SUBSÍDIO I
DEFININDO O PROFETISMO EM 1 E 2 SAMUEL
A
Menção de Profeta no Livro
Fazendo alusão ao profetismo presente no livro de 1 e 2
Samuel, pode-se destacar que foi um movimento usado por Deus buscando incentivar,
renovar uma nova comunhão com Ele e o povo. É a partir de Samuel que o movimento
profético terá uma maior airosidade.
Samuel vai se destacar como um grande profeta. Isso
porque nos seus dias havia quase um comprometimento de todos com o pecado,
razão pela qual a Palavra do Senhor era rara e não havia visão manifestada (1
Sm 3.1). Não demorará para que todo o Israel, desde Dã até Berseba, tenha
Samuel confirmado como profeta do Senhor (1 Sm 3.1,19,20).
Pelo exposto acima, entendemos que com Samuel o movimento
profético terá um grande vulto, pois se caracterizará tanto como resistência
como gerando nova esperança. Por meio do profetismo, aconteceria um despertamento
da fé de Israel, um novo ânimo viria ao povo.
Os profetas eram usados por Deus. Viviam controlados pelo
sobrenatural divino, tendo visões e revelações, e por isso às vezes eram
chamados de “videntes”, que eram aqueles que mantinham contato com o mundo
superior por meio de visões e posteriormente transmitiam o que viam. Citamos,
por exemplo, o profeta Ezequiel. Ele é descrito como tendo grandes visões: “E aconteceu,
no trigésimo ano, no quarto mês, no dia quinto do mês, que, estando eu no meio
dos cativos, junto ao rio Quebar, se abriram os céus, e eu vi visões de Deus”
(Ez 1.1).
O profeta era um homem que mantinha comunicação com Deus,
recebendo dEle os oráculos divinos. Dirigia-se ao Senhor por meio de súplicas,
dava ênfase à justiça e ao direito, realizava milagres, pronunciava julgamentos
por meio de atos simbólicos — tudo isso estava ligado ao movimento profético.
A comunidade de Israel via nesses homens enviados por
Deus a presença da palavra profeta e vidente. É isso que se pode
notar em 1 Samuel 9.9: “(Antigamente em Israel, indo qualquer consultar a Deus,
dizia assim: Vinde, e vamos ao vidente; porque ao profeta de hoje antigamente
se chamava vidente.)”.
A palavra vidente no hebraico é ro´eh e hozeh,
que quer dizer “aquele que vê, que percebe, tem visão”. Já profeta estaria
mais ligado à palavra, à oralidade; ele seria o porta-voz do Senhor.
No ato de profetizar, o profeta estava comunicando aquilo
que Deus realmente desejava que todos ouvissem, tencionando que cada um
passasse a entender o que estava na mente de Deus, o que Ele queria, que era o
retornar de todos para uma vida de santidade e obediência, que resulta em
verdadeira adoração e comprometimento.
Definição de Profeta
Nabi provém da raiz naba do hebraico e seu sentido
primário é “alguém que declara ou anuncia algo”. No contexto bíblico, fala
daquele que recebeu por revelação direta de Deus suas palavras para proclamar
ao povo. O nabi aparece mais de trezentas vezes nas páginas
velhotestamentárias, isso dentro de diversos contextos, o que pode ser visto em
passagens como: Gênesis 20.7; Números 12.6; 1 Samuel 3.20; 1 Reis 1.8; Salmos
74.9; Jeremias 1.5. Roy B. Zuck define profeta seguindo a concepção judaica da
seguinte maneira:
A palavra
profeta é tradução do hebraico nabi. A etimologia é incerta. Certos estudiosos
discutem a favor do significado de borbulhar, mais um reflexo da ideia de
profeta do que uma etimologia. Outros argumentam que significa ser chamado.
A palavra significa, mais certamente, portavoz de Deus, mas a etimologia
exata não pode ser determinada. A passagem veterotestamentária clássica sobre
profeta é Deuteronômio 18, quando Moisés estava preparando os israelitas para
entrarem em Canaã, onde eles encontrariam todos os tipos de práticas ocultas.
Ainda que etimologicamente o termo profeta não
possa ser definido por completo em sua essência, é primordial que se entenda
que ele não era visto apenas como um declarador de algo, mas, sim, como homem
de Deus. Essa definição era aplicada também a nabi, de modo que isso o
caracterizava como um escolhido para uma missão especial ou profética da parte
de Deus.
Na contextura hebraica, além de homem de Deus, o profeta
era visto como um atalaia e pastor (Jr 6.16; Ez 3.17). Assim, conclusivamente
dizemos que a visão que se tinha do profeta no Antigo Testamento é que ele era
um escolhido de Deus para levar a mensagem divina ao povo. Não tinha nada de si
mesmo, mas tudo partido do alto. Ele não poderia falar no seu nome, mas no nome
daquEle que o tinha enviado.
O Novo Testamento tem sua definição também para o prophétes,
palavra que aparece 159 vezes. O prefixo da palavra pro, antes, phemi,
falar, já esclarece em si o significado: uma pessoa que fala em nome de outra. Portanto,
o profeta seria inspirado por Deus para falar as suas palavras.
