SUBSÍDIO I
A LUZ DIVINA, ÚNICA E
IMPRESCINDÍVEL
Antes de conceituarmos a luz
divina, buscaremos definir a luz em si mesma. Não será uma tarefa fácil. Apesar
de a vermos do primeiro ao último arrebol, ainda não sabemos como defini-la
adequadamente. Se o conceito é difícil, como será possível a descrição? Os
físicos mais abalizados veem-se ainda perplexos ante as maravilhas de um
fenômeno que, embora comum, ainda se revela incomum nos tratados e compêndios.
A definição da luz
Se formos a um dicionário da
língua portuguesa, leremos uma definição que não irá além destas palavras:
iluminação que, tendo como fonte o Sol, ilumina a Terra e os demais corpos da
Galáxia. Mais adiante, nesse mesmo léxico, deparar-nos-emos com este
complemento conceitual: claridade que parte de alguma fonte luminosa, e ilumina
áreas escuras.
As fontes de luz variam em
tamanho, potência e cor. Vai do Sol, poetizado como o astro-rei, à lamparina
que brilha fracamente na casa do humilde campônio. Mas, quer o primeiro, quer a
segunda, ambos simbolizam o Evangelho de Cristo. Nalgumas ocasiões, a mensagem
da cruz resplende como no dia de Pentecostes, em Jerusalém. Noutras, tremeluz
num folhetozinho já sujo e de letras escondidas; lamparina quase apagada. Seja
como for, a Palavra de Deus jamais deixa de refulgir nas trevas. Quanto à cor,
apesar das lentes e vidros que se antepõem às suas fontes, a luz será sempre
clara e bela.
Vejamos, agora, como a física vê
a luz. Aos olhos dessa ciência, a luz não passa de uma onda eletromagnética;
sua extensão compreende ondas que, em intervalos regulares, possibilitam a sua
visibilidade. Ela pode ser descrita também como a radiação eletromagnética, que
se situa entre as radiações infravermelha e ultravioleta. Eis aqui as três
grandezas básicas da luz: intensidade, frequência e polaridade.
Já que definimos razoavelmente a
luz, de acordo com a nomenclatura da física, olhemo-la, doravante, a partir do
prisma profético e apostólico. Nesse sentido, a luz vai sempre além da luz.
A luz no Antigo Testamento
Nos prolegômenos teológicos,
aprendi que a Bíblia, conquanto não seja um livro científico, não contradiz a
verdadeira ciência. Até hoje não descobri a mínima contradição entre a Palavra
de Deus e os fatos comprovadamente científicos. Quanto à teoria da evolução,
levemos em conta que este palavrório todo jamais saiu do campo das hipóteses
desprezíveis.
Sem mais tardança, entremos a
examinar a visão hebraica da luz. No terceiro versículo de Gênesis, lemos:
“Disse Deus: Haja luz; e houve luz” (Gn 1.3). Logo após o aparecimento da luz,
a que convencionamos chamar de cósmica, manifesta-se o Criador acerca de sua
obra: “E viu Deus que a luz era boa; e fez separação entre a luz e as trevas.”
(Gn 1.4).
A luz já existia, mas ainda não
tinha nome. Como alcunhá-la no início da criação? Mas Deus, que jamais teve
dificuldades para encontrar palavras, vocábulos e termos, apresentou uma
nomenclatura que, embora diversa nas línguas humanas, jamais deixou de ser
eufônica e poética em todos os idiomas. Narra o autor sagrado o ornato da
linguística divina: “Chamou Deus à luz Dia e às trevas, Noite. Houve tarde e
manhã, o primeiro dia” (Gn 1.5).
Recorramos ao léxico hebraico,
para uma definição mais precisa do vocábulo “luz” no idioma do Antigo
Testamento. A palavra 'owr, na língua hebraica, traduzida em nossas bíblias
como luz, traz uma gama considerável de significados: luz do dia, luz sideral,
aurora, brilho, resplendor. A luz era empregada também como sinônimo de
instrução, de prosperidade e da própria verdade. Por essa razão, Jeová era
visto, pelos santos profetas, como a Luz de Israel.
Na devoção dos salmos, o rosto
de Jeová é descrito como a luz imprescindível; sem ela, a vida é impossível.
Num momento de perplexidade, roga Davi ao Senhor: “Há muitos que dizem: Quem
nos dará a conhecer o bem? SENHOR, levanta sobre nós a luz do teu rosto” (Sl
4.6, ARA). Por isso, o sumo sacerdote despedia a congregação de Israel com uma
bênção que, entre as menções às bondades divinas, havia uma referência à luz do
rosto de Jeová: “O SENHOR te abençoe e te guarde; o SENHOR faça resplandecer o
rosto sobre ti e tenha misericórdia de ti; o SENHOR sobre ti levante o rosto e
te dê a paz” (Nm 6.24-26, ARA).
Nas palavras dessa belíssima
liturgia, o rosto de Jeová é descrito como o Sol em sua máxima resplandecência;
uma luz além da luz. E, rebrilhando dessa forma sobre o peregrino, reunia este
força e graça para superar o insuperável. Sem o rosto divino a resplender em
nossa alma, jazemos em trevas. Mas, raiando em nosso coração, as mesmas trevas
fazem-se luz.
A luz de Jeová é necessária ao
indivíduo; às nações, insubstituível. Por esse motivo, o salmista, considerando
a experiência de Israel, louva ao Senhor: “Bem-aventurado o povo que conhece os
vivas de júbilo, que anda, ó SENHOR, na luz da tua presença” (Sl 89.15, ARA).
Se os israelitas tinham
como luz a Jeová, não deveriam retê-la; era a sua obrigação profética e
sacerdotal apregoar a Palavra de Deus a todos os gentios; missão primordial. No
espírito desse reclamo, Isaías exorta, falando pelo Senhor, o remanescente
fiel: “Eu, o SENHOR, te chamei em justiça, tomar-te-ei pela mão, e te
guardarei, e te farei mediador da aliança com o povo e luz para os gentios” (Is
42.6, ARA).
Nessa profecia, há uma dupla
referência. No plano inicial, a palavra é dirigida a Israel. Já no seguinte, a
profecia refere-se ao messiado de Jesus Cristo, que haveria de nascer 700 anos
depois. Luz por luz, o Filho de Deus levantar-se-ia para iluminar os filhos de
Abraão e os descendentes de Noé, que se haviam espalhados a partir da torre de
Babel. O Evangelho de Cristo, qual benfazejo sol, espargiria sua luz,
indistintamente, sobre as famílias semitas, jafetitas e camitas.
A luz em o Novo Testamento
No primeiro capítulo do
Evangelho de João, somos agraciados com um gênesis admiravelmente interpretado
à luz de Jesus Cristo. Já em suas palavras iniciais, é-nos facultado ver, ali,
em plena criação e junto ao Criador, o Verbo a criar os Céus, a Terra, o reino
vegetal, o império animal e, primordialmente, o ser humano. Sem o Filho, nada
do que existe, existiria. Ele é ação executiva do Pai.
No gênesis joanino, encontramos
a luz já no quarto versículo: “A vida estava nele e a vida era a luz dos
homens” (Jo 1.4, ARA). Na frase seguinte, o Evangelista descreve o ministério
da luz: “A luz resplandece nas trevas, e as trevas não prevaleceram contra ela”
(Jo 1.5, ARA). Nesse princípio, a luz não precisa de ajuda para separar-se das
trevas. Vencendo penumbras e escuridões, ela resplandece em trevas espirituais,
morais, emocionais e éticas. Até mesmo nas trevas teológicas, resplandece ela;
nada a pode conter; irresistível.
Agora, numa pausa linguística,
examinemos a palavra “luz”, de acordo com o idioma que serviu de plataforma ao
Novo Testamento.
Segundo a mitologia grega, a luz
origina-se de Phosphorus,
uma divindade menor responsável pela claridade do Cosmos. Filho de Eos, a deusa
da aurora, o Phosphorusera
reverenciado como a Estrela da Alva. Desse substantivo, originou-se o vocábulophos, traduzido em
português como “luz”.
Despido já das roupagens
mitológicas, o termo phos seria largamente usado pelos autores do Novo
Testamento. Encontramo-lo nos evangelhos, nas epístolas e na revelação final.
Examinemos, com mais atenção, essa palavra tão significativa e tão bela. Além
de sua primitiva significação, ela é usada para representar a claridade de um
candeeiro, o clarão de uma tocha, o brilho de uma estrela e o resplendor do
Sol.
Metaforicamente, representa
Deus, a verdade, o conhecimento, a pureza e a razão. Todavia, a maior imagem
que a luz pode evocar é a do Filho de Deus que, na rude cruz, deu-se em resgate
por nossas almas. Ele é a luz profetizada por Isaías, que começaria a alumiar o
mundo a partir da Galileia dos gentios:
Mas para a terra que estava aflita
não continuará a obscuridade. Deus, nos primeiros tempos, tornou desprezível a
terra de Zebulom e a terra de Naftali; mas, nos últimos, tornará glorioso o
caminho do mar, além do Jordão, Galileia dos gentios. O povo que andava em
trevas viu grande luz, e aos que viviam na região da sombra da morte,
resplandeceu-lhes a luz. (Is 9.1,2, ARA)
Com base nessa passagem, já nos
é possível definir uma teologia da luz. Em seguida, estudaremos as implicações
do candelabro do Tabernáculo Santo na soteriologia do Testamento Novo.
A teologia da luz
A teologia da luz nada mais é do
que a doutrina que ensina ser Deus o pai das luzes; alumiar é a sua função. Ele
não se limita a espargir luz sobre as trevas espirituais; deleita-se também em
esclarecer as simples e elementares dúvidas intelectuais. Se estamos
emocionalmente obscurecidos, aclara-nos Ele os sentimentos; ilumina-nos os
recônditos do coração e faz-nos a alma brilhar.
Para simbolizar a luz por
excelência — Jesus em Deus —, ordenou Moisés o fabrico da mais bela mobília do
Tabernáculo, que, hoje, serve de símbolo ao Estado de Israel.
ANDRADE,
Claudionor de. Adoração,
Santidade e Serviço: Os
Princípios de Deus para a sua Igreja em Levítico. 1 ed. Rio de
Janeiro: CPAD, 2018.
SUBSÍDIO II
INTRODUÇÃO
O candelabro era o objeto de maior destaque no
interior do Tabernáculo, por ser todo de ouro e pela luz que emitia. Se
levarmos em conta a sua simbologia, concluiremos que ele representava o
testemunho e o serviço do ministério levítico. O seu brilho singular e
constante indicava que todas as obrigações sacerdotais e congregacionais
estavam sendo rigorosamente cumpridas de acordo com a orientação divina.
A Igreja de Cristo, como a luz do mundo, tem a
obrigação de luzir sempre nas trevas. Mas, se ela vier a perder o seu fulgor,
que diferença haverá entre nós e o mundo? É chegada a hora, pois, de mantermos
nossos candelabros acesos, pois o Cordeiro de Deus anda por entre eles,
exigindo, de cada um de nós, perfeito brilho.
A Menorah é um castiçal de sete braços com cerca de
um metro e meio de altura, pesando cerca de quarenta e três quilos. Sua função
era iluminar o interior do Tabernáculo e, posteriormente, o Templo em
Jerusalém, os quais não possuíam janelas. Ele se localizava no lado sul do
Lugar Santo, em frente a Mesa do Pão da Proposição (Êxodo 40:24).
“O propósito do Candelabro era produzir luz para
os sacerdotes no Lugar Santo. Ao pensarmos nesta fonte de luz divinamente
ordenada, vários aspectos da verdade parecem ser apresentados em figura:
A. De imediato o Candelabro nos leva a refletirmos que Cristo
é a luz do Seu povo. Nós andávamos em trevas espirituais antes de conhecermos a
Cristo (II Coríntios 4:3-4, Efésios 4:18). Seguindo a Cristo como
sacerdotes-cristãos, nós temos a luz da vida (João 8:12).
Considere que assim como o Candelabro
brilhava por usar o óleo, assim também Cristo significa !o
Ungido?. Nosso Salvador, como o Cristo, foi ungido com o
óleo do Espírito (Hebreus 1:9). Suas obras e palavras
maravilhosas foram feitas no poder do Espírito (Atos 10:38). Cristo Jesus tem a
plenitude do Espírito que é simbolizada em Apocalipse 3:1. Os sete ministérios
do Espírito em Cristo são explanados em Isaías 11:1-2.
B. O Candelabro de Ouro também nos traz a mente a obra do
Espírito Santo no povo de Deus. Ele é o nosso professor (João 16:13) e revela
as coisas de Cristo para nós.
O Santo dos Santos era iluminado pelo
Shekinah, a luz da glória de Deus. Isto tipificava a presença de Deus no Céu. O
Lugar Santo, entretanto, era iluminado pelo Candelabro ou luz da graça. Isto
tipificava o ministério do Espírito Santo para os santos do presente mundo.
Embora nós não vejamos a glória de Deus com nossos olhos físicos, podemos
compreender através do Espírito as verdades espirituais.
Sem o Candelabro ninguém poderia ver
a beleza do Lugar Santo. A Mesa do Pão da Proposição, o Altar de Incenso e as
lindas cortinas estariam em trevas. O sacerdote não teria luz para realizar o
seu serviço. Assim ocorre com o Cristianismo. Até que o Espírito ilumine nossa
mente a beleza de Cristo está oculta (II Coríntios 4:6) e fica impossível
prestar serviços aceitáveis á Deus. Somente o novo nascimento através do
Espírito de Deus é que nos equipa para a visão e serviço do reino de Deus (João
3:3).
Ao ensinarmos que o Candelabro
representa tanto a obra de Cristo como a obra do Espírito, não estamos entrando
em contradição. Há unidade no trabalho dEles. O Espírito Santo é o Espírito de
Cristo, pois Ele foi enviado pelo Salvador e no lugar do Salvador (Gálatas 4:6,
João 14:26, João 16:7). Cristo vive em nós pelo poder do Seu Espírito. Ele
morreu para nos comprar o dom do Espírito (Atos 2:33).
C. Da mesma forma nós não estamos indo além dos limites
Bíblicos quando asseguramos que o Candelabro representa as igrejas de Cristo
como carregadoras da luz. De fato nós temos autoridade divina para isto
(Apocalipse 1:20). Depois da Sua ressurreição e ascensão o Salvador enviou o
Seu Espírito para dar poder a igreja para trabalhar (Atos 1:8). A luz do
evangelho brilha enquanto as igrejas de Cristo cumprem a Grande comissão
através do Seu poder (Mateus 28:18-20). O povo de Deus é iluminado enquanto as
igrejas desempenham seus ministérios de ensinar a Palavra (I Timóteo 3:15,
Efésios 4:11-15). A igreja local é a instituição através da qual a verdade de Cristo
é preservada e conhecida (I Timóteo 3:15)”. (Extraído
de: O Candelabro de Ouro. Disponível:https://www.palavraprudente.com.br/estudos/ron_c/guiaexodo/cap29.html. Acesso em 3 Set,
2018)
I. O
CANDELABRO DE OURO
Didaticamente, o Senhor ordenou o fabrico do
candelabro, a fim de que os filhos de Israel se conscientizassem de sua missão
profética, sacerdotal e real no mundo. Era plano de Deus que, por intermédio
dos israelitas, todos os povos viessem a ser abençoados com a vinda do Messias:
Jesus Cristo.
1. O fabrico do
candelabro. Segundo a
determinação divina, os artífices fizeram um candelabro de ouro puro e batido
(Êx 25.31). A mobília foi de tal forma trabalhada, que formava uma só peça com
o seu pedestal, hastes, cálices, maçanetas e flores. Em seu feitio Bezaleel e
Aoliabe precisaram de um talento de ouro, de 35 a 40 quilos aproximadamente (Êx
25.39).
Toda a peça era rigorosamente simétrica e
harmônica (Êx 25.31-36). Doutra forma, a sua luz jamais viria a brilhar com a
intensidade e a perfeição que Deus requer de cada um de seus filhos (Mt 5.16).
“A menorah dentro do Santo Lugar do tabernáculo
era uma obra de beleza extraordinária e consistia em três partes principais: a
base, a haste principal e as hastes filiais. Acima da base surgia uma haste
vertical e dos dois lados desta haste, saíam três hastes filiais que se
encurvam para o lado e acima. Cada uma das seis hastes filiais e a haste
central terminavam em um pote feito em forma de uma flor de amêndoa aberta. No
mesmo topo as pétalas abertas da flor seguravam uma luminária de óleo. Foram
decoradas habilmente a haste central as filiais com aquele mesmo desenho de
flor de amêndoa abertos com três em cada haste e quatro na haste central. A
decoração era tão primorosa e detalhada, que Deus ordenou que somente artesãos
altamente qualificados e ungidos pelo Espírito Santo poderiam fazer isto.” (Extraído
de: https://www.universidadedabiblia.com.br/os-sete-candelabros-de-ouro-menorah/. Acesso em: 3 Set, 2018)
“Um fato interessante é que todas as hastes
deveriam iluminar em direção ao centro (verso 37), e não em todas as direções
como é comum a candelabros. Dessa forma, as hastes da Menorá brilhariam como se
fossem uma grande e única chama, realçando a haste central: “todos juntos como
se fossem um”. Este fato isolado nos mostra que a Menorá jamais foi criada por
Deus para ser um simples objeto de iluminação. Ela é muito mais do que isso.
Ela representa um objeto criado pelo próprio Deus com um mistério contido em
sua forma e arquitetura, que nos ensina sobre o grande plano do Eterno para o
homem!” (Extraído de: A Menorah. Disponível em: http://ensinandodesiao.org.br/artigos-e-estudos/a-menorah/. Acesso em: 3 Set,
2018)
2. A luz do candelabro. O azeite para as lâmpadas foi trazido, voluntária e
generosamente, pela congregação de Israel (Êx 25.6). Tendo em vista o
significado do candelabro para o culto sagrado, o azeite teria de ser puro e
batido; o moído era de qualidade inferior. Sem essas qualidades, o Tabernáculo
do Senhor ficaria na penumbra ou até mesmo em trevas. Que simbologia extraímos
daqui? Jesus requer de cada um de nós uma luz de comprovada excelência (Mt
6.23). Nós somos a luz do mundo.
“A iluminação para a qual essa peça foi designada
era possível através do azeite puro de oliveira (Ex 27.20, 21). O óleo ou
azeite puro de oliveira, batido, muitas vezes representa o Espírito Santo.
Neste caso do candelabro, ele tem sete lâmpadas com esse azeite puro de
oliveira, batido. Parece que é simbolizada a obra do Espírito Santo na vida de
Cristo, Nosso ministrante diante de Deus no céu. Sete lâmpadas para serem
postas em ordem, de manhã e à tarde, perante o Senhor, manifestam a perfeita e
inteira presença do Espírito Santo em Cristo. Sabemos que o Espírito Santo foi
dado a Cristo sem medida, ou seja, sem limitação (Jo 3.34) como pode ser notado
que as Escrituras não dão uma medida para estas lâmpadas. A profecia de Isaías
diz que o Rebento do tronco de Jessé brotará e repousará sobre ele o Espírito
do Senhor e assim lista sete características deste Espírito (Is 11.1,2). O
Apóstolo João, em Apocalipse refere a Cristo tendo junto dEle os sete espíritos
que estão diante do Seu trono (Ap 1.4). Não deve ser dúvida nenhuma que a obra
de Cristo foi com o poder e presença do Espírito Santo. Foi tanto assim de ser
uma blasfêmia contra o Espírito Santo qualquer ilusão que a obra de Cristo
fosse por um outro espírito a não ser do Espírito Santo de Deus (Lc 12.10).
Podemos aprender também pelo fato da iluminação do candelabro ser pelo Espírito
Santo que a vida vitoriosa do cristão nesta peregrinação é pelo poder do
Espírito Santo. O Selo do cristão é o Espírito Santo ensinando assim que temos
a marca em nós, que somos propriedade genuína e segura de Deus (Ef 1.13,14). Isso
nos conforta. O Espírito Santo é o penhor nosso também ensinando nessa maneira
que as promessas de um futuro glorioso com Cristo no céu são seguras. Isso nos
anima. O Espírito Santo é o poder da Palavra na nossa salvação (Rm 1.16; II Ts
2.13,14). O Espírito Santo é o poder da nossa luta nas batalhas que temos aqui
na terra (Ef 6.12,13; I Jo 4.4; 5.4; I Pe 4.14). Como a iluminação no Lugar
Santo era constante (Ex 27.21) pelo candelabro, nosso brilhar constante na
terra é pelo Espírito Santo nos conformando à imagem de Cristo (II Co 3.18).
Ele capacita-nos a fazer as nossas obediências diante dos homens para a glória
do Pai (Mt 5.14-16). Enquanto Cristo estava no mundo Ele era a Luz do mundo (Jo
8.12; 9.5), mas agora, sendo que Ele está no ‘Lugar Santo’ ministrando em nosso
benefício (intercedendo para sempre, Rm 8.34; Hb 7.25), nós somos a luz do
mundo. Essa responsabilidade é atingida somente pela obra do Espírito Santo em
nós. Portanto esteja cheio do Espírito Santo, ou seja, mortifica-se à carne e
procura que Ele controla toda parte da sua vida (Ef 5.18)”. (Extraído
de: O Candelabro no Lugar Santo. Disponível em: https://www.palavraprudente.com.br/estudos/calvin_d/tabernaculo/cap19.html. Acesso em: 3 Set, 2018)
Pelo que podemos inferir, ainda, do texto de
Apocalipse 1.12-20, o verdadeiro significado da Menorá e suas sete hastes: A
Igreja (Hb 12.23)! A igreja representada na Menorá deve, então, resplandecer a
Luz da Palavra de Deus, testemunhando ao mundo os Seus caminhos: “Vós sois a
luz do mundo. Não se pode esconder a cidade edificada sobre um monte; nem se
acende uma candeia para colocá-la debaixo do alqueire, mas no velador, e alumia
a todos os que se encontram na casa. Assim brilhe também a vossa luz diante dos
homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está
nos céus.” (Mt 5:14-16).
3. O seu lugar no
tabernáculo. Para quem entrava
no lugar santo, o candelabro de ouro ficava no lado esquerdo, ou na parte sul
do Tabernáculo (Êx 26.35). Nessa posição, o candelabro, plenamente aceso,
proporcionava uma visão única e emblemática da glória de Deus. Se por um lado,
lembrava o próprio Cristo, por outro, fazia uma clara referência à Jerusalém Celeste
(Ap 1.12,13; 21.18,21). Mas para que este brilho perdurasse, era imperioso que
Arão e seus filhos cuidassem diariamente do candelabro (Êx 30.7,8). À luz do
dia, limpavam-no, provendo-o de azeite. E, quando a noite chegava, ele já
estava pronto a reluzir novamente. Assim devemos nós agir em relação ao mundo.
Só viremos a reluzir se nos dermos à leitura da Bíblia Sagrada, à oração e ao
jejum.
“O candelabro se encontra no Lugar Santo e é o
objeto principal neste lugar. Somente o sacerdote e a sua família santificada
podem entrar no Lugar Santo. Homem algum entrará na presença de Deus sem
Cristo. Sem Cristo é só trevas. O Lugar Santo é o lugar de comunhão com Deus. É
claro que isso representa a verdade que somente os salvos em Cristo tem: a
comunhão verdadeira com Deus (I Jo 1.5-7). O pão da proposição nutre essa
comunhão. O altar de incenso representa a manutenção dessa comunhão e o
candelabro representa o poder nesta comunhão. Não entrava no Lugar Santo
nenhuma luz natural. O candelabro era a única fonte de iluminação. Se o Lugar
Santo representa a nossa comunhão e ministério com Deus então a falta de luz
natural aponta à verdade que a nossa comunhão com Deus não necessita nenhuma
“luz natural”, ou fruto do raciocínio humano. Posso todas as coisas em Cristo
que me fortalece e Ele é a luz da minha comunhão com Deus. A falta de “luz
natural” no Lugar Santo nos ensina que a mortificação da carne é necessária
para a salvação (At 17.30; I Jo 1.7-9) e posteriormente para comunhão (Gl 2.20;
5.17-24)” (Extraído de: O Candelabro no Lugar Santo. Disponível
em: https://www.palavraprudente.com.br/estudos/calvin_d/tabernaculo/cap19.html. Acesso em: 3 Set, 2018)
Note que as lâmpadas deveriam estar acesas
continuamente (V.2), não havia interrupção para limpeza e reabastecimento.
SUBSÍDIO BÍBLICO-DIDÁTICO
“Leis a respeito das lâmpadas
O
povo devia fornecer o azeite (v. 2), e ele, como todas as outras coisas seriam
usadas a serviço de Deus, devia ser o melhor — puro azeite de oliva, batido,
provavelmente seria duplamente filtrado — para acender as lâmpadas continuamente.
Todas as nossas cópias em inglês apresentam a leitura ‘lâmpadas’, no plural.
Porém, no texto original, o termo está no singular no versículo 2 — para
acender a lâmpada continuamente; mas no plural no versículo 4 — porá em ordem
as lâmpadas. As sete lâmpadas formavam uma única lâmpada, e em alusão a isto o
bendito Espírito da graça é representado por sete lâmpadas de fogo diante do
trono (Ap 4.5), pois há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo, 1
Coríntios 12.4. Os sacerdotes deviam administrar as lâmpadas. Eles deviam
cortar os pavios queimados, limpar os castiçais e colocar neles o azeite, desde
a tarde até a manhã, vv. 3,4. Tal é o trabalho dos ministros do Evangelho —
eles devem apresentar esta palavra de vida, não ascender novas lâmpadas, mas,
expor e pregar a palavra, tornando a sua luz mais clara e abrangente. Esta era
a maneira usual de manter as lâmpadas acessas” (HENRY, Matthew. Comentário Bíblico Antigo Testamento.
1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p. 427).
II. JESUS, A
LUZ ETERNA E PERFEITA
O candelabro simbolizava Jesus Cristo, a sua
Igreja e cada um de nós.
1. Jesus, a luz do mundo. No Apocalipse, o Senhor Jesus anda livremente entre os
candelabros (Ap 1.12,13). Na descrição do Evangelista, observamos que somente a
luz do Cordeiro é capaz de levar os castiçais a refulgirem. Ele é a luz do
mundo (Jo 8.12). Portanto, só podemos brilhar se estivermos em perfeita
comunhão com o Filho de Deus. Ele veio a este mundo exatamente para iluminar as
regiões da sombra e morte (Is 9.2).
Jesus é a luz verdadeira (Jo 1.9). Ele remove as
trevas e o engano, iluminando o caminho certo para Deus e a salvação.
(1) Todos que seguem a Jesus são libertos das trevas
do pecado, do mundo e de Satanás. Os que ainda andam nas trevas não o seguem
(cf. 1 Jo 1.6,7).
(2) "Quem me segue" é um gerúndio contendo
a idéia de seguir continuamente.
Jesus, na realidade, disse "seguir-me
continuamente". Ele reconhecia somente o discipulado perseverante (Jo
8.31). João relata que quando recebeu a revelação descrita no Apocalipse, antes
de enxergar a pessoa que falava com ele, enxergou sete candeeiros de ouro. Na
visão de Zacarias 4, encontramos um candelabro de sete lâmpadas; o texto mostra
que o poder vem do Espírito de Deus por meio dos servos ungidos (Zc 4.6,14), e
que os olhos de Deus percorrem a terra (Zc 4.10). Na visão de João, Jesus
identifica os sete candeeiros, no versículo 20, como as sete igrejas. Note que
a posição de Jesus no meio dos candeeiros sugere a sua comunhão íntima com o
seu povo.
“Quando Jesus, a luz do mundo, o Verbo (a
Palavra) de Deus, fez-se carne e habitou entre nós, Ele ofereceu a luz a todos,
dizendo: “Eu sou a luz do mundo” (Jo 8.12). João, porém, declarou: “E a luz resplandece
nas trevas, e as trevas não a compreenderam” (Jo 1.5, Ed. Revista e Corrigida).
Por que as trevas não a compreendem? Encontramos a resposta para essa
importante questão em João 3.19-20: “O julgamento é este: que a luz veio ao
mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz; porque as suas obras
eram más. Pois todo aquele que pratica o mal aborrece a luz e não se chega para
a luz, a fim de não serem arguidas as suas obras”” (Extraído de:
Arno Froese, Jesus, a Luz do Mundo. Disponível em: https://www.chamada.com.br/mensagens/luz_do_mundo.html.
Acesso em: 3 Set, 2018).
2. A Igreja é a luz do
mundo. Aos seus
discípulos, o Senhor Jesus foi claro e decisivo: “Vós sois a luz do mundo” (Mt
5.14). Enquanto Ele estava no mundo, Ele era de fato a luz do mundo (Jo 9.5).
Mas após a sua ascensão ao Céu, a missão de iluminar este século passou a ser
nossa. E, agora, somos exortados a brilhar não somente como um candelabro, mas
como verdadeiros astros (Fp 2.15). Portanto, quanto mais anunciarmos o
Evangelho e ensinarmos a justiça divina, mais glorificaremos a Deus com a luz
de nosso testemunho e confissão (Dn 12.3).
Em Mateus 5, depois de ensinar sobre o sal, Jesus
disse: “Vós sois a luz do mundo” (Mt 5.14). Esta passagem nos ensina algo muito
interessante: se somos salvos, não tem como não refletir a luz de Cristo, seria
tão ridículo tentar esconder essa luz como tentar esconder uma cidade em cima
de um monte!.Nossa vida deve iluminar todos à nossa volta. Não
podemos esconder o amor de Jesus. Não devemos apagar o Espírito (1Ts 5.19).
Precisamos deixar que ela brilhe em tudo que fazemos. A luz de Jesus em nossas
vidas redunda em máxima glória ao Senhor. Para tanto, nosso testemunho tem de ser
mais eloquente do que nossas palavras; somente assim agradará a Deus.
“OS EFEITOS RELEVANTES DA LUZ
1. A luminosidade da luz. Outro
símbolo de forte impacto empregado por JESUS foi a luz. Eis algumas lições que
podem ser extraídas:
a) a escuridão não consegue jamais
prevalecer ante a luz. Quando esta chega, as trevas desaparecem;
b) por outro lado, a ausência
absoluta de luz permite que a escuridão prevaleça em termos absolutos de modo
que nada fica visível aos olhos humanos. Por isso, a afirmação peremptória do
Mestre: “Vós sois a luz do mundo” (v.14). Ou seja, o meio de os homens
conhecerem na prática a verdade divina é através do testemunho de cada crente.
2. A visibilidade da luz. Pela sua
própria natureza a luz tem, ainda, visibilidade. Haja vista os faróis marítimos
construídos junto à costa para orientar os navios. Estes, ao contemplá-los, são
capazes, mesmo à distância, de ajustar o seu posicionamento na região costeira.
Ora, JESUS afirmou que não se põe a candeia debaixo do alqueire (v.15).
Visibilidade é a conotação desta assertiva. Isto posto, onde o crente estiver a
visibilidade positiva de sua fé tem o efeito de atrair outros a CRISTO.
3. A necessidade da luz. O fato de
estarmos acostumados à luz, por outro lado, leva-nos muitas vezes a não
compreendê-la como algo essencial à vida. Só quando desaparece damos conta da
sua real importância. As plantas, por exemplo, sobrevivem porque metabolizam
substâncias orgânicas através da energia oriunda da luz do sol. Na verdade, a
Terra depende da energia solar para a sua sobrevivência. Isto significa que só
a presença de CRISTO - o sol da justiça - é capaz de pôr ordem no mundo e
permitir que os crentes reflitam o brilho dessa luz para trazer vida aos que os
cercam (cf. Jo 8.12).” (Extraído de: http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/licao6-mii-3tr11-aeficaciadotestemunhocristao.htm. Acesso em: 3 Set, 2018)
3. O crente como luz do
mundo. Individualmente, o
Senhor Jesus exorta cada crente a agir como luz do mundo (Lc 11.35). A luz da
confissão de Estêvão brilhou de tal forma, que os seus algozes viram-lhe o
rosto como se fosse a face de um anjo (At 6.15). Apesar de apedrejado, o seu
testemunho ainda hoje reluz, legando-nos um exemplo de pureza, fé e coragem.
Ele foi de fato, em todas as coisas, como um candelabro reluzente e glorioso
nas mãos do Senhor.
Fazendo uso de metáforas, Jesus afirmou que os seus
discípulos são “a luz do mundo”. Figura extraordinária essa! Diferentemente do
sal, que não é visto em ação, a luz só tem valor quando é percebida, quando
aparece.
“1. O testemunho elevado. Comparando seus
seguidores como luz do mundo, Jesus disse que “não se pode esconder uma cidade
edificada sobre um monte”. De fato, as cidades sobre os montes, quando chega a
noite, refletem as luzes de suas casas e ruas. Como luz, o crente está
edificado sobre Cristo, em posição muito elevada. Ele “nos ressuscitou
juntamente com ele, e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus”
(Ef 2.6). O salmista reconhecia essa posição elevada, quando disse: “Leva-me
para a rocha que é mais alta do que eu” (Sl 61.2).
2. Crentes no velador. Jesus disse
que não se “acende uma candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas no velador,
e dá luz a todos os que estão na casa” (v.15). Velador é um suporte de madeira,
sobre o qual se coloca um candeeiro ou uma vela, em lugar elevado, na casa, de
forma que a luz que ali estiver, ilumine a todos que estiverem a seu redor.
“Mas quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que as suas obras sejam
manifestas, porque são feitas em Deus” (Jo 3.21). Infelizmente, há pessoas nas
igrejas, que se colocam debaixo do alqueire do comodismo, da indiferença, da
falta de fé e de ação, e apagam-se, por lhes faltar o oxigênio da presença de
Deus.
3. O testemunho que resplandece
(v.16). “Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens…”. O crente em Jesus
não tem luz própria. Ele não é estrela, com luz própria. Ele pode ser comparado
a um planeta, que é um astro iluminado por uma estrela, em torno do qual ele
gravita. Na verdade, nós somos iluminados por Jesus. Ele, sim, é a “estrela da
alva” (2 Pe 1.19), a “resplandecente Estrela da manhã” (Ap 22.16). NEle, e em
torno dEle, nós vivemos, e recebemos a sua luz. Com nosso testemunho,
precisamos esparzir a “luz do evangelho da glória de Cristo” (2 Co 4.4).
4. “Para que vejam as vossas boas
obras”. O crente, como luz, dá seu testemunho, através das boas obras de salvo,
“Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais
Deus preparou para que andássemos nelas” (Ef 2.10). Muitos têm ganho almas para
Jesus, na evangelização, parque praticam um testemunho eloquente, em todos os
lugares. Sabemos de servos e servas de Deus, que, no seu lar, ganharam toda a
família, por causa de suas atitudes cristãs; outros, que no trabalho, ganharam
seus colegas, por causa do comportamento cristão. Com isso, eles glorificam a
Deus, que está nos céus. Paulo, exortando os crentes acerca do testemunho,
disse que fizessem tudo “para que sejais irrepreensíveis e sinceros, filhos de
Deus inculpáveis no meio duma geração corrompida e perversa, entre a qual
resplandeceis como astros no mundo” (Fp 2.15). Em Provérbios, lemos: “Mas a
vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser
dia perfeito” (Pv 4.18).” (Lições Bíblicas CPAD,
Revista Adultos. Lição 8: Jesus e o testemunho cristão - 2º Trimestre de 2000. Data: 21 de Maio de
2000)
SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO
O crente como o sal da
terra e a luz (Mt 5.13-16)
“O ‘sal’ é valorizado por dois atributos principais:
gosto e conservação. Não perde sua salinidade se é cloreto de sódio puro. Isto
nos leva à sugestão do que Jesus quis dizer quando disse [que] os discípulos
deixariam de ser discípulos se eles perdessem o caráter de sal. O sal não
refinado extraído do mar Morto continha mistura de outros minerais. Deste sal
em estado natural o cloreto de sódio poderia sofrer livixiação em consequência
da umidade, tornando-o imprestável (Jeremias, 1972, p.169). O ensino rabínico
associava a metáfora do sal com sabedoria. Esta era a intenção de Jesus, visto
que a palavra grega traduzida por ‘nada mais presta’ tem ‘tolo’ ou ‘louco’ como
seu significado radicular. É tolice ou loucura os discípulos perderem o
caráter, já que assim eles são imprestáveis para o Reino e a Igreja, e colhem o
desprezo de ambos. No Antigo Testamento ‘luz’ está associada com Deus (Sl
18.28; 27.1), e o Servo do Senhor e Jerusalém estão revestidos com a luz de
Deus. O Servo será luz para os gentios, e todas as nações virão à luz de
Jerusalém (Is 42.6; 49.6; 60.1-3). É neste sentido de ser luz para as nações
que Jesus identifica os discípulos como luz. Esta ideia antecipa a conclusão do
Evangelho de Mateus: ‘Portanto, ide, ensinai todas as nações [ou fazei discípulos]’
(Mt 28.19). No capítulo anterior, Mateus identificou Jesus como a ‘grande luz’
de Isaías na Galileia gentia (Mt 4.15,16). Agora os discípulos são chamados
para serem portadores da luz” (Comentário
Bíblico Pentecostal: Novo Testamento. 2.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2004,
pp.43,44).
III. MANTENDO
A LUZ BRILHANDO CONTINUAMENTE
A fim de que a nossa luz brilhe continuamente,
mantenhamos estas três coisas básicas: nossa união com Cristo, nossa comunhão
fraternal e nosso testemunho diário.
1. Nossa união com Cristo. Para reluzirmos como luz do mundo, nossa união com Cristo é
imprescindível. O candelabro visto por Zacarias ardia de forma ininterrupta,
pois estava ligado a um vaso de azeite, e este, por sua vez, achava-se
conectado a duas oliveiras (Zc 4.1-3). Dessa forma, havia um fluxo contínuo de
azeite àquele candelabro, que, naquela hora tão difícil para o povo de Deus,
brilhava para sempre. Jesus é a “oliveira”, na qual fomos enxertados (Rm
11.17-24). Unidos a Ele, jamais nos faltará o precioso azeite, para vivermos
uma vida plena e vitoriosa (1 Jo 2.20).
Em Zacarias 4, a visão do candelabro abastecido sem
o auxílio humano serviu para garantir a Zorobabel que o trabalho de
reconstrução do Templo não dependia da “força” e do “poder” humano; o provedor
e protetor do povo seria o próprio Senhor, designado aqui como “meu Espírito”.
Era o próprio Deus quem abasteceria seu povo com a força de que precisavam, com
os recursos materiais para a reconstrução e com a segurança diante dos
adversários mais poderosos que eles. Deus quem está no controle da vida de Seus
filhos. Ele chama-os a obedecer, e, em seguida, através de seu poder soberano,
lhes faculta a sua obediência. Ele os chama a Seu serviço, e depois habilita-os
ao seu serviço. Ele os chama à santidade, e, em seguida, os habilita a buscar a
santidade. Os crentes não podem fazer nada santo ou justo pelo seu próprio
poder ou recursos. Assim como ninguém pode ser justificado pela obra da carne
(Rm 3.20), de modo que ninguém pode ser "aperfeiçoado [santificado] pela
carne" (Gl 3.3).
Aquele que está enxertado em Cristo vive uma vida
baseada na dependência de Deus.A raiz de uma oliveira pode chegar a 6 metros de
profundidade,isso se dá ao fato dela mesmo crescer em busca de água. O segredo
para avançarmos a cada dia na nossa caminhada está na dependência de Deus.
Podemos notar que Jesus sempre citava o fato de que tudo o que Ele dizia não
vinha d’Ele, mas Ele ouvia do Pai. Pessoas que são dependentes de Deus não
dependem das experiências dos outros e nem de momentos para se fortalecer ou se
alegrar, mas elas vivem em função da sua busca diária.
2. Nossa comunhão
fraternal. O candelabro,
embora se destacasse por seus ricos e variados detalhes, formava uma única peça
(Êx 25.31). O mesmo podemos dizer da Igreja de Cristo. Embora formada por
membros de várias procedências e origens, constitui um único corpo (1 Co
12.13). Agora, todos somos um em Cristo (Rm 12.5). E, por esse motivo, temos de
preservar o vínculo do amor fraternal (Ef 4.3; Cl 3.14). Se nos amarmos como
Cristo nos recomenda, seremos conhecidos como seus discípulos (Jo 13.34). A
Igreja, como o candelabro de Cristo, deve ser reconhecida por sua unidade, por
seu amor e por sua comunhão no Espírito Santo (2 Co 13.13). Não há luz tão
intensa como a comunhão cristã.
“Koinonia é uma palavra de origem grega e
significa “comunhão”. Este termo se tornou muito comum entre os cristãos, sendo
utilizado no sentido de companheirismo, participação, compartilhamento e
contribuição com o próximo e com Deus” (SIGNIFICADOS). “No Novo Testamento, a palavra grega para
comunidade é koinonia, uma comunidade de homens e mulheres que crêem em Jesus
Cristo como Salvador e Senhor de suas vidas. Esta comunidade cristã é a nova
humanidade. Em união com o Cristo ressurreto, ela compartilha de Sua vida e sua
energia interior flui para dentro dela. Na união com Ele, concretizada pelo
arrependimento e fé, os pecadores salvos pela graça de Deus são
indissoluvelmente incorporados nesta comunidade, unidos ao corpo de Cristo” (BEREIANOS). “Jesus cristo orou
ao Pai pedindo unidade para todos os cristãos de todas as épocas. Isso é mais
do que suficiente para entendermos que unidade é algo da vontade de Deus. E
algo que está em destaque nessa vontade. Deus Pai escolheu pessoas e enviou o
filho para criar essa unidade. o Filho morreu e ressuscitou por essa unidade. E
o Espírito foi enviado por manter essa unidade. Esse é o desejo de Deus. Ele
chamou e redimiu um povo para ser um povo unido. Estar em divisão é estar fora
da vontade de Deus.” (DOIS DEDOS DE TEOLOGIA).
3. Nosso testemunho
diário. Nosso testemunho
cotidiano não deixa de ser uma expressão profética, pois, de forma veemente,
protesta contra o pecado. Lembremo-nos de que o candelabro era adornado por
figuras de amendoeiras, nas quais brotavam a luz gloriosa (Êx 25.33). Esta foi
a árvore que marcou o chamamento do profeta Jeremias (Jr 1.11,12). Na tipologia
profética, ela é árvore despertador, por ser a primeira a florescer na primavera.
Quando o mundo vê o bom testemunho de um cristão, o nome do Pai Celeste é
glorificado (Mt 5.16). Nosso testemunho diário está intimamente relacionado à
luz. Se for realmente bom, nosso candelabro cumpre fielmente a sua missão. Eis
por que cada um de nós deve ser um padrão de boas obras (Tt 2.7).
Amendoeira é uma palavra hebraica, "shoked",
e significa "vigilante". Esta árvore é da família das
rosáceas, de semente oleaginosa, e é a primeira planta a florescer na
primavera. É como se ela ficasse vigiando o fim do inverno e o início da
primavera, e quando ocorre o equinócio da primavera, a amendoeira é a primeira
a brotar! Daí seu nome de vigilante. A raiz da palavra hebraica traduzida por
amêndoa significa ‘apressar-se’.
“O cristão deve ser vigilante, não somente porque
"Jesus vai voltar" mas também em anunciar as Boas Novas do Reino,
pois sabemos que a Palavra de Deus irá se cumprir, quer o mundo queira ou não.
E já tem se cumprido! Não podemos nos intimidar diante de pessoas da alta sociedade,
ou de pessoas que tem "pensamento positivo" sobre o mundo e a vida,
mas anunciar que Jesus está voltando, e que este mundo (kosmos=sistema de
coisas) tem um prazo estabelecido por Deus.
"Prega a palavra". Esta foi
a ordem dada a Timóteo. "...instes a tempo e fora de tempo, redarguas,
repreendas, exortes..." (2 Timóteo 4:2) Esta Palavra não nos ensina a
sermos inconvenientes, em que em qualquer lugar devamos ficar 24 horas pregando
sem parar, se tornando um crente chato. Mas de ter o compromisso de dever anunciar
nas horas certas, que é chegado o Reino dos Céus. Que o Senhor Jesus derramou
na cruz do calvário sangue puro para nos salvar. Nunca deixar de falar!” (Denis de Oliveira. Jeremias e a Vara de Amendoeira.
Disponível em: http://www.estudosgospel.com.br/artigo-evangelico-reflexao-poesia-gospel-herois-da-fe/jeremias-e-a-vara-de-amendoeira.html. Acesso em: 3 Set, 2018))
“Testemunho significa uma declaração
fundamentada, comprovada, testada, confirmada ou declarada ter visto, ouvido ou
conhecido.
Uma das coisas mais importantes na
vida de um seguidor de JESUS, que é também chamado de cristão, é o seu
testemunho, ou seja, é a vivencia, na prática, daquilo que ele fala ou diz que
é.
Não devemos apenas darmos testemunho,
mas também sermos testemunhas, foi o que JESUS encomendou aos seus discípulos
quando partiu, logo antes do pentecostes:
At 1.8 Mas recebereis poder, ao descer
sobre vós o ESPÍRITO SANTO, e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém, como
em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra.
Implica em testemunhar de CRISTO, não
apenas sendo parecido com ELE em seu caráter, mas também em sua fé e poder ao
pregar o evangelho. Todos os crentes devem ter um alto padrão ético, mas também
todos devem ter os sinais poderosos de DEUS os acompanhando em seu testemunho
cristão, revelando ao mundo que JESUS está vivo e quer a glorificação e
exaltação do Pai através de nós.
Mc 16.17 E estes sinais acompanharão
aos que crerem: em meu nome expulsarão demônios; falarão novas línguas; pegarão
em serpentes; e se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e
porão as mãos sobre os enfermos, e estes serão curados” (A PAZ DO SENHOR)
SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO
“Por que a igreja deve
se caracterizar pelos pontos distintivos de santidade, de união e de amor?
Para explicar de forma simples, o caráter da igreja
deve refletir o caráter de Deus. Devemos ser santos, unidos e amorosos, porque
Deus é Santo, é um e é Amoroso. Paulo diz aos coríntios: ‘Sede meus imitadores,
como também eu, de Cristo’ (1 Co 11.1). Deus pretende expor seu próprio reflexo
na igreja. Em geral, observamos isso no capítulo 1 e 2. O evangelho da igreja é
a sabedoria de Deus, não a sabedoria do mundo (1 Co 1.17—2.16). Paulo escreve:
‘Mas nós não recebemos o espírito do mundo, mas o Espírito que provém de Deus,
para que pudéssemos conhecer o que nos é dado gratuitamente por Deus’ (2.12). E
escreve alguns versículos adiante: ‘Nós temos a mente de Cristo’ (2.16b). Em
suma, a obra transformadora do evangelho na vida da Igreja concede-lhe a mente
de Cristo e a torna mais semelhante a Deus que ao mundo. E o reflexo dEle na
Igreja — por meio da proclamação e da vida santa, unida e amorosa — é a exata
matéria do testemunho da Igreja. Conforme examinamos cada uma dessas
características, observamos que seu fim último não é melhorar a saúde moral da
sociedade, embora isso possa ser um subproduto, mas refletir a Deus” (DEVER,
Mark. A Mensagem do Novo Testamento.
1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, p. 187).
CONCLUSÃO
Jesus anda por entre os castiçais. Ele vê nossas
obras, sonda nossas intenções e mede a intensidade de nossa luz.
Supervisionando-nos, o Senhor remove e tira castiçais (Ap 2.5). Como está a
nossa lâmpada? Ela tem de estar rigorosamente limpa, a fim de brilhar
intensamente neste mundo tenebroso. Que Deus nos ajude.
Aquele que afirma ser cristão deve andar como
Cristo andou, ou viver como Ele viveu (Jo 1.26). A palavra de Deus nos diz que
sem a presença de Deus no coração, somos lançados no escuro. Tornamo-nos
insensatos; ficamos incapazes de amar (a Deus e ao próximo). O homem natural
nem se dá conta de seu real problema! – (Pv 4.19). O caminho dos ímpios é como
a escuridão; tropeçam sem saber onde. Os olhos do sábio o dirigem, mas o tolo
anda na escuridão (Ec 2.14). O homem perverte todos os padrões de verdade e
moralidade (Is 5.20): (…) Ao mal chamam bem, e ao bem, mal; (…) transformam
trevas em luz, e luz em trevas, e o amargo em doce, e o doce em amargo! A luz
requer um órgão adaptado para sua percepção: 'A candeia do corpo são os olhos;
de sorte que, se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo terá luz' (Mt
6.22). Quando não há a participação dos olhos, ou quando estes, por algum
motivo, estão debilitados, a luz é inútil. O homem, naturalmente, é incapaz de
perceber a luz espiritual, já que lhe falta a capacidade pelas coisas
espirituais (1 Co 2.14). Por conseguinte, os crentes são chamados 'os filhos da
luz' (Lc 16.8), não meramente porque receberam uma revelação de Deus, mas
porque no novo nascimento eles receberam a capacidade espiritual para isso.
“Achando-se as tuas palavras, logo as comi, e a tua
palavra foi para mim o gozo e alegria do meu coração; porque pelo teu nome sou
chamado, ó Senhor Deus dos Exércitos”. (Jeremias 15.16).
Francisco Barbosa
Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br
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