COMENTÁRIO E SUBSÍDIO I
INTRODUÇÃO
Aprendemos na
lição passada quem é o Espírito Santo e agora vamos estudar sobre a ação dele
no processo da salvação da humanidade e na edificação dos crentes. Jesus disse
que não nos deixaria órfãos quando se referiu ao Consolador que está nos
crentes. Vivemos essa experiência do Espírito no dia a dia. – A salvação é
obra da Trindade, e a Declaração de fé das Assembleias de Deus no Brasil apresenta uma amostragem
da vastidão da obra soteriológica do Espírito Santo. Ele possui o papel de
regenerar, purificar e santificar o homem e a mulher. Ele é quem convence o
mundo do pecado, da justiça e do juízo. Ele é quem concede a segurança da
redenção e capacita o salvo para o serviço cristão que guia, dirige e conduz o
povo de Deus; quem inspirou os profetas e os apóstolos bíblicos; quem reparte
os dons espirituais e produz nas pessoas as virtudes que refletem o caráter de
Deus, denominado fruto do Espírito. O Espírito Santo dá prosseguimento ao plano
de salvação idealizado pelo Deus Pai e executado pelo Deus Filho. As três
Pessoas estão presentes, agindo cada uma na sua esfera de atuação, em perfeita
harmonia e perfeita unidade.
I. O ESPÍRITO SANTO COMO PROMESSA
A salvação da humanidade foi um
projeto do Deus Trino e Uno, planejado antes da fundação do mundo. Cada Pessoa
da Trindade exerce função específica no plano da salvação, e o Espírito é parte
dessa história salvífica juntamente com o Pai e o Filho.
1. A promessa messiânica. A promessa existe porque existe um plano, e não é um plano qualquer.
Isso envolve as três Pessoas da Trindade: o Pai, o Filho e o Espírito Santo (1
Pe 1.2). Deus anunciou diversas vezes e de diversas maneiras, pelos profetas, a
vinda de seu Filho como Salvador do mundo (Rm 1.2). Isso significa a
participação do Espírito Santo de modo que a promessa messiânica é acompanhada
da promessa do Espírito (Is 32.15; 42.1,2; Is 61.1), confirmada no Novo
Testamento (Mt 12.18; Lc 4.18-21). A salvação e a plenitude do Espírito são
anunciadas de antemão no Antigo Testamento para todo o povo (Is 44.3; Jl
2.28-32).
2. Na antiga aliança. Há uma diferença da atuação do Espírito Santo antes e depois do
Pentecostes. As múltiplas manifestações do Espírito são conhecidas desde o
Antigo Testamento, e uma delas era a capacitação de pessoas para obras
específicas, como a de profeta (Nm 12.6) ou a de liderança (Jz 6.34; 1 Sm
16.13). Essas habilitações eram espirituais: profecias (Nm 11.25), revelações
(Ez 8.3) e milagres (1 Rs 18.12); também aptidões individuais, artísticas (Êx
31.3) e habilidades para liderança militar e política (Jz 3.10; Zc 4.6,7).
3. A promessa do
Consolador. A vinda do Consolador estava
associada à volta de Jesus ao céu: “convém que eu vá, porque, se eu não for, o
Consolador não virá a vós” (v. 7). Isso porque o cumprimento dessa promessa
estava vinculado à obra expiatória do Calvário (At 2.32,33). Jesus disse também
que tinha muita coisa para ensinar aos seus discípulos, mas eles ainda não
estavam preparados para ouvir, não poderiam suportar a mensagem sem a ação do
Espírito (v.12). Jesus precisava voltar ao Pai para possibilitar a vinda do
Consolador.
– Jesus disse que precisava voltar ao Pai para a vinda do Consolador:
“é melhor para vocês que eu vá, porque, se eu não for, o Consolador não virá
para vocês” (Jo 16.7). A vinda do Espírito Santo está vinculada à obra
expiatória do Calvário (At 2.33). Jesus deixa claro que precisava voltar ao Pai
para o que o Consolador pudesse vir. Essas palavras dizem respeito à morte, à ressurreição
e ao retorno de Cristo ao Pai. Era essa a condição para a vinda do Consolador.
