sexta-feira, 16 de março de 2018

LIÇÃO 11: OS GIGANTES DA FÉ E O SEU LEGADO PARA A IGREJA


 
SUBSÍDIO I

Os Gigantes da Fé e o seu Legado para a Igreja

O capítulo 11 de hebreus é um dos mais conhecidos e mais ricos sobre o tema da fé. Segundo a Bíblia de Estudo Pentecostal, editada pela CPAD, “o capítulo 11 demonstra a natureza do único tipo de fé aceita por Deus e que triunfará na pior das situações. É uma fé que crê nas realidades espirituais (v.1), que leva à justiça (v.4), que busca a Deus (v.6), que crê na sua bondade (v.6), que tem confiança na sua palavra (vv.7,11), que obedece aos seus mandamentos (v.8), que vive segundo as promessas de Deus (vv.13,29), que rejeita o espírito deste presente mundo mau (v.13), que busca um lar celestial (vv.14-16; cf.13.13,14), que abençoa a geração seguinte (v.21), que recusa os prazeres do pecado (v.25), que suporta a perseguição (v.27), que pratica poderosos atos de justiça (vv.33-35), que sofre por amor a Deus (vv. 25,35-38) e que não volta àquela pátria donde haviam saído, i.e., o mundo” (p.1916).
Com base nesse comentário, podemos destacar algumas características da fé que o autor aos Hebreus se refere no capítulo 11:
A fé nos faz crê nas realidades espirituais (v.1);
A fé nos leva à justiça (v.4);
A fé nos leva crê na bondade de Deus (v.6);
A fé nos leva a ter confiança na Palavra de Deus (vv.7,11);
A fé nos leva a obedecer os mandamentos divinos (v.8);
A fé nos leva viver segundo as promessas divinas (vv.13,29);
A fé nos leva a rejeitar o espírito do mundo (v.13);
A fé nos levar a buscar um lar celestial (v. vv.14-16; cf.13.13,14);
A fé nos leva a abençoar a nossa geração seguinte (v.21);
A fé nos leva a recusar os prazeres do pecado (v.25);
A fé nos leva a suportar a perseguição (v.27);
A fé nos leva a sofrer por amor a Deus (v.25,35-38).

Sugestão Pedagógica

Assim, de acordo com a exposição das personagens do capítulo 11 estudadas em nossa lição, divida as características acima com a classe para que cada aluno faça um breve comentário sobre elas. A ideia é que os alunos reflitam acerca das características da fé aplicadas a própria vida.

 (Texto adaptado da revista “Ensinador Cristão”, editada pela CPAD.)

SUBSÍDIO II

INTRODUÇÃO

O justo viverá da fé, essa é uma declaração emblemática na Antiga Aliança (c. 2.4), e retomada pelos autores da Nova Aliança (Rm. 1.17). Somente a fé pode levar o cristão adiante, mesmo diante das adversidades. Na aula de hoje, atentaremos para o conceito funcional da fé, em seguida destacaremos exemplos de pessoas que se sacrificaram pela fé em Deus. O enfoque desta lição será não naquilo que a fé é, mas naquilo que ela é capaz de fazer, desde que esteja alicerçada em Deus, que está para além do tangível.
                                                                                                       
1. O SIGNIFICADO DA FÉ

O princípio fundamental para a vida cristã é a fé em Deus, e essa não é apenas um fator psicológico, nem mesmo um tipo de “fé na fé”, advogada pelos adeptos da Confissão Positiva. Muitos evangélicos, influenciados por essa tendência, proveniente do movimento do Pensamento Positivo, acham que são capazes de fazer qualquer coisa, se tão somente acreditarem. Alguns deles ainda citam, de maneira descontextualizada, a declaração de Paulo: “tudo posso naquele que me fortalece” (Fp. 4.23). Mas para o autor da Epístola aos Hebreus a fé verdadeira tem Deus como seu objeto, trata-se de confiança não no que pensamos, e muito menos no que achamos que podemos fazer, antes é a dependência naquilo que Deus fez por nós, e ainda é capaz de fazer. A fé, nesse sentido, é “o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que se não veem” (Hb. 11.1). Por isso, em algum aspecto, há certa irracionalidade na fé, isso porque nem sempre ela se coaduna às provas atestadas pelo visível. E justamente, através dessa fé, nem sempre explicável, que “os antigos alcançaram testemunho” (Hb. 11.2). A fé pode lançar aquele que acredita em direção ao absurdo, sobretudo em uma sociedade que somente acredita no que é capaz de comprovar. Mas há aqueles que se lançam com ousadia, e em alguns casos, dão um salto maior do que a razão, crendo que por trás do mundo visível existe algo maior, e que “os mundos, pela palavra de Deus, foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente” (Hb. 11.3).

