SUBSÍDIO I
Princípios de um
Autêntico Avivamento
Se você me perguntar
qual o maior avivamento da história da Igreja Cristã, responder-lhe-ei que é o
pentecostal. Não quero, com a minha resposta, desmerecer a reforma de Lutero,
na Alemanha, ou a iniciativa de John Wesley, na Inglaterra.
Todavia, quando
comparo ambos os movimentos ao pentecostal, vejo-me obrigado a reconhecer que
este é maior e mais abrangente do que aqueles. Mas reconheço, igualmente, que
sem o labor de Lutero e Wesley, nossos pais-fundadores, Daniel Berg e Gunnar
Vingren, nada poderiam ter feito. No Reino de Deus, há uma santa e desejável
interdependência. Todos dependemos de todos. Em meio a essas considerações,
procuremos uma definição de avivamento.
O que é o avivamento
Quando nos propomos a
definir o avivamento de acordo com a história e a tradição da Igreja Cristã,
deparamo-nos, logo de início, com um incômodo problema de nomenclatura e
semântica. Afinal, a palavra certa é “avivamento” ou “reavivamento”? Costumamos
usá-las invariavelmente; temo-las por sinônimos. Todavia, há uma diferença
substancial entre ambas.
Avivamento diz
respeito a um organismo que, embora não esteja morto, ainda precisa
experimentar a vida em sua plenitude. Foi o caso dos discípulos de Cristo.
Antes do Pentecostes, não estavam mortos; tinham já o Espírito Santo a
dirigir-lhes, inclusive, a escolha do sucessor de Judas Iscariotes. O próprio
Jesus já havia assoprado, neles, a promessa do Consolador: “Recebei o Espírito
Santo” (Jo 20.22).
Conquanto já vivessem
eles como apóstolos e discípulos de Jesus, não haviam sido avivados, pelo
Espírito Santo, como Igreja de Cristo. Isso só haveria de acontecer no Dia de
Pentecostes, em Jerusalém, conforme o relato de Lucas, no capítulo dois de
Atos.
O reavivamento, por
seu turno, concerne à igreja que, em consequência de seus pecados e
iniquidades, morreu organicamente e, agora, já começa a falecer como
organização. Haja vista o ocorrido com a congregação de Sardes, a qual o Senhor
Jesus endereça uma carta sobrecarregada de urgências: “Conheço as tuas obras,
que tens nome de que vives e estás morto. Sê vigilante e consolida o resto que
estava para morrer, porque não tenho achado íntegras as tuas obras na presença
do meu Deus” (Ap 3.1,2, ARA).
Essa igreja, sim,
necessitava urgentemente de um reavivamento espiritual, porque sobrevivia
apenas no âmbito material. O que a tornava visível era a sua burocracia,
membresia e clero.
Na morte de uma
igreja, desaparece o ministério e surge o clero; os membros do corpo de Cristo
fazem-se logo membresia e clientela; o que era obrigação espiritual desponta,
agora, como burocracia pesada e custosa; o que era esperança cristã
transforma-se numa mera agenda social e política. Uma igreja, nessas condições,
precisa, sim, de um urgente reavivamento.
Portanto, o
avivamento coube à Igreja Cristã que, no dia de Pentecostes, passou a viver na
força e no poder do Espírito Santo. Ela foi avivada e não reavivada, pois não
estava morta; apenas não havia nascido. Quanto ao reavivamento, cabe a igrejas
e congregações como a de Sardes que, apesar de já terem experimentado a vida em
Cristo, deixaram-se morrer espiritual e ministerialmente. Tais rebanhos carecem
de um reavivamento poderoso, para que voltem à vida. Caso contrário, morrerão;
logo estarão a cheirar mal.
Embora haja
diferenças entre os termos “avivamento” e “reavivamento” podemos,
teologicamente, usar um pelo outro, a fim de descrever o movimento do Espírito
Santo numa igreja local, objetivando levá-la a experimentar novamente a vida
que somente Jesus Cristo pode nos dar.
Portanto, o
avivamento ou reavivamento, é a operação sobrenatural do Espírito Santo, na
Igreja de Cristo, cujo principal objetivo é reconduzi-la à sua condição
primordial de corpo espiritual do Filho de Deus. Essa ação do Espírito Santo só
é possível por intermédio destes fatores: retorno à Palavra de Deus, à oração,
à santidade, à comunhão e ao serviço cristão.
