sábado, 1 de dezembro de 2018

LIÇÃO 9: O PERIGO DA INDIFERENÇA ESPIRITUAL


SUBSÍDIO I

UM CHAMADO A FAZER A VONTADE DE DEUS

As pessoas a quem Jesus dirige essa parábola estavam de fato muito interessadas em obedecer à Lei. Contudo, não estavam muito preparadas para receber aquele a quem o próprio Deus enviou. Não se pode fazer apenas parte da vontade de Deus. A obediência à Lei acrescida à rejeição de Cristo, descamba para o legalismo e, na parábola que estamos estudando, equivale a um sim meramente verbal, contrariando os fatos e, por conseguinte, a vontade de Deus.
Sobre o legalismo, Champlin destaca que “esta expressão, como usada pelos teólogos cristãos, não tem nada contra a dignidade da lei, muito pelo contrário, fala de abusos dos propósitos da lei”. Ele destaca também que “muitos judeus convertidos ao cristianismo, que aceitaram o ensino de que Jesus era o Messias, ainda continuaram observando a lei pelas duas razões sugeridas, sendo que o judaísmo nunca promoveu um conceito de justificação pela fé, assim, legalismo, então, é o uso da lei como uma base de soteriologia e como o guia da vida espiritual, no lugar da justificação pela fé e a lei do Espírito como o guia da espiritualidade”.
Pode ser que ao redor dos que ouviam a parábola, encontravam-se também muitos publicanos, meretrizes e pecadores que, ao contrário de alguns, não se arrependeram de seus pecados de forma legítima e autêntica. Eles estavam dispostos a acreditarem em Jesus, mas não estavam interessados em obedecer a vontade de Deus. Se os primeiros são legalistas, os segundos são os participantes da graça barata. Como vimos num tópico anterior, o verdadeiro arrependimento conduz à mudança de atitude. Quem possui uma fé genuína, fatalmente desejará fazer a vontade de Deus.
Em João 15.14 Jesus é enfático ao ensinar que nós seremos seus amigos se fizermos o que Ele manda: “Vós sereis meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando”.  Fazer a vontade de Deus era o eixo sobre o qual girava toda a religião de Israel. A Lei era a sua expressão clara e escrita. Champlin destaca que “o Senhor Jesus agora desejou acrescentar outro pensamento precioso: aqueles discípulos especiais de então para diante dificilmente poderiam ser classificados como meros servos, segundo ordinariamente se poderia entender, dentro das relações então comuns entre escravos e senhores, visto que dos servos só se poderia esperar servidão, pelo contrário, o Senhor Jesus elevou a posição de seus discípulos como seus iguais, isto é, como seus amigos, seus companheiros”.
Contudo, agora chegamos a uma revelação plena e perfeita da vontade de Deus através de Jesus Cristo. Ele anuncia a vinda do Reino e chama à conversão: “Desde então, começou Jesus a pregar e a dizer: Arrependei-vos, porque é chegado o Reino dos céus” (Mt 4.17). Ela passa, afinal, através de sua pessoa. O Pai quer que os homens recebam aquele que Ele enviou. Não se trata de querer obedecer a Lei sem receber a Cristo. Também não se trata de desejar a Cristo, mas não querer obedecer a seus ensinos.
Através desta parábola precisamos compreender o perigo da indiferença espiritual. Alguns pensam que podem confessar que amam a Deus com seus lábios mas viver com o coração distante dele. Pensam poder encontrar a Deus prescindindo de Cristo. Outros há que vivem na austeridade da Lei, mas não querem receber a Jesus. A marca indelével da amizade com Deus é a aceitação de Cristo como Filho de Deus, e, isso é possível, a partir do momento em que O obedecemos.
O fundamento da obediência a Deus é manifestado no amor ao Senhor Jesus e a sua Palavra: “De todo o meu coração te busquei; não me deixes desviar dos teus mandamentos. Escondi a tua palavra no meu coração, para eu não pecar contra ti” (Sl 119.10-11). O Salmo 119 descreve que as santas escrituras devem guiar nossas vidas. Nos versículos 6 e 22, o salmista destaca que quando seguimos os seus ensinamentos não existem motivos para nos envergonharmos: “Então, não ficaria confundido, atentando eu para todos os teus mandamentos. Tira de sobre mim o opróbrio e o desprezo, pois guardei os teus testemunhos”.
No versículo 7 o salmista destaca a necessidade do cultivo de um coração íntegro: “Louvar-te-ei com retidão de coração, quando tiver aprendido os teus justos juízos. Observarei os teus estatutos; não me desampares totalmente”, e nos versículos 9, 10, 11 e 30 ele fala da observância de uma vida pura e que não se desvia dos mandamentos do Senhor: “Como purificará o jovem o seu caminho? Observando-o conforme a tua palavra. De todo o meu coração te busquei; não me deixes desviar dos teus mandamentos. Escondi a tua palavra no meu coração, para eu não pecar contra ti. Escolhi o caminho da verdade; propus-me seguir os teus juízos”.
Davi tinha um desejo profundo de conhecer e obedecer ao Senhor, e o fervor deste desejo está evidenciado no Salmo 119.5-4 e a excelência deste desejo pode ser notada na ênfase das expressões “vivifica-me”, “ensina-me” e “faze-me atinar”. Moody destaca que “o perigo confrontando o salmista fá-lo pedir força e conforto. Ele percebe que a vivificação que ele deseja vem da compreensão dos ensinamentos de Deus”. No Salmo 119.33-40 o salmista usa a expressão “ensina-me e o seguirei” e na sequência pede pela orientação de Deus para que sua vida seja afastada da insensatez.
A obediência deve estar ligada à vontade de Deus. Para sair da indiferença espiritual, o ser humano precisa receber aquele que Deus enviou ao mundo. A pessoa de Cristo separa de forma bastante clara a humanidade perdida, composta até mesmo por religiosos que dizem fazer a vontade de Deus, mas não a fazem, e aqueles que serão admitidos no Reino. O caminho é o do arrependimento com a consequente mudança de atitude, em direção à obediência a Deus.

