sexta-feira, 7 de setembro de 2018

LIÇÃO 11: A LÂMPADA ARDERÁ CONTINUAMENTE



SUBSÍDIO I

A LUZ DIVINA, ÚNICA E IMPRESCINDÍVEL

Antes de conceituarmos a luz divina, buscaremos definir a luz em si mesma. Não será uma tarefa fácil. Apesar de a vermos do primeiro ao último arrebol, ainda não sabemos como defini-la adequadamente. Se o conceito é difícil, como será possível a descrição? Os físicos mais abalizados veem-se ainda perplexos ante as maravilhas de um fenômeno que, embora comum, ainda se revela incomum nos tratados e compêndios. 

A definição da luz

Se formos a um dicionário da língua portuguesa, leremos uma definição que não irá além destas palavras: iluminação que, tendo como fonte o Sol, ilumina a Terra e os demais corpos da Galáxia. Mais adiante, nesse mesmo léxico, deparar-nos-emos com este complemento conceitual: claridade que parte de alguma fonte luminosa, e ilumina áreas escuras.
As fontes de luz variam em tamanho, potência e cor. Vai do Sol, poetizado como o astro-rei, à lamparina que brilha fracamente na casa do humilde campônio. Mas, quer o primeiro, quer a segunda, ambos simbolizam o Evangelho de Cristo. Nalgumas ocasiões, a mensagem da cruz resplende como no dia de Pentecostes, em Jerusalém. Noutras, tremeluz num folhetozinho já sujo e de letras escondidas; lamparina quase apagada. Seja como for, a Palavra de Deus jamais deixa de refulgir nas trevas. Quanto à cor, apesar das lentes e vidros que se antepõem às suas fontes, a luz será sempre clara e bela.
Vejamos, agora, como a física vê a luz. Aos olhos dessa ciência, a luz não passa de uma onda eletromagnética; sua extensão compreende ondas que, em intervalos regulares, possibilitam a sua visibilidade. Ela pode ser descrita também como a radiação eletromagnética, que se situa entre as radiações infravermelha e ultravioleta. Eis aqui as três grandezas básicas da luz: intensidade, frequência e polaridade.
Já que definimos razoavelmente a luz, de acordo com a nomenclatura da física, olhemo-la, doravante, a partir do prisma profético e apostólico. Nesse sentido, a luz vai sempre além da luz.

A luz no Antigo Testamento

Nos prolegômenos teológicos, aprendi que a Bíblia, conquanto não seja um livro científico, não contradiz a verdadeira ciência. Até hoje não descobri a mínima contradição entre a Palavra de Deus e os fatos comprovadamente científicos. Quanto à teoria da evolução, levemos em conta que este palavrório todo jamais saiu do campo das hipóteses desprezíveis.
Sem mais tardança, entremos a examinar a visão hebraica da luz. No terceiro versículo de Gênesis, lemos: “Disse Deus: Haja luz; e houve luz” (Gn 1.3). Logo após o aparecimento da luz, a que convencionamos chamar de cósmica, manifesta-se o Criador acerca de sua obra: “E viu Deus que a luz era boa; e fez separação entre a luz e as trevas.” (Gn 1.4).
A luz já existia, mas ainda não tinha nome. Como alcunhá-la no início da criação? Mas Deus, que jamais teve dificuldades para encontrar palavras, vocábulos e termos, apresentou uma nomenclatura que, embora diversa nas línguas humanas, jamais deixou de ser eufônica e poética em todos os idiomas. Narra o autor sagrado o ornato da linguística divina: “Chamou Deus à luz Dia e às trevas, Noite. Houve tarde e manhã, o primeiro dia” (Gn 1.5).
Recorramos ao léxico hebraico, para uma definição mais precisa do vocábulo “luz” no idioma do Antigo Testamento. A palavra 'owr, na língua hebraica, traduzida em nossas bíblias como luz, traz uma gama considerável de significados: luz do dia, luz sideral, aurora, brilho, resplendor. A luz era empregada também como sinônimo de instrução, de prosperidade e da própria verdade. Por essa razão, Jeová era visto, pelos santos profetas, como a Luz de Israel.
Na devoção dos salmos, o rosto de Jeová é descrito como a luz imprescindível; sem ela, a vida é impossível. Num momento de perplexidade, roga Davi ao Senhor: “Há muitos que dizem: Quem nos dará a conhecer o bem? SENHOR, levanta sobre nós a luz do teu rosto” (Sl 4.6, ARA). Por isso, o sumo sacerdote despedia a congregação de Israel com uma bênção que, entre as menções às bondades divinas, havia uma referência à luz do rosto de Jeová: “O SENHOR te abençoe e te guarde; o SENHOR faça resplandecer o rosto sobre ti e tenha misericórdia de ti; o SENHOR sobre ti levante o rosto e te dê a paz” (Nm 6.24-26, ARA).
Nas palavras dessa belíssima liturgia, o rosto de Jeová é descrito como o Sol em sua máxima resplandecência; uma luz além da luz. E, rebrilhando dessa forma sobre o peregrino, reunia este força e graça para superar o insuperável. Sem o rosto divino a resplender em nossa alma, jazemos em trevas. Mas, raiando em nosso coração, as mesmas trevas fazem-se luz.
A luz de Jeová é necessária ao indivíduo; às nações, insubstituível. Por esse motivo, o salmista, considerando a experiência de Israel, louva ao Senhor: “Bem-aventurado o povo que conhece os vivas de júbilo, que anda, ó SENHOR, na luz da tua presença” (Sl 89.15, ARA).
 Se os israelitas tinham como luz a Jeová, não deveriam retê-la; era a sua obrigação profética e sacerdotal apregoar a Palavra de Deus a todos os gentios; missão primordial. No espírito desse reclamo, Isaías exorta, falando pelo Senhor, o remanescente fiel: “Eu, o SENHOR, te chamei em justiça, tomar-te-ei pela mão, e te guardarei, e te farei mediador da aliança com o povo e luz para os gentios” (Is 42.6, ARA).
Nessa profecia, há uma dupla referência. No plano inicial, a palavra é dirigida a Israel. Já no seguinte, a profecia refere-se ao messiado de Jesus Cristo, que haveria de nascer 700 anos depois. Luz por luz, o Filho de Deus levantar-se-ia para iluminar os filhos de Abraão e os descendentes de Noé, que se haviam espalhados a partir da torre de Babel. O Evangelho de Cristo, qual benfazejo sol, espargiria sua luz, indistintamente, sobre as famílias semitas, jafetitas e camitas.