A vida do profeta era caracterizada pelo sobrenatural.
Ele podia predizer coisas futuras, envolvendo acontecimentos tanto de ordem
nacional como das particularidades da vida de pessoas. Vale dizer que o profeta
neotestamentário caracterizava-se também pelo oficio profético e, nesse particular,
podia exortar, ensinar, orientar, estar à frente de um rebanho.
Historicamente, podemos entender que havia os profetas
que se tornaram conhecidos no meio da comunidade do povo de Deus e outros que
eram procurados para dar orientações particulares, todavia, não eram
reconhecidos publicamente. Pode-se dizer que o profeta verdadeiro não tinha
como prioridade revelar algo para vidas isoladas, antes, sua maior missão era revelar
a todos a mensagem de Deus, confrontar quem quer que fosse para ajustar suas
vidas e retornar em quebrantamento ao Senhor.
Para a distinção entre aqueles que tinham o ministério
profético e os que apenas eram chamados de profetas, pode-se tomar a pessoa de
Abraão, o primeiro a ser chamado de profeta (Gn 20.7), mas não no sentido de
exercer um ministério, posto que o protótipo maior para a função de profeta
nacional será Moisés (Êx 18.15-19).
Samuel e os demais Profetas
Antes de falarmos sobre a escola de profetas nos dias de
Samuel, mister se faz que analisemos com perícia o real preparo desses homens
que estariam a serviço de Deus e de sua obra. À luz do contexto bíblico, o
profeta aparecia no cenário humano de modo repentino, mas não sem preparo.
Primeiramente, ele já vinha capacitado com aquilo que Deus havia posto em seu
coração, ou seja, nele estava a Palavra divina (Êx 3.1.4,17; Jr 1.4-19; Ez 1.3;
Jn 1.1).
As Escrituras nos falam que às vezes aparecia um profeta
que ousadamente falava em nome do Senhor sem que Ele tivesse mandado,
profetizando palavras do seu próprio coração, mas era punido pela ação divina (Jr
14.14; 23.21). A atividade profética era algo presente na vida do povo
israelita, primeiramente porque se acreditava que Deus estava agindo na
história. Ele intervinha nela de modo soberano e, nesse particular, entravam em
ação os profetas, de modo que, no geral, inspirados por Deus, eles entregavam a
mensagem divina. Por meio deles veio a Lei de Deus (Êx 2.11; Dt 24.19-22; Is
45.20-22).
Os profetas passam a ser uma figura central no meio do
povo de Deus. Além de receberem inspiração para revelar a mensagem divina,
muitos deles guiavam e orientavam os reis em suas decisões, os quais passaram a
ser cognominados “profetas da corte” ou “estadistas”, mas pode-se dizer que, devido
à sua sinceridade, tinham que pagar caro. Muitos deles foram perseguidos e mortos;
isso pode ser comprovado nas palavras de Jesus Cristo (Mt 23.37).
Vale ressaltar que o próprio povo judeu esperava do sumo
sacerdote a capacidade para profetizar também, o que declara que eles não
seriam apenas oficiantes de algo, mas dotados de capacitação sobrenatural para
se comunicarem com Deus. Analisando Êxodo 28.30 e Números 27.21, isso se daria
através do Urim e Tumim; por esse meio buscava-se entrar em contato com Deus e
profetizar ou falar algo ao povo.
Conforme descrevemos acima, ficará impresso na mente de
cada judeu a importância do ofício profético, o que logo dará início à ordem
profética, que resultará da imagem que o povo passa a ter tanto do profeta como
do sacerdote, sendo homens inspirados por Deus para revelarem a sua vontade. Nesse
parâmetro, afirmamos que a escola ou instituição profética não é algo que surge
aleatoriamente, no querer de qualquer um, mas, sim, pela representação de
homens escolhidos por Deus, que, como figura primordial, se destacam Moisés e
Arão dentre outros.
Isso fala muito sério a nós, especialmente nos dias que
estamos vivendo, em que cada pessoa busca ser profeta, pastor, bispo,
sacerdote, sei lá mais o quê, sem uma base bíblica e tradicional, querendo cada
um se fazer profeta e sacerdote ao seu bel-prazer, contrariando a normativa
divina. Esse procedimento foi adotado pelo rei Jeroboão, que escolheu dentre o
povo pessoas sem qualificação e sem serem da tribo de Levi para assumirem o sacerdócio,
o que foi seriamente combatido por Deus (1 Rs 12.31).
O ideal profético estaria presente no povo devido ao
modelo visto na pessoa de Moisés (Dt 18.9-15). Assim, todos viviam na
expectativa de um profeta maior, Jesus Cristo, mas esse ideal será conspurcado
por alguns líderes, que, chegando aos dias de Eli, estará no mais baixo nível,
razão pela qual o profeta Samuel diz que a Palavra e as visões eram raras (1 Sm
3.1).
