nos compromissos assumidos. A fidelidade é uma das virtudes cristãs proveniente do Espírito na vida do crente (Gl 5.22). Essa verdade é ensinada em toda a Bíblia, de maneira direta nos relatos históricos e proféticos, nas parábolas e ilustrações como importante virtude na vida cristã (Mt 25.21; 1 Co 4.2; 2 Tm 2.19). Viver com fidelidade é adotar um estilo de vida cristão na esperança da vinda de Jesus. Assim como Deus é santo e exige santidade do seu povo, da mesma maneira um Deus fiel exige fidelidade do seu povo. – Na resposta à pergunta dos discípulos: “Será este o tempo em que o Senhor irá restaurar o reino a Israel?” (At 1.6) está o grande tema do livro de Atos, não só para os apóstolos, mas também para a igreja em todas as eras: “Mas vocês receberão poder, ao descer sobre vocês o Espírito Santo, e serão minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até os confins da terra” (At 1.8). Com isso Jesus mostrou aos seus discípulos que a prioridade era a evangelização do mundo e que não era hora de analisar o momento crítico da história em que estavam vivendo. A ênfase é a evangelização. Os discípulos foram fiéis ao chamado do Senhor, se entregaram à obra com fidelidade e dedicação. Da mesma forma os nossos pais procederam nesse trabalho com muito empenho, e dessa forma devemos proceder até o dia do cumprimento da bendita esperança. – Jesus responde à pergunta dos discípulos ampliando o horizonte desse reino. “Não vos pertence saber os tempos e as estações” (At 1.7). Essa resposta foi dupla: “Tempos”, no grego nessa passagem, é chronos e significa um longo período. Haveria um espaço de tempo entre a descida do Espírito Santo e a vinda de Cristo para a pregação do evangelho. “Estações”, nesse versículo, é kairós, que significa “ocasião” e se refere aos eventos críticos que devem acompanhar o estabelecimento do reino. “Tempos e estações” são prerrogativas de Deus.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO

 “Entrementes, o Espírito nos prepara, de muitas maneiras, para o cumprimento de nossa esperança gloriosa. Ele nos ajudar a orar (Rm 8.26,27) enquanto ‘nós, pelo espírito da fé, aguardamos a esperança da justiça’ (Gl 5.5). O dom do Espírito Santo é um selo e uma ‘primeira prestação’ daquilo que receberemos em maior plenitude na nossa herança futura como filhos de Deus (Ef 1.13,14). É também ‘penhor’ de que realmente o receberemos se conservamos a nossa fé em Jesus, e continuamos a semear para agradar ao Espírito, e não para agradar à nossa natureza pecaminosa (Gl 6.7-10; ver também Rm 2.10).

[…] Juntamente com essas primeiras prestações das bênçãos do porvir, podemos desfrutar de tempos de refrigério da parte do Senhor sempre que houver arrependimento ou uma mudança de atitude para com o Senhor (At 3.19). Mas, conforme já foi enfatizado, as advertências de Jesus devem ser levadas a sério. Repetidas vezes, Ele enfatizou a importância de estar pronto e de viver à luz da sua volta (Mt 24.42, 44, 50; 25.13; Lc 12.35,40; 21.34-36)” (HORTON, Stanley (Ed.). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. 10. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2019, pp. 616-17).

   CONCLUSÃO

Viver com fidelidade é ser fiel e leal a Deus durante toda a vida (2 Tm 4.7,8). A fidelidade ao Senhor Jesus é uma das condições para herdar o Reino dos Céus. O Senhor Jesus falou reiteradas vezes sobre a sua vinda. Ao ascender ao céu, dois anjos reafirmaram essa promessa: “Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no céu, há de vir assim como para o céu o vistes ir” (v.11). A volta de Jesus para nos levar ao céu é a esperança da Igreja. – Enquanto os cristãos observam Jesus ser levado para a glória, dois anjos apareceram e os repreenderam com brandura. Tanto no ministério descrito em Atos como hoje, os anjos exercem uma função importante, mesmo que não possamos vê-los (ver At 5:19, 20; 8:26; 10:3-7; 12:7-10, 23; 27:23). São servos dos santos (Hb 1:14). Os dois mensageiros garantiram aos cristãos que Jesus Cristo voltaria da mesma forma como havia partido. Ao que parece, trata-se de uma referência a sua vinda em público, "com as nuvens" (Mt 24:30; 26:64; Ap 1:7), não a sua vinda para buscar a Igreja, "num abrir e fechar de olhos" (1 Co 15:51, 52; 1 Ts 4:13-18). Quaisquer que sejam as ideias das pessoas acerca do cronograma profético de Deus, os cristãos concordam que Jesus voltará e que virá a qualquer momento. Esse fato, por si só, deve ser um grande estímulo para o serviço cristão fiel (Lc 12:34-48).

REFERÊNCIAS

LIÇÕES BÍBLICAS. 1º Trimestre 2020 - Lição 13. Rio de Janeiro: CPAD, 28, mar. 2021.

SOARES, Esequias. O verdadeiro pentecostalismo: a atualidade da doutrina bíblica sobre a atuação do Espírito Santo. Rio de Janeiro: CPAD, 2020.

STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1997.

WIERSBE, Warren W. Comentário Bíblico Expositivo. Novo Testamento, v. I, p. 522. Santo André: Geográfica, 2007.

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