Quando Jesus disse, antes, na Festa dos Tabernáculos: “Quem crer em mim, como
diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva” (Jo 7.38), o
evangelista João esclarece que Jesus estava falando do Espírito Santo: “Isso
ele disse a respeito do Espírito que os que nele cressem haviam de receber;
pois o Espírito até aquele momento não tinha sido dado, porque Jesus ainda não havia
sido glorificado” (v. 39). João está dizendo que está chegando o momento, e o
Espírito virá como resultado, ou consequência completa do Calvário, por isso o
Espírito ainda não havia sido dado (At 2.33). O que Jesus tinha ainda para
ensinar aos seus discípulos, eles não poderiam suportar sem o Espírito (Jo
16.12). – A vinda
do Espírito Santo seria uma vantagem inexprimível para os discípulos. O
Espírito Santo é o nosso guia, não somente para mostrar-nos o caminho, mas para
ir conosco com auxílio e influências de modo contínuo. Ser dirigidos a uma
verdade é mais do que apenas conhecê-la. Não é temermos a sua noção somente em
nossa mente, mas o seu deleite, o seu trabalho, o seu sabor e o seu poder em
nossos corações. Ele ensinará toda a verdade sem reter nada que seja
proveitoso, porque mostrará coisas vindouras. Todos os dons e a graça do
Espírito Santo, toda a pregação e todos os escritos dos apóstolos sob a
influência do Espírito Santo, todas as línguas e milagres, tinham o objetivo de
glorificar a Cristo. Cada um de nós tem o dever de perguntar a si mesmo se o
Espírito Santo começou a boa obra em seu coração. Sem a clara revelação de
nossa culpa e do perigo que corremos, jamais compreenderíamos o valor da
salvação dada por Cristo, e quando a conhecemos de modo correto,
compreenderemos o valor do Redentor. Teríamos uma visão mais plena a respeito
dEle, e um amor mais vivo por Ele, se orássemos mais para que tivéssemos o
Espírito Santo e se dependêssemos mais dEle.
– O Espírito Santo habita em todos os crentes, somos moradas
dele (1 Co 3.17; 6.19). Quem não tem o Espírito não é cristão (Rm 8.9). Mas
isso não funcionava assim nos tempos do Antigo Testamento, a atuação dele era
restrita às pessoas vocacionadas e escolhidas por Deus para uma obra específica
como Gideão, Sansão, Davi (Jz 6.34; 14.6; 1 Sm 16.13). Mas, na dispensação da graça,
o Espírito Santo está em todos os crentes, e isso foi prometido por Deus por
meio dos profetas do Antigo Testamento (Is 44.3; Jl 2.28-30). Segundo o comentário Expositivo do NT Wiersbe é
evidente que o Espírito de Deus já havia estado na Terra antes. Foi esse
Espírito que deu poder aos homens e mulheres do Antigo Testamento para realizar
a obra de Deus. Todavia, nesse tempo, o Espírito de Deus vinha sobre essas
pessoas e podia se retirar delas. O Espírito de Deus deixou o rei Saul (1 Sm
16:14; 18:12); e, ao confessar seu pecado, Davi pediu que o Espírito não lhe
fosse retirado (SI 51:11). Em Pentecostes, o Espírito Santo foi concedido ao
povo de Deus, a fim de permanecer conosco para sempre. Podemos entristecer o
Espírito, mas ainda assim ele não nos deixa.
– A promessa da vinda do Espírito Santo vem desde o Antigo Testamento
e dela falou João Batista e foi com certa frequência reiterada pelo Senhor
Jesus. O discurso sobre a vinda do Consolador em João 16.8-11 fala do
relacionamento do Espírito Santo com o mundo, ou seja, as pessoas em geral. Há
diversas profecias messiânicas diretas no Antigo Testamento como Isaías 55 e o
salmo 22, entre outras; no entanto, a ideia cristológica não se restringe a
esses vaticínios e ocupa todo o pensamento das Escrituras Hebraicas. Os
escritores do Novo Testamento reconhecem a presença e a obra de Cristo na
história da redenção (Os 11.1; Mt 2.15), nas suas instituições e festas de
Israel (Êx 25.8; Jo 1.14; Hb 5.4-5; Êx 12.3-13; Lc 22.15; 1Co 5.7). As
profecias messiânicas incluem também a promessa do Espírito Santo. – A tríplice
função, criar, salvar e julgar, é atividade exclusiva de Deus, e os primitivos
escritores cristãos não se cansavam de enfatizar essas obras em Cristo. Essas
atividades divinas são reveladas também na Pessoa do Espírito na criação do céu
e da terra (Gn 1.2; Sl 104.30) e do ser humano (Jó 33.4). O Espírito exerce a
função de juiz (Jo 16.8-11) e inspira os profetas (2 Pe 1.19-21). As obras do
Espírito continuam na atualidade na igreja, na experiência conhecida dos
pentecostais pela manifestação dos dons espirituais miraculosos (1 Co 12.4-11)
bem como na vida individual com o fruto do Espírito (Gl 5.22). É por meio dele
que glorificamos a Jesus. A missão central do Espírito é revelar o Cristo ao
pecador, seu ministério traz glória ao Filho. Jesus disse a seu respeito: “Ele me
glorificará, porque há de receber o que é meu” (Jo 16.14).
SUBSÍDIO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO
Uma das mais belas definições
acerca da palavra “promessa” é “esperança que se fundamenta em algo concreto e
aparente” [Caudas Aulete Online). A promessa do Espírito Santo foi concretizada
nas Escrituras e ao longo da história da Igreja. Ainda hoje, milhares de
pessoas experimentam dia após dia a doce presença do Santo Espírito.
Há razões de sobra para
que o crente deposite a sua inteira confiança na promessa do Espírito Santo.
Por isso, ao final da exposição deste tópico, auxiliado pelas informações
acima, ou nas que o Espírito Santo lhe impulsionar, faça uma aplicação no
sentido de que seus alunos se conscientizem de que a promessa do Espírito Santo
ainda é real e está disponível a quem crer e buscá-la. Talvez haja alguém na
sua classe que ainda não experimentou o batismo no Espírito Santo. Quem sabe
não chegou a hora de Jesus batizar? Você é o instrumento disponível para
conscientizar seu aluno, e aluna, acerca dessa preciosa promessa.
II. O ESPÍRITO SANTO CONSOLA E ENSINA
O Consolador é enviado pelo Pai
em nome de Jesus para ensinar os discípulos e fazê-los lembrar de tudo o que o
Filho ensinou e para testificar dEle.
1. O Consolador (v.7). Vimos na lição passada a base bíblica da consubstancialidade do
Consolador, o Espírito Santo, com o Filho. O termo grego parákletos vem da
preposição pará, “ao lado de, próximo”; e do verbo kaléo, “chamar, convocar”,
de modo que essa palavra significa “defensor, advogado, intercessor,
auxiliador, ajudador, paracleto”. Esse vocábulo só aparece cinco vezes no Novo
Testamento, quatro vezes se refere ao Espírito Santo (Jo 14.16,26; 15.26; 16.7)
e uma ao Senhor Jesus, traduzido por “Advogado” (1 Jo 2.1). A ideia de
parákletos é de alguém chamado para estar ao lado para ajudar. A tradução,
“consolador”, é mais apropriada no contexto da promessa anunciada por Jesus no
Evangelho de João.
2. O Ensinador. O Espírito Santo é alguém como Jesus, da mesma substância, glória, poder
e majestade, razão pela qual o Senhor se refere a Ele como “outro Consolador”
(Jo 14.16). Alguém com as mesmas prerrogativas do Filho. Jesus disse que o Pai
ensina (Jo 6.45). O ensino era parte do ministério de Jesus (Mt 4.23; 7.29). De
modo que essa tarefa é parte também da atuação do Espírito Santo: “Mas aquele
Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas
as coisas e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito” (Jo 14.26). O
Espírito nos ensina a compreender as Escrituras para a evangelização (1 Co
2.13).
3. O Ajudador. A Versão Revisada de Almeida traduz parákletos por “Ajudador”. De fato,
o Espírito nos ajuda na vida diária, Ele imprime em nós o caráter de Cristo e
nos conduzirá até ao final de nossa jornada. Ele nos ajuda em nossa fraqueza
(Rm 8.26). Jesus disse que o Ajudador “vos fará lembrar de tudo quanto vos
tenho dito” (Jo 14.26b). Ninguém vai se lembrar de algo que não viu, ouviu, leu
ou aprendeu antes. Lembrança é algo que vem da memória, que já está nela. Essa
ajuda do Espirito não nos desobriga de estudar a Bíblia. É bom ressaltar essa
verdade porque ainda há os que defendem a ideia de que não é preciso estudar e
nem se preparar para fazer a obra de Deus.
– Segundo o Dicionário
Vine, o termo parákletos
“era usado num tribunal para denotar o assistente
legal, conselheiro para a defesa, defensor, advogado. Mas a ideia de “advogado”
parece não combinar bem com o papel do Espírito Santo como alguém enviado no
lugar do próprio Jesus. A palavra “consolador” é mais apropriada para as
passagens alusivas ao Espírito Santo. Como disse Stanley M. Horton, o Espírito
Santo não é advogado ou consultor jurídico de defesa e nem promotor: “Ele é
Aquele que lhes ensina o que dizer, de modo que glorifiquem a Cristo e
testifiquem dele.- “E eu pedirei ao Pai, e ele lhes dará outro Consolador,
a fim de que esteja com vocês para sempre” (Jo 14.16). O Espírito Santo, portanto,
é alguém como Jesus, da mesma substância, glória e poder. Em outras palavras,
Jesus dizia aos seus discípulos que estava voltando para o Pai, mas que
continuaria cuidando da igreja, pelo seu Espírito Santo, seu Paracleto, um como
ele, que teria o mesmo poder para preservar o seu povo. – A palavra grega para
o “outro” nesse versículo é, no original grego, allos, que
significa “outro”, mas da mesma natureza, da mesma espécie e da mesma
qualidade. Isso se confirma nos principais dicionários e léxicos de grego.
Segundo o Dicionário Vine: “O termo allos expressa uma
diferença numérica e denota ‘outro do mesmo tipo’; o termo heteros expressa uma
diferença qualitativa e denota ‘outro de tipo diferente’. Cristo prometeu
enviar “outro Consolador” – allos, ‘outro
como Ele’, não heteros.” Segundo A.
T. Robertson: “Outro da mesma classe (allon, não heteron)”. Se o Espírito
não fosse da mesma substância do Filho, a palavra correta para “outro” seria heteros, que, de
acordo com o Léxico Grego Inglês de Liddell & Scott,
significa: “o outro, um de dois...; um outro...; outro do usual, diferente.
– Mas o Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará
em meu nome, esse ensinará a vocês todas as coisas e fará com que se lembrem
de tudo o que eu lhes disse” (Jo 14.26). Essa é a segunda ocorrência de parákletos no Novo
Testamento. Desde o Antigo Testamento que o Espírito atua como Mestre (Sl
143.10). Ele ensinou os filhos de Israel durante a peregrinação no deserto: “E lhes
concedeste o teu bom Espírito, para os ensinar. Não lhes negaste o teu maná,
para poderem comer, e lhes deste água quando tiveram sede” (Ne 9.20). Agora,
uma das principais tarefas do Espírito, depois da glorificação de Jesus, é
lembrar os discípulos do ensino de Jesus e ajudá-los a entender o significado
de tudo o que Ele fez, disse e ensinou; ensiná-los e fazer lembrar de tudo o que
o Filho ensinou e para testificar dele.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“Uma das verdades ensinadas pelo
Espirito Santo é que não podemos recitar uma fórmula mágica do tipo: ‘Amarro
Satanás; amarro minha mente; amarro minha carne. Agora, Espirito Santo, creio
que os pensamentos e as palavras que se seguem vêm todos de til’ Não nos é
lícito usar encantamento para submeter Deus à nossa vontade. João admoesta a Igreja:
‘Provai se os espíritos são de Deus’ (1 Jo 4.1). Significa que devemos permitir
ao Espírito Santo da Verdade orientar-nos na tarefa de interpretar a Palavra de
Deus e a testar, pelas Escrituras, os nossos pensamentos e os de outras
pessoas.
Há perigos genuínos neste
assunto. Certo autor reivindicou, na capa do seu livro: ‘Predições cem por
cento corretas das coisas do porvir’. A tarefa do leitor, com a ajuda do
Espírito Santo, é seguir o exemplo dos bereanos, que o próprio Espírito
recomenda através das palavras de Lucas. Eles persistiam ‘examinando cada dia
nas Escrituras se estas coisas eram assim’ (At 17.11). Cada crente deve ler,
testar e compreender a Palavra de Deus e os ensinos a respeito dela. O crente
pode fazer assim confiadamente, na certeza de que o Espírito Santo, que habita
em cada um de nós, irá levar-nos a toda verdade” (HORTON, Stanley (Ed.). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva
Pentecostal. 10.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, pp. 398-99).
III. O ESPÍRITO SANTO REPROVA E CONVENCE
O MUNDO
Uma vez realizada a obra da
redenção, o Espírito veio para convencer o mundo do pecado, da justiça e do
juízo. A salvação está à disposição de todos, mas há a necessidade de alguém
persuadir a humanidade. Esse alguém é o Espírito Santo.
1. O Espírito Santo
convence o mundo do pecado (v.9). A
ideia do verbo “convencer” é persuadir. Isso é observado em outras passagens do
Novo Testamento (Jo 8.46; 16.8; 1 Co 14.24; Tt 1.9). É o Espírito Santo que
convence ou persuade o mundo do pecado. Jesus disse pecado e não pecados, isso
porque Ele não está falando de alguns pecados ou transgressões específicas (Rm
3.23), mas da incredulidade, isso é o pecado: “do pecado, porque não creem em
mim”. Antes mesmo que alguém cometa alguma coisa, Jesus havia dito que tal
pessoa já estava condenada (Jo 3.18). É o Espírito que torna as pessoas
conscientes do seu estado de miséria espiritual e as leva a reconhecerem o
Senhor Jesus Cristo como seu Salvador (Tt 3.5)
2. O Espírito Santo convence o
mundo da justiça (v.10). A justiça a que o Espírito Santo
convence o mundo é a justiça impecável de Cristo (Jo 8.46). Isso porque Jesus
morreu e ressuscitou dentre os mortos e está a destra de Deus intercedendo por
nós (Rm 1.4; Hb 7.25). Ele voltou para o Pai, e o mundo não o vê, mas o
Consolador continua persuadindo as pessoas da justiça de Cristo. É por meio do
Espírito que todos nós chegamos à convicção de que necessitamos da salvação. O
Consolador nos leva a Jesus, o nosso Advogado: “temos um Advogado para com o Pai,
Jesus Cristo, o Justo. E ele é a propiciação pelos nossos pecados e não somente
pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo” (1 Jo 2.1,2).
3. O Espirito Santo
convence o mundo do Juízo (v. 11). Jesus
disse ainda: “e do juízo, porque já o príncipe deste mundo está julgado”. O
“príncipe deste mundo” é uma referência a Satanás, derrotado com a vitória de
Cristo no Calvário (Jo 12.31-33; 14.30). O Espírito Santo convence o mundo do
juízo, ou seja, trata-se de julgamento.
Que julgamento? Nossos
pecados foram julgados em Cristo na cruz, e Satanás perdeu as multidões do
mundo que vieram a Jesus pela ação do Espírito Santo. Mas, esse julgamento se
refere ao mesmo tempo ao julgamento de Satanás, que já começou e será concluído
na consumação dos séculos (Mt 25.41; Ap 12.7-10; 20.10). O Diabo ainda luta
numa batalha que já foi perdida. Esse “juízo” é uma referência ao julgamento de
nossos pecados na cruz do Calvário e ao mesmo tempo ao julgamento de Satanás,
que já foi vencido por Jesus da sua morte e ressurreição.
– O ministério de juiz do Espírito é o de convencer o
mundo, ou seja, tanto reprová-lo como persuadi-lo para conduzir as pessoas a Cristo
e quanto aos crentes, guiar e revelar a verdade, além de capacitá-los para
testemunhar de Jesus. Nessa missão, o Espírito confronta o mundo e dá
continuidade ao que Jesus já vinha fazendo (Jo 3.19, 20; 5.22, 27, 30; 8.46). O
Espírito torna as pessoas conscientes do seu estado de miséria espiritual e as
leva a reconhecerem o Senhor Jesus Cristo como seu Salvador (Tt 3.5). Então, é Ele
quem convence o mundo do pecado. O pecado nessa passagem é uma referência à
incredulidade, como Jesus mesmo disse: “do pecado, porque eles não creem em mim”
(Jo 16.9). Essa incredulidade é que traz condenação (Jo 3.18, 36) e impede
ainda que as pessoas recebam vida ou que pelo menos sintam necessidade dela e
por isso não conseguem perceber que estão em estado de morte. A obra do Espírito
é convencer essas pessoas do seu estado de miséria espiritual para que elas
creiam em Jesus. – O Espírito convence o mundo da justiça: “da justiça,
porque vou para o Pai, e vocês não me verão mais” (v. 10). Jesus, a luz do mundo
(Jo 8.12), mostrava quão densas são as trevas em que as pessoas estavam
mergulhadas (Jo 3.19-21; 7.7; 15.22, 24). A justiça nessa passagem se refere à
justiça impecável de Cristo (Jo 8.46), e, indo Ele para o Pai, o mundo não pode
vê-lo. Assim, essa obra de convencer os pecadores continua com o Espírito, e
isso porque Jesus não está mais na terra para realizar essa tarefa, mas sim seus
discípulos. É isso que significa do mundo e da justiça. – Jesus disse ainda que
o Espírito Santo convencerá as pessoas “do juízo, porque já o príncipe
deste mundo está julgado” (Jo 16.11). O “príncipe deste mundo” é uma referência
a Satanás, derrotado pela a vitória de Cristo no Calvário (Jo 12.31-33; 14.30).