Texto extraído da obra: As Parábolas de Jesus: As verdades e princípios divinos para uma vida abundante. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2018

COMENTÁRIO E SUBSÍDIO II

INTRODUÇÃO

Tempos difíceis, esses nos quais vivemos, antecipados por Paulo, em sua Epístola a Timóteo (II Tm. 3.1-5). As pessoas estão se tornando cada vez mais indiferentes a fé cristã, o número de desigrejados cresce assustadoramente. Diante desse contexto, faz-se necessário considerar o perigo da indiferença espiritual, tendo em vista que nos arraiais evangélicos, como entre os religiosos dos tempos de Jesus, essa era uma prática bastante comum.

I. UMA PARÁBOLA, DOIS FILHOS
                                                                 
Em resposta à indagação dos religiosos do seu tempo, Jesus conta uma parábola a respeito de dois filhos. A pergunta que lhe foi feita foi a respeito da autoridade, e mais especificamente, em relação à mensagem de João Batista, e autoridade do próprio Cristo (Mt. 21.28). Nessa parábola, Jesus conta que um homem tinha dois filhos, e que esse se dirigiu ao primeiro, a fim de que fosse trabalhar na vinha, esse respondeu negativamente, dizendo “não quero”. Depois, se arrependendo, resolveu ir, e fazer o trabalho que havia se negado. O segundo filho, no entanto, disse que iria: “eu vou senhor, e não foi”. Como costumava fazer, Jesus responde à pergunta com outra pergunta: “Qual dos dois fez a vontade do pai?” (v. 31). Os próprios religiosos reconheceram que fora o primeiro. Ao que Jesus concluiu: “os publicanos e as meretrizes entram adiante de vós no Reino de Deus” (v. 31). A mensagem de Jesus nessa parábola, como em outras que proferiu, é uma crítica à hipocrisia religiosa. As pessoas religiosas tendem a se acharem muito boas aos olhos de Deus. E mais que isso, elas se colocam acima dos demais pecadores, ou para ser mais assertivo, elas não se consideram pecadoras. A palavra do Senhor é enfática ao declarar que aqueles que reconhecem seus pecados, e se arrependem diante de Deus, entrarão no Seu Reino. Os religiosos, por sua vez, ficarão de fora, pois são incapazes de perceber sua miserabilidade espiritual.

II. ENTRE O DIZER E O FAZER

Há um pensamento clássico na filosofia analítica, difundido também no contexto da Linguística, ao afirmar que: “dizer é fazer”. Isso mostra que quando fazemos uma afirmação, nos comprometemos com essa, ainda que não venhamos a por em prática. No caso desses dois filhos, o primeiro diz que não iria, sua afirmação, no entanto, foi negada pela sua prática, pois acabou se arrependendo, e fazendo a vontade do seu pai. O último, ainda que tenha dito que iria para a vinha, ficou apenas na promessa, não cumprindo o que dissera. É fundamental, como bem ressaltou Paulo Freire, “diminuir a distância entre o que se diz e o que se faz, de tal forma que, num dado momento, a tua fala seja a tua prática”. Essa abordagem, na verdade, expressa o que já se encontra na Bíblia, na Epístola de Tiago, ao destacar a necessidade de praticar aquilo que ensinamos (Tg. 2.10), caso contrário, nossas vidas serão marcadas pela dubiedade. Existem muitos cristãos que são irreconhecíveis no trato cotidiano, agindo totalmente diferente de quando estão no convívio da igreja. O próprio Jesus ensinou aos seus discípulos que o falar desses deveria ser “sim, sim; não, não” (Mt. 5.37). A sinceridade deve ser uma característica de todo cristão, não podemos viver de maneira diferente daquilo que nosso Mestre nos ensinou, e em conformidade com Sua palavra (Jo. 8.47).

III. UM CHAMADO À COERÊNCIA ESPIRITUAL

A condição humana, por causa da queda, tem dificuldade para ser coerente. Há pessoas que não conseguem se firmar, principalmente por causa das pressões sociais. Existem muitas ideologias na sociedade, cada uma delas nos impulsiona para um lado. Não é difícil cair em algum extremo, a fim de agradar a algum posicionamento humano. Mas devemos saber que somos chamados para viver a partir da Palavra de Deus. Ela é nosso prumo, e o norte das nossas decisões, a bússola que nos conduz à eternidade. Diante das pressões deste tempo, e das adversidades com as quais precisamos lidar, devemos manter nossos olhos fitos no Autor e Consumador da nossa fé (Hb. 12.2). Para não se deixar levar por nossa mera religiosidade, devemos levar cativo nosso entendimento a Cristo (II Co. 10.4). Se assim fizermos, não cairemos no pecado da autojustiça, estamos cientes de que fomos agraciados, e de que nada fizemos para ser salvos (Ef. 2.8,9). Muitos evangélicos, por causa da sua religiosidade, pensam que são especiais pelo que fazem, não pelo que Cristo fez por elas. Não temos do que nos gloriar, a não ser no Senhor Jesus Cristo, que nos redimiu por meio do Seu sangue (II Co. 10.17). Os crentes não são melhores que os demais pecadores, o próprio Paulo se colocou como um dos principais (I Tm. 1.15). A condenação está bem próxima da porta do céu, isso descreveu John Bunyan, em seu O Peregrino. Tenhamos cuidado, para não fazer como o filho mais novo da parábola.

CONCLUSÃO

Há cristãos que pensam fazer a vontade Deus, até O chamam de Senhor, mas o coração está longe dEle (Mt. 7.21). Essa parábola contada por Jesus é um alerta, principalmente para aqueles que estão na religião, mas que não levam sua fé a sério. A indiferença espiritual está matando muitos cristãos, e o mais perigoso, alguns que estão no púlpito das igrejas. É necessário se congregar na igreja, viver em comunhão com os irmãos, adorar a Deus em espírito e em verdade. Mas é preciso também ter cuidado para não transformar a prática igrejeira em algo meramente formal, destituído de sinceridade espiritual.
José Roberto A. Barbosa
Disponível no Blog subsidioebd.blogspot.com 
COMENTÁRIO E SUBSÍDIO III

INTRODUÇÃO

Na lição de hoje estudaremos uma parábola conhecida como a “parábola dos dois filhos” (Mt 21.28-32). Uma das curiosidades desta parábola é que ela ocorre apenas em Mateus. Ela ensina grandes lições e retrata o perigo da indiferença espiritual e a necessidade de obedecer a vontade de Deus a fim de que possamos ser participantes do Reino. Conforme aprenderemos, quando se fala de obediência ao Senhor, não bastam apenas palavras, pois o que realmente conta é se realmente praticamos aquilo que professamos.
A Parábola dos Dois Filhos é registrada exclusivamente no Evangelho de Mateus 21.28-32. Embora seja uma das parábolas mais curtas, ela possui um ensinamento primordial para todos os cristãos. Neste estudo bíblico conheceremos a explicação e o significado da Parábola dos Dois Filhos e entenderemos o valor das nossas atitudes, acima das nossas palavras. Palavras têm poder, mas não acompanhadas de ações, enfraquecem e se tornam nulas. Vejamos o exemplo dos dois filhos desta parábola.

I. INTERPRETANDO A PARÁBOLA DOS DOIS FILHOS
                                                                 
1. O contexto da parábola. A parábola traz à cena um proprietário em busca de trabalhadores para a sua vinha que, desta vez, na narrativa, são seus próprios filhos (v.28). Essa pequena porção bíblica que cabe em poucos versículos, se não for devidamente estudada, pode passar despercebida das pessoas “escondendo” o quanto há de trabalho a ser realizado, sua duração ou sua retribuição, concentrando-se na reação contrastante dos dois filhos ao pedido do pai. O primeiro filho diz que não vai obedecer, mas, ao final, arrepende-se e o faz, ao passo que o segundo diz que vai obedecer e não o faz (vv.29,30). O filho que diz que será obediente à vontade do pai, nessa parábola, representa Israel, que não fez a vontade de Deus (Rm 10.21). Enquanto isso, o filho que diz que não vai obedecer, representa os publicanos e os pecadores, que, por se arrependerem de seus pecados, têm o direito de entrar no Reino de Deus antes dos judeus (v.31).
Antes de qualquer coisa, para falarmos sobre o significado da Parábola dos Dois Filhos, é importante entendermos melhor o que antecede a narrativa de Jesus. Antes dessa parábola, ainda no capítulo 21, alguns eventos importantes são descritos, desde a Entrada Triunfal até a purificação do Templo. Considerando então esse contexto, podemos notar no versículo 23 os príncipes dos sacerdotes e os anciãos do povo (ou membros do Sinédrio) desafiando a autoridade de Jesus. Claro que com tudo que havia acontecido anteriormente, principalmente em relação à purificação do Templo, os líderes judeus não estavam nada satisfeitos. Por isso eles foram interrogar a Jesus perguntado com que autoridade Ele tinha feito aquilo. O objetivo deles era buscar uma maneira de comprometer o Senhor. Mas com muita sabedoria, Jesus disse que também faria uma pergunta a eles. Caso eles respondessem tal pergunta, então Jesus também responderia o que lhe fora perguntado. “O significado da Parábola dos Dois Filhos fica bastante claro quando se percebe que os dois filhos e seus comportamentos representam dois grupos de pessoas. O primeiro filho que inicialmente disse não ao pai, mas depois se arrependeu e foi trabalhar em sua vinha, representa os publicanos e as prostitutas. Essas eram pessoas excluídas e consideradas indignas perante a religiosidade judaica. Mas embora com seu modo de viver inicialmente recusavam os mandamentos de Deus, por fim elas se arrependiam e passavam a fazer a sua vontade. Por outro lado, aqueles religiosos judeus agiam como o segundo filho. Aparentemente eles concordavam em seguir a Palavra de Deus, mas no final o resultado real era apenas a desobediência. No versículo 31, Jesus deixa isso bem claro ao dizer que aqueles desprezados pecadores, estavam entrando no Reino de Deus antes daqueles que insistiam em manter uma imagem aparentemente irrepreensível, mas fatalmente corrompida. Estes últimos diziam que obedeciam a Deus, mas não estavam obedecendo. Seu falso “sim” nada mais era do que um verdadeiro “não”. Já o espontâneo “não” dos pecadores rejeitados, era o início de um “sim” de arrependimento.” (ESTILOADORAÇÃO)
2. O assentimento puramente verbal. Em algumas versões do texto grego, a ordem do pedido do pai aos filhos aparece diferente, iniciando de forma invertida, isto é, primeiramente o que disse que aceitaria, mas não foi e, posteriormente, o que não aceitou, mas arrependeu-se e foi. Assim, no versículo 30, a resposta – “Eu vou, senhor” –, que não passa de um assentimento puramente verbal, e está aqui em contraste com a recusa indelicada do primeiro filho. Porém, como já sabemos, apesar desta concordância imediata do segundo filho em ir, na prática, transforma-se em nada, pois ele não obedece, de fato, à ordem do pai.
O homem em seu estado natural é rebelde e dificilmente ostenta uma disciplina consciente, obediência sem necessidade de ordens e que não se rebele contra seus superiores. Todos os eventos históricos da humanidade envolve, direta ou indiretamente, a rebeldia. A parábola dos dois filhos trabalha a questão da obediência e da desobediência. No contexto em que Jesus utiliza a parábola, a cena era comum nos dias do Seu Ministério na terra, quando o Mestre era frequentemente pressionado pelos fariseus, que buscavam ocasião de acusá-lo diante do povo e das leis judaicas. O segundo filho desta parábola revela a princípio, uma atitude de prontidão quanto ao pedido do pai. “Sim, senhor!” Foi o que ele respondeu quando solicitado a trabalhar na vinha. Apesar de uma prontidão aparente, porém, suas ações posteriores demonstraram não estar em linha com as palavras proferidas. Apesar de dizer que ia, acabou não indo, frustrando totalmente as expectativas do pai. Vemos então que as boas palavras que não são acompanhadas de ações concretas se convertem em hipocrisia. Na verdade, o que vem primeiro é a hipocrisia que gera palavras agradáveis, mas totalmente destituídas de verdadeiras e puras intenções.
3. A negação verbal. Apesar de o primeiro filho oferecer ao pai uma resposta negativa – “Não quero” –, e de ter se recusado a obedecer à ordem num primeiro momento, o texto esclarece com uma adversativa, “mas” seguida do verbo grego metamelomai (que ocorre apenas cinco vezes em o Novo Testamento), cujo significado refere-se a “arrepender-se”, “estar arrependido mais tarde”, demonstrando que essa negação verbal não representa a verdade, pois o filho, arrependido, foi trabalhar.
O primeiro filho desta parábola, revela, a princípio, uma atitude de resistência ao pedido do pai. “Não quero!” Foi o que ele respondeu quando solicitado a trabalhar na vinha. Ao responder dessa forma, demonstra não estar interessado pelas mesmas coisas que o pai se interessa, além de não querer se envolver com os negócios da família. A indiferença quanto aos interesses do pai, na verdade, é exemplo da atitude natural do homem pecador, alienado dos interesses do Pai Celestial. Portanto, o primeiro filho da parábola é exemplo do homem pecador, sem Deus, distante e frio quanto a tudo o que é de interesse do Pai. Ele representa os pecadores dos dias de Jesus e dos nossos dias também, que estão distantes do Caminho.Porém, algo maravilhoso aconteceu! Depois de um tempo de reflexão, esse filho, apesar da recusa inicial, arrepende-se de suas palavras e vai. Ele cumpre a vontade do pai pondo em prática exatamente o que ele desejava que fosse feito. Ir para a vinha significa cumprir a vontade de Deus em Seu Reino. Amar o nosso próximo, perdoar nossos devedores, exercer misericórdia para com os outros, socorrer os aflitos em suas necessidades, além de tantas outras coisas, são exemplos de como verdadeiramente nos arrependemos e queremos cumprir o desejo do nosso amoroso Pai.” (IBEMANUEL)
4. Uma adesão operativa. Vimos que a mesma ordem do pai obteve respostas diferentes. De fato, os dois filhos representam, de forma emblemática, dois tipos de atitudes. O primeiro deles representa a adesão operativa precedida por uma negação que é apenas verbal. De forma inversa, o segundo tipo de resposta trata-se de um assentimento puramente verbal que não passa à ação. Por isso, logo após contar essa parábola, Jesus pergunta aos líderes judeus qual dos dois filhos atendeu à vontade do pai (v.31a). Eles respondem de forma correta, e o Mestre então lhes diz que os publicanos e as meretrizes entrariam adiante deles no Reino de Deus (v.31). O Senhor disse isso porque, da mesma forma que no caso dos filhos, ao longo do ministério de Jesus, muitos publicanos, meretrizes e pecadores de toda espécie tomaram a atitude da adesão operativa. Passaram boa parte de suas vidas negando verbalmente a fazer a vontade de Deus, mas quando tiveram a oportunidade de arrepender-se, acabaram obedecendo, de fato, ao Senhor. Mais que um assentimento verbal, mais que votos ou promessas, as Escrituras Sagradas nos exortam a aderirmos, na prática, a vontade do Pai e a sermos obedientes a Ele. Só assim seremos participantes do Reino de Deus.
O primeiro filho representa o pecador arrependido, que resiste à vontade de seu pai, mas que o obedece posteriormente. É o que realmente agrada a Deus. O segundo filho, pensa que agrada ao pai pelo simples fato de dizer que ia para a vinha. Porém, sua atitude de não ir revela que o seu intuito era apenas o de impressionar com palavras. Palavras de pessoas assim caem no vazio porque não são acompanhadas de ações concretas que realmente podem agradar ao coração do Pai Celestial.
 
SUBSÍDIO EXEGÉTICO
                               
“Jesus continua contra-atacando os inimigos com três parábolas que tratam da rejeição dos líderes de Israel. Mateus introduz estas parábolas com a expressão: ‘Mas que vos parece?’ (cf. Mt 17.25; 18.12). De acordo com os profetas, a vinha nas duas primeiras parábolas representa Israel (Sl 80.8-19; Jr 2.21; Ez 19.10). Na Parábola dos Dois Filhos, o primeiro filho representa os pecadores arrependidos que agora servem ao Pai, ao passo que o segundo filho retrata os líderes que honram a Deus com os lábios mas cujo coração está longe (Is 29.13). Anteriormente Jesus já tinha se associado com os publicanos e pecadores, e os inimigos lançaram-lhe isso em rosto (Mt 9.9-13). Agora Ele menciona os pecadores para reprovar os principais sacerdotes e anciãos. A chamada de João Batista ao arrependimento teve profundo impacto nos pecadores arrependidos que viviam na periferia da respeitabilidade (veja esp. Lc 3.10-14; 7.29,30). “O uso do título respeitoso ‘senhor’ (kyrie, Mt 21.30) é típico de Mateus e provavelmente tem significado duplo para ele e sua audiência. Nos lábios do filho hipócrita, faz o leitor lembrar das palavras ditas anteriormente por Jesus: ‘Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no Reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus’ (Mt 7.21). “Previamente em seu ministério, Jesus explicava as parábolas aos discípulos em particular (Mt 13.13-16,36), mas agora, Ele ousada e diretamente explica a parábola aos líderes judeus, provavelmente com o propósito de forçar todos os que ouvem a escolher ou rejeitar: ‘Em verdade vos digo que os publicanos e as meretrizes entram adiante de vós no Reino de Deus’ (Mt 21.31). Jesus deixa aberta a possibilidade de que a elite ‘respeitável’ venha a seguir os publicanos e pecadores no Reino de Deus, mas considerando o caráter apocalíptico da parábola, soa friamente como palavras de julgamento final” (SHELTON, James B. In ARRINGTON, French L.; STRONDAD, Roger (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, p.120).

II. QUANDO AS PALAVRAS NÃO SE COADUNAM COM A PRÁTICA

1. Palavras estéreis. A obediência ao Senhor não consiste em proferir palavras estéreis e religiosas, mas em praticar a verdade revelada na Palavra de Deus de forma concreta e precisa (Mt 7.21). Os representantes da antiga e longa tradição judaica estavam ali diante do Mestre para demonstrar de maneira bem clara o que a parábola retratava, pois não tiveram dificuldade alguma para responder a indagação de Jesus: “Qual dos dois fez a vontade do pai?” (v.31a). O Senhor coloca-os frente a frente com a verdade de modo que, ao responderem corretamente, eles pronunciaram um juízo de condenação contra si próprios, pois o tipo de resposta que eles dão a Deus os identificam com o filho que contradisse com um não de fato e um sim apenas dos lábios. Eles estão no grupo dos religiosos que nada fazem além de pronunciar palavras bonitas, porém, descompromissadas.
A mensagem era direta aos fariseus que mascaravam uma obediência a Deus, fingindo cumprir Seus mandamentos, porém, era tudo da boca pra fora, em verdade eles se rebelavam contra Deus, já que não aceitavam Seu Filho e nem a pregação de João Batista que foi o precursor de Jesus. Quando a gente recebe uma ordem, e ordem já subentende autoridade superior, temos algumas alternativas, podemos dizer que não vamos cumpri-la e realmente não cumprir, ou podemos dizer que vamos cumprir a ordem e não cumprir, ou dizer que não vamos cumpri-la e acabar cumprindo a ordem recebida. A outra alternativa é ficar com cara de paisagem, fingindo não ter entendido nada.
2. O arrependimento conduz à prática. Muitas pessoas dizem-se arrependidas, por isso, precisamos compreender o verdadeiro sentido da expressão “arrepender-se”. Em 2 Coríntios 7.9 o apóstolo Paulo diferencia categoricamente a mera tristeza, estar “contristado”, do arrependimento ativo, isto é, estar “contristado segundo Deus”. O caso de Judas, por exemplo, pelo visto não passara de mero remorso (Mt 27.3-5). Na parábola contada por Jesus, o primeiro filho se arrependeu tanto por ter se recusado obstinadamente a obedecer ao seu pai que, imediatamente, foi e obedeceu. A tristeza segundo Deus opera o arrependimento, e o arrependimento produz mudança de atitude, ou seja, conduz à prática.
Uma ordem exige a continuação de alguma coisa, ninguém dá uma ordem que não gere alguma consequência. Até mesmo a ordem de ficar parado e não fazer nada gera consequência. Jesus estava ensinando, principalmente aos fariseus, a importância de obedecer a Deus, de ser sincero diante Dele e fazer Sua vontade. O arrependimento é caracterizado pela ação – pelos frutos conhecereis (Mt 7.18).
A rebeldia foi plantada no coração do homem ainda no jardim do Éden, foi por rebeldia que aconteceu a trágica conversa de Eva com a serpente e satanás sabe da natureza rebelde dos seres humanos e joga isso contra nós, quanto mais nos rebelamos contra a vontade de Deus, mas agradamos o diabo e mais seremos tentados. Obedecer a Deus é sinal de inteligência e maturidade cristã. Deus quer exatamente o que todos os pais e mães deste mundo querem: ter filhos obedientes, que ouvem o bom conselho e se desviem do mal. O problema é que nossa natureza pecaminosa aponta em direção oposta, na direção da rebeldia, mas é bem melhor obedecer do que depois sofrer as consequências da desobediência. A respeito da questão da obediência a Bíblia é bem clara, veja: “Tem porventura o SENHOR tanto prazer em holocaustos e sacrifícios, como em que se obedeça à palavra do SENHOR? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar; e o atender melhor é do que a gordura de carneiros.” (1Sm 15.22). Obedecer é melhor do que sacrificar. A queixa de Jesus a respeito dos religiosos da Sua época era a hipocrisia, eles pregavam uma coisa e faziam outra, eles chamavam Deus de Senhor, mas não faziam Sua vontade: “E por que me chamais, Senhor, Senhor, e não fazeis o que eu digo?”(Lc 6.46). Não adianta fingir obedecer, a consequência da desobediência será facilmente identificável e trará consigo as dores inerentes ao pecado de rebelião.
3. Palavras e ações devem se coadunar. Os discípulos de Cristo são chamados a manifestarem um estilo de vida, na qual as palavras e as ações se coadunam, isto é, não se contradizem, pois expressam uma coisa só. No Sermão do Monte, Jesus ensina aos seus discípulos que o falar destes deve ser: “Sim, sim; não, não” (Mt 5.37b). Infelizmente, a prática de falar e não agir em conformidade é um triste reflexo do decaído e mau caráter humano. Jesus, porém, exige honestidade o tempo todo. Como discípulos dEle e cidadãos do Reino, Ele requer uma equivalência entre aquilo que dizemos e aquilo que vivemos (Sl 15.1-5). Não pode haver um padrão duplo na vida dos discípulos do Mestre, ou seja, dizer uma coisa e fazer outra e vice-versa (Tg 1.25; 2.12).
Não adianta bater no peito na igreja e sair de lá correndo pra bater pernas ligeiras no caminho do pecado. Não adianta ir à igreja orar e fazer tudo errado, a igreja somos nós, não é pedra, cimento e tijolo, a Igreja é o ser humano lavado pelo sangue de JESUS, perdoado, restaurado e feliz. Nunca vi um filho rebelde ser feliz nesta vida, nunca vi um coração rebelado conseguir descanso. A desobediência é uma tragédia em nossas vidas, mas tem jeito, tem solução. Primeiro precisamos aprender com Jesus que ensinou: “Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; Não, não; porque o que passa disto é de procedência maligna.” (Mt 5.37). O começo é ter palavra, quem não honra a palavra empenhada não tem crédito nem no Armazém Paraíba. Segundo é entregar seu coração ao Espírito Santo de Deus, porque somente o Deus/Consolador é capaz de moldar caráter, transformar vidas, mudar o curso do futuro e nos dar o fim que desejamos.

III. UM CHAMADO A FAZER A VONTADE DE DEUS

1. A impossibilidade da obediência à Lei. As pessoas a quem Jesus dirige essa parábola estavam de fato muito interessadas em obedecer à Lei, já que apenas ouvi-la de nada adiantava (Rm 2.13). Contudo, elas não estavam igualmente preparadas nem para receber Aquele a quem o próprio Deus enviara e muito menos para aceitar que a Lei já havia cumprido o seu papel e um novo concerto estava sendo instituído (Jo 1.11; Mt 26.28; Gl 3.23-25; Hb 8.13). Talvez as pessoas desconhecessem que não se pode praticar apenas uma parte da vontade de Deus (Tg 2.10). Assim, a obediência a uma parte da Lei, acrescida da rejeição a Cristo, terminavam descambando para o legalismo e, na parábola que estamos estudando, tais atitudes equivalem a um “sim” meramente verbal, contrariando os fatos e, por conseguinte, a vontade de Deus (Jo 5.39-47).
Gálatas 2.15-21 – “Os homens são aceitos por Deus, não por causa de suas obras, mas através de um simples ato de confiança em Jesus Cristo. Diz Martinho Lutero: `Se o artigo da justificação for alguma vez perdido, então toda a verdadeira doutrina ficará perdida´”(A Mensagem de Gálatas, John Stott). “...porquanto o que fora impossível à lei, no que estava enferma pela carne, isso fez Deus enviando o seu próprio Filho em semelhança de carne pecaminosa e no tocante ao pecado; e, com efeito, condenou Deus, na carne, o pecado…”. Aqui Paulo está falando que a Lei de Deus não pode ser um meio de salvação porque a nossa carne está enferma. Por mais que nos esforcemos para ser obedientes, seremos pecadores. Unicamente Jesus pode, através do seu sacrifício substitutivo na cruz, livrar-nos da condenação eterna.
2. A fé desobediente. Certamente que entre os que ouviam a parábola, encontravam-se também muitos publicanos, meretrizes e pecadores que, ao contrário dos outros, alinhavam-se aos religiosos que não se arrependeram de seus pecados de forma legítima e autêntica. Eles estavam dispostos a receber algo de Jesus, mas não estavam interessados em obedecer a vontade de Deus. Se os religiosos são legalistas, estes segundos são os participantes do que poderíamos chamar de “graça barata”. Porém, como vimos anteriormente, o verdadeiro arrependimento conduz à mudança de atitude. Quem possui uma fé genuína, sem dúvida, desejará cumprir a vontade de Deus, ou seja, “escutará” suas palavras (Jo 8.47).
Em Hebreus a desobediência é comparada a incredulidade (Hb 3.18-19). Como essas duas coisas estão tão intimamente relacionadas? Paulo explica em Romanos 3.31 que é justamente a fé que permite que guardemos a lei de Deus. Então, não há possibilidade de existir algo como “uma fé desobediente”. Mas por outro lado, existem aqueles que desejam apenas obedecer aos seus próprios desejos. “Esta era a posição do judeu e do judaizante. Paulo os descreve como `procurando estabelecer a sua própria justiça´ (Rm 10.3). “Esta tem sido a religião do povo comum, antes e depois deles. É a religião que se encontra nas ruas, hoje. De fato, é o princípio fundamental de cada sistema religioso e moral no mundo, exceto no Cristianismo do Novo Testamento. É um princípio popular porque é lisonjeiro. Ele diz ao homem que, se ele tão somente conseguir melhorar um pouco o seu comportamento e se ele se esforçar um pouquinho mais, conseguirá obter a sua própria salvação” (A Mensagem de Gálatas, John Stott).
3. O discípulo faz a vontade de Deus. Em João 15.14, Jesus é enfático ao ensinar que nós seremos seus amigos se fizermos o que Ele manda. Fazer a vontade de Deus era o eixo sobre o qual, supostamente, girava toda a religião de Israel. A Lei, ensinada pelos líderes religiosos da nação, era a expressão clara e escrita dessa vontade. Contudo, agora chegamos a uma revelação plena e perfeita da vontade de Deus através de Jesus Cristo (Hb 1.1-4). Ele anuncia a vinda do Reino e chama à conversão (Mt 4.17). Por isso, a vontade de Deus passa, afinal, através da Pessoa de Cristo Jesus. O Pai quer que os homens recebam aquEle que Ele enviou, pois quem recebê-lo receberá o próprio Pai (Mt 10.40; Rm 10.9). Não é possível obedecer à Lei sem receber a Cristo, pois Ele é o cumprimento da Lei (Rm 10.4). Também não se trata de desejar a Cristo, mas não querer obedecer a seus ensinos, pois os que realmente desejam a Ele e querem ser seus amigos, obedecem ao que Ele manda (Jo 15.14).
Jesus Cristo veio ao mundo para viver e morrer. Na sua vida a sua obediência à lei foi perfeita. Na sua morte ele sofreu pela nossa desobediência. Na terra ele viveu a única vida de obediência imaculada para com a lei que já foi vivida. Na cruz ele morreu porque nós transgredimos a lei, uma vez que a penalidade para a desobediência à lei era a morte. Portanto, tudo de que precisamos para ser justificados é reconhecer o nosso pecado e a nossa incapacidade, arrepender-nos dos nossos anos de autoafirmação e justiça própria, e colocar toda a nossa confiança em Jesus Cristo para nos salvar” (A Mensagem de Gálatas, John Stott). É a fé em Jesus que nos torna capazes, com o auxílio do Espírito Santo, de obedecermos o que a Lei requeria. Em Romanos 7.5, Paulo descreveu a vida na carne. Agora, ele descreve uma vida que segue em sentido oposto: a vida em novidade de espírito (Rm 7.6). A pessoa controlada pelo Espírito não está condenada pela Lei porque o seu passado foi perdoado. Pelo Espírito, o cristão recebe permissão para fazer aquilo que a Lei requer até que ocorra a sua esperada ressurreição final em glória (v. 1-11). O Espírito nos faz filhos de Deus (v. 12-17) e assegura a nós uma maravilhosa esperança futura (v. 18-30)

SUBSÍDIO PEDAGÓGICO

“A qualidade da Educação Cristã, quando ela é encarada como uma ação intencional, torna o desígnio bíblico do ‘assim falai e assim procedei’ (Tg 2.12), uma preocupação legítima. Devemos perseguir esse modelo, pois do nosso Senhor Jesus Cristo ‘aprendemos que o bom ensino implica em ajudar o aluno a assumir responsabilidades pelo que pensa e vive’. Assim, a práxis bíblica não só torna-se uma realidade no âmbito escolar dominical, como elimina aquilo que o mesmo David coloca: ‘Numa onda em direção à credibilidade cognitiva, nosso ensino da Bíblia tem-se centralizado no ‘saber’ e não no ‘ser’, e ao fazê-lo, optou por programas que informam a mente sem formar o caráter’.
Essa denúncia dá conta de explicar o porquê de nossos alunos estarem tão desmotivados nas classes dominicais. O educador cristão que trabalha somente no plano cognitivo, ou seja, enchendo a mente dos educandos, sem importar- -se com mudanças comportamentais, operacionais e ativas na vida deles, demonstra algo sintomático em sua própria vida, ou seja, inconsistência entre o que os seus lábios dizem e o que a sua vida demonstra. Com essa ação, diz Roy Zuck, o educador ‘desliga’ os educandos e vira-os em direção contrária àquela da prática- -teoria-prática cristã” (CARVALHO, César Moisés. Uma Pedagogia para a Educação Cristã. 4.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, p.332).

CONCLUSÃO

Por intermédio da parábola que estudamos hoje precisamos compreender o perigo da indiferença espiritual. Alguns pensam que podem confessar que amam a Deus com seus lábios e, ao mesmo tempo, viverem com o coração distante dEle. Pensam poder encontrar a Deus prescindindo de Cristo. Outros há que supostamente vivem na austeridade da Lei, mas não querem receber a Jesus. A obediência deve estar ligada à vontade de Deus. Para sair da indiferença espiritual, o ser humano precisa receber aquEle que Deus enviou ao mundo. A Pessoa de Cristo separa de forma bastante clara a humanidade perdida, composta até mesmo por religiosos que dizem fazer a vontade de Deus, mas não a fazem, daqueles que serão admitidos no Reino. O caminho é arrepender-se demonstrando isso com a consequente mudança de atitude, em direção à obediência a Deus.
Entendo que a vida cristã possui altos e baixos, no entanto, não há possibilidade de haver um crente, nascido de Deus, cheio do Espírito Santo, que haja como o segundo filho da parábola, isso porque, seria um contracenso. Paulo fala em Romanos 8.2 que “Porque a lei do Espírito da vida, em Cristo Jesus, te livrou da lei do pecado e da morte”. A lei do Espírito é uma referência ao Espírito Santo, que potencializa o nosso espírito renovado. O propósito da vinda de Cristo foi fazer que a justiça da Lei se cumprisse em nós. O cristão cumpre integralmente a exigência da Lei — o amor (Rm 13.8-10). Ou seja, estamos sob a Lei, mas estamos em Cristo e caminhamos segundo o Espírito.
Existem no mundo dois tipos de pessoas: os que buscam a face do Senhor e os que vivem como se Ele não existisse. O primeiro grupo é selado, o segundo é nosso alvo de evangelismo. O primeiro busca agradar Aquele que o alistou para a guerra, o segundo está sem poder enxergar o perigo que correm. O primeiro grupo obedece, o segundo grupo, pode até estar em nosso meio, mas não é capaz de responder com obediência.
Achando-se as tuas palavras, logo as comi, e a tua palavra foi para mim o gozo e alegria do meu coração; porque pelo teu nome sou chamado, ó Senhor Deus dos Exércitos”. (Jeremias 15.16).


Francisco Barbosa
Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br


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