sexta-feira, 16 de agosto de 2019

LIÇÃO 7: A MORDOMIA DOS DÍZIMOS E OFERTAS



SUBSÍDIO I

A MORDOMIA DOS DÍZIMOS E OFERTAS
A igreja local, como integrante da “[...] universal assembleia e igreja dos primogênitos, que estão inscritos nos céus [...]” (Hb 12.23), alem das necessidades espirituais, que devem ser atendidas espiritualmente, possui necessidades materiais, que demandam recursos materiais, financeiros e patrimoniais. A manutenção da igreja local faz parte da administração eclesiástica. Antigamente, tudo era bem mais simples nos cuidados com as igrejas locais.
Homens simples, as vezes, sem a menor cultura secular, desincumbiam-se das tarefas pastorais, na direção de igrejas, de forma empírica, sem qualquer critério de organização humana ou material. No entanto, nos dias presentes, as igrejas locais precisam ter recursos materiais, notadamente, financeiros, para atender sua manutenção, face as variadas atividades que desenvolvem, tanto para a comunidade interna, formada de membros e congregados, como para o publico externo, que inclui a sociedade em que se insere, bem como as autoridades publicas, que governam e organizam a vida da nação. Face essa realidade, a igreja local tem que cumprir a legislação pertinente a sua condição de “organização religiosa, sem fins lucrativos”, como rezam seus estatutos.
Na mordomia da parte financeira, os dízimos e as ofertas, que constituem as contribuições dos crentes fieis, bem como as fontes de recursos e de financiamento das atividades das igrejas nos dias presentes, há uma legislação que favorece a aplicação independente de certas prestações de contas, ate mesmo de imunidade tributaria, e, ao mesmo tempo, significa grandes responsabilidades perante as normas que regem o uso dos recursos eclesiásticos. Normalmente, as igrejas são imunes aos impostos, mas precisam declarar suas rendas. Por isso, os gestores eclesiásticos precisam saber usar os recursos — constituídos pelos dízimos e pelas ofertas — de forma fiel e coerente com a missão que Deus confiou as igrejas locais por meio de seus lideres, administradores ou mordomos diante de Deus (1 Co 4.1,2). Os dízimos e as ofertas, entregues pelos servos de Deus ao Tesouro da igreja local, são consagrados a Deus e, em ultima analise, pertencem a Ele. Por isso, devem ser entregues com muito amor e fidelidade e, mais ainda, devem ser aplicados de forma correta e legal, na mordomia das contribuições, com base nos princípios da Palavra de Deus.

AS FONTES DE RECURSOS DA IGREJA LOCA L

A Igreja, no sentido espiritual e universal, não precisa de bens materiais. No entanto, no sentido de igreja local, como organização e instituição, necessita de recursos materiais, financeiros e patrimoniais para sua manutenção, bem como a obtenção e uso de meios para o cumprimento de sua missão. As fontes legitimas, legais e bíblicas dos recursos para a manutenção da igreja local são basicamente duas: os dízimos e as ofertas alçadas. A base para essa definição esta no Antigo Testamento, mas tem aplicação adequada e necessária na igreja local sob a égide do Novo Testamento (Ml 3.10). Diante dessa determinação bíblica, os recursos financeiros de que a igreja local necessita não devem ser provenientes de governos, de órgãos públicos ou de organismos financeiros. Toda vez que algum obreiro resolveu conseguir dinheiro para a igreja em fontes estranhas ao que a Bíblia recomenda, acarretou problemas para seu ministério e para os irmãos. Que Deus nos guarde de vermos igrejas envolvidas com lavagem de dinheiro, tráfico de drogas ou quaisquer outras praticas corruptas e abomináveis aos olhos de Deus.
Não e errado a igreja local, através de uma instituição social, como uma associação beneficente, um centro social, uma creche, ou um hospital, instituídos legalmente, receber recursos que lhe sejam oferecidos pelo Poder Publico para obras sociais, por exemplo, desde que isso não implique em compromisso político ou de outra ordem. Afinal de contas, se ha subvenções para centros espíritas, terreiros de macumba, creches, hospitais e outras instituições, os cristãos são cidadãos do país e pagam seus impostos e taxas, que devem servir para o bem comum. E preciso saber separar “o joio do trigo” nesse aspecto. O que não se deve aceitar e a concessão de recursos públicos para as atividades-fim da igreja: evangelização, ensino, adoração, louvor, etc. O financiamento das atividades da igreja local deve ser proveniente das fontes indicadas na Palavra de Deus: dos dízimos e das ofertas dos crentes fieis, que amam a obra do Senhor.