O Espírito convence o mundo do juízo, ou seja, trata-se de julgamento. Que julgamento?
Nossos pecados foram julgados em Cristo na cruz, e Satanás perdeu as multidões
que vieram a Jesus pela ação do Espírito Santo. Mas, esse julgamento se refere
ao mesmo tempo ao julgamento de Satanás que já começou e será concluído na consumação
dos séculos (Mt 25.41; Ap 12.7-10; 20.10). O diabo ainda luta numa batalha que
já foi perdida. Esse “juízo” é uma referência tanto ao julgamento de nossos
pecados na cruz do Calvário e como ao julgamento de Satanás, que já foi vencido
por Jesus na sua morte e ressurreição. – As Escrituras revelam no ministério do
Espírito Santo a ação de alguém que reprova o erro, pois ele é santo, essa
santidade é própria dele, ela não vem de ninguém externo a ele, pois é ele que santifica
(Rm 15.16) além de convencer o mundo “do pecado, e da justiça, e do juízo”
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“Paulo nos revela que, se
confessarmos com a nossa boca que Jesus é Senhor e realmente crermos que Deus o
ressuscitou dentre os mortos, seremos salvos. Porque, quando cremos no coração,
somos justificados. E, quando confessamos que Deus ressuscitou Jesus dentre os
mortos, somos salvos (Rm 10.9,10). Paulo nos garante que ninguém pode dizer:
‘Jesus é Senhor’, a não ser pelo Espírito Santo (1 Co 12.3). Paulo não está
afirmando ser impossível aos hipócritas ou falsos mestres falarem, da boca para
fora, as palavras ‘Jesus é Senhor’. Mas dizer que Jesus é verdadeiramente
Senhor (que envolve o compromisso de segui-lo e de cumprir sua vontade, ao
invés de os nossos próprios planos e desejos) exige a presença do Espírito
Santo dentro de nós e o coração e espírito novos, conforme conclama Ezequiel
18.31. Nosso próprio ser confessa que Jesus é Senhor à medida que o Espírito
Santo começa a transformar-nos segundo a imagem de Deus” (HORTON, Stanley (Ed.). Teologia Sistemática:
Uma Perspectiva Pentecostal. 10. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p. 396).
CONCLUSÃO
Diante do exposto ficamos
sabendo que o sentido de Consolador aplicado ao Espírito é inerente à sua
natureza e obra. O Espírito Santo atua na igreja para guiar o povo de Deus de
forma coletiva como as ovelhas individualmente e age também no mundo no
processo da salvação. – Espírito toma o que é de Cristo e o revela ao crente.
Isto quer dizer que Ele lança mão da presença, amor, perdão, redenção,
santificação, vida, poder, dons espirituais, cura e de tudo o mais que nos
pertence pelo nosso relacionamento com Cristo mediante a fé e torna reais estas
bênçãos em nossa vida. Por meio do Espírito, Jesus volta a nós para nos revelar
seu amor, graça e comunhão pessoal (cf. 14.16-23). O Espírito opera em nós para
despertar e aprofundar nossa consciência da presença de Jesus em nossa vida e
atrai nosso coração a Ele em fé, amor, obediência, comunhão, adoração e louvor.
REFERÊNCIAS
LIÇÕES BÍBLICAS. 1º
Trimestre 2020 - Lição 1. Rio de Janeiro: CPAD, 03, jan. 2021.
SOARES, Esequias. O
verdadeiro pentecostalismo: a atualidade da doutrina bíblica sobre a
atuação do Espírito Santo. Rio de Janeiro: CPAD, 2020.
STAMPS, Donald C. Bíblia de
Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1997
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