É com Samuel que o ofício profético terá um novo
avivamento, sendo ele levita, claro, da família de Coate (1 Cr 6.28). Será a
pessoa certa para promover um grande impulso no movimento profético e fará isso
por meio de sua vida de comunhão com Deus, vida espiritual e moral equilibrada,
como também através de ações sociais (1 Sm 9.22). Falando dessas escolas proféticas
e de sua importância, especialmente por ser Samuel o seu fundador, o Novo
Comentário da Bíblia diz:
Julgam muitos
ser Samuel o fundador das escolas dos profetas, que durante séculos tão
profunda influência exerceu na vida da nação. À volta destas escolas não só se
espiravam o ambiente da vida espiritual de Israel, mas ainda o de sua vida
cultural e educativa. Se Moisés promulgou a Lei, foi Samuel quem garantiu que
ela fosse propagada juntamente com outras revelações de Deus.
Note-se que a escola de profetas tinha como alvo maior
preservar a espiritualidade do povo de Deus, e a cultura visava à preservação
da lei e das mensagens que eram recebidas; não se tratava apenas de uma escola qualquer,
que visasse empurrar cuca adentro velhas tradições, mera intelectualidade,
ensinos oriundos de mestres sem afinidade com o divino, mas, sim, o crescimento
na comunhão com Deus por meio de sua mensagem revelada aos seus servos.
Com Samuel vai surgir a escola de profetas, porque nele
todos passavam a ver o brilho do ideal visto em Moisés, e, desse modo, ele será
a mola propulsora. Em seus dias, surgirão homens que desejarão ser profetas também,
assim como ele. O movimento profético não somente ressurgirá, como se
desenvolverá grandemente e manterá sua estrutura (1 Sm 19.18-20; 2 Rs 2.3-5;
6.1).
O que distinguia o profeta de fato enviado por Deus
daquele que queria ser profeta por vontade própria era a inspiração. O profeta
não inspirado por Deus inventava coisas de sua mente e coração; é isso o que
fala Jeremias e Ezequiel (Jr 23.16; Ez 13.3). O profeta enviado por Deus era
inspirado pelo Espírito Santo, recebia a mensagem por meio de visões e
revelações (Nm 11.17-25; 1 Pe 1.21).
De diversas maneiras, Deus se apresentava ou inspirava
esses profetas, usando a mente deles para lhes revelar os seus mistérios. O
modo como Deus fazia por vezes parece estranho para nós, mas é bom lembrar que
isso se tratava de algo sobrenatural, não se daria no campo das explicações
humanas. Lendo algumas passagens do Antigo Testamento, podemos perceber as multiformes
maneiras como Deus se revelava aos profetas (2 Rs 3.15; 1 Sm 10.5; Is 6.1; Ez
1.1). Por meio de sonhos, visões, palavra direta, “Assim diz o Senhor...”, era
como Deus se revelava e tudo isso pode ser considerado inspiração divina.
Sendo homens inspirados por Deus, logo a comunidade de
Israel passou a olhar para os profetas como aqueles que recebiam a Palavra do
Senhor, com autoridade para ensinar, repreender, corrigir, alertar (Is 58.1; Mq
3.8), e convocar todos ao arrependimento sincero (Is 40.1,2). Os profetas assumiam
diversas funções: poderiam ser embaixadores, estadistas, atalaias e, em casos extremos,
até desempenhar funções sacerdotais, como foi o caso de Samuel (1 Sm 16.6-13).
Mas, na verdade, seu alvo maior era inculcar na mente e no coração de cada
judeu que todos pertenciam a Deus, por isso deveriam ter vida santa, íntegra, e
corresponder ao querer divino, sem jamais perder a identidade como povo
escolhido do Senhor, atentando sempre para os ditames divinos (Êx 2.11; Mq 5.4;
Is 45.20-22)
Texto extraído da
obra “O governo
divino em mãos humanas”, editada pela CPAD
COMENTÁRIO E
SUBSÍDIO II
INTRODUÇÃO
Nesta lição, veremos que o ministério profético
do Antigo Testamento não se caracterizava pela adivinhação nem pela mera
predição do futuro, mas tinha como principal objetivo levar a todos a ter um
firme compromisso com Deus. Sua essência é anunciar a totalidade da mensagem
divina. Por isso, Jeremias foi bem categórico: “O profeta que tem sonho conte-o
como apenas sonho; mas aquele em quem está a minha palavra fale a minha palavra
com verdade [...] − diz o SENHOR” (Jr 23.28). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 4º
Trimestre 2019. Lição 3, 20 Outubro, 2019]
Nesta aula faremos uma distinção do dom de profecia
do Velho e do Novo Testamento, iniciando com o chamado de Samuel para o
ministério profético e concluindo com a atualidade do Dom e do Ministério
Profético. Matthew Henry comentando o texto de Jr 23.28, diz: “Os homens não
podem se esconder dos olhos de Deus, que tudo vê. Nunca verão os juízos que
preparam contra si mesmos? Que considerem a grande diferença que há entre estas
profecias, e aquelas entregues pelos verdadeiros profetas do Senhor. Que não
chamem os seus néscios sonhos de oráculos divinos. As promessas de paz que
estes falsos profetas fazem não devem ser comparadas com as promessas de Deus,
assim como a palha não deve ser comparada com o trigo.”. Por fim, veremos
que o Dom de Profecia está disponível para todos e deve ser buscado, como Paulo
exorta em 1Co 14.39 “Portanto, meus irmãos, busquem com dedicação o
profetizar e não proíbam o falar em línguas” mas lembremos que é nas
Escrituras, em seu estudo e aplicação, onde encontramos a verdadeira profecia,
sem perigo de erro. A Palavra de Deus não é uma mensagem suave, aduladora nem
enganosa, e por sua fidelidade pode certamente ser distinguida das falsas
doutrinas. Bom estudo e crescimento maduro na fé cristã!