Texto extraído da obra “Tempos, bens e talentos”, editada pela CPAD 
COMENTÁRIO E SUBSÍDIO II

INTRODUÇÃO

Nesta lição, estudaremos sobre os dízimos e ofertas na obra de Deus. Veremos que, de um lado, os dízimos e as ofertas pertencem a Deus e devem ser-lhe entregues com amor, alegria e fidelidade. Por outro, a liderança eclesiástica deve aplicar os recursos de forma correta, fiel e transparente. Assim, a mordomia desses recursos deve ser executada com base nos princípios da Bíblia Sagrada. 
Este assunto é interessante e exige um debate mais prolongado. O que exporei aqui é aquilo que entendo sobre o tema à luz do Novo Testamento. Na Igreja onde sirvo como Presbítero, ensinamos que o ato de dar deve ser um assunto entre o Espírito Santo e o crente, jamais uma regra estabelecida. Estou convencido de que o dízimo não é obrigatório para os crentes. Sem dúvidas, é uma disciplina interessante para a mordomia financeira e pode ser um guia adequado para determinar quanto as pessoas podem dar (de fato, para muitos numa sociedade próspera este nível pode até ser adequado), mas a quantia a ser dada deve ser uma decisão pessoal. O Apóstolo Paulo escreveu que Deus examina a motivação para dar e não a quantia (2Co 9.7). A maioria das igrejas evangélicas ensinam que os crentes devem dar obrigatoriamente o dízimo (10% da renda pessoal), e muitos utilizam a expressão “dízimos e ofertas” em cultos de adoração. Neste subsídio, estou argumentando que o dízimo não é obrigatório para os crentes em Jesus Cristo.
O objetivo deste estudo não é o de se contrapor ao dízimo, mas de esclarecer a verdade da forma certa de como contribuir pela graça, não por coação psicológica e doutrinária, utilizada por muitos líderes de igrejas, através de versículos da lei judaica, mas sim contribuir sem constrangimento exposto em 2 Coríntios 9.7.
O cristão não é obrigado a dar o dízimo, nem por medo do “devorador” Malaquias 3:11 ou de ser amaldiçoado, porque o dízimo é um mandamento da lei judaica, além disso, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo e Ele já nos abençoou com todas as bênçãos nas regiões celestiais Romanos 8:1 e Efésios 1:3. Nem rouba a Deus o cristão que não dá o dízimo... não temos o dever de chamar de ladrão a quem Jesus libertou, se ele contribui com 0% ou 100% é uma atitude pessoal, ele é livre para decidir. Jesus condenou a atitude dos judeus escribas e fariseus que dizimavam até o cominho e não ofertavam o seu amor ao próximo. Mateus 23:23, infelizmente, muitos cristãos têm repetido esta mesma atitude.
Não há um só versículo no Novo Testamento, que registre a obrigatoriedade do cristão dizimar. Por outro lado, se o cristão deixa de contribuir ou diminui esta contribuição, por que descobre que não é obrigado, está agindo de má fé para com Deus, como fez Ananias e Safira, ele deve contribuir sim e feliz porque sabe que pode fazê-lo por amor a Deus e não por imposição de homens, e segundo o que propuser em seu coração. Toda a contribuição para a Igreja era feita unicamente através de ofertas e partilha de bens. Nós, cristãos, devemos ter o cuidado de não ficarmos como passarinho no ninho: obrigados a engolir o que colocam na nossa boca.
Pela Lei, o dízimo era destinado à tribo levítica, aos sacerdotes desta tribo. Eles recebiam e se mantinham dos dízimos, porque não tinham herança e cuidavam do Templo de Deus, a Casa do Senhor, para onde os dízimos eram levados. Números 18:21/30 O Templo foi destruído e não existem mais os sacerdotes levitas. Pela Graça, a instituição do dízimo é ilegal e sem respaldo bíblico, porque todos nós somos sacerdotes de Cristo. Apocalipse 1:6, pois não há mais necessidade desta tribo sacerdotal. O Dízimo foi estabelecido para os judeus; não para a igreja de Jesus Cristo (Hb 7.5). – VENHA PENSAR MADURAMENTE A FÉ CRISTÃ!