2. EXEMPLOS DE FÉ

O autor da Epístola aos Hebreus passa, a partir de então, a exemplificar por meios desses antigos, aquilo que a fé os direcionou a fazer. Pela fé, Abel “ofereceu a Deus maior sacrifício do que Caim” (Hb. 11.4). A fé qualificou a o sacrifício de Abel, fazendo com esse fosse aceito por Deus. Isso porque ofereceu das suas primícias, dando o melhor que tinha para o Senhor (Gn. 4.3,4), por isso, “depois de morto, ainda fala” (Hb. 11.4). Enoque também deixou seu legado, como exemplo de fé em Deus. Ele “agradara a Deus”, e por esse motivo, “foi transladado” (Hb. 11.4; Jd. 14,15). De igual modo, todos aqueles que acreditam nas promessas de Deus, serão contemplados em Sua vinda, quando a trombeta soar (I Ts. 4.13-17). É preciso ter fé, pois sem essa é impossível agradar a Deus (Hb. 11.6), essa mesma fé se fundamenta na Palavra de Deus, não naquilo que é visível. Noé é um exemplo de alguém que tomou atitudes fundamentado na sua fé em Deus, pois “depois de ser avisado das coisas que ainda não se viam, temeu... e preparou a arca” (Hb. 11.7). Abraão, o pai da fé dos israelitas, lançou-se em direção às promessas de Deus, “indo para um lugar que havia de receber por herança; e saiu, sem saber para onde ia” (Hb. 11.8). E José, que próximo da morte, antecipou que seu povo sairia do Egito, por isso orientou “acerca de seus ossos”, para que fossem levados para Canaã (Gn. 50.25; Hb. 11.22). E Moisés, “mesmo sendo grande, recusou ser chamado filho da filha de Faraó” (Hb. 11.24-25), sua atitude mostra que, na maioria das vezes, é melhor perder diante dos homens, e ganhar o que Deus nos prometeu. A fé de Moises estava alicerçada não naquilo que se pode ver, mas no que é invisível (Hb. 11.27). Há outros exemplos de fé, o Autor destaca o caso de Gideão, um dos juízes que confiou não na quantidade, mas na Josué, que foi escolhido para conduzir o povo para a terra de Canaã, e Gideão, que confiou mais na qualidade do que na quantidade (Hb. 11.32).

3. O RESULTADO DA FÉ

A fé em Deus sempre traz resultados positivos, ainda que esses não sejam perceptíveis imediatamente. Alguns dos exemplos de fé anteriormente citados testemunharam ainda naquele tempo o que a confiança em Deus pode resultar, entre eles destacamos Josué e alguns juízes. É o caso também de Daniel, que viu Deus fechar a boca de leões (Hb. 11.33), e de Davi e Elias, que escaparam do fio da espada (Hb. 11.34), bem como aqueles que, por meio da fé em Deus, receberam de volta aqueles que morreram, através de Elias, e o próprio Eliseu (I Rs. 17.17; II Rs. 4.32-37; Hb. 11.35). Mas isso não aconteceu com todos, alguns foram dilacerados, tantos outros torturados, por causa da sua fé, mas esses aguardam a ressurreição (Hb. 11.35). Porém, é preciso destacar que nem sempre obtemos as vitórias que desejamos no tempo presente. Alguns somente receberão o livramento de Deus na eternidade, e não poucos por meio da morte. Mas estamos certos que as aflições do tempo presente não se comparam com a glória que em nós haverá de ser revelada (Rm. 8.18). É provável que alguns, como Nabote, sejamos apedrejados, ou como Isaias, serrados ao meio, e perseguidos e mortos, como foram os profetas no tempo de Jezabel (I Rs. 19.10). Descansamos na convicção que aqueles que foram sacrificados, por causa da sua fé, eram valiosos aos olhos de Deus, e que o mundo não era digno deles (Hb. 11.38). Por isso é apropriado lembrar sempre que “preciosa é a vista do Senhor, a morte dos seus santos” (Sl 116.15).

CONCLUSÃO

A fé em Deus faz toda diferença, e por meio dessa, graça de Deus alcança a todos, hebreus e gentios, homens e mulheres. O exemplo de Abraão e Raabe, catalogado em Hb. 11, entre outros, nos inspiram a confiar no Senhor. É possível que a atitude daqueles que agem por fé não seja compreendida por aqueles que se pautam pelo visível. Mas aqueles que persistirem até o fim serão arrolados nessa mesma galeria, porquanto, conforme expressa o hino da Harpa Cristã, continuaram firmes nas promessas de Jesus.
 
Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa
Extraído do Blog subsidioebd

COMENTÁRIO E SUBSÍDIO III

INTRODUÇÃO

O autor acabara de fazer sua longa exposição sobre a supremacia de Cristo, seu sacerdócio e a superioridade da Nova Aliança em relação à Antiga. Essa exposição começou no capítulo primeiro e se estendeu por quase todo o capítulo dez. Aqui, ele faz um apanhado histórico sobre a jornada de fé dos homens e das mulheres de Deus no Antigo Pacto e como isso deveria ser tomado como exemplo para os cristãos do Novo Concerto. Essa fé, diferentemente do conceito de justificação dado por Paulo, aparece aqui com o sentido de ousadia, perseverança e confiança nas promessas de Deus. A fé demonstrada por eles em diferentes momentos da história, e em diferentes situações, foi o que garantiu as suas inserções na galeria dos heróis bíblicos. Essa mesma fé, que garantiu que eles sempre avançassem e nunca recuassem, devemos imitar.
Leia estas referências cruzadas: Rm 8.24; 2 Co 4.18; 5.7; Hb 3.6; 14; 10.39; 11.7; 27. Tendo concluído a quarta exortação com a declaração de que os crentes deveriam viver pela fé (Hb 10.38-39), o autor, agora, discute a fé em detalhes, dando exemplos diversos, extraídos do Antigo Testamento, de pessoas que confiaram em Deus. Em Hebreus 11 não constitui propriamente uma definição de fé, mas a descrição do que a fé pode fazer. A fé não é algo que esta vagando por ai, uma força ou energia, algo indefinido. Aqueles que ainda não foram alcançados com o Evangelho falam sobre como acham interessante essa questão de se acreditar em algo maior. Falam isso como se a fé fosse algo tão distante e quase inexistente, onde só alguns “loucos” como nós tivéssemos essa capacidade de tocá-la. Não é assim. A fé tem um firme fundamento que é a palavra de Deus. Fundamento significa essência ou realidade. A fé trata as coisas que se esperam como realidade. Prova significa evidência ou convicção. A própria fé prova que o que é invisível é real, como serão, por exemplo, as recompensas do crente na volta de Cristo (2 Co 4.18).
Duas razões para o autor ter dedicado 40 versículos à fé no capítulo 11 de sua epístola podem ser estas: (1) contrastar a fé com a ênfase que o Antigo Testamento dava à obediência à lei; e (2) mostrar o que homens e mulheres de Deus (“a grande nuvem de testemunhas”) fizeram por meio da fé, no passado. Assim, ele encoraja seus leitores a permanecerem firmes, lembrando que os cristãos têm promessas superiores (Hb 11.39-40)”. (A fé: sua natureza e seus heróis. Ultimato Online. Disponível em: http://ultimato.com.br/sites/estudos-biblicos/assunto/vida-crista/a-fe-sua-natureza-e-seus-herois/. Acesso em: 11 mar, 2018)
Fé não é fechar os olhos e dizer: “Vai dar certo”, ou, “tem que acontecer”. Não é pensamento positivo, nem confissão positiva. O alicerce da fé são as promessas da palavra de Deus. A fé, na Bíblia, está sempre ligada à confiança que o homem deposita na palavra do Deus vivo, fiel e verdadeiro (Nm 23.19; Tt 1.2). Vamos pensar maduramente a fé cristã?

I. A FÉ QUE GERA CONFIANÇA EM DEUS
                                
1. O sacrifício de Abel. O autor dá início a sua galeria dos heróis da fé com Abel, o primeiro exemplo de homem de fé (Hb 11.4). Abel foi um homem, que nos primórdios da humanidade, ousou confiar em Deus. A Bíblia mostra que seu sacrifício, feito com fé, agradou a Deus. O culto prestado por ele foi verdadeiro! Há muitas especulações sobre a natureza do sacrifício oferecido por Abel, mas o texto sagrado nada diz sobre o assunto. O fato é que a fé de Abel foi uma fé operante, diferentemente da fé de Caim, seu irmão. Para o autor de Hebreus, os cristãos, assim como fora Abel, deveriam ser em tudo confiantes porque o Cristo a quem seguem é, em tudo, superior a Abel (Hb 12.24).
O autor de Hebreus nos esclarece por qual motivo o sacrifício de Abel foi aceito e o de Caim não. Longe das elucubrações (conjecturas ou especulações) oferecidas, o sacrifício de Abel foi aceitável a Deus por causa de sua fé, ele foi então declarado justo. Caim oferecera seus sacrifícios sem fé (Gn 4) Abel ainda fala pelo seu exemplo, pois seu ato justo ficou registrado nas Escrituras.
Deus não atenta para o valor da oferta, mas para o coração do ofertante, sua real intenção. A oferta de Abel foi aceita pelo Senhor porque seu coração era sincero e cheio de amor. Suas obras eram justas (Hb 11.4). Ele era um homem íntegro e fiel. Deus dá muito valor à integridade do coração, por isso, Ele elogiou Jó perante Satanás, dizendo: “[...] Porque ninguém há na terra semelhante a ele, homem sincero, e reto, e temente a Deus, e desviando-se do mal” (Jó 1.8). A oferta só tem valor quando expressa o que está no íntimo de quem a oferece. A oferta de Abel foi agradável porque ele adorava a Deus “em espírito e em verdade” (Jo 4.24)”. (LIÇÕES BÍBLICAS CPAD – ADULTOS - 2º Trimestre de 2017. Título: O Caráter do Cristão — Moldado pela Palavra de Deus e provado como ouro; Comentarista: Elinaldo Renovato. - Lição 2 - 9 de Abril de 2017 - Abel, exemplo de caráterque agrada a Deus)
Deus atenta para Abel, não pela qualidade de sua oferta, mas pela disposição do coração. Deus primeiro se agradou da pessoa de Abel, e então de sua oferta; o que mostra que ele não foi aceito por causa de sua oferta, mas por causa de seu caráter espiritual e digno. Aprendemos que as melhores obras dos crentes são imperfeitas e estão manchadas pelo pecado, e somente são aceitáveis a Deus através de Jesus Cristo, em quem, e em quem unicamente, que é o amado, suas pessoas são aceitas e agradáveis a Deus. Notemos que o autor da Epístola aos Hebreus observa, que pela fé, Abel ofereceu mais excelente sacrifício que Caim (Hb 11.4)

