COMENTÁRIO E SUBSÍDIO I
INTRODUÇÃO
Os pontos básicos da presente lição são a necessidade e a função dos dons espirituais na atualidade para demonstração do poder de Deus perante o mundo, a edificação interna da vida da Igreja, seu conforto e crescimento espiritual. – Há inúmeras evidências da manifestação dos dons espirituais ao longo da história da igreja. São evidências históricas e as próprias experiências de milhões de pessoas em todo o mundo, experiências à luz das Escrituras. A presença de milagres é conhecida nos escritos da patrística, nos autores cristãos da Idade Média e na Reforma Protestante. A teologia pentecostal, principalmente o pentecostalismo clássico, é bíblica. A ideia de que os pentecostais baseiam suas crenças nas emoções é equivocada, o que acontece é que a nossa proximidade com Deus é mais estreita, a nossa comunhão com o Senhor não é artificial. Para os pentecostais Deus é mais real. Religião sem milagres é mera filosofia. Esses milagres são fatos, para desacreditá-los os cessacionistas terão que desafiar as testemunhas oculares, e não se basear simplesmente em alguns casos isolados de exageros ou até mesmo meninices.
I. A NECESSIDADE DOS DONS ESPIRITUAIS HOJE
É necessário ensinar na igreja
sobre os dons espirituais para que ninguém fique desinformado sobre o assunto.
Por meio deles confessamos o nome de Jesus e somos edificados. O apóstolo
introduz a seção afirmando que todos devem se inteirar melhor sobre os dons
espirituais.
1. Exortação a conhecer os dons
(v.1). O apóstolo Paulo mostra que o ensino sobre os dons
espirituais é importante e afirma: “não quero, irmãos, que sejais ignorantes”.
Isso não quer dizer falta de experiência sobre o assunto, pois “nenhum dom vos
falta” (1 Co 1.7). O que o apóstolo quer dizer com essa declaração introdutória
é que esperava dos coríntios, e essa é também a vontade do Espírito ainda na
atualidade, que todos os crentes entendam os dons e a sua finalidade.
2. Pneumatikós e chárisma. São os dois termos gregos básicos usados pelo apóstolo para “dons
espirituais” (vv. 1-11). O adjetivo pneumatikós, “espiritual”, Paulo emprega de
forma substantivada, tōn pneumatikōn, literalmente, “das coisas espirituais”
(v.1); o contexto mostra que ele se refere aos dons espirituais. O substantivo
chárisma, “dom”, um cognato de cháris, “graça”, cuja ideia é o que foi dado
pela graça, aparece duas vezes: “de dons” (v.4); “dons” (v.9). São vários tipos
de charísmata no Novo Testamento que o tempo e o espaço não permitem enumerá-los
na presente lição.
3. O que são os dons
espirituais? A Declaração de Fé das
Assembleias de Deus define os dons espirituais como “capacitações especiais e
sobrenaturais concedidas pelo Espírito de Deus ao crente para serviço especial
na execução dos propósitos divinos por meio da Igreja”.
Esses recursos são operados por
meio dos crentes em Jesus (2 Co 4.7; Cl 1.27), enquanto a Igreja estiver na
terra (1 Co 13.8-10). Isso envolve todo o aspecto da vida cristã como adoração
(1 Co 14.6,26; Fp 3.3), evangelização, operações de milagres (At 13.9-12) e o
exercício do ministério (1 Tm 4.14). Eles podem ser concedidos de repente em
qualquer fase da experiência cristã, ao ser batizado no Espírito Santo, no
início da fé (At 19.5,6) ou ao longo da carreira cristã (1 Tm 4.14). Todos nós
devemos buscar os dons espirituais a qualquer momento (1 Co 12.31; 14.13,39).
– Ser
pentecostal significa crer na atualidade das manifestações do Espírito Santo, e
isso envolve o batismo e os dons espirituais. Mas, não é só isso, muitos teólogos
e leigos não pentecostais pensam como os pentecostais sobre as manifestações do
Espírito na atualidade, principalmente quando afirmam que são batizados no Espírito
Santo porque têm o Espírito. No entanto, ter o Espírito Santo não é a mesma
coisa que ser batizado. Todos os crentes em Jesus já têm o Espírito, isso já
foi explicado no capítulo anterior, mas ser batizado é receber o revestimento
de poder do alto como capacitação para testemunhar de Jesus (At 1.8). Muitos
afirmam que o batismo no Espírito Santo é também para os nossos dias, mas
interpretam tal experiência dessa maneira. Essas pessoas pensam que esse
batismo é a mesma coisa que a conversão, e biblicamente não é isso que
acontece. E, há pentecostais que se recusam a aceitar o falar em línguas como
evidência física inicial do batismo no Espírito Santo, embora acreditem na
atualidade da glossolalia como um dom do Espírito, mas não necessariamente como
sinal do batismo.