I. AS FONTES DE RECURSOS DA IGREJA LOCAL

1. Dízimos e ofertas. A igreja local tem como fonte legítima de recursos os dízimos e as ofertas. Sem eles, muitos trabalhos ficariam inviabilizados. O fundamento para essa legitimidade está no Antigo Testamento (Lv 27.30-33, Ml 3.10), no Novo (Mt 23.23; 2Co 8.8-15) e ao longo da História da Igreja. Não se trata, portanto, de uma prática que começou por imposição de uma pessoa ou de grupo ou de denominação, mas pela necessidade natural da Obra do Senhor. 
A proposta deste Blog não é replicar um determinado ensino só por que a denominação ensina assim, mas convidar o leitor a ‘pensar maduramente a fé cristã’. Assim, de início, convido-os a pensar se o dízimo é um mandamento para o cristão?
A resposta é Não, o dízimo não é um mandamento para o cristão mas é recomendado. Jesus não nos ordenou dar o dízimo, mas nos ensinou sobre a importância de ofertar. “O dízimo é a doação fiel e voluntária de 10% do rendimento da pessoa, família ou empresa. É o padrão mínimo no Novo Testamento. O dízimo foi praticado por Abraão, nos dias de Moisés, após o cativeiro babilônico, referendado no Novo Testamento e incentivado por nosso Senhor Jesus Cristo (Mt. 23:23; Lc 11:42). Ofertas são as doações feitas além do dízimo e reflete a generosidade do coração da pessoa. Dízimos e ofertas são expressões de nossa devoção e amor a Deus e, como tal, contraria o padrão do mundo, cujo foco é a avareza (Gn. 28:16-22; Ml. 3:7, Hb 13.4-5). Ao entregar dízimos e ofertas, declaramos nossa fé em Deus, que é o supridor de nossas necessidades (Gn. 14:20-23). A sustentação do ministério cristão através de dízimos e ofertas é um fato registrado em toda a história da igreja, feita por crentes fiéis, zelosos, visionários da obra missionária e comprometidos com a expansão da influência do Reino de Cristo no mundo.” (OITAVAIGREJA)
As ofertas do cristão devem ter a mesma função que o dízimo:
• Agradecer a Deus – nosso sustento vem de Deus e não devemos ficar presos pelo amor ao dinheiro (Mt 6.24)
• Cobrir as despesas da igreja – o bom senso dita que quem quer usufruir da igreja deve ajudar com as despesas
• Sustentar os obreiros – quem trabalha servindo a igreja merece ser sustentado pela igreja – veja aqui: pastor deve receber salário?
• Ajudar os mais necessitados – o cristão deve ajudar seus irmãos mais pobres.
2. O cuidado com recursos externos. Com base na Bíblia, os recursos financeiros da igreja evangélica jamais devem ser provenientes de governos ou de órgãos públicos, ou de organismos financeiros. Nossa missão é divina! Que Deus guarde a igreja local de envolvimento com práticas ilícitas e abomináveis aos olhos de Deus.
 Este subtópico contradiz o próximo, já que uma das missões da Igreja neste mundo é a filantropia e o cuidado com os mais pobres... Todos os trabalhos efetuados pela igreja, inclusive obras filantrópicas, necessitam de recursos, que além dos bíblicos (Dízimos e ofertas), há de se contar com as doações provenientes de governos ou órgãos públicos, e como todas as coisas devem ser feitas para a glória de Deus (1Co 10.31), aqueles que administram os recursos devem ter o máximo cuidado em verificar a origem destes.
Existe uma Lei que regula a filantropia: Lei da Filantropia nº 12.101 de 27/11/09 que, trouxe regras mais severas para o processo de certificação de entidades beneficentes de assistência social. Esta Lei ampara as instituições que estejam adequadas às suas definições, enquanto que, aquelas que não se enquadrarem, estarão órfãs do apoio público para o prosseguimento de suas atividades, seja através de recursos diretos e indiretos, uma vez que, os olhos do Estado estarão voltados para as instituições que cumprirem as suas regras.
3. Outras fontes de recursos. Se a igreja local tiver um centro social de amparo às pessoas vulneráveis, não há impedimento para que o poder público envie recursos para tal ação social. Entretanto, é necessário cumprir as prescrições legais para que não haja a possibilidade de qualquer “aparência do mal”. Outrossim, a igreja jamais deve lançar mão de bingos, rifas e outros jogos de azar para aumentar suas receitas. Isso é pecado; desagrada a Deus.
Rifas e Bingo é pecado? Mesmo que o objetivo da rifa ou bingo seja louvável, o que incomoda, de fato, é que a rifa ou bingo leva as pessoas a ajudarem incentivadas apenas pela possibilidade de ganhar algum prêmio. Se não fosse assim não haveria a necessidade da rifa, não é verdade? Ou seja, o coração da pessoa é movido pelo prêmio oferecido e não pelo objetivo louvável, pela vontade de verdadeiramente colaborar para que o objetivo seja alcançado.
O conselho bíblico é que a contribuição deve ser espontânea, baseada em desejos e sentimentos corretos e que agradam a Deus (2Co 9.7). Aquele que deseja contribuir com alguma causa do reino de Deus o faz sem a necessidade de ter que ser estimulado por um prêmio ou estimulado pelo seu desejo de ganhar sempre algo em troca por tudo que faz. Ele faz estimulado pelo seu sentimento de dever, de ter em mãos a possibilidade de fazer o bem e obedecer ao que Deus ensina: “Portanto, aquele que sabe que deve fazer o bem e não o faz nisso está pecando” (Tg 4.17).

SUBSÍDIO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO

Há segmentos no meio evangélico que tentam desencorajar o ato de entregar o dízimo. Uns dizem que um crente que entrega o dízimo é legalista, pois, dizem eles, “não há esse mandamento para a igreja do Novo Testamento”.
Ao iniciar a aula proponha uma visão equilibrada sobre o assunto, a partir do auxílio teológico do tópico II. Exponha que o dízimo é uma prática majoritária na tradição cristã. E que a sustentação bíblica não passa apenas pela Lei de Moisés, mas principalmente pela voluntariedade de Abraão, Jacó, Jesus e a prática da igreja ao longo dos séculos.