2. O testemunho de Enoque. Há pouquíssimas referências à pessoa de Enoque no registro bíblico. Mas o pouco que há é suficiente para inspirar fé e confiança (Hb 11.5). Somente duas pessoas são citadas na Bíblia que não experimentaram a morte, um é Elias, o profeta de Tisbe, o outro é Enoque. A Bíblia diz que esse traslado de Enoque se deu por causa deste "andar" com Deus. Ninguém se aproxima do Pai, nem muito menos anda com Ele, se não demonstrar fé. Deus é soberano age como quer, mas o fato é que Deus chamou Enoque para perto de si Por causa do seu andar na fé. Sem fé ninguém agrada a Deus.
Aquele que se aproxima de Deus” - a palavra aproximar é usada repetidamente em Hebreus para se referir ao privilégio de chegar perto de Deus (Hb 4.16; 7.25; 10.1,22). Aqui o autor de Hebreus explica que a fé é obrigatória àqueles que se aproximam do Senhor (Hb 10.22). Deus dá a recompensa, o galardão, àqueles que o buscam e que praticam boas obras no poder do Espírito Santo (Ap 22.12).
Duas coisas sobre Enoque:
(1) foi liberto da experiência da morte devido à sua fé (“foi trasladado” – o verbo significa transpor, transferir, remover);
(2) obteve testemunho de haver agradado a Deus antes de ser trasladado.
O professor de teologia e ministro da Igreja Batista Liberdade, em Araraquara-SP, Wilsom Porte Jr comenta:
Sabemos muito pouco sobre Enoque. O pouco que sabemos, contudo, nos permite compreender o porque de Deus tê-lo colocado na lista de heróis da fé, na lista daqueles cujo testemunho devemos imitar, enquanto perseveramos nós também em nossas próprias histórias de vida. [...] O verso 19 nos diz que Enoque teve muitos irmãos. No entanto, ninguém temia ao Senhor como ele. Nós nem mesmo sabemos do nome de seus irmãos. Seus irmãos não são chamados de heróis da fé. Isso não significa que eles não tenham temido ao Senhor, mas que eles não chegaram ao ponto onde Deus espera que todos cheguemos um dia. E Enoque chegou lá, e chegou o mais perto que qualquer outro homem tenha chegado. Isso já nos mostra o quanto Enoque era especial e diferente dos de sua geração. Diferente, mas nem tanto. O verso 21 diz que Enoque teve um filho, Metusalém. Isso significa que Enoque se casou, e teve com sua esposa filhos e filhas, diz o final do verso 22. Ou seja, nesse quesito, Enoque foi bastante parecido com as pessoas de sua época. Ele não era um super-homem, mas um homem comum que nasceu, teve irmãos e irmãs, conheceu uma garota, casou-se com ela e teve filhos e filhas com ela. Mas, o diferencial na vida de Enoque é o que está no início do verso 22: “Andou Enoque com Deus”. O que significa andar com Deus? Andar com Deus significa andar com pensamentos em Deus. Significa também andar com atos de amor pelo Senhor, dizendo não ao pecado e a tudo que sua geração lhe oferecia. Significa que o coração de Enoque estava o tempo todo em Deus.” (PORTE. Wilsom Jr. ENOQUE: O que significa andar com Deus? Disponível em: http://wilsonporte.org/enoque-o-que-significa-andar-com-deus/. Acesso em: 11 mar, 2018)

3. A confiança de Noé. No seu sermão escatológico, Jesus se referiu aos dias de Noé como uma época de insensibilidade espiritual. Foi uma geração, á semelhança da nossa, imediatista! FoI aqui e agora. Nos dias de Noé já se vivia uma espécie de hedonismo, porque todos se preocupavam apenas com aquilo que dava prazer imediato (Mt 24.37-39). Eles não "perceberam", mas Noé, sim. Quando ninguém conseguia ouvir Deus, Noé o ouviu: "Pela fé, Noé, divinamente avisado das coisas ainda não se viam, temeu, e, para salvação da sua família, preparou a arca, pela qual condenou o mundo, e foi feito herdeiro da justiça que é segundo  fé" (Hb 11.7).
Como Jesus dissera em Mateus 24.38: “Porque nos dias que antecederam ao Dilúvio, o povo levava a vida comendo e bebendo, casando-se e oferecendo-se em matrimônio, até o dia em que Noé entrou na arca”. Nada mudou entre a geração de Noé e a de Enoque. Ninguém percebia Deus. Noé nunca tinha visto (v. 1) o dilúvio que Deus lhe revelou. Ainda assim, acreditou em Deus e deu toda a atenção a Seus avisos. Sua fé não só o salvou da inundação, mas também do juízo de Deus, pois se tornou herdeiro da justiça.
Nenhuma outra coisa poderia ter levado Noé a fazer o que fez senão a fé. Ele teve fé suficiente para salvar a si e a sua casa. Observe que a palavra “fé” ocorre duas vezes nesse versículo. William Newell comentou: “Quando Noé entrou na arca, havia a mesma convicção do fato da vinda do dilúvio que ele tinha durante os anos de construção da arca. Deus tinha falado! Aquilo era tudo o que estivera antes na sua mente. Ele nunca olhou para o céu. Fé é a convicção de coisas, mesmo quando elas não são vistas!”” (A fé: sua natureza e seus heróis. Ultimato Online. Disponível em:http://ultimato.com.br/sites/estudos-biblicos/assunto/vida-crista/a-fe-sua-natureza-e-seus-herois/. Acesso em: 11 mar, 2018)

SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
                               
Três coisas são mencionadas a respeito da fé de Abel: (1) Ele é elogiado por ser um adorador de Deus. A Escritura somente diz que pela fé, Abel ofereceu a Deus maior [melhor] sacrifício do que Caim, porque o sacrifício de Abel era uma expressão de adoração que envolvia toda a sua vida e fé. Apresentou toda a sua fé a Deus, não manteve qualquer reserva. Isto representou total devoção ao Senhor, não simplesmente uma cerimônia religiosa. Pela fé adentrou a mais profunda realidade espiritual e interior do sacrifício ao Deus invisível.
(2) Alcançou testemunho de que era justo', Caim não era justo; Deus lhe disse que sua oferta somente seria aceitável se fizesse o que era certo (Gn 4.3-7). Deus rejeito a adoração de Caim porque seu coração não era justo, Abel, por outro lado, demonstra a íntima relação entre a retidão e a fé em 10.38, Sua adoração agradou a Deus porque vivia e agia fé como um homem justo.
(3) Foi mencionado por seu testemunho. Abel morreu como o primeiro mártir profético da história (Lc 11.50,51); seu testemunho duradouro passou por sucessivas gerações e continua a falar da vida de fé que agrada a Deus, como homem fiel que adora a Deus de todo o seu coração (ARRINCTON, Frenth L; STRONSTAD, Roger (Ed.) Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento, 2.ed. Rio de Janeiro; CPAD, 2004, p. 1012).

II. A FÉ QUE FAZ VER O INVISÍVEL

1. A obediência de Abraão. Após ter falado sobre Abel, Enoque e Noé, o autor agora foca o seu argumento sobre a fé da pessoa de Abraão, o patriarca da nação hebreia. Todos os nomes citados anteriormente são tidos como exemplos de fé, mas nenhum deles havia se tornado um modelo para os judeus, como fora Abraão. Quando chamado por Deus, Abraão obedeceu e sua fé o guiou mesmo quando não sabia para onde ia (Hb 11.8). Mas Abraão não era apenas pai dos judeus, ele era pai de "todos os que creem" (Gl 3-7). Os cristãos deveriam seguir suas pegadas com a mesma obediência e a mesma fé do amigo de Deus.
Abraão não sabia para onde ia, mas depositou sua total confiança em Deus. Fé significa entrar obedientemente no desconhecido (v. 1). Abraão agiu assim, e Deus o considerou justo por causa disso (Gn 15.6; Rm 4-1-12).
Não é por acaso que os comentários sobre a fé de Abraão ocupam mais espaço do que o dedicado a qualquer outro personagem do AT neste capítulo. Ele era, por excelência, um homem de fé. Então, era de se esperar que “o pai de todos os que creem” (Rm 4.11), ou o “pai da fé” como alguns dizem, recebesse grande espaço nesta galeria de heróis da fé. Todavia, o espaço de uma lição não é ideal para que façamos os comentários que o texto merece. O esboço a seguir nos ajuda a acompanhar os passos desse pai de muitas nações (Rm 4.17-18) e saber o que ele realizou pela fé.
Abraão obedeceu (v.8).
Abraão peregrinou (v.9).
Abraão aguardou (v.10).
Abraão gerou (v.11).
Abraão prosperou e alcançou uma pátria superior (v.12-16).
Abraão ofereceu (v.17-19).” (A fé: sua natureza e seus heróis. Ultimato Online. Disponível em: http://ultimato.com.br/sites/estudos-biblicos/assunto/vida-crista/a-fe-sua-natureza-e-seus-herois/. Acesso em: 11 mar, 2018)

2. A fidelidade de José. A Escritura testemunha sobre a fidelidade de José. Embora tenha sido vendido, ele mesmo nunca se vendeu (At 7.9,10). A fé o manteve vivo no Egito. Se a fé de Abraão fez com que conhecesse o desconhecido, por outro lado, a fé de José fez ele enxergar o invisível (Hb 11.22). José, pela fé, "viu" o Êxodo do povo judeu. De fato, a palavra grega "saída" (v.22) é a mesma usada para se referir ao Êxodo. É essa fé, que nos faz enxergar o desconhecido e acreditar no futuro, que o autor exorta os crentes a demonstrarem.
Fidelidade significa ‘respeito por alguém’, ‘lealdade’, isso significa que a fidelidade está também ligada ao convívio social, ela é uma característica das relações interpessoais. Nesse quesito, José foi aprovado - manteve-se sempre fiel a Deus –  “como, pois, posso cometer este tão grande mal, e pecar contra Deus?” (Gn. 39:9). José acreditou até o final de sua vida no futuro invisível que Deus lhes havia prometido com relação a Seu povo.
A vida de José mereceu ser citada como um belo exemplo de fé nesta galeria. O autor da carta escolheu um episódio que pertence ao final da vida de José. Está registrado em Gênesis 50.24-26. José havia passado a totalidade de sua larga vida, a não ser os primeiros dezessete anos, no Egito, mas aquele não era o seu lugar. O cumprimento do seu pedido está em Êxodo 13.19 e Josué 24.32. Na vida de Isaque, de Jacó e de José encontramos atos preciosos de fé. Eles provaram, mais uma vez, que “a fé é a certeza de coisas que se esperam e a convicção de fatos que não se veem””. (A fé: sua natureza e seus heróis. Ultimato Online. Disponível em:http://ultimato.com.br/sites/estudos-biblicos/assunto/vida-crista/a-fe-sua-natureza-e-seus-herois/. Acesso em: 11 mar, 2018)
O próprio Senhor Jesus Cristo declarou: “Buscai primeiro o Reino de Deus e a sua justiça e todas as demais coisas vos serão acrescentadas” (Mt 6.33). José é um exemplo de como isso funciona na prática, fugindo da imoralidade e não se deixando cair na tentação.

