SUBSÍDIO I
VIVENDO COM DISCERNIMENTO
Mateus 24.49 nos alerta para a vida
de alguém que começou a se conduzir de maneira dissoluta. O servo infiel
começou a espancar, e a comer, e a beber com os bêbados. Isso nos faz lembrar
de um momento anterior no mesmo sermão, onde Jesus fala sobre os dias de Nóe:
“Porquanto, assim como, nos dias anteriores ao dilúvio, comiam, bebiam, casavam
e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca” (Mt 24.38). As
pessoas viviam sem compromisso com Deus e foram pegas de surpresa. A vida
dissoluta conduzirá as pessoas à um lugar onde haverá choro e ranger de dentes.
No comentário de
Mateus 24.38 a Bíblia
de Estudo Conselheira – Novo Testamento, destaca que “para os que
não são seguidores de Jesus, porém, a vida seguirá ‘normalmente’ – tal como foi
com o dilúvio de Noé – até a hora do fim, em que será tarde demais para se
arrepender e crer em Jesus”.1 Neste comentário também
destaca-se que “o arrebatamento – a retirada da terra dos salvos – será uma
surpresa para toda a sociedade, mas não deve ser assim para os servos de
Cristo: estes continuam sua vida de trabalho, mas podem ficar atentos e
preparados, pois estão certos de que alguma hora Jesus voltará”.2
O povo de Deus é
exortado desde os tempos de Moisés a uma vida de santidade: “Porque eu sou o
Senhor, vosso Deus; portanto, vós vos santificareis e sereis santos, porque eu
sou santo; e não contaminareis a vossa alma por nenhum réptil que se arrasta
sobre a terra. Porque eu sou o Senhor, que vos faço subir da terra do Egito,
para que eu seja vosso Deus, e para que sejais santos; porque eu sou santo” (Lv
11.44-45).
Para o povo da
nova aliança, a vida de santidade também é requerida: “porquanto escrito está:
Sede santos, porque eu sou santo” (1 Pe 1.16). Precisamos viver uma vida
com discernimento. Saber separar aquilo que convém fazer aos santos filhos de
Deus. Hoje, mais do que em todas as gerações de cristãos, precisamos lembrar da
realidade de que devemos: “Seguir a paz com todos e a santificação, sem a qual
ninguém verá o Senhor” (Hb 12.14).
Henry destaca que
a “paz e a santidade estão associadas; não pode haver verdadeira paz sem
santidade”.3 Este autor destaca também que “pode haver
prudência e consideração discreta, e uma demonstração de amizade e de boa
vontade para com todos; mas essa verdadeira índole pacífica cristã nunca está separada
da santidade, por isso não devemos, sob o pretexto de viver pacificamente com
todos os homens, deixar os caminhos da santidade, mas cultivar a paz de forma
santa”.4
Na parábola que
Jesus nos conta, precisamos seguir o exemplo do servo fiel e prudente. Este é
aquele que administra os bens de seu Senhor conforme a vontade do Pai. A
expressão “servo” (doulous),
aqui trata-se de um ministro dedicado, alguém que se sente obrigado a servir ao
seu Senhor. A Bíblia nos chama de despenseiros de Deus. Como vimos acima, em 1
Coríntios 4.1,2 convém que os homens nos considerem como ministros, servos,
despenseiros, administradores daquilo que Cristo coloca sob nossa
responsabilidade. Mais que isso, requer de nós que sejamos bons e fiéis
administradores.
Existem pessoas
que estão se conduzindo de modo dissoluto e fazendo mau uso dos bens que o
Senhor deixou em suas mãos. São maus servos. Correm o risco de serem pegos de
surpresa e serem lançados nas trevas exteriores, onde haverá choro e ranger de
dentes.
Por outro lado, o
vigilante está preparado para a vinda de Jesus. O vigilante prega sobre a vinda
de Jesus, como bom ministro e despenseiro, como mordomo de Cristo. O vigilante
nunca deixa faltar o óleo da luz e da unção. O vigilante guarda o que tem
exercitando seus talentos. Ele administra com fidelidade os bens de seu Senhor.
Um dia ele será promovido como administrador das mansões celestiais.
O Novo Testamento
compara a vinda de Jesus com o advento da chegada surpresa de um ladrão em 1
Tessalonicenses 5.2, 2 Pedro 3.10 e em Mateus 24.43, Lucas 12.39, Apocalipse
3.3 dizem que a hora de sua vinda será semelhante a de um ladrão. Em Apocalipse
16.15, Ele afirmou que virá como um “ladrão”. Estes textos destacam a vinda de
Cristo de forma inesperada, por isso a necessidade da constante vigilância
espiritual.
Texto extraído da
obra: As Parábolas
de Jesus: As
verdades e princípios divinos para uma vida abundante. 1. ed. Rio de
Janeiro: CPAD, 2018
COMENTÁRIO E
SUBSÍDIO II
INTRODUÇÃO
Algumas parábolas de Jesus
enfocam o tema da vigilância espiritual, e apontam para uma dimensão
escatológica. Na aula de hoje estudaremos a respeito da Parábola dos Dois
Servos. Inicialmente o Mestre trata sobre os falsos profetas, o esfriamento do
amor, e segue sobre a Grande Tribulação, no contexto da profecia (Mt. 24). Ao
estudar essa parábola, nos voltaremos para a importância de permanecer no
centro da vontade de Deus, sobretudo nos dias maus.
I. UMA
PARÁBOLA, DOIS SERVOS
Essa é mais uma parábola de contraste, por meio da
qual Jesus destaca diferenças, principalmente em relação à falsa religiosidade,
e aqueles que servem a Deus. Dois servos são postos em evidência, o primeiro é
fiel e prudente, com zelo cuida dos afazeres da casa, tem convicção de que não
passa de um despenseiro. Mas há outro servo, esse é infiel e imprudente, que
tem ânsia pelo poder, e se compraz em fazer o mal. Ao receber a posição de
liderança, este a utiliza de maneira abusiva, a fim de prevalecer sobre os
demais servos (Mt. 24.48.49). Através dessa atitude esse servo mal revela seu
verdadeiro caráter, e sua ânsia de prevalecer sobre os demais, usurpando a
autoridade exclusiva do Seu Senhor. A conclusão de Jesus é a de que o primeiro
servo foi promovido (v. 47), enquanto que o segundo foi lançado para fora da
casa, tendo a mesma sorte dos infiéis (v. 51). As parábolas de Jesus precisam
ser compreendidas no contexto da religiosidade farisaica, e da pretensão dos
legalistas do seu tempo. Os servos maus eram os fariseus e doutores da lei, que
ao invés de mostrar o caminho do reino, dificultavam o acesso a esse, colocando
sobre as pessoas cargas pesadas que eles mesmos não eram capazes de carregar
(Mt. 23). A expressão hipócrita, no contexto dessa passagem, aponta na direção
dessa religiosidade sem vida, cujo fim último é apenas o de satisfação pessoal
(Cl. 2.21).
II. VIGILÂNCIA,
NA ESPERA DO REINO
Os servos de Deus devem permanecer vigilantes em
relação à vinda do Reino de Deus, e esse já está no meio de nós, ainda que não
seja pleno. Não podemos perder a dimensão escatológica de vista, o interesse
nas coisas deste mundo está cegando espiritualmente muitos cristãos. A próprio
religião pode nos distanciar do Reino de Deus, há líderes religiosos que se
embriagaram com seus cargos, servem apenas suas posições eclesiásticas, estão
distantes da vontade de Deus. Alguns deles utilizam seus cargos a fim de abusar
espiritualmente das pessoas, impondo sobre elas padrões e regras que eles mesmo
não seguem. Paulo também teve que lidar com esse tipo de religiosidade quando
escreveu sua Epístola ao Gálatas. Alguns crentes daquela cidade, incitados
pelos falsos mestres judaizantes, abandonaram o verdadeiro evangelho,
substituindo por um outro, totalmente diferente daquele ensinado por Jesus (Gl.
1.8-9). O abuso do poder religioso tem causado sérios danos, inclusive no
contexto das igrejas evangélicas. Em nome de Deus, muitas pessoas estão sendo
feridas, ovelhas que gemem, maltratadas pelos seus “pastores”. Quando a
religião enfoca apenas a dimensão material, perde a visão do Reino de Deus,
torna-se apenas uma engrenagem, põe em evidências as coisas e esquece das
pessoas. Os cristãos precisam reconhecer que não passam de servos, a liderança
evangélica também deve saber que não é dona do rebanho (At. 20.28; I Co.
4.1,2; I Pe. 5.2).
III. PREPARADO
PARA SUA VIDA
Jesus voltará em breve, essa é uma verdade bíblica,
que muitas igrejas não consideram mais. Certo pastor destacou que antigamente a
expressão JESUS VEM BREVE era bastante comum nos púlpitos das igrejas
evangélicas. Mas aos poucos resolveram colocar apenas JESUS VEM, e nesses
últimos dias, escrevem apenas JESUS. Infelizmente, em algumas igrejas
evangélicas, nem mesmo o nome de JESUS está presente. Evidentemente, não
podemos avaliar o compromisso de uma igreja com Jesus pela presença ou ausência
de uma expressão. Mas essa metáfora nos ajuda a refletir sobre a expectativa
escatológica da igreja. Precisamos manter a vigilância espiritual, compreender
que Jesus virá, por isso devemos viver debaixo dessa verdade. Não sabemos
QUANDO Ele virá, mas sabemos COMO devemos viver. Como o servo prudente da
parábola, quando Cristo voltar devemos ser achados “servindo assim” (v.46).
Aqueles que não estão preparados, que não consideram a realidade do Reino,
serão surpreendidos, de modo que o “Dia do Senhor virá como ladrão de noite” (I
Ts. 5.2). Sejamos, portanto, cautelosos, cientes da nossa missão, enquanto
despenseiros (I Pe. 4.10). A santificação deve ser o alvo na vida de todo
cristão, considerando que ninguém verá o Senhor, a menos que esteja consagrado
a Deus (Hb. 12.14). E que sejamos bons mordomos, administradores fieis do que
não é nosso (I Pe. 5.2), principalmente nesses tempos trabalhosos (II Tm.
3.1-5).
CONCLUSÃO
A mensagem de Jesus foi enfática: “eis que cedo
venho, guarda o que tens, para que ninguém tome a tua coroa” (Ap. 3.11).
Devemos, portanto, permanecer vigilantes, na expectativa da Vinda do Senhor.
Caso contrário, como o servo mau da parábola, seremos envergonhados, por desconsiderar
a expressas orientações do Senhor. Saibamos, a todo tempo, que não passamos de
despenseiros, e que haveremos de prestar contas do que recebemos dAquele que
nos comissionou para Sua obra.
José Roberto A. Barbosa
Disponível no Blog
subsidioebd.blogspot.com
COMENTÁRIO E
SUBSÍDIO III
INTRODUÇÃO
O texto da leitura bíblica em classe está
inserido no centro de um conjunto de ensinamentos do Senhor Jesus Cristo. A
parábola que vamos estudar é o tema central deste conjunto, ou ciclo, de
ensinamentos que se inicia no versículo três do capítulo 24 e se estende até o
último versículo do capítulo 25. Jesus está trazendo ensino escatológico para
seus discípulos. Ele inicia suas mensagens falando a respeito do princípio das
dores, perseguições, falsos profetas, esfriamento do amor, etc. (24.3-14), e
segue falando sobre a Grande Tribulação (24.15-28), decide então discorrer
sobre sua própria volta e sobre o arrebatamento dos salvos (24.29-31). Neste
momento, visando ilustrar a necessidade da vigilância (24.36-44), Ele aborda a
necessidade de estarmos preparados para sua vinda. Aprofunda-se então o tema
central que é estarmos vigilantes (24.45-51).
Esta perícope inicia em Mateus 24 onde Jesus passa a
explicar enfaticamente o ponto de atenção, de alerta, em que nós devemos estar
despertos, esperando por Sua volta. Na seqüência, esta explicação é ratificada
através de três parábolas, enunciadas uma após a outra, e essa seqüência revela
a grande importância que Ele dá ao assunto. A primeira parábola é a do servo
infiel. Nestas parábolas, o Senhor Jesus exalta a diligência e a vigilância e
censura a negligência e a imprudência. Estas comparações se aplicam àqueles que
servem no Reino de Deus. Os servos são identificados pela prática das ordens do
seu senhor e não pelo que sabem que deve ser feito. Em outras palavras: o
atendimento da vontade do senhor é o que conta no serviço e não apenas o
conhecimento dela (Mt 23.3). Com esta parábola de Mateus 25.45-51, o Senhor
Jesus reafirma o ensino dado no Sermão do Monte quando contou a parábola da
construção de duas casas. A diferença entre elas não estava no que as pessoas
viam, mas no que as pessoas não viam, isto é, no alicerce. As intenções na
realização do serviço são mais consideradas pelo senhor do que a obra em si
(1Sm 16.7).
I. INTERPRETANDO
A PARÁBOLA DOS DOIS SERVOS
1. O servo bom e
fiel. A parábola é contada tendo como
base uma comparação entre o comportamento de dois servos. O primeiro, fiel e
prudente, confiado em uma posição superior, esforça-se para realizar,
zelosamente, a tarefa recebida, porém, ele sabe que não é administrador geral
da casa, mas apenas um despenseiro. No entanto, por ser um servo fiel e
prudente, ele agora tem a oportunidade de demonstrar, na prática, se realmente
é sábio, pois o seu senhor o premia, promovendo-o a administrador de todos os
seus bens (vv.45-47).
O servo fiel administra sua vida na expectativa de
que seu senhor pode voltar a qualquer momento. Esse modo de vida é premiado no
versículo 46, onde é chamado de bem aventurado ou feliz. Assim será no
arrebatamento da Igreja. A humildade, a obediência e a renúncia estão presentes
na vida de uma pessoa compromissada com Deus. Uma pessoa humilde deixa-se
transformar pelos ensinos de Jesus e a eles se submete em obediência. Nessa
ação renuncia os seus interesses e se submete consciente e voluntariamente aos interesses
de Deus e do Seu Reino. Essa atitude a leva a viver em excelência a sua
humanidade e com isso agrada a Deus do jeito que Ele deseja ser agradado. Neste
mister, temos o exemplo de Paulo, que administrou sua vida nessa expectativa do
breve retorno do Seu Senhor, e também fez o convite a o imitarmos (At 20. 24;
1Co 11.1; Gl 2.20).
2. O mau servo. A parábola não ilustra somente o perfil do servo fiel e
prudente, pois mostra quão antiético um servo pode ser quando colocado em
posição superior a dos serviçais, durante a ausência do senhor. Conforme a
narrativa, o segundo servo, recém- -promovido, agindo de forma antiética,
preferiu agir como um tirano em casa alheia, prevalecendo da momentânea posição
e entregando-se à devassidão, age irresponsavelmente contando com a demora do
seu senhor (v.49). Ele parece pensar que o seu senhor se atrasará (v.48). Por
isso, começa a prevalecer-se e resolve se “divertir”, maltratando seus
conservos, amigos de trabalho. Agindo assim, ele revela seu verdadeiro caráter,
isto é, mostra-se maligno. Enquanto o primeiro servo foi promovido (v.47), este
é jogado para fora da casa, ou seja, ele terá a mesma sorte que está reservada
aos servos infiéis (v.51).
O servo infiel, contrariamente, administra sua vida
sem qualquer senso de responsabilidade, por acreditar que seu senhor irá
demorar. Note que ele se sente melhor na ausência do seu senhor do que na sua
presença. Nos versículos 50 e 51, que representam a vinda de Cristo para
reinar, ele é pego de surpresa; é surpreendido como se um ladrão invadisse sua
casa para privá-lo das coisas que ele mais preza. O mau servo devido a sua
negligência, descompromisso e imprudência será surpreendido pela volta do
senhor que o condenará pelo mau uso da responsabilidade que recebeu e porque se
colocou na posição de senhor diante dos seus conservos. Todas as vezes que
tentamos ocupar o lugar que o Senhor não nos reservou, atraímos a Sua ira e
juízo. Ser um bom ou mau servo depende de nossa escolha (Nm 12.1 – 16; 16.1 –
50; 1Sm 15.1 – 35).
3. O destino
escatológico. Como vimos, o
primeiro servo, por sua fidelidade e bondade, será promovido, enquanto o outro,
por sua maldade e prevalecimento, será jogado para fora da casa. Ao descrever o
castigo reservado para o servo infiel, o Senhor Jesus abandonou a linguagem
parabólica para falar do destino final dos hipócritas, isto é, no lugar para
onde estes irão, “haverá pranto e ranger de dentes” (v.51). A expressão
“hipócrita”, utilizada por Jesus, indica aqueles que falam, mas não fazem, mas
para se mostrarem perante os outros, observam apenas de forma superficial e
exterior a Lei de Deus, porém, sequer se aproximam do seu cumprimento pleno e
genuíno, pois isso só pode ser feito por aqueles que têm um coração sincero e
dedicado. Os hipócritas, porém, estão preocupados em apenas “parecer” e não em
“ser”. O senhor da parábola requer dos servos o cumprimento fiel da tarefa que
lhes foi confiada. O servo bom e fiel é aquele que se mantém ocupado,
procurando sempre cumprir fielmente as suas tarefas. Dessa forma, o servo
estará sempre preparado para quando o seu senhor retornar. Por outro lado, o
mau servo é irresponsável e, prevalecendo da confiança, abusa da posição e
mostra-se indigno da posição que o seu senhor lhe confiou. O discurso é
claramente escatológico e tem como objetivo advertir os ouvintes da necessidade
de se viver de forma vigilante e prudente enquanto se aguarda o retorno do
Senhor (v.50).
“Há um juízo vindouro em que cada homem será
sentenciado a um estado de felicidade ou miséria eterna. Cristo virá não só na
glória de seu Pai, mas em sua própria glória, como Mediador. o justo e o ímpio
aqui habitam juntos, nas mesmas cidades, igrejas e famílias, e nem sempre são
diferenciados uns dos outros; tais são as fraquezas dos santos, tais as
hipocrisias dos pecadores, e a morte os leva a ambos; porém, naquele dia serão
separados para sempre. Cristo é o grande Pastor; Ele distinguirá dentro de
pouco tempo entre os que são seus e os que não são. Todas as demais distinções
serão eliminadas, e a maior delas é entre os santos e os pecadores, os fiéis e
os ímpios; esta diferença permanecerá para sempre” (Matthew Henry). Haverá
uma recompensa futura para os que servem com fidelidade neste tempo presente.
Não somente os galardões a serem recebidos no céu (1Co 3.8, Ap 22.12), mas
também as posições de autoridade no seu reino (Lc 19.17). Uma vida
descompromissada e de hipocrisia terá como galardão a sua parte com os
hipócritas. Veja que essa pessoa não estará sendo julgada por qualquer falha
relacionada ao seu trabalho como servo. Não! Será julgada por ter vivido uma
vida de aparências sem genuína conversão. O trabalho mal feito foi apenas uma
consequência natural de uma vida vazia e sem Deus.
SUBSÍDIO EXEGÉTICO
Jesus conta outra parábola (que também poderia ser
chamada de Parábola do Servo Bom e do Servo Mau) sobre o tema da prontidão (cf.
Mt 12.41-46). Nesta descrição, o senhor, voltando de uma visita inesperada,
encontra o servo administrador satisfazendo ou recusando-se a satisfazer as
necessidades dos outros servos. Considerando a crítica que Jesus fez aos
líderes judeus por desconsiderarem o bem-estar das pessoas, este servo
opressivo e esbanjador serve de comentário sobre as ações dos governantes
rejeitados (Mt 23.1-4,23,24). “O castigo do servo mau é severo. É igual ao dos
‘hipócritas’ (Mt 24.51; [...]; cf. também Mt 15.7; 22.18; 23.13-15,29). Jesus
deixa claro que este não é mero castigo terreno, mas de julgamento eterno
(quanto ao choro e ranger de dentes, veja também Mt 8.12; 13.42,50; 22.13;
25.30)” (SHELTON, James B. In ARRINGTON, French L.; STRONDAD, Roger (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal. 1.ed.
Rio de Janeiro: CPAD, 2003, p.135).
II. O
CHAMADO À VIGILÂNCIA
1. Vigilância. O ensino sobre a vigilância é constante no ministério de
Jesus (Mt 26.41). No intuito de demonstrar de que forma devemos nos manter
vigilantes, o Senhor Jesus narrou a parábola dos dois servos, primeiramente
contrastando o perfil de ambos ao mostrar que um era bom e o outro mau. A ambos
os servos o “senhor” da narrativa confiou a tarefa de cuidar de seus conservos.
O bom os alimentava em quantidade e hora corretas. O mau os espancava,
desprezava-os, e como se ainda não fosse o bastante, comia e bebia com bêbados.
O servo bom, além de fiel, era vigilante, administrando bem aquilo que recebeu
do seu senhor. O destaque à vigilância, nesta parábola se manifesta como sendo
o exercício correto da mordomia, ou seja, o homem vigilante pratica a
administração responsável do que recebeu do seu senhor, sabendo que está
lidando com o que não é seu e que brevemente terá de prestar contas. O mesmo
princípio é rememorado pelo apóstolo Paulo quando em 1 Coríntios 4.1,2, diz:
“Que os homens nos considerem como ministros de Cristo e despenseiros dos
mistérios de Deus. Além disso, requer-se nos despenseiros que cada um se ache
fiel”. Jesus nos manda estar acordados, alertas, vigilantes, circunspectos (Mt
25.13; Mc 14.34,37,38), isto é, precisamos estar completamente alertas!
Muitos serão surpreendidos pela vinda do Senhor.
Embriagados pelas ânsias desta vida, teimam em viver como se a vinda de Jesus
fosse a mais remota das hipóteses. À semelhança daqueles escarnecedores
referidos pelo apóstolo Pedro, perguntam: "Onde está a promessa da sua
vinda?" O que tais crentes não sabem é que já estamos em plena era
escatológica; vivemos os últimos dias desta dispensação. Em 1 Tessalonissensses
5.6, diz: “Não durmamos, pois, como os demais, mas vigiemos e sejamos
sóbrios”. "Vigiar" (gr. gregoreo) significa "manter-se
acordado e alerta". O contexto (vv. 4-9) indica que Paulo não está
exortando seus leitores a ficarem à espera do "Dia do Senhor" (v. 2),
mas a estarem espiritualmente preparados para escapar da ira do Dia do Senhor
(cf. 2.11,12; Lc 21.34-36). Se quisermos escapar da ira de Deus (v. 3), devemos
permanecer espiritualmente acordados e moralmente alertas, e devemos continuar
na fé, no amor e na esperança da salvação (vv. 8,9; ver Lc 21.36; Ef 6.11).
Visto que os fiéis serão protegidos da ira de Deus, por meio do arrebatamento,
não devem temer o "Dia do Senhor", mas "esperar dos céus a
seu Filho... Jesus, que nos livra da ira futura" (1.10), esperar o
arrebatamento que virá antes do dia do Senhor. A palavra "sóbrio"
(gr. nepho) tinha dois significados nos tempos do NT. O significado primário e
literal, conforme explicam vários léxicos do grego, é "um estado de
abstinência de vinho", "não beber vinho", "abster-se de
vinho", "estar totalmente livre dos efeitos do vinho" ou
"estar sóbrio, abstinente de vinho". A palavra tem um segundo
sentido, metafórico, de alerta, vigilância ou domínio próprio, i.e.,
estar espiritualmente alerta e controlado, exatamente como alguém que não toma
bebida alcoólica. O contexto deste versículo deixa ver que Paulo tinha em mente
o significado literal. As palavras "vigiemos e sejamos sóbrios" são
contrastadas com as palavras do versículo seguinte: "os que se embebedam
embebedam-se de noite" (v. 7). Sendo assim, o contraste que Paulo fez entre
nepho e a embriaguez física indica que ele tinha em mente o sentido literal:
"abstinência do vinho". Compare com a declaração de JESUS a respeito
dos que comem e bebem com os ébrios, e assim são apanhados desprevenidos na sua
volta (Mt 24.48-51).
2. Ninguém sabe o
dia. A necessidade de vigilância é
clara, pois assim como os servos da parábola não sabiam o momento certo do
senhor deles voltar, ninguém sabe quando Jesus Cristo virá (Mt 24.36). Por
isso, antes de contar a parábola dos dois servos, no versículo 43, Jesus explica
isso de maneira breve, mas cristalina. O Mestre utiliza a figura do pai de
família dizendo que se este soubesse quando o ladrão viria, vigiaria e estaria
à sua espera, impedindo que o malfeitor fizesse mal à família. Como não sabemos
quando Jesus haverá de vir, devemos estar sempre preparados (v.44), pois estar
preparado a qualquer momento para a volta de Cristo é parte da responsabilidade
básica de todo discípulo autêntico (v.46). Devemos fazer exatamente o que o
servo fiel e prudente da parábola fez, pois quando Cristo voltar seremos
felizes se Ele nos “achar servindo assim” (v.46). Não podemos nos esquecer que,
assim como retratado pelo Senhor Jesus Cristo na parábola, o “Dia do Senhor
virá como o ladrão de noite” (1 Ts 5.2).
Myer Pearlman comentando "A Vinda do
Senhor" em 1Ts 5.1-10, escreve: “Paulo já explicava que não poderiam
saber nem o dia nem a hora. Repete esse fato para reprimir aquela curiosidade
que é natural dos homens e que já tinha sido a causa de muita perturbação e
desordem na igreja. É uma verdade muito aplicável hoje. A palavra profética tem
sido muito desprezada por pessoas que fixam datas, bem como todas as coisas
absurdas que alegam "profecias". O "Dia do Senhor" é a
expressão comum no Antigo Testamento que descreve a vinda do juízo divino. Em
particular descreve o julgamento de Israel e das nações, que terá lugar na
vinda do Messias. Paulo declara como esse acontecimento será súbito e
inesperado. O ladrão vem de noite, quando todos dormem e ninguém está
preparado; de modo semelhante, quando Cristo vier, achará o mundo despreparado,
e não esperando a sua vinda (v.3). Certamente, haverá sinais, mas os ímpios não
os verão na sua verdadeira luz. Correrão para a destruição, sem prestar atenção
aos sinais de "pare" deixados por Deus. 2. Os preparos para a sua
vinda. Há três tipos de sono mencionado nas Escrituras: o sono natural, o sono
da morte e o sono do descuido espiritual mencionado no texto (v.6). O que se
diz do que dorme o sono natural pode ser dito do que dorme espiritualmente; não
reconhece que há perigo, esquece-se de qualquer dever, não se comove por apelos
e, talvez, nem reconheça que está dormindo."” (PEARLMAN, Myer.
Epístolas paulinas: semeando as doutrinas cristãs. RJ:CPAD, 1998, p.187-8.).
Leia mais Revista Ensinador Cristão CPAD, no 23, pág. 41.
SUBSÍDIO DEVOCIONAL
“A respeito daqueles que estão na igreja mas são
infiéis ao Senhor, é impossível estarem vigilantes e preparados para a volta
inesperada de Cristo, se os tais não creem que Ele pode vir agora. (1) Qualquer
crente professo que vive em pecado, julgando que Jesus tardará a vir,
tornar-se-á como o servo mau da parábola. Ele não percebe o risco da volta do
Senhor pegá-lo de surpresa ([...]). (2) É significativo Jesus associar a
infidelidade e a hipocrisia à crença e ao desejo de que Ele demore a voltar”
(STAMPS, Donald. Bíblia de Estudo
Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p.1141).
III. VIVENDO
COM DISCERNIMENTO
1. Vida dissoluta. O versículo 49 chama a atenção para a falta de prudência
de alguém que começou a conduzir sua vida de maneira dissoluta. Infelizmente, a
postura do servo infiel de espancar os conservos, além de comer e beber com os
bêbados, revela um desejo que precisava apenas de uma oportunidade para se
manifestar. Tal comportamento nos lembra de um momento anterior, no mesmo
sermão, quando Jesus falou sobre os dias de Noé. O Senhor disse que, naquele
tempo, as pessoas “comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia
em que Noé entrou na arca” (Mt 24.38). Em outras palavras, as pessoas do tempo
do “pregoeiro da justiça” (2 Pe 2.5), viviam sem compromisso algum com Deus, e
foram surpreendidas pelo juízo divino (Mt 24.38,39). De igual forma, a vida
dissoluta do mau servo, e de pessoas que se comportam como ele, terão como
destino um lugar onde haverá choro e ranger de dentes (v.51).
Vida dissoluta é viver de maneira corrupta, libertina
e devassa, estas são características de uma vida descompromissada com Deus. “Nessa
ilustração o Mestre tem uma exortação para todos os seus servos. Nela, como
sempre, Cristo liga a fé ao comportamento. Se cremos em sua vinda, devemos nos
portar de acordo com o que acreditamos. Não podemos viver como desejamos, se
verdadeiramente cremos que ele pode vir a qualquer momento. Essa esperança deve
governar a nossa vida no lar e impedir-nos de viver uma vida sem moderação e
sem disciplina. Se nos conscientizarmos da volta do Mestre, e deixarmos que
essa conscientização impere em todos os aspectos da nossa vida, então
viveremos. Quando o servirmos de maneira a honrá-lo, teremos verdadeira
comunhão uns com os outros, santidade de vida e estaremos vigilantes. Para
aqueles servos maus que escarnecem da verdade de sua vinda e arrogantemente
destratam os outros, e se associam com os glutões, há uma condenação repentina
e veloz. Que a graça nos seja concedida para que possamos viver de tal maneira
que não sejamos envergonhados perante ele em sua vinda!”” (LOCKYER, 2006,
p. 300).
2. Vida santa. Desde os tempos de Moisés, o povo de Deus é exortado a
viver uma vida de santidade (Lv 11.44,45), isto é, uma vida separada e
consagrada totalmente ao Senhor. Para o povo da nova aliança – a Igreja –, a
mesma vida de santidade também é requerida (1 Pe 1.16), pois temos mais luz e
conhecimento em relação às coisas de Deus do que o próprio povo de Israel. Por
isso, precisamos viver uma vida com discernimento, sabendo separar aquilo que,
como santos e filhos de Deus, convém, ou não, fazer (1 Co 6.12; 10.23). Hoje,
mais do que em qualquer outra geração de cristãos, precisamos nos lembrar de
que, sem santificação, “ninguém verá o Senhor” (Hb 12.14). Devemos ter isso
muito claro em nossos corações, lembrando também que o Senhor Jesus Cristo pode
voltar a qualquer momento (Mt 24.42).
“Jesus anunciou que antecipadamente que os dias
que antecedem a sua vinda, serão de extrema corrupção moral, comparando com o
período antediluviano e geração de Sodoma e Gomorra (Mt 24.37; Lc 17.28). Os
apóstolos também fizeram a mesma afirmação (II Tm 3.1-5; II Pe 3.3). Sabedores
disto, nós cristãos, devemos no meio desta geração pervertida, vigiar em
santidade, a fim de não contaminarmos com o pecado (Fp 2.15). A santidade é
tipificada na Bíblia como vestes (Ap 19.8,14). Por sua vez, a falta de
santidade pode ser retratada como vestes sujas ou a nudez (Zc 3.3,4; Ap 3.18;
16.15). A exortação bíblica é que devemos estar vestidos e com vestes limpas em
todo tempo (Ec 9.8; Ap 3.4). Já vimos que a palavra “vigiar” significa: “estar
atento”. O contrário da palavra “vigiar” é justamente “dormir” (Mc 14.37; Ef
5.14; Rm 13.11). Do ponto de vista bíblico, o sono espiritual, tem conotação
negativa, pois leva o homem a um estado de invigilância. Jesus falou disto
quando disse: “Vigiai, pois, porque não sabeis quando virá o senhor da casa; se
à tarde, se à meia-noite, se ao cantar do galo, se pela manhã, para que, vindo
de improviso, não vos ache dormindo” (Mc 13.35,36). Foi quando as dez virgens
cochilaram que chegou o esposo “E, tardando o esposo, tosquenejaram todas, e
adormeceram” (Mt 25.5). A “demora” da volta de Cristo se constitui num teste de
resistência e fidelidade para aqueles que professam segui-lo. Por isso, somos
exortados a perseverança (Mt 24.13; Lc 8.15; Rm 2.7; I Tm 4.16; Ap 3.10-11).
Devemos também exorta-nos uns aos outros (Hb 10.25).” (Extraído de: lição
04 - Esteja alerta e vigilante, Jesus voltará - 1º Trimestre de 2016)
3. Administrando
os bens. Jesus contou a parábola dos
dois servos para que os ouvintes, e todos nós, optássemos em seguir o exemplo
do servo fiel e prudente, evitando o trágico fim dos hipócritas (v.51). A
postura do servo bom e fiel, que administra os bens de seu senhor conforme a
justiça faz jus à própria expressão “servo”, visto que esta retrata o perfil de
um ministro dedicado, alguém que se sente satisfeito em cumprir o seu dever,
que é servir ao seu senhor. De forma semelhante, a Bíblia nos chama de
despenseiros de Deus e diz que devemos ser “bons” (1 Pe 4.10), ou seja,
eficientes e dedicados. O apóstolo Paulo também falou sobre este assunto
dizendo ser necessário que “os homens nos considerem como ministros”, ou seja,
servos “e despenseiros”, isto é, administradores daquilo que Cristo coloca sob
nossa responsabilidade, requerendo apenas que cada um se ache, seja encontrado,
fiel (1 Co 4.1,2). Portanto, mais que fidelidade e prudência, o Senhor requer
de nós que sejamos bons e fiéis administradores do que não é nosso (1 Pe 5.2).
Em Coríntios 3.9, a Bíblia diz dos obreiros: "Nós
somos cooperadores de Deus". Em geral se pensa que o cooperador no
trabalho do Senhor seja um obreiro iniciante, ou um mero auxiliar, mas aqui
trata-se de um obreiro habituado na Seara do Mestre, dando o máximo de si, com
todo esforço, juntamente com os demais, para levar avante o trabalho de Cristo.
No mesmo versículo, a Bíblia diz do rebanho do Senhor: "vós sois
lavoura de Deus". Agora a cena muda: em vez do obreiro, aparece a
Seara do Senhor, na qual o obreiro se ocupa. Obreiros vêm e obreiros vão, mas a
Igreja do Senhor permanece, porque ela é obra de Deus e não de homem. Dela
disse Jesus: "A minha Igreja". Desta expressão do Senhor, concluí-se
que há outras aglomerações que levam o nome de igreja, mas que não são a sua
Igreja. Matthew Henry comentando Mateus 25, escreve: “As boas obras feitas
por amor a Deus, por meio de Jesus Cristo, aqui são comentadas como marcas do
caráter dos crentes feitos santos pelo Espírito de Cristo, e como os efeitos da
graça concedida aos que as fazem. o ímpio neste mundo foi frequentemente
chamado a ir a Cristo em busca de vida e repouso, porém, recusaram os seus
chamados; e justamente são os que preferiram afastar-se de Cristo, aqueles que
não irão a Ele. Os pecadores condenados darão desculpas vãs. O castigo do ímpio
será um castigo eterno; seu estado não poderá ser mudado. Assim é a vida e a
morte, o bem e o mal, a bênção e a maldição: estão postos diante de nós, para que
possamos escolher nosso caminho; e nosso fim será de acordo com o nosso
caminho.” Quando fala-se em ser despenseiro dos dons celestiais, fala-se de
qualidade no trabalho que se faz para Deus. O termo despenseiro alude a um
administrador que, a serviço de seu senhor, cuida de sua casa, negócios,
recursos, propriedades e pessoal. A tarefa desse despenseiro não era tanto
manual, mas principalmente mental. Deus também capacita obreiros para tais
ministérios (Ver 1Co 12.28 e Rm 12.8).
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“Nos tempos antigos era um costume comum que os
senhores deixassem um servo encarregado de todos os assuntos da família. O
servo, descrito como fiel e prudente, corresponde aos discípulos, aos quais foi
atribuída por Jesus uma responsabilidade sem precedentes. Isto também descreve
aqueles que são indicados para posições de liderança na igreja, que deverão
estar desempenhando fielmente suas obrigações quando Jesus (o Senhor) chegar.
Estes servos receberão grandes recompensas. “Alguns servos, entretanto, podem
decidir aproveitar-se da sua posição de liderança, maltratando os outros e
entregando-se ao prazer. O servo pode ter pensado que o seu senhor estaria fora
durante um longo período, mas certo dia, virá o senhor num dia em que o não
espera e à hora em que ele não sabe. Este será um evento repentino e sem aviso
prévio, e o mau servo será surpreendido ‘no ato’. O julgamento do senhor contra
o seu mau servo será extremamente severo. Ainda pior do que esse horrível
castigo será o destino eterno do servo. Ele será designado a um lugar onde
haverá pranto e ranger de dentes (referência ao inferno). O julgamento futuro
de Deus é tão certo quanto a volta de Jesus à terra” (Comentário do Novo Testamento. Vol 1. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD,
2009, p.146).
CONCLUSÃO
Há pessoas que estão se
conduzindo de modo dissoluto e fazendo mau uso dos bens que o Senhor deixou em
suas mãos. São maus servos. Correm o risco de serem pegos de surpresa e
acabarem lançados nas trevas exteriores, onde haverá choro e ranger de dentes. Por
outro lado, o servo vigilante está preparado para a vinda de Jesus. Ele não
apenas está vigilante como prega sobre a vinda de Jesus, pois como bom ministro
e despenseiro sabe que é seu dever anunciar a vinda de Cristo. O vigilante
guarda o que tem, exercitando seus talentos. Ele administra com fidelidade os
bens de seu Senhor, sabendo que um dia será promovido às mansões celestiais.
Somos despenseiros das coisas celestiais e
prestamos contas à Deus, a quem pertence todas as coisas (SI 24.1; Ag 2.8). No
Antigo Testamento o mordomo era encarregado de uma casa (Gn 39.2-6; 43.19;
44.4). Já no Novo Testamento há duas palavras para definir o despenseiro:
"epitropos" (Mt 20.8; Lc 8.3; Gl 4.2) isto é, alguém a cujos cuidados
de guardião uma propriedade alheia foi confiada; e, que é traduzida como
"administrador", "procurador" e "curador"; e
“oiconomos”, que ocorre por dez vezes, e é traduzido como
"administrador", "despenseiro", "mordomo",
"tesoureiro" e "tutor" (Lc 16.2,3; 1 Co 4.1,2; Tt 1.7; 1 Pe 4.10). Este último vocábulo provém de “oikos” (casa) e de “nomo” (dispensar
ou gerir), o que da à palavra o sentido de gerente ou superintendente. Que
todos nós sejamos despenseiros fiéis dos bens de nosso Pai Celestial, para que
quando Ele enviar Seu Filho para nos buscar e acertar as contas conosco,
sejamos bem recompensados por Ele na Sua vinda!
“Achando-se as tuas palavras, logo as comi, e a
tua palavra foi para mim o gozo e alegria do meu coração; porque pelo teu nome
sou chamado, ó Senhor Deus dos Exércitos”. (Jeremias 15.16).
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