SUBSÍDIO I
A MORDOMIA DOS DÍZIMOS E OFERTAS
A igreja local, como integrante da “[...] universal assembleia e igreja
dos primogênitos, que estão inscritos nos céus [...]” (Hb 12.23), alem das
necessidades espirituais, que devem ser atendidas espiritualmente, possui
necessidades materiais, que demandam recursos materiais, financeiros e
patrimoniais. A manutenção da igreja local faz parte da administração eclesiástica.
Antigamente, tudo era bem mais simples nos cuidados com as igrejas locais.
Homens simples, as vezes, sem a menor cultura secular, desincumbiam-se das
tarefas pastorais, na direção de igrejas, de forma empírica, sem qualquer critério
de organização humana ou material. No entanto, nos dias presentes, as igrejas
locais precisam ter recursos materiais, notadamente, financeiros, para atender
sua manutenção, face as variadas atividades que desenvolvem, tanto para a
comunidade interna, formada de membros e congregados, como para o publico
externo, que inclui a sociedade em que se insere, bem como as autoridades
publicas, que governam e organizam a vida da nação. Face essa realidade, a
igreja local tem que cumprir a legislação pertinente a sua condição de “organização
religiosa, sem fins lucrativos”, como rezam seus estatutos.
Na mordomia da parte financeira, os dízimos e as ofertas, que constituem as
contribuições dos crentes fieis, bem como as fontes de recursos e de
financiamento das atividades das igrejas nos dias presentes, há uma legislação
que favorece a aplicação independente de certas prestações de contas, ate mesmo
de imunidade tributaria, e, ao mesmo tempo, significa grandes responsabilidades
perante as normas que regem o uso dos recursos eclesiásticos. Normalmente, as
igrejas são imunes aos impostos, mas precisam declarar suas rendas. Por isso,
os gestores eclesiásticos precisam saber usar os recursos — constituídos pelos dízimos
e pelas ofertas — de forma fiel e coerente com a missão que Deus confiou as
igrejas locais por meio de seus lideres, administradores ou mordomos diante de Deus
(1 Co 4.1,2). Os dízimos e as ofertas, entregues pelos servos de Deus ao
Tesouro da igreja local, são consagrados a Deus e, em ultima analise, pertencem
a Ele. Por isso, devem ser entregues com muito amor e fidelidade e, mais ainda,
devem ser aplicados de forma correta e legal, na mordomia das contribuições,
com base nos princípios da Palavra de Deus.
AS FONTES DE RECURSOS DA IGREJA LOCA L
A Igreja, no sentido espiritual e universal, não precisa de bens
materiais. No entanto, no sentido de igreja local, como organização e instituição,
necessita de recursos materiais, financeiros e patrimoniais para sua manutenção,
bem como a obtenção e uso de meios para o cumprimento de sua missão. As fontes
legitimas, legais e bíblicas dos recursos para a manutenção da igreja local são
basicamente duas: os dízimos e as ofertas alçadas. A base para essa definição
esta no Antigo Testamento, mas tem aplicação adequada e necessária na igreja
local sob a égide do Novo Testamento (Ml 3.10). Diante dessa determinação bíblica,
os recursos financeiros de que a igreja local necessita não devem ser
provenientes de governos, de órgãos públicos ou de organismos financeiros. Toda
vez que algum obreiro resolveu conseguir dinheiro para a igreja em fontes
estranhas ao que a Bíblia recomenda, acarretou problemas para seu ministério e
para os irmãos. Que Deus nos guarde de vermos igrejas envolvidas com lavagem de
dinheiro, tráfico de drogas ou quaisquer outras praticas corruptas e abomináveis
aos olhos de Deus.
Não e errado a igreja local, através de uma instituição social, como uma associação
beneficente, um centro social, uma creche, ou um hospital, instituídos legalmente,
receber recursos que lhe sejam oferecidos pelo Poder Publico para obras
sociais, por exemplo, desde que isso não implique em compromisso político ou de
outra ordem. Afinal de contas, se ha subvenções para centros espíritas,
terreiros de macumba, creches, hospitais e outras instituições, os cristãos são
cidadãos do país e pagam seus impostos e taxas, que devem servir para o bem
comum. E preciso saber separar “o joio do trigo” nesse aspecto. O que não se
deve aceitar e a concessão de recursos públicos para as atividades-fim da
igreja: evangelização, ensino, adoração, louvor, etc. O financiamento das
atividades da igreja local deve ser proveniente das fontes indicadas na Palavra
de Deus: dos dízimos e das ofertas dos crentes fieis, que amam a obra do
Senhor.
Texto extraído da
obra “Tempos, bens
e talentos”, editada pela CPAD
COMENTÁRIO E
SUBSÍDIO II
INTRODUÇÃO
Nesta lição, estudaremos sobre os dízimos e ofertas
na obra de Deus. Veremos que, de um lado, os dízimos e as ofertas pertencem a
Deus e devem ser-lhe entregues com amor, alegria e fidelidade. Por outro, a
liderança eclesiástica deve aplicar os recursos de forma correta, fiel e
transparente. Assim, a mordomia desses recursos deve ser executada com base nos
princípios da Bíblia Sagrada.
Este assunto é interessante e exige um debate mais
prolongado. O que exporei aqui é aquilo que entendo sobre o tema à luz do Novo
Testamento. Na Igreja onde sirvo como Presbítero, ensinamos que o ato de dar
deve ser um assunto entre o Espírito Santo e o crente, jamais uma regra
estabelecida. Estou convencido de que o dízimo não é obrigatório para os
crentes. Sem dúvidas, é uma disciplina interessante para a mordomia financeira
e pode ser um guia adequado para determinar quanto as pessoas podem dar (de
fato, para muitos numa sociedade próspera este nível pode até ser adequado),
mas a quantia a ser dada deve ser uma decisão pessoal. O Apóstolo Paulo
escreveu que Deus examina a motivação para dar e não a quantia (2Co 9.7). A
maioria das igrejas evangélicas ensinam que os crentes devem dar obrigatoriamente
o dízimo (10% da renda pessoal), e muitos utilizam a expressão “dízimos e
ofertas” em cultos de adoração. Neste subsídio, estou argumentando que o dízimo
não é obrigatório para os crentes em Jesus Cristo.
O objetivo deste estudo não é o de se contrapor ao
dízimo, mas de esclarecer a verdade da forma certa de como contribuir pela
graça, não por coação psicológica e doutrinária, utilizada por muitos líderes
de igrejas, através de versículos da lei judaica, mas sim contribuir sem
constrangimento exposto em 2 Coríntios 9.7.
O cristão não é obrigado a dar o dízimo, nem por
medo do “devorador” Malaquias 3:11 ou de ser amaldiçoado, porque o dízimo é um
mandamento da lei judaica, além disso, nenhuma condenação há para os que estão
em Cristo e Ele já nos abençoou com todas as bênçãos nas regiões celestiais
Romanos 8:1 e Efésios 1:3. Nem rouba a Deus o cristão que não dá o dízimo...
não temos o dever de chamar de ladrão a quem Jesus libertou, se ele contribui
com 0% ou 100% é uma atitude pessoal, ele é livre para decidir. Jesus condenou
a atitude dos judeus escribas e fariseus que dizimavam até o cominho e não
ofertavam o seu amor ao próximo. Mateus 23:23, infelizmente, muitos cristãos
têm repetido esta mesma atitude.
Não há um só versículo no Novo Testamento, que
registre a obrigatoriedade do cristão dizimar. Por outro lado, se o cristão
deixa de contribuir ou diminui esta contribuição, por que descobre que não é
obrigado, está agindo de má fé para com Deus, como fez Ananias e Safira, ele
deve contribuir sim e feliz porque sabe que pode fazê-lo por amor a Deus e não
por imposição de homens, e segundo o que propuser em seu coração. Toda a
contribuição para a Igreja era feita unicamente através de ofertas e partilha
de bens. Nós, cristãos, devemos ter o cuidado de não ficarmos como passarinho
no ninho: obrigados a engolir o que colocam na nossa boca.
Pela Lei, o dízimo era destinado à tribo levítica,
aos sacerdotes desta tribo. Eles recebiam e se mantinham dos dízimos, porque
não tinham herança e cuidavam do Templo de Deus, a Casa do Senhor, para onde os
dízimos eram levados. Números 18:21/30 O Templo foi destruído e não existem
mais os sacerdotes levitas. Pela Graça, a instituição do dízimo é ilegal e sem
respaldo bíblico, porque todos nós somos sacerdotes de Cristo. Apocalipse 1:6,
pois não há mais necessidade desta tribo sacerdotal. O Dízimo foi estabelecido
para os judeus; não para a igreja de Jesus Cristo (Hb 7.5). – VENHA PENSAR
MADURAMENTE A FÉ CRISTÃ!
I. AS FONTES
DE RECURSOS DA IGREJA LOCAL
1. Dízimos e ofertas. A igreja local tem como fonte legítima de recursos os
dízimos e as ofertas. Sem eles, muitos trabalhos ficariam inviabilizados. O
fundamento para essa legitimidade está no Antigo Testamento (Lv 27.30-33, Ml
3.10), no Novo (Mt 23.23; 2Co 8.8-15) e ao longo da História da Igreja. Não se
trata, portanto, de uma prática que começou por imposição de uma pessoa ou de
grupo ou de denominação, mas pela necessidade natural da Obra do Senhor.
A proposta deste Blog não é replicar um determinado
ensino só por que a denominação ensina assim, mas convidar o leitor a ‘pensar
maduramente a fé cristã’. Assim, de início, convido-os a pensar se o dízimo é
um mandamento para o cristão?
A resposta é Não, o dízimo não é
um mandamento para o cristão mas é recomendado. Jesus não nos ordenou
dar o dízimo, mas nos ensinou sobre a importância de ofertar. “O dízimo é a
doação fiel e voluntária de 10% do rendimento da pessoa, família ou empresa. É o
padrão mínimo no Novo Testamento. O dízimo foi praticado por Abraão, nos dias
de Moisés, após o cativeiro babilônico, referendado no Novo Testamento e
incentivado por nosso Senhor Jesus Cristo (Mt. 23:23; Lc 11:42). Ofertas são as
doações feitas além do dízimo e reflete a generosidade do coração da pessoa.
Dízimos e ofertas são expressões de nossa devoção e amor a Deus e, como tal,
contraria o padrão do mundo, cujo foco é a avareza (Gn. 28:16-22; Ml. 3:7, Hb
13.4-5). Ao entregar dízimos e ofertas, declaramos nossa fé em Deus, que é o
supridor de nossas necessidades (Gn. 14:20-23). A sustentação do ministério
cristão através de dízimos e ofertas é um fato registrado em toda a história da
igreja, feita por crentes fiéis, zelosos, visionários da obra missionária e
comprometidos com a expansão da influência do Reino de Cristo no mundo.” (OITAVAIGREJA)
As ofertas do cristão devem ter a mesma função que o
dízimo:
• Agradecer a Deus – nosso sustento vem de Deus e não
devemos ficar presos pelo amor ao dinheiro (Mt 6.24)
• Cobrir as despesas da igreja – o bom senso dita que quem
quer usufruir da igreja deve ajudar com as despesas
• Sustentar os obreiros – quem trabalha servindo a igreja
merece ser sustentado pela igreja – veja aqui: pastor deve receber salário?
• Ajudar os mais necessitados – o cristão deve ajudar seus
irmãos mais pobres.
2. O cuidado com recursos
externos. Com base na Bíblia, os
recursos financeiros da igreja evangélica jamais devem ser provenientes de
governos ou de órgãos públicos, ou de organismos financeiros. Nossa missão é
divina! Que Deus guarde a igreja local de envolvimento com práticas ilícitas e
abomináveis aos olhos de Deus.
Este
subtópico contradiz o próximo, já que uma das missões da Igreja neste mundo é a
filantropia e o cuidado com os mais pobres... Todos os trabalhos efetuados pela
igreja, inclusive obras filantrópicas, necessitam de recursos, que além dos
bíblicos (Dízimos e ofertas), há de se contar com as doações provenientes de
governos ou órgãos públicos, e como todas as coisas devem ser feitas para a
glória de Deus (1Co 10.31), aqueles que administram os recursos devem ter o
máximo cuidado em verificar a origem destes.
Existe uma Lei que regula a filantropia: Lei da
Filantropia nº 12.101 de 27/11/09 que, trouxe regras mais severas para o
processo de certificação de entidades beneficentes de assistência social. Esta
Lei ampara as instituições que estejam adequadas às suas definições, enquanto
que, aquelas que não se enquadrarem, estarão órfãs do apoio público para o
prosseguimento de suas atividades, seja através de recursos diretos e
indiretos, uma vez que, os olhos do Estado estarão voltados para as
instituições que cumprirem as suas regras.
3. Outras fontes de recursos. Se a igreja local tiver um centro social de amparo às
pessoas vulneráveis, não há impedimento para que o poder público envie recursos
para tal ação social. Entretanto, é necessário cumprir as prescrições legais
para que não haja a possibilidade de qualquer “aparência do mal”. Outrossim, a
igreja jamais deve lançar mão de bingos, rifas e outros jogos de azar para
aumentar suas receitas. Isso é pecado; desagrada a Deus.
Rifas e Bingo é pecado? Mesmo que o objetivo da rifa
ou bingo seja louvável, o que incomoda, de fato, é que a rifa ou bingo leva as
pessoas a ajudarem incentivadas apenas pela possibilidade de ganhar algum
prêmio. Se não fosse assim não haveria a necessidade da rifa, não é verdade? Ou
seja, o coração da pessoa é movido pelo prêmio oferecido e não pelo objetivo
louvável, pela vontade de verdadeiramente colaborar para que o objetivo seja
alcançado.
O conselho bíblico é que a contribuição deve ser
espontânea, baseada em desejos e sentimentos corretos e que agradam a Deus (2Co
9.7). Aquele que deseja contribuir com alguma causa do reino de Deus o faz sem
a necessidade de ter que ser estimulado por um prêmio ou estimulado pelo seu
desejo de ganhar sempre algo em troca por tudo que faz. Ele faz estimulado pelo
seu sentimento de dever, de ter em mãos a possibilidade de fazer o bem e
obedecer ao que Deus ensina: “Portanto, aquele que sabe que deve fazer o bem e
não o faz nisso está pecando” (Tg 4.17).
SUBSÍDIO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO
Há
segmentos no meio evangélico que tentam desencorajar o ato de entregar o
dízimo. Uns dizem que um crente que entrega o dízimo é legalista, pois, dizem
eles, “não há esse mandamento para a igreja do Novo Testamento”.
Ao
iniciar a aula proponha uma visão equilibrada sobre o assunto, a partir do auxílio
teológico do tópico II. Exponha que o dízimo é uma prática majoritária na
tradição cristã. E que a sustentação bíblica não passa apenas pela Lei de Moisés,
mas principalmente pela voluntariedade de Abraão, Jacó, Jesus e a prática da
igreja ao longo dos séculos.
II. A BASE
BÍBLICA PARA OS DÍZIMOS E AS OFERTAS
1. Os dízimos no Antigo
Testamento. Muitos acusam de legalismo
os que observam a disciplina do dízimo e das ofertas. Entretanto, veremos que a
origem do dízimo é anterior a Lei, e que o que o legitima é o sentimento de
gratidão do fiel ao seu Criador.
Lembro mais uma vez que o nosso objetivo é pensar
maduramente a fé cristã. O dízimo antes da lei não era rotineiro, e era
voluntário. Os dois exemplos do dízimo antes da lei (em Gênesis) foram eventos
únicos, voluntários e envolvendo mais do que dinheiro. O exemplo de Abraão foi
do dízimo entregue uma vez apenas, dos despojos de uma guerra (Hb 7.2; Gn
14.20). Visto como Abraão havia feito um voto de não tomar pessoalmente
qualquer despojo dessa guerra (Gn 14.22-24), aparentemente ele dizimou o que
pertencia aos outros ou o que poderia em breve lhes pertencer. Nada existe na
Escritura dizendo que Abraão tenha dado o dízimo de sua própria renda ou
riqueza, em tempo algum. Abraão recebeu uma bênção e em seguida deu o dízimo, e
aparentemente fez isto por um costume da sociedade, sem qualquer mandamento
divino para fazê-lo. (Gn 14 e Hb 7.1). O exemplo único de Jacó dizimar foi
prometido se Deus fizesse algo, e a Escritura não esclarece se
Jacó de fato o cumpriu (Gn 28.22). De qualquer maneira, estes dois exemplos
esclarecem que o dízimo antes da lei não era obrigatório, mas voluntário. Visto
como a Escritura, antes da lei, só registra incidentes onde o dízimo foi dado
uma única vez na vida, fica claro que ele não era uma prática rotineira...
Também, tendo em vista que Jacó prometeu dizimar o que ele já havia ganho e
possuía (quer dizer, possuía totalmente, depois de pagar todos os custos e
débitos associados, que não foi tomado emprestado ou falta pagar uma parte
dele, nem que serve de penhor, nem que está hipotecado ou sob qualquer tipo de
reserva de domínio), entende-se que ele pretendia dizimar sobre os seus lucros.
Isso é importante, e discutiremos mais tarde sobre os lucros. Os que procuram
tornar o dízimo estritamente baseado em dinheiro, obrigatório e rotineiro,
afirmando ter ele existido "antes da lei", não estão ensinando como
ele realmente foi dado, “antes da lei”. Notem ainda as seguintes
escrituras mostrando a natureza voluntária de como se ofertava antes
da lei (Êx 35.5, 21,22,24, 29).
1.1. Origem do dízimo. De acordo com a Bíblia, a entrega do dízimo (hb. ma’
aser — décima parte) teve origem no sentimento sincero do patriarca Abraão.
Como gratidão ao favor de Deus, ele deu o dízimo de tudo ao sacerdote
Melquisedeque (Gn 14.14-20). Assim, é patente que, para além do valor material
do dízimo, o gesto de generosidade é significativo. Quando o dízimo tornou-se
lei, a gratidão, que é subjetiva, estava no “espírito” da lei. O povo de Israel
devia ser grato ao Criador.
Como já explicado acima, o Dízimo que Abraão
entregou a Melquisedeque foi do despojo de guerra. De foto, Gênesis 14.14-20 é
a primeira menção nas Escrituras da oferta de 10 por cento (cf. Gn 28.22). Essa
oferta era totalmente voluntária e pode ter sido apenas um décimo do melhor,
não um décimo do total (Hb 7.4). Na antiguidade, era comum que as pessoas
dessem dízimo a um deus ou ao seu representante. Abraão, o pai da fé hebraica,
deu dízimo a Melquisedeque. Essa é uma prova de que Melquisedeque era superior
a Abraão - o menor dá dízimo ao maior. Esse décimo não é igual aos décimos
exigidos de Israel na lei mosaica (veja Nm 18.21-24; Dt 14.22; 26.12). Note,
ainda, que o dízimo é um preceito da Lei de Moisés (Nm 18.24), embora Abraão
tenha dizimado antes da Lei, no lugar do número dos sacerdotes, os quais se
encontravam nos seus lombos (Hb 7.9,10). O dízimo passou a ser um pacto (Dt
12.6,17), um contrato, entre Deus e os israelitas (Dt 14.22-28).
1.2. O dízimo é do Senhor (Lv
27.30). Nesse sentido, quando
entregamos o dízimo não restituímos nada a Deus nem fazemos barganha com Ele,
pois, como percebeu o Rei Davi, “tudo vem de ti, e da tua mão to damos” (1Cr
29.14). O dízimo é do Senhor!
O texto de Levítico 27.30-32, versa sobre as
dízimas, esse era o dízimo geral que era dado aos levitas (Nm 18.21-32). Em
Levítico, essa é a única menção do dízimo ou 10%. Porém, junto com essa oferta,
havia outros dois dízimos no Antigo Testamento, totalizando 23% por ano (o
segundo dízimo em Dt 14.22; e o terceiro dízimo a cada três anos em Dt
14.28-29; 26.12).
1.3. O objetivo do dízimo no
Antigo Testamento. Deus
instituiu o dízimo como Lei para a manutenção da sua Casa, sustento da classe
sacerdotal e o cuidado com os órfãos e as viúvas (Ml 3.5; Dt 26.12; Jr 22.3).
Nesse sentido, há promessas de bênçãos aos dizimistas fiéis (Ml 3.8-10).
É interessante notar que em Malaquias 3.10-12, ao
contrário do padrão bíblico normal, o povo é convidado a provar a Deus (cf. is
7.11-12; 1Rs 18.20-46). Se o honrassem ao deixar de roubar dele e mostrassem
arrependimento sincero entregando-lhe o que era devido, o Senhor derramaria
sobre eles bênçãos em grande abundância ( Pv 11.24-25), os
protegeria dos gafanhotos ("o devorador") e os tornaria
bem-aventurados aos olhos das nações (Is 62.4).
“O DÍZIMO surgiu na dispensação da Promessa, de
Abraão até Moisés. Deus estava para estabelecer o número de sacerdotes (10% da
tribo de Levi), na dispensação da Lei, dentre os filhos de Levi, que já se
encontravam nos lombos (no corpo) de Abraão, seriam seus descendentes Hebreus
7:9/10 com a finalidade de ministrarem no Templo onde passariam a habitar. Foi
o principal motivo, pelo qual, o Espírito inspirou Abraão a pagar a
Melquisedeque o dízimo Hebreus 7:4, referente a 10% dos sacerdotes da tribo de
Levi que estavam nos seus lombos. Quando o dízimo foi instituído na Lei, os
levitas ficaram isentos de pagá-lo, como diz o texto: ...Levi que recebe
dízimos, pagou-os na pessoa de Abraão. Hebreus 7:5/9 Ficaram isentos porque o dízimo
deles foi pago na pessoa de Abraão a Melquisedeque, que era a figura do
sacerdócio eterno de Cristo. Os sacerdotes levitas foram os únicos autorizados
por Deus, aqui na terra, segundo as Escrituras, a receberem dízimo 2º Crónicas
31:5/6 e 2º Crónicas 31:12; Neemias 10:37 e Neemias 12:44, não o Sistema
eclesiástico atual. Muitos irmãos indagam: “Mas porque Deus tem me abençoado,
depois que tenho dado o dízimo?” Ora, se a Palavra diz que Deus é
misericordioso até com os maus Mateus 5:45, quanto mais com um filho seu, que é
generoso para contribuir na Obra do Senhor, mesmo que não tenha conhecimento
real da profundidade desta contribuição, sendo o seu coração sincero diante de
Deus, Deus o prosperaria independentemente do que ele oferta ou do que vota. Deus
está mais interessado na misericórdia dos nossos corações, que nos sacrifícios
de nossas mãos, como dito em Mateus 9:13.” (ESTUDOS-BIBLICOS)
2. O dízimo no Novo Testamento. A Bíblia mostra que os fariseus eram rigorosos quanto
a entrega dos dízimos. Esse entendimento está presente nas palavras de Jesus:
“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que dais o dízimo da hortelã,
do endro e do cominho”. Entretanto, ao mesmo tempo Ele declarou: “desprezais o
mais importante da lei, o juízo, a misericórdia e a fé; deveis, porém, fazer
essas coisas e não omitir aquelas” (Mt 23.23 — grifo meu). Aqui, o que o Senhor
denuncia é o legalismo e a hipocrisia dos fariseus, e não a entrega do dízimo
mesmo. Vejamos dois propósitos do dízimo hoje:
O Novo Testamento não contém nenhuma regra clara
sobre o dízimo mas diz que o crente deve ser generoso em suas ofertas para o
trabalho da igreja. A generosidade é um sinal de gratidão e de confiança em
Deus. Os primeiros discípulos davam muito mais que o dízimo! (At 4.32-35).
O raciocínio do comentarista está correto na questão
do que está em jogo nesta passagem do Novo Testamento – a hipocrisia dos
fariseus; mas não valida a prática do Dízimo para a Igreja. Foi extinto o
sacerdócio levítico, que era da lei, para que um outro sacerdócio fosse
levantado, segundo a Graça (Hb 7.11,12). Somos livres em tudo, inclusive na
forma de contribuir: Não há limite de contribuição, é segundo o que você propõe
no seu coração, 0% ou 100%. A obrigação do dízimo, não mais existe. É um
preceito da Lei judaica! (2Co 9.7)
2.1. O dízimo é
necessário para manter o ministério em tempo integral. No Antigo
Testamento, o dízimo servia para a manutenção dos sacerdotes e levitas (Ne
10.37; 18.21). O princípio do sustento do ministério integral permanece no Novo
Testamento (1Tm 5.17,18). Assim, aos ministros do Evangelho, que se dedicam
exclusivamente a obra de Deus, que “vivam do Evangelho” (1Co 9.14).
Os sacerdotes do Antigo Testamento eram sustentados
pelos dízimos das colheitas e dos animais, bem como pelas ofertas financeiras
(Nm 18.8-24; cf. G n 14.18-21). Baseado nisso, Paulo defende que aqueles que
dedicam sua vida à Obra do Reino, vivam do evangelho, isso diz respeito a
ganhar a vida pregando as boas-novas.
Desde que a missão principal da igreja é espiritual
(1Tm 3.15), não é surpresa que as igrejas do Novo Testamento usassem seu
dinheiro para espalhar o evangelho. Exemplos deste emprego dos fundos
arrecadados incluem o sustento financeiro de homens que pregavam o evangelho
(1Co 9.1-15; 2Co 11.8; Fp 4.10-18), e dos que serviam como presbíteros (1Tm
5.17-18). Também, para acudir os santos necessitados. Quando os cristãos pobres
necessitavam de assistência, o dinheiro da oferta era usado para acudir àquelas
necessidades (At 4.32-37; 6.1-4).
2.2. O dízimo é
necessário para a assistência social. A Igreja de Cristo sempre
teve compromisso com os órfãos, as viúvas e pessoas carentes em diversas
condições. Tiago diz que esta é a verdadeira religião (Tg 1.27). Por isso, a
igreja local tem o compromisso bíblico de cuidar, por exemplo, das viúvas que
necessitam de ajuda (1Tm 5.3,8). Isso é feito com o recurso dos dízimos.
“Havia na Lei a prescrição de que, se não
houvesse condições financeiras, ou seja, se a pessoa fosse pobre, a oferta
poderia ser de um par de rolas ou dois pombinhos. “Mas, se as suas posses não
lhe permitirem trazer um cordeiro, tomará, então, duas rolas ou dois pombinhos,
um para o holocausto e o outro para a oferta pelo pecado; assim, o sacerdote
fará expiação pela mulher, e será limpa.” (Lv 12:8) (ARA)
As famílias pobres como a de Jesus
não dizimavam, antes, recebiam ajuda de um dízimo específico, como já
anteriormente demonstrado. Já na fase adulta, em seu ministério, Jesus adotou
uma prática reservada aos pobres e prevista na Lei em Levítico: “Não rebuscarás
a tua vinha, nem colherás os bagos caídos da tua vinha; deixá-los-ás ao pobre e
ao estrangeiro. Eu sou o SENHOR, vosso Deus.” (Lv 19:10) (ARA). Deuteronômio:
Quando, no teu campo, segares a messe
e, nele, esqueceres um feixe de espigas, não voltarás a tomá-lo; para o
estrangeiro, para o órfão e para a viúva será; para que o SENHOR, teu Deus, te
abençoe em toda obra das tuas mãos. Quando sacudires a tua oliveira, não
voltarás a colher o fruto dos ramos; para o estrangeiro, para o órfão e para a
viúva será. Quando vindimares a tua vinha, não tornarás a rebuscá-la; para o
estrangeiro, para o órfão e para a viúva será o restante. (Dt 24:19-21) (ARA)
O judeu deveria assim lembrar-se do
pobre até na hora de colher seus frutos. “O dízimo da terra não incluía toda a
terra. Deus ordenou aos proprietários para que não colhessem os cantos e não
pegarem o que tinha caído depois da colheita. Este restante era sagrado para os
pobres.” (KELLY, 2007, p.63, tradução nossa).”
(REFORMADOS21)
3. As ofertas nas
Escrituras. A igreja no Novo
Testamento se expandiu e se multiplicou (At 9.31; 16.5; 1Co 16.19). Para ajudar
os irmãos necessitados, bem como expandir a obra missionária, a igreja
apostólica usou o expediente das ofertas (2Co 9.10-15; Fp 4.14-17). A Bíblia
mostra que o trabalho dos apóstolos era financiado pelos irmãos de diversas
igrejas. Hoje, juntamente com os dízimos, as ofertas tem importância e são
dirigidas a muitos fins: construção, necessidade humanitária, missões. Enfim, é
um privilégio ofertar na obra do Senhor.
“Desde que a Bíblia registra tudo o que
precisamos saber para servir a Deus de modo aceitável (2 Pedro 1:3; Judas 3; 2
Timóteo 3:16-17), aqueles que hoje procuram servir ao Senhor praticarão somente
o que é autorizado no Novo Testamento. Deus não nos deu permissão para tentar
melhorar seu plano. O modelo do Novo Testamento pode parecer muito simples, e
não sofisticado, às pessoas que estão rodeadas por imensos empreendimentos
multinacionais, mas os fiéis precisam contentar-se em fazer a obra de Deus à
maneira de Deus. Nossa missão não é juntar grande riqueza ou construir enormes
organizações. Nossa missão é servir Jesus e mostrar a outros como fazer o
mesmo. Os verdadeiros cristãos não estão interessados em competir com o mundo,
mas simplesmente procuram agradar a Deus. As igrejas que seguem o modelo do
Novo Testamento receberão seu dinheiro de contribuições voluntárias dos
cristãos. Nos casos em que há mais irmãos pobres do que a congregação é capaz
de ajudar, elas podem também receber assistência de outras congregações. Então,
este dinheiro será dedicado à obra que Deus autorizou. A principal missão da
igreja sempre será espiritual, alcançando os perdidos e edificando os salvos.
Os recursos financeiros da igreja serão usados para cumprir sua missão de
proclamar a pura mensagem do evangelho. Quando há casos de necessidade entre os
discípulos, a igreja pode usar o dinheiro ofertado para dar assistência. Quando
as igrejas mais prósperas sabem de tais necessidades nas congregações mais
pobres, elas podem fazer como as igrejas da Galácia, Macedônia e Acaia fizeram,
ou seja, enviar dinheiro para ajudar seus irmãos mais pobres (veja 1 Coríntios
16:1; 2 Coríntios 8:1-4; 9:1-2).” (ESTUDOSDABIBLIA)
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“Os
preceitos mudam ou desaparecem, todavia os princípios são imutáveis e
permanentes. Nos patriarcas o dízimo ocorre não em função do preceito ou mandamento,
mas em razão do reconhecimento do princípio da bondade e dependência divina (Gn
14.20; 28.22).
Aqueles
que ainda hoje creem que o Antigo Testamento exige a prática do dízimo, mas que
o Novo não contém essa exigência, devem observar que a natureza do culto e seus
fundamentos no Novo Testamento não mudaram. Mudou apenas a forma do culto, mas
não a sua função. O culto levítico com seus milhares de rituais já não existe,
todavia o princípio do sacerdócio continua ainda hoje (1 Pe 2.9; Ap 1.6).
Passou o sacerdócio de Arão, ficou o sacerdócio cristão (Hb 4.14-16; 10.11,12;
1 Pe 2.5,9; Ap 1.6). A justificativa que alega que o cristão não está debaixo
do preceito legal do dízimo mosaico é falha por não levar em conta que o
cristão permanece ligado ao princípio moral do dízimo abraâmico. Abraão, o pai dos
que creem, devolveu o seu dízimo de forma espontânea e voluntária antes do
preceito legal (Gn 14.20), o que deve servir de modelo para todos os crentes. A
Bíblia mostra claramente que a ordem sacerdotal a quem Abraão entregou seu dízimo
é eterna, ao contrário da ordem do sacerdócio levítico, que era transitória (Hb
5.10; 7.1-10; Sl 110.4). Portanto, aqueles que não reconhecem mais o preceito
da obrigatoriedade concernente ao dízimo, como ensinou Moisés, deveriam se
submeter ao princípio da voluntariedade como exemplificou Abraão” (GONÇALVES,
José. A Prosperidade à Luz da Bíblia. Rio de Janeiro: CPAD, 2011,
pp.143-44).
III. A MORDOMIA DOS DÍZIMOS E DAS
OFERTAS NA IGREJA LOCAL
1. Como deve ser a
entrega dos dízimos e das ofertas na igreja local?
1.1. Com gratidão
a Deus. Deus é o dono de
tudo: da Terra e de seus habitantes (Sl 24.1). Somos propriedade dEle (1Co
6.20). Só temos saúde porque Ele permite. Só trabalhamos porque Ele nos concede
forças. Estamos de pé porque Ele cuida de nós. A gratidão a Deus é a virtude
primeira na entrega dos dízimos e das ofertas.
Esta lição defende que o dízimo é necessário hoje, como
muitos pregadores/ensinadores defendem também a ideia de que aqueles que não
dão 10% não serão abençoados por Deus. Eles deixam de fazer a
distinção que Jesus e os apóstolos fizeram entre o Velho e o Novo Testamento. O
dízimo era parte da Lei de Moisés, dada por Deus aos israelitas. Passagens tais
como Malaquias 3.10, que é usada frequentemente para exigir o dízimo
atualmente, foram escritas para os judeus alguns séculos antes que Cristo
morresse para completar essa lei. Não estamos sob essa lei (Gl 3.23-25; 5.1-4;
Rm 7.6). Não há uma única passagem
no Novo Testamento que autorize as igrejas a exigir dízimo.
1.2. O dízimo deve
ser calculado a partir da renda bruta. É comum irmãos terem dúvidas quanto ao cálculo para separar o
dízimo: “Devo separá-lo da renda líquida ou bruta?”. O princípio bíblico que
norteava a entrega do dízimo no Antigo Testamento é o das “primícias” (Pv
3.9,10). Por isso, nossa orientação é que o dízimo deve ser retirado da renda
bruta. Antes de preocupar-se em pagar as prestações, a água, a luz, o gás ou
qualquer outra despesa, honre ao Senhor com suas primícias.
Não temos na Bíblia qualquer orientação a respeito
dessa questão de dizimar do líquido ou do bruto de um salário, já que nos
tempos bíblicos as estruturas de ganhos, de trabalhos, de pagamentos eram bem
diferentes da dos nossos dias. Por isso, s orientação para dizimar do bruto,
como a que é seguida pelo comentarista desta lição, não é uma ordenança
da Bíblia. O Dizimo antes e durante a lei JAMAIS foi o mesmo que a
oferta das primícias. Muitos mestres do dízimo obrigatório confundem o dízimo
com a oferta das primícias. Por não saberem manejar corretamente a Palavra da
Verdade, muitas escrituras com relação a dar as primícias são mal aplicadas, a
fim de darem suporte à doutrina do dízimo obrigatório. A oferta das primícias
acontecia quando os israelitas traziam como oferta a primeira porção dos frutos
colhidos. Isto era visto como um penhor-promessa referente às colheitas
futuras, as quais, então, seriam dizimadas. [Era uma forma de promessa de que
os dízimos das colheitas seriam entregues]. A oferta das primícias NUNCA foi
dizimo, antes nem durante a vigência da Lei Mosaica.
Note, ainda, que dentro da estrutura trabalhista
brasileira existem descontos em folha que correspondem ao INSS (desconto para
aposentadoria e proteções sociais) e o IR (Imposto de Renda), que depende do
valor do seu salário. Esses são os principais descontos (Mas existem outros,
dependendo do valor do salário e outras questões). Esse dinheiro será usado
(acessado) pelo trabalhador apenas no futuro, por isso, em minha opinião, serão
“dizimados”, ou seja, a pessoa poderá dizimar deles quando os receber.
Portanto, não concordo que os 10% incidam sobre o bruto, no entanto, aqueles
que assim fazem, não erram, como também aqueles que dizimam sobre o líquido,
também não, contanto que o façam para a glória de Deus.
1.3. Os dízimos e
as ofertas devem ser levados “a casa do tesouro”. O dízimo e
as ofertas tem de ser levados ao tesouro da igreja local. No templo, em
Jerusalém, havia um lugar chamado de “a casa do tesouro” para receber os
dízimos do povo (Ne 10.37-39). Assim, hoje, cabe ao cristão levar o dízimo e as
ofertas a tesouraria da igreja local; e cabe a liderança da igreja a correta e
transparente administração dos dízimos.
As leis para todas as ofertas e dízimos foram
reinstituídas para "não desamparar a casa do nosso Deus" (v. 19).
Essas leis exigiam as primícias da produção agrícola (Êx 23.19; 34.26;
10.32-39; Dt 26.2), as primícias das árvores (Lv 19.24; Nm 18.13), que os
filhos primogênitos fossem remidos pelo valor estimado pelo sacerdote (Nm 18.15),
e os primogênitos das manadas e dos rebanhos (Êx 13.12; Nm 18.15,17). Todos
esses bens eram guardados nos armazéns próximos ao Templo e eram distribuídos
para o sustento dos sacerdotes e levitas. Os levitas então davam a décima parte
do que recebiam aos sacerdotes (Nm 18.26).
Alguém poderá argumentar: “posso usar meu
dízimo/ofertas para caridade”. O padrão bíblico é entregar na “Casa do
Tesouro”, entregue-o onde você congrega, onde há um Pastor que zela por sua
alma.
2. O dízimo dos
empresários. Geralmente não
poucos profissionais liberais e empresários tem dificuldade de calcular o
dízimo. Como eles não tem uma renda fixa, há muitas dúvidas quanto a essa
entrega. Para isso, damos a seguinte orientação:
Nesta questão, meu pensamento é semelhante ao disposto
no subtópico 1.2, se o empresário voluntariamente decide apresentar seu dízimo
ao Senhor, faça-o do seu lucro.
2.1. O dízimo deve
ser calculado com base na renda. O faturamento
empresarial não é renda, pois inclui os custos da empresa e o lucro. O faturamento
pertence à empresa, e não ao empresário. Assim, o lucro é o excedente sobre o
custo. Desse lucro, além do valor que lhe permite reinvestir nos negócios, o
crente empresário deve tirar a sua renda, ou o tecnicamente denominado
Pró-Labore. Ou seja, dessa renda ele deve tirar o sustento direto de sua
família. Logo, o dízimo tem de ser calculado a partir dessa renda familiar.
Para dar corretamente seu dízimo, ao meu ver, o
empresário não pode misturar as contas da empresa com suas contas pessoais. Isso
porque o seu ganho pessoal só acontecerá quando a empresa fechar as contas
naquele mês (ou semana, ou quinzena, dependendo de seu modelo de negócio),
quando houver lucro e, então, o empresário fizer sua retirada pessoal, assim
como ocorre com um empregado que recebe ao final do mês o seu salário.
2.2. O controle da
renda. Para calcular a sua renda,
o empresário cristão deve anotar numa planilha, no computador ou mesmo num
caderno, o quanto e a regularidade com que ele retira da empresa o valor para a
sua manutenção: se diário, se semanal, se quinzenal, se mensal etc. Do valor
retirado, simultaneamente, pode-se separar o dízimo. É melhor fazer assim do
que deixar para tirar tudo de uma vez. Outro ponto importante é que o
empresário deve retirar também o dízimo de sua renda bruta.
“Vamos a um exemplo prático:
EMPRESA:
Receitas:
Pagamentos
recebidos no mês: R$ 5.000,00 (+)
Despesas:
Aluguel: R$
900,00
Luz: R$
100,00
Água: R$
50,00
Matéria prima
para produção: R$ 1.000,00
TOTAL DESPESAS: R$ 2.050,00 (-)
LUCRO DA EMPRESA: receitas (R$
5.000,00) – despesas (R$ 2.050,00) = R$ 2.950,00
Aqui o empresário fará sua retirada pessoal da
empresa (para sua pessoa física), que pode ser o valor total do lucro
conseguido ou um pouco menor para que a empresa tenha caixa de giro para o
trabalho do próximo mês. Digamos que esse empresário retire para sua pessoa
“FÍSICA” o valor de R$ 2.000,00, como sua retirada para suas contas pessoais. É
dessa retirada que o empresário retira seu dízimo. Se ele tirasse todo o lucro,
ou seja, R$ 2.950,00, então iria dizimar desse valor. Essa forma de dizimar
mantém a empresa saudável e também as contas pessoais saudáveis.” (ESBOCANDOIDEIAS)
SUBSÍDIO VIDA CRISTÃ
“Dízimos e ofertas como fontes de bênçãos
Os
dízimos, ofertas e votos que eram feitos a Deus no Antigo Testamento jamais
devem ser interpretados como uma prática de barganha. A ideia de que Deus nos
dará algo em troca ou que Ele agora é devedor, ficando na obrigação de pagar
tudo que nos deve, porque como dizimistas nos candidatamos a receber as bênçãos
sem medida, caracteriza sem dúvida alguma a prática da barganha. O barganhista faz
esperando receber algo em troca. Ele condiciona a fé em Deus ao cumprimento dos
seus desejos. Em outras palavras, se Deus fizer o que o barganhista pede ou
necessita então ele em contrapartida também fará o que prometeu.
[...]
[Devemos] ver as bênçãos de Deus, decorrentes de nossa fidelidade, como devem
ser vistas, isto é, sem aquela ideia de troca tão comum em muitas igrejas. Nas
Escrituras, portanto, é possível verificarmos que as bênçãos de Deus alcançam
os dizimistas e ofertantes” (GONÇALVES, José. A Prosperidade à Luz da Bíblia.
Rio de Janeiro: CPAD, 2011, pp.148-49).
CONCLUSÃO
Entregar o dízimo e ofertar não é “obrigação”,
mas privilégio. Ora, Deus nos concedeu a vida, a salvação, a saúde, a família,
a segurança, a paz, os irmãos na fé, os amigos, as oportunidades e as vitórias
nas lutas. Reconhecer todas essas bênçãos é cultivar um coração grato. Assim,
todo cristão sincero entrega o dízimo e a oferta com satisfação, gratidão e
alegria, para então, contribuir para o crescimento e o fortalecimento do Reino
de Deus e sua obra.
O Novo Testamento fala muito a respeito de
contribuição para a obra de Deus. E o mais interessante é que existem diversas
menções de servos de Deus ultrapassando essa barreira dos 10% de contribuição
que era comum no Antigo Testamento (At 4.34-35). A Verdade deve sempre
prevalecer. Como disse o apóstolo Paulo: “Tornei-me acaso vosso inimigo,
porque vos disse a verdade?” (Gl 4.16; 5.1; Rm 7.4).
Francisco Barbosa
Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br
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