ANDRADE,
Claudionor de. Adoração,
Santidade e Serviço: Os
Princípios de Deus para a sua Igreja em Levítico. 1 ed. Rio de
Janeiro: CPAD, 2018.
COMENTÁRIO E
SUBSÍDIO II
INTRODUÇÃO
Na última lição deste trimestre, veremos que, das
festividades do Antigo Testamento, as duas mais emblemáticas para o crente em
Jesus Cristo são a Páscoa e o Pentecostes. Tendo em vista esses dois marcos da
verdadeira fé, afirmou o evangelista norte-americano Stanley Jones (1884-1973):
“A vida do cristão começa no Calvário, mas o trabalho eficiente no
Pentecostes”. Sem a Páscoa não pode haver Pentecostes. E, sem o Pentecostes, a
Páscoa perde a sua eficácia. Isso significa que duas são as experiências indispensáveis
ao discípulo de Jesus: a salvação e o batismo com o Espírito Santo. Através do
Evangelho completo, podemos reviver a experiência da Igreja Primitiva, que
apregoava ousadamente que Jesus Cristo salva, batiza com o Espírito Santo, cura
as enfermidades, opera sinais e maravilhas e, em breve, virá nos buscar.
No Antigo Testamento encontramos três festas: a
Páscoa, celebrada junto à dos Ázimos ou Asmos; a Festa das Colheitas ou Semanas
que, a partir do domínio Grego, recebeu o nome de Pentecostes, cujo significado
é cinquenta dias depois (da Páscoa); e a festa dos Tabernáculos ou Cabanas (Ex
23.14-17; 34.18-23). Desde que Israel partiu do Egito em cerca de 1445 a.C., o
povo hebreu (posteriormente chamado “judeus”) celebra a Páscoa todos os anos,
na primavera (em data aproximada da sexta-feira santa). No Antigo Testamento
podemos ver tipos e figuras de Cristo sendo morto, como no animal que Deus mata
para fazer as vestes de peles para Adão e sua mulher, nos milhões de animais
sacrificados ao longo da história de Israel e no cordeiro pascal; todos são
apenas figuras ou sombras do Cordeiro que viria. Quando Jesus é chamado de
Cordeiro de Deus em João 1.29 e 36, é uma referência ao fato de que Ele é o
sacrifício perfeito e definitivo pelo pecado. Para podermos compreender quem
Cristo era e o que Ele fez, precisamos começar no Velho Testamento, onde
encontramos as profecias sobre a vinda de Cristo como “expiação do pecado” (Is
53.10). Na verdade, o sistema de sacrifícios estabelecido por Deus no Velho
Testamento preparou o terreno para a vinda de Jesus Cristo – o perfeito
sacrifício que Deus providenciou como expiação pelos pecados de Seu povo (Rm
8.3; Hb 10). Na verdade, o sacrifício do cordeiro da páscoa e o processo de
marcar com sangue as ombreiras e as vergas da porta das casas para o anjo da
morte passar pelas pessoas que estavam “cobertas pelo sangue” (Êx 12.11-13) é
um lindo retrato do trabalho expiatório de Cristo na cruz.
Tanto para os cristãos quanto para os judeus, a
Páscoa é considerada a primeira grande festa da Bíblia Sagrada. Se, por um
lado, celebra a libertação nacional de Israel; por outro, simboliza a redenção
humana através de Jesus Cristo.
No antigo Israel encontramos três grandes festas de
peregrinação: a Páscoa (ou festa dos pães ázimos), o Pentecostes (ou
festa das semanas) e Tabernáculos (ou festa das tendas).
1. Definição. A palavra “páscoa” origina-se do vocábulo hebraico pesah
que, etimológica e tipologicamente, pode ser definida como a passagem da
escravidão à liberdade. Essa interpretação cabe tanto à nação hebreia como ao
crente em Jesus Cristo. Conhecida também como a festa dos pães ázimos, a Páscoa
é a mais importante festividade da Bíblia Sagrada, porque marca a primeira
aliança formal entre Deus e o seu povo (Êx 24.7,8).
Muito se discute a respeito da palavra hebraica
pessah (pronuncia-se pessar). Sua etimologia normalmente é buscada na palavra
passah (saltar, pular). Há quem sugira ligação com o acádio pašâhu (acalmar,
apaziguar). Outros defendem que seja a transcrição de uma palavra egípcia que
significa “golpe”, uma referência a décima praga (em Ex 1,1 é dito que Yahweh
desferirá “ainda mais um golpe sobre Faraó”).