– Nada indica nos ensinos paulinos que confirme as
ideias cessacionistas de que os dons espirituais ou alguns deles sejam para o
período apostólico ou para um período específico qualquer. Enquanto a igreja
peregrinar na terra, ela dependerá do poder do Espírito manifestado por meio
dos dons sem o qual será impossível cumprir a missão designada pelo Senhor
Jesus. Não é possível a igreja se sustentar sozinha, nem foi isso que Jesus
estabeleceu, antes enviou o Consolador (Jo 14.16-18). Os dons foram concedidos à
igreja, e enquanto ela não terminar a sua jornada na terra, vai depender desses
recursos milagrosos para realizar a obra de Deus e testemunhar de Jesus. Os
dons continuarão até a vinda de Jesus: “Existem mensagens espirituais, porém
elas durarão pouco. Existe o dom de falar em línguas estranhas, mas acabará logo.
Existe o conhecimento, mas também terminará. Pois os nossos dons de conhecimento
e as nossas mensagens espirituais são imperfeitos. Mas, quando vier o que é
perfeito, então o que é imperfeito desaparecerá” (1 Co 13.8-10). A vinda do “que
é perfeito” é uma referência à vinda de Cristo.
– Jack Deere, que antes era cessacionista, ex-professor
de Antigo Testamento do Dallas Theological Seminary, foi surpreendido pelo poder
do Espírito em pleno exercício de suas funções no seminário, que o levou a um
reexame sobre a sua posição tradicional e descobriu que Deus “continua a falar
e a curar nos dias de hoje”. A nossa conclusão com base nas Escrituras e na
experiência da igreja ao longo dos séculos e, de maneira especial na vívida
experiência pentecostal a partir do avivamento da Rua Azusa, é que o cessacionismo
não tem fundamentação bíblica e é pós-bíblico. – Existem aspectos divergentes
da doutrina pentecostal. Por isso, nem todos os autores pentecostais estão
totalmente de acordo com a nossa doutrina, pois muitos deles têm suas
interpretações diferenciadas em alguns pontos, alguns deles periféricos, que não
desmerecem e nem desqualificam o trabalho deles, mas são pontos doutrinários
que destoam da fé assembleiana. Os autores assembleianos mais conhecidos são
Stanley M. Horton, William Menzies e seu filho Robert P. Menzies e Gary McGee.
Os dons espirituais são necessários porque a igreja não avança nenhum passo sem
eles. A igreja está numa batalha contra o reino das trevas. O conflito está
fora da esfera física, ela é espiritual. O nosso inimigo é invisível aos olhos
físicos, detectamos os efeitos maléficos da ação deles. É uma luta que ninguém
poder vencer sem ajuda de Deus. Jesus disse: “Porque sem mim vocês não podem
fazer nada” (Jo 15.5) o mesmo pode ser dito do Espírito Santo”, o “outro Consolador”
(Jo 14.16). E os dons espirituais são “capacitações especiais e sobrenaturais
concedidas pelo Espírito de Deus ao crente para serviço especial na execução
dos propósitos divinos por meio da Igreja.” São meios pelos quais o Espírito
equipa os membros do corpo de Cristo para realizar o que não seria possível por
meio dos recursos humanos. Além disso, é por meio deles que confessamos o nome
de Jesus e somos edificados.
– O termo grego usado para os dons espirituais nos capítulos
12 ao 14 de 1 Coríntios é chárisma, um
cognato de cháris, “graça”,
cuja ideia é aquilo que foi dado pela graça por parte de Deus. O apóstolo Paulo
não emprega de forma literal a expressão “dons espirituais”, quando introduz o
assunto: “Irmãos, não quero que vocês estejam desinformados a respeito dos dons
espirituais” (1 Co 12.1), ele emprega a expressão grega: toñ pneumatikoñ,
literalmente, “das coisas espirituais”. O adjetivo pneumatikós, “espiritual”,
é empregado de forma substantivada pelo apóstolo. Mas, o substantivo chárisma, “dom”, como
disse, um cognato de cháris, “graça”,
cuja ideia é o que foi dado pela graça, aparece duas vezes nesse parágrafo que
trata dos nove dons espirituais (1 Co 12.4-11): “os dons são diversos, mas o
Espírito é o mesmo” (v. 4); “a outro, no mesmo Espírito, dons de curar” (v. 9).
A maioria dos expositores do Novo Testamento reconhece a legitimidade da tradução
de to¯ n pneumatiko¯ n como “dons
espirituais”, em várias versões da Bíblia, pois é disso que o apóstolo está tratando.
Paulo usa a mesma construção mais adiante (1 Co 14.1).
– Alguns estranham o fato de Paulo lembrar os coríntios
a sua procedência pagã nesse contexto (1 Co 12.2). Os destinatários diretos
dessa mensagem eram de origem pagã, eles não tinham discernimento espiritual,
pois eram guiados pelos “ídolos mudos”. Embora os ídolos sejam mudos (Sl
115.4-7), por trás deles estão os demônios (1 Co 10.20). Veja que a expressão “éreis
gentios” mostra que todo aquele que se converte ao Senhor Jesus deixa de ser gentio.