A luz em o Novo Testamento

No primeiro capítulo do Evangelho de João, somos agraciados com um gênesis admiravelmente interpretado à luz de Jesus Cristo. Já em suas palavras iniciais, é-nos facultado ver, ali, em plena criação e junto ao Criador, o Verbo a criar os Céus, a Terra, o reino vegetal, o império animal e, primordialmente, o ser humano. Sem o Filho, nada do que existe, existiria. Ele é ação executiva do Pai.
No gênesis joanino, encontramos a luz já no quarto versículo: “A vida estava nele e a vida era a luz dos homens” (Jo 1.4, ARA). Na frase seguinte, o Evangelista descreve o ministério da luz: “A luz resplandece nas trevas, e as trevas não prevaleceram contra ela” (Jo 1.5, ARA). Nesse princípio, a luz não precisa de ajuda para separar-se das trevas. Vencendo penumbras e escuridões, ela resplandece em trevas espirituais, morais, emocionais e éticas. Até mesmo nas trevas teológicas, resplandece ela; nada a pode conter; irresistível.
Agora, numa pausa linguística, examinemos a palavra “luz”, de acordo com o idioma que serviu de plataforma ao Novo Testamento.
Segundo a mitologia grega, a luz origina-se de Phosphorus, uma divindade menor responsável pela claridade do Cosmos. Filho de Eos, a deusa da aurora, o Phosphorusera reverenciado como a Estrela da Alva. Desse substantivo, originou-se o vocábulophos, traduzido em português como “luz”.
Despido já das roupagens mitológicas, o termo phos seria largamente usado pelos autores do Novo Testamento. Encontramo-lo nos evangelhos, nas epístolas e na revelação final. Examinemos, com mais atenção, essa palavra tão significativa e tão bela. Além de sua primitiva significação, ela é usada para representar a claridade de um candeeiro, o clarão de uma tocha, o brilho de uma estrela e o resplendor do Sol.
Metaforicamente, representa Deus, a verdade, o conhecimento, a pureza e a razão. Todavia, a maior imagem que a luz pode evocar é a do Filho de Deus que, na rude cruz, deu-se em resgate por nossas almas. Ele é a luz profetizada por Isaías, que começaria a alumiar o mundo a partir da Galileia dos gentios:
Mas para a terra que estava aflita não continuará a obscuridade. Deus, nos primeiros tempos, tornou desprezível a terra de Zebulom e a terra de Naftali; mas, nos últimos, tornará glorioso o caminho do mar, além do Jordão, Galileia dos gentios. O povo que andava em trevas viu grande luz, e aos que viviam na região da sombra da morte, resplandeceu-lhes a luz. (Is 9.1,2, ARA)
Com base nessa passagem, já nos é possível definir uma teologia da luz. Em seguida, estudaremos as implicações do candelabro do Tabernáculo Santo na soteriologia do Testamento Novo.      

A teologia da luz

A teologia da luz nada mais é do que a doutrina que ensina ser Deus o pai das luzes; alumiar é a sua função. Ele não se limita a espargir luz sobre as trevas espirituais; deleita-se também em esclarecer as simples e elementares dúvidas intelectuais. Se estamos emocionalmente obscurecidos, aclara-nos Ele os sentimentos; ilumina-nos os recônditos do coração e faz-nos a alma brilhar.
Para simbolizar a luz por excelência — Jesus em Deus —, ordenou Moisés o fabrico da mais bela mobília do Tabernáculo, que, hoje, serve de símbolo ao Estado de Israel. 

ANDRADE, Claudionor de. Adoração, Santidade e Serviço: Os Princípios de Deus para a sua Igreja em Levítico. 1 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2018. 