I. DEFININDO
O “PROFETA” EM ISRAEL
1. A menção de “profeta” no livro. A primeira menção feita a um “profeta” no livro está registrada em 1
Samuel 2.27-36. Aqui, vemos que o profeta era caracterizado como homem de Deus,
título que lhe trazia grande responsabilidade. O profeta não é um adivinhador,
mas o porta-voz de Deus. Ali, Samuel se dirigiu à casa de Eli, dizendo que este
seria substituído por um sacerdote fiel − Zadoque. Esse acontecimento
antecipava como seria o ministério de Samuel, o profeta do Senhor por
excelência. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 4º Trimestre 2019. Lição 3, 20
Outubro, 2019]
O cântico de Ana e a profecia do homem de Deus são
os únicos exemplos registrados de profecia desde os dias de Débora no começo do
período dos Juízes. 1 Samuel 2.27 inicia dizendo: “Veio um homem de Deus a
Eli...”; “Homem de Deus” era normalmente usado como sinônimo de
"profeta". A grande responsabilidade de qualquer profeta era lutar
para viver uma vida digna do seu ofício, com o objetivo de transmitir a
mensagem divina para que o povo de Israel pudesse viver um relacionamento
correto com seu Deus.
“Muitas
vezes os profetas eram chamados “homem de Deus”, como em Deuteronômio 33.1 e
1Reis 13. O uso desse termo enfatiza a diferença de caráter entre o profeta e
as demais pessoas. Isso se vê na maneira que a mulher sunamita falou do profeta
Eliseu: “Vejo que este que passa sempre por nós é santo homem de Deus” (2Rs
4.9).” (ULTIMATO)
2. Definição de profeta. De modo geral, a palavra do hebraico para profeta é nabî.
Etimologicamente, a definição é incerta, porém, diversos significados lhe são
atribuídos, entre os quais, “chamado por Deus” e “orador”. Entretanto, a
maioria dos estudiosos trata a palavra “profeta” com o sentido de porta-voz
divino. Nesse aspecto, o profeta seria mensageiro de Deus, cuja missão era
levar o povo a obedecer à vontade do Todo-Poderoso. Quem ouvisse esse porta-voz
teria sucesso; pois o profeta comunica o que Deus lhe diz, fala o que o Senhor
lhe falou. Esse é o fundamento do movimento profético do Antigo Testamento (Dt
18.18; 2 Cr 20.20). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 4º Trimestre 2019. Lição 3, 20
Outubro, 2019]
A palavra hebraica para profeta é “nabi”, cuja raiz
verbal é “naba”, significando ‘anunciador’, ‘aquele que anuncia as mensagens de
Deus, frequentemente recebidas por revelação ou discernimento intuitivo’.
Outras palavras hebraicas usadas são “roeh” e “hozeh”, significando ‘aquele que
vê’, ‘vidente’. Curiosamente estas três palavras aparecem em 1Cr 29.29.
“No
início havia uma distinção entre vidente e profeta, mas mais tarde eram termos
sinônimos, como o autor do livro histórico de Samuel enfatiza – “Antigamente,
em Israel, indo alguém consultar a Deus, dizia: Vinde, vamos ter com o vidente;
porque ao profeta de hoje, antigamente, se chamava vidente” (1Sm 9.9).” (ULTIMATO)
3. Samuel e os demais profetas. Com Samuel deu-se o início à prática de os profetas ungirem reis.
Segundo o texto bíblico, o próprio Samuel comunicou as palavras de Deus a Saul,
de que este seria rei.
Segundo os estudiosos, foi com Samuel que teve
início o movimento profético formal em Israel. E com Elias, ele se
desenvolveria ainda mais. A partir do ministério de Samuel, surgiram os
profetas da corte – os que atuavam junto aos reis. Alguns desses profetas não
apenas aconselhavam os soberanos, mas também eram seus escrivães. Por exemplo,
Samuel, Natã e Gade fizeram alguns registros reais. [Lições Bíblicas CPAD, Revista
Adultos, 4º Trimestre 2019. Lição 3, 20 Outubro, 2019]
Samuel foi o último e o mais importante dos juízes e
foi quem deu início a escola profética.
“Ungir
significa o ato de derramar óleo em alguém ou algo, destacando o objeto ou
pessoa para uma finalidade específica. O ato de ungir com óleo simbolizava
consagração, separação do ungido ao exterior. No Antigo Testamento, Deus
ordenou a Moisés que ungisse alguns utensílios específicos do tabernáculo.