3. A determinação de Moisés. A jornada do Êxodo, sob a liderança de Moisés, durou quarenta anos. Todavia, a jornada da fé de Moisés começou bem antes (Hb 11.24,25). Moisés foi um homem determinado, ousado, confiante e cheio de fé. A sua fé também permitiu que ele enxergasse o invisível, pois teve "por maiores riquezas, o vitupério de Cristo do que os tesouros do Egito" (Hb 11.26). Ele "viu" Cristo, mesmo tendo vivido centenas de anos antes. Por que não seguir seu exemplo de fé na jornada espiritual?
Moisés creu em Deus ao recusar alta posição na corte de Faraó. Em vez disso, escolheu sofrer com seu povo, abandonar o Egito e aceitar a Páscoa. Para Moisés, teria sido grave pecado abandonar o povo de Deus (Hb 10.25). O vitupério de Cristo se refere à terrível morte que Cristo receberia. Tal como Cristo, Moisés escolheu sofrer o ultraje do povo de Deus, em lugar de abraçar os prazeres terrenos da corte do Egito. A possibilidade de recompensa espiritual é a grande motivação para permanecermos na fé (Mt 5.10-12; 16.24-27; 1 Co 3.12-15; 2 Co 4.16-18; 2 Tm 2.11-13; 1 Jo 2.28; Ap 22.12).
Moisés também recebe um tratamento extenso, porque tanto ele quanto o Êxodo têm muita importância na história do povo de Deus, no AT. Sua vida inteira fora marcada pela consciência da presença e do poder de Deus, além da crescente obediência à palavra do Senhor. Algumas lendas judaicas creditavam a Moisés um vasto conhecimento de aritmética, geometria, poesia, música, filosofia, astronomia e outros ramos do saber. Mas a Escritura afirma “Que nunca mais se levantou em Israel outro profeta como Moisés, (Dt 34.10 cf. Êx 33.11). O autor da carta destaca dois aspectos da fé de Moisés: pessoal e nacional.” (A fé: sua natureza e seus heróis. Ultimato Online. Disponível em: http://ultimato.com.br/sites/estudos-biblicos/assunto/vida-crista/a-fe-sua-natureza-e-seus-herois/. Acesso em: 11 mar, 2018)

SUBSÍDIO DIDÁTICO

“Fé no período patriarcal (11. 8-22)
O período patriarcal do Antigo Testamento se estende de Abraão a José. Abraão é como o centro das atenções; somente um verso é dedicado a Isaque (v. 20), Jacó (v. 21) e José (v, 22). Isto é compreensível Já que Abraão, o homem de fé por excelência no Antigo Testamento, desempenha um papel central no princípio da história hebraica e na obra do plano de salvação de Deus, No Novo Testamento, Abraão é mencionado mais extensivamente do que qualquer outra figura do Antigo Testamento. Aqui em Hebreus 11, três principais episódios da vida de Abraão são mencionados para ilustrar três importantes faces de sua jornada de fé.
1) Ao obedecer ao chamado de Deus para partir de Ur dos Caldeus para uma terra prometida desconhecida, Abraão demonstrou fé no futuro não visto (11.8-10).
2) Durante longos anos de espera pelo filho e descendentes prometidos em circunstâncias humanamente impossíveis, Abraão demonstrou fé na promessa impossível (11.11,12).
3) Quando Deus pediu que sacrificasse Isaque (seu único filho da promessa). Abraão demonstrou fé em meio à prova ou ao teste severo (11.17-19). Atém destes modos em que a fé está poderosamente ilustrada, um parêntese em 11.13-16 chama a atenção para uma linha comum de fé que percorre a vida de Abraão e dos outros patriarcas (ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Ed.) Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. 2.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, p. 1614). 

III. A FÉ QUE DÁ PODER PARA AVANÇAR

1. A ousadia de Josué. Moisés havia morrido e a Josué coube a missão de introduzir o povo na Terra Prometida. Contudo, o ingresso na terra não poderia ser feito enquanto Jericó permanecesse de pé. De nada adiantava ter saído do Egito para ficar fora de Canaã. O povo só ficaria de pé se Jericó caísse. Numa guerra a vitória pertence a quem for mais numeroso, bem armado e melhor treinado. Israel não possuía tais capacidades. O autor então mostra como eles venceram — pela fé (Hb 11.30). Sim, a fé foi a arma infalível nessa guerra! Se a fé os fez avançar na conquista da Canaã terrena, muito mais essa mesma fé pode fazer na jornada celestial.
Assim que atravessaram o Jordão pés enxutos, Josué e os filhos de Israel se encontram diante de outro obstáculo invencível, a cidade de Jericó protegida por suas muralhas. Uma verdadeira fortaleza Cananéia, estrategicamente encravada na entrada da terra prometida. Além do mais, Jericó sendo uma cidade fortificada, era atuada por forças do mal, forças espirituais que somente poderiam ser aniquiladas pelo Espírito de Deus. Josué, então, ouve a voz de Deus a lhe encorajar neste momento: “Tenho dado na tua mão a Jericó e ao seu rei, os seus valentes e valorosos”. (v 11).
A queda dos poderosos muros foi um ato de fé. “Pela fé cairiam os muros de Jericó, sendo rodeados durante sete dias”. Aquilo que a fé produziu tem sido confirmado pelo testemunho da História. As investigações arqueológicas com suas pás, picaretas e tábuas cronológicas, confirmam em cada detalhe, a descrição bíblica da tomada de Jericó pelo povo eleito. Os sábios têm sondado cuidadosamente camada sobre Camada dos escombros da antiga Jericó. Os arqueólogos Wernst Sellin e Carl Watzinger, dois chefes da expedição austro-alemã, descobriram ali duas muralhas concêntricas. “O espaço entre as duas muralhas está cheio de escombros e entulho. Vêem-se nitidamente vestígios de um gigantesco incêndio, massas compactas de tijolos enegrecidos, pedras esmiuçadas, madeiras carbonizadas e cinzas. As casas ao longo dos muros foram queimadas até os alicerces, seus tetos desabaram sobre os utensílios domésticos” (J. Garstang). Portanto, toda essa descrição coincide com a narrativa feita por Josué (vv 20,24)”. (Lições Bíblicas (Jovens e Adultos) CPAD; 1º Trim 1992. Tema Central: JOSUÉ, o Livro das Vitórias; Comentarista: Severino Pedro da Silva, pág 24-27)

2. A coragem de Raabe. Na queda de Jericó, Raabe escapou com vida. Escapou, como afirma o texto bíblico, pela fé (Hb 11.31). Mas a sua fé fez mais — pela fé, Raabe, mesmo sendo gentia, entrou na linhagem do povo de Deus (Mt 1.5). A fé de Raabe deve servir de inspiração e motivação para quem está na jornada rumo à Canaã celestial.
Interessante notar que o nome ‘Raabe’ significa ‘insolência’, ‘ferocidade’. Raabe – a insolente e feroz - foi confrontada pela situação que a cidade estava destinada, creu na palavra dos espiões hebreus, creu no Nome do Deus Hebreu e escolheu o caminho a seguir e em quem depositar a sua fé. Que exemplo para nós! Temos a obrigação de agir conforme a fé que declaramos. Raabe agiu em conformidade com a sua fé. Tiago nos faz refletir sobre a atitude dela em Tg 2.25: “E de igual modo não foi a meretriz Raabe também justificada pelas obras, quando acolheu os espias, e os fez sair por outro caminho?”. Raabe além de receber a vitória sobre sua sentença de morte, tornou-se esposa de Salmom e mãe de Boaz, ancestral de Davi, passando a pertencer à árvore genealógica de Jesus (Mt 1.5).

3. O heroísmo de Gideão. O autor fecha a sua lista dos heróis da fé citando vários personagens bíblicos. A lista é encabeçada por Gideão, um dos juízes durante o regime tribal israelita (Hb 11.32). Gideão foi desafiado por Deus buscar o livramento do seu povo por meio da fé. Em desvantagem numérica bélica, ele contava apenas com a fé na grandeza de Deus. Com apenas 300 homens, mas com a promessa divina recebida pela fé, ele deu grande livramento a seu povo. Deus não conta com número, Ele conta com quem tem fé!
Gideão foi o 5º juíz ou libertador, apresentado em Jz 6, 7 e 8. Sua primeira missão: destruir os ídolos do próprio pai e fazer um altar ao Senhor no mesmo lugar (Jz 6:25-26). Gideão tinha coragem, o próprio Deus por meio de seu Anjo dá testemunho dele, "o Senhor é contigo homem valente", embora estivesse malhando trigo no lugar de espremer uvas para despistar os midianitas. Sua coragem foi observada em sua totalidade após Deus falar com ele. A nossa missão, como a de Gideão, começa em casa. Deus destaca as nossas responsabilidades em relação à própria família. Como disse Gideão: “O Senhor vos dominará” (Jz 8.23).
O heroísmo de Gideão tinha como fonte a presença do Senhor. A força verdadeira do servo do Senhor não vem de si mesmo, e sim de Deus. Ninguém é forte o bastante para resolver seus próprios problemas sozinho, especialmente quando falamos sobre nosso problema principal: o pecado. Dependemos de Deus e de sua graça (Ef 2.8-9). Paulo disse: "tudo posso naquele que me fortalece" (Fp 4:13). Os homens valentes, hoje em dia, são aqueles que confiam no Senhor.
Nas conversas com Gideão, Deus afirmou sua presença repetidas vezes. Primeiro, ele afirmou por palavras: "Já que eu estou contigo, ferirás os midianitas como se fossem um só homem" (Juízes 6:16). Segundo, ele afirmou por sinais. Antes da primeira missão de Gideão, Deus lhe deu um sinal impressionante. O Anjo do Senhor causou subir fogo para consumir a oferta de Gideão. Enquanto pessoas faziam ofertas ao Senhor todos os dias, era muito raro o próprio Senhor mandar o fogo para as consumir. Antes de sua segunda missão, Gideão recebeu mais três sinais. Deus deixou o orvalho molhar uma porção de lã sem molhar a terra em volta dela (Juízes 6:36-38). Na noite seguinte, ele fez ao contrário, deixando a lã seca no meio de terra molhada (Juízes 6:39-40). Nas vésperas da batalha, Deus permitiu que Gideão ouvisse uma conversa entre dois soldados midianitas, confirmando a sua vitória iminente (Juízes 7:9-15). Terceiro, Deus afirmou sua presença através de promessas cumpridas, principalmente no livramento do povo pela mão de Gideão (Juízes 6:16; 7:7,22; 8:10-12). As demonstrações de Deus foram convincentes. Gideão foi convertido! A maior bênção imaginável é a presença do Senhor em nossas vidas. Quando Jesus veio ao mundo para habitar ou fazer seu tabernáculo entre os homens (João 1:14), foi lhe dado o nome Emanuel, "Deus conosco" (Mateus 1:23). No final da sua missão terrestre, ele foi preparar um lugar para nós na presença de Deus (João 14:1-4). Ele prometeu fazer morada naqueles que o amam (João 14:23)” (Lições da vida de Gideão. Disponível em: https://www.estudosdabiblia.net/d95.htm. Acesso em 19 mar, 2018)
SUBSÍDIO TEOLÓGICO