SUBSÍDIO II

INTRODUÇÃO

O candelabro era o objeto de maior destaque no interior do Tabernáculo, por ser todo de ouro e pela luz que emitia. Se levarmos em conta a sua simbologia, concluiremos que ele representava o testemunho e o serviço do ministério levítico. O seu brilho singular e constante indicava que todas as obrigações sacerdotais e congregacionais estavam sendo rigorosamente cumpridas de acordo com a orientação divina.
A Igreja de Cristo, como a luz do mundo, tem a obrigação de luzir sempre nas trevas. Mas, se ela vier a perder o seu fulgor, que diferença haverá entre nós e o mundo? É chegada a hora, pois, de mantermos nossos candelabros acesos, pois o Cordeiro de Deus anda por entre eles, exigindo, de cada um de nós, perfeito brilho. 
A Menorah é um castiçal de sete braços com cerca de um metro e meio de altura, pesando cerca de quarenta e três quilos. Sua função era iluminar o interior do Tabernáculo e, posteriormente, o Templo em Jerusalém, os quais não possuíam janelas. Ele se localizava no lado sul do Lugar Santo, em frente a Mesa do Pão da Proposição (Êxodo 40:24).
O propósito do Candelabro era produzir luz para os sacerdotes no Lugar Santo. Ao pensarmos nesta fonte de luz divinamente ordenada, vários aspectos da verdade parecem ser apresentados em figura:
A. De imediato o Candelabro nos leva a refletirmos que Cristo é a luz do Seu povo. Nós andávamos em trevas espirituais antes de conhecermos a Cristo (II Coríntios 4:3-4, Efésios 4:18). Seguindo a Cristo como sacerdotes-cristãos, nós temos a luz da vida (João 8:12).
Considere que assim como o Candelabro brilhava por usar o óleo, assim também Cristo significa !o Ungido?.  Nosso Salvador, como o Cristo, foi ungido com o óleo  do Espírito (Hebreus 1:9).  Suas obras e palavras maravilhosas foram feitas no poder do Espírito (Atos 10:38). Cristo Jesus tem a plenitude do Espírito que é simbolizada em Apocalipse 3:1. Os sete ministérios do Espírito em Cristo são explanados em Isaías 11:1-2.
B. O Candelabro de Ouro também nos traz a mente a obra do Espírito Santo no povo de Deus. Ele é o nosso professor (João 16:13) e revela as coisas de Cristo para nós.
O Santo dos Santos era iluminado pelo Shekinah, a luz da glória de Deus. Isto tipificava a presença de Deus no Céu. O Lugar Santo, entretanto, era iluminado pelo Candelabro ou luz da graça. Isto tipificava o ministério do Espírito Santo para os santos do presente mundo. Embora nós não vejamos a glória de Deus com nossos olhos físicos, podemos compreender através do Espírito as verdades espirituais.
Sem o Candelabro ninguém poderia ver a beleza do Lugar Santo. A Mesa do Pão da Proposição, o Altar de Incenso e as lindas cortinas estariam em trevas. O sacerdote não teria luz para realizar o seu serviço. Assim ocorre com o Cristianismo. Até que o Espírito ilumine nossa mente a beleza de Cristo está oculta (II Coríntios 4:6) e fica impossível prestar serviços aceitáveis á Deus. Somente o novo nascimento através do Espírito de Deus é que nos equipa para a visão e serviço do reino de Deus (João 3:3).
Ao ensinarmos que o Candelabro representa tanto a obra de Cristo como a obra do Espírito, não estamos entrando em contradição. Há unidade no trabalho dEles. O Espírito Santo é o Espírito de Cristo, pois Ele foi enviado pelo Salvador e no lugar do Salvador (Gálatas 4:6, João 14:26, João 16:7). Cristo vive em nós pelo poder do Seu Espírito. Ele morreu para nos comprar o dom do Espírito (Atos 2:33).
C. Da mesma forma nós não estamos indo além dos limites Bíblicos quando asseguramos que o Candelabro representa as igrejas de Cristo como carregadoras da luz. De fato nós temos autoridade divina para isto (Apocalipse 1:20). Depois da Sua ressurreição e ascensão o Salvador enviou o Seu Espírito para dar poder a igreja para trabalhar (Atos 1:8). A luz do evangelho brilha enquanto as igrejas de Cristo cumprem a Grande comissão através do Seu poder (Mateus 28:18-20). O povo de Deus é iluminado enquanto as igrejas desempenham seus ministérios de ensinar a Palavra (I Timóteo 3:15, Efésios 4:11-15). A igreja local é a instituição através da qual a verdade de Cristo é preservada e conhecida (I Timóteo 3:15)”. (Extraído de: O Candelabro de Ouro. Disponível:https://www.palavraprudente.com.br/estudos/ron_c/guiaexodo/cap29.html. Acesso em 3 Set, 2018)

I. O CANDELABRO DE OURO
                                
Didaticamente, o Senhor ordenou o fabrico do candelabro, a fim de que os filhos de Israel se conscientizassem de sua missão profética, sacerdotal e real no mundo. Era plano de Deus que, por intermédio dos israelitas, todos os povos viessem a ser abençoados com a vinda do Messias: Jesus Cristo.
1. O fabrico do candelabro. Segundo a determinação divina, os artífices fizeram um candelabro de ouro puro e batido (Êx 25.31). A mobília foi de tal forma trabalhada, que formava uma só peça com o seu pedestal, hastes, cálices, maçanetas e flores. Em seu feitio Bezaleel e Aoliabe precisaram de um talento de ouro, de 35 a 40 quilos aproximadamente (Êx 25.39).
Toda a peça era rigorosamente simétrica e harmônica (Êx 25.31-36). Doutra forma, a sua luz jamais viria a brilhar com a intensidade e a perfeição que Deus requer de cada um de seus filhos (Mt 5.16). 
A menorah dentro do Santo Lugar do tabernáculo era uma obra de beleza extraordinária e consistia em três partes principais: a base, a haste principal e as hastes filiais. Acima da base surgia uma haste vertical e dos dois lados desta haste, saíam três hastes filiais que se encurvam para o lado e acima. Cada uma das seis hastes filiais e a haste central terminavam em um pote feito em forma de uma flor de amêndoa aberta. No mesmo topo as pétalas abertas da flor seguravam uma luminária de óleo. Foram decoradas habilmente a haste central as filiais com aquele mesmo desenho de flor de amêndoa abertos com três em cada haste e quatro na haste central. A decoração era tão primorosa e detalhada, que Deus ordenou que somente artesãos altamente qualificados e ungidos pelo Espírito Santo poderiam fazer isto.” (Extraído de: https://www.universidadedabiblia.com.br/os-sete-candelabros-de-ouro-menorah/. Acesso em: 3 Set, 2018)
Um fato interessante é que todas as hastes deveriam iluminar em direção ao centro (verso 37), e não em todas as direções como é comum a candelabros. Dessa forma, as hastes da Menorá brilhariam como se fossem uma grande e única chama, realçando a haste central: “todos juntos como se fossem um”. Este fato isolado nos mostra que a Menorá jamais foi criada por Deus para ser um simples objeto de iluminação. Ela é muito mais do que isso. Ela representa um objeto criado pelo próprio Deus com um mistério contido em sua forma e arquitetura, que nos ensina sobre o grande plano do Eterno para o homem!” (Extraído de: A Menorah. Disponível em: http://ensinandodesiao.org.br/artigos-e-estudos/a-menorah/. Acesso em: 3 Set, 2018)

2. A luz do candelabro. O azeite para as lâmpadas foi trazido, voluntária e generosamente, pela congregação de Israel (Êx 25.6). Tendo em vista o significado do candelabro para o culto sagrado, o azeite teria de ser puro e batido; o moído era de qualidade inferior. Sem essas qualidades, o Tabernáculo do Senhor ficaria na penumbra ou até mesmo em trevas. Que simbologia extraímos daqui? Jesus requer de cada um de nós uma luz de comprovada excelência (Mt 6.23). Nós somos a luz do mundo. 
A iluminação para a qual essa peça foi designada era possível através do azeite puro de oliveira (Ex 27.20, 21). O óleo ou azeite puro de oliveira, batido, muitas vezes representa o Espírito Santo. Neste caso do candelabro, ele tem sete lâmpadas com esse azeite puro de oliveira, batido. Parece que é simbolizada a obra do Espírito Santo na vida de Cristo, Nosso ministrante diante de Deus no céu. Sete lâmpadas para serem postas em ordem, de manhã e à tarde, perante o Senhor, manifestam a perfeita e inteira presença do Espírito Santo em Cristo. Sabemos que o Espírito Santo foi dado a Cristo sem medida, ou seja, sem limitação (Jo 3.34) como pode ser notado que as Escrituras não dão uma medida para estas lâmpadas. A profecia de Isaías diz que o Rebento do tronco de Jessé brotará e repousará sobre ele o Espírito do Senhor e assim lista sete características deste Espírito (Is 11.1,2). O Apóstolo João, em Apocalipse refere a Cristo tendo junto dEle os sete espíritos que estão diante do Seu trono (Ap 1.4). Não deve ser dúvida nenhuma que a obra de Cristo foi com o poder e presença do Espírito Santo. Foi tanto assim de ser uma blasfêmia contra o Espírito Santo qualquer ilusão que a obra de Cristo fosse por um outro espírito a não ser do Espírito Santo de Deus (Lc 12.10). Podemos aprender também pelo fato da iluminação do candelabro ser pelo Espírito Santo que a vida vitoriosa do cristão nesta peregrinação é pelo poder do Espírito Santo. O Selo do cristão é o Espírito Santo ensinando assim que temos a marca em nós, que somos propriedade genuína e segura de Deus (Ef 1.13,14). Isso nos conforta. O Espírito Santo é o penhor nosso também ensinando nessa maneira que as promessas de um futuro glorioso com Cristo no céu são seguras. Isso nos anima. O Espírito Santo é o poder da Palavra na nossa salvação (Rm 1.16; II Ts 2.13,14). O Espírito Santo é o poder da nossa luta nas batalhas que temos aqui na terra (Ef 6.12,13; I Jo 4.4; 5.4; I Pe 4.14). Como a iluminação no Lugar Santo era constante (Ex 27.21) pelo candelabro, nosso brilhar constante na terra é pelo Espírito Santo nos conformando à imagem de Cristo (II Co 3.18). Ele capacita-nos a fazer as nossas obediências diante dos homens para a glória do Pai (Mt 5.14-16). Enquanto Cristo estava no mundo Ele era a Luz do mundo (Jo 8.12; 9.5), mas agora, sendo que Ele está no ‘Lugar Santo’ ministrando em nosso benefício (intercedendo para sempre, Rm 8.34; Hb 7.25), nós somos a luz do mundo. Essa responsabilidade é atingida somente pela obra do Espírito Santo em nós. Portanto esteja cheio do Espírito Santo, ou seja, mortifica-se à carne e procura que Ele controla toda parte da sua vida (Ef 5.18)”. (Extraído de: O Candelabro no Lugar Santo. Disponível em: https://www.palavraprudente.com.br/estudos/calvin_d/tabernaculo/cap19.html. Acesso em: 3 Set, 2018)
Pelo que podemos inferir, ainda, do texto de Apocalipse 1.12-20, o verdadeiro significado da Menorá e suas sete hastes: A Igreja (Hb 12.23)! A igreja representada na Menorá deve, então, resplandecer a Luz da Palavra de Deus, testemunhando ao mundo os Seus caminhos: “Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder a cidade edificada sobre um monte; nem se acende uma candeia para colocá-la debaixo do alqueire, mas no velador, e alumia a todos os que se encontram na casa. Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus.” (Mt 5:14-16).

3. O seu lugar no tabernáculo. Para quem entrava no lugar santo, o candelabro de ouro ficava no lado esquerdo, ou na parte sul do Tabernáculo (Êx 26.35). Nessa posição, o candelabro, plenamente aceso, proporcionava uma visão única e emblemática da glória de Deus. Se por um lado, lembrava o próprio Cristo, por outro, fazia uma clara referência à Jerusalém Celeste (Ap 1.12,13; 21.18,21). Mas para que este brilho perdurasse, era imperioso que Arão e seus filhos cuidassem diariamente do candelabro (Êx 30.7,8). À luz do dia, limpavam-no, provendo-o de azeite. E, quando a noite chegava, ele já estava pronto a reluzir novamente. Assim devemos nós agir em relação ao mundo. Só viremos a reluzir se nos dermos à leitura da Bíblia Sagrada, à oração e ao jejum. 
O candelabro se encontra no Lugar Santo e é o objeto principal neste lugar. Somente o sacerdote e a sua família santificada podem entrar no Lugar Santo. Homem algum entrará na presença de Deus sem Cristo. Sem Cristo é só trevas. O Lugar Santo é o lugar de comunhão com Deus. É claro que isso representa a verdade que somente os salvos em Cristo tem: a comunhão verdadeira com Deus (I Jo 1.5-7). O pão da proposição nutre essa comunhão. O altar de incenso representa a manutenção dessa comunhão e o candelabro representa o poder nesta comunhão. Não entrava no Lugar Santo nenhuma luz natural. O candelabro era a única fonte de iluminação. Se o Lugar Santo representa a nossa comunhão e ministério com Deus então a falta de luz natural aponta à verdade que a nossa comunhão com Deus não necessita nenhuma “luz natural”, ou fruto do raciocínio humano. Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece e Ele é a luz da minha comunhão com Deus. A falta de “luz natural” no Lugar Santo nos ensina que a mortificação da carne é necessária para a salvação (At 17.30; I Jo 1.7-9) e posteriormente para comunhão (Gl 2.20; 5.17-24)” (Extraído de: O Candelabro no Lugar Santo. Disponível em: https://www.palavraprudente.com.br/estudos/calvin_d/tabernaculo/cap19.html. Acesso em: 3 Set, 2018)
Note que as lâmpadas deveriam estar acesas continuamente (V.2), não havia interrupção para limpeza e reabastecimento.