Também no Velho Testamento, Deus estabeleceu que ungisse pessoas levantadas
como reis, profetas e sacerdotes” (RESPOSTAS)
Samuel deu início ao costume de ungir os reis em
Israel, e o primeiro foi Saul (1Sm 9.16). Apesar da unção, Saul foi
desobediente, acarretando o afastamento do Espírito de Deus - autoridade - do
seu reinado. Rejeitando Saul, Deus ordenou que Samuel preparasse o óleo da
unção para ungir Davi (1Sm 16.13). Também deu início à Escola de Profetas em
Ramá (1Sm 10.5,10;19.20). Embora a origem da escola de profetas esteja
relacionada ao Profeta Samuel (1 Sm 10.5, 10, 12; 19.20), o seu maior
crescimento se deu na época de Elias e Eliseu (1 Sm 10.5; 1 Rs 20.35; 2 Rs 2.3,
5, 7).
Profetas na perspectiva essencial da Palavra, é um
ministério simultâneo à monarquia. Profetas e reis são contemporâneos; Sob Saul
a monarquia dá seus primeiros passos. Constituiu-se mais definitivamente sob o
mando de Davi e Salomão. Leia mais aqui.
SUBSÍDIO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO
Para traçar um perfil mais exato do ministério de
Samuel, considere a leitura deste texto: “Samuel, sendo ainda rapazinho, foi
favorecido com uma revelação divina (1 Sm 3.1-21). Tal revelação
dizia respeito à derrubada da casa de Eli, e foi com relutância que Samuel
comunicou a mensagem a Eli. Samuel foi crescendo em estatura na presença do
povo, e todos compreenderam que ele fora encarregado com um ofício profético da
parte do Senhor (1 Sm 3.20). A trágica derrota de Israel e a perda da arca,
usada como talismã contra os filisteus, quando os dois filhos de Eli figuraram
entre os mortos, significou o fim da sucessão de Eli, e a rejeição do
sacerdócio araônico. Embora não seja explicitamente afirmado, Samuel, a única
pessoa então em vista, assumiu as rédeas até então nas mãos de Eli” (BENTHO,
Esdras Costas; PLÁCIDO, Reginaldo Leandro. Introdução
ao Estudo do Antigo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2019, p.226). Assim, apresente
o perfil do ministério profético de Samuel à classe.
II. O DESENVOLVIMENTO DO
MINISTÉRIO DE SAMUEL
1. O crescimento profético de Samuel. Se os filhos do sacerdote Eli praticavam pecados abomináveis, o jovem
Samuel crescia com integridade diante de Deus e do povo. Sempre houve em Ana,
sua mãe, um cuidado especial para que seu filho estivesse envolvido com a obra
de Deus. Ela orou por ele e o entregou aos cuidados de Eli. Este, observando a
dedicação de Ana e seu comprometimento, orou por ela, rogando a Deus a bênção
para a sua casa (1 Sm 2.20,21). É maravilhoso dedicarmos a Deus o que temos de
mais precioso, pois suas recompensas são certas. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 4º
Trimestre 2019. Lição 3, 20 Outubro, 2019]
De acordo com Josefo, Samuel tinha apenas completado
doze anos quando o Senhor falou com ele. 1Samuel 3.1 se refere a Samuel
como jovem, um termo de uso bastante flexível, algumas vezes faz
referência a um recém nascido ou a um garoto. Mas aqui nos apresenta Samuel
como um adolescente com talvez 12 anos de idade. Muitos anos se passaram desde
o final do capítulo 2 ate o início do capítulo 3 onde encontramos Samuel em sua
adolescência. O mesmo termo hebraico traduzido aqui como "jovem" foi
usado para se referir a Davi quando este matou Golias (17.33).
“Enquanto
os pais de Samuel experimentaram o aumento da bênção divina por causa de sua
devoção altruísta a Deus (2:18–21), os filhos de Eli foram alertados sobre a
futura punição por causa de sua ganância e imoralidade (2:22–25). A corrupção
dos filhos de Eli contrastou nitidamente com o desenvolvimento piedoso da vida
do jovem Samuel. Deus estava preparando Samuel para ser o sucessor de Eli
(2:26).” (BIBLIOTECABIBLICA)
2. A formação profética de Samuel. Samuel aprendeu com Eli. Ele foi formado pelo velho sacerdote, assim
como Paulo aprendeu aos pés de Gamaliel (At 22.3) e Timóteo com Paulo (2 Tm
3.10). Deus chamou Samuel quando ele tinha cerca de 12 anos (1 Sm 3.1-4), ou
seja, a mesma faixa-etária de Jesus quando foi levado a Jerusalém por seus pais
(Lc 2.42). Assim, sob os cuidados de Eli, Samuel era forjado por Deus para o
ministério profético.
Muitos hoje não querem mais aprender com os mais
experientes, pois julgam-se importantes e desprezam o aprendizado aos “pés de
alguém”. Paulo e Timóteo, por exemplo, orgulhavam-se de ter aprendido com seus
mestres. Mas, além de disposição para aprender, precisamos de disposição para
ouvir a voz de Deus. Isso só é possível por meio de uma vida de oração e busca
fervorosa pelo Senhor (Is 55.6). Deus quer falar conosco! [Lições Bíblicas CPAD, Revista
Adultos, 4º Trimestre 2019. Lição 3, 20 Outubro, 2019]
“E o jovem Samuel servia ao SENHOR perante Eli; e
a palavra do SENHOR era de muita valia naqueles dias; não havia visão manifesta”
(1Sm 3.1) - Todo o sucesso do ministério de Samuel está baseado nessa frase: “O
jovens Samuel servia o Senhor perante Eli”. Não se engane entre você e Deus
sempre haverá outra figura humana. Precisamos ser pastoreados, precisamos de um
referencial.
