sexta-feira, 1 de março de 2019

LIÇÃO 9: CONHECENDO A ARMADURA DE DEUS

 

SUBSÍDIO I

ELEMENTOS USADOS NA ILUSTRAÇÕES

O profeta Jeremias emprega fatos da sua vida pessoal para ilustrar a então situação de Judá, como o relato do cinto de linho, a visita à casa do oleiro e a canga de madeira sobre o pescoço. Há também ilustrações que não parecem tão claras para o nosso tempo, mas faziam sentido para os primeiros leitores, como veremos mais adiante.
Na ilustração do cinto narrada em Jeremias 13.1-11, Deus ordenou que o profeta Jeremias comprasse um cinto e colocasse na cintura, sem que o objeto encostasse na água. O cinto é uma peça de roupa íntima, e isso mostra os bons tempos em que os filhos de Israel viviam na presença de Deus. Jeremias obedeceu à ordemdivina, mas depois lhe veio uma palavra de Deus mandando-o esconder o cinto numa fenda da rocha na região do rio Eufrates, na Mesopotâmia, por tempo suficiente até o cinto apodrecer. Como o cinto apodrecido para nada presta, assim a orgulhosa Judá, que resistia à palavra de Deus, deveria experimentar a humilhação e a ruína, recebendo o justo castigo por sua idolatria. A vontade divina era que o seu povo estivesse ligado a ele assim como o cinto está ligado ao ser humano: “Porque, como o cinto está ligado aos lombos do homem, assim eu liguei a mim toda a casa de Israel e toda a casa de Judá, diz o SENHOR, para me serem por povo, e por nome, e por louvor, e por glória; mas não deram ouvidos” (Jr 13.11). Esse discurso emprega elementos de conhecimento geral de toda a população e uma linguagem que todos podiam compreender.
A visita à casa do oleiro (Jr 18.1-6) é uma passagem literal, e não meramente uma parábola, mas nada impede de identificarmos a presente seção como tal, pois a parábola pode ser uma ilustração real ou imaginária. Ofício do oleiro era muito comum no Antigo Oriente Médio, de modo que a lição transmitida nessa ilustração estava ao alcance de todos. Jeremias, como qualquer pessoa de sua geração, conhecia essa ocupação; assim não havia novidade alguma na produção dessa cerâmica. Ele devia ter visto o oleiro trabalhando diversas vezes, mas Deus o enviou à sua casa, pois Jeremias precisava estar no lugar certo para receber a mensagem divina.
A ilustração da canga de madeira está registrada em Jeremias 27.2-5: “Assim me disse o SENHOR: Faze umas prisões e jugos e pô-los-ás sobre o teu pescoço” (v. 2). Eram duas peças de madeira presas com pedaços de couro, conhecidas como canzis ou cangas, usadas para os bois puxarem carros. O profeta deveria usá-las como ato simbólico para ilustrar o jugo da Babilônia sobre as nações. Assim como o boi é dominado pelo jugo, as nações deviam sujeitar-se ao domínio dos caldeus. Seria inútil tentar livrar-se do tacão de Nabucodonosor. O emprego de figuras e símbolos é importante porque chama a atenção, e as pessoas dificilmente se esquecem deles.
O profeta Oseias em seu discurso profético apresenta inúmeras ilustrações e faz uso de linguagem metafórica e fácil compreensão na cultura daquela geração, mas que não são claras para o leitor da atualidade. Veja o seguinte exemplo: “Todos eles são adúlteros: semelhantes são ao forno aceso pelo padeiro, que cessa de atear o fogo, desde que amassou a massa até que seja levedada” (Os 7.4). O que isso quer dizer? 
O profeta mostra o retrato da lascívia e da sensualidade do povo e das autoridades civis e religiosas. O adultério aqui não é apenas físico, mas diz também respeito à infidelidade a Javé, à apostasia religiosa generalizada. O rei Jeroboão I, filho de Nebate, introduziu o fermento, o culto do bezerro (1 Rs 12.28-31), para levedar a massa, e esperou o fogo aquecer até toda a massa ficar levedada. O fogo se espalhou rapidamente de modo que todo o Israel estava contaminado pela prostituição física e espiritual, pela sensualidade e lascívia,  pela idolatria e apostasia. A comparação do forno mostra que ardia neles o desejo intenso de praticar coisas pecaminosas, o culto idolátrico. Depois dessas orgias, da cobiça e da multidão dos pecados, vem a ressaca. Logo que o povo se recupera dela, torna a praticar as mesmas coisas. O profeta afirma que, como o padeiro que cessa de atear fogo até que a massa fique levedada, da mesma forma o povo descansa temporariamente até de novo ser vencido pelo poder do mal, até chegar à levedura.
Segue mais um exemplo de Oseias: “Dores de mulher de parto lhe virão; ele é um filho insensato, porque é tempo, e não está no lugar em que deve vir à luz” (Os 13.13). Em muitos lugares na Bíblia, a figura da mulher representa Israel e também a igreja. A expressão dores de mulher de parto sempre é usada com frequência na Bíblia para indicar sofrimento decorrente do juízo divino (Is 13.8; 21.3; Jr 4.31; 13.21; 49.24; Mq 4.9). O profeta está ilustrando o sofrimento de Israel com o castigo divino com o sofrimento da mulher no parto. Essa parte do versículo é compreensível hoje. 
Mas a segunda parte diz: “ele é um filho insensato, porque é tempo, e não está no lugar em que deve vir à luz”. O que isso quer dizer? Que Israel é como um bebê que na agonia do parto não se esforça para nascer. Oseias apresenta Israel como esposa infiel e também como filho. Esse filho aqui é insensato porque não se esforça para nascer no ponto crítico em que a mulher deve dar à luz. Não nascendo, morre a mãe e morre também o filho. A mulher não pode dar à luz nem o filho faz a sua parte. Ambos morrem. Isso significa que, para Israel viver, necessita de novo nascimento, mas Efraim, nome alternativo de Israel usado com frequência em Oseias, recusou-se a fazê-lo.