SUBSÍDIO BÍBLICO-DIDÁTICO
                               
Leis a respeito das lâmpadas
O povo devia fornecer o azeite (v. 2), e ele, como todas as outras coisas seriam usadas a serviço de Deus, devia ser o melhor — puro azeite de oliva, batido, provavelmente seria duplamente filtrado — para acender as lâmpadas continuamente. Todas as nossas cópias em inglês apresentam a leitura ‘lâmpadas’, no plural. Porém, no texto original, o termo está no singular no versículo 2 — para acender a lâmpada continuamente; mas no plural no versículo 4 — porá em ordem as lâmpadas. As sete lâmpadas formavam uma única lâmpada, e em alusão a isto o bendito Espírito da graça é representado por sete lâmpadas de fogo diante do trono (Ap 4.5), pois há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo, 1 Coríntios 12.4. Os sacerdotes deviam administrar as lâmpadas. Eles deviam cortar os pavios queimados, limpar os castiçais e colocar neles o azeite, desde a tarde até a manhã, vv. 3,4. Tal é o trabalho dos ministros do Evangelho — eles devem apresentar esta palavra de vida, não ascender novas lâmpadas, mas, expor e pregar a palavra, tornando a sua luz mais clara e abrangente. Esta era a maneira usual de manter as lâmpadas acessas” (HENRY, Matthew. Comentário Bíblico Antigo Testamento. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p. 427).

II. JESUS, A LUZ ETERNA E PERFEITA

O candelabro simbolizava Jesus Cristo, a sua Igreja e cada um de nós.
1. Jesus, a luz do mundo. No Apocalipse, o Senhor Jesus anda livremente entre os candelabros (Ap 1.12,13). Na descrição do Evangelista, observamos que somente a luz do Cordeiro é capaz de levar os castiçais a refulgirem. Ele é a luz do mundo (Jo 8.12). Portanto, só podemos brilhar se estivermos em perfeita comunhão com o Filho de Deus. Ele veio a este mundo exatamente para iluminar as regiões da sombra e morte (Is 9.2). 
Jesus é a luz verdadeira (Jo 1.9). Ele remove as trevas e o engano, iluminando o caminho certo para Deus e a salvação.
(1) Todos que seguem a Jesus são libertos das trevas do pecado, do mundo e de Satanás. Os que ainda andam nas trevas não o seguem (cf. 1 Jo 1.6,7).
(2) "Quem me segue" é um gerúndio contendo a idéia de seguir continuamente.
Jesus, na realidade, disse "seguir-me continuamente". Ele reconhecia somente o discipulado perseverante (Jo 8.31). João relata que quando recebeu a revelação descrita no Apocalipse, antes de enxergar a pessoa que falava com ele, enxergou sete candeeiros de ouro. Na visão de Zacarias 4, encontramos um candelabro de sete lâmpadas; o texto mostra que o poder vem do Espírito de Deus por meio dos servos ungidos (Zc 4.6,14), e que os olhos de Deus percorrem a terra (Zc 4.10). Na visão de João, Jesus identifica os sete candeeiros, no versículo 20, como as sete igrejas. Note que a posição de Jesus no meio dos candeeiros sugere a sua comunhão íntima com o seu povo.
Quando Jesus, a luz do mundo, o Verbo (a Palavra) de Deus, fez-se carne e habitou entre nós, Ele ofereceu a luz a todos, dizendo: “Eu sou a luz do mundo” (Jo 8.12). João, porém, declarou: “E a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam” (Jo 1.5, Ed. Revista e Corrigida). Por que as trevas não a compreendem? Encontramos a resposta para essa importante questão em João 3.19-20: “O julgamento é este: que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz; porque as suas obras eram más. Pois todo aquele que pratica o mal aborrece a luz e não se chega para a luz, a fim de não serem arguidas as suas obras”” (Extraído de: Arno Froese, Jesus, a Luz do Mundo. Disponível em: https://www.chamada.com.br/mensagens/luz_do_mundo.html. Acesso em: 3 Set, 2018).

2. A Igreja é a luz do mundo. Aos seus discípulos, o Senhor Jesus foi claro e decisivo: “Vós sois a luz do mundo” (Mt 5.14). Enquanto Ele estava no mundo, Ele era de fato a luz do mundo (Jo 9.5). Mas após a sua ascensão ao Céu, a missão de iluminar este século passou a ser nossa. E, agora, somos exortados a brilhar não somente como um candelabro, mas como verdadeiros astros (Fp 2.15). Portanto, quanto mais anunciarmos o Evangelho e ensinarmos a justiça divina, mais glorificaremos a Deus com a luz de nosso testemunho e confissão (Dn 12.3). 
Em Mateus 5, depois de ensinar sobre o sal, Jesus disse: “Vós sois a luz do mundo” (Mt 5.14). Esta passagem nos ensina algo muito interessante: se somos salvos, não tem como não refletir a luz de Cristo, seria tão ridículo tentar esconder essa luz como tentar esconder uma cidade em cima de um monte!.Nossa vida deve iluminar todos à nossa volta. Não podemos esconder o amor de Jesus. Não devemos apagar o Espírito (1Ts 5.19). Precisamos deixar que ela brilhe em tudo que fazemos. A luz de Jesus em nossas vidas redunda em máxima glória ao Senhor. Para tanto, nosso testemunho tem de ser mais eloquente do que nossas palavras; somente assim agradará a Deus.

OS EFEITOS RELEVANTES DA LUZ
1. A luminosidade da luz. Outro símbolo de forte impacto empregado por JESUS foi a luz. Eis algumas lições que podem ser extraídas:
a) a escuridão não consegue jamais prevalecer ante a luz. Quando esta chega, as trevas desaparecem;
b) por outro lado, a ausência absoluta de luz permite que a escuridão prevaleça em termos absolutos de modo que nada fica visível aos olhos humanos. Por isso, a afirmação peremptória do Mestre: “Vós sois a luz do mundo” (v.14). Ou seja, o meio de os homens conhecerem na prática a verdade divina é através do testemunho de cada crente.
2. A visibilidade da luz. Pela sua própria natureza a luz tem, ainda, visibilidade. Haja vista os faróis marítimos construídos junto à costa para orientar os navios. Estes, ao contemplá-los, são capazes, mesmo à distância, de ajustar o seu posicionamento na região costeira. Ora, JESUS afirmou que não se põe a candeia debaixo do alqueire (v.15). Visibilidade é a conotação desta assertiva. Isto posto, onde o crente estiver a visibilidade positiva de sua fé tem o efeito de atrair outros a CRISTO.
3. A necessidade da luz. O fato de estarmos acostumados à luz, por outro lado, leva-nos muitas vezes a não compreendê-la como algo essencial à vida. Só quando desaparece damos conta da sua real importância. As plantas, por exemplo, sobrevivem porque metabolizam substâncias orgânicas através da energia oriunda da luz do sol. Na verdade, a Terra depende da energia solar para a sua sobrevivência. Isto significa que só a presença de CRISTO - o sol da justiça - é capaz de pôr ordem no mundo e permitir que os crentes reflitam o brilho dessa luz para trazer vida aos que os cercam (cf. Jo 8.12).” (Extraído de: http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/licao6-mii-3tr11-aeficaciadotestemunhocristao.htm. Acesso em: 3 Set, 2018)

3. O crente como luz do mundo. Individualmente, o Senhor Jesus exorta cada crente a agir como luz do mundo (Lc 11.35). A luz da confissão de Estêvão brilhou de tal forma, que os seus algozes viram-lhe o rosto como se fosse a face de um anjo (At 6.15). Apesar de apedrejado, o seu testemunho ainda hoje reluz, legando-nos um exemplo de pureza, fé e coragem. Ele foi de fato, em todas as coisas, como um candelabro reluzente e glorioso nas mãos do Senhor. 
Fazendo uso de metáforas, Jesus afirmou que os seus discípulos são “a luz do mundo”. Figura extraordinária essa! Diferentemente do sal, que não é visto em ação, a luz só tem valor quando é percebida, quando aparece.
1. O testemunho elevado. Comparando seus seguidores como luz do mundo, Jesus disse que “não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte”. De fato, as cidades sobre os montes, quando chega a noite, refletem as luzes de suas casas e ruas. Como luz, o crente está edificado sobre Cristo, em posição muito elevada. Ele “nos ressuscitou juntamente com ele, e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus” (Ef 2.6). O salmista reconhecia essa posição elevada, quando disse: “Leva-me para a rocha que é mais alta do que eu” (Sl 61.2).
2. Crentes no velador. Jesus disse que não se “acende uma candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas no velador, e dá luz a todos os que estão na casa” (v.15). Velador é um suporte de madeira, sobre o qual se coloca um candeeiro ou uma vela, em lugar elevado, na casa, de forma que a luz que ali estiver, ilumine a todos que estiverem a seu redor. “Mas quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que as suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus” (Jo 3.21). Infelizmente, há pessoas nas igrejas, que se colocam debaixo do alqueire do comodismo, da indiferença, da falta de fé e de ação, e apagam-se, por lhes faltar o oxigênio da presença de Deus.
3. O testemunho que resplandece (v.16). “Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens…”. O crente em Jesus não tem luz própria. Ele não é estrela, com luz própria. Ele pode ser comparado a um planeta, que é um astro iluminado por uma estrela, em torno do qual ele gravita. Na verdade, nós somos iluminados por Jesus. Ele, sim, é a “estrela da alva” (2 Pe 1.19), a “resplandecente Estrela da manhã” (Ap 22.16). NEle, e em torno dEle, nós vivemos, e recebemos a sua luz. Com nosso testemunho, precisamos esparzir a “luz do evangelho da glória de Cristo” (2 Co 4.4).
4. “Para que vejam as vossas boas obras”. O crente, como luz, dá seu testemunho, através das boas obras de salvo, “Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas” (Ef 2.10). Muitos têm ganho almas para Jesus, na evangelização, parque praticam um testemunho eloquente, em todos os lugares. Sabemos de servos e servas de Deus, que, no seu lar, ganharam toda a família, por causa de suas atitudes cristãs; outros, que no trabalho, ganharam seus colegas, por causa do comportamento cristão. Com isso, eles glorificam a Deus, que está nos céus. Paulo, exortando os crentes acerca do testemunho, disse que fizessem tudo “para que sejais irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio duma geração corrompida e perversa, entre a qual resplandeceis como astros no mundo” (Fp 2.15). Em Provérbios, lemos: “Mas a vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito” (Pv 4.18).” (Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos. Lição 8: Jesus e o testemunho cristão - 2º Trimestre de 2000. Data: 21 de Maio de 2000)

SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO

O crente como o sal da terra e a luz (Mt 5.13-16)
“O ‘sal’ é valorizado por dois atributos principais: gosto e conservação. Não perde sua salinidade se é cloreto de sódio puro. Isto nos leva à sugestão do que Jesus quis dizer quando disse [que] os discípulos deixariam de ser discípulos se eles perdessem o caráter de sal. O sal não refinado extraído do mar Morto continha mistura de outros minerais. Deste sal em estado natural o cloreto de sódio poderia sofrer livixiação em consequência da umidade, tornando-o imprestável (Jeremias, 1972, p.169). O ensino rabínico associava a metáfora do sal com sabedoria. Esta era a intenção de Jesus, visto que a palavra grega traduzida por ‘nada mais presta’ tem ‘tolo’ ou ‘louco’ como seu significado radicular. É tolice ou loucura os discípulos perderem o caráter, já que assim eles são imprestáveis para o Reino e a Igreja, e colhem o desprezo de ambos. No Antigo Testamento ‘luz’ está associada com Deus (Sl 18.28; 27.1), e o Servo do Senhor e Jerusalém estão revestidos com a luz de Deus. O Servo será luz para os gentios, e todas as nações virão à luz de Jerusalém (Is 42.6; 49.6; 60.1-3). É neste sentido de ser luz para as nações que Jesus identifica os discípulos como luz. Esta ideia antecipa a conclusão do Evangelho de Mateus: ‘Portanto, ide, ensinai todas as nações [ou fazei discípulos]’ (Mt 28.19). No capítulo anterior, Mateus identificou Jesus como a ‘grande luz’ de Isaías na Galileia gentia (Mt 4.15,16). Agora os discípulos são chamados para serem portadores da luz” (Comentário Bíblico Pentecostal: Novo Testamento. 2.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, pp.43,44).

III. MANTENDO A LUZ BRILHANDO CONTINUAMENTE

A fim de que a nossa luz brilhe continuamente, mantenhamos estas três coisas básicas: nossa união com Cristo, nossa comunhão fraternal e nosso testemunho diário.
1. Nossa união com Cristo. Para reluzirmos como luz do mundo, nossa união com Cristo é imprescindível. O candelabro visto por Zacarias ardia de forma ininterrupta, pois estava ligado a um vaso de azeite, e este, por sua vez, achava-se conectado a duas oliveiras (Zc 4.1-3). Dessa forma, havia um fluxo contínuo de azeite àquele candelabro, que, naquela hora tão difícil para o povo de Deus, brilhava para sempre. Jesus é a “oliveira”, na qual fomos enxertados (Rm 11.17-24). Unidos a Ele, jamais nos faltará o precioso azeite, para vivermos uma vida plena e vitoriosa (1 Jo 2.20). 
Em Zacarias 4, a visão do candelabro abastecido sem o auxílio humano serviu para garantir a Zorobabel que o trabalho de reconstrução do Templo não dependia da “força” e do “poder” humano; o provedor e protetor do povo seria o próprio Senhor, designado aqui como “meu Espírito”. Era o próprio Deus quem abasteceria seu povo com a força de que precisavam, com os recursos materiais para a reconstrução e com a segurança diante dos adversários mais poderosos que eles. Deus quem está no controle da vida de Seus filhos. Ele chama-os a obedecer, e, em seguida, através de seu poder soberano, lhes faculta a sua obediência. Ele os chama a Seu serviço, e depois habilita-os ao seu serviço. Ele os chama à santidade, e, em seguida, os habilita a buscar a santidade. Os crentes não podem fazer nada santo ou justo pelo seu próprio poder ou recursos. Assim como ninguém pode ser justificado pela obra da carne (Rm 3.20), de modo que ninguém pode ser "aperfeiçoado [santificado] pela carne" (Gl 3.3).
Aquele que está enxertado em Cristo vive uma vida baseada na dependência de Deus.A raiz de uma oliveira pode chegar a 6 metros de profundidade,isso se dá ao fato dela mesmo crescer em busca de água. O segredo para avançarmos a cada dia na nossa caminhada está na dependência de Deus. Podemos notar que Jesus sempre citava o fato de que tudo o que Ele dizia não vinha d’Ele, mas Ele ouvia do Pai. Pessoas que são dependentes de Deus não dependem das experiências dos outros e nem de momentos para se fortalecer ou se alegrar, mas elas vivem em função da sua busca diária.

2. Nossa comunhão fraternal. O candelabro, embora se destacasse por seus ricos e variados detalhes, formava uma única peça (Êx 25.31). O mesmo podemos dizer da Igreja de Cristo. Embora formada por membros de várias procedências e origens, constitui um único corpo (1 Co 12.13). Agora, todos somos um em Cristo (Rm 12.5). E, por esse motivo, temos de preservar o vínculo do amor fraternal (Ef 4.3; Cl 3.14). Se nos amarmos como Cristo nos recomenda, seremos conhecidos como seus discípulos (Jo 13.34). A Igreja, como o candelabro de Cristo, deve ser reconhecida por sua unidade, por seu amor e por sua comunhão no Espírito Santo (2 Co 13.13). Não há luz tão intensa como a comunhão cristã. 
Koinonia é uma palavra de origem grega e significa “comunhão”. Este termo se tornou muito comum entre os cristãos, sendo utilizado no sentido de companheirismo, participação, compartilhamento e contribuição com o próximo e com Deus” (SIGNIFICADOS).  “No Novo Testamento, a palavra grega para comunidade é koinonia, uma comunidade de homens e mulheres que crêem em Jesus Cristo como Salvador e Senhor de suas vidas. Esta comunidade cristã é a nova humanidade. Em união com o Cristo ressurreto, ela compartilha de Sua vida e sua energia interior flui para dentro dela. Na união com Ele, concretizada pelo arrependimento e fé, os pecadores salvos pela graça de Deus são indissoluvelmente incorporados nesta comunidade, unidos ao corpo de Cristo” (BEREIANOS). “Jesus cristo orou ao Pai pedindo unidade para todos os cristãos de todas as épocas. Isso é mais do que suficiente para entendermos que unidade é algo da vontade de Deus. E algo que está em destaque nessa vontade. Deus Pai escolheu pessoas e enviou o filho para criar essa unidade. o Filho morreu e ressuscitou por essa unidade. E o Espírito foi enviado por manter essa unidade. Esse é o desejo de Deus. Ele chamou e redimiu um povo para ser um povo unido. Estar em divisão é estar fora da vontade de Deus.” (DOIS DEDOS DE TEOLOGIA).

3. Nosso testemunho diário. Nosso testemunho cotidiano não deixa de ser uma expressão profética, pois, de forma veemente, protesta contra o pecado. Lembremo-nos de que o candelabro era adornado por figuras de amendoeiras, nas quais brotavam a luz gloriosa (Êx 25.33). Esta foi a árvore que marcou o chamamento do profeta Jeremias (Jr 1.11,12). Na tipologia profética, ela é árvore despertador, por ser a primeira a florescer na primavera. Quando o mundo vê o bom testemunho de um cristão, o nome do Pai Celeste é glorificado (Mt 5.16). Nosso testemunho diário está intimamente relacionado à luz. Se for realmente bom, nosso candelabro cumpre fielmente a sua missão. Eis por que cada um de nós deve ser um padrão de boas obras (Tt 2.7). 
Amendoeira é uma palavra hebraica, "shoked", e significa "vigilante". Esta árvore é da família das rosáceas, de semente oleaginosa, e é a primeira planta a florescer na primavera. É como se ela ficasse vigiando o fim do inverno e o início da primavera, e quando ocorre o equinócio da primavera, a amendoeira é a primeira a brotar! Daí seu nome de vigilante. A raiz da palavra hebraica traduzida por amêndoa significa ‘apressar-se’.
O cristão deve ser vigilante, não somente porque "Jesus vai voltar" mas também em anunciar as Boas Novas do Reino, pois sabemos que a Palavra de Deus irá se cumprir, quer o mundo queira ou não. E já tem se cumprido! Não podemos nos intimidar diante de pessoas da alta sociedade, ou de pessoas que tem "pensamento positivo" sobre o mundo e a vida, mas anunciar que Jesus está voltando, e que este mundo (kosmos=sistema de coisas) tem um prazo estabelecido por Deus.
"Prega a palavra". Esta foi a ordem dada a Timóteo. "...instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes..." (2 Timóteo 4:2) Esta Palavra não nos ensina a sermos inconvenientes, em que em qualquer lugar devamos ficar 24 horas pregando sem parar, se tornando um crente chato. Mas de ter o compromisso de dever anunciar nas horas certas, que é chegado o Reino dos Céus. Que o Senhor Jesus derramou na cruz do calvário sangue puro para nos salvar. Nunca deixar de falar!” (Denis de Oliveira. Jeremias e a Vara de Amendoeira. Disponível em: http://www.estudosgospel.com.br/artigo-evangelico-reflexao-poesia-gospel-herois-da-fe/jeremias-e-a-vara-de-amendoeira.html. Acesso em: 3 Set, 2018))
Testemunho significa uma declaração fundamentada, comprovada, testada, confirmada ou declarada ter visto, ouvido ou conhecido.
Uma das coisas mais importantes na vida de um seguidor de JESUS, que é também chamado de cristão, é o seu testemunho, ou seja, é a vivencia, na prática, daquilo que ele fala ou diz que é.
Não devemos apenas darmos testemunho, mas também sermos testemunhas, foi o que JESUS encomendou aos seus discípulos quando partiu, logo antes do pentecostes:
At 1.8 Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o ESPÍRITO SANTO, e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra.
Implica em testemunhar de CRISTO, não apenas sendo parecido com ELE em seu caráter, mas também em sua fé e poder ao pregar o evangelho. Todos os crentes devem ter um alto padrão ético, mas também todos devem ter os sinais poderosos de DEUS os acompanhando em seu testemunho cristão, revelando ao mundo que JESUS está vivo e quer a glorificação e exaltação do Pai através de nós.
Mc 16.17 E estes sinais acompanharão aos que crerem: em meu nome expulsarão demônios; falarão novas línguas; pegarão em serpentes; e se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e porão as mãos sobre os enfermos, e estes serão curados” (A PAZ DO SENHOR)


SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO

“Por que a igreja deve se caracterizar pelos pontos distintivos de santidade, de união e de amor?
Para explicar de forma simples, o caráter da igreja deve refletir o caráter de Deus. Devemos ser santos, unidos e amorosos, porque Deus é Santo, é um e é Amoroso. Paulo diz aos coríntios: ‘Sede meus imitadores, como também eu, de Cristo’ (1 Co 11.1). Deus pretende expor seu próprio reflexo na igreja. Em geral, observamos isso no capítulo 1 e 2. O evangelho da igreja é a sabedoria de Deus, não a sabedoria do mundo (1 Co 1.17—2.16). Paulo escreve: ‘Mas nós não recebemos o espírito do mundo, mas o Espírito que provém de Deus, para que pudéssemos conhecer o que nos é dado gratuitamente por Deus’ (2.12). E escreve alguns versículos adiante: ‘Nós temos a mente de Cristo’ (2.16b). Em suma, a obra transformadora do evangelho na vida da Igreja concede-lhe a mente de Cristo e a torna mais semelhante a Deus que ao mundo. E o reflexo dEle na Igreja — por meio da proclamação e da vida santa, unida e amorosa — é a exata matéria do testemunho da Igreja. Conforme examinamos cada uma dessas características, observamos que seu fim último não é melhorar a saúde moral da sociedade, embora isso possa ser um subproduto, mas refletir a Deus” (DEVER, Mark. A Mensagem do Novo Testamento. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, p. 187).

CONCLUSÃO

Jesus anda por entre os castiçais. Ele vê nossas obras, sonda nossas intenções e mede a intensidade de nossa luz. Supervisionando-nos, o Senhor remove e tira castiçais (Ap 2.5). Como está a nossa lâmpada? Ela tem de estar rigorosamente limpa, a fim de brilhar intensamente neste mundo tenebroso. Que Deus nos ajude. 
Aquele que afirma ser cristão deve andar como Cristo andou, ou viver como Ele viveu (Jo 1.26). A palavra de Deus nos diz que sem a presença de Deus no coração, somos lançados no escuro. Tornamo-nos insensatos; ficamos incapazes de amar (a Deus e ao próximo). O homem natural nem se dá conta de seu real problema! – (Pv 4.19). O caminho dos ímpios é como a escuridão; tropeçam sem saber onde. Os olhos do sábio o dirigem, mas o tolo anda na escuridão (Ec 2.14). O homem perverte todos os padrões de verdade e moralidade (Is 5.20): (…) Ao mal chamam bem, e ao bem, mal; (…) transformam trevas em luz, e luz em trevas, e o amargo em doce, e o doce em amargo! A luz requer um órgão adaptado para sua percepção: 'A candeia do corpo são os olhos; de sorte que, se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo terá luz' (Mt 6.22). Quando não há a participação dos olhos, ou quando estes, por algum motivo, estão debilitados, a luz é inútil. O homem, naturalmente, é incapaz de perceber a luz espiritual, já que lhe falta a capacidade pelas coisas espirituais (1 Co 2.14). Por conseguinte, os crentes são chamados 'os filhos da luz' (Lc 16.8), não meramente porque receberam uma revelação de Deus, mas porque no novo nascimento eles receberam a capacidade espiritual para isso.

“Achando-se as tuas palavras, logo as comi, e a tua palavra foi para mim o gozo e alegria do meu coração; porque pelo teu nome sou chamado, ó Senhor Deus dos Exércitos”. (Jeremias 15.16).


Francisco Barbosa
Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br

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