“Numa
época em que as profecias e visões eram raras, Samuel escutou o que primeiro
acreditou ser Eli chamando-o durante a noite. Embora o jovem Samuel estivesse
ministrando no tabernáculo, ele ainda não conhecia o Senhor, e a palavra do
Senhor ainda não lhe havia sido revelada (1 Samuel 3:7). Nas três primeiras
vezes em que o Senhor chamou Samuel, o menino respondeu a Eli. Eli então
entendeu o que estava acontecendo e instruiu Samuel a responder ao Senhor se
ele chamasse novamente. Então, "veio o SENHOR, e ali esteve, e chamou como
das outras vezes: Samuel, Samuel! Este respondeu: Fala, porque o teu servo
ouve" (1 Samuel 3:10). Deus lhe deu uma mensagem de julgamento para
transmitir a Eli. No dia seguinte, Samuel deu seu primeiro salto de fé,
contando tudo a Eli, embora a mensagem fosse má notícia para Eli e sua família
(1 Samuel 3:11-18). Eli respondeu com aceitação. A credibilidade de Samuel como
profeta espalhou-se por Israel, e Deus continuou a revelar Sua Palavra ao Seu
povo através de Samuel (1 Samuel 3:20-21).” (GOTQUESTIONS).
3. A disciplina de Samuel. Ainda jovem, Samuel já se mostrava disciplinado. Ao ouvir uma voz que o
chamava pelo nome, pensando que fosse a de Eli, por três vezes dirigiu-se a ele
com todo respeito e temor (1 Sm 3.4,5). Essa postura apontava que ele era o
homem certo para ouvir a Palavra do Senhor. Por não ter uma experiência pessoal
com Deus, ainda não sabia como responder ao chamado divino; por isso, Eli o
orientou. Desde então Samuel passou a receber visões de Deus e orientações
sobre sua Palavra.
Se os nossos filhos servirem a Deus com a
disposição de Samuel, educados pela sua família na presença do Pai, eles
influenciarão de maneira impactante a sua geração (cf. Mt 5.13-16). [Lições Bíblicas CPAD, Revista
Adultos, 4º Trimestre 2019. Lição 3, 20 Outubro, 2019]
Em contraste com os filhos apóstatas de Eli, Samuel
crescia tanto espiritualmente quanto socialmente (Lc 2.52). A Septuaginta traz:
"seus filhos blasfemaram contra o Senhor". Blasfemar contra
Deus era uma ofensa passível da pena de morte (Lv 24.11 -7 6,23). Eli estava
implicado nos pecados de seus filhos porque não os havia castigado. Se seus
filhos estavam blasfemando contra Deus, deveriam ter sido apedrejados (Lv
24.15-16). No entanto, o velho sacerdote educou de forma diferente o jovem Samuel,
que ainda não tinha se encontrado com o Senhor de maneira pessoal, nem tinha
recebido a Palavra de Deus mediante uma revelação divina (veja 2.12)
“Agora
Samuel está morando com o sacerdote Eli. Lá no templo ele ajudava o sacerdote
Eli nos ofícios litúrgicos. Samuel ministrava perante o Senhor, sendo ainda
menino, vestido de uma estola sacerdotal de linho (1 Samuel 2.18). Literalmente
um aprendiz de sacerdote. Vestido como ele, fazendo as coisas que ele fazia.
Samuel foi ensinado a amar as coisas de Deus. Assim deve ser na nossa casa,
ensinado os nossos filhos no caminho em que devem andar, para quando forem mais
velhos não se desviarem dele (Provérbios 22.6). As crianças são a igreja do
hoje e do amanhã, elas precisam ser acolhidas e ministradas em todas as áreas
de sua vida. Pr. Rodolfo nos falou há poucas semanas sobre os trabalhos
integrados dos cultos, das células e das famílias com as revistas de
devocionais. Temos uma visão clara de que a responsabilidade primeira da
educação cristã dos filhos é dos pais com o apoio da igreja, por meio das
celebrações e das células. O texto relata que Samuel crescia em estatura e no
favor do Senhor (1 Samuel 2.26). Que Deus nos ajude para que nossas crianças
sejam assim também.” (IPILON)
SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO
“Samuel
era um líder nacional que exercia os ofícios de sacerdote e profeta. Ele
aparece diversas vezes nos relatos do primeiro livro de Samuel, oferecendo
sacrifícios pelo povo na consagração dos reis Saul e Davi e pelo exército de
Israel (1 Sm 7.9; 9.12,13; 10.8; 13.8,9; 16.3,13). É reconhecido naquela
geração como homem honrado ‘e tudo quanto diz sucede assim infalivelmente’ (1
Sm 9.6); ‘e o Senhor era com ele, e nenhuma de todas as suas palavras deixou
cair em terra’ (1 Sm 3.19). É todo-importante que o homem de Deus tenha tal
conceito diante do povo da cidade. É dever de todo cristão se comportar com
decência e honestidade, pois o mundo observa a nossa vida, mas quem ocupa cargo
de relevância precisa ter uma vida ilibada, deve ser um referencial para o
povo, note que a boa fama de Samuel era conhecida por todos” (SOARES, Esequias.