Esses irmãos coríntios se converteram a Cristo e agora eram guiados pelo Espírito,
o que distribui os dons espirituais. Mais estranho ainda é a declaração: “ninguém
que fala pelo Espírito de Deus diz: Jesus é anátema!” (1 Co 12.3). É possível
um raciocínio desse? Sim, pode ser um espírito demoníaco ou um falso mestre, ou
ainda, alguém que interpreta de maneira equivocada a maldição da cruz (Gl
3.13). A verdade é que ninguém pode reconhecer o senhorio de Cristo e a sua
verdadeira identidade senão pelo Espírito Santo: “E ninguém pode dizer que
Jesus é o Senhor, senão pelo Espírito Santo” (v. 3b). Tal declaração é a
suprema confissão do Espírito que reconhece a divindade e o senhorio de Cristo
(Jo 16.14; Rm 10.9; Fp 2.11).
SUBSÍDIO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO
Inicie a aula de hoje perguntando
o que são os dons espirituais. Ouça as respostas dos alunos. Após a escuta,
exponha o tópico a fim de unificar as informações. Leve em conta que esse
tópico refletirá o conceito da expressão “dons espirituais”. É muito importante
que cada aluno compreenda com perfeição tal conceito a fim de que ele não tenha
dificuldade de compreender as diferentes classes de dons presentes no Novo
Testamento. Há uma boa definição de dons espirituais que está presente neste
tópico, conforme a nossa Declaração de Fé: “capacitações especiais e
sobrenaturais concedidas pelo Espírito de Deus ao crente para serviço especial
na execução dos propósitos divinos por meio da Igreja”. Ao final da exposição
do tópico, revise o conceito de dons espirituais e certifique que os alunos o
compreenderam bem.
II. A FUNÇÃO DOS DONS ESPIRITUAIS
O uso dos dons espirituais é
essencial nas reuniões cristãs, na vida pessoal e no serviço da evangelização.
Isso era uma realidade na época dos apóstolos e continua um fato na atualidade.
1. As listas dos dons. Há quem acredite que existem apenas nove dons espirituais, pois
interpreta como únicos os apresentados nos vv.8-10. Mas, o apóstolo apresenta
mais duas listas de dons espirituais nesse mesmo capítulo, uma com oito dons
(v.28) e outra com sete, incluindo algumas repetições da primeira lista
(vv.29,30). Há ainda uma lista em Romanos e outra em Efésios (Rm 12.6-8; Ef
4.8-11). Há quem afirme que a primeira lista é completa e as demais seriam expressões
ou explicações desses nove dons. Em nenhum lugar o apóstolo limita o número de
dons. Essa explicação está de acordo com a Declaração de Fé das Assembleias de
Deus.
2. Classificação
teológica. Os dons mencionados em seguida
são classificados em três grupos de três dons (vv.8-11). A divisão mais
conhecida é a seguinte: a) dons de revelação, palavra da sabedoria,
palavra da ciência e discernimento dos espíritos; b) dons de poder,
fé, dons de curar e operações de maravilhas; c) dons de inspiração,
profecia, variedade de línguas e interpretação. Essa é uma das várias
classificações, todas elas são didáticas.
3. Classificação bíblica. Stanley M. Horton segue a divisão funcional feita pelo próprio apóstolo,
em três grupos, dois, cinco e dois, que duas vezes o adjetivo grego, héteros,
“outro de tipo diferente” como “e a outro, pelo mesmo Espírito, a fé” (v.9); “e
a outro, a variedade de línguas” (v. 10b). Nas outras vezes, o termo usado para
“outros” é állos, “outro de mesmo tipo”. Se isso significa uma classificação ou
divisão, seriam em três grupos, dois, cinco, dois, assim: a) dons
do ensino ou pregação: palavra da sabedoria e palavra da ciência; b) dons
de ministério: fé, dons de curar, operação de maravilhas, a profecia e dom de
discernir os espíritos; c) dons de adoração: variedade de línguas e
interpretação de línguas.
4. “Para o que for útil” (v.7). O Espírito Santo distribui os dons aos crentes “a cada um para o que for útil”, proveitoso para edificação espiritual e crescimento numérico da igreja. A função dos dons espirituais é tornar a manifestação do poder de Deus cada vez mais real e dinâmica para a edificação do corpo de Cristo, é antes de tudo autenticar a obra de Cristo (At 2.33). Não existe um reservatório ou um depósito de dons na igreja ou nos crentes para que cada um faça uso a seu bel-prazer. O Espírito reparte “particularmente a cada um como quer” (v.11). Os dons, portanto, não são atestados de espiritualidade e nem de santidade; eles são concedidos para a edificação da igreja e o aperfeiçoamento espiritual dos crentes. Muito cuidado, pois a soberba espiritual é a pior de todas e é pecado. Soli Deo gloria, “somente a Deus a glória” (Is 42.8; Ef 3.20,21).
