sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

LIÇÃO 11: DESPERTEMOS PARA A VINDA DO GRANDE REI



SUBSÍDIO I

O ARREBATAMENTO DA IGREJA É IMINENTE

De acordo com René Pache, autor do livro “The Return f Jesus Christ”, existem 1.527 referências à Segunda vinda de Cristo no antigo Testamento e 319 no Novo Testamento, num total de 1.846, sendo um em cada 25 versículos do Novo Testamento. O apóstolo Paulo refere-se ao assunto cerca de 50 vezes, A Segunda vinda do Senhor Jesus é mencionada 8 vezes mais que a Primeira vinda.
Dentre as muitas promessas feitas por Jesus, destaca-se a do Arrebatamento da Igreja: “E, se eu for e vos preparar lugar, virei outra vez e vos levarei para mim mesmo, para que, onde eu estiver, estejais vós também” (Jo 14.3). A palavra arrebatamento (do latim raptus), significa arrebatado rapidamente e com força. Já a palavra (do grego, harpazo), significa arrebatado (1 Ts 4.16,17). 
A volta de Jesus a este mundo será um evento de duas etapas distintas.
1 Tessalonicenses 4.15-18 detalha o arrebatamento: “Dizemo-vos, pois, isto pela palavra do Senhor: que nós, os que ficarmos vivos para a vinda do Senhor, não precederemos os que dormem. Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor. Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas palavras”.juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor. Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas palavras”.
O quadro abaixo, proposto por Lahaye, delineia cinco estágios do arrebatamento:

 Primeiro Estágio                          
O próprio Senhor descerá do céu com alarido 
 Segundo Estágio 
 Os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro.
 Terceiro Estágio
 Nós que estivermos vivos e permanecermos na terra seremos “arrebatados” (gr.: harpazo) juntamente com eles nas nuvens.
 Quarto Estágio 
 Encontraremos o Senhor.
 Quinto Estágio
 Estaremos sempre com Ele.

Na primeira fase, Jesus virá secretamente arrebatar a Igreja. O Rapto da Igreja, como também é chamado, consiste dos santos ressuscitados e dos vivos transformados, todos trasladados para o céu por Jesus. Rapto (do latim rapere) significa transportar de um lugar para outro. Equivale ao termo grego arpazo, usado em (Jo 10.28,29; At 10.28,29; 8.39). O arrebatamento terá lugar nas nuvens e somente os salvos o verão (1Co 15.51,52; 1Ts 4.13-17). Na segunda fase, Jesus voltará com a sua Igreja glorificada, rodeado de glória e poder, descendo sobre o Monte das Oliveiras. Virá publicamente, pois todo o mundo o verá (Ap 19).
Morris destaca que “Paulo esclarece que os que ressuscitam não serão criaturas de carne e sangue, mas, serão transformados, como o serão os que estiverem vivos quando chegar aquele dia, e,  não mais terão corpos sujeitos à decadência e à morte”.  Ele destaca também que “numa passagem lírica, o apóstolo exulta na vitória obtida sobre a própria morte. Isto produz uma ação de graças a Deus, a causa da vitória, e, à luz disso tudo, uma exortação à perseverança”.3
A Igreja será arrebatada antes da Grande Tribulação, a qual antecederá a ira de Deus, e a Igreja não sofrerá: “Como guardaste a palavra da minha paciência, também eu te guardarei da hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo, para tentar os que habitam na terra” (Ap 3.10). A esse ensino bíblico-escatológico, dá-se o nome de Pré-Tribulacionismo. É inconcebível que Deus permita que os redimidos passem pela Grande Tribulação, que culminará com o derramamento da ira santa sobre a civilização pecadora: “E vi outro grande e admirável sinal no céu: sete anjos que tinham as sete últimas pragas, porque nelas é consumada a ira de Deus” (Ap 15.1).
Champlin destaca que a doutrina da iminência da volta de Jesus é um argumento que fundamenta a interpretação do arrebatamento antes do Período da Tribulação.

 DOUTRINA DA IMINÊNCIA
 A posição pré-tribulacional é o único ponto de vista que ensina que o retorno de Cristo é realmente iminente.
 A exortação para nos consolarmos ante a vinda do Senhor (1Tessalonisenses 4.18) só é significativa para o ponto de vista pré-tribulacional, sendo contradita especialmente pelo pós-tribulacionismo.
 A exortação para esperarmos pela ‘gloriosa manifestação’ de Cristo em favor do que lhe pertencem (Tito 2.13) perde sua significação se a tribulação deve ocorrer antes disso. Os crentes, nesse caso, deveriam esperar sinais da vinda de Cristo, apenas.
 A exortação para nos purificarmos, em face do retorno do Senhor, se reveste de maior significação se a vinda de Cristo for iminente (1João3.2-3).