2. Cerimônia pascoal. No capítulo 12 de Êxodo, a cerimônia pascoal é detalhada
com rígidas recomendações, a fim de que os hebreus jamais se esquecessem de seu
real significado (Êx 12.12). No décimo dia do primeiro mês, cada família
hebreia tomava um cordeiro, ou cabrito, macho de um ano e sem defeito, para
imolá-lo no décimo quarto dia (Êx 12.6). O sacrifício deveria ser comido
reverentemente com pães ázimos e ervas amargas (Êx 12.8).
“Falar de origem da Páscoa é entrar no campo das
suposições, pois não há dados suficientes que ajudam a esclarecer sobre essa
celebração no período pré-mosaico. Todavia, os textos do Antigo Testamento
fornecem indicações que a Páscoa, em suas origens, foi um ritual ou cerimônia
que incluía as seguintes características:
a) O ritual era realizado no seio da
família ou clã; não tinha altares, santuários e sacerdotes ou qualquer
influência do culto oficial;
b) Era celebrado por pastores nômades
ou seminômades;
c) O ato central desse ritual era o
sacrifício de um jovem animal do rebanho de cabras ovelhas;
d) A cerimônia ocorria no fim da
primavera e início do verão (mês de abril), numa noite de lua cheia;
e) O ritual da celebração pascal
incluía as seguintes etapas:
- Retirava-se o sangue do animal,
- Ungia a entrada das cabanas com o
sangue do animal,
- Assava a carne do animal,
- Com a carne assada, fazia um grande
banquete para a família reunida,
- O banquete oferecido incluía a
presença de pães ázimos ou asmos, ervas amargas nascidas no deserto,
- A celebração da Páscoa exigia dos
participantes desse ritual as seguintes
posturas:
Ter uma atitude de marcha e pressa,
Usar vestimenta para viagem,
Ter as vestes amarradas na cintura,
Atar as sandálias nos pés,
Ter o cajado de pastor na mão.
f) Parece que o objetivo dessa
cerimônia era pedir proteção divina, para a família e o seu rebanho de animais
menores contra o exterminador (no hebraico, maxehit - Ex 12.13, 23) ou
saqueador, bando de destruição (1 Sm 13.17; 14.15; Pr 18.9). O exterminador
maxehit pode ser qualquer tipo de agressor, desgraça, enfermidade, peste ou
acidente que poderia ocorrer com qualquer membro da família ou os seus animais.
g) Provavelmente, esse ritual foi
celebrado por Abraão, Isaac e Jacó, pois eles eram pastores. A cada ano, na
primavera, quando o vento quente do deserto, anunciando o verão, atingia e
queimava as parcas pastagens das ovelhas, os pastores, suas famílias, bem como
os seus rebanhos eram obrigados a buscar outros lugares para dar de comer as
suas ovelhas”. (PORTAL METODISTA)
3. Simbologia. Como já dissemos, a Páscoa simboliza tanto a redenção de
Israel como a dos gentios, pois, através de Jesus Cristo, ambos os povos
fizeram-se um (1 Co 12.13). Eis por que o Senhor Jesus foi identificado, desde
o início de seu ministério, como o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo
(Jo 1.29,36; Ap 5.6). Ele é o sacrifício dos sacrifícios. A simbologia
redentora da Páscoa ganha vida e expressão na celebração da Santa Ceia (1 Co
11.23-31). Levemos em conta, também, que o Senhor Jesus foi crucificado durante
a celebração pascal (Mt 26.2). Ele é o nosso Cordeiro Pascal (1 Co 5.7).
A Páscoa judaica foi estabelecida por Deus enquanto
o povo de Israel ainda vivia no Egito em comemoração ao livramento dos seus
primogênitos através do sangue do cordeiro passado nos umbrais das portas dos
israelitas. (Êx 12.27). “Celebrar a Páscoa é resgatar os atos salvíficos de
Deus no passado, acreditando que Ele possa fazer o mesmo, entre nós, no dia de
hoje. A memória do passado salvífico - seja da libertação no Egito, seja da
vida e obra de Jesus Cristo - restaura as forças dos/as crentes celebrantes
para o testemunho”. (PORTAL METODISTA). Para os cristãos, a
Páscoa representa a Ressurreição de Cristo. Para os judeus, representa a
libertação da escravidão, do que decorre que ambas culturas celebram a
esperança e o surgimento da nova vida.
SUBSÍDIO DIDÁTICO
Professor(a), para iniciar o primeiro tópico da
lição faça a seguinte indagação: “O que significa a palavra Páscoa?” Ouça os
alunos com atenção e explique que significa “passar por”. Utilizando o quadro
abaixo, explique o significado dessa celebração para os egípcios, judeus e
cristãos. Conclua enfatizando que a Páscoa nos fala do sacrifício de Cristo,
nosso Cordeiro Pascal.
II. O
PENTECOSTES, A FESTA DAS PRIMÍCIAS
Sem a Páscoa não pode haver Pentecostes. Isto
significa que, sem a experiência pascal, as primícias não têm qualquer
significado diante de Deus. O sangue do Cordeiro é imprescindível à nossa
redenção (Hb 10.18).
1. Definição. A festa de Pentecostes, celebrada 50 dias após a Páscoa,
recebe as seguintes designações: festa das colheitas, das semanas, das primícias
(Êx 34.22,26). Enquanto a Páscoa era uma cerimônia doméstica, o Pentecostes era
uma celebração pública, na qual toda a nação louvava a Deus por sua
suficiência; era também o momento de se exercer a misericórdia e o serviço
social (Dt 16.10; Rt 2.1-3).
“Pentecostes não é o nome próprio da segunda
festa do antigo calendário bíblico, no Antigo Testamento (Ex 23.14-17;
34.18-23). Originalmente, essa festa é referida com vários nomes:
Festa da
Colheita ou Sega - no hebraico hag haqasir. Por se tratar de uma colheita de
grãos, trigo e cevada, essa festa ganhou esse segundo nome. Provavelmente, hag
haqasir Festa da Colheita é o nome original (Ex 23.16).
Festa das
Semanas - no hebraico, hag xabu´ot. A razão desse nome está no período de
duração dessa celebração: sete semanas. O início da festa se dá, cinqüenta dias
depois da Páscoa, com a colheita da cevada; o encerramento acontece com a
colheita do trigo (Dt 34.22; Nm 28.26; Dt 16.10).
Dia das
Primícias dos Frutos - no hebraico yom habikurim. Este nome tem sua razão de
ser na entrega de uma oferta voluntária, a Deus, dos primeiros frutos da terra
colhidos naquela sega (Nm 28.26). Provavelmente, a oferta das primícias
acontecia em cada uma das três tradicionais festas do antigo calendário
bíblico. Na primeira, Páscoa, entregava-se uma ovelha nascida naquele ano; na
segunda, Colheita ou Semanas, entregava-se uma porção dos primeiros grãos
colhidos; e, finalmente, na terceira festa, Tabernáculos ou Cabanas, o povo
oferecia os primeiros frutos da colheita de frutas, como uva, tâmara e figo,
especialmente.
Festa de
Pentecostes. As razões deste novo nome são várias: (a) nos últimos trezentos
anos do período do Antigo Testamento, os gregos assumiram o controle do mundo,
impondo sua língua, que se tornou muito popular entre os judeus. Os nomes
hebraicos - hag haqasir e hag xabu´ot - perderam as suas atualidades e foram
substituídos pela denominação Pentecostes, cujo significado é cinqüenta dias
depois (da Páscoa). Como o Império Grego assumiu o controle do mundo, em 331
anos antes de Jesus, é provável que o nome Pentecostes ganhou popularidade a
partir desse período.” (‘A festa
de Pentecostes no Antigo Testamento’. Estudo produzido pelo prof. Tércio
Machado Siqueira, professor de Antigo Testamento da FaTeo. Disponível em: http://portal.metodista.br/fateo/materiais-de-apoio/estudos-biblicos/a-festa-de-pentecostes-no-antigo-testamento. Acesso em: 24 Set, 2018)
2. O cerimonial. Em santa convocação, na qual todos deveriam apresentar-se a
Deus de forma jubilosa, Israel apresentava a Deus as primícias de suas
colheitas (Dt 16.11). A cerimônia tinha início no exato instante em que a foice
punha-se a ceifar a seara (Lv 23.21; Dt 16.9). No momento mais solene, o
adorador “movia o molho perante o Senhor” (Lv 23.11).
“Enquanto a Páscoa era uma festa caseira,
Colheita ou Semanas ou Pentecostes era uma celebração agrícola, originalmente,
realizada na roça, no lugar onde se cultivava o trigo e a cevada, entre outros
produtos agrícolas. Posteriormente, essa celebração foi levada para os lugares
de culto, particularmente, o Templo de Jerusalém. Os muitos relatos bíblicos
não revelam, com clareza, a ordem do culto, mas é possível levantar alguns
passos dessa liturgia:
a cerimônia
começava quando a foice era lançada contra as espigas (Dt 16.9). É bom lembrar
que deveria ser respeitada a recomendação do direito de respigar dos pobres e
estrangeiros (Lv 23.22; Dt 16.11);
a cerimônia
prosseguia com a peregrinação para o local de culto (Ex 23.17);
o terceiro
momento da festa era a reunião de todo o povo trabalhador com suas famílias,
amigos e os estrangeiros (Dt 16.11). Essa cerimônia era chamada de "Santa
Convocação" (Lv 23.21). Ninguém poderia trabalhar durante aqueles dias,
pois eram considerados um período de solene alegria e ação de graças pela
proteção e cuidado de Deus (Lv 23.21);
no local da
cerimônia, o feixe de trigo ou cevada era apresentado como oferta a Deus, o
Doador da terra e a Fonte de todo bem (Lv 23.11).
Os
celebrantes alimentavam-se de parte das ofertas trazidas pelos agricultores;
As sete
semanas de festa incluíam outros objetivos, além da ação de graças pelos dons da
terra: reforçar a memória da libertação da escravidão no Egito e o cuidado com
a obediência aos estatutos divinos (Dt 16.12).
Observação: Era ilegal usufruir da
nova produção da roça, antes do cerimonial da Festa das Colheitas (Lv 23.14).” (‘A festa de Pentecostes no Antigo Testamento’.
Estudo produzido pelo prof. Tércio Machado Siqueira, professor de Antigo
Testamento da FaTeo. Disponível em: http://portal.metodista.br/fateo/materiais-de-apoio/estudos-biblicos/a-festa-de-pentecostes-no-antigo-testamento. Acesso em: 24 Set, 2018)
3. A simbologia. Para nós, pentecostais, as primícias representam as almas
que, através do evangelismo e das missões, apresentamos ao Senhor Jesus Cristo.
Aliás, Ele mesmo comparou o ganhar almas ao semear e ao ceifar (Mt 13.1-8,37;
Jo 4.35).
“O Pentecostes foi a primeira vez que os
discípulos receberam o Espírito Santo e pregaram o evangelho completo. Também
marcou o início da expansão da igreja, que continua até hoje. O Pentecostes no
Velho Testamento era um símbolo apontando para o Pentecostes do Novo
Testamento. Naquele dia, os discípulos fizeram a primeira grande “colheita” do
evangelho (At 2.40-41). Também nesse dia foi anunciado aos judeus a nova Lei de
Deus: a lei da graça a da salvação em Jesus.” (O que Respondi.
Disponível em: https://www.respostas.com.br/o-que-e-o-pentecostes/. Acesso em: 24 Set, 2018)
SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO
“Pentecostes Pentecostes era a segunda das três
grandes festas de Israel (Dt 16.16). A palavra grega Pentecostes (pentkostes)
significa ‘quinquagésimo’, referindo-se ao quinquagésimo dia depois da oferta
de manjares durante a Festa dos Pães Asmos. Outro título pelo qual esta festa é
conhecida é a Festa das Semanas, que se refere a sete semanas após a oferta das
primícias; a Festa da Colheita (Êx 23.16), referindo-se à conclusão das
colheitas de grãos; o dia das primícias (Nm 28.26), falando das primícias de
uma colheita terminada, e mais tarde os judeus a chamaram solenemente de
assembleia, que foi aplicado ao encerramento da festa da estação da colheita.
Embora as Escrituras não afirmem especificamente seu significado histórico,
elas parecem indicar basicamente uma festa da colheita. A hora avaliada do
Pentecostes é o quinquagésimo dia ‘no dia imediato ao sábado’ ou ‘ao seguinte
dia do sábado’ (Lv 23.11,15), uma sentença que é cronologicamente problemática.
Na época das primícias, os israelitas trariam ao sacerdote seus primeiros
frutos, e ele os ofereceria ao Senhor agitando os molhos (Lv 23.9-14; Nm
18.12,13; Dt 26). Esta parece ter sido uma oferta de gratidão antecipada pela
bênção que o Senhor concederia às colheitas. No Pentecostes, 50 dias depois das
primícias, o sacerdote tomaria um molho das primícias da sega, e dois pães
levedados, e os moveria perante o Senhor. Isto marcaria o final da colheita. As
outras cerimônias ligadas a esta festa estão descritas em Levítico 23.15-22. Em
Números 28.26, o Pentecostes é chamado tanto de Festa das Semanas como de Festa
das Primícias. Esta Festa das Primícias não deve ser confundida com as
primícias oferecidas durante os dias dos pães asmos” (Dicionário Bíblico Wycliffe. 7.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, pp.
1500,1501).
III. O DIA
DE PENTECOSTES
Se o Senhor Jesus Cristo não tivesse sido
imolado como o nosso Cordeiro Pascal, aquele dia de Pentecostes, em Jerusalém,
não teria qualquer sentido para nós, gentios. Todavia, a Páscoa de Cristo
tornou real o Pentecostes do Espírito.
1. Cristo, o Cordeiro
Pascal. O Senhor Jesus foi
crucificado durante a Páscoa (Mt 26.2). Mas, ao terceiro dia, eis que Ele
ressurgiu de entre os mortos, recebendo toda a autoridade nos céus e na terra
(Mt 28.1-8). Ele é as primícias dos mortos, por ser Ele mesmo a ressurreição e
a vida (Jo 11.25; 1 Co 15.20-23). Já ressurreto e prestes a ascender ao céu, o
Senhor Jesus prediz a grande colheita que viria através da descida do Espírito
Santo (At 1.8). Portanto, os discípulos deveriam esperar em Jerusalém a chegada
do Consolador (Lc 24.49).
Há uma relação direta entre a Páscoa celebrada pelos
judeus no Egito e a consumação da obra de Cristo. No Egito, Deus ordenou que
seu povo sacrificasse um cordeiro e que marcasse a porta de suas casas com o
seu sangue. Desse modo, Deus os livraria da morte (Êx 12). Hoje, através do
sangue de Jesus Cristo derramado na cruz, nós também somos livrados da morte.
Deus, ao “passar por cima”, vê sobre nós o sangue de seu Filho perfeito (Cl
1.20), de modo que nenhuma condenação há sobre nós (Rm 8.1).
2. O Pentecostes do Espírito
Santo. Passados cinquenta
dias, desde a morte de Cristo, ocorrida na Páscoa, eis que os discípulos
recebem o Espírito Santo em pleno dia de Pentecostes (At 2.1-4). Cheios do
Espírito, falaram noutras línguas, enunciando aos peregrinos que visitavam
Jerusalém, as grandezas de Deus (At 2.7-11).
Nesta festa dois pães eram trazidos para oferta de
movimento. Esta festa tem o seu cumprimento na história humana no dia de
Pentecostes com o derramamento do Espírito Santo sobre a Igreja, no seu início.
Os dois pães apresentados são um simbolismo dos judeus e gentios, que são
unidos através do Espírito Santo para formarem a Igreja do Senhor. Esta era uma
festa de agradecimento a Deus pelo início da colheita do trigo.
3. As primícias da Igreja
Cristã. Nesse momento,
levanta-se Pedro com os demais apóstolos e proclama o Evangelho de Cristo. E,
como resultado de sua mensagem, quase três mil pessoas convertem-se (At 2.41).
Dessa forma, as primícias da Igreja Primitiva são apresentadas a Deus
Pai.
