SUBSÍDIO I
1. RECAPITULANDO A LIÇÃO
ANTERIOR
Na aula passada, o tema que
sobressaltou aos olhos foi o contraste do ministério de Jesus em relação ao de
Josué, conforme o escritor de Hebreus desenvolveu:
JOSUÉ → Terreno →
Temporário → Incompleto
JESUS → Celestial → Eterno → Completo
JESUS → Celestial → Eterno → Completo
O esquema acima mostra que o
nosso Senhor proveu uma mensagem superior, um descanso superior e uma
orientação superior a de Josué. Ao mostrar para a igreja hebreia a
superioridade de Jesus, a Palavra de Deus nos convida a receber a mensagem de
Cristo com fé, a obedecê-la, a ter um coração contrito, a ter a certeza de um
descanso completo e a experimentar o poder vivificante da Palavra. Essas
características nos levam a ter a consciência de que precisamos com urgência
perseverar na mensagem uma vez recebida de Cristo. Relembrar esse conteúdo é
garantir o bom movimento do fio condutor que perpassa o tema ao longo de todo
trimestre: perseverança da fé. Não se distraia acerca dessa importância.
2. INTRODUÇÃO À LIÇÃO
Após expor a superioridade de
Cristo sobre Moisés e Josué, o escritor de Hebreus passa a mostrar a
superioridade de Cristo em relação ao ministério de Arão, e por consequência,
toda a ordem levítica estabelecida na Antiga Aliança. Por isso a lição desta
semana tem três aspectos fundamentais: qualificação,
serviço e importância teológica. Essas três esferas perpassam a
revelação de nosso Senhor como verdadeiro sumo sacerdote conforme atesta estes
versículos: “Visto que temos um grande sumo sacerdote, Jesus, Filho de Deus,
que penetrou nos céus, retenhamos firmemente a nossa confissