sábado, 24 de fevereiro de 2018

LIÇÃO 8: UMA ALIANÇA SUPERIOR


 
SUBSÍDIO I

INTRODUÇÃO

Como estudamos em lições anteriores, Jesus é Sumo Sacerdote Rei, alinhado a ordem de Melquisedeque. Na aula de hoje, destacaremos o exercício do Seu sacerdócio, reforçando que se trata de outra ordem, firmada em uma aliança superior. A princípio, discutiremos a respeito da atuação desse Sumo Sacerdote no Santuário Celestial. Em seguida, demarcaremos que Ele é de um Nova Aliança. E ao final, que essa Aliança é superior, e mais, tornou a Aliança Antiga obsoleta.
                                                                                                       
1. O SUMO SACERDOTE NO SANTUÁRIO

A Epístola aos Hebreus é iniciada com a declaração de que “Deus falou” (Hb. 1.1,2). No capítulo 8, nos deparamos com outra afirmação emblemática: “temos um Sumo Sacerdote” (8.1). Na conjuntura da religiosidade judaica, o sacerdócio ocupava lugar de destaque, pois através desse seria possível cumprir os rituais da lei mosaica. Os cristãos, porém, dispõem de um Sacerdote diferente “que está assentado nos céus à destra do trono da Majestade” (Hb. 8.1). O fato dEle está “assentado nos céus” contrasta com a posição dos sacerdotes terrenas. No antigo tabernáculo, antes da edificação do templo de Salomão, o sacerdócio era exercido na esfera terrestre, e pelo que apreendemos da declaração do autor, não passava de uma sombra do santuário celestial, sendo esse o “verdadeiro tabernáculo” (8.2). Aquele santuário terreno, mesmo sendo construído por homens piedosos, e sob a direção do Espírito Santo, ainda assim era limitado. O próprio templo, com sua edificação suntuosa, símbolo da habitação de Deus, não era capaz de apreendê-LO, pois o céu dos céus não é capaz de contê-LO, muito menos o santo dos santos (I Rs. 8.27). Jesus, como o Sumo Sacerdote, que se encontra no Tabernáculo Celestial, tem alcance superior em Seu exercício, ao ser comparado com os sacerdotes terrenais, da ordem levítica. Nos tempos em que a Epístola foi escrita, o templo ainda estava erguido em Jerusalém, é possível que o sacrifício com animais ainda fosse feito diariamente.

2. SACERDOTE DE UMA NOVA ALIANÇA

Os sacerdotes da Aliança Antiga atuavam à sombra de uma realidade superior, que haveria de se manifestar no futuro, e que se materializou em Cristo (Hb. 84,5). Eles estavam, como atesta o próprio escritor da Epístola a “sombra das coisas celestiais”. É provável que Moisés tenha visto o santuário eterno, do qual Cristo é Sumo Sacerdote, pois o da terra apontava para outro, tendo sido Moisés avisado: “olha, faze tudo conforme modelo que, no monte, se te mostrou” (Hb. 8.5). A revelação do santuário terreno veio do céu, uma imitação de outro que se encontrava no céu, sendo Jesus a manifestação terrena desse santuário celestial. A esse respeito é importante ressaltar que quando o Verbo se fez carne, Deus tabernaculou-se entre os homens (Jo. 1.14). Ele não era apenas um reflexo da gloria divina celestial, antes o próprio Deus-Incarnado, a expressa imagem do Deus Invisível. Por isso Seu sacerdócio, em comparação com o terreno, é “tanto mais excelente” (Hb. 8.6). Ele inaugurou uma Nova Aliança, e isso é significativo no contexto da judaico. Reis e sacerdotes, e também os profetas, eram regidos por uma aliança, estabelecida por Deus e confirmada pelos hebreus. Mas de vez em quando o povo rompia com os termos dessa aliança, e por causa disso arcava com as consequências. 

3. A OBSOLESCÊNCIA DA ANTIGA ALIANÇA

Em virtude das limitações daquela aliança, Deus decidiu subscrevê-la, e torná-la obsoleta. Para tanto, estabeleceu um novo pacto, com um novo sacerdócio, segundo a ordem de Melquisedeque (Jr. 31.31-34). Jeremias alertou os judeus em relação aos seus pecados, e antecipou uma aliança futura, que iria tornar a aliança antiga desnecessária. Um novo pacto foi estabelecido, enquanto aquele foi estabelecido pela retirada do povo do Egito, este se dá pelo ato de Deus, que testifica: “porei as minhas leis no entendimento e em seu coração as escreverei; e eu lhes serei por Deus, e eles me serão por povo” (Hb. 8.10). O “depois daqueles dias” é chagado através da Nova Aliança em Cristo, que torna desnecessária e obsoleta a aliança anterior. Nessa nova aliança, não dependemos mais de preceitos humanos para nos conduzir, temos a direção do Espírito Santo por meio da Palavra, que nos conduz a Deus (Hb. 8.11). Os crentes, como bem ressaltou os reformadores, são agora sacerdotes em Cristo, por isso podemos ter acesso direto ao trono da graça. A Nova Aliança é capaz de fazer aquilo que o Antiga não teve êxito, uma expiação completa dos pecados, pois dos nossos pecados o Senhor não mais se lembrará (Hb. 8.12). Na Antiga Aliança os sacrifícios eram contínuos e repetitivos, mas no sacerdócio de Cristo, fomos alcançados pela graça de Deus, nenhuma condenação há para aqueles que estão em Jesus (Rm. 8.1).

CONCLUSÃO

A Aliança Antiga, firmada no Sinai, “envelheceu” (Hb. 8.12), diante da Nova Aliança em Cristo. E de fato, pouco tempo depois da escrita dessa Epístola, o templo em Jerusalém foi destruído. Essa é uma metáfora concreta do final da Antiga Aliança, e da inauguração de um novo tempo, no qual Cristo é Sumo Sacerdote Eterno, de um Santuário Celestial. Por isso, podemos ter a convicção de que não devemos pecar, mas se pecarmos temos um Intercessor nos céus, que também é a propiciação pelos nossos pecados (I Jo. 1.9;2.1).
 
Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa
Extraído do Blog subsidioebd
COMENTÁRIO E SUBSÍDIO II

INTRODUÇÃO

O capítulo oito da Carta aos Hebreus apresenta uma aliança superior; um santuário superior e também um sumo sacerdote, Cristo Jesus, com um ministério igualmente superior. O antigo santuário terreno, com seu complexo sistema de ritos, dera lugar a um novo santuário, o celestial, onde o próprio Jesus oficia como Sumo Sacerdote. Mas Ele não é apenas um Sumo Sacerdote, Ele é o sumo sacerdote-rei, que está sentado à destra do Pai para interceder pelo seu povo. A Nova Aliança tornou obsoleta a Antiga por ser de natureza espiritual, interior e de se firmar em superiores promessas.
O trabalho do sacerdote era fazer as oferendas e sacrifícios no santuário (8.3). Como nosso Sumo Sacerdote celestial, Jesus também serve num santuário, mas este é um santuário que não foi feito por mãos humanas, como o foi o tabernáculo. Jesus é, não somente superior aos profetas do Velho Testamento, aos anjos, a Moisés e a Aarão, mas é também um melhor sumo sacerdote, que ministra num santuário melhor. Ele é o mediador de uma aliança melhor estabelecido sobre melhores promessas (8.2,6). Matthew Henry comenta:
“A substância ou resumo do declarado era que os cristãos tinham um Sumo Sacerdote como o que necessitavam. Assumiu a natureza humana, se manifestou na terra e ali se deu como sacrifício a Deus pelos pecados de seu povo. não nos atrevamos a aproximar-nos a Deus, ou apresentar-lhe nada, senão em Cristo e através dEle, dependendo de seus méritos e mediação, porque somos aceitos somente no Amado. Em toda obediência e adoração devemos manter-nos perto da Palavra de Deus, que é a norma única e perfeita. Cristo é a substância e a finalidade da lei da justiça. Mas a aliança aqui aludida foi feita com Israel como nação, assegurando-lhes os benefícios temporais. As promessas de todas as bênçãos espirituais e da vida eterna, reveladas no evangelho, e garantidas por meio de Cristo, são de valor infinitamente maior. Abençoemos a Deus porque temos um Sumo Sacerdote idôneo para nossa indefensa condição.”. (Comentários Bíblicos. Disponível em: https://bibliacomentada.com.br/biblia/mobile/hebreus-capitulo-8-versiculo-6-comentado-por-versiculo.html. Acesso em 19 fev, 2018)
Não obstante estar Cristo assentado à destra de Deus, e tendo concluído sua obra, quando do seu ministério terreno, Ele é aqui descrito como “ministro do santuário e do verdadeiro tabernáculo” (v.2). Nos céus, o Mestre amado continua a executar seu ministério ou serviço divino, como nosso mediador, intercessor, advogado e Sumo Sacerdote perante o Pai, pois entrou no santo dos Santos. Abrindo um pouco o véu da eternidade, a Bíblia revela-nos algo sobre o trabalho de Cristo nos céus. De lá, Ele controla todas as coisas, tanto as que estão nos céus, quanto as que estão na terra, no universo, enfim. Ele está assentado “à destra da majestade”, “sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder” (1.3). É muita coisa! Em relação a nós, diz a Bíblia, que “ele está à direita de Deus, e também intercede por nós” (Rm 8.34b).

I. UM SANTUÁRIO SUPERIOR
                                
1. Pertencente a uma dimensão superior. Tanto o judaísmo como o cristianismo estavam familiarizados com a figura do tabernáculo de Moisés. No livro do Êxodo constam as instruções dadas por Deus a Moisés para a construção do Santuário (Êx 25.1-9). As recomendações dadas a Moisés, conforme expõe o registro sagrado, eram destinadas a construção de um santuário, onde Deus habitaria com eles (Êx 25.8). Essa era, portanto, a finalidade terrena do tabernáculo móvel e era nesse tabernáculo que tanto os sacerdotes como o sumo sacerdote exerciam seus ministérios. Todavia, foi no santuário celestial que Cristo entrou para oficiar, como Sumo Sacerdote, em nosso favor. Para o escritor aos Hebreus, esse tabernáculo é o próprio céu que é chamado de "verdadeiro Tabernáculo" por pertencer à dimensão celestial.
Hebreus 8.5 fala-nos de figuras e das sombras das coisas celestiais. Foi dito por Deus a Moisés (Ex 25.8) que construísse um santuário, sendo-lhe revelado inclusive seu modelo no monte Sinai (Ex 24.18). Tudo foi feito como o Senhor Deus ordenara a Moisés (Ex 39 e 40). Seus construtores, Bezaleel e Aoleabe o fizeram em detalhes, minuciosamente (Ex 31.1-6). O Tabernáculo seria algo que homem algum jamais teria imaginado. Foi construído para que as verdades fundamentais no Novo Testamento fossem compreendidas. Cada detalhe e objeto falava da obra redentora de Jesus Cristo.
O tabernáculo é a morada de Deus. Sendo Ministro, Jesus Cristo nos leva à própria presença de Deus, onde temos plena comunhão com Ele. Por ser de uma superior aliança, Cristo nos prepara e equipa para entrarmos e morarmos no Lugar Santíssimo. Aleluia!.” (Revista CPAD - 3º Trimestre de 2001 - Título: Hebreus — “... os quais ministram em figura e sombra das coisas celestes” - Comentarista: Elinaldo Renovato)
É importante que se diga que o Tabernáculo não foi uma ideia de Moisés; este recebeu do próprio Deus a ordem para erguê-lo – instruções sobre planta e objetos para culto, e Moisés fez conforme toda ordem divina, ordem esta recebida no Sinai. O modelo dado a Moisés deveria seguir exatamente todos os detalhes do projeto a ele revelado. Assim, compreendemos qual a finalidade de Deus abrir o coração dos egípcios a fim de que abençoassem os hebreus quando saíram do Egito, o Tabernáculo seria construído com os recursos vindos desta providência divina.
Pelo tabernáculo são vistas “as figuras das coisas que estão no céu” (Hebreus 9.23, 24). A morada divina, onde Cristo entrou, “para comparecer por nós perante a face de Deus” (v. 24) foi representada pelo “santuário feito por mãos”, ou seja, o tabernáculo (v. 24, “figura do verdadeiro”). Pela exatidão da figura do tabernáculo do Velho Testamento representar o céu, a verdadeira morada de Deus no céu é chamada “o templo do tabernáculo do testemunho” (Apocalipse 15.5). Como o povo de Deus entrava no tabernáculo, assim, hoje, podemos entrar no céu.” (Cap 12 - O Tabernáculo. Disponível em: http://www.palavraprudente.com.br/estudos/calvin_d/tabernaculo/cap12.html. Acesso em: 19 fev, 2018)

2. Possuidor de uma natureza superior. O santuário terreno, mesmo tendo sido construído com objetos e metais preciosos, não era o verdadeiro tabernáculo, mas apenas um modelo do verdadeiro. Na verdade, o tabernáculo terreno era um tipo que aponta para o santuário celestial: "Olha, faze tudo conforme o modelo que no monte se te mostrou" (Hb 8.5). Ele era o lado visível de uma realidade invisível. Invisível, mas real! O santuário terreno era por natureza temporal, figura do verdadeiro santuário, que é espiritual e eterno. Foi nesse santuário que Jesus se tornou "ministro do santuário, e do verdadeiro tabernáculo" (Hb 8.2).
O tabernáculo representa como Deus se relaciona conosco:
É útil estudar sobre o tabernáculo para aprender mais da pessoa de Cristo. O espírito da profecia é Cristo (Apocalipse 19.10, “E eu lancei-me a seus pés para o adorar; mas ele disse-me: Olha não faças tal; sou teu conservo, e de teus irmãos, que têm o testemunho de Jesus. Adora a Deus; porque o testemunho de Jesus é o espírito de profecia.”; I Pedro 1.10,11). O nosso conhecimento de Cristo não é danificado pelo estudo do Velho Testamento, mas é instruído e fortalecido pelo estudo do Velho Testamento. Por isso convém estudar o que diz a Bíblia sobre o tabernáculo.” (Cap 12 - O Tabernáculo. Disponível em:http://www.palavraprudente.com.br/estudos/calvin_d/tabernaculo/cap12.html. Acesso em: 19 fev, 2018)
O tabernáculo representa o céu claramente. Em Hebreus ficamos sabendo que Deus estabeleceu o tabernáculo comoi um padrão Deus para “servir de exemplo e sombra das coisas celestiais” (8.5), “uma alegoria para o tempo presente” (9.9). O Plano dda Salvação está exemplificado pelo tabernáculo. Nele nós vemos explícita a necessidade de um Mediador e de um Sacrifício Aceitável. Todas as alegorias encontradas ali apontam e cumprem-se em Cristo, como Ele mesmo declarou, ninguém entra no céu senão pelo sacerdócio de Cristo oferecendo o Seu próprio sangue diante de Deus. Cristo é tanto o Sacerdote escolhido por Deus para ministrar diante do Seu trono quanto é o Cordeiro que ofereceu o Seu próprio sangue. Como diz o autor de Hebreus, Cristo, o Sacerdote “está assentado nos céus à destra do trono da majestade” (Hb 8.1-5; 9.1-9).

3. Possuidor de uma importância superior. É possível vermos a relevância do tabernáculo celeste quando o contrastamos com o terrestre. Certo autor destaca três grandes importâncias do tabernáculo terrestre. Primeiramente o tabernáculo propiciava as condições necessárias para manter comunhão no relacionamento com Deus. No tabernáculo celestial essa condição é plenamente satisfeita. Em segundo lugar, o tabernáculo era a garantia da presença divina no meio do seu povo. Esse fato faz com que o tabernáculo se conforme em cada detalhe ao seu caráter divino, isto é, unidade e santidade. Deus requer um santuário; o Deus santo exige um povo santo (Lv 19.2). No tabernáculo celeste, habita a plenitude da divindade. Em terceiro lugar, o tabernáculo revelava a perfeição e a harmonia do caráter do Senhor vistas na sua arquitetura, tais como as gradações em metais e materiais, os graus de santidade exibidos no átrio, o lugar santo e o santo dos santos. Mas tudo isso era apenas "sombra" da perfeição e harmonia do tabernáculo celeste.
Ao estudarmos as Escrituras notamos que a graça de Deus sempre existiu, contudo, sua revelação se deu de forma gradativa. O autor de Hebreus nos ensina que no Antigo Testamento a graça de Deus é manifesta através de enigmas, símbolos, cerimônias e profecias (Hb 1.1; 10.1). Desse fato entendemos que o Plano de Salvação sempre esteve exposto desde o começo do mundo.
“No livro de Apocalipse, cena após cena, no céu, revela as coisas tipificadas no tabernáculo terreno confirmando ainda que o tabernáculo figurava as coisas no céu. Pelo livro achamos “sete castiçais de ouro” representado as sete igrejas da Ásia (1. 12); “sete lâmpadas de fogo” que representam “os sete espíritos de Deus” (4.5); “o altar” representando o trono de Deus (6. 9); “um incensário de ouro” que representa “as orações de todos os santos” (8. 3); “o templo de Deus e a arca da Sua aliança” representando a Sua majestosa presença (11. 19). Conhecer fatos sobre o tabernáculo nos ensina do céu. Crer Naquele que o tabernáculo figura, nos dá entrada no céu.”. (Cap 12 - O Tabernáculo. Disponível em:http://www.palavraprudente.com.br/estudos/calvin_d/tabernaculo/cap12.html. Acesso em: 19 fev, 2018)
“Antes de considerar detalhadamente a obra sacerdotal de Cristo (cap. 9;10.1-18), o autor apresenta um panorama geral, quanto à natureza, da relação entre o novo santuário (8.1-6) e a Nova Aliança (8.7-13).
1. O novo santuário:- O autor inicia o argumento dizendo: “Quanto ao assunto em discussão, este ponto é principal (a essência do que temos dito) porque agora possuímos um Sumo Sacerdote, e Ele já está exercendo a obra sacerdotal condigna à sua posição no santuário celeste”. Este santuário foi divinamente estabelecido sobre o trono da majestade nas alturas (vv.1,2). A obra de Cristo como Sumo Sacerdote, nas regiões celestiais, de maneira nenhuma poderia cumprir-se na terra, pois no tempo que foi escrita a epístola ainda havia uma ordem sacerdotal (ultrapassada, contudo ainda funcionando) estabelecida pela lei mosaica. Uma vez que Cristo não pertencia à tribo de Levi (7.13,14), naturalmente não podia atuar com eles (vv.5,6).
2. A nova aliança:- O sistema levítico baseava-se numa aliança que até os profetas reconheceram imperfeita e transitória, pois falavam do propósito divino de estabelecer uma nova. Se a primeira fosse perfeita, não haveria procura por uma segunda aliança (v.7). Daí entendemos que havia no coração do povo santo que viveu no Antigo Testamento um senso de satisfação. Procuravam algo superior. E essa aliança melhor já fora prometida, como provam as Escrituras (Jr 31.31-34; Ez 36.25-29; vv. 8-12). (Comentário Bíblico - Hebreus, CPAD, págs.145-147.)

SUBSÍDIO DIDÁTICO
                               
 Prezado(a) professor(a), antes de introduzir o primeiro tópico da lição desta semana, escreva no quadro estas três expressões: dimensão superior, natureza superior e importância superior. Após fazer a exposição do primeiro tópico, retorne à lousa e peça para que os alunos expliquem com as próprias palavras as expressões-chaves sobre o ministério da Nova Aliança.

II. UM MINISTÉRIO SUPERIOR

1. No aspecto posicional. O autor mostra através de seus argumentos que Jesus, de fato, deve ser visto como verdadeiro sumo sacerdote-rei. Já foi destacado em lições anteriores que no Antigo Pacto nenhum rei exerceu de forma legítima a função de rei-sacerdote. Dois exemplos bíblicos de reis que tentaram atuar como sacerdotes, mas que foram reprovados são os de Saul e Uzias. Jesus é o único Sumo Sacerdote-Rei que cumpriu as exigências da profecia bíblica do Salmo 110.4. Por ser de uma ordem superior, a ordem de Melquisedeque, Ele não está sujeito às exigências do sistema levítico. E por ser Sumo Sacerdote da ordem de Melquisedeque também não está limitado a um tabernáculo terreno. O seu santuário, onde Ele oficiou, é divino, além de maior e melhor em dois outros aspectos.
No verso 1 da leitura bíblica em classe temos: “Um sumo sacerdote tal…” (v.1a) - com esta expressão, a Palavra de Deus visa mais uma vez enfatizar a singularidade de Cristo como Sumo Sacerdote, destacando-o e diferenciando-o dos sumo sacerdotes comuns, frágeis, mortais, da Antiga Aliança. A expressão “tal”, aqui, evidencia a incapacidade das palavras humanas para descrever a grandeza de Cristo.
 Não obstante estar Cristo assentado à destra de Deus, e tendo concluído sua obra, quando do seu ministério terreno, Ele é aqui descrito como “ministro do santuário e do verdadeiro tabernáculo” (v.2). Nos céus, o Mestre amado continua a executar seu ministério ou serviço divino, como nosso mediador, intercessor, advogado e Sumo Sacerdote perante o Pai, pois entrou no Santo dos Santos. (Revista CPAD - 3º Trimestre de 2001 - Título: Hebreus — “... os quais ministram em figura e sombra das coisas celestes” - Comentarista: Elinaldo Renovato)
Jesus, como Sumo Sacerdote constituído por Deus, no céu, exerce seu trabalho no verdadeiro tabernáculo, fundado pelo Senhor, e não pelo homem. O antigo tabernáculo, montado no deserto, deixou de existir. Sua exuberante glória desapareceu. Salomão construiu o majestoso templo, que substituiu o tabernáculo (2 Cr 7.1,11). Mais tarde, esse templo foi destruído e substituído por outro, que também desapareceu. Mas o tabernáculo celeste, no qual Cristo está, é eterno e indestrutível.

2. No aspecto funcional. No Antigo Pacto, os sacerdotes adentravam no tabernáculo para oferecer suas ofertas e sacrifícios muitas vezes, e o sumo sacerdote uma vez no ano (Hb 8.3). Cristo, à semelhança do sistema sacerdotal arônico, também deveria ter oferta para oferecer. Contudo, há duas coisas que diferenciam o sacerdócio de Cristo com o do Antigo Pacto: Ele mesmo se deu em sacrifício (1Co 5.7) e este, ao contrário do sacrifício levítico, não mais se repete, foi efetuado de uma vez por todas. Cristo, portanto, não está mais oferecendo sacrifício no céu de forma repetida como fazia os sacerdotes levitas. Agora, Ele intercede por todos os que o invocam.
Jesus Cristo e o verdadeiro tabernáculo (8.2), são as realidades invisíveis prefiguradas pelos sacerdotes e o santuário físico do Antigo Testamento; a ‘Segunda Aliança’ (V. 7) é a realidade prefigurada pelo antigo. Jesus trouxe-nos perfeita salvação. No modelo arônico, diversos sacerdotes sucederam-se constantemente, visto que “pela morte foram impedidos de permanecer”. Estes sacerdotes apenas intercediam pelos homens a Deus, mas não os  salvavam. Jesus, nosso Sumo Sacerdote, não só “vive sempre para interceder” por nós, como nos assegurou uma perfeita salvação por seu intermédio (Rm 8.34; Jo 5.24).
“DIFERENÇA FUNDAMENTAL ENTRE CRISTO E ARÃO
1. Jesus , sacerdote perfeito. A Lei previa a possibilidade de erro ou pecado por parte dos sacerdotes (v.3; Lv 4.3). O próprio sumo sacerdote Arão tinha a orientação de DEUS para oferecer sacrifícios não só pelo povo (Lv 16.15 ss.), mas por si próprio (Lv 16.11-14). Enquanto o sumo sacerdote do Antigo Testamento estava sujeito a pecar, Jesus  nunca pecou. Ele é perfeito. Satisfez todas as condições para o perfeito sacerdócio. Foi ungido como Rei, como Filho (Sl 2.6,7); e Sacerdote Eterno (Sl 110.4); foi enviado por Deus (Jo 5.30); veio em nome do Pai (Jo 5.43). Jesus  não se glorificou a si mesmo para fazer-se sumo sacerdote (v.6). Diante de todas essas qualificações, o Mestre nunca ofereceu sacrifícios por si próprio. Ele deu-se a si mesmo por nossos pecados (Gl 1.4).
2. Sacerdote eterno (v.6). O escritor aos hebreus faz referência a dois textos bíblicos no livro de Salmos para demonstrar o caráter especial do sacerdócio de Cristo: um sacerdócio que não tem fim: “Tu és meu filho; hoje te gerei” (Sl 2.7); e “Tu és um sacerdote eterno, segundo a ordem de Melquisedeque” (Sl 110.4).”. (Ev Luiz Henrique, Lição 7 – O Sacerdócio Eterno de Cristo. Disponível em:http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/licao7-jc-osacerdocioeternodecristo.htm. Acesso em 5 fev, 2018).

3. No aspecto cultual. O autor escreve a partir da perspectiva de que o culto levítico continuava em pleno funcionamento. Havia ainda nos seus dias sacerdotes que ofereciam sacrifícios e ofertas de acordo com a lei (Hb 8.4). A atividade sacerdotal juntamente com as demais funções exercidas pelos sacerdotes estava estritamente relacionada ao culto. Nesse aspecto, o sacerdócio de Cristo era superior porque sua atividade cultual era em tudo superior, visto se realizar no santuário celestial.
No ano 70 d.C, Jerusalém foi arrasada pelo general Tito e desde então, não se tem registros de sacrifícios de animais como adoração no meio Judeu. Hebreus foi escrito provavelmente antes ou um pouco depois da destruição do templo, ocorrido em 70 d.C. Em vista do tema do livro, é improvável que o autor tivesse deixado de mencionar a destruição do templo, no ano 70 d.C., se esse evento tivesse ocorrido ao tempo da escrita. Uma vez que ele não citou esse evento para apoiar seus argumentos, podemos aceitar que ainda não tivesse acontecido, e uma data próxima ao ano 65 d.C. pode ser aceita para a escrita de Hebreus. Assim, o sistema de sacrifícios e o Templo ainda estavam em pleno funcionamento.
Em Cristo, nós temos mais que um sacerdote, na terra, Jesus foi o “cordeiro de Deus”, oferecendo-se a si mesmo como holocausto, entregando sua vida em nosso lugar (Jo 10.15,28). Agora Ele exerce as funções sumo sacerdotais lá no céu: “ministério mais excelente” (1.4), que o realizado por todos os sacerdotes e sumo sacerdotes terrenos, da Antiga Aliança. “Mediante a intercessão de Cristo, aqueles que se chegam a Deus (i.e., se chega continuamente a Deus, pois o particípio no grego está no tempo presente e salienta a ação contínua) pode receber graça para ser salvo ‘perfeitamente’. A intercessão de Cristo como nosso sumo sacerdote é essencial para a nossa salvação. Sem ela, e sem sua graça e misericórdia e ajuda que nos são outorgadas através daquela intercessão, nos afastaríamos de Deus, voltando a ser escravos do pecado e ao domínio de satanás, e incorrendo em justa condenação. Nossa esperança é aproximar-nos de Deus por meio de Cristo, pela fé (ver 1 Pe 1.5).” (Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD, págs. 1907-1909).
SUBSÍDIO TEOLÓGICO

“O ANTIGO E O NOVO CONCERTO
Os capítulos 8−10 descrevem numerosos aspectos do antigo concerto tais como o culto, as leis e o ritual dos sacrifícios no tabernáculo; descrevem os vários cômodos e móveis desse centro de adoração do Antigo Testamento. É duplo o propósito do autor: (1) contrastar o serviço do Sumo Sacerdote no santuário
terrestre, segundo o antigo concerto, com o ministério de Cristo como Sumo Sacerdote no santuário celestial segundo o novo concerto; e (2) demonstrar como esses vários aspectos do antigo concerto prenunciam ou tipificam o ministério que estabeleceu o novo concerto. (3) Jesus é quem instituiu o Novo Concerto ou o Novo Testamento (ambas as ideias estão contidas na palavra grega diatheke − testamento), e seu ministério celestial é incomparavelmente superior ao dos sacerdotes terrenos do Antigo Testamento. O Novo Concerto é um acordo, promessa, última vontade e testamento, e uma declaração do propósito divino em outorgar graça e bênção àqueles que se chegam a Deus mediante a fé obediente. De modo específico, trata-se de um concerto de promessa para aqueles que, por fé, aceitam a Cristo como o Filho de Deus, recebem suas promessas e se dedicam pessoalmente a Ele e aos preceitos do novo concerto” (Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1995, p.1910).

III. UMA PROMESSA SUPERIOR

1. De natureza interior e espiritual. Debaixo da Antiga Aliança, Deus havia chamado os israelitas para ser o seu povo (Êx 19-5,6). Essa Aliança fora escrita em tábuas de pedras, revelando assim o seu lado exterior. Nesse aspecto, a lei agia de fora para dentro (Hb 8.9). Tendo o povo de Deus falhado em cumprir as exigências legais da Antiga Aliança, Deus prometeu fazer uma Nova. Nessa Nova Aliança, a lei divina não mais seria escrita em tábuas de pedras, mas sim no coração. Não mais do lado de fora, mas do lado de dentro (Hb 8.10).
Numa aliança, existem três elementos envolvidos. As partes, no mínimo duas, e um mediador. No Antigo Pacto, vemos Deus de um lado e o povo de Israel de outro. O mediador era o sacerdote ou o sumo sacerdote. Foi Deus quem propôs e estabeleceu a Antiga Aliança. Os sacerdotes fizeram seu trabalho, mas fracassaram. Foram mediadores deficientes e falhos. O lado humano, representado por Israel, arruinou-se apostatando. Mas Deus, por sua infinita misericórdia, proveu-nos um Novo e melhor Concerto, “confirmado em melhores promessas” (v.6), através de Cristo. O novo concerto aboliu o antigo (v.7) - “Porque, se aquele primeiro fora irrepreensível, nunca se teria buscado lugar para o segundo”. Em Jeremias, lemos: “Mas este é o concerto que farei com a casa de Israel depois daqueles dias, diz o Senhor: porei a minha lei no seu interior e a escreverei no seu coração; e eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo” (Jr 31.33). Ver Ez 36.25,26. Isto é muito significativo. No Antigo Pacto, o culto era mais exterior: havia os sacrifícios de animais, os rituais, a guarda dos sábados, das luas novas, etc. O Novo Concerto trazido por Cristo, em tudo é superior. A lei de Cristo é colocada no coração do homem. Em lugar de todos os sacrifícios do Antigo Pacto, Cristo, entregando-se na cruz, efetuou um único e suficiente sacrifício, expiador e redentor.
“Um indivíduo se tornava parte do povo de Israel pelo nascimento físico e era circuncidado no oitavo dia como sinal da aliança. Mais tarde, quando o menino tinha idade bastante para entender, era-lhe ensinada a lei com a esperança de que ele decidisse obedecê-la. A lei de Moisés foi escrita em tábuas de pedra, mas muitos israelitas não escreveram a lei de Deus em seus corações. O novo pacto, contudo, é diferente, como Jeremias profetizou. É ensinado às pessoas primeiro e elas se tornam parte da nação escolhida de Deus somente depois de aceitarem as condições para se tornarem parte dessa nação (Hebreus 8:11). Elas serão verdadeiramente o povo de Deus porque sua lei estará escrita em seus corações. Todos na casa espiritual de Israel (a igreja) conhecem o Senhor porque ninguém pode se tornar parte da nação eleita sem primeiro conhecer o Senhor! Mas a nova aliança é diferente de outra maneira. O perdão estaria disponível através do sacrifício de Jesus Cristo (8:12). Não haveria mais necessidade de sacrifícios anuais no Dia da Expiação como a lei de Moisés exigia (veja Levítico 16). Jesus, o sacrifício perfeito, precisou oferecer a si mesmo somente uma vez. Por que haveríamos de querer voltar ao velho e imperfeito, quando Deus providenciou um pacto novo e melhor, com um melhor Sumo Sacerdote?” (Estudo Textual: Hebreus 8:1-13 - Uma Aliança Melhor. Disponível em: https://www.estudosdabiblia.net/hebreus.htm#Hebreus%208:1-13. Acesso em: 19 fev, 2018)

2. De natureza individual e universal. A Antiga Aliança é contrastada com a Nova também quanto ao seu alcance. Na Antiga Aliança, nem todos conheciam ao Senhor, o que estava reservado somente ao sacerdote, ao escriba e àqueles que se especializavam em minúcias da Lei. Nos dias de Jesus, era comum encontrar os "mestres da lei" que frequentemente eram consultados sobre os detalhes da Tora. Todavia, na Nova Aliança o Senhor prometeu que "todos me conhecerão" (Hb 8.11). Na Nova Aliança o conhecimento do Senhor está à disposição de todos os crentes e não apenas de uma classe privilegiada.
Os doutores da lei que aparecem várias vezes nos Evangelhos e que nós os julgamos sempre em contraste com Cristo são pessoas que dedicavam a própria vida a estudar a Lei, isto é a Sagrada Escritura. Eles sabiam de cor os textos bíblicos. Sendo judeus, o texto sagrado deles corresponde ao nosso Antigo Testamento e também inclui os pensamentos dos grandes rabinos. Eram espertos na Palavra de Deus. Ou seja, eram Mestres de coisas relacionadas com a religião. Os inúmeros debates entre Jesus e eles demonstram as ideias de religião presente em Cristo e neles.
Cristo, Sumo Sacerdote dos bens futuros (v.11). Esses “bens futuros” ainda não estão plenamente ao nosso alcance. A salvação é presente, mas depende de nossa perseverança até o fim (Mt 10.22; 24.13; cf. Rm 13.11). O reino absoluto de Cristo e a feliz eternidade com Deus nos aguardam. Os céus nos esperam. A Nova Jerusalém está preparada para os santos do Senhor.
O conhecimento de Deus é o assunto mais sublime de toda a Bíblia. O conhecimento de Deus nos aguça em relação ao Supremo e ao mesmo tempo traz grande temor aos nossos corações. Isso porque o conhecimento é o mais profundo conhecimento que podemos ter. “… porque, em parte, conhecemos e, em parte, profetizamos. Mas quando vier o que é perfeito, então, o que é em parte será aniquilado será aniquilado. Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino. Porque, agora, vemos por espelho em enigma; mas então, veremos face a face; agora conheço em parte, mas então, conhecerei como também sou conhecido.” (1Co 13.9-12) - Jesus é o Mediador de algo superior; no santuário celestial. Ele ministra não apenas as palavras, mas o Espírito”. A frase na sua mente imprimirei as minhas leis (Hb 8.10b ara) é, em seguida, amplificada na declaração: E não ensinará jamais cada um ao seu próximo, nem cada um ao seu irmão, dizendo: Conhece ao Senhor; porque todos me conhecerão, desde o menor deles até ao maior (Hb 8.11). No sentido mais imediato, é pela remissão dos pecados e pela inscrição da Lei divina dentro do coração humano que os crentes conhecem o Pai em experiência pessoal. Não se trata de mero conhecimento sobre Deus, como aquele que se poderia obter ouvindo a Lei externa, mas familiaridade com o próprio Deus em Cristo. Existe também um sentido mais objetivo em que esse texto pode ser interpretado. No Antigo Testamento, a revelação não  foi completa, mas Deus falou muitas vezes e de muitas maneiras (Hb 1.1); assim, as palavras dos profetas, de Moisés em diante, deviam ser transmitidas a grupos cada vez maiores. E ainda, a Lei de Moisés, sendo dada em preceitos e mandamentos, exigia interpretação, levando à formação dos escribas, que se dedicavam a esta tarefa. Em Jesus Cristo, contudo, a revelação tornou-se completa. E, mediante o Espírito Santo concedido no Pentecostes, a Palavra de Deus foi rapidamente anunciada e difundida. Mas esta, transmitida oralmente durante algum tempo, logo se fixou em um cânone de Escrituras, inspiradas pelo Espírito Santo. A nossa Bíblia, pois, é a um tempo a Palavra de Deus e um registro dessa Palavra, e por isto tão-somente é que se torna o fundamento de nossa fé e prática. Por esta Palavra apenas, que não é de interpretação particular, podemos até julgar os que se levantam para pregar. Neste sentido, então, podemos dizer que, desde o menor até o maior, desde as crianças até os teólogos e intérpretes, a Palavra de Deus, em Sua capacidade de salvar, é acessível a todos. [Prof. Luiz Henrique].

3. De natureza relacional. O aspecto relacional é posto em evidência na citação deste versículo: "Porque serei misericordioso para com as suas iniquidades e de seus pecados e de suas prevaricações não me lembrarei mais" (v.12). A Nova Aliança é um concerto de misericórdia, graça e perdão. Certo autor destaca que o antigo sistema separava a religião da vida. O homem podia ser reto cerimonialmente e perverso no coração, ou reto no coração e incorreto cerimonialmente. Na Nova Aliança, em vez de uma "recordação de pecados todos os anos" (Hb 10.3 -ARA), como na Antiga Aliança, Deus não mais se lembra dos pecados de seu povo (Hb 10.17).
A Antiga Aliança implicava mandamentos, estatutos e juízos, os quais não foram observados pelo povo escolhido. Era um concerto transitório, como indica o escritor: “Porque se aquele primeiro fora irrepreensível, nunca se teria buscado lugar para o segundo” (v.7). Diante disso, Jesus trouxe uma Nova Aliança, que se estabeleceu, não em atos exteriores, rituais, mas no interior do homem, no entendimento e no coração. Por isso, é um melhor concerto. Que o Senhor nos faça entender esse tema, e que o valorizemos em nossa vida cristã! Nosso relacionamento não está baseada na lei e nem na obediência a elas, mas na graça de Deus, em Cristo, através do Espírito Santo que mora em nós.
Uma vez que foi alcançado perdão completo e final, Deus não se lembra mais do pecado (v. 17), e nenhum outro sacrifício se faz necessário. Jamais me lembrarei de seus pecados não significa propriamente esquecer, mas sim não manter mais o pecado voltado contra nós. O autor de Hebreus conclui seu argumento com a afirmação categórica de que Cristo nunca mais recordará nossos pecados. O perdão é completo e definitivo; não é necessário confessar reiteradamente nossos pecados passados. Como crentes, podemos ter a certeza de que nossos pecados, os que confessamos e abandonamos, foram perdoados e esquecidos.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO

“Estabelecido o Novo Concerto em Cristo, o Antigo Concerto se tornou obsoleto (8.13). Não obstante, o Novo Concerto não invalida a totalidade das Escrituras do Antigo Testamento, mas apenas as do pacto mosaico, pelo qual a salvação era obtida mediante a obediência à Lei e ao seu sistema de sacrifícios. O Antigo Testamento não está abolido; boa parte de sua revelação aponta para Cristo [...], e por ser a inspirada Palavra de Deus, é útil para ensinar, repreender, corrigir e instruir na retidão” (Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1995, p.1911)

CONCLUSÃO

O autor já havia mostrado a superioridade do sacerdócio de Jesus sobre o arônico e levítico quando o coloca como pertencente à ordem de Melquisedeque. Agora, ele mostra que esse sumo sacerdote possui um ministério superior porque ministra em um santuário superior e é o fiador de uma superior aliança. Por pertencerem a essa Nova Aliança, os crentes desfrutam de promessas superiores. Por isso glorificamos a Deus por essas bênçãos.
O tabernáculo terrestre era apenas uma sombra da realidade. O autor de Hebreus dá a entender que a primeira aliança não estava sem efeito, não era a lei que estava defeituosa, mas somente que a experiência do homem sob a lei era defeituosa. Se, na realidade, a lei tivesse sido a resposta à necessidade do homem, não teria havido necessidade alguma de uma nova aliança. Esta declaração é o sinal para o autor citar uma passagem extensiva de Jeremias a fim de explicar sua abordagem à nova aliança. Jesus, como Sumo Sacerdote constituído por Deus, no céu, exerce seu trabalho no verdadeiro tabernáculo, fundado pelo Senhor. O antigo tabernáculo, montado no deserto, deixou de existir. O Templo foi destruído. Sua exuberante glória desapareceu. Mas o tabernáculo celeste, no qual Cristo está, é eterno e indestrutível.

“...Ele é poderoso para salvar definitivamente aqueles que, por intermédio dele achegam-se a Deus, pois vive sempre para interceder por eles” (Hebreus 7.25)
Francisco Barbosa

Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br

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