“Enquanto todos os apóstolos pregaram naquele dia
(veja 2:4,7,15,37), temos o relato somente da mensagem de Pedro
- Ele explicou o sinal das línguas como cumprimento
da profecia de Joel (2:14-21)
- Ele negou a acusação de que eles estavam
embriagados
- Ele disse que estava sendo cumprida a profecia de
Joel sobre o derramamento do Espírito Santo (veja Joel 2:28-32)
Deus prometeu, através de Joel, derramar seu Espírito
sobre toda a carne, revelando sua vontade por profecias e visões
Ele predisse sinais de julgamento (sangue, fogo,
escuridão)
Ele falou que aqueles que invocassem o nome de
Senhor seriam salvos (veja Romanos 10:12-13, onde Paulo cita esta parte da profecia
para mostrar que os gentios seriam salvos junto com os judeus)
- Baseando sua mensagem nas profecias do Velho
Testamento sobre o Cristo, Pedro pregou sobre a morte, ressurreição e ascensão
de Jesus (2:22-36)
- Jesus foi aprovado por Deus e rejeitado pelos
judeus (2:22-23)
Pedro afirmou que os milagres de Jesus mostraram que
Deus o aprovou
Ele disse que Deus tinha entregue Jesus para ser
crucificado
Mas o povo tinha culpa: Os judeus o crucificaram
"por mãos de iníquos"
- Jesus foi ressuscitado pelo Pai (2:24)
- A ressurreição cumpriu a profecia feita por
Davi quase 1.000 anos antes (2:25-31; veja Salmo 16:8-11)
Esta profecia predisse que Jesus morreria com
confiança que o Pai o ressuscitaria
A morte não conseguiu vencer Jesus-
Pedro mostrou que Davi não tinha profetizado sobre
si mesmo, porque ele morreu e não ressuscitou
Davi profetizou sobre um dos seus descendentes,
falando da ressurreição de Cristo
- Pedro afirmou que Jesus foi ressuscitado e
exaltado à destra do Pai (2:32-35)
Os apóstolos foram testemunhas de Cristo
ressuscitado
Jesus foi exaltado e então derramou o Espírito Santo
- Na conclusão da sua mensagem, Pedro afirmou que o
mesmo Jesus que foi crucificado pelos judeus foi ressuscitado e exaltado pelo
Pai para ser Senhor e Cristo (2:36)” (Lição 2 Pedro Prega no Dia de
Pentecostes. Disponível em: https://www.estudosdabiblia.net/b03_3.htm. Acesso em: 24 Set,2018)
SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO
“O dia de Pentecostes é comemorado cinquenta dias
após a Páscoa. Originalmente era celebrada a festa da colheita (Lv 23.15,16).
No Novo Testamento também é comemorada a entrega da Lei a Moisés, no Sinai.
Três fenômenos ocorreram conjuntamente e concorreram para que a descida do
Espírito Santo no Pentecostes se constituísse um evento único e inquestionável:
1) o vento veemente e impetuoso; 2) as línguas visíveis de fogo que pousaram
sobre cada um dos crentes e 3) falavam em ‘outras línguas’. Não há qualquer registro
desses três acontecimentos, em conjunto, em qualquer outro momento” (RICHARDS,
Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia:
Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. 9.ed. Rio de
Janeiro: CPAD, 2010, p. 709).
CONCLUSÃO
Sem a Páscoa, o Pentecostes seria impossível. E,
sem o Pentecostes, a Páscoa não seria eficaz. Não podemos esquecer nossas
raízes pentecostais. Que jamais deixemos de proclamar que Jesus Cristo batiza
com o Espírito Santo e com o fogo (Lc 3.16). Somente assim, dentro em breve,
apresentaremos uma grande colheita, ao Senhor da Seara, em nosso país, na
América Latina, na África, na Europa. Enfim, até aos confins da terra.
A festividade judaica do Dia de Pentecostes assume
novo significado em At 2, pois é o dia no qual o Espírito Santo prometido desce
em poder e torna possível o avanço do evangelho até aos confins da terra. A
profecia de Joel 2.23 prediz a “chuva temporã” e a “serôdia”, e o mesmo está
dito em Tg 5.7,8: “Sede pois, irmãos, pacientes até à vinda do Senhor. Eis que
o lavrador espera o precioso fruto da terra, aguardando-o com paciência, até
que receba a chuva temporã e serôdia. Sede vós também pacientes, fortalecei os
vossos corações; porque já a vinda do Senhor está próxima”. Como é notório,
muitas inovações, modismos e práticas descabidas e antibíblicas vêm afetando o
genuíno movimento pentecostal, é urgente voltarmos sempre ao cenáculo para
receber mais poder (Ef 5.18), mas igualmente, manter a sã doutrina do Senhor
(Tt 2.1,7; 1Tm 4.16).
“Achando-se as tuas palavras, logo as comi, e a tua
palavra foi para mim o gozo e alegria do meu coração; porque pelo teu nome sou
chamado, ó Senhor Deus dos Exércitos”. (Jeremias 15.16).
Francisco Barbosa
Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br
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