Pela fé, Raabe, a meretriz, e sua família foram poupadas durante a destruição de Jericó (11.31: Js 6.23). Com exceção de Sara (Hb 11.11), Raabe é a única mulher mencionada pelo nome, na lista dos heróis da fé em Hebreus 11. Sua fé é revelada por ter acolhido e ocultado dois espiais enviados por Josué a Jericó antes da conquista. É também evidente em sua confissão — 'Bem sei que o Senhor vos deu esta terra' (Js 2.9) — uma fé baseada naquilo que ouviu e creu sobre o relatório do milagroso Êxodo de Israel do Egito, e das vitórias de Israel a leste do Jordão, antes de rodearem Jericó (Js 2.10-13). 'Pela fé' ela creu que o Deus de Israel era o Deus do céu e da terra. Além disso, Raabe demonstrou sua fé arriscando o 'presente por causa da perseverança futura. Deste modo, quando Jericó foi conquistada e seus habitantes destruídos, Raabe não pereceu com os incrédulos' (isto é, os desobedientes da cidade). Raabe foi poupada — uma mulher gentílica, prostituta secular, pecadora contumaz — este é um clássico exemplo, no Antigo Testamento pelo fato de Deus ser rico em misericórdia e abundante em graça, é salva pela graça através da fé (cf, Ef 2.3-9) (ARRINGTON, French L; STRONSTAD, Roger (Ed.) Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. 2.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, pp. 1624,25).

CONCLUSÃO

O autor de Hebreus contrasta o caminhar de várias personagens da história bíblica com a carreira proposta aos cristãos. Essas personagens tinham em comum um longo e desafiador percurso para fazer. Sem perseverança, ousadia e fé nenhum deles teria conseguido chegar ao seu destino final. A única forma de não retroceder é caminhar com fé. A fé derruba o obstáculo, abate o Inimigo e levanta o abatido.
Ainda que tantas pessoas tenham feito e recebido coisas extraordinárias por meio da fé, e, por isso, “obtiveram bom testemunho por sua fé”, contudo elas não receberam “a concretização da promessa” (Hb 11.39). O que o autor quer dizer é que nem um deles viu o cumprimento das profecias referentes à chegada do Messias. Nesse quesito temos a oportunidade de vivermos numa época ‘pós-calvário’, e não somente isso, nós mesmos gozamos as bênçãos àqueles prometida! Em Hebreus 11.40, temos mais um texto que comprova a superioridade de Cristo: “por haver Deus provido coisa superior a nosso respeito”. O autor se refere à fé cristã. Por isso que Jesus afirmou sobre João Batista: “Entre os nascidos de mulher, ninguém é maior que João Batista; mas o menor no reino dos céus é maior do que ele” (Lc 7.28). Há dois fatos importantes que podemos aprender nesse versículo. Primeiro: ninguém é maior que João Batista, porque ele foi o único profeta da antiga aliança que anunciou o Messias e viu o cumprimento dessa profecia. João Batista e Jesus se encontraram e dialogaram (Mt 3.13-15). Segundo: o menor no reino dos céus é maior do que João porque, a partir da chegada do Messias, as pessoas entram no reino dos céus crendo em Cristo, e Ele é maior do que todos. A fé em Cristo é superior. Sobre os heróis da fé, Hebreus 11.38 conclui: “Homens dos quais o mundo não era digno”. Ele quer nos dizer que o mundo não era um lugar bom para esses homens de fé. A estatura espiritual deles fez com que fossem merecedores de uma cidade superior. A ideia é também que o mundo não oferecia hospitalidade compatível com o exemplo de fé dessas pessoas formidáveis. Essa tão grande nuvem de testemunhas (Hb 12.1) é um exemplo para nós. O Deus deles é o nosso Deus. Eles tiveram fé, por isso obtiveram bom testemunho. Então, oremos: “Senhor, aumenta-nos a fé. Amém”.

“Achando-se as tuas palavras, logo as comi, e a tua palavra foi para mim o gozo e alegria do meu coração; porque pelo teu nome sou chamado, ó Senhor Deus dos Exércitos”. (Jeremias 15.16).


Francisco Barbosa
Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br

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