O Ministério Profético na Bíblia: A
voz de Deus na Terra. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p.24).
III. O MINISTÉRIO PROFÉTICO NA
ATUALIDADE
1. O dom da profecia. O dom de profecia, disponível a todos os crentes, manifesta-se de forma
sobrenatural e momentânea; encoraja, exorta e consola a Igreja; edifica de
forma coletiva e individual o povo de Deus (1 Co 12.7-11; 1 Tm 4.14).
O dom de profecia é uma dádiva de Deus à sua
Igreja. É maravilhoso saber que o Pai ainda fala diretamente com o seu povo. [Lições Bíblicas CPAD, Revista
Adultos, 4º Trimestre 2019. Lição 3, 20 Outubro, 2019]
O saudoso Pr. Antonio Gilberto escreveu o artigo “O
ensino bíblico sobre a profecia (Parte 4)”, no site CPADNEWS, onde defende: “Quando
estudamos a atividade profética na Bíblia Sagrada, encontramo-la
manifestando-se em três aspectos distintos. Em primeiro lugar, vemos a profecia
como ministério permanente recebido de Deus no Antigo Testamento, em Israel (Hb
1.1; 2Pe 1.19 e Jr 35.15). Em segundo lugar, identificamos no Novo Testamento a
profecia como um dom ministerial na Igreja (Ef 4.11-13; 1Co 12.28-29 e Ef
2.20). Por fim, vemos ainda no Novo Testamento a profecia como dom espiritual
na Igreja, na congregação (At 2.17-18; 1Co 12.10; 14.1-4, 29-40; Rm 12.6-8)”.
(CPADNEWS). É interessante notar que há uma distinção entre Ministério
Profético e Dom de Profecia no Novo Testamento. Paulo argumenta que o
Ministério de Profeta não é para todos (1Co 12.29); também em Efésios ele afirma
que Deus “deu uns para profetas” (Ef 4.11). Por “dom de profecia” entendemos
uma capacitação sobrenatural do Espírito Santo dado ao crente, para transmitir
a mensagem de Deus. O dom de profecia tem âmbito local, congregacional; para
edificar, consolar, exortar e predizer. Paulo apresenta razões pelas quais o
dom de profecia é o principal dom espiritual (1Co 13.2 e 14.1,5,39).
2. O ministério de profeta no Novo Testamento. O emprego do termo “profeta”, no Novo Testamento, refere-se a
determinados indivíduos chamados por Deus, a fim de entregar revelações
específicas à Igreja; suas mensagens eram proclamadas com autoridade
sobrenatural e reconhecidamente divina. Veja-se, por exemplo, o caso de Ágabo
(At 11.28; 21.10).
Segundo Atos 13.1 e 15.32, os profetas eram
impulsionados extraordinariamente pelo Espírito Santo, para o exercício desse
ministério. Não podemos confundir o ministério profético com o dom de profecia.
[Lições Bíblicas CPAD, Revista
Adultos, 4º Trimestre 2019. Lição 3, 20 Outubro, 2019]
Dom de profecia (esporádico). “Profecia é uma
mensagem de Deus dada a pessoa a quem o Espírito manifesta este dom. Tal pessoa
deve transmiti-la exatamente como a recebeu (Jr 23.28). A atitude de quem
profetiza deve ser “A palavra que Deus puser na minha boca essa falarei” (Nm
22.38-b). A mensagem recebida por inspiração do Espírito Santo não é
transmitida mecanicamente, mas fiel e conscientemente (1Co 14.32). No momento
em que a profecia é transmitida, não é Deus quem está falando, mas é o homem
quem está transmitindo o que de Deus recebeu (1º Co 14.29). Se fosse o próprio
Deus falando, não haveria necessidade de se julgar a mensagem como a Palavra
nos orienta que faça” (1º Co 14.29; 1º Ts 5.21) (BERGSTÉN, 2007, p. 113).
No tocante ao dom de profecia, a Bíblia de Estudo
Pentecostal (1995, p. 1757) define:
É preciso distinguir a profecia aqui mencionada
como manifestação momentânea do Espírito da profecia como dom ministerial na
igreja, mencionado em Ef 4.11. Como dom de ministério, a profecia é concedida a
apenas alguns crentes, os quais servem na igreja como ministros profetas. Como
manifestação do Espírito, a profecia está potencialmente disponível a todo
cristão cheio dEle (At 2.16-18). Quanto à profecia, como manifestação do
Espírito, observe o seguinte:
(a) Trata-se de um dom que capacita o crente a transmitir uma palavra ou
revelação diretamente de Deus, sob o impulso do Espírito Santo (1 Co
14.24,25,29-31). Aqui não se trata da entrega de sermão previamente preparado.
(b) Tanto no Antigo, como no Novo Testamento, profetizar não é
primariamente predizer o futuro, mas proclamar a vontade de Deus e exortar e
levar o seu povo à retidão, à fidelidade e à paciência (1 Co 14.3).
(c) A mensagem profética pode desmascarar a condição do coração de uma
pessoa (14.25), ou prover edificação, exortação, consolo, advertência e
julgamento (14.3,25,26,31).
(d) A igreja não deve ter como infalível toda profecia deste tipo,
porque muitos falsos profetas estarão na igreja (1 Jo 4.1). Daí, toda a
profecia deve ser julgada quanto à sua autenticidade e conteúdo (14.29,32; 1 Ts
5.20,21). Ela deverá enquadrar-se na Palavra de Deus (1 Jo 4.1), contribuir
para a santidade de vida dos ouvintes e ser transmitida por alguém que de fato
vive submisso e obediente a Cristo (12.3).
(e) O dom de profecia manifesta-se segundo a vontade de Deus e não a do
homem. Não há no Novo Testamento um só texto mostrando que a igreja de então
buscava revelação ou orientação através dos profetas. A mensagem profética
ocorria na igreja somente quando Deus tomava o profeta para isso (12.11).
3. Onde estão os profetas? Hoje, o Senhor continua a falar à sua Igreja por meio do ministério
profético. Ainda temos homens que, à semelhança de Àgabo, transmitem enunciados
proféticos de maneira sobrenatural e extraordinária.
Todavia, eles não possuem autoridade canônica da
Bíblia Sagrada – a única regra infalível de fé e prática reconhecida pela
Igreja de Cristo. Toda locução profética é passível de julgamento à luz da
Bíblia Sagrada (1 Co 14.29).
A profecia é uma necessidade premente nos dias de
hoje (1 Co 14.5). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 4º Trimestre 2019. Lição 3, 20
Outubro, 2019]
Jamais uma mensagem profética poderá estar acima da
Palavra escrita, nossa única regra de fé e prática. A Bíblia é a vara de medir,
toda profecia deve ser submetida às Escrituras.
“Os
dois aspectos da profecia são a profecia das Escrituras, a qual é inerrante
(2Pd 1.20 e Jo 10.35b), e a profecia da Igreja. Esta última pode ser julgada
(1Co 14.29), isso porque o profeta pode vir a falar do seu próprio espírito (Ez
13.3 e 1Cr 17.2-5,11-12). Não é Deus mesmo quem fala no momento da profecia
hoje. É o profeta quem fala, transmitindo a mensagem de Deus (1Co 14.29). Se
fosse Deus mesmo quem falasse, a mensagem não precisaria ser julgada (1Ts 5.21;
2Pd 2.1-3; 1Jo4.1 e Pv 14.15). A manifestação do dom de profecia (bem como os
demais dons) durante o culto deve ter limite: “Falem dois ou três profetas”,
1Co 14.29. Isso significa que a maior parte do tempo do culto deve ser para
exposição da Palavra de Deus.” (CPADNEWS)
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“Alguns profetas também eram usados para predizer o
futuro, como Ágabo em duas ocasiões (Atos 11.28; 21.11). Ele saiu de sua casa
na Judeia para levar as mensagens de Deus. Em consequência da primeira, foi
levantada uma oferta para ajudar a igreja em Jerusalém durante uma fome
prevista e acontecida. Na segunda, a igreja foi avisada a respeito da prisão do
apóstolo Paulo. Em nenhuma delas estava envolvida alguma nova doutrina. Nem
foram dadas instruções quanto ao que a igreja devia fazer. Isto era assunto dos
membros, mediante o Espírito Santo. Nunca houve algo semelhante à adivinhação,
no ministério desses profetas.
Os que são usados regularmente pelo Espírito no
exercício do dom de profecia na congregação, também são chamados profetas (1
Coríntios 14.29,32,37). A Bíblia adverte contra os falsos profetas que alegam
ser usados pelo Espírito Santo, mas devem ser submetidos à prova (1 João 4.1)”
(HORTON, Stanley. A Doutrina do Espírito
Santo no Antigo e Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, pp.290-91).
CONCLUSÃO
Onde estão os crentes usados por Deus para
falar extraordinariamente ao seu povo? Nestes últimos dias, precisamos de
obreiros fiéis que busquem os dons do Espírito. Entretanto, estejamos
vigilantes. Como já dissemos, todo enunciado profético tem de passar,
necessariamente, pelo crivo da Bíblia Sagrada. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 4º
Trimestre 2019. Lição 3, 20 Outubro, 2019]
Estamos vivendo dias de confusão espiritual e de
manifestações espirituais difusas do autêntico movimento pentecostal. Se faz
necessário o resgate do ensino correto dos dons e informar que as manifestações
dos dons na igreja precisam estar em coerência com a ação do Espírito
registrada no texto bíblico. Qualquer manifestação duvidosa que foge do padrão
anunciado à igreja do Novo Testamento deve ser ignorada, porquanto não
transmite a segurança e a edificação espiritual inerente à ação de Deus por
intermédio deste dom.
Pb. Francisco Barbosa
Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário