sábado, 27 de julho de 2019

LIÇÃO 4: A MORDOMIA DA FAMÍLIA


 
SUBSÍDIO I

A família nuclear, que é formada por pai, mãe e filhos, é uma instituição criada por Deus. Por isso, ela é tão atacada pelas forças do mal. No Século XXI, a Igreja de Jesus Cristo é o alvo predileto do materialismo ateu. Em vão, as forças diabólicas tentam destruir a Igreja, pois Jesus disse: “Pois também eu te digo que tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mt 16.18). Depois da Igreja, é a família que está sob ataque sem tréguas das ideologias infames que desejam destruir essa maravilhosa instituição criada por Deus. Antes de fundar a Igreja, Deus criou o casamento e, como decorrência deste, instituiu a família. Em seu plano divino, somente o grupo social que é formado por pai, mãe e filhos pode ser chamado de família. Essas instituições especiais, frutos da mente do Criador, têm sido terrivelmente atacadas pelas forças do mal. Os cristãos devem valorizar a mordomia da família dentro da visão bíblica sobre essa maravilhosa instituição, que é o núcleo de apoio, cuidado e amor a todos os que vêm ao mundo.
Quando Deus criou o ser humano, homem e mulher, Ele já tinha em mente a família. O Senhor fez o primeiro casal e determinou: “Portanto, deixará o varão o seu pai e sua mãe e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne” (Gn 2.24). No Salmo 128, encontramos o valor da família no plano de Deus: “Bem-aventurado aquele que teme ao SENHOR e anda nos seus caminhos! [...] A tua mulher será como a videira frutífera aos lados da tua casa; os teus filhos, como plantas de oliveira, à roda da tua mesa. Eis que assim será abençoado o homem que teme ao SENHOR!” (Sl 128.1,3,4). São promessas de Deus para a família que nEle crê, que o teme e que o obedece.
Deus disse a Abraão: “E abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra” (Gn 12.3). Deus deseja que haja em cada lar um ambiente espiritual que honre e glorifique o seu nome. O amor de Deus pela humanidade faz com que Ele veja todas as famílias da terra como alvo de sua bênção, pois todos os homens pertencem a Ele (Sl 24.1). Porém, só podem desfrutar do favor de Deus as famílias que se sujeitam a obedecer a sua palavra. 
Estudar sobre a mordomia da família é de suma importância para nós, pois, de uma forma ou de outra, nascemos numa família. Com exceção daqueles que são fruto da marginalidade, cada um vem de uma família, seja ela pobre ou rica, desconhecida ou famosa, pequena ou grande, evangélica ou não. A família é a base de nossa vivência. Nascemos e dependemos dela na maior parte da existência. Isso é plano de Deus. É tão importante cuidar da família que Paulo considera “pior que o infiel” quem não o faz.

Texto extraído da obra “Tempos, bens e talentos”, editada pela CPAD 

COMENTÁRIO E SUBSÍDIO II

INTRODUÇÃO
Na presente lição, veremos que a família é a base de nossa vivência. Nela, nascemos, criamo-nos e dela dependemos por toda a vida. Veremos que todo esse processo é o plano de Deus revelado desde o Gênesis. Nas Escrituras, a família é tão importante que o apóstolo Paulo classifica de “pior que o infiel” quem dela não cuida (1Tm 5.8). Assim, o propósito desta lição é mostrar que o amor de Deus pela humanidade faz com que todas as famílias da terra sejam o alvo de sua bênção (Gn 12.3). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 4, 28 julho, 2019]
No que diz respeito à mordomia, há uma área que tem sido esquecida e negligenciada entre nós: a família. Vítima de ataques cada vez mais abertos por parte do mundo, infelizmente, ela  não tem recebido o devido cuidado que Deus requer de nós. O amor de Deus é manifestado no cuidado que tem por nós, e compreendemos melhor esse cuidado, quanto mais conhecemos acerca das coisas que Deus tem preparado para nós. A família é uma das áreas onde o amor de Deus se demonstra mais intensamente. Na aliança de amor que Deus estabeleceu com a sua criação e o seu povo, a família recebe um cuidado todo especial. Assim, tanto o primeiro lar, como nosso lar futuro, nos dão vislumbres gloriosos de Deus e de seu projeto para a família. Qualquer cristão que não zela por sua família é culpado de: 1º negar o princípio de amor cristão compassivo (Jo 13.35; Rm 5.5; 1Ts 4.9), e 2º ser "pior do que o descrente"; isso por que a maioria dos pagãos naturalmente cumpre esse dever, por isso os cristãos, que: têm o mandato e o poder de Deus para cumpri-lo e não o fazem, comportam-se de maneira pior do que os pagãos (1Co 5.1-2). Aprendamos, portanto, qual deve ser o nosso papel como mordomos do nosso lar.

I. A FAMÍLIA NO PLANO DE DEUS

1. A instituição do casamento. Antes de estabelecer a família. Deus instituiu o casamento. O Senhor Jesus confirmou essa instituição original e legal, conforme a Lei de Deus: “Não tendes lido que, no princípio, o Criador os fez macho e fêmea e disse: Portanto, deixará o homem pai e mãe e se unirá à sua mulher, e serão dois numa só carne?” (Mt 19.4,5; cf. Gn 2.24). Aqui está, de maneira clara, a origem do casamento como instituição divinamente estabelecida.
Gênesis 2.18-25 é a certidão de nascimento do casamento. Embora a Bíblia fale sobre o assunto em muitas passagens, essa é a primeira referência. É a base sobre a qual o casamento é edificado. “O processo, como registrado, nos diz que Deus tomou uma das “costelas” de Adão (Gênesis 2:21-22). A palavra hebraica literalmente significa “o lado de uma pessoa”. Por isto, Eva foi tomada do “lado” de Adão e é a seu lado que deve ficar. “E Adão pôs os nomes a todo o gado, e às aves dos céus, e a todo o animal do campo; mas para o homem não se achava ajudadora idônea” (Gênesis 2:20). As palavras “ajudadora idônea” são a mesma palavra hebraica. A palavra é “ezer” e vem de uma palavra-raiz primitiva que significa ficar à volta, proteger ou auxiliar, ajudar, ajudador, assistir. Por tal razão, significa ajudar, assistir ou auxiliar. Eva foi criada para ficar ao lado de Adão como sua “outra metade”, para ser seu auxílio e sua ajuda. Um homem e uma mulher, quando se casam, se tornam “uma só carne”. O Novo Testamento adiciona um aviso a esta “unidade”: “Assim não são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem” (Mateus 19:6).” (GOTQUESTIONS). Jesus também falou sobre a santidade do casamento em Mateus 19. Assim vemos a importância de cuidar e dar valor à família. Quando a família não é valorizada, existe sofrimento para o casal e os filhos.
2. Origem da família. O livro de Gênesis relata que a partir do homem e da mulher, Deus estabeleceu a família: “E Deus os abençoou e Deus Lhes disse: Frutificai, e multiplicai-vos, e enchei a terra” (Gn 1.28). Essa instituição é tão importante diante de Deus, que Ele a criou antes do Estado e, até mesmo, da Igreja. E foi a partir de uma família que o Altíssimo prometeu abençoar todas as demais: “E abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra” (Gn 12.3).
Quando o homem foi criado, Deus viu que não era bom que ele estivesse sozinho, e por isso criou a mulher para ser sua companheira. Juntos, eles receberam a ordem de se multiplicar e povoar a Terra em Gênesis 1.28. A primeira instituição humana a ser estabelecida foi o relacionamento marital. A responsabilidade de honrar os pais (Êx 20.12) não acaba com a partida da casa paterna e a união entre marido e mulher (Mt 19.5; Mc 10.7-8; ICo 6.16; Ef 5.31), mas representa a inauguração de uma união permanente ou indissolúvel, de modo que divórcio não deve ser cogitado (cf. 2.16). "Uma só carne" fala de uma união completa de partes perfazendo um todo; por exemplo, um cacho de muitas uvas (Nm 13.23) ou um Deus em três pessoas (Dt 6.4); assim, essa união marital era completa e integral com duas pessoas. Isso também implica a complementação sexual. Um homem e uma mulher constituem o par que reproduz. O "uma só carne" é principalmente visto no filho nascido dessa união, o perfeito resultado da união dos dois. Cf. os usos desse versículo em Mt 19.5-6; Mc 10.8; ICo 6.16; Ef 5.31. A monogamia permanente foi e continua sendo o desígnio e a lei de Deus para o casamento.
Após a criação do primeiro casal, a Bíblia fala sobre muitas famílias. Gênesis 12 diz que através da família de Abraão, todas as famílias da terra seriam abençoadas. Paulo identifica essas palavras como o evangelho preanunciado a Abraão (Gl 3.8). As "boas-novas" para Abraão foram as novas da salvação para todas as nações (Gn 22.18; Jo 8.56; At 26.22-23).

SUBSÍDIO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO

Inicie a aula de hoje, perguntando: “Qual a origem da família?” Ouça as respostas dos alunos. Estimule para que eles participem a fim de obter as respostas. Após ouvir as respostas atenciosamente, dê uma resposta unificada a partir da exposição do tópico. Aproveite este texto para corroborar a explicação: “O que é família? A família não é um grupo de pessoas rivais, alheias aos interesses umas das outras. Em termos de unidade, é o conjunto de todas as pessoas que vivem sob o mesmo teto, proteção ou dependência do dono da casa ou chefe, que visam ao bem-estar do lar; enfim que se comunicam, se amam e se ajudam. Essa convivência exige o uso e a aplicação de toda a capacidade de viver em conjunto, a bem do perfeito e contínuo ajustamento entre os membros da família e destes para com Deus. O convívio entre os familiares indica o grau e o nível das relações com o Pai e determina o curso do sucesso na família.
Vale lembrar que a família foi criada por Deus com elevados propósitos em todos os sentidos da vida, inclusive quanto ao número de filhos” (SOUZA, Estevam Ângelo. ...e fez Deus a família: O padrão divino para um lar feliz. Rio de Janeiro: CPAD, 1999, p.30).
II. A MORDOMIA DA FAMÍLIA
1. Os princípios que regem o casamento cristão. Há um manual de união matrimonial: a Bíblia Sagrada. Nela, encontramos princípios universais e atemporais para o casamento.
1.1. O princípio da monogamia. No plano original de Deus para o casamento, o princípio da monogamia está declarado assim: “Portanto, deixará o homem seu pai e sua mãe, e se unirá à sua mulher, e serão ambos uma só carne” (Gn 2.24). Mas, infelizmente, após a Queda, o homem desviou-se do plano divino, e distorceu as diretrizes básicas de Deus para o matrimônio. Por exemplo, a Bíblia narra a história de Lameque, filho de Metusael, que deu início à prática da bigamia (Gn 4.19). Assim, com o passar do tempo, a poligamia também foi temporariamente aceita na comunidade hebreia.
Quando o ser humano se rebela contra a vontade monogâmica de Deus quanto ao casamento, um abismo passa a chamar outros abismos: incesto, homossexualismo, pedofilia, zoofilia, necrofilia e outras abominações semelhantes.
 Diante de um quadro tão grotesco e estarrecedor, a Palavra de Deus impõe-nos o padrão monogâmico, heterossexual e indissolúvel como a vontade original do Criador para o matrimônio (1Co 7.1,2). 
Não é dada a razão por que Lameque tomou duas esposas, tornando-se o primeiro exemplo de bigamia. A poligamia é uma perversão do primeiro princípio do casamento, que é monogâmico em sua origem. O fato de Deus tolerar a poligamia, talvez seja porque ainda se mantivessem intactos os princípios da a heterossexualidade e indissolubilidade. Abraão era chegado a uma concubina (Gn 16; 25.6); Jacó teve duas esposas e duas concubinas (Gn 29.18-29; as doze tribos de Israel nasceram dessas quatro mulheres); Gideão “tinha muitas mulheres” (Jz 8.30); Salomão dispensa comentários (1Rs 11.3). A própria lei de Moisés reconhece como legítima a bigamia (Dt 21.15; e não vejo por que a poligamia também não esteja implícita aqui).
1º Coríntios 7.1-11-34 compreende as respostas de Paulo a questões práticas a respeito das quais os coríntios haviam escrito a ele numa carta provavelmente entregue por Estéfanas, Fortunato e Acaico (1Co 16.17). A primeira dessas perguntas tinha a ver com o casamento, uma área problemática devido à corrupção moral da cultura que tolerava a fornicação, o adultério, a homossexualidade, a poligamia e o concubinato. Alguns tinham a noção de que, por causa de todo o pecado sexual e confusão conjugal, seria melhor ficar solteiro, e ainda mais espiritual, ser celibatário. Isso poderia levar alguns falsos religiosos a defender o divórcio para que a pessoa voltasse a ser solteira. Esses versículos elevam o estado de solteiro conquanto a pessoa seja celibatária, mas de modo algum eles ensinam que o casamento seja errado ou inferior. Paulo usa um eufemismo judaico para a relação sexual (toque em mulher), para dizer que é bom que não se pratique o sexo, ou seja, ser solteiro e celibatário. Não é, entretanto, apenas isso que seja bom ou até mesmo melhor do que o casamento. Quando a pessoa é solteira há o grande perigo do pecado sexual (Mt 19.12). O casamento é a única provisão de Deus para a satisfação sexual. Entretanto, o casamento não deve ser reduzido simplesmente a isso. Paulo tem uma visão muito mais elevada a respeito dele e a expressa em Ef 5.22-23. Aqui, ele está enfatizando o problema do pecado sexual para as pessoas solteiras. Paulo chega a detalhar a intimidade do casal quando exorta os cristãos casados, os quais não podem privar sexualmente seus cônjuges. Conquanto o celibato seja correto para os solteiros, é errado para os casados. A prática da privação pode ter sido mais comum quando um cristão tinha um cônjuge não salvo.
1.2. O princípio da heterossexualidade. Nas Escrituras, Deus definiu para o casamento o princípio da união heterossexual: um homem e uma mulher unidos para sempre sob as bênçãos divinas.
Quando Gênesis 2.24 estabelece o princípio monogâmico e heterossexual, o texto identifica o homem que deixa a casa do pai e da mãe, para unir-se à sua mulher, tornando-se “ambos uma só carne”. Ao lado da monogamia, a heterossexualidade é o princípio inegociável em qualquer tempo ou lugar. Entretanto, cabe aqui uma advertência bíblica e séria: esses dois princípios só sustentam o casamento se forem vividos sob a égide do verdadeiro e sacrifical amor de ambos os cônjuges (Mt 22.37-40; cf. Ef 5.22-25). Por isso, lute por seu amor; ame o seu cônjuge; renove os votos matrimoniais periodicamente.
Nestes tempos em que se discute a legitimidade do “casamento homossexual”, você tem uma boa oportunidade para reafirmar aos alunos o casamento heterossexual como o único possível e legítimo. Você encontrará na Internet e nos órgãos de comunicação um farto material sobre o assunto. Já dissemos que a poligamia perverte o princípio monogâmico do casamento, mas o modelo da “família ampliada” não violava um terceiro princípio, o da indissolubilidade e de modo alguma atentava contra o princípio da heterossexualidade. O tema de uma união homossexual legítima nem mesmo é cogitado na Bíblia. A razão é que só um homem e uma mulher podem se tornar “uma só carne”. Para dois homens ou duas mulheres isso é impossível. Daí que só o casamento heterossexual é possível. E podemos considerar ainda a questão da perpetuação da espécie, outra impossibilidade para os “casais” de mesmo sexo.
2. A prioridade da família. A igreja local deve incentivar a mordomia da família de forma constante e efetiva. O cristão precisa ter as prioridades corretas da vida. Normalmente, há muitos crentes e, até mesmo pastores, que priorizam a seguinte ordem: a) Deus; b) igreja; c) esposa; e d) filhos. Qual o equívoco dessa ordem de prioridades?
Biblicamente, o crente deve priorizar (1) Deus; (2) sua própria vida; (3) seu cônjuge; (4) seus filhos; (5) e a igreja local. Ora, alguém poderá indagar: Mas a Bíblia não diz que devemos priorizar o Reino de Deus? (Mt 6.33). Sim, é verdade. Entretanto, dentro da economia divina, há uma hierarquia muita clara para que a mordomia com a família seja plenamente atendida.
A Palavra de Deus diz que se alguém não cuida de sua família não se encontra preparado para liderar a Igreja de Cristo (1Tm 3.4,5). É muito triste quando o obreiro encontra-se empenhado em ganhar outras famílias para Cristo, mas perde sua própria casa por falta de atenção, zelo e amor (1Tm 5.8). 
Buscar o Reino de Deus é uma referência à esfera da salvação. O Mestre insistia que se buscasse salvação — e com ela viria o pleno cuidado e a provisão de Deus (Rm 8.32; Fp 4.19; 1Pe 5.7), não se deve confundir esse texto com ‘ativismo na igreja’. A prioridade da família fica evidente quando se exige que, o candidato ao episcopado ‘governe bem a própria casa’ (1Tm 3.4,5). A vida no lar, como a vida pessoal, daquele que deseja se engajar na Obra do Reino deve ser exemplar. Ele deve governar (presidir, ter autoridade sobre) "a própria casa" (tudo o que está relacionado ao seu lar, não somente sua esposa e filhos) "bem" (de maneira intrinsecamente boa; com excelência). Um presbítero deve, primeiro, provar na intimidade e na exposição de seu próprio lar sua capacidade de conduzir outros à salvação e à santificação. Ali, ele prova que Deus lhe tem dado a capacidade espiritual única de dar um exemplo de virtude, servir aos outros, resolver conflitos, construir a unidade e manter o amor. Se ele não pode fazer essas coisas essenciais em casa, por que alguém acharia que ele seria capaz de fazê-las na igreja?
3. O relacionamento entre pais e filhos. Na mordomia da família, alguns cuidados devem ser tomados a fim de que os filhos sejam criados na “doutrina e admoestação do Senhor” (Ef 6.4). Eles são herança e galardão de Deus (Sl 127.3). Como sacerdotes do lar, os pais devem realizar o culto doméstico. É muito importante priorizar esse momento para instruir os filhos na Palavra de Deus. Além de zelo espiritual, os pais devem ser exemplos de amor conjugal, paternal e maternal. 
Filhos crentes. Também traduzido por "fiéis", sempre é usado no Novo Testamento com o referência a cristãos e nunca a incrédulos, por isso se refere a filhos que tenham a fé salvadora em Cristo e que refletem isso em sua conduta. Uma vez que 1Tm 3.4 requer que os filhos estejam em submissão , pode estar falando filhos pequenos que vivem no lar, enquanto essa passagem visa aos que são mais velhos. Em Tito 3.5, ‘dissolução ... insubordinados’ implica libertinagem, sugerindo, novamente , que a referência se aplica a filhos já crescidos. "Insubordinados" carrega a ideia de rebeldia contra o evangelho. Aqui o presbítero mostra a sua habilidade de dirigir a sua família e levá-la à salvação e santificação (1Tm 3.4-3), um pré-requisito essencial para que possa estar à frente d a igreja.
Paulo tinha em mente, no texto de Efésios 6.4, os pais, e não apenas a figura paterna. A mesma palavra é usada em Hb 11.23 para os pais de Moisés. No mundo pagão dos dias de Paulo, e mesmo em muitas famílias judaicas, muitos pais regiam suas famílias com uma autoridade rígida e dominadora, daí, a recomendação para que os pais crentes não ‘provoquem’ seus filhos. Os desejos e o bem-estar de suas mulheres e de seus filhos eram raramente levados em consideração. O apóstolo deixou claro que a autoridade do pai cristão sobre seus filhos não permite exigências e restrições absurdas que poderiam levar seus filhos à ira, ao desespero e ao ressentimento, disciplina e admoestação do Senhor. É uma intimação para a disciplina e a instrução sistemáticas, fazendo com que os filhos respeitem os mandamentos do Senhor como a base de toda a vida, da piedade e da bênção (Pv 13.24; Hb 12.5-11).

SUBSÍDIO DOUTRINÁRIO

“A monogamia foi instituída pelo Criador, porém a poligamia foi criada pelos homens. O primeiro polígamo da história foi Lameque (Gn 4.19). A declaração bíblica ‘e apegar-se-á à sua mulher’ (Gn 2.24) fala da monogamia, isto é, o princípio do casamento de um homem com uma única mulher e vice-versa. [...] O Novo Testamento restabeleceu o princípio monogâmico original da criação (Mt 19.5; 1 Co 7.2; 1 Tm 3.2).
Jesus disse que, se uma mulher casada for de outro homem, comete adultério contra o seu marido, se ele estiver vivo; e da mesma forma o marido, se for de outra mulher, comete adultério contra a sua mulher, se ela estiver viva (Mc 10.11,12). Jesus foi mais profundo, cortando o mal pela raiz, pela causa, e não pelo efeito. Ele declarou: ‘Ouvistes que foi dito aos antigos: Não cometerás adultério. Eu porém, vos digo que qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar já em seu coração cometeu adultério com ela’ (Mt 5.27,28).
É verdade que nem sempre podemos impedir que as aves pousem em nossa cabeça, mas podemos impedir que ali façam ninhos. Ninguém está livre de ser sobressaltado por pensamentos pecaminosos, mas qualquer cristão pode perfeitamente impedir que esses pensamentos sejam cultivados (Cl 3.1-5)” (SOARES, Esequias. Casamento, Divórcio & Sexo à Luz da Bíblia. Rio de Janeiro: CPAD, 2011, pp.16-17).

III. A FAMÍIA CRISTÃ SOB ATAQUE

1. O ataque do Estado materialista. De um modo geral, os países são governados por homens materialistas e indiferentes ao bem comum. Muitos governantes tornam-se agentes do Diabo, visando a destruição da família e da Igreja de Cristo.
Por essa razão, temos de usar estratégias poderosas para vencer os ataques do Maligno: a valorização da Palavra de Deus no lar, o culto doméstico, a leitura de boa e comprovada literatura cristã e a constante vigilância e prática da oração. Que a Palavra de Deus norteie o nosso lar (Dt 11.18-21)! 
Paulo, o apóstolo, anteviu o que hoje vivemos como realidade neste novo milênio: “Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos. Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus…” (2 Tm 3:1-4). Seria ingenuidade ou ignorância fazermos de conta de que não existe crise e que tudo está indo muito bem. Podemos alterar este quadro, que caracteriza o novo milênio em relação à família, através de um avivamento da parte Deus, e isso não é automático, precisa ser buscado. “E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face, e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra” (2 Cr. 7:14). Não se conformar com o modelo oferecido pelo “deus deste século” (Rm 12:2; 2 Co 4:4) A palavra conformar significa tomar a forma, se amoldar. O que Paulo disse a Timóteo serve para todos aqueles que acreditam na família como projeto de Deus. “Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste…” (1 Tm 3:14a) Preservar os princípios de Deus, estabelecidos em Sua Palavra para a família, é edificar a casa sobre a rocha (Mt 7:24,25). Pode haver as mudanças que houver, Jesus garantiu, este projeto é à prova de tempestade, não cai. Devemos celebrar as famílias e os casamentos que alcançaram sucesso no Senhor Jesus, como resposta aos modelos distorcidos de família. Essa iniciativa do povo de Deus, de afirmar o modelo bíblico de família como ideal divino, pode motivar ainda mais os relacionamentos sadios e encher de esperança tantos outros que estão lutando para superar as crises, porque acreditam na família como Deus a projetou. Quando honramos a Deus, não abrindo mão de princípios, Ele nos honra diante dos homens, manifestando sua vitória em nossas vidas. Com todo respeito que temos pelos que foram vítimas de uma separação conjugal, precisamos proclamar sempre que “Deus contínua odiando o divórcio” (Ml 2)” (AMOFAMILIA)
2. O ataque da famigerada Ideologia de Gênero. Engenheiros sociais modernos trabalham pela desconstrução da família criada por Deus. Karl Marx, um dos teóricos fundadores da doutrina comunista, disse que a família deveria ser abolida.
Dessa forma, o Diabo usa a “famigerada ideologia de gênero” para abolir os princípios que Deus estabeleceu para a família. Segundo essa diabólica ideologia, ninguém nasce com sexo determinado. A criança não nasce macho nem fêmea, pois ela “se torna homem ou mulher” por meio da construção social. Assim, quem constrói o sexo masculino e feminino é a sociedade. Esse é o maior ataque aos princípios de Deus para a família e para a identidade natural da pessoa (Gn 1.27,28). 
"Os comunistas desprezam esconder suas opiniões e objetivos", declarou Marx no Manifesto Comunista. Eles declaram abertamente que seus objetivos só podem ser obtidos com a derrubada das condições sociais existentes. Que as classes predominantes tremam com a revolução comunista. Como pode um cristão genuíno ser de esquerda e/ou concordar com seus pensadores? Marx admite que a destruição da família é um tópico espinhoso, mesmo para os revolucionários. "Abolição da família! Mesmo os mais radicais discutem essa proposta dos comunistas", ele escreve. Mas ele diz que os oponentes dessa ideia não conseguem ver algo essencial sobre a família. "A família burguesa é fundada sobre o que? O capital, o ganho privado. Em sua forma mais desenvolvida, a família só existe entre os burgueses", ele escreve. Mais do que tudo, abolir a família seria relativamente fácil depois da abolição da propriedade. "A família burguesa vai desaparecer aos poucos até seu desaparecimento completo, assim como o capital".
A "ideologia de gênero" é uma expressão usada pelos críticos da ideia de que os gêneros são, na realidade, construções sociais. Para os defensores desta "ideologia", não existe apenas o gênero masculino e feminino, mas um espectro que pode ser muito mais amplo do que a identificação somente com masculino e feminino” (SIGNIFICADOS).
A “ideologia de gênero” é uma expressão usada pelos críticos da ideia de que os gêneros são, na realidade, construções sociais. Para os defensores desta “ideologia”, não existe apenas o gênero “masculino” e “feminino”, mas um espectro que pode ser livremente escolhido pelo indivíduo. A pessoa pode escolher ser qualquer coisa.  “Somos de certa forma o resultado daquilo que vemos e ouvimos. Não é exagero afirmar que a mídia televisiva tem sido responsável pela desestruturação da família ao redor do planeta. Os programas de maior audiência no Brasil exaltam tudo aquilo que compromete o bem-estar da família e incentiva tudo o que a Bíblia, como Palavra de Deus, condena: adultério, prostituição, homossexualismo, uso de drogas, violência, pornografia, ocultismo, satanismo, feiticismo etc. Jesus disse que o ladrão (o diabo) vem para roubar, matar e destruir (Jo 10:10). Muitos, por estarem tão distraídos com este tipo de entretenimento, não percebem a ação sutil desse ladrão, que chega e rouba, mata e destrói o relacionamento. Neste novo milênio, cada vez mais a luta pela audiência levará os dirigentes dos meios de comunicação a extrapolar os limites, desrespeitando crianças, adolescentes, jovens, adultos, velhos etc. As famílias cristãs, em meio à está decadência e disseminação do mal, precisam assumir a postura de quem é “vocacionado para ser o sal da terra e luz do mundo” (Mt 5:13,14). Assim diz o Senhor a todas as famílias que desejam fazer a diferença neste novo milênio: “Por isso, retirai-vos do meio deles, separai-vos, diz o Senhor; não toqueis em coisas impuras; e eu vos receberei, serei vosso Pai, e vós sereis meus filhos e filhas, diz o Senhor Todo-Poderoso. Tendo, pois, ó amados, tais promessas, purifiquemo-nos de toda impureza, tanto da carne, como do espírito, aperfeiçoando a nossa santidade no temor de Deus” (2 Co 6.17,18; 7.1)” (AMOFAMILIA)
3. Um ataque a Deus e à ciência. Ao ensinar que ninguém nasce “homem” ou “mulher”, os engenheiros sociais procuram destruir a identidade natural e biológica do ser humano. E também ignoram por completo que Deus criou o “homem” e a “mulher” (Gn 1.26,27).
Essa teoria, além de ser um ataque frontal a Deus, também é uma violência à Ciência. A Biologia define uma pessoa masculina por causa de seu aparelho reprodutor masculino. Ou seja, há hormônios masculinos, marcadores biológicos e cromossomos igualmente masculinos. Assim também dá-se em relação à mulher, pois ela é definida por causa de seu aparelho reprodutor feminino. Logo, ela tem hormônios femininos, sua genética possui os cromossomos XX que marcam a identidade feminina. Tais conhecimentos são elementares e estão ao alcance de todos, facultando à família cristã rebater seguramente esse pensamento. 
Depois de surgir com destaque em 2014 nos debates envolvendo a elaboração do Plano Nacional de Educação (PNE), o termo “gênero” voltou aos holofotes no Brasil. Já estamos habituados com a grande discussão acerca da ideologia de gênero, mas não existe uma discussão acerca de sua origem. O termo GÊNERO, com conotação política e manipulação linguística, apareceu pela primeira vez na Conferência sobre as Mulheres (1995), em Pequim.
Teóricos da “ideologia de gênero” afirmam que ninguém nasce homem ou mulher, mas que cada indivíduo deve construir sua própria identidade, isto é, seu gênero, ao longo da vida. “Homem” e “mulher”, portanto, seriam apenas papéis sociais flexíveis, que cada um representaria como e quando quisesse, independentemente do que a biologia determine como tendências masculinas e femininas”. (O que é “ideologia de gênero”? Disponível em: Gazeta do Povo; http://www.gazetadopovo.com.br/ideias/o-que-e-ideologia-de-genero-0zo80gzpwbxg0qrmwp03wppl1. Acesso em:30 mar, 2018)
Shulamith Firestone, em seu livro The Dialectic of Sex (A dialética do sexo), de 1970, diz: “O objetivo definitivo da revolução feminista deve ser (…) não apenas acabar com o privilégio masculino, mas também com a distinção entre os sexos. (…) assim como o objetivo da revolução socialista era não apenas acabar com os privilégios da classe econômica, mas também com a própria distinção que existia entre as diferentes classes econômicas”.
A ideologia de gênero está sustentada e embasada nas ideias marxistas. Karl Marx, no século XIX, deixou inúmeros artigos e anotações sobre a origem da Família e da propriedade privada. Dessas anotações derivou um livro chamado A Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado, o qual foi organizado e complementado por Friedrich Engels̶ o burguês que sustentou Karl Marx até os seus últimos dias de vida. Marx dizia que não adiantava expropriar os meios de produção dos capitalistas se a instituição opressora que nutria o capitalismo ainda estava intacta, isto é, a Família Natural (homem, mulher e filhos). De acordo com Engels (1884, p. 70-71): “O primeiro antagonismo de classes que apareceu na história coincide com o antagonismo entre o homem e a mulher na monogamia; e a primeira opressão de classes, com a opressão do sexo feminino pelo masculino”. O tal livro foi publicado em Zurique, no ano de 1884. Décadas se passaram até que as feministas marxistas, na década de 1960, resolveram realizar estudos acadêmicos e não acadêmicos embasados nas ideias de Marx (a luta de classes passou a ser luta dos sexos).” (João Barbosa Soares Júnior – (Licenciatura em Geografia UNIFAP); A origem da ideologia de gênero. Disponível em: http://vozdametropole.com.br/a-origem-da-ideologia-de-genero/. Acesso em: 30 mar, 2018)
Tentaram programar uma política de destruição da família tradicional na extinta União Soviética, porém, sem sucesso. Os defensores desta ideia se inclinaram para as ideias de Leon Trótsky, que afirmou: “é impossível destruir a família, mas é possível substituí-la por alguma outra coisa”. Este programa de ‘transformação’ da família tradicional apareceu aos poucos e evidenciou-se com os estudos da teoria crítica dos membros da famosa Escola de Frankfurt (a autoridade da família deveria ser desconstruída, desfeita, desmontada).
O que estamos presenciando hoje, é a implementação desse programa nefasto, de origem esquerdista; seus defensores agem silenciosamente e em todos os meios disponíveis para disseminar este ‘ideal’ Trótskyssista, custe o que custar, numa descarada afronta aos valores judaico-cristãos, sob a falsa égide de ajudar a diminuir o preconceito e promover uma futura sociedade com igualdade entre as pessoas. Em todas as épocas o cristão encontrou forte oposição em ideias contrárias aos seus valores, mas nunca houve um inimigo tão perspicaz, afrontador e perigoso como esta política da ideologia de gênero.
SUBSÍDIO VIDA CRISTÃ

“COMO REALMENTE INFLUENCIAR A SOCIEDADE
A esse respeito, criar filhos – não a política, não a sala de aula, não o laboratório, nem mesmo o púlpito – é o lugar da maior influência. Supor o contrário é ser cativo da ilusão secular atrofiada. Devemos entender que é através da família cristã que a graça de Deus, uma visão de Deus, os erros do mundo e um caráter cristão são mais poderosamente transmitidos.
No Antigo Testamento, quando Deus escolheu guiar o seu povo, a Bíblia repetidamente indica que Ele procurou uma pessoa (veja Is 50.2,10; 59.16; 63.5; Jr 5.1; Ez 22.30). Um único indivíduo santificado pode fazer toda a diferença neste mundo. Não devemos sucumbir à matemática enganosa do pensamento mundano, que considera que a dedicação da vida de uma pessoa a umas poucas pessoas que não são amplamente conhecidas no mundo (no caso, os membros de nossa família) seja um desperdício escandaloso de seu potencial. Pais, não abandonem o seu lugar de influência. [...] Acredite” (HUGHES, Barbara; Kent. Disciplinas da Família Cristã. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p.20).

CONCLUSÃO

Só há uma maneira de preservar a família da destruição espiritual e moral dos tempos atuais: criando-a de acordo com a Lei de Deus. Noé salvou sua família da destruição porque a criou segundo a Palavra de Deus (Gn 7.1). Josué também tomou posição ao lado de Deus com a sua família. Diante dos desvios do povo, sua declaração é solene e exemplar: “escolhei hoje a quem sirvais: […] porém eu e a minha casa serviremos ao Senhor” (Js 24.15). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 4, 28 julho, 2019]
A família tradicional é uma herança da civilização ocidental. O encontro entre o Cristianismo (ética judaico-cristã), a filosofia grega e o direito romano delineou e modernizou a mais antiga instituição que remonta a criação divina: a família. Há forças no mundo contemporâneo que têm interesses em desestabilizar o conceito tradicional de família, pois fazendo isso, ataca o coração dos valores éticos do Ocidente, por consequência, a derrubada da fé cristã para colocar em seu lugar uma ideologia que todos sabemos no que dará. Quando alguém afirma que a masculinidade e a feminilidade não são naturais (ignorando até a própria biologia), mas construída socialmente ao longo da história, é isso que está em jogo. Nunca houve na história do mundo um ataque tão frontal aos fundamentos da família. Um assunto urgente que merece nossa atenção e estudo!
Francisco Barbosa
Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br

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