– A função
dos dons espirituais é tornar a manifestação do poder de Deus cada vez mais
real e dinâmica para a edificação do corpo de Cristo, e, antes de tudo,
autenticar a obra de Cristo (At 2.33). O apóstolo Paulo apresenta cinco listas
dos dons espirituais (Rm 12.6-8; 1 Co 12.8-10; 1 Co 12.28; 1 Co 12.29, 30; Ef
4.11), mas nenhuma delas é completa, todas são diferentes, seu propósito não é descrever
e nem definir nenhum deles, mas no caso dos coríntios, o objetivo é corrigir a
percepção deles sobre o uso dos dons. O Novo Testamento não revela quantos dons
espirituais existem. Como bem ensinou Stanley M. Horton: “O propósito de Paulo,
porém, não é oferecer uma lista abrangente, nem descrever os dons”. Muita gente
pensa que esses dons são nove com base na lista de 1 Coríntios 12.8-10. O apóstolo
não está afirmando que são nove, antes eram esses os dons em que havia abusos
pelos coríntios e por essa razão eles são mencionados nessa lista. A explicação
deles vem em seguida e nos dois capítulos subsequentes.
– Na lista de Romanos 12.6-8 aparecem sete dons
espirituais, entre os quais, especiais e normais, quais são eles? Profecia, ministério,
ensino, exortação, contribuição, presidência e misericórdia. Podemos considerar
os dons de Profecia e de ensino como milagres.
– Uma peculiaridade dessa lista é que cada dom é
seguido de uma explicação, ainda que com uma simples frase. O dom de profecia é
o único que aparece em todas as listas e é o que aparece com maior frequência
nas epístolas paulinas, principalmente em 1 Coríntios nos capítulos 12 a 14.
Esse tema será retomado mais adiante. Os charísmata,
plural de chárisma, dessa lista,
aparecem em dois grupos, o dom de profecia pertence ao grupo dos dons extraordinários
e os outros como ordinários. O “ministério”, ou serviço, diakonia, em grego, de
onde vem a nossa palavra, “diácono”.
– O dom de ensino não se constitui simplesmente num
exercício intelectual sem depender do Espírito Santo, como disse Craig S. Keener:
“se fosse assim, uma pessoa não salva poderia ter esse mesmo ‘dom’. O dom de
ensino é uma dádiva especial da graça que, como 1 Coríntios 12.8-11 mostra,
também é uma concessão especial de poder do Espírito de Deus”. A exortação paráklesis, “consolação,
conforto, exortação, admoestação”, lembra bem o Paracleto, o Consolador
prometido por Jesus (Jo 14.16).
– O que contribui, ou reparte, conforme a ARC, aquele
que compartilha seus recursos pessoais para o bem dos demais, isso deve ser
realizado com sinceridade “da maneira de Barnabé, e não de Ananias e Safira
(Atos 4.36, 37; 5.1-3)”, como bem observou Stanley Horton, “Barnabé, conforme
você se lembra, era cheio do Espírito Santo, ao passo que Ananias era mentiroso”.
Ainda hoje há os que contribuem porque outros o fazem ou porque esperam alguma
recompensa. O Espírito capacita os membros do corpo de Cristo para que cada um
proceda de acordo com a vontade de Deus e seja uma bênção para a comunidade. – Presidir
é liderar, deve ser o mesmo chamado “administrar” (1 Co 12.28), ou “governos”,
na ARC, visto que há certos graus de superposições entre os dons nessas
diferentes listas. O dom de presidir deve ser exercido com cuidado, diligência
e zelo. A misericórdia se parece com o dom de repartir, mas isso se refere ao cuidado
de doentes, idosos e dos pobres. É um dom exercido com gozo no coração e
alegria e não como um fardo pesado, as igrejas estão cheias dessas pessoas. O Comentário Bíblico Pentecostal – Novo Testamento observa
bem que nessa lista, cada dom começa com um “se”; que significa, “se você tem
um dom use”; os últimos dons da lista começam cada um com “o que”. Esses dons são
dados segundo a graça que cada um recebeu.
– Há quem acredite que existem apenas nove dons
espirituais, pois interpreta como únicos os apresentados em 1 Coríntios 12.8-10.
Mas, o apóstolo apresenta mais duas listas de dons espirituais nesse mesmo capítulo,
uma com oito dons (v. 28) e outra com sete, incluindo algumas repetições da
primeira lista (vv. 29, 30). Isso sem contar a lista de Romanos 12.6-8, de Efésios
(Ef 4.11) e uma lista petrina (1 Pe 4.11). Há quem afirme que a lista de 1 Coríntios
12.8-10 é completa e as demais seriam expressões ou explicações desses nove
dons. Em nenhum lugar o apóstolo limita o número de dons, e nisto cremos e
professamos: “Os dons espirituais são vários, e nenhuma lista deles no Novo
Testamento pretende ser exaustiva; e nem mesmo existe a expressão “estes sãos
os dons espirituais”.
– Esta é a lista mais conhecida e mais disputada pelos
pentecostais e se destaca das demais listas porque esses nove dons “pertencem a
uma categoria exclusiva que demanda uma ação direta do Espírito Santo,
independentemente da contribuição humana, embora se utilize do ser humano para
se expressar”. A Declaração de Fé das Assembleias de Deus, traz
uma breve explicação sobre cada um desses nove dons no capítulo XX, intitulado:
“Sobre os dons do Espírito Santo”. O propósito do apóstolo Paulo não é fazer
uma exposição doutrinária sobre o assunto. O que ele está fazendo é uma correção
de abusos desses dons na comunidade cristã de Corinto e dessa forma esses dons vêm
à tona, essa é a razão do tema carismático aparecer na epístola.
– Na opinião de Gordon Chown, onde há vida exuberante
ocorre alguma desordem, causada pelo crescimento poderoso, mas que isso não é
razão para descartar o valor dos dons. O pensamento sobre a igreja de Corinto
de acordo com os expositores do Novo Testamento: “o fogo do avivamento ardia em
Corinto, e alguma centelhas caíam fora lareira, ameaçando o tapete. Paulo não pensou
em chamar o corpo de bombeiros para apagar o fogo, apenas ofereceu a igreja um
jogo de ferramenta para lidar com a lareira: as medidas disciplinares e as exortações
para a busca dos dons”. Essa ilustração é esclarecedora e a estratégia paulina é
atual para evitar a mornidão espiritual que já acontece em alguns lugares. – Paulo
revela a natureza desses dons e sua procedência divina, no Deus Trino e uno (1
Co 12.4-6) e nos instrui sobre o seu uso correto (1 Co 12.7, 11). Os nove dons
desta lista estão classificados de diversas maneiras, mas se trata de
classificações didáticas e posteriores, organizadas por teólogos ao longo dos séculos.
Todas as diferentes classificações dividem os dons em três grupos. A divisão
mais conhecida é a seguinte: a) dons de revelação, palavra da sabedoria,
palavra da ciência e discernimento dos espíritos; b) dons de poder, fé, dons de
curar e operações de maravilhas; c) dons de inspiração, profecia, variedade de
línguas e interpretação. Outros, como Gordon Chown, consideram o terceiro grupo
como dons de inspiração e Walter Brunelli, como dons de locução.
– Parece haver uma classificação interna, na forma em
que o texto foi construído pelo apóstolo em três grupos, dois, cinco e dois. Duas
vezes o adjetivo grego héteros, “outro
de tipo diferente” intercala os grupos, assim: “e a outro, pelo mesmo Espírito,
a fé” (1 Co 12.9); “e a outro, a variedade de línguas” (1 Co 12.10b). Nas outras
vezes, o termo usado para “outros” é állos, “outro
de mesmo tipo”. Nesse caso, héteros seria o
elemento divisor. Se isso puder significar uma classificação ou divisão, seriam
em três grupos, dois, cinco, dois, assim: a) dons do ensino ou pregação, palavra
da sabedoria e palavra da ciência; b) dons de ministério, fé, dons de curar,
operação de maravilhas, a profecia e dom de discernir os espíritos; c) dons de
adoração, variedade de línguas e interpretação de línguas. Stanley M. Horton
segue essa divisão funcional feita pelo próprio apóstolo Paulo.
– Vamos ao resumo da Declaração
de Fé das Assembleias de Deus: 1. As Diversidades. São três as
classes de manifestações dos dons espirituais: diversidade de dons, diversidade
de ministérios e diversidade de operações. A diversidade de dons tem sua origem
no Espírito Santo: “Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo”
(1 Co 12.4). A diversidade de ministérios ou serviços tem sua fonte no Senhor
Jesus: “E há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo” (1 Co
12.5); e as operações ou atividades vêm de Deus: “E há diversidade de
operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos” (1 Co 12.6). O termo
“Deus” vem em grego acompanhado do artigo que mostra ser uma referência a Deus
Pai. Cada pessoa da Trindade desempenha um papel essencial na manifestação dos
dons. É uma diversidade na unidade, assim como adoramos um só Deus em trindade
e trindade em unidade. Os termos “dons”, “ministérios” e “operações” estão
associados a cada pessoa da Trindade; contudo, é o Espírito Santo quem opera
todas as coisas: “Mas um só e o mesmo Espírito opera todas essas coisas,
repartindo particularmente a cada um como quer” (1 Co 12.11). 2. A distribuição
dos dons. Os dons espirituais são poderes sobrenaturais do Espírito
para que a Igreja atue como um todo no mundo; são concessões da graça do
Espírito conforme a medida da fé de cada um: “De modo que, tendo diferentes
dons, segundo a graça que nos é dada: se é profecia, seja ela segundo a medida
da fé” (Rm 12.6). Os dons são distribuídos pelo Espírito para o perfeito
funcionamento da Igreja, que é o corpo espiritual de Cristo: “Ora, vós sois
o corpo de Cristo e seus membros em particular” (1 Co 12.27). Na
diversidade, cada dom é concedido para o que for útil. Eles não são atestados
pessoais de santidade que induzem as pessoas a acreditar que são mais santas ou
mais espirituais que outras; também não transformam as pessoas em
superespirituais, nem as tornam melhores ou superiores a outros crentes; não
são para exibição ou superioridade particular no seio da Igreja, mas são para a
glória de Deus. Nenhum dom individualiza qualquer crente, porque o mérito será
sempre do Senhor. Os dons fortalecem a unidade da Igreja, promovendo a comunhão
dos membros do corpo de Cristo: “Porque, assim como o corpo é um e tem
muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, são um só corpo, assim é
Cristo também” (1 Co 12.12). O corpo humano possui muitos membros, todos
eles indispensáveis para o seu perfeito funcionamento. Cada cristão é parte
integrante da Igreja e tem uma função a realizar. Nenhum membro tem utilidade
fora do corpo. Cremos que um membro não se isola no corpo, mas faz parte de uma
multiplicidade que o torna indispensável. 3. A palavra da sabedoria e a
palavra da ciência. A lista em 1 Coríntios 12.8-10 começa com esses
dons: “Porque a um, pelo Espírito, é dada a palavra da sabedoria; e a outro,
pelo mesmo Espírito, a palavra da ciência” (1 Co 12.8). O dom da sabedoria
é um recurso extraordinário proveniente do Espírito Santo, cuja finalidade é a
solução de problemas igualmente extraordinários. Como dom espiritual, é uma
espécie de sabedoria dada por Deus. É a capacitação do Espírito Santo na vida
da Igreja para orientação e conselho aos crentes sobre dificuldades, cuja
solução está fora do seu alcance no dia-a-dia da igreja, no trato com as
pessoas descrentes e na pregação do evangelho. A palavra do conhecimento ou
da ciência diz respeito ao conhecimento das coisas de Deus. Esse dom consiste
em uma ciência manifestada unicamente pelo Espírito Santo: “como me foi este
mistério manifestado” (Ef 3.3), pelo qual podemos saber, compreender e,
assim, conhecer aquilo que, pelo entendimento humano, jamais poderíamos
alcançar. 4. A fé e os dons de curar. Em seguida, aparecem mais
dois dons: “e a outro, pelo mesmo Espírito, a fé; e a outro, pelo mesmo
Espírito, os dons de curar” (1 Co 12.9). O dom da fé distingue-se da fé
salvífica e da fé como o fruto do Espírito; trata-se de uma fé especial usada
num momento específico. Quanto aos dons de curas, são manifestações do poder do
Espírito Santo que operam de maneira multiforme para cura de doenças e
enfermidades do corpo, da alma ou psicossomáticas, sempre concedidas pelo
Espírito Santo à pessoa que irá ministrá-la, pois é Deus quem cura e somente a
Ele pertence a glória. 5. Os outros dons. A lista chega ao seu
fim com os seguintes dons: “e a outro, a operação de maravilhas; e a outro,
a profecia; e a outro, o dom de discernir os espíritos; e a outro, a variedade
de línguas; e a outro, a interpretação das línguas” (1 Co 12.10). A
expressão “operação de maravilhas” está no plural em grego e significa “obras
poderosas” ou “de poder”, o que sugere grande variedade de milagres. O milagre
já é, em si mesmo, a intervenção divina na ordem natural das coisas, mas aqui
diz respeito a sinais poderosos e extraordinários. O dom de profecia é
diferente da profecia anunciada pelos profetas do Antigo Testamento. A
revelação canônica já se encerrou, mas Deus continua a falar por meio da
Bíblia. O Senhor proveu outros recursos por meio dos quais se comunica com os
seres humanos, dentre eles o dom de profecia, como manifestação momentânea do
Espírito Santo na vida de qualquer crente batizado no Espírito Santo. O seu
objetivo é a “edificação, exortação e consolação” (1 Co 14.3). Por meio
desse dom, o Senhor continua comunicando-se com seus servos e servas de forma
individual, mas a profecia decorrente do dom não serve de fonte de autoridade,
como a dos profetas e dos apóstolos bíblicos, pois é possível alguém ampliar a
mensagem sem autorização do Espírito, sendo, inclusive, passível de julgamento:
“E falem dois ou três profetas, e os outros julguem” (1 Co 14.29); “E
os espíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas” (1 Co 14.32). O dom
de discernir os espíritos é um recurso do Espírito Santo contra as
falsificações dos demônios. A expressão “discernir os espíritos” está no plural
em grego, como acontece com os dons de curar e de operação de maravilhas, pois
esse dom pode manifestar-se de várias maneiras. A essência das línguas como
evidência inicial do batismo no Espírito Santo é a mesma do dom de variedade de
línguas. A diferença entre dom e sinal está na função. A variedade de línguas é
manifestada na oração particular para edificar o crente individualmente; na
oração pública, a edificação é geral; nesse caso, há necessidade do dom de
interpretação de línguas.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“[…] Os dons são encarnacionais.
Isto é, Deus opera através dos seres humanos. Os crentes submetem a Deus sua
mente, coração, alma e forças. Consciente e deliberadamente, entregam tudo a
Ele. O Espírito, então, os capacita de modo sobrenatural a ministrar acima das
suas capacidades humanas e, ao mesmo tempo, a expressar cada dom através de sua
experiência de vida, caráter, personalidade e vocabulário. Os dons manifestos
precisam ser avaliados. Isto não diminui em nada a sua eficácia, pelo
contrário, dá à congregação a oportunidade de testar, pela Bíblia, sua
veracidade e valor para a edificação.
O princípio encarnacional
é visto na revelação de Deus à raça humana. Jesus é o Emanuel, Deus conosco
(plenamente Deus e plenamente humano). A Bíblia é ao mesmo tempo um livro
divino e um livro humano. É divina, inspirada por Deus, autorizadora e inerrante.
É humana, pois reflete os antecedentes, situações vivenciais, personalidades e
ministérios dos escritores. A Igreja é uma instituição tanto divina quanto
humano. Deus estabeleceu a Igreja, pois de outra forma ela nem existiria.
Apesar disso, sabemos que a Igreja é bastante humana. Deus opera através de
vasos de barro (2 Co 4.7). O mistério que permaneceu oculto através das
gerações e agora foi revelado aos gentios é ‘Cristo em vós, esperança da
glória’ (Cl 1.27)” (HORTON, Stanley (Ed.). Teologia Sistemática: Uma
Perspectiva Pentecostal. 10.d. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p. 470).
III. OS DONS REVELAM A UNIDADE NA
DIVERSIDADE
O apóstolo esclarece que a
diversidade de dons é uma necessidade e enfatiza que ela tem suas raízes no
Deus trino. Isso à medida em que o Pai, o Filho e o Espírito Santo manifestam
suas atividades para a edificação da igreja.
1. Diferentes dons. Nós precisamos saber que são diferentes os dons da graça concedidos
segundo a medida da fé: “De modo que, tendo diferentes dons, segundo a graça
que nos é dada: se é profecia, seja ela segundo a medida da fé” (Rm 12.6). São
três classes de manifestações as quais revelam a atuação do Deus trino:
diversidade de dons, atribuído ao Espírito; diversidade de ministérios,
relacionada ao Filho e diversidade de operações, como a ação do Pai (vv.4-6). Mas
é o Espírito a fonte de todos os dons, que distribui os dons para edificação da
igreja (v.7).
2. Unidade. Temos diversidades de dons, de ministérios e de operações: “Mas um só e
o mesmo Espírito opera todas essas coisas, repartindo particularmente a cada um
como quer” (v. 11). O termo “diversidade” é repetido uma vez para cada Pessoa
divina. Mas, em cada uma aparece a expressão: “mas o Espírito é o mesmo, mas o
Senhor é o mesmo, mas é o mesmo Deus”. O único Espírito, o único Senhor e único
Deus referem-se às três Pessoas da Trindade, o Pai, o Filho e o Espírito Santo,
que aparecem de forma espontânea e automática (Mt 28.19; 2 Co 13.13; Ef 4.4-6;
1 Pe 1.2).
– Nos versículos 4 a 6, o apóstolo Paulo revela as
fontes dessas manifestações espirituais. O apóstolo esclarece que a diversidade
de dons é uma necessidade e enfatiza que ela tem suas raízes no Deus trino.
Isso à medida em que o Pai, o Filho e o Espírito Santo manifestam suas
atividades para a edificação da igreja.
– A Trindade é a base que nos permite afirmar a
diversidade da igreja dentro da unidade. A unidade na diversidade na distribuição
dos dons espirituais serve com base para a unidade na diversidade da igreja, o
corpo de Cristo. São três classes de manifestações as quais revelam a atuação
do Deus trino: diversidade de dons, atribuído ao Espírito; diversidade de
ministérios, relacionada ao Filho e diversidade de operações, como a ação do
Pai (1 Co 12.4-6). Mas, é o Espírito a fonte de todos os dons, que os distribui
para edificação da igreja (v. 7). Temos diversidades de dons, de ministérios e
de operações: “Mas um só e o mesmo Espírito realiza todas essas coisas,
distribuindo-as a cada um, individualmente, conforme ele quer” (1 Co 12.11). O
termo “diversidade” é repetido uma vez para cada Pessoa divina. Mas, em cada uma
aparece a expressão: “mas o Espírito é o mesmo, mas o Senhor é o mesmo, mas é o
mesmo Deus”. O único Espírito, o único Senhor e único Deus referem-se às três
Pessoas da Trindade, o Pai, o Filho e o Espírito Santo, que aparecem de forma
espontânea e automática (Mt 28.19; 2 Co 13.13; Ef 4.4-6; 1 Pe 1.2).
– Não é intenção do apóstolo explicar ou fazer alguma
apologia à Trindade, ela simplesmente aparece de forma natural. É uma diversidade
na unidade. Paulo cataloga nove charismatõn, “dons” do Espírito Santo (1 Co 12.7-11). Depois
disso, apresenta uma explicação por meio de metáfora comparando a Igreja e seus
membros a um corpo com seus membros e suas funções mostrando a diversidade na
unidade. Os vv. 12 e 13 formam o elo entre os dons e os membros do corpo de
Cristo, que o apóstolo usa uma linguagem metafórica nessa ilustração. A ilustração
do corpo humano com a Igreja nos versículos seguintes, além de mostrar a unidade
na diversidade, nos ensina também que precisamos uns dos outros (1 Co 12.21),
diferimos uns dos outros (1 Co 12.18) e precisamos cuidar uns dos outros (1 Co
12.25). Isso é Igreja.