Texto extraído da obra “Batalha Espiritual”, editada pela CPAD 

COMENTÁRIO E SUBSÍDIO II

INTRODUÇÃO

Paulo instrui aos crentes de Éfeso, e por extensão, a todos que ouvem essa Epístola, a tomar toda a armadura de Deus, e que depois de ter feito tudo, devemos permanecer firmes (Ef. 6.13). Na aula de hoje, conheceremos as partes da armadura de Deus, essa indumentária é fundamental para que possamos resistir no dia mal. Inicialmente, destacaremos alguns aspectos desse texto no grego do Novo Testamento, em seguida, faremos sua interpretação e aplicação, a fim de que sejamos fortalecidos no poder do Senhor.

I. ANÁLISE TEXTUAL
                                                                 
Nosso fortalecimento vem do Senhor, para tanto devemos tomar – analabete, que se encontra no imperativo – não apenas parte, mas toda armadura – panoplia – de Deus. Com ela seremos capazes de permanecer firmes – antistenai – e após ter terminado tudo, finalmente ter cumprido a tarefa – katergazomai – permanecer firmes (v. 13). O comando militar de Paulo é: Estai firmes – histemi, não deixe seu território de atuação, não fuja da guerra. Mas para não fraquejar, tendo cingidos os vossos lombos com a verdade. A aletheia, que nessa passagem pode ser também traduzida por confiança naquilo que foi aprendido. E mais, é preciso também vestir a couraça da justiça – thoraka tês dikaiosynes – a justiça, tema amplamente abordado por Paulo em suas epístolas, que provém de Deus (v. 14). Também a tendo os pés preparados no evangelho da paz – euangeliou tês eirênes. O evangelho é a boa nova de salvação em Cristo, que nos conduz à paz com e de Deus, resultante do ministério da reconciliação (v. 15). E em todas as circunstâncias, é preciso estar com o escudo da fé – ho thureos tês pisteôs. A fé serve de proteção, contra os ataques do maligno, servindo para apagar todos os dardos – bale, flechas inflamadas – pepuromena - com fogo lançadas pelo Maligno, com alto poder de destruição (v.16). E o capacete da salvação – ten perikephalaian tou sôteriou – que deveria ser usado juntamente com tem machairan tou pneumatos – a espada do Espírito, que o próprio Apóstolo explica ser a palavra de Deus – rhema Theou. A palavra – rhema – não apenas uma ideia, mas uma declaração, uma expressão de fé (v. 17). Além de toda oração – proseuches – e súplicas – deesis – em constante oração – proseuchomai – em todo tempo – em panti kairô – dependendo do Espírito – em pneumati, como forma de permanecer alerta – agryonountes – com o sentido de não dormir no lugar da vigilância, suplicando por todos os santos (v. 18). Dentre eles, o próprio Paulo, que perde que orem – huper me. Com o um objetivo específico, para que lhe seja dada a palavra – logos – o tema apropriado – no abrir e fechar da sua boca. Essa palavra deveria ser ousada – parresia, com confiança, mas também no sentido de ter abertura para fazê-lo, a fim de proclamar – gnorizo – o mistério do evangelho – to musterion tou euangeliou (v. 19). Paulo estava preso em Roma, e sabia que era embaixador em cadeias – prebeuo em halusis. A palavra prebeuo diz respeito ao representante de um reino, e como tal, esperava poder com ousadia – parresiazomai, verbo no subjuntivo, indicando possibilidade, para que de maneira apropriada, fosse capaz de falar – lalêsai (v. 20).

II. INTERPRETAÇÃO TEXTUAL

Paulo inicia essa seção com um “portanto”, direcionando para os poderes que vão além da força humana dos inimigos, por conseguinte, os crentes não podem depender de um armamento material, mas de toda a armadura de Deus (v. 11), dentre os elementos desse equipamento espiritual, se encontra a espada do Espírito que está disponível para aqueles que estão nessa batalha. As metáforas utilizadas pelo Apóstolo nesse texto remetem aos soldados romanos, com os quais Paulo estava cercado por se encontrar preso na capital do império. Ele orienta os irmãos das igrejas a permanecerem firmes, recorrendo aos recursos providos por Cristo: justiça (v. 14), evangelho (v.15), fé (v. 16), salvação e a Palavra de Deus (v. 17). A proposta desse comandante é a de que estejamos firmes, não saiamos do posto em que fomos colocados pelo Capitão da Nossa Salvação (v. 14). Nossa batalha leva em consideração a preparação para a pregação do evangelho, não esquecendo que esse é tanto uma má notícia – a realidade do pecado – quando uma boa notícia – a salvação em Cristo (v. 15). Mas precisamos também nos proteger, pois existem dardos inflamados do Maligno, que são lançados com violência, a fim de causar estrago em nossas vidas. Para não ser pegos de surpresa, devemos recorrer ao escudo da fé, com o qual poderemos nos proteger, evitando ser alvos fáceis. A fé se refere às crenças que fundamentam a doutrina cristã, quanto a fidelidade do crente, sobretudo diante dos dias difíceis (v. 16,17). Dependamos também da espada do Espírito, que é tanto uma arma de defesa quanto de ataque, que pode nos dar o fundamento para a apologética da fé, quanto para evitar que sejamos atingidos pelas setas do Maligno. Jesus venceu Satanás na tentação por meio da Palavra de Deus, recorrendo a expressão “está escrito” (Mt. 4.4). Devemos saber que a Palavra de Deus é espada cortante de dois gumes, poderosa para realizar os feitos divinos (Hb. 4.12). E mais, estar continuamente em oração, Deus é a nossa fonte de suprimento, não podemos depender das nossas próprias forças, muito menos pensar que somos autossuficientes. A oração é uma demonstração de total dependência de Deus na batalha espiritual. As armas somente podem causar o efeito necessário se estiverem fundamentadas na oração, sendo essa em Espírito e em Verdade (Jo. 4.23,24), pois o Espírito de Deus intercede na oração (Rm. 8.26,27).

III. APLICAÇÃO TEXTUAL

Os crentes estão em uma batalha espiritual, e é preciso destacar o significado desse adjetivo “espiritual”, que muito embora pareça óbvio, é esquecido por algumas pessoas. Não estamos em uma luta contra pessoas, como supõem alguns evangélicos, sobretudo nesses últimos tempos, nos quais se semeia o ódio com tanta ousadia. Paulo lembrou, com bastante propriedade, que nossa luta não é “contra carne e sangue”. Não há fundamento bíblico para odiar as pessoas, ainda que essas não concordem conosco, ou mesmo não vivam a partir dos padrões que consideramos corretos. Antes devemos orar por elas, e estar cientes que há algo mais amplo, uma força mundana, que controla os interesses deste mundo tenebroso. Diante dessa realidade, cabe a nós os que cremos em Cristo, buscar as armas necessárias, que não se tratam de armas materiais, não devemos incentivar à luta armada, muito menos o porte de armas. Dependemos de Deus, a base da nossa fé é evidenciada na oração, por intermédio da qual lubrificamos os equipamentos da armadura de Deus. A oração deixou de fazer parte do cotidiano de muito crentes, a principal razão é o pragmatismo moderno, que aliena as pessoas de uma vida na presença de Deus. A partir da oração, devemos nos revestir de toda a armadura de Deus, não apenas de parte dela, pois é possível que Satanás encontre os pontos frágeis, pois cada pessoa tem o seu “calcanhar de Aquiles”, uns é o dinheiro, para outros, o sexo, e ainda, para alguns é o poder. Os instrumentos que compõem toda a armadura de Deus são: a couraça da justiça, essa diz respeito a convicção que temos de que fomos justificados por Deus, por intermédio do sacrifício vicário de Jesus. Os calçados da preparação do evangelho da paz, não disseminamos a guerra com quem quer que seja, anunciamos as boas notícias de que Cristo é o Príncipe da paz. O escudo da fé, não apenas o conjunto de crenças, mas a fidelidade a Deus, principalmente diante das adversidades. O capacete da salvação, para não termos dúvidas de que fomos alcançados pela graça maravilhosa de Deus, ainda que não fôssemos merecedores. A espada do Espírito, que é própria Palavra de Deus, pois existem muitos ensinamentos falsos tentando adentrar a Igreja, precisamos ser proativos ao recorrer à Palavra de Deus, manejando-a com sabedoria, interpretando apropriadamente os textos.

CONCLUSÃO

A batalha espiritual na qual estamos não se trata de uma guerra humana, por isso não podemos recorrer as armas físicas. Antes devemos depender de toda a armadura de Deus. Assim como a armadura de Saul não serviu a Davi, também as armas humanas não são apropriadas para a Igreja. Por isso devemos recorrer às armas espirituais: os calçados do evangelho da paz, o escudo da fé, o capacete da salvação, a espada do Espírito, e principalmente, da oração.
José Roberto A. Barbosa
Disponível no Blog subsidioebd.blogspot.com

COMENTÁRIO E SUBSÍDIO III

INTRODUÇÃO

A presente lição é a continuação da anterior. Lá vimos que existe uma batalha espiritual e invisível entre os crentes em Jesus e o reino das trevas. Aqui, vamos estudar como o apóstolo Paulo usou os instrumentos bélicos do sistema da época como metáfora. Essa ilustração é um recurso didático importante porque facilita a compreensão dos cristãos para o bom combate.
Na última lição foi exposto que Paulo em Efésios 6.12 indica claramente que o conflito com Satanás é espiritual e, portanto, nenhum arma física pode ser usada efetivamente contra ele e seus demônios. Não temos uma lista de táticas específicas que ele vai usar. No entanto, a passagem é bem clara ao dizer que quando seguimos todas as instruções fielmente, vamos poder resistir ao poder do mal e ter vitória, qualquer que seja a sua ofensa. No versículo 13 está o motivo pelo qual devemos nos revestir de toda a armadura de Deus: “...para que possais resistir no dia mau.” A pergunta é: como resistir, opor-se, fazer face ao diabo? Em Efésios 6.14-17, Paulo passa a dizer que o crente deve resistir ao diabo revestindo-se da armadura de Deus.

I. A GUERRA
                                                                 
Segundo o Dicionário Teológico Beacon, guerra é “o recurso das nações para tratar de resolver diferenças pela força das armas. As guerras sempre são produtos da pecaminosidade humana, seja por instigação imediata ou causa indireta”. Mas a legitimidade da guerra pode depender de sua motivação.
As guerras são o resultado do egoísmo, avareza e poder do homem, resultando na miséria daqueles que estão envolvidos direta e indiretamente. Muitas atrocidades são cometidas na guerra, mesmo quando a causa é "justa". Na Bíblia, Deus nos aconselha a ter paz com todos os homens (Rm 12.18). Devemos promover a paz, mas também precisamos estar conscientes que sempre haverá conflitos; Jesus alertou que no fim dos tempos haveriam muitas guerras e rumores de guerras (Mt 24.6-7).
1. Ao longo dos séculos. Desde a batalha dos israelitas contra Ai, por volta de 1400 a.C. (Js 8.21-26), até Massada, em 73 d.C., a Bíblia registra cerca de 20 batalhas principais. Pessoas de todas as civilizações antigas – egípcia, assíria, babilônica, grega e romana – estavam acostumadas com a presença dos sol dados no meio do povo. E a palavra profética anuncia guerras até o fim dos tempos (Dn 9.26).
A guerra nunca é uma boa coisa, mas às vezes é necessária. Em um mundo cheio de pessoas pecadoras (Rm 3.10-18), a guerra é inevitável. Às vezes a única forma de evitar que pecadores causem dano ainda maior a pessoas inocentes é através da guerra. Deus mesmo fez uso deste artifício humano para dar cabo ao Seu magnífico plano redentor. Uma passada rápida pelas páginas do Antigo Testamento, vemos o SENHOR ordenando aos israelitas: “Vinga os filhos de Israel dos midianitas” (Nm 31.2). Moisés declara em Deuteronômio 20.16-17: “Porém, das cidades destas nações que o SENHOR, teu Deus, te dá em herança, não deixarás com vida tudo o que tem fôlego. Antes, como te ordenou o SENHOR, teu Deus, destruí-las-ás totalmente...” Além disso, 1 Samuel 15.18 diz: “Enviou-te o SENHOR a este caminho e disse: Vai, e destrói totalmente estes pecadores, os amalequitas, e peleja contra eles, até exterminá-los.” Destas passagens, então, compreendemos que o SENHOR não é contra toda a guerra (Ml 3.6, Tg 1.17). (Veja mais sobre O que a Bíblia diz sobre a guerra?, aqui)

2. Os antigos. Os antigos encaravam a guerra como algo sagrado; esse era o contexto da época. Era usual oferecer sacrifícios antes da partida das tropas militares para a batalha a fim de invocar, das divindades, proteção e vitória (Jr 51.27). Essa prática era também generalizada em Israel (1 Sm 13.10-12; Sf 1.7). Deus permitia e, às vezes, até ordenava a guerra no período do Antigo Testamento (1 Sm 23.2-4).
Na antiguidade, as guerras eram encaradas como embates entre os deuses dos povos mitigantes. Deus chamou o povo à guerra várias vezes, lutando com eles, por causa da degradação moral do povo inimigo (Dt 1.30). Há muitas histórias bélicas, sobretudo durante a conquista da Terra Prometida, onde a violência é protagonista e surpreendentemente justificada como vontade de Deus. Ela aparece até mesmo em orações, como O Salmo 136, que é muito bonito e canta a história de Deus no meio do seu povo. Esse salmo nos diz que Deus “feriu reis famosos; matou reis poderosos; Seon reis dos amorreus e Og rei de Basã... porque eterno é seu amor!” (Sl 136,17-20).

3. Sentido metafórico. O tema sobre a guerra não aparece no Novo Testamento. A guerra é, em si mesma, incompatível com o espírito cristão. Jesus nos ensinou: “Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus” (Mt 5.9). A guerra aparece nas Escrituras no sentido figurado para ilustrar a luta contra a morte (Ec 8.8), da mesma forma que ilustra a maldade dos ímpios (Sl 55.21). Na presente lição, o enfoque é metafórico, representando a nossa luta espiritual contra os inimigos da nossa salvação (2 Co 10.3; 1 Tm 1.18).
Por causa da maldade humana, a guerra é um problema real de nosso mundo. Por esse motivo, nas Escrituras, as guerras listadas foram bem reais e sangrentas, e muitas vezes, ordenadas por Deus. As Escrituras se referem a Deus como “Senhor dos Exércitos” e narra muitas batalhas. No Novo Testamento, Jesus encontrou com soldados romanos que estavam cumprindo ordens e não os censurou por matar, disse apenas que deveriam se contentar com seu salário e não se corromper (Lc 3.14). Em Mateus 8.5-10 e Atos 10 lemos sobre a fé de soldados que não foram recriminados por Jesus por terem matado ninguém.
Metáfora é uma figura de linguagem que produz sentidos figurados por meio de comparações implícitas. Ela pode dar um duplo sentido à frase. Com a ausência de uma conjunção comparativa. Também é um recurso expressivo” (Wikipédia). Em se tratando de metáforas, As Escrituras se valem delas e de uma forma tão rica de sentido, e que, quando analisadas com cuidado, lançam luz especial sobre nossa compreensão de assuntos espirituais.

SUBSÍDIO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO

Para enriquecer a sua exposição do primeiro tópico seria interessante fazer uma pesquisa sobre a guerra ao longo da história do mundo. Por meio de sites confiáveis ou de revista especializada, tenha acesso a um resumo sobre o contexto das guerras, principalmente a primeira e segunda mundiais. A ideia é que essa exposição tenha maior objetividade quando você se encontrar munido de conhecimentos básicos sobre a guerra. Avalie a possibilidade de compartilhar a sua pesquisa com a classe, seja em forma de artigo, resumos ou resenhas.

II. A METÁFORA BÍBLICA

“Guerra”, “batalha”, “luta”, “combate”, “peleja” são termos do dia a dia para indicarmos, muitas vezes, um debate ou discussão e, também, para nos referirmos às dificuldades da vida. Mas a metáfora aqui se aplica na defesa e no combate espiritual, na pregação e no ensino da Palavra.
1. A armadura* do soldado romano. A sociedade contemporânea do apóstolo Paulo conhecia com abundância de detalhes toda a armadura do soldado romano. Efésios é uma das quatro epístolas da primeira prisão de Paulo, juntamente com Filipenses, Colossenses e Filemom (v.20; Ef 3.1; 4.1; Fp 1.13; Cl 4.3; Fm 9,10,13,23). Assim, o apóstolo escreveu aos efésios de sua prisão domiciliar em Roma, vigiada pela guarda pretoriana (At 28.16,30,31). Paulo convivia com esses soldados diariamente e conhecia com detalhes a armadura daqueles que o vigiavam.
A guarda pretoriana (latim: Praetoriani) era o grupo de legionários experientes encarregados da proteção do pretório (praetorium), parte central do acampamento de uma legião romana, onde ficavam instalados os oficiais. Com a tomada do poder por Otaviano, transformou-se na guarda pessoal do imperador”. (Wikipédia).
Paulo viveu numa época dominada pelo maior e mais poderoso exército da Antiguidade. As legiões romanas estavam presentes na sua vida desde sua cidade natal, que era província romana, até Jerusalém, para onde foi completar seus estudos, pois ali estava sediada a mais eficiente legião romana,a terceira. Durante suas viagens missionárias, ele circulou entre militares pelas cidades que passava e teve a convivência com muitos deles, nas prisões a que se submeteu e em todas anunciou o evangelho. O soldado romano quando saia à guerra estava totalmente equipado para enfrentar o inimigo. Tinha sobre si a armadura e as armas para se proteger contra o inimigo, assim, Paulo usa algo bem conhecido em seus dias para ensinar verdades espirituais. “Portanto, usem cada peça da armadura de Deus para resistir ao inimigo sempre que ele atacar e, quando tudo estiver acabado, vocês ainda estejam de pé.” (Ef 6.13)

2. A armadura de Deus (v.13). Mesmo depois de tomar toda a armadura de Deus, o apóstolo nos exorta a ficarmos firmes. Depois da vitória, o soldado romano permanecia em pé e vitorioso. Paulo acrescenta: “tendo cingidos os vossos lombos com a verdade” (v.14.a). Isso significa usar a verdade como cinturão (Is 11.5). Essas metáforas são apropriadas, pois usam as coisas da vida diária, conhecidas de todos, para esclarecer verdades espirituais.
Três mil anos atrás […] as mulheres (e os homens) usavam roupas bem soltas. Para realizar trabalhos físicos precisavam segurar a roupa e prendê-la com um cinturão. Só assim poderiam movimentar-se livremente. Esse cinturão por cima da roupa era uma preparação necessária para o trabalho pesado e também para esforços prolongados. O ato de cingir-se ou de prender a roupa com o cinturão era também um fator psicológico para o trabalho. Da mesma forma que colocar um avental, roupa de faxina, roupa de ginástica, roupa para pintar ou roupa para cuidar do jardim, ou até mesmo arregaçar as mangas, o ato de colocar o cinturão significava preparar-se para o trabalho. Esse ato preparatório e a roupa apropriada incentivavam a atitude de “Vamos lá!” em relação à tarefa do momento. O cinturão é um símbolo da força mental e física que é adquirida quando se entra na arena do trabalho”. (GEORGE, Elizabeth. Bela aos olhos de Deus. Campinas, SP: Editora United Press, 2002. p. 117).
Como se pode notar, não falta nada nessa armadura. Ela é completa. De fato, sendo uma armadura de Deus, as partes componentes desta armadura não tem absolutamente nada por acaso. “E havendo feito tudo, ficar firmes” - A palavra grega significa, trabalhar, produzir ou produzir; e depois trabalhar, acabar, vencer. A idéia parece ser que eles deveriam superar ou vencer todos os seus inimigos e, assim, permanecer firmes. Toda a linguagem aqui é tirada da guerra; e a ideia é que todo inimigo deve ser subjugado - não importa quão numerosos ou formidáveis eles possam ser. Segurança e triunfo só poderiam ser procurados quando todo inimigo fosse morto.
John Wesley comentando “tendo cingidos os vossos lombos com a verdade” (v.14a), escreve: “E os seus pés calçados com a preparação do evangelho - Que isto esteja sempre pronto para dirigir e confirmar você em cada passo. Esta parte da armadura, para os pés, é necessária, considerando a jornada que temos que percorrer; que corrida correr. Nossos pés devem estar tão calçados que nossos passos não escorreguem. Para ordenar nossa vida e nossa conversa corretamente, somos preparados pela bênção do evangelho, a paz e o amor de Deus reinando no coração, Colossenses 3: 14-15 . Por isso só podemos trilhar os caminhos brutos, superar nossas dificuldades e resistir até o fim”.

3. A couraça da justiça (v.14). É uma armadura defensiva em forma de um manto de ferro feito de couro, tiras de metal ou escamas de bronze (1 Sm 17.5). Sua função é proteger o pescoço, o peito, os ombros, o abdome e as costas. Dependendo da época e da civilização, a couraça chegava até a coxa. O apóstolo Paulo usa a couraça como metáfora para ilustrar a defesa espiritual como “couraça da justiça” (v.14), um abrigo contra as feridas morais e espirituais e uma proteção da justiça de Cristo imputada ao pecador; é a “couraça da fé” (1 Ts 5.8).
Estai, pois, firmes, tendo cingidos os vossos lombos com a verdade, e vestida a couraça da justiça” - Há aqui uma referência óbvia a duas passagens de Isaías (Is 11.5 e 59.17). A verdade e a justiça são praticamente idênticas ou, pelo menos, inseparáveis. Portanto, eles são comparados com o cinto forte, e o peitoral continua com ele, formando a armadura do corpo. Talvez a "verdade" seja tomada como o cinto porque é o único vínculo da sociedade e do caráter individual. Mas estando nos dois juntos os homens estarão "armados e fortes em honestidade". Em 1Ts 5.8, a metáfora é diferente e talvez menos exata. O peitoral é o "peitoral da fé e do amor" - o que aqui é o escudo. John Wesley comenta: “Tendo seus lombos cingidos - Que possam estar prontos para todo movimento. Com a verdade - não apenas com as verdades do evangelho, mas com a "verdade nas partes interiores"; pois sem isto todo o nosso conhecimento da verdade divina será apenas um cinto fraco "no dia do mal". Então nosso Senhor é descrito, Isaías 11: 5 . E como um homem cingido está sempre pronto para prosseguir, isso parece intimar um coração obediente, uma vontade pronta. Nosso Senhor acrescenta aos lombos cingidos, as luzes acesas, Lucas 12:35 ; mostrando que observar e obedecer prontamente são os companheiros inseparáveis da fé e do amor. E tendo na couraça da justiça - A justiça da pureza imaculada, na qual Cristo nos apresentará sem defeito perante Deus, através do mérito do seu próprio sangue. Com esta couraça nosso Senhor é descrito, Isaías 59:17 . No peito é a sede da consciência, que é guardada pela justiça. Nenhuma armadura para as costas é mencionada. Estamos sempre para enfrentar nossos inimigos”.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO

Para este tópico é importante conhecer melhor o termo “Justiça”: “Justiça de Deus. [Do hb. tsadik; do gr. dikaios; do lat. justitia] Atributo 64 Lições Bíblicas /Professor Janeiro/Fevereiro/Março - 2019 III – OUTRAS ARMAS USADAS COMO ILUSTRAÇÃO O apóstolo Paulo não foi exaustivo ao elencar os instrumentos bélicos de sua geração. Aqui vamos apresentar os demais elementos apresentados na sua lista. moral e básico de Deus, manifestado pela fidelidade com que o Supremo Ser trata seus propósitos e decretos. É a sua fidelidade com a própria natureza. A justiça de Deus entra em ação todas as vezes que a sua santidade é agredida. Sua justiça e santidade acham-se intimamente associadas; não se pode abstrair uma da outra sem violar sua inefável natureza. Justiça Original. Condição moral e espiritual que o ser humano recebeu de Deus quando de sua criação. O homem era naturalmente bom. Tendia a executar o que era reto e justo. Mas o pecado afetou-lhe a natureza de forma flagrante e quase que irremediável. Aceitando porém a Cristo, os descendentes de Adão e Eva são, não somente justificados, como transformados pelo Espírito de Deus. A regeneração faz com que readquiramos a justiça original e passemos a viver sob o mando da justiça de Cristo. Este ensino encontra-se na maioria das epístolas paulinas (Ef 4.24; Rm 8.29; 2 Co 3.18)” (ANDRADE, Claudionor de Corrêa. Dicionário Teológico. Rio de Janeiro: CPAD, 1998, pp.197-98).


III. OUTRAS ARMAS USADAS COMO ILUSTRAÇÃO

O apóstolo Paulo não foi exaustivo ao elencar os instrumentos bélicos de sua geração. Aqui vamos apresentar os demais elementos apresentados na sua lista.
1. Os calçados (v.15). O termo hebraico naal, “sandália, sapato”, e o seu correspondente grego na Septuaginta e no Novo Testamento, hypodema, “sandália”, vem do verbo hypodeo, “atar debaixo”, e diz respeito ao calçado formado por uma sola de couro que se amarra ao pé com correias ou cintas. Era uma peça do vestuário usada pela população civil (Jo 1.27; At 7.33). No caso do soldado, porém, era necessário para segurança e prontidão na marcha (Is 5.27). Isso, na linguagem figurada, remete a agilidade e prontidão na obra da evangelização e na pregação do evangelho da paz.
Adam Clarke comenta: “Seus pés calçados - κνημιδες , ou grevas, já foram descritas; eles foram considerados de importância essencial na antiga armadura; se os pés ou as pernas estiverem gravemente feridos, um homem não poderá resistir a seu adversário, persegui-lo, se for derrotado, ou fugir dele, se tiver o pior da luta. Para que o apóstolo tenha obediência ao Evangelho em geral, não pode haver dúvida; mas ele parece ter mais do que isso, uma prontidão para publicar o Evangelho: pois, quão belos nas montanhas são os pés daquele que anuncia boas novas, que anuncia a paz; que traz boas novas do bem, que anuncia a salvação; que diz a Sião: O teu Deus reina! Isaías 52: 7; Romanos 10:15 . Os israelitas foram ordenados a comer a páscoa com os pés calçados, para mostrar que estavam prontos para a jornada. E nosso Senhor ordena que seus discípulos sejam calçados com sandálias, para que eles possam estar prontos para ir e publicar o Evangelho, como os israelitas deveriam ir para possuir a terra prometida. Todo cristão deve considerar-se em sua jornada de uma terra estranha para seu próprio país, e não apenas ficar a todo momento preparado para prosseguir, mas estar a todo momento em progresso real em direção à sua casa”..

2. O escudo da fé (v.16). O escudo era o principal instrumento bélico de defesa na guerra. Trata-se de uma peça fabricada a partir de vários materiais e em formatos diversificados. Os israelitas tinham dois tipos: o primeiro, sinna, “proteção” em hebraico, uma peça que cobria o corpo inteiro de forma oval ou retangular, usada pela infantaria pesada (2 Cr 25.5); e, o segundo, magen, usado pelos arqueiros (2 Cr 17.17). O escudo é símbolo de proteção nas Escrituras. É usado de maneira figurada desde o Antigo Testamento para mostrar Deus como o protetor dos seus (Gn 15.1; Dt 33.9; 2 Sm 22.3); é comparado à salvação e à verdade de Deus (2 Sm 22.36; Sl 18.35; 91.4). O apóstolo Paulo usa a figura do escudo como proteção para “apagar todos os dardos inflamados do maligno” (v.16), tais como calúnia, malícia, concupiscência, ira, inveja e toda a sorte de desobediência. Esse escudo nos protege das setas malignas (Sl 91.5).
Havia diferentes tipos de escudos usados pelos soldados romanos. Havia um pequeno e redondo usado principalmente pelos gladiadores – usado em lutas de combate onde as pessoas ficavam próximas uma das outras. O outro tipo de escudo era conhecido como SCUTUM (latim para escudo). Esse escudo era grande e retangular, tinha 1,5 metros de altura e pesava entre 5-7 kg. Esse escudo era feito de madeira dura com metais nas bordas e grossas camadas de couro na frente. Antes de marcharem para a batalha os escudos eram molhados para que os dardos inflamados fossem extintos. O exército romano usava uma tática na qual os soldados com os escudos iam à frente, formando um muro, e atrás deles iam os arqueiros. Dessa forma eles conseguiam proteger o maior número de soldados e matar o maior número de adversários até o combate chegar no um-a-um. Os escudos romanos foram de extrema importância: * De acordo com Políbio ‘o escutum deu aos soldados romanos uma vantagem sobre seus inimigos cartagineses durante as Guerras Púnicas: "Seus braços também dão aos homens tanto a defesa como a confiança devido o tamanho do escudo." Vários relatos históricos mostram a importância do escudo no exército romano. Não só servia para defesa como também amedrontava os inimigos. [...]Fé é a plena certeza, a garantia da fidelidade de Deus para com suas promessas. Essa plena certeza se torna uma convicção tão séria e tão profunda que passa a ser o que guia os seus passos. Fé é não duvidar da fidelidade Deus! Você tem a plena certeza de que Ele é o maior tesouro, que nEle há o maior prazer e por isso você não mais procura alegria em outros lugares. Fé é um escudo que cobre todo o nosso ser – assim como o escudo cobria todo o corpo! Satanás está constantemente lançando seus dardos inflamados contra nós, querendo fazer com que nós acreditemos que há mais prazer nas coisas que ele oferece, nas mentiras e cobiças. Foi assim que ele atacou Jesus – prometeu coisas grandes, mas Jesus usou o escudo da fé e se defendeu crendo nas promessas de Deus (Mt.4:1-11)! Toda vez que nós pecamos, cremos na mentira do maligno de que Deus não é verdadeiro.” (Gustavo Barros, A ARMADURA DO CRISTÃO parte VI – O ESCUDO DA FÉ (v.16). Disponível em: http://solideogloriacampinas.blogspot.com/2011/08/armadura-do-cristao-parte-vi-o-escudo_21.html. Acesso em:25 Fev, 2019)
3. O capacete da salvação e a espada do Espírito (v.17). O capacete era uma cobertura para a cabeça feita de metal e internamente acolchoada para o conforto do usuário e a proteção eficiente da cabeça. No Antigo Testamento, a salvação é o capacete que Deus usa na batalha (Is 59.17). Parece que Paulo segue nessa linha em outro lugar: “tendo por capacete a esperança da salvação” (1 Ts 5.8). A espada literal é uma arma de ataque, mas no sentido figurado é um símbolo de guerra, julgamento divino e autoridade ou poder (Lv 26.25; Jr 12.12; Rm 13.4). A expressão paulina “espada do Espírito” refere-se à Bíblia, pois as Escrituras Sagradas vieram do Espírito Santo (2 Pe 1.21). Por isso, Paulo completa dizendo, “que é a Palavra de Deus”. Isso significa que a Bíblia é a Palavra de Deus, como ela própria se declara (Mc 7.13; Hb 4.12).
O capacete romano de modelo complexo protegia a cabeça do soldado e também o fazia parecer mais alto e imponente. A espada do Espírito e arma de defesa e de ataque para o cristão. E a Palavra especifica que precisamos desembainhar numa determinada situação para combater um golpe desferido contra nós e desarmar nosso oponente, fazendo-a penetrar nele. Para ter a Palavra precisa a mão, o cristão deve conhecer intimamente toda a Bíblia e saber manejá-la, usá-la bem. “Em 1Ts 5.8 Paulo explica que está falando do capacete da esperança da salvação. É interessante notar que durante as jornadas o soldado não usava o pesado capacete. Portanto tomar o capacete significava dizer que uma batalha já ia começar. Um soldado usava o capacete na esperança de se salvar dos ataques hostis. A esperança da salvação é bíblica e de grande valia nos momentos sombrios em que somos alvejados por Satanás. O mesmo Paulo diz em Rm 8.1: “PORTANTO, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito.” A certeza da salvação é uma garantia de Deus para aqueles que “agora” estão em Cristo Jesus. Ao entrar em um ônibus estou predestinado ao destino descrito no seu itinerário. Se no decurso da viagem eu resolver descer e ficar, logicamente não vou chegar ao lugar predestinado. Mas agora eu devo ter a certeza da minha salvação – pelos méritos de Cristo na cruz. (1Pe 2.24). [...] A espada é a única a arma ofensiva do conjunto militar citado por Paulo. Há uma diferença significativa entre falar as minhas palavras e proferir a Palavra de Deus. O mundo veio a existir pelo poder de sua palavra. Ela é afiada e penetrante. Pode alcançar as recâmaras mais íntimas da alma humana – a divisão da alma e do espírito. E esta espada como diz Paulo – é do Espírito. Apenas ele convence o ser humano do pecado, da justiça e do juízo. (Jo 16.8) “Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração”. (Hb 4:12) Devemos potencializar a proclamação desta palavra por todos os meios, e o seu fruto será gerado pelo meigo Espírito Santo.” (Adriano Alves, Os 6 itens da armadura de Deus e o seu significado. Disponível em: https://www.pastoradrianoalves.com.br/2018/04/os-6-itens-da-armadura-de-deus-e-o-seu.html. Acesso em: 25 Fev, 2019).