Todas as dez virgens (as prudentes e as loucas) foram surpreendidas com a chegada inesperada do noivo (vv.5-7). Isso indica que a parábola das dez virgens refere-se a crentes vivos antes da Grande Tribulação. Jesus voltará inesperadamente: Porém daquele Dia e hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, mas unicamente meu Pai... Por isso, estai vós apercebidos também, porque o Filho do Homem há de vir à hora em que não penseis” (Mt 24.36,44). “Eis que cede venho” (Ap 22.12a). Por essa razão, devemos estar preparados, com vestes bancas, porque a volta do Senhor ocorrerá na hora em que não pensarmos. 

Texto extraído da obra: As Parábolas de Jesus: As verdades e princípios divinos para uma vida abundante. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2018

COMENTÁRIO E SUBSÍDIO III

INTRODUÇÃO

A parábola das dez virgens ensina que somos responsáveis, individualmente, pela nossa condição espiritual. Nessa parábola, Jesus declara solenemente a impossibilidade de sabermos o momento da sua volta, por isso, temos de estar preparados para tal acontecimento. Devemos estar prontos para o momento em que Jesus voltar a fim de levar seu povo para o céu. A vinda do Senhor será uma ocasião de grande regozijo para os crentes fiéis, sendo comparada a um banquete de casamento. Desde já a coroa da justiça está guardada para "todos os que amarem a sua vinda" (2 Tm 4.8). Infelizmente, para muitos será tempo de desengano, julgamento e desespero.
A parábola das dez virgens foi contada por Jesus para nos explicar a importância de estarmos preparados para sua volta. As cenas descrevem o casamento judaico naqueles dias e para a compreensão desta parábola é bom conhecer o costume da época. As dez virgens eram as damas de companhia da noiva e estavam esperando a chegada do noivo para início da festa de casamento. Todas tinham candeias, que deveriam acender quando o noivo chegasse. Isso fazia parte da cerimônia de casamento; a lição da parábola está no fato de que cinco das virgens eram sensatas e tinham trazido óleo para suas candeias, mas as outras cinco eram tolas e não levaram óleo. A chegada do noivo representa a segunda vinda de Jesus e as virgens representam os crentes, que devem esperar por ele. Sem aferir significados diversos e estranhos à parábola, devemos entender que as virgens prudentes representam os que ouvem o evangelho, se convertem e vivem para a glória de Deus (2Pd 3.11-13). As virgens néscias representam as pessoas que, tendo ouvido o evangelho, não mudam de vida. Continuam na velha vida do pecado, sem pensar nas consequências nem se arrependerem e apanhadas em sua insensatez. Vamos ao desdobramento desta lição. 

I. INTERPRETANDO A PARÁBOLA DAS DEZ VIRGENS
                                                                 
1. O Reino dos céus será semelhante a dez virgens. Essa é uma das parábolas que, ao longo do tempo, já recebeu muitas interpretações por ser um texto importante, porém nada fácil de entender (Mt 25.1-13). Das diversas vezes que encontramos em Mateus a expressão "Reino dos céus" (3.2; 4.17; 5.3; 10.7; 11.12; 13.24,31,33,44 etc.), essa é uma delas em que o sentido não se refere apenas ao Reino trazido por Cristo com a mensagem do Evangelho, mas sim como sinônimo de vida eterna e de Reino plenamente instaurado (5.20; 7.21; 8.11; 11.11; 13.47-50 etc.). A palavra "virgens" significava que eram sábias, irrepreensíveis, simbolizando os crentes cuja vida exterior era sem qualquer mancha, pois os que seguem a Cristo são chamados de "virgens" (Ap 14.4; 2 Co 11.2).
O termo "virgens" aponta para as convidadas da noiva para serem as “damas de companhia”, não significa que eram “sábias, irrepreensíveis”, como afirmado neste subtópico, isso porque elas estão divididas em dois grupos, as sábias e as néscias; que elas representam a totalidade daqueles que congregam, não há dúvidas - as insensatas levavam a lâmpada da religiosidade. Aparentemente, faziam o que deviam, mas sem unção. O óleo do Espírito em suas vidas estava em nível baixo, e suas lâmpadas destinadas a não durar muito. A religião sem o poder de Deus não dura muito tempo.. Devemos ter cuidado no estudo e interpretação da parábola, isso porque ela trata do arrebatamento da Igreja, e a bíblia é enfática ao afirmar que a Igreja toda – entenda, a reunião de todos os salvos, não apenas os que estiverem vivos, mas também os que já dormem (1Co 15.52; 1Ts 4.16), serão levados. Em nenhum lugar a Bíblia ensina que um verdadeiro filho de Deus poderá ser deixado para trás. O Espírito Santo nos diz, através de Paulo que “todos seremos transformados.” (1Co 15.51). Não podemos pensar que o Senhor Jesus viria buscar uma Noiva incompleta, imperfeita — todos os salvos fazem parte da Igreja do Senhor, da Sua Noiva, e todos serão levados. É claro que “nem todo o que me diz 'Senhor, Senhor' entrará no reino dos céus” (Mt 7.21); há muitos que dizem ser cristãos, mas não o são. Todo verdadeiro filho de Deus, porém, que experimentou o novo nascimento, será arrebatado; ninguém será deixado, embora alguns irão ter que se envergonhar naquele grande dia (1Jo 2.28).

2. Duas classes de virgens. A parábola fala que havia duas classes de virgens, ou seja, "prudentes" e "loucas" (v.2). Como já foi dito, as cinco virgens prudentes simbolizam os crentes fiéis, sinceros, constantes e santos. Essas mulheres sinceras carregavam um "estoque" de boas obras, quebrantamento, misericórdia, e isso alimentava a chama espiritual do amor que queimava em seus corações. Elas não andavam na escuridão do pecado, mas brilhavam por onde passavam. Tal postura combina com o que Jesus ensinou sobre os salvos serem a "luz do mundo" (Mt 5.14). Já as outras cinco virgens, apesar de também serem religiosas, foram classificadas como "loucas", pois diferentemente das primeiras que se aprovisionaram (v.4), confiavam que apenas a sua religiosidade fosse suficiente para levá-las até o lugar onde o noivo estava (v.3). Sentindo-se seguras e autossuficientes em sua "santidade", acharam que a sua pureza bastava, mas, isso impediu que elas carregassem o óleo da unção, compaixão, amor etc. As cinco loucas representam os crentes mornos e nominais, sem a vestidura espiritual da justiça de Cristo (Mt 7.21- 23). As virgens loucas apenas seguiam uma prática religiosa, no entanto, isso não foi suficiente para manter acesa a chama do Espírito de Deus em seus corações, pois assim como as outras, elas cansaram e adormeceram (v.5), porém, acabaram permanecendo na escuridão da religiosidade vazia (v.11).
Note que o comentarista afirma que as “outras cinco virgens, apesar de também serem religiosas, foram classificadas como "loucas", pois diferentemente das primeiras que se aprovisionaram” - o fato de serem ‘religiosas’ não lhes garante nada. Quando é dito que “As cinco loucas representam os crentes mornos e nominais, sem a vestidura espiritual da justiça de Cristo (Mt 7.21- 23)”, então devo entender como falsos crentes, não nascidos de novo? Se o que nos justifica é a justiça de Cristo e estes estão desprovidos dela, logo, não são crentes autênticos! Sabemos que o Espírito Santo é o "penhor", "selo" e "garantia" no coração dos cristãos (2Co 1.22; 5.5, Ef 1.13-14; 4.30). O Espírito Santo é o selo de Deus sobre o Seu povo, a Sua reivindicação sobre nós como pertencentes a Ele. Assim, não é possível entender as virgens néscias como um tipo de crente ‘morno’ ou ‘frio’, mas sim, estas virgens loucas são aqueles crentes nominas, que não experimentaram o novo nascimento, não receberam o selo do Espírito; vivem uma religiosidade mas nunca se entregaram de fato ao Salvador.

3. O que representa o azeite. O azeite, através da Bíblia, é símbolo do Espírito Santo, posto que sua missão é ungir, iluminar, purificar, separar etc. (vv.3,4). Nesta parábola, especificamente, representa a presença permanente do Espírito Santo, aliada à fé verdadeira e à santidade necessárias à salvação (Ef 4.30). Portanto, ter azeite, neste caso, vai além do falar em línguas estranhas ou das manifestações de poder, pois indica a necessidade de se evidenciar o fruto do Espírito, sinal de que Ele está conosco (Mt 7.16-20; 12.33; Gl 5.22).
O azeite através da Bíblia é símbolo do Espírito Santo em sua missão de ungir, iluminar, suavizar, purificar, curar e proteger. O problema é que o azeite do Espírito Santo não é algo que se empreste. Ou você tem ou não tem, e "quem não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele" (Rm 8.9). Note que as virgens carregavam, na verdade, lâmpadas; lamparinas feitas de barro ou argila, com orifício para se colocar azeite e lugar para se colocar um pavio retorcido para queimar. A lâmpada simboliza nosso corpo físico, templo para receber o Espírito Santo. O fio de linho representa nosso espírito e o azeite o Espírito Santo, sendo o fogo a representação de Jesus que acende ou religa-nos a Deus através do Novo Nascimento, ocorrido no momento de nossa conversão.

4. A chegada do Noivo. Os cristãos primitivos viviam na expectativa do retorno de Cristo ainda em sua geração (1 Ts 5.1-11), e todos os crentes devem assim viver, pois não sabemos em que hora tal acontecimento se dará (Mc 13.32-37). Nesta parábola, Jesus fala a respeito desta "imprevisibilidade" em relação a sua volta (v.6). O Noivo (Jesus) chegará à meia-noite, ou seja, no momento em que a terra estará completamente imersa pelas trevas. Ao afirmar isso, Jesus declara que Ele voltará no momento em que a humanidade estiver envolvida, com maior intensidade, nas trevas do pecado (Mt 4.16; 6.23; Jo 3.19). Será nessa hora que a chama do amor de muitos se apagará, contudo, nesse momento a luz dos fiéis tornar-se-á ainda mais necessária e percebida (Mt 4.12; Jo 1.5).
A meia noite é o momento profético falado pelo Senhor Jesus, referindo-se ao momento atual, fim dos tempos, quando o terror das trevas está em evidência (2Tm 3.1-5). Nesta última hora, devemos estar cheios do Espírito Santo, preparados para sermos identificados quando o Senhor Jesus voltar. Mas o interessante deste trecho é o grito: “Eis o noivo! Saí ao encontro!”; este grito é a anunciação do evangelho pela Igreja da última hora, é a obra missionária nestes dias tenebrosos que antecedem a volta do Noivo. O noivo chega, as virgens sensatas entram com ele para a festa, e a porta é fechada. De nada adianta as néscias clamarem diante da porta: "Senhor! Senhor! Abre para nós!" O noivo responde que não as conhece. Note que todas as cinco ocorrências da expressão "Senhor! Senhor!" na Bíblia são de pessoas que não creem em Jesus e nem o esperam (Mt 7.21,22; 25.11; Lc 6.46; 13.25).
SUBSÍDIO EXEGÉTICO
                               
Mateus dá prosseguimento à última seção pedagógica de Jesus, iniciada no capítulo 24, com outra parábola (só encontrada em Mateus) sobre o tópico da perseverança como condição prévia para a salvação última. Esta parábola está de acordo com o reincidente tema do autor sobre o julgamento e o tempo do fim. Uma de suas expressões favoritas, ‘Reino dos Céus’, também é usada aqui.
“A Parábola das Dez Virgens é um comentário adicional sobre a Parábola dos Dois Servos (Mt 24.45-51). Note como Mateus liga as duas parábolas com o conectivo ‘então’ (tote) usado frequentemente por ele. Na parábola anterior os servos são recompensados ou condenados de acordo com o comportamento íntegro ou abusivo de cada um. Nesta parábola as virgens prudentes e loucas (ou sábias e tolas) são avisadas a perseverar enquanto esperam o noivo. Visto que Jesus tinha parado de condenar os líderes judeus (Mt 23.39), sua intenção tem de ser que as virgens prudentes e loucas sejam seus seguidores. Quando Mateus registra esta parábola décadas depois de Jesus tê-la ensinado, as virgens loucas são os cristãos que pensam que a Vinda de Jesus está tão iminente que eles não estão preparados para ficar esperando.
“Não nos é dito exatamente o que o azeite (ou óleo) representa aqui. São as boas obras referidas na parábola anterior? É evidente que Jesus não criou uma alegoria extensiva com muitos significados ocultos; entretanto o contexto requer que Jesus seja o noivo, tema popular na igreja primitiva (e.g., Mt 9.15; Jo 3.29; 2 Co 11.2; Ef 5.21-33; Ap 21.2,9; 22.17). Não é sem importância o fato de Jesus usar uma imagem que os profetas do Antigo Testamento identificam com o próprio Deus, sendo Israel identificado com a noiva (Is 54.5; Jr 31.32; Os 2.16). Aqui as virgens na festa de casamento são os membros da Igreja, ao passo que a festa de casamento simboliza o tempo do fim (veja também Mt 22.1-34). Tentar ver mais simbolismo nesta parábola é ler demais o texto ([...]).
“Tradicionalmente o noivo vai primeiro para a casa do pai da noiva, para finalizar o contrato e levá-la a sua casa, para a festa de casamento. As ‘damas de honra’ são uma descrição inexata das dez virgens, já que elas não estão na companhia da noiva, mas esperando o retorno do noivo à sua casa. As ‘lâmpadas’ poderiam ser tochas empapadas de óleo usadas para a procissão do casamento; por conseguinte as mulheres prudentes levam jarros de óleo para enchê-las quando necessário. Se as virgens prudentes compartilhassem o óleo, nenhuma delas teria luz para saudar o Senhor. A porta está fechada, e a exclusão da festa é final. Dada a presença da danação eterna nas parábolas paralelas constantes antes e depois desta, é claro que não está em vista uma comutação da pena. Note o paralelo com a Parábola das Bodas em Mateus 22.1-14, onde a pessoa sem roupas adequadas é expulsa da festa de casamento” (SHELTON, James B. In ARRINGTON, French L.; STRONDAD, Roger (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, p.135).

II. O ARREBATAMENTO DA IGREJA

1. A importância da vinda de Jesus. A importância da doutrina da segunda vinda do Senhor pode ser percebida pelos números que dão conta de que há mais de 1.500 referências a ela no Antigo Testamento e cerca de 300 em o Novo Testamento, sendo mencionada, apenas pelo apóstolo Paulo, cerca de 50 vezes. Assim, com a parábola das dez virgens, Jesus nos adverte sobre a necessidade de vivermos vigilantes, ou seja, Ele alerta para que não deixemos de amar o próximo, chama a atenção para a obrigação de fazermos o bem, vivermos em santidade e levarmos a mensagem do Evangelho, que fala da reconciliação entre Deus e os homens, através de Cristo (v.13).
A Segunda vinda de Jesus Cristo é a esperança dos crentes de que Deus está em controle sobre todas as coisas e é fiel às promessas e profecias em Sua Palavra. É tão certa como foi a sua primeira vinda. Na sua primeira epístola aos Tessalonicenses, Paulo garantiu que todos os crentes verdadeiros serão arrebatados para encontrar o Senhor nos ares e assim ficarão para sempre com Ele (1 Ts 4.13-18). Esse evento os livraria da ira futura de Deus sobre a terra (1 Ts 1.10; 5.9,10). Agora, porém, os falsos mestres ensinavam que o Dia de Senhor ("Dia de Cristo") já havia começado, e que a ira final de Deus estava sendo derramada sobre a terra.

2. O significado do Arrebatamento. Dentre as muitas promessas feitas por Jesus, destaca-se a do Arrebatamento da Igreja (Mt 24.40,41; Jo 14.3). A expressão “arrebatamento" significa tirado rapidamente e com força. Já a palavra harpazo, do grego, significa arrebatado (At 10.28,29). A segunda vinda de Jesus a este mundo será um evento que se dará em duas etapas distintas. Na primeira fase, Jesus virá secretamente para arrebatar sua Igreja, composta pelos santos ressuscitados e dos vivos transformados, todos serão imediatamente trasladados para o céu por Jesus (Jo 10.28,29; 1 Ts 4.16,17). O arrebatamento terá Lugar nas nuvens e somente os salvos o perceberão (1 Co 15.51,52; 1 Ts 4.13-17). Na segunda fase, Jesus voltará com a sua Igreja glorificada, rodeado de glória e poder, descendo sobre o Monte das Oliveiras, ou seja, virá publicamente, pois todo o mundo o verá (Mt 25.31-46; Jd 14,15; Ap 19).
Existem alguns elementos especiais e misteriosos indicam a natureza e procedimento do arrebatamento da Igreja na vinda do Senhor. 1. Surpresa: Esse elemento é rejeitado por alguns grupos que entendem que não haverá dois eventos distintos: o arrebatamento da Igreja e a vinda pessoal de Cristo. Ora, o que a Bíblia nos ensina é que, a Igreja, constituída pelos mortos e vivos em Cristo, se encontrará nas nuvens com o Senhor. Se por alguns a ideia da surpresa é rejeitada, uma grande maioria cristã prefere o que declara as Escrituras que destacam o elemento surpresa (Tt 2.13; Mt 24.35,36,42-44; 25.13). Esse elemento é fundamental porque a Igreja vive na esperança da vinda do Senhor. 2. Invisibilidade (1Ts 4.17). Por que será um evento invisível e para quem? Será invisível para o mundo material porque os arrebatados serão constituídos somente dos transformados. A transformação será tão rápida, que nenhum instrumento cronológico terá condição de perceber ou marcar o tempo. Quando o crente conquistar esse corpo imaterial, a matéria perderá totalmente sua força (1Co 15.43,44,49,51,53). 3. Imaterialidade (1Co 15.42, 52,53). Na verdade, a transformação que ocorrerá na vinda do Senhor será extraordinária e gloriosa, pois o que é material se revestirá do imaterial, o corruptível do incorruptível. Todas as limitações da matéria em nossos corpos serão anuladas completamente, pois, literalmente, nossos corpos serão revestidos de espiritualidade. 4. Velocidade (1Co 15.52). Para tentar explicar a velocidade do evento, Paulo usou o termo grego átomos, que aparece no texto sagrado pela expressão “num momento”, cujo sentido literal é indivisível (quanto ao tempo, aqui). A palavra átomos era usada para denotar “algo impossível de ser cortado ou dividido”. Também encontramos outras expressões bíblicas para denotar velocidade, tais como “abrir e fechar de olhos”, ou “o piscar de olhos”. Mesmo em época avançada e de velocidade da cibernética e da tecnologia, nada poderá contar e detectar o momento do milagre do arrebatamento da Igreja. Arrebatadosharpadzo; Strong 726: capturar, agarrar, apanhar, pegar à força. A palavra descreve a ação do Espírito Santo ao transferir Filipe de um lugar para outro (At 8.39) e de Paulo sendo arrebatado para o Paraíso (2Co 12.2,4). Sugere o exercício de uma força repentina. O escritor do livro de Hebreus nos diz em Hebreus 9.28: “assim também Cristo, oferecendo-se uma só vez para levar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para salvação.” A primeira vinda de Cristo foi humilde, em um estábulo, e foi crucificado pelos homens, mas em sua segunda vinda, virá à terra para destruir seus inimigos, para julgar aos homens e estabelecer seu reino eterno. "Porquanto o Senhor mesmo... descerá dos céus..."(1 Ts 4.16). A ressurreição/o arrebatamento será o momento em que o Senhor Jesus deixará Seu trono no céu e virá pessoalmente ao encontro da Sua Igreja a fim de levá-la para a casa do Pai. Assim como um noivo vai ao encontro da sua noiva, o Salvador virá ao encontro dos que comprou pelo Seu sangue e os conduzirá para Sua glória. O Senhor não enviará um anjo ou qualquer outro emissário para fazer isso, Ele virá pessoalmente. Então se cumprirá literalmente a promessa de João 14.3: "E, quando eu for e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que onde eu estou, estejais vós também." Assim como Ele em pessoa nos salvou e morreu na cruz por nós, assim como Ele mesmo foi preparar-nos lugar – Ele voltará pessoalmente para buscar-nos para Si, para que estejamos onde Ele está. Em inúmeras passagens do Novo Testamento somos conclamados a esperar a volta de Jesus a qualquer momento (por exemplo, em 1 Co 11.26; 1 Ts 1.10; Hb 10.37).
III. UMA VIDA CHEIA DO ESPÍRITO SANTIDADE

1. Prontidão e santificação. A parábola das dez virgens ressalta o valor de cada cristão estar pronto e com a vida santificada, isto é, vivendo de forma separada das coisas profanas, consagrando a vida a uma única coisa - agradar ao seu Noivo, o Senhor Jesus (Ap 19.7). Os principais conceitos relacionados à santificação são a separação daquilo que é pecaminoso por um lado, e, por outro, a consagração àquilo que é justo e que está de acordo com a vontade de Deus (Lv 19.2; Rm 6.19,22; 2 Go 6.14; Ef 5.3; 1 Ts 5.23; 1 Pe 1.15).
Em Efésios 5.18 temos a recomendação para sempre estarmos cheios do Espírito Santo – “E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito” - A declaração de Paulo neste versículo demonstra que a plenitude do Espírito Santo depende do modo como o crente corresponde à graça que lhe é dada para viver em santificação. Isso quer dizer que a pessoa não pode estar "embriagada com vinho" e, ao mesmo tempo, "cheia do Espírito". Paulo adverte todos os crentes a respeito das obras da carne; que os que cometem tais coisas "não herdarão o reino de Deus" (Gl 5.19-21; cf. Ef 5.3-7). Além disso, "os que cometem tais coisas" (Gl 5.21) não terão a presença interior do Espírito Santo, nem a sua plenitude. Noutras palavras, não ter "o fruto do Espírito" (Gl 5.22,23) é perder a plenitude do Espírito (Ef 5.18; ver At 8.21). "Enchei-vos" (imperativo passivo presente) tem o significado, em grego, de "ser enchido repetidas vezes". A vida espiritual do filho de Deus deve experimentar a renovação constante (3.14-19; 4.22-24; Rm 12.2), mediante enchimentos repetidos do Espírito Santo.

2. Estar cheio do Espírito Santo é um estilo de vida. Viver na plenitude do Espírito Santo é a maior necessidade para a nossa vida hoje, mas ninguém pode ser cheio do Espírito Santo de Deus se não adotar um estilo de vida santo. Santidade é o caminho para receber o poder do Espírito Santo (Lc 1.28,30). A santificação, em contraste com a justificação, que ocorre no momento da conversão a Cristo (Rm 6.4-23), é um processo progressivo que perdura por toda a nossa vida, pois enquanto aqui estivermos, somos pecadores regenerados que precisamos do trabalho diuturno do Espírito (Rm 8.1-17; 2 Co 3.18; 2 Pe 3.18). Deus tem grande alegria em ver que os seus filhos procuram viver em santidade, cheios do Espírito Santo, abundantes nos dons visando edificar a Igreja, fazendo discípulos e cuidando bem de cada pessoa. Por isso, cabe a cada um a seguinte reflexão: O meu estilo de vida agrada a Deus?
Certamente o crente recebe o Espírito Santo quando se converte, este é selado com o Espírito Santo. Mas ser cheio do Espírito Santo é algo diferente. Paulo explica em Efésios 5.18-20 que o enchimento com o Espírito Santo resulta em grande alegria, louvor e gratidão a Deus! O Rev. Hernandes Dias Lopes diz que “seria impossível exagerar a importância que o Espírito Santo exerce em nossa vida: Paulo já falou que somos selados pelo Espírito (Ef 1.13,14) e que não devemos entristecer o Espírito (Ef 4.30). Agora, ele ordena que sejamos cheios do Espírito Santo (Ef 5.18)”. “Todavia, continua ele, é possível ser nascido do Espírito, ser batizado com o Espírito, habitado pelo Espírito, selado pelo Espírito e, ainda assim, estar sem a plenitude do Espírito”. Isso significa que esta deve ser uma experiência permanente na vida de cada cristão. Tanto que o apóstolo Paulo escrevendo aos Gálatas 5.16,17 diz: “Digo, porém: andai no Espírito e jamais satisfareis à concupiscência da carne. Porque a carne milita contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne, porque são opostos entre si; para que não façais o que, porventura, seja do vosso querer”.