– Convém relembrar que os dons são importantes. É a
vontade de Deus que os irmãos e as irmãs não ignorem os dons espirituais (1 Co
12.1) que busquemos os melhores dons (12.31) e “não desprezem as profecias” (1
Ts 5.20). Os dons são comparados a um andaime numa construção, a igreja é
comparada a um edifício (1 Co 3.10-12; Ef 2.20-22). Não é possível uma construção
prosseguir sem o andaime, mas uma vez concluída a obra, o andaime é dispensado.
No céu não haverá necessidade dos dons, mas eles são uma necessidade imperiosa
na vida da igreja hoje, ela precisa do poder do alto para combater o reino
espiritual das trevas (Ef 6.10-12). Segundo Apocalipse 21 e 22, no mundo vindouro
não há necessidade desses recursos do Espírito.
– Jamais devemos nos esquecer que os dons não podem substituir
o “fruto” do Espírito. O amor é mais importante que os dons. O amor continua até
a eternidade, mas os dons são até a vinda de Cristo. O amor não é um dom, mas
fruto do Espírito, são duas coisas diferentes: “Portanto, esforcem-se para ter
amor. Procurem também ter dons espirituais, especialmente o de anunciar a
mensagem de Deus” (1 Co 14.1). Esse tema será retomado no capítulo seguinte, “O
fruto do Espírito: o eu crucificado”. O apóstolo chama o amor de “o caminho que
é o melhor de todos” (1 Co 12.31), ou “um caminho mais excelente” (ARC). Em
seguida, Paulo usa alguns dons representativos como línguas, profecia, palavra
da ciência e fé (1 Co 13.1-3) para mostrar a superioridade do amor e que os
dons sem o amor são ineficazes.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“[…] O Espírito Santo concede os
dons. As Pessoas da Deidade desempenham papéis diferentes, porém cooperam
vitalmente entre si e se harmonizam numa unidade perfeita de expressão.
A Igreja deve refletir a natureza
do Senhor, a quem ela serve. Não há cisma, divisão, orgulho carnal,
glorificação do próprio-eu, luta pela primazia ou usurpação de direitos no
âmbito da Trindade. Não devemos fazer o que nossa vontade ordena, mas o que
vemos Deus fazendo (Jo 5.19). Quanta diferença faria na maneira de
compartilharmos os dons! Ministrados corretamente, os dons revelam a
coordenação, a unidade criativa na diversidade e a sabedoria e poder que o
Espírito harmoniza. Por toda parte vemos a diversidade. A Igreja pode vir a
enfrentar situações as mais diferentes. Mas podemos dispor dessa obra do
Espírito, que nos harmoniza numa unidade maior, se nos prostrarmos diante do
Deus de tremenda santidade, poder e propósitos” (HORTON, Stanley (Ed.).
Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. 10.ed. Rio de Janeiro: CPAD,
2006, p. 396).
CONCLUSÃO
A manifestação dos
dons espirituais vai continuar durante todo o tempo em que a igreja peregrinar
na terra, isto é, até a vinda de Cristo (1 Co 13.8-10). Essa é uma verdade
pentecostal. A igreja atual necessita tanto do poder de Deus como nos dias
apostólicos. A missão da igreja de hoje em nada difere de sua missão no
passado. Hoje não é diferente, e dependemos do poder sobrenatural na virtude do
Espírito (Rm 15.19). – Os
textos paralelos de Romanos 12, 1 Coríntios 12 e 13 e Efésios 4 focalizam o
modo de viver do crente cheio do Espírito - procurando seu lugar no corpo de
Cristo, exercendo os dons com amor, testemunhando e servindo, tudo como
antegozo da vinda do Senhor. Este é o propósito e vocação da Igreja. A Igreja é
uma escola. Quando os crentes se reúnem, aprendem a ministrar dons espirituais
e a ser discípulos de Cristo. Saindo para ministrar ao mundo, aplicam o poder
de Deus às situações da vida. Devemos ser receptivos à voz do Espírito, que
pode falar através de nós a qualquer momento.
REFERÊNCIAS
LIÇÕES BÍBLICAS. 1º Trimestre 2020 - Lição 4. Rio de Janeiro: CPAD, 24, jan. 2021.
HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática:
uma perspectiva pentecostal. Rio de Janeiro: 2009.
SOARES, Esequias. O
verdadeiro pentecostalismo: a atualidade da doutrina bíblica sobre a
atuação do Espírito Santo. Rio de Janeiro: CPAD, 2020.
SOARES, Esequias (Org.). Declaração de Fé das Assembleias de Deus. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, p. 132.
STAMPS, Donald C. Bíblia de
Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1997.
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