II. A BASE BÍBLICA PARA OS DÍZIMOS E AS OFERTAS

1. Os dízimos no Antigo Testamento. Muitos acusam de legalismo os que observam a disciplina do dízimo e das ofertas. Entretanto, veremos que a origem do dízimo é anterior a Lei, e que o que o legitima é o sentimento de gratidão do fiel ao seu Criador. 
Lembro mais uma vez que o nosso objetivo é pensar maduramente a fé cristã. O dízimo antes da lei não era rotineiro, e era voluntário. Os dois exemplos do dízimo antes da lei (em Gênesis) foram eventos únicos, voluntários e envolvendo mais do que dinheiro. O exemplo de Abraão foi do dízimo entregue uma vez apenas, dos despojos de uma guerra (Hb 7.2; Gn 14.20). Visto como Abraão havia feito um voto de não tomar pessoalmente qualquer despojo dessa guerra (Gn 14.22-24), aparentemente ele dizimou o que pertencia aos outros ou o que poderia em breve lhes pertencer. Nada existe na Escritura dizendo que Abraão tenha dado o dízimo de sua própria renda ou riqueza, em tempo algum. Abraão recebeu uma bênção e em seguida deu o dízimo, e aparentemente fez isto por um costume da sociedade, sem qualquer mandamento divino para fazê-lo. (Gn 14 e Hb 7.1). O exemplo único de Jacó dizimar foi prometido se Deus fizesse algo, e a Escritura não esclarece se Jacó de fato o cumpriu (Gn 28.22). De qualquer maneira, estes dois exemplos esclarecem que o dízimo antes da lei não era obrigatório, mas voluntário. Visto como a Escritura, antes da lei, só registra incidentes onde o dízimo foi dado uma única vez na vida, fica claro que ele não era uma prática rotineira... Também, tendo em vista que Jacó prometeu dizimar o que ele já havia ganho e possuía (quer dizer, possuía totalmente, depois de pagar todos os custos e débitos associados, que não foi tomado emprestado ou falta pagar uma parte dele, nem que serve de penhor, nem que está hipotecado ou sob qualquer tipo de reserva de domínio), entende-se que ele pretendia dizimar sobre os seus lucros. Isso é importante, e discutiremos mais tarde sobre os lucros. Os que procuram tornar o dízimo estritamente baseado em dinheiro, obrigatório e rotineiro, afirmando ter ele existido "antes da lei", não estão ensinando como ele realmente foi dado, “antes da lei”.  Notem ainda as seguintes escrituras  mostrando a natureza voluntária de como se ofertava antes da lei (Êx 35.5, 21,22,24, 29).
1.1. Origem do dízimo. De acordo com a Bíblia, a entrega do dízimo (hb. ma’ aser — décima parte) teve origem no sentimento sincero do patriarca Abraão. Como gratidão ao favor de Deus, ele deu o dízimo de tudo ao sacerdote Melquisedeque (Gn 14.14-20). Assim, é patente que, para além do valor material do dízimo, o gesto de generosidade é significativo. Quando o dízimo tornou-se lei, a gratidão, que é subjetiva, estava no “espírito” da lei. O povo de Israel devia ser grato ao Criador.
Como já explicado acima, o Dízimo que Abraão entregou a Melquisedeque foi do despojo de guerra. De foto, Gênesis 14.14-20 é a primeira menção nas Escrituras da oferta de 10 por cento (cf. Gn 28.22). Essa oferta era totalmente voluntária e pode ter sido apenas um décimo do melhor, não um décimo do total (Hb 7.4). Na antiguidade, era comum que as pessoas dessem dízimo a um deus ou ao seu representante. Abraão, o pai da fé hebraica, deu dízimo a Melquisedeque. Essa é uma prova de que Melquisedeque era superior a Abraão - o menor dá dízimo ao maior. Esse décimo não é igual aos décimos exigidos de Israel na lei mosaica (veja Nm 18.21-24; Dt 14.22; 26.12). Note, ainda, que o dízimo é um preceito da Lei de Moisés (Nm 18.24), embora Abraão tenha dizimado antes da Lei, no lugar do número dos sacerdotes, os quais se encontravam nos seus lombos (Hb 7.9,10). O dízimo passou a ser um pacto (Dt 12.6,17), um contrato, entre Deus e os israelitas (Dt 14.22-28).
1.2. O dízimo é do Senhor (Lv 27.30). Nesse sentido, quando entregamos o dízimo não restituímos nada a Deus nem fazemos barganha com Ele, pois, como percebeu o Rei Davi, “tudo vem de ti, e da tua mão to damos” (1Cr 29.14). O dízimo é do Senhor! 
O texto de Levítico 27.30-32, versa sobre as dízimas, esse era o dízimo geral que era dado aos levitas (Nm 18.21-32). Em Levítico, essa é a única menção do dízimo ou 10%. Porém, junto com essa oferta, havia outros dois dízimos no Antigo Testamento, totalizando 23% por ano (o segundo dízimo em Dt 14.22; e o terceiro dízimo a cada três anos em Dt 14.28-29; 26.12).
1.3. O objetivo do dízimo no Antigo Testamento. Deus instituiu o dízimo como Lei para a manutenção da sua Casa, sustento da classe sacerdotal e o cuidado com os órfãos e as viúvas (Ml 3.5; Dt 26.12; Jr 22.3). Nesse sentido, há promessas de bênçãos aos dizimistas fiéis (Ml 3.8-10).
É interessante notar que em Malaquias 3.10-12, ao contrário do padrão bíblico normal, o povo é convidado a provar a Deus (cf. is 7.11-12; 1Rs 18.20-46). Se o honrassem ao deixar de roubar dele e mostrassem arrependimento sincero entregando-lhe o que era devido, o Senhor derramaria sobre eles bênçãos em grande abundância ( Pv 11.24-25),  os protegeria dos gafanhotos ("o devorador") e os tornaria bem-aventurados aos olhos das nações (Is 62.4).
O DÍZIMO surgiu na dispensação da Promessa, de Abraão até Moisés. Deus estava para estabelecer o número de sacerdotes (10% da tribo de Levi), na dispensação da Lei, dentre os filhos de Levi, que já se encontravam nos lombos (no corpo) de Abraão, seriam seus descendentes Hebreus 7:9/10 com a finalidade de ministrarem no Templo onde passariam a habitar. Foi o principal motivo, pelo qual, o Espírito inspirou Abraão a pagar a Melquisedeque o dízimo Hebreus 7:4, referente a 10% dos sacerdotes da tribo de Levi que estavam nos seus lombos. Quando o dízimo foi instituído na Lei, os levitas ficaram isentos de pagá-lo, como diz o texto: ...Levi que recebe dízimos, pagou-os na pessoa de Abraão. Hebreus 7:5/9 Ficaram isentos porque o dízimo deles foi pago na pessoa de Abraão a Melquisedeque, que era a figura do sacerdócio eterno de Cristo. Os sacerdotes levitas foram os únicos autorizados por Deus, aqui na terra, segundo as Escrituras, a receberem dízimo 2º Crónicas 31:5/6 e 2º Crónicas 31:12; Neemias 10:37 e Neemias 12:44, não o Sistema eclesiástico atual. Muitos irmãos indagam: “Mas porque Deus tem me abençoado, depois que tenho dado o dízimo?” Ora, se a Palavra diz que Deus é misericordioso até com os maus Mateus 5:45, quanto mais com um filho seu, que é generoso para contribuir na Obra do Senhor, mesmo que não tenha conhecimento real da profundidade desta contribuição, sendo o seu coração sincero diante de Deus, Deus o prosperaria independentemente do que ele oferta ou do que vota. Deus está mais interessado na misericórdia dos nossos corações, que nos sacrifícios de nossas mãos, como dito em Mateus 9:13.” (ESTUDOS-BIBLICOS)