3. Andando em santidade para com todos. No intuito de vivermos uma vida santa e cheia do Espírito Santo, devemos quebrantar o coração, tornando-o completamente consagrado, dedicando-o a Deus e ao seu trabalho (Rm 8.14; Ef 5.18). Nosso compromisso é agradar ao Senhor, andando em santidade, de maneira fiel e leal a Deus, à família, à igreja, ao nosso pastor, aos irmãos de fé (Hb 12.14). Não podemos perder de vista que a promessa de uma vida plena e cheia do Espírito Santo é para todos os filhos de Deus, portanto, para todos nós hoje (At 2.38,39).
Em 1Pe 1.13-15 temos: “Portanto, cingindo os lombos do vosso entendimento, sede sóbrios e esperai inteiramente na graça que se vos ofereceu na revelação de JESUS  CRISTO, 14 como filhos obedientes, não vos conformando com as concupiscências que antes havia em vossa ignorância; 15 mas, como pé santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver”, Lucas 12.35: “Estejam cingidos os vossos lombos, e acesas, as vossas candeias”; Efésios 6.14: “Estai, pois, firmes, tendo cingidos os vossos lombos com a verdade, e vestida a couraça da justiça”, 2Co 7.1: “Ora, amados, pois que temos tais promessas, purifiquemo-nos de toda imundícia da carne e do espírito, aperfeiçoando a santificação no temor de Deus”, e em 1ºTs 4.3: “Porque esta é a vontade de Deus, a vossa santificação: que vos abstenhais da prostituição”; Por quê tantas exortações à uma vida piedosa? Esta é a característica do verdadeiro filho de Deus, é por ela que somos reconhecidos. “Tanto o apóstolo Paulo quanto Cristo revelam um quadro difícil da condição de grande parte da igreja — moral, espiritual e doutrinariamente — à medida que a era presente chega ao seu fim (cf. Mt 24.5,10-13,24; 1 Tm 4.1; 2 Tm 4.3,4). Paulo, principalmente, ressalta que nos últimos dias elementos ímpios ingressarão nas igrejas em geral. Essa ‘apostasia’ dentro da igreja terá duas dimensões.
(i) A apostasia teológica, que é o desvio de parte ou totalidade dos ensinos de Cristo e dos apóstolos, ou a rejeição deles (1 Tm 4.1; 2 Tm 4.3). Os falsos dirigentes apresentarão uma salvação fácil e uma graça divina sem valor, desprezando as exigências de Cristo quanto ao arrependimento, à separação da imoralidade, e à lealdade a Deus e seus padrões (2 Pe 2.1-3, 12-19). Os falsos evangelhos, voltados a interesses humanos, necessidades e alvos egoístas, gozarão de popularidade.
(ii) A apostasia moral, que é o abandono da comunhão salvífica com Cristo e o envolvimento com o pecado e a imoralidade. Esses apóstatas poderão até anunciar a sã doutrina bíblica, e mesmo assim nada terem com os padrões morais de Deus (Is 29.13; Mt 23.25-28). Muitas igrejas permitirão quase tudo, para terem muitos membros, dinheiro, sucesso e prestígio (ver 1 Tm 4.1 nota). O evangelho da cruz, com o desafio de sofrer por Cristo (Fp 1.29), de renunciar todo pecado (Rm 8.13), de sacrificar-se pelo reino de Deus e de renunciar a si mesmo, será algo raro (Mt 24.12; 2 Tm 3.1-5; 4.3).” (Bíblia de Estudo Pentecostal. RJ: CPAD, 1995, p.1856). Leia mais Revista Ensinador Cristão CPAD, no 23, pág. 42.
CONCLUSÃO

Assim como as virgens prudentes, devemos estar com nossas lâmpadas cheias para irmos ao encontro do noivo! Que nossas lâmpadas possam estar sempre acesas. Para isso, elas devem estar cheias de azeite. Devemos estar vigilantes contra toda a ação de Satanás que tentará por todos os meios desviar a nossa atenção da realidade do arrebatamento da Igreja (Ef 5.14). Que possamos estar de prontidão para a vinda do nosso Noivo. Não é tempo de ficarmos prostrados e sim atentos para ouvir a voz de Deus (Mt 26.41).
Nesta parábola, o noivo é claramente Jesus que chega para unir-se a sua noiva, a comunidade cristã - todos os crentes salvos de todo o mundo, do passado, presente e futuro, que formam a igreja e estão eternamente ligados através de Jesus Cristo (1 Co 1.2); As dez virgens são os crentes que estão desposados com Cristo, conforme 2 Cor 11,2: “Experimento por vós um zelo semelhante ao de Deus. Desposei-vos a um esposo único, a Cristo, a quem devo apresentar-vos como virgem pura”. De fato, a dificuldade de chegar a uma compreensão dos elementos desta parábola, o noivo, noiva, e as 10 virgens, é compreensível. Confundimo-nos quando queremos interpretar o sentido da noiva e as dez virgens. Melhor é entender assim: a noiva sendo a igrejas e as dez virgens como sendo os membros batizados desta comunidade caminhando para um final ou acerto de contas, (esta parábola tem sentido escatológico). A mensagem é clara: Santidade. Vamos então fazer uma aplicação pessoal; Essa parábola vai permitir que cada um de nós avalie se somos verdadeiramente convertidos ou se experimentamos uma falsa conversão. Esta parábola é para todos nós. As lâmpadas citadas na parábola das dez virgens representam nosso coração. Eu lhe pergunto: seu coração está em chamas? Sua lâmpada está preparada? Talvez hoje, à meia-noite, seja ouvido um grito. Talvez as trombetas ressoem e uma grande voz do céu diga: "Aí vem o Rei dos reis e o Senhor dos senhores!" (v. 1Ts 4.16,17). Você estará pronto? Irá com o Noivo ou será deixado para trás?

Achando-se as tuas palavras, logo as comi, e a tua palavra foi para mim o gozo e alegria do meu coração; porque pelo teu nome sou chamado, ó Senhor Deus dos Exércitos”. (Jeremias 15.16).

Francisco Barbosa
Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br

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