4. A outra lista (vv. 18,19). Oração e súplica vêm permeadas entre esses elementos da armadura de Deus e permanecem juntas a essas armas espirituais, que sem a oração seriam inúteis. A oração deve ser em todo o tempo e com súplica no Espírito e vigilância (Mt 26.41; Fp 4.6; 1 Ts 5.17). As virtudes gêmeas, vigilância e perseverança, aparecem na instrução para orarmos uns pelos outros. Quando um homem da estatura espiritual do apóstolo Paulo pede a oração da Igreja em seu favor e pelo seu ministério (v.20), isso mostra que não existe super-homem na Igreja. Todos nós somos dependentes do Senhor Jesus e contamos com a oração uns dos outros.
Paulo, um homem de oração (Ef. 1.15-23; 3.14-21), termina esta grande seção de sua carta para os cristãos de Éfeso com uma exortação para que se dediquem a oração. Sem a oração, toda a armadura seria inútil para os filhos de Deus. As orações gerais e as petições específicas no Espírito devem ser feitas por todos os cristãos e em todas as ocasiões, o que significa que eles devem manter-se orando em todo tempo. Eles devem lembrar-se ainda de que, além das orações, perseverança e paciência são essenciais. O apóstolo Paulo não se envergonhou de pedir aos outros cristãos que orassem para que ele tivesse a coragem e oportunidade de anunciar o evangelho. Mesmo estando na prisão, ele queria continuar a ser uma testemunha fiel do Senhor. Paulo era um embaixador em cadeias do evangelho de Cristo em Roma. Sua oração era para que ele pudesse falar livremente, como convém falar um embaixador do Rei dos reis.

SUBSÍDIO VIDA CRISTÃ

“Deus quer trazer fé aos nossos olhos e aos nossos ouvidos, uma realização viva do que seja a Palavra de Deus, do que o Senhor Deus quer dizer e do que podemos esperar se crermos. Estou certo de que o Senhor deseja colocar diante de nós um fato vivo que, pela fé, deve pôr em ação um princípio que está dentro de nossos corações, a fim de que Cristo destrone todo o poder de Satanás.
É isso que eu penso. O Reino dos Céus está dentro de nós, dentro de cada crente. O Reino dos Céus é Cristo, é a Palavra de Deus.
O Reino dos Céus deve superar todas as demais coisas, até sua própria vida. Tem que ser manifestado de maneira tal que compreendas que mesmo a morte de Cristo traz à lume a vida de Cristo.
O Reino dos Céus é a vida de Jesus, é o poder do Altíssimo. O Reino dos Céus é puro, é santo. Não tem doenças, nem imperfeição” (WIGGLESWORTH, Smith. Devocional. Série: Clássicos do Movimento Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, pp.72-73).

CONCLUSÃO

Os crentes precisam dessa armadura de Deus ainda hoje. Isso porque bem sabemos que os inimigos da Igreja não são agentes humanos. Estão por trás deles os demônios, liderados pelo seu maioral, o Diabo. Os recursos espirituais apresentados aqui são importantes e poderosos para expelir todas as forças do mal.
A armadura de Deus tem papel fundamental na batalha espiritual. Com ela, estamos protegidos dos mais diversos tipos de ataques do Diabo e de seus agentes.
O diabo é um inimigo real que está ativo hoje em dia e continuará ativo até o sua total e permanente derrota, quando ele será lançado no lago de fogo (Apocalipse 20:10).
Contudo, neste meio tempo nós não estamos desprotegidos. Deus nos deu Sua armadura para que sejamos capazes de resistir ao diabo. Conforme João nos assegura:
1 João 4:4: "Filhinhos, sois de Deus, e já os tendes vencido; porque maior é O QUE ESTÁ EM VÓS DO QUE O QUE ESTÁ NO MUNDO."
E Romanos 8:35-36: "Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada? Como está escrito: Por amor de ti somos entregues à morte todo o dia; Somos reputados como ovelhas para o matadouro.” Fome, perseguição, etc. Muitas coisas negativas! Contudo a passagem não para aí
Romanos 8:37-39: "Mas em todas estas coisas [isto é, fome, espada, nudez etc.], somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou. Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, Nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor."
Deus não prometeu que não teríamos perseguições. Todavia, mesmo na perseguição somos mais que vencedores por Ele que nos ama. A vida que Ele tem para você não é uma vida oprimida pelo diabo. Esta era a vida que tínhamos antes de acreditarmos. O que Ele tem para você é uma vida mais do que abundante. 2 Coríntios diz:
2 Coríntios 2:14: "E graças a Deus, que sempre nos faz triunfar em Cristo, e por meio de nós manifesta em todo o lugar a fragrância do seu conhecimento."
Deus sempre lhe fará triunfar, se buscar em Sua palavra. Contudo, uma vez mais devemos deixar claro que não significa que “dias maus” não virão; sabemos por Sua palavra que tais dias virão porque existe um inimigo. Todavia, mesmo assim, se fizer o que a palavra diz (sede sóbrios e vigilantes, revista-se da armadura de Deus resistindo ao diabo e obedecendo a Deus) Deus lhe conduzirá ao triunfo!” (Anastasios Kioulachoglou, Disponível em: http://www.jba.gr/Portuguese/A-Armadura-de-Deus.htm. Acesso em: 25 Fev, 2019)

Achando-se as tuas palavras, logo as comi, e a tua palavra foi para mim o gozo e alegria do meu coração; porque pelo teu nome sou chamado, ó Senhor Deus dos Exércitos”. (Jeremias 15.16)

Francisco Barbosa
Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br

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