2. O dízimo no Novo Testamento. A Bíblia mostra que os fariseus eram rigorosos quanto a entrega dos dízimos. Esse entendimento está presente nas palavras de Jesus: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho”. Entretanto, ao mesmo tempo Ele declarou: “desprezais o mais importante da lei, o juízo, a misericórdia e a fé; deveis, porém, fazer essas coisas e não omitir aquelas” (Mt 23.23 — grifo meu). Aqui, o que o Senhor denuncia é o legalismo e a hipocrisia dos fariseus, e não a entrega do dízimo mesmo. Vejamos dois propósitos do dízimo hoje:
O Novo Testamento não contém nenhuma regra clara sobre o dízimo mas diz que o crente deve ser generoso em suas ofertas para o trabalho da igreja. A generosidade é um sinal de gratidão e de confiança em Deus. Os primeiros discípulos davam muito mais que o dízimo! (At 4.32-35).
O raciocínio do comentarista está correto na questão do que está em jogo nesta passagem do Novo Testamento – a hipocrisia dos fariseus; mas não valida a prática do Dízimo para a Igreja. Foi extinto o sacerdócio levítico, que era da lei, para que um outro sacerdócio fosse levantado, segundo a Graça (Hb 7.11,12). Somos livres em tudo, inclusive na forma de contribuir: Não há limite de contribuição, é segundo o que você propõe no seu coração, 0% ou 100%. A obrigação do dízimo, não mais existe. É um preceito da Lei judaica! (2Co 9.7)
2.1. O dízimo é necessário para manter o ministério em tempo integral. No Antigo Testamento, o dízimo servia para a manutenção dos sacerdotes e levitas (Ne 10.37; 18.21). O princípio do sustento do ministério integral permanece no Novo Testamento (1Tm 5.17,18). Assim, aos ministros do Evangelho, que se dedicam exclusivamente a obra de Deus, que “vivam do Evangelho” (1Co 9.14). 
Os sacerdotes do Antigo Testamento eram sustentados pelos dízimos das colheitas e dos animais, bem como pelas ofertas financeiras (Nm 18.8-24; cf. G n 14.18-21). Baseado nisso, Paulo defende que aqueles que dedicam sua vida à Obra do Reino, vivam do evangelho, isso diz respeito a ganhar a vida pregando as boas-novas.
Desde que a missão principal da igreja é espiritual (1Tm 3.15), não é surpresa que as igrejas do Novo Testamento usassem seu dinheiro para espalhar o evangelho. Exemplos deste emprego dos fundos arrecadados incluem o sustento financeiro de homens que pregavam o evangelho (1Co 9.1-15; 2Co 11.8; Fp 4.10-18), e dos que serviam como presbíteros (1Tm 5.17-18). Também, para acudir os santos necessitados. Quando os cristãos pobres necessitavam de assistência, o dinheiro da oferta era usado para acudir àquelas necessidades (At 4.32-37; 6.1-4).
2.2. O dízimo é necessário para a assistência social. A Igreja de Cristo sempre teve compromisso com os órfãos, as viúvas e pessoas carentes em diversas condições. Tiago diz que esta é a verdadeira religião (Tg 1.27). Por isso, a igreja local tem o compromisso bíblico de cuidar, por exemplo, das viúvas que necessitam de ajuda (1Tm 5.3,8). Isso é feito com o recurso dos dízimos. 
Havia na Lei a prescrição de que, se não houvesse condições financeiras, ou seja, se a pessoa fosse pobre, a oferta poderia ser de um par de rolas ou dois pombinhos. “Mas, se as suas posses não lhe permitirem trazer um cordeiro, tomará, então, duas rolas ou dois pombinhos, um para o holocausto e o outro para a oferta pelo pecado; assim, o sacerdote fará expiação pela mulher, e será limpa.” (Lv 12:8) (ARA)
As famílias pobres como a de Jesus não dizimavam, antes, recebiam ajuda de um dízimo específico, como já anteriormente demonstrado. Já na fase adulta, em seu ministério, Jesus adotou uma prática reservada aos pobres e prevista na Lei em Levítico: “Não rebuscarás a tua vinha, nem colherás os bagos caídos da tua vinha; deixá-los-ás ao pobre e ao estrangeiro. Eu sou o SENHOR, vosso Deus.” (Lv 19:10) (ARA). Deuteronômio:
Quando, no teu campo, segares a messe e, nele, esqueceres um feixe de espigas, não voltarás a tomá-lo; para o estrangeiro, para o órfão e para a viúva será; para que o SENHOR, teu Deus, te abençoe em toda obra das tuas mãos. Quando sacudires a tua oliveira, não voltarás a colher o fruto dos ramos; para o estrangeiro, para o órfão e para a viúva será. Quando vindimares a tua vinha, não tornarás a rebuscá-la; para o estrangeiro, para o órfão e para a viúva será o restante. (Dt 24:19-21) (ARA)
O judeu deveria assim lembrar-se do pobre até na hora de colher seus frutos. “O dízimo da terra não incluía toda a terra. Deus ordenou aos proprietários para que não colhessem os cantos e não pegarem o que tinha caído depois da colheita. Este restante era sagrado para os pobres.” (KELLY, 2007, p.63, tradução nossa).” (REFORMADOS21)
3. As ofertas nas Escrituras. A igreja no Novo Testamento se expandiu e se multiplicou (At 9.31; 16.5; 1Co 16.19). Para ajudar os irmãos necessitados, bem como expandir a obra missionária, a igreja apostólica usou o expediente das ofertas (2Co 9.10-15; Fp 4.14-17). A Bíblia mostra que o trabalho dos apóstolos era financiado pelos irmãos de diversas igrejas. Hoje, juntamente com os dízimos, as ofertas tem importância e são dirigidas a muitos fins: construção, necessidade humanitária, missões. Enfim, é um privilégio ofertar na obra do Senhor.
Desde que a Bíblia registra tudo o que precisamos saber para servir a Deus de modo aceitável (2 Pedro 1:3; Judas 3; 2 Timóteo 3:16-17), aqueles que hoje procuram servir ao Senhor praticarão somente o que é autorizado no Novo Testamento. Deus não nos deu permissão para tentar melhorar seu plano. O modelo do Novo Testamento pode parecer muito simples, e não sofisticado, às pessoas que estão rodeadas por imensos empreendimentos multinacionais, mas os fiéis precisam contentar-se em fazer a obra de Deus à maneira de Deus. Nossa missão não é juntar grande riqueza ou construir enormes organizações. Nossa missão é servir Jesus e mostrar a outros como fazer o mesmo. Os verdadeiros cristãos não estão interessados em competir com o mundo, mas simplesmente procuram agradar a Deus. As igrejas que seguem o modelo do Novo Testamento receberão seu dinheiro de contribuições voluntárias dos cristãos. Nos casos em que há mais irmãos pobres do que a congregação é capaz de ajudar, elas podem também receber assistência de outras congregações. Então, este dinheiro será dedicado à obra que Deus autorizou. A principal missão da igreja sempre será espiritual, alcançando os perdidos e edificando os salvos. Os recursos financeiros da igreja serão usados para cumprir sua missão de proclamar a pura mensagem do evangelho. Quando há casos de necessidade entre os discípulos, a igreja pode usar o dinheiro ofertado para dar assistência. Quando as igrejas mais prósperas sabem de tais necessidades nas congregações mais pobres, elas podem fazer como as igrejas da Galácia, Macedônia e Acaia fizeram, ou seja, enviar dinheiro para ajudar seus irmãos mais pobres (veja 1 Coríntios 16:1; 2 Coríntios 8:1-4; 9:1-2).” (ESTUDOSDABIBLIA)

SUBSÍDIO TEOLÓGICO

“Os preceitos mudam ou desaparecem, todavia os princípios são imutáveis e permanentes. Nos patriarcas o dízimo ocorre não em função do preceito ou mandamento, mas em razão do reconhecimento do princípio da bondade e dependência divina (Gn 14.20; 28.22).
Aqueles que ainda hoje creem que o Antigo Testamento exige a prática do dízimo, mas que o Novo não contém essa exigência, devem observar que a natureza do culto e seus fundamentos no Novo Testamento não mudaram. Mudou apenas a forma do culto, mas não a sua função. O culto levítico com seus milhares de rituais já não existe, todavia o princípio do sacerdócio continua ainda hoje (1 Pe 2.9; Ap 1.6). Passou o sacerdócio de Arão, ficou o sacerdócio cristão (Hb 4.14-16; 10.11,12; 1 Pe 2.5,9; Ap 1.6). A justificativa que alega que o cristão não está debaixo do preceito legal do dízimo mosaico é falha por não levar em conta que o cristão permanece ligado ao princípio moral do dízimo abraâmico. Abraão, o pai dos que creem, devolveu o seu dízimo de forma espontânea e voluntária antes do preceito legal (Gn 14.20), o que deve servir de modelo para todos os crentes. A Bíblia mostra claramente que a ordem sacerdotal a quem Abraão entregou seu dízimo é eterna, ao contrário da ordem do sacerdócio levítico, que era transitória (Hb 5.10; 7.1-10; Sl 110.4). Portanto, aqueles que não reconhecem mais o preceito da obrigatoriedade concernente ao dízimo, como ensinou Moisés, deveriam se submeter ao princípio da voluntariedade como exemplificou Abraão” (GONÇALVES, José. A Prosperidade à Luz da Bíblia. Rio de Janeiro: CPAD, 2011, pp.143-44).

III. A MORDOMIA DOS DÍZIMOS E DAS OFERTAS NA IGREJA LOCAL

1. Como deve ser a entrega dos dízimos e das ofertas na igreja local?
1.1. Com gratidão a Deus. Deus é o dono de tudo: da Terra e de seus habitantes (Sl 24.1). Somos propriedade dEle (1Co 6.20). Só temos saúde porque Ele permite. Só trabalhamos porque Ele nos concede forças. Estamos de pé porque Ele cuida de nós. A gratidão a Deus é a virtude primeira na entrega dos dízimos e das ofertas.
Esta lição defende que o dízimo é necessário hoje, como muitos pregadores/ensinadores defendem também a ideia de que aqueles que não dão 10% não serão abençoados por Deus. Eles deixam de fazer a distinção que Jesus e os apóstolos fizeram entre o Velho e o Novo Testamento. O dízimo era parte da Lei de Moisés, dada por Deus aos israelitas. Passagens tais como Malaquias 3.10, que é usada frequentemente para exigir o dízimo atualmente, foram escritas para os judeus alguns séculos antes que Cristo morresse para completar essa lei. Não estamos sob essa lei (Gl 3.23-25; 5.1-4; Rm 7.6). Não há uma única passagem no Novo Testamento que autorize as igrejas a exigir dízimo.
1.2. O dízimo deve ser calculado a partir da renda bruta. É comum irmãos terem dúvidas quanto ao cálculo para separar o dízimo: “Devo separá-lo da renda líquida ou bruta?”. O princípio bíblico que norteava a entrega do dízimo no Antigo Testamento é o das “primícias” (Pv 3.9,10). Por isso, nossa orientação é que o dízimo deve ser retirado da renda bruta. Antes de preocupar-se em pagar as prestações, a água, a luz, o gás ou qualquer outra despesa, honre ao Senhor com suas primícias. 
Não temos na Bíblia qualquer orientação a respeito dessa questão de dizimar do líquido ou do bruto de um salário, já que nos tempos bíblicos as estruturas de ganhos, de trabalhos, de pagamentos eram bem diferentes da dos nossos dias. Por isso, s orientação para dizimar do bruto, como a que é seguida pelo comentarista desta lição, não é uma ordenança da Bíblia. O Dizimo antes e durante a lei JAMAIS foi o mesmo que a oferta das primícias. Muitos mestres do dízimo obrigatório confundem o dízimo com a oferta das primícias. Por não saberem manejar corretamente a Palavra da Verdade, muitas escrituras com relação a dar as primícias são mal aplicadas, a fim de darem suporte à doutrina do dízimo obrigatório. A oferta das primícias acontecia quando os israelitas traziam como oferta a primeira porção dos frutos colhidos. Isto era visto como um penhor-promessa referente às colheitas futuras, as quais, então, seriam dizimadas. [Era uma forma de promessa de que os dízimos das colheitas seriam entregues]. A oferta das primícias NUNCA foi dizimo, antes nem durante a vigência da Lei Mosaica.
Note, ainda, que dentro da estrutura trabalhista brasileira existem descontos em folha que correspondem ao INSS (desconto para aposentadoria e proteções sociais) e o IR (Imposto de Renda), que depende do valor do seu salário. Esses são os principais descontos (Mas existem outros, dependendo do valor do salário e outras questões). Esse dinheiro será usado (acessado) pelo trabalhador apenas no futuro, por isso, em minha opinião, serão “dizimados”, ou seja, a pessoa poderá dizimar deles quando os receber. Portanto, não concordo que os 10% incidam sobre o bruto, no entanto, aqueles que assim fazem, não erram, como também aqueles que dizimam sobre o líquido, também não, contanto que o façam para a glória de Deus.
1.3. Os dízimos e as ofertas devem ser levados “a casa do tesouro”. O dízimo e as ofertas tem de ser levados ao tesouro da igreja local. No templo, em Jerusalém, havia um lugar chamado de “a casa do tesouro” para receber os dízimos do povo (Ne 10.37-39). Assim, hoje, cabe ao cristão levar o dízimo e as ofertas a tesouraria da igreja local; e cabe a liderança da igreja a correta e transparente administração dos dízimos.
As leis para todas as ofertas e dízimos foram reinstituídas para "não desamparar a casa do nosso Deus" (v. 19). Essas leis exigiam as primícias da produção agrícola (Êx 23.19; 34.26; 10.32-39; Dt 26.2), as primícias das árvores (Lv 19.24; Nm 18.13), que os filhos primogênitos fossem remidos pelo valor estimado pelo sacerdote (Nm 18.15), e os primogênitos das manadas e dos rebanhos (Êx 13.12; Nm 18.15,17). Todos esses bens eram guardados nos armazéns próximos ao Templo e eram distribuídos para o sustento dos sacerdotes e levitas. Os levitas então davam a décima parte do que recebiam aos sacerdotes (Nm 18.26).
Alguém poderá argumentar: “posso usar meu dízimo/ofertas para caridade”. O padrão bíblico é entregar na “Casa do Tesouro”, entregue-o onde você congrega, onde há um Pastor que zela por sua alma.
2. O dízimo dos empresários. Geralmente não poucos profissionais liberais e empresários tem dificuldade de calcular o dízimo. Como eles não tem uma renda fixa, há muitas dúvidas quanto a essa entrega. Para isso, damos a seguinte orientação: 
Nesta questão, meu pensamento é semelhante ao disposto no subtópico 1.2, se o empresário voluntariamente decide apresentar seu dízimo ao Senhor, faça-o do seu lucro.
2.1. O dízimo deve ser calculado com base na renda. O faturamento empresarial não é renda, pois inclui os custos da empresa e o lucro. O faturamento pertence à empresa, e não ao empresário. Assim, o lucro é o excedente sobre o custo. Desse lucro, além do valor que lhe permite reinvestir nos negócios, o crente empresário deve tirar a sua renda, ou o tecnicamente denominado Pró-Labore. Ou seja, dessa renda ele deve tirar o sustento direto de sua família. Logo, o dízimo tem de ser calculado a partir dessa renda familiar.
Para dar corretamente seu dízimo, ao meu ver, o empresário não pode misturar as contas da empresa com suas contas pessoais. Isso porque o seu ganho pessoal só acontecerá quando a empresa fechar as contas naquele mês (ou semana, ou quinzena, dependendo de seu modelo de negócio), quando houver lucro e, então, o empresário fizer sua retirada pessoal, assim como ocorre com um empregado que recebe ao final do mês o seu salário.
2.2. O controle da renda. Para calcular a sua renda, o empresário cristão deve anotar numa planilha, no computador ou mesmo num caderno, o quanto e a regularidade com que ele retira da empresa o valor para a sua manutenção: se diário, se semanal, se quinzenal, se mensal etc. Do valor retirado, simultaneamente, pode-se separar o dízimo. É melhor fazer assim do que deixar para tirar tudo de uma vez. Outro ponto importante é que o empresário deve retirar também o dízimo de sua renda bruta. 
Vamos a um exemplo prático:
EMPRESA:
Receitas:
    Pagamentos recebidos no mês: R$ 5.000,00 (+)
Despesas:
    Aluguel: R$ 900,00
    Luz: R$ 100,00
    Água: R$ 50,00
    Matéria prima para produção: R$ 1.000,00
TOTAL DESPESAS: R$ 2.050,00 (-)
LUCRO DA EMPRESA: receitas (R$ 5.000,00) – despesas (R$ 2.050,00) = R$ 2.950,00
 Aqui o empresário fará sua retirada pessoal da empresa (para sua pessoa física), que pode ser o valor total do lucro conseguido ou um pouco menor para que a empresa tenha caixa de giro para o trabalho do próximo mês. Digamos que esse empresário retire para sua pessoa “FÍSICA” o valor de R$ 2.000,00, como sua retirada para suas contas pessoais. É dessa retirada que o empresário retira seu dízimo. Se ele tirasse todo o lucro, ou seja, R$ 2.950,00, então iria dizimar desse valor. Essa forma de dizimar mantém a empresa saudável e também as contas pessoais saudáveis.” (ESBOCANDOIDEIAS)

SUBSÍDIO VIDA CRISTÃ

“Dízimos e ofertas como fontes de bênçãos
Os dízimos, ofertas e votos que eram feitos a Deus no Antigo Testamento jamais devem ser interpretados como uma prática de barganha. A ideia de que Deus nos dará algo em troca ou que Ele agora é devedor, ficando na obrigação de pagar tudo que nos deve, porque como dizimistas nos candidatamos a receber as bênçãos sem medida, caracteriza sem dúvida alguma a prática da barganha. O barganhista faz esperando receber algo em troca. Ele condiciona a fé em Deus ao cumprimento dos seus desejos. Em outras palavras, se Deus fizer o que o barganhista pede ou necessita então ele em contrapartida também fará o que prometeu.
[...] [Devemos] ver as bênçãos de Deus, decorrentes de nossa fidelidade, como devem ser vistas, isto é, sem aquela ideia de troca tão comum em muitas igrejas. Nas Escrituras, portanto, é possível verificarmos que as bênçãos de Deus alcançam os dizimistas e ofertantes” (GONÇALVES, José. A Prosperidade à Luz da Bíblia. Rio de Janeiro: CPAD, 2011, pp.148-49).

CONCLUSÃO

Entregar o dízimo e ofertar não é “obrigação”, mas privilégio. Ora, Deus nos concedeu a vida, a salvação, a saúde, a família, a segurança, a paz, os irmãos na fé, os amigos, as oportunidades e as vitórias nas lutas. Reconhecer todas essas bênçãos é cultivar um coração grato. Assim, todo cristão sincero entrega o dízimo e a oferta com satisfação, gratidão e alegria, para então, contribuir para o crescimento e o fortalecimento do Reino de Deus e sua obra.
O Novo Testamento fala muito a respeito de contribuição para a obra de Deus. E o mais interessante é que existem diversas menções de servos de Deus ultrapassando essa barreira dos 10% de contribuição que era comum no Antigo Testamento (At 4.34-35). A Verdade deve sempre prevalecer. Como disse o apóstolo Paulo: “Tornei-me acaso vosso inimigo, porque vos disse a verdade?” (Gl 4.16; 5.1; Rm 7.4).

Francisco Barbosa
Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário