SUBSÍDIO I
O NASCIMENTO DE LÍDER PROFÉTICO EM ISRAEL
Para poder entender bem os fatos relacionados à vida do
profeta Samuel, especialmente seu grande trabalho, que será desenvolvido como
líder de Israel, é imprescindível que se leia os capítulos 1 a 16, os quais ele
escreveu. Neles se encontram não somente aspectos relacionados à sua biografia,
mas também seus atos.
Podemos crer que havia uma razão especial para a
Septuaginta chamar os livros de I Samuel, II Samuel, I Reis e II Reis de I, II,
III, IV Reinos, mudança que se sucedeu por causa da Vulgata Latina de Jerônimo,
que passou a chamá-los de Reis. Na verdade, o conteúdo desses dois compartimentos
bíblicos, Samuel e Reis, descreve com exatidão a elevação e a queda de Israel
como nação, por não priorizar os preceitos divinos. Samuel será o precursor
desse momento histórico da nação, posto que é ele quem fará o processo da
transição de teocracia para monarquia, ungindo os dois primeiros reis de Israel
— Saul e Davi.
Pelo nascimento de Samuel, um novo momento histórico se
dará para a nação israelita, pois ele será um vaso comprometido com Deus para
fazer a vontade divina (Ez 22.30).
O épico narrativo envolvendo a pessoa de Samuel serve
como estímulo para os pastores da atualidade no sentido de que o sucesso na
liderança depende do compromisso que o líder tem com Deus. É seu trabalho não mudar
o povo, mas atiçar a consciência de cada um para que saia do seu estado de
apatia espiritual rumo a uma vida cheia de fé. O apóstolo Paulo falou que temos
que servir a Deus com fervor (Rm 12.11), do grego zeo, que quer dizer
“quente”, “zeloso para o que é bom”, mas isso só acontece se primeiramente
aqueles que estão à frente da obra tiverem o coração dominado pelo poder de
Deus, estiverem sempre ouvindo a sua voz, como aconteceu com Samuel.
Para o cenário que se descrevia naquela época, de
sucessivas crises espirituais, atolados na fossa do pecado, sem liderança
firme, pela quebra da lei divina, Deus vai levantar um homem que é fruto de
voto e oração, que desde cedo aprendeu a servir na casa do Senhor, que
procurava cumprir com os propósitos divinos, seu nome é Samuel. Esse homem será
a voz profética conclamando a todos para um viver santo e sincero com Deus,
apresentando o caminho para uma vida vitoriosa. Líderes frios, sem o poder de
Deus na vida, não podem levantar um povo morto, pois, para profetizarem, têm
que estar abarrotados da presença de Deus (Ez 37.12).
Onde Samuel Vai Nascer
Logo que começamos a ler o primeiro capítulo de 1 Samuel,
percebemos que o autor se preocupou em dar pormenores sobre a família de
Samuel, que não era perfeita, mas procurava trilhar o caminho da verdade de
Deus. O homem que irá atuar na mudança histórica da nação de Israel virá de Elcana,
mas quem era esse homem? O texto começa dizendo que ele era de Ramataim-Zofim,
palavra que do hebraico é “vigilante em dupla altura” ou então “cumes gêmeos de
Zofim”. Esse local é descrito como sendo a terra do nascimento da família de
Samuel, e dele mesmo.
A Bigamia Presente
Num primeiro momento, temos que entender que o padrão
estabelecido para a constituição da família é a monogamia (Gn 2.24). Paulo
deixa claro que cada homem tenha sua própria mulher e cada mulher seu próprio
marido (1 Co 7.2). Na verdade, o modelo da poligamia e da bigamia não é divino,
antes revela a iniquidade seguida à época e usar a esterilidade de uma mulher para
ter outra como escape também não era bíblico.
Não há aprovação divina para a poligamia; sua prática era
apenas tolerada, não que fosse de fato permitida por Deus. A esterilidade
jamais foi a base para que o homem tomasse outra mulher para gerar com ela,
biblicamente falando. Sabemos que Rebeca era estéril, mas Isaque não trilhou o
caminho de tomar outra mulher para si; antes, colocou-se em oração e obteve
resposta. Isaque orou ao Senhor por sua mulher porque ela era estéril e o
Senhor lhe ouviu as orações, e Rebeca, sua mulher, então concebeu (Gn 25.21).
Biblicamente falando, homens santos de Deus trilharam o
caminho da poligamia, todavia, jamais se deve pensar que tal procedimento
tivesse a ratificação divina. O modelo da poligamia vai se estendendo até
chegar aos tempos de Davi e Salomão. Existem alguns textos que vão estabelecer algumas
regulamentações sobre essa prática, mas deve-se entender que em momento algum
consta na Palavra de Deus esse tipo de relacionamento como aprovado.
Podemos dizer que, assim como Deus não é o criador do divórcio,
nem em momento algum o autorizou, apenas tolerou, posto que ele se dá no nível
do pecado, o mesmo se pode dizer da poligamia, que é um procedimento que fere
seriamente os ditames bíblicos e firmado na esteira da iniquidade humana.
Uma Família Piedosa
Apesar das pendências presentes na casa de Elcana, há um
destaque típico: ele subia para adorar e sacrificar ao Senhor em Siló (1 Sm
1.3), onde estava o centro de adoração, pois ainda não existia o Templo.
Piedade era vista nessa família por meio da oração e do sacrifício que prestava
a Deus. Isso pode ser visto pela presença do ato de adoração, que no hebraico é
shachah, que quer dizer “inclinar-se diante de um superior em sua deferência”.
Sacrificar no hebraico é zabach, e dá a ideia de imolar para o
sacrifício.
O dicionário Houaiss define a piedade como atos
religiosos, que é o que se notabiliza na família de Elcana. Ele estava
possivelmente cumprindo uma das três festividades exigidas na lei: Páscoa,
Pentecostes, Tabernáculos (Êx 34.26; Dt 16.16), as quais eram praticadas por
judeus piedosos. Pelo menos três vezes ao ano Elcana se dirigia a Siló para
adorar ao Senhor.
Frente a toda a crise que se apresentava nos dias de Eli,
Elcana e Ana acreditavam que eram servos do Senhor dos exércitos, isto é, seus
soldados, e que podiam fazer alguma coisa para Deus reverter o quadro, por isso
eram frequentes à adoração em Siló, procurando evidenciar sua confiança em Deus
e no seu poder. Com tal atitude, esse casal acreditava que Ele poderia reverter
o quadro. Entende-se nesse contexto que o motivo de ela pedir um filho e lhe dedicar
completamente na obra é porque sabia da necessidade de alguém que fosse
comprometido verdadeiramente com Deus.
Estamos vivenciando um mundo cada vez mais comprometido
com o pecado, famílias sendo atacadas pelos modismos e ensinos pós-modernos pouco
edificantes. Todavia, aquelas que são verdadeiramente firmadas na aliança com o
Senhor não serão abaladas e, ainda que tenham as imperfeições humanas, poderão
fomentar o poder do Senhor dos exércitos nesta terra, pois, como falou Paulo,
somos seus soldados, e nenhum soldado em combate se envolve com negócios desta
vida (2 Tm 2.4).
Texto extraído da
obra “O governo
divino em mãos humanas”, editada pela CPAD
SUBSÍDIO II
O NASCIMENTO DE UM LÍDER PROFÉTICO EM ISRAEL
Falar do nascimento de Samuel é
falar do nascimento de um líder profético em Israel. Na história do nascimento
desse profeta vemos muito claramente a ação soberana do Deus-Todo Poderoso que
dirige a História conforme o seu propósito eterno.
Samuel nasceu num período
complicado da história de Israel. Ele foi designado por Deus para ser o líder
profético de um povo que se mostrava frágil e desorientado por causa da
desobediência à Palavra do Senhor.
Naquela época não havia reis sob
a nação, e as tribos israelitas eram lideradas por juízes. O profeta Samuel foi o último dos juízes e
o primeiro de uma linhagem profética que seria porta-voz dos oráculos de Deus
em Israel (1 Samuel 3:24; 7:15-17; cf. Atos 13:20). Neste estudo falaremos
sobre a origem de Samuel, isto é, sobre o nascimento de um líder profético em
Israel.
A SOBERANIA DE
DEUS NO NASCIMENTO DE UM LÍDER PROFÉTICO EM ISRAEL
Quando Samuel nasceu Israel
estava sem liderança política e religiosa. O sacerdócio havia se corrompido. O
povo andava em contínua negligência para com a Lei de Deus. A Bíblia diz que naqueles dias
raramente o Senhor falava ao seu povo, e as visões não eram frequentes (1
Samuel 3:1).
Foi nesse contexto de decadência
moral e espiritual que Deus começou a mudar a situação da nação. Seu plano
soberano contemplava o nascimento de um menino em Israel. Aquele menino não
seria apenas mais um israelita a nascer naquele período conturbado. Na verdade
ele seria o agente através do qual Deus promoveria uma reconsagração espiritual
de seu povo e conduziria a fragmentada nação de Israel à unificação nacional
sob a liderança de um rei messiânico.
Curiosamente, a mãe do menino
que seria o líder espiritual da nação naquele tempo, era uma mulher estéril.
Ana não podia ter filhos. Mas isso não era um problema para o Deus que outrora
já havia aberto a madre de Sara, Rebeca e Raquel.
A história de esterilidade
dessas mulheres que tiveram diretamente envolvidas na história da redenção não
deixa dúvida de que o cumprimento do propósito de Deus não depende da força
humana, mas do beneplácito de sua vontade. Tal como Isaque, Jacó e José foram
filhos de mulheres estéreis, Samuel, o líder profético de Israel que ungiu os
dois primeiros reis da nação, também nasceria de um ventre tocado pelo
extraordinário poder do Senhor.
Samuel era filho de Elcana,
um levita coatita da família de Zufe
(1 Crônicas 6:22-35). Elcana vivia em Ramá, uma cidade que ficava na fronteira
entre as tribos de Benjamim e Efraim. Foi nessa cidade que Samuel nasceu, viveu
a maior parte de sua vida e foi sepultado.
Aparentemente Elcana era um
homem temente a Deus. Ele era compromissado com o serviço ao Senhor. Por isso
ele ia regularmente a Siló onde estava o Tabernáculo. O grande problema de Elcana
era seu lar dividido. A divisão era causada pelo grande problema da poligamia – um desvio do propósito
original de Deus para o casamento (Marcos 10:1-9). Como em outras histórias
bíblicas, a poligamia trouxe rivalidade para dentro do lar de Elcana.
Ana era a primeira esposa de
Elcana. Mas como ela era estéril, Elcana também se casou com Penina para que
pudesse ter filhos. Penina constantemente provocava Ana pelo fato de ela ser
estéril. Inclusive, a provocação perversa de Penina conseguia transformar uma
ocasião alegre de culto a Deus para Ana em um motivo de tristeza.
Numa dessas ocasiões em que
Elcana havia levado sua família para a adoração em Siló, Ana se derramou na
presença do Senhor. Aqui vale notar que o texto bíblico diz que o Senhor é quem
havia fechado a madre de Ana (1 Samuel 1:6).
Muitas vezes Deus usa o
sofrimento como instrumento para aperfeiçoar a fé e o caráter de seus filhos.
Foi assim com Ana. Ela sabia que somente Deus poderia fazer dela mãe de filhos.
É notável perceber que em nenhum
momento Ana aparece no texto bíblico revidando os ataques e Penina; em nenhum
momento Ana é citada alimentando a divisão e a discórdia em seu lar. Para ela,
o importante mesmo era que Deus soubesse do seu drama. Através desse caráter,
sem dúvida Ana se tornou um exemplo de mulher que trouxe glória a Deus apesar
das adversidades que enfrentou.
O NASCIMENTO DO
LÍDER PROFÉTICO DE ISRAEL FOI RESPOSTA A UMA ORAÇÃO
Ao invés de discutir com Penina
ou de procurar precipitadamente uma solução humana para o seu problema – como
fez Sara através de suas criada, Ana procurou dar o seu melhor ao Senhor. Ela
gastou seu tempo em oração. Ana orou a Deus fervorosamente e fez um voto ao
Senhor dizendo que entregaria o seu futuro filho para servi-lo por toda a vida.
Num primeiro momento Ana foi incompreendida
pelo sumo sacerdote Eli. Mas isso não
importava, pois o Deus que sonda os corações e os pensamentos estava atento a
sua oração. Quando voltaram para casa, Deus respondeu a oração de Ana. Ela
concebeu e deu à luz a um líder profético em Israel. Ana chamou o menino
“Samuel”, que provavelmente significa “ouvido por Deus”.
Quando Samuel foi desmamado, Ana
levou o menino à casa do Senhor em Siló. Ela honrou o voto que havia feito e
ali dedicou o menino ao Senhor. Após dedicar seu filho ao serviço vitalício do
Senhor, Ana irrompeu num extraordinário cântico de louvor a Deus.
O cântico de Ana de muitas
formas lembra os cânticos de Davi e de Maria, mãe de Jesus (2 Samuel 22; Lucas
1:46-55). Em seu cântico, Ana louvou o poder, a santidade, a justiça, a
soberania, a sabedoria, a majestade e a misericórdia do Senhor.
Além disso, na parte final de
seu cântico Ana declarou que o Senhor haveria de dar um rei ungido a Israel.
Essa foi uma profecia cumprida, em certos aspectos, primeiramente no rei Davi; mas que encontra seu
cumprimento pleno e final na pessoa de Cristo.
O nascimento de um líder
profético em Israel havia acontecido. Enquanto a nação estava em declínio, o
Deus que governa a História estava ouvindo e respondendo a oração de uma
humilde e piedosa mulher estéril. O pequeno menino nascido em Ramá seria a
esperança de Israel naqueles dias. Ele seria o instrumento através do qual Deus
daria prosseguimento a sua promessa e estabeleceria em Israel uma linhagem real
de onde haveria de vir o Messias
COMENTÁRIO E
SUBSÍDIO III
INTRODUÇÃO
Antes de aparecer no
cenário de Israel, Samuel já era consagrado diretamente ao Senhor (1 Sm 1.11).
Nesta lição, veremos que esse homem tinha tudo a seu favor para ser o que foi.
Primeiramente, ele foi fruto de oração de sua mãe. Em seguida, passou toda a
sua juventude sob a mentoria do sacerdote Eli, morando no Santuário Central.
Veremos que Samuel era constante na Casa do Senhor e, por isso, foi grandemente
abençoado. O nosso objetivo é que, a partir desta lição, você e o seu lar sejam
grandemente abençoados. Vale a pena criar os filhos no temor do Senhor; que
eles não se afastem da Casa de Deus! [Lições Bíblicas CPAD, Revista
Adultos, 4º Trimestre 2019. Lição 2, 13 Outubro, 2019]
Nesta aula veremos que podemos conhecer a Deus
desde criança. Uma família, embora imperfeita e manchada pelos costumes
contrários à vontade divina, Elcana e Ana desejaram muito um filho, ainda que
Ana era estéril. Penina, a outra mulher de Elcana afrontava Ana diariamente por
sua impossibilidade de gerar e isso era a pior maldição para uma mulher e
motivo inclusive para divórcio. Ana buscou o Senhor e Deus lhe deu a graça de
conceber, nasceu Samuel. Depois de desmamado, foi consagrado como nazireu a
Deus e entregue aos cuidados de Eli para ser educado no serviço ao Senhor. É
esta linda experiência de Ana, que consagrou seu filho a Deus antes mesmo de
ser gerado. Que privilégio, nós como pais, temos de consagrar nossos filhos a
Deus! Bom estudo e crescimento maduro na fé cristã!
I. O
AMBIENTE FAMILIAR DE SAMUEL
1. Onde Samuel nasceu? No capítulo um de 1 Samuel, vemos que o lar onde ele nasceu
não era perfeito. Estudiosos dos costumes bíblicos afirmam que nas famílias dos
homens de Deus do passado havia os mesmos problemas de hoje: conflitos e maus
tratos. Poligamia, rivalidade entre irmãos e oposição entre pais e filhos
também estavam presentes nas famílias daquela época. Tais fatos, porém, não
anularam o projeto de Deus para a família de Samuel. A Bíblia diz que Elcana,
pai do jovem juiz, sacerdote e profeta, era levita da família de Coate (1 Cr
6.22-28), um homem de elevada posição social e chefe da família de Zofim, que
deu origem ao nome da aldeia, Ramataim de Zofim, que significa altitude ou
elevação dupla, isso por causa de Ramá (elevação). Foi em Ramá que Samuel
nasceu, viveu e morreu (1 Sm 1.19; 7.17; 25.1). Assim como seu pai Elcana,
Samuel também era levita e vivia no território da Tribo de Efraim (1 Sm 1.1). [Lições
Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 4º Trimestre 2019. Lição 2, 13 Outubro, 2019]
Ramataim possivelmente significa "duas
alturas"; esse nome só aparece aqui no Antigo Testamento. Em outras
ocasiões a cidade é simplesmente chamada de Ramá. Ficava 8 km ao norte de
Jerusalém. Elcana significa “Deus criou”; ele era o pai de Samuel, de Zufe -
"Zufe" é tanto um lugar (1Sm 9.5) quanto um nome de pessoa (1 Cr
6.35), como aqui. efraimita. Em 1Cr 6.27 Elcana é identificado como membro do
ramo coatita da tribo de Levi. Os levitas viviam entre as outras tribos (Lv
21.20-22). Efraim era a região tribal onde esse levita vivia. Embora a
poligamia não fizesse parte do plano de Deus para o homem (Gn 2.24), ela era
tolerada, embora nunca tenha sido aprovada em Israel (Dt 21.15-17). É provável
que Elcana tenha se casado com Penina porque Ana era estéril. Ela orou por ele
antes dele ser concebido e ele tornou-se um homem de oração. Não à toa, Ana
significa "graça"; provavelmente, ela era a primeira esposa de
Elcana. Já o significado do nome ‘Penina’ é "rubi"; ela era a segunda
esposa de Elcana e a primeira a lhe dar filhos.
2. A bigamia presente. O autor do livro de Samuel pontua que Elcana tinha duas
mulheres, uma prática que feria o princípio bíblico, posto que esse nunca foi o
ideal de Deus para a família (Gn 2.24; Mt 19.5,6); embora fosse tolerado pela
lei (Dt 21.15-17) – alguns homens na Bíblia foram polígamos, mas tiveram
consequências gravíssimas: Abraão, Jacó, Gideão, Davi, Salomão. A prática
comprometedora de Elcana trouxe problema para si e para a sua mulher, Ana, a
quem amava, pois Penina provocava sua rival, visto que ela tinha filhos, mas
Ana, não. Crê-se que o casamento de Elcana com Penina se dera por causa da
esterilidade de Ana.
Por vezes nossos lares se tornam conflituosos
devido à falta de prudência e sabedoria de um dos cônjuges. Por isso, é
imperioso que o esposo e a esposa saibam proceder com verdade e sinceridade,
relacionando-se um com o outro em amor (Ef 4.2) e pedindo sabedoria do alto
para a solução de conflitos (Tg 1.5). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 4º
Trimestre 2019. Lição 2, 13 Outubro, 2019]
Ao leitor das Escrituras não pode pairar dúvida
alguma sobre o padrão divino para o casamento: monogâmico e heterossexual: “Disse
mais o Senhor Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma auxiliadora
que lhe seja idônea (...) Por isso, deixe o homem pai e mãe e se una à sua
mulher, tornando- se os dois uma só carne” (Gn 2.18-25). O desvio desse
padrão veio pós queda com Lameque, filho de Caim (Gn 4). Na sequencia
histórica, temos diversos outros motivos pelos quais praticou-se a poligamia,
como o político, onde tratados internacionais eram selados com o casamento,
como Salomão que se casou com a filha de Faraó (1Rs 3.1) e Acabe que se casou
com Jezabel, filha do rei dos sidônios (1Rs 16.31), além das mulheres que já
tinham. Outro caso em que culturalmente era permitido um segundo casamento
acontecia quando a esposa era estéril, como acontece com a família de Elcana.
No entanto, nenhum destes casos justifica a poligamia, pois se trata de um
desvio do padrão monogâmico. Neste caso, não foi falta de prudência ou
sabedoria de um dos cônjuges, já que era algo cultural do Oriente e regulado
pela Lei de Moisés (Ex 21.7-11; Dt 21.15-17; Lv 18.18; cf. Gn 30.1). Como
devemos lidar com esses exemplos de poligamia no Velho Testamento? Há três
perguntas que precisam ser respondidas. (1) Por que Deus permitiu poligamia no
Velho Testamento? (2) Como Deus enxerga poligamia hoje? (3) Por que houve uma
mudança? Leia aqui.
3. Uma família piedosa. Apesar de todas as querelas presentes na família de Samuel,
há um destaque especial para o seu lado piedoso: de ano em ano subiam todos à
Casa do Senhor para O adorar. Siló* era o centro religioso da nação, que
distava de Betel 18 quilômetros ao norte. Essa família subia para prestar culto
ao Senhor dos exércitos.
Apesar das dificuldades, pais e filhos não
devem deixar de ir à casa de Deus, pois ali, Deus fala conosco! No tocante à
piedade, Paulo diz que ela é proveitosa para tudo (1 Tm 4.8). A palavra “piedade”,
do grego eusebeia, remete à reverência, respeito, temor e fidelidade a Deus.
Assim, se no lar existe a verdadeira piedade, não haverá desrespeito aos pais
nem abandono dos filhos em sua velhice (1 Tm 5.4). [Lições Bíblicas CPAD, Revista
Adultos, 4º Trimestre 2019. Lição 2, 13 Outubro, 2019]
Todos os homens israelitas eram obrigados a
comparecer a três festas anuais no santuário central (Dt 16.1-17). Elcana
comparecia com regularidade a essas festas com suas esposas. A festa mencionada
aqui seria provavelmente festividades relatadas em 1.9. Siló localizava-se
cerca de 32 km ao norte de Jerusalém, em Efraim; ali ficavam o tabernáculo e a
arca da Aliança (Js 18.1; Jz 18.31).
“Shiloh foi o centro do culto israelita. O povo
aqui se reunia para as festas obrigatórias e sacrifícios, e aqui os lotes foram
sorteados para as diversas áreas tribais e para as cidades levíticas. Este era
um ato sagrado, como Deus revelaria os lotes nos quais ELE iria escolher para
dividir a terra entre as tribos.” (CAFETORAH)
A piedade de Elcana pode ser vista em seu amor
dedicado à Ana, sua esposa estéril, motivo que garantia o divórcio. No entanto,
ele a amava; É o amor é que sustenta um casamento diante das adversidades da
vida. É estranho, mas, Elcana é um exemplo de marido! Cuidava da vida
espiritual da família (1Sm 1.4,5); cuidava da vida emocional de sua esposa
estéril (1Sm 1.8); cuidava para que Ana tivesse maturidade espiritual (1Sm
1.21-23); acreditava e incentiva os projetos de Ana (1Sm 1.23a). Note, ainda,
que de acordo com a Lei, Elcana poderia ter declarado o voto de Ana uma
promessa imprudente e tê-la proibido de realizá-lo (Nm 30.10-15). O fato de ele
não ter feito isso demonstra o seu amor e estima por ela.
“As palavras piedoso e piedade aparecem poucas
vezes no Novo Testamento; porém a Bíblia toda é um livro sobre piedade. E
quando, estas palavras aparecem, estão carregadas de significado e instrução. O
apóstolo Paulo, falando da essência da vida cristã em um breve parágrafo,
concentra-se na piedade, dizendo que a graça de Deus “nos ensina a renunciar a
impiedade e as paixões mundanas e a viver de maneira sensata, justa e piedosa”,
enquanto aguardamos a vinda do nosso Senhor Jesus Cristo (Tito 2.11-13).” (IPCUIABA)
‘Piedade’ é demonstrada numa vida de devoção a Deus,
é uma atitude pessoal para com Deus, que resulta em ações agradáveis a Ele.
SUBSÍDIO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO
Ao iniciar a aula faça a seguinte pergunta: “Qual é
o significado do nome de Samuel?” A partir da resposta à pergunta, você pode
introduzir a explicação sobre a família em que Samuel nasceu. Use este trecho
para lhe auxiliar na resposta e no desenvolvimento do tópico: “Quando a criança
nasceu, Ana chamou o seu nome Samuel (20;
Shemuel em 1 Cr 6.33), que literalmente significa ‘nome de Deus’ ou ‘um nome
piedoso’. Como recebera a criança em resposta a sua oração, Ana procurou por um
nome e um caráter divinos. Os nomes do Antigo Testamento compostos por ‘el’ são
derivados de Elohim ou El, os termos hebraicos genéricos para Deus” (Comentário Bíblico Beacon:2 Josué a Ester. Rio de Janeiro: CPAD,
2005, p.181)
II. SAMUEL:
FRUTO DE ORAÇÃO
1. A humildade de Ana. Descrita no primeiro capítulo como uma mulher forte, firme,
decidida, apesar de toda provocação de Penina, Ana se mostrou humilde. Penina,
sua rival, fazia de tudo para que Ana se irasse (1 Sm 1.6), perdesse o
controle, mas o que esta fazia era subir à Casa de Deus (1 Sm 1.9,10).
Uma mulher cristã, espiritual, sempre busca
sabedoria para proceder com prudência, como mulher piedosa (Pv 31.30). Ela
evita responder aos ataques de outras, mas dirigi-se à pessoa certa, derramando
o seu coração diante de Deus (1 Sm 1.12,13). [Lições Bíblicas CPAD, Revista
Adultos, 4º Trimestre 2019. Lição 2, 13 Outubro, 2019]
Interessante que somente nos primeiros capítulos de
1º Samuel Ana aparece, no entanto, sua história a fez uma das mulheres mais
conhecidas da Bíblia. Certamente ela foi uma mulher humilde, mas a virtude que
mais se sobressai é a sua fé e perseverança. Determinada, não desanimou e
derramou toda a sua fé no Deus do impossível. Note também, depois das palavras
ditas por Eli, Ana agiu como se já tivesse alcançado seu objetivo em Deus. É
possível constatarmos a sua gratidão e a firmeza das suas palavras depois de
receber a bênção de Deus.
Sabedoria é o conhecimento iluminado por Deus, é
olhar párea a vida com os olhos de Deus, é ver a vida como Deus a vê. Não é sinônimo
de conhecimento, mas o uso correto do conhecimento. Esta sabedoria é dada por
Deus e deve ser buscada (Ef 1.17).
2. Ana e sua amargura de
alma. Toda a situação na qual vivia
fez com que sua alma tivesse grande amargura. Aqui, a palavra é a mesma que aparece
em Êxodo 15.23 e Rute 1.20. No caso de Ana, pode ser entendida como
desapontamento, frustração. No santuário, ela orava ao Senhor apenas com os
lábios, o que não era comum para os hebreus. Esse ato incomum fez Eli pensar
que ela estivesse embriagada. Mas com reverência, ela explicou sua dor, de modo
que o sacerdote lhe respondeu: “Vai em paz, e o Deus de Israel te conceda a tua
petição que lhe pediste” (1 Sm 1.17). Assim, aprendemos que as nossas amarguras
e ansiedades devem ser colocadas perante o soberano Senhor. Ele sabe como
tratar conosco (1 Pe 5.7). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 4º Trimestre 2019. Lição 2, 13
Outubro, 2019]
Como Eli pode pensar que Ana estivesse embriagada?
Normalmente, a oração pública em Israel era audível. Entretanto, Ana orava em
silêncio, apenas mexendo os lábios, e isso fez Eli imaginar que estivesse
embriagada. A Bíblia indica que Ana tinha dois grandes problemas na vida. Sobre
o primeiro, ela tinha pouco controle; e sobre o segundo, nenhum. O seu nome, assim
como o seu modo de ser, nos apresenta uma mulher graciosa, amável, mansa e
generosa. Apesar de possuir estas tão boas características, ela vivia com a
alma amargurada.
“Ela estava num casamento polígamo, e a outra
esposa de seu marido a odiava. Além disso, Ana era estéril. Essa situação é
difícil para qualquer mulher que deseja ter filhos, mas na cultura e na época
de Ana era algo ainda pior porque todos esperavam ter descendência para dar
continuidade ao nome da família. Ser estéril era uma grande vergonha. [...]
Quer Elcana soubesse de toda a crueldade de Penina, quer não, uma coisa é
certa: Deus sabia de tudo. Sua Palavra expõe o que aconteceu, dando assim um
forte aviso a todos os que praticam atos aparentemente pequenos de ódio e
ciúme. Por outro lado, pessoas inocentes e pacíficas como Ana podem sentir-se
consoladas por saber que o Deus de justiça resolve todos os assuntos no seu
tempo e à sua maneira. (Deuteronômio 32:4) Ana com certeza sabia disso, pois
foi ao Senhor que ela procurou em busca de ajuda.” (BIBLIOTECABIBLICA)
3. O pedido de Ana. Ana pediu um filho para Deus. Nesse pedido ela fez um voto,
mencionando duas promessas: primeira, se o pedido fosse atendido, ela dedicaria
o seu filho como levita para sempre (1 Sm 1.22) – note que o ministério de
levita durava até 50 anos (Nm 4.3); segunda, ele seria um nazireu de Deus (1 Sm
1.11) – observe que o nazireado tinha um tempo determinado também (Nm 6.2-5).
Deus ouviu o pedido de Ana e agiu em seu favor; a expressão “lembrou-se dela”
aponta para o socorro divino. Como é maravilhoso entregar tudo a Deus,
levar-lhe nossas causas, pois Seu agir é certo! Deus ainda intervém! [Lições Bíblicas
CPAD, Revista Adultos, 4º Trimestre 2019. Lição 2, 13 Outubro, 2019]
Ana prometeu ao Senhor que, se Ele lhe desse um
filho, ela o daria a Ele em troca desse favor. De acordo com Números 30.6-15, o
voto de uma mulher casada podia ser confirmado ou anulado pelo marido. Notemos
a maneira humilde e submissa de falar de si na presença do Soberano – “tua
serva”. Ana pediu atenção e cuidado especial do Senhor, por todos os dias da
sua vida. Um contraste com o voto normal nazireu, que era apenas, por um
período de tempo (Nm 6.4-5,8). Embora não esteja especificado nesse capítulo, o
voto nazireu é certamente pressuposto “sobre sua cabeça não passará navalha”. O
ato de não raspar os cabelos da cabeça é um dos três requisitos do voto (Nm
6.5). Essa expressão foi usada em outra passagem apenas a respeito do nazireu
Sansão (Jz 13.5; 16.17).
SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO
“Ana não acompanhou a família até Siló para a festa
anual depois do nascimento de Samuel, até que seu filho crescesse o suficiente
para ser desmamado (22), o que
geralmente acontecia entre os dois e três anos de idade. Fica claro que Elcana
foi informado sobre o voto que Ana fizera em relação ao seu filho desejado e
que ele consentiu plenamente com o desejo de sua esposa. O significado de um
sacrifício pessoal, tanto para ele como para Ana, é visto na atitude de Jacó
para com José, o primeiro filho de sua esposa favorita, Raquel (Gn 37.1-4). No
versículo 21, em vez de sacrifício anual e a cumprir o seu voto, a
Septuaginta traz ‘pagar seus votos e todos os dízimos de sua terra’” (Comentário Bíblico Beacon: 2 Josué a Ester. Rio de Janeiro: CPAD,
2005, p.181).
III. A DEDICAÇÃO DE SAMUEL
1. O nascimento de Samuel. O versículo 20 diz que, passado algum tempo, Ana concebeu,
teve um filho, e o nomeou de Samuel, que pode significar “ouvido de Deus” (do
heb. Shemu´á-el) ou “seu nome é poderoso” (do heb. Shemu-´el). Atente para o
sufixo el, tanto no caso de Shemu´á-el quanto no de Shemu-´el. A ênfase aqui
recai para um nome poderoso, ou seja, ao poder do Eterno, que deve ser adorado para
sempre. Isso mostra que Samuel cresceu, fortaleceu-se e confiou no Deus
Todo-Poderoso, como indica o seu próprio nome. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 4º
Trimestre 2019. Lição 2, 13 Outubro, 2019]
Esse nome significa, literalmente, "nome de Deus",
mas soava como "aquele que foi ouvido por Deus". Para Ana a
assonância era o mais importante, pois Deus ouvira a sua oração.
“Samuel é o personagem mais importante entre
Moisés e Davi. Ele foi o Lutero ou o João Batista de seu tempo. Toda a sua carreira,
desde o nascimento até a morte, nos eleva acima dos baixos níveis típicos desse
período. A estéril Ana, com o anseio de uma hebréia por um filho, pede-o a Deus
e depois o devolve a Deus. Assim, Samuel foi criado no tabernáculo em Silo. O
sumo sacerdote, Eli, também era o "juiz" daqueles dias. Ele foi o
primeiro a concentrar as duas ocupações numa só pessoa. O idoso Eli, embora
pessoalmente fosse puro, permitiu que os gravíssimos pecados de seus filhos
passassem em branco, sem repreensão. Através do menino Samuel, Deus revelou a
sentença contra a casa de Eli. Esta ocorreu durante a famosa batalha de Afeque,
quando os filisteus mataram os filhos de Eli e capturaram a arca. Eli caiu
morto ao receber a notícia. Os anos de trevas que se seguiram foram amenizados
com a esperança crescente em Samuel, chamado para ser um profeta de Deus” (WEBARTIGOS)
“O nascimento do filho de Ana é parte de uma
longa história de homens e mulheres de Deus que oraram por uma criança como um
presente divino (Gn 12.1-3). Quando Ana teve o filho, ela o chamou Samuel, que
significa ouvido por Deus. Ela explicou que o chamou assim porque o tinha
pedido ao Senhor. Há um jogo de palavras nesse versículo, pois o nome Samuel
soa como as palavras em hebraico pedido a Deus (1 Sm 1.28).” (BIBLIOTECABIBLICA)
2. O cumprimento do voto. A partir do versículo 21, nota-se que Elcana, marido de
Ana, subiu à casa de Deus para, juntamente com toda a sua casa (com a exceção
de Ana, que só subiria após desmamar o menino) apresentar sacrifícios anuais e
cumprir o seu voto. Pelo texto da Septuaginta, Elcana cumpriu seus votos e também
entregou os dízimos do produto da terra (Dt 12.26,27). Esse procedimento
consistia em entregar os dízimos do produto da terra, conforme se esperava que
todo levita fizesse (Nm 18.26; Ne 10.38).
Após ser desmamado, aproximadamente três anos
mais tarde, Samuel foi levado por seus pais à Casa de Deus, e entregue ao
sacerdote Eli como cumprimento do voto feito por sua mãe. Assim, o casal
cumpriu conforme o prometido: “Quando a Deus fizeres algum voto, não tardes em
cumpri-lo” (Ec 5.4a). [[Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 4º Trimestre 2019.
Lição 2, 13 Outubro, 2019]
Elcana apoiou a esposa e se uniu a ela no voto ao
Senhor. Depois do nascimento de Samuel, ele fez a sua oferta voluntária ao
Senhor (Lv 7.16). As promessas feitas a Deus têm sérias implicações. A base no
Antigo Testamento para essa advertência é encontrada em Dt 23.21-23; Jz 11.35.
Ananias e Safira descobriram isso do modo mais difícil (At 5.1-11).
3. Dedicação de Samuel. Ana lembrou a Eli de que esteve perante a sua presença,
orando ao Senhor para que “se lembrasse dela”. Assim, Ana dedicou Samuel a Eli
para o serviço no templo, devolvendo-o para o Deus Todo-Poderoso. Era uma
dedicação irrevogável.
Como é bom quando os pais se dedicam as coisas
de Deus e, consequentemente, mostram aos seus filhos, na prática, uma vida de
devoção sincera. Ao chegarem ao templo, em reverência, oram a Deus; em casa,
fazem o culto doméstico; primam por viver o Evangelho de Jesus Cristo. Os
filhos que crescem, vendo tal dedicação sincera, naturalmente, são estimulados
a temerem a Deus e a amá-lo de todo o coração. Mostremos, portanto, reverência,
humildade e honra ao Senhor nosso Deus!. [Lições Bíblicas CPAD, Revista
Adultos, 4º Trimestre 2019. Lição 2, 13 Outubro, 2019]
As crianças hebreias eram normalmente desmamadas por
volta dos dois ou três anos de idade. Ao cumprir seu voto, Ana deu um
testemunho do que Deus havia feito por ela. Ao contar aos outros, ela exaltou a
Deus e o louvou pela graça que Ele lhe concedeu. Quando no versículo 28 ela
diz: “Ao Senhor eu o entreguei”, ela afirma que fez uma completa entrega
da criança a Deus, esta é a idéia do verbo hebraico traduzido como ‘entreguei’.
“Dentro do contexto da sua oração, Ana fez um
voto a Deus. Ela prometeu que, se Deus lhe desse um filho, a criança seria dedicada
a Ele. Os levitas costumavam trabalhar dos 25 aos 50 anos (Nm4-3; 8.24-26). Ana
dedicou seu filho à obra de Deus enquanto ele vivesse. (A Bíblia fala apenas de
outra pessoa a serviço de Deus por toda a vida, o juiz Sansão — Jz 13— 16.) As
palavras sobre a sua cabeça não passará navalha se referem à lei do nazireado.
O voto do nazireado envolvia um período de tempo determinado (normalmente não
mais do que algumas semanas ou meses), durante o qual havia o comprometimento
de a pessoa se abster completamente do vinho, de cortar o cabelo e de tocar
qualquer corpo morto. Ana prometeu que seu filho seria um nazireu por toda a
vida.” (BIBLIOTECABIBLICA).
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
“Voto. Essa palavra tem três diferentes usos
gramaticais, isto é, pode ser um verbo transitivo, um verbo intransitivo ou um
advérbio. Elas expressam a ideia de uma promessa verbal feita – geralmente, mas
não exclusivamente – a Deus.
No AT foram usadas três palavras hebraicas. Uma
delas é o verbo nadar, e outra é o substantivo neder, derivado desse verbo. A
terceira é ‘issar, com um sentido negativo – um voto de abstinência. O
substantivo do NT, usado apenas duas vezes, é o termo grego euche, que é
traduzido como ‘um voto’.
Os votos do AT parecem adotar três formas básicas:
do tipo de barganha, atos de abnegada devoção, e aqueles que têm como
finalidade a abstenção” (Dicionário Bíblico Wycliffe.
Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p. 2027).
CONCLUSÃO
Com esta lição, somos estimulados a apresentar
a Deus as nossas petições. Uma vez abençoados, voltarmos à sua Casa, conforme o
exemplo de Ana, para agradecê-lo pelas orações respondidas. Nesse sentido,
nossa vida deve ser um testemunho aberto aos nossos filhos acerca da dedicação,
reverência e humildade ao Deus Todo-Poderoso. Ana teve dois privilégios: ter um
filho e, além disso, vê-lo ungido por Deus para o ministério. Por intermédio de
sua família, Deus pode levantar novos vocacionados. [Lições Bíblicas CPAD,
Revista Adultos, 4º Trimestre 2019. Lição 2, 13 Outubro, 2019]
“Agora Samuel está morando com o sacerdote Eli.
Lá no templo ele ajudava o sacerdote Eli nos ofícios litúrgicos. Samuel
ministrava perante o Senhor, sendo ainda menino, vestido de uma estola
sacerdotal de linho (1 Samuel 2.18). Literalmente um aprendiz de sacerdote.
Vestido como ele, fazendo as coisas que ele fazia. Samuel foi ensinado a amar
as coisas de Deus. Assim deve ser na nossa casa, ensinado os nossos filhos no
caminho em que devem andar, para quando forem mais velhos não se desviarem dele
(Provérbios 22.6). As crianças são a igreja do hoje e do amanhã, elas precisam
ser acolhidas e ministradas em todas as áreas de sua vida. Pr. Rodolfo nos
falou há poucas semanas sobre os trabalhos integrados dos cultos, das células e
das famílias com as revistas de devocionais. Temos uma visão clara de que a
responsabilidade primeira da educação cristã dos filhos é dos pais com o apoio
da igreja, por meio das celebrações e das células. O texto relata que Samuel
crescia em estatura e no favor do Senhor (1 Samuel 2.26). Que Deus nos ajude
para que nossas crianças sejam assim também.” (IPILON)
Concluindo, vemos a alegria de Ana, no entanto, não
esqueçamos que antes sua alma estava amargurada e desesperançada. Antes da
vitória tem as lutas. Mas importante lembrar que, nós os remidos por Cristo,
temos firme esperança, como Paulo orou em Efésios 1.17-18, precisamos receber
de Deus um ‘espírito de sabedoria... coração’, para que tenhamos a
disposição do conhecimento piedoso e a percepção do que uma mente santificada é
capaz, e assim, entender a grandeza da esperança (Rm 8.29; 1 Jo 3.2) e da
herança que temos em Cristo. Uma mente iluminada espiritualmente é o único meio
do verdadeiro
entendimento e apreciação da esperança e da herança em Cristo e de viver de
maneira obediente a ele.
Francisco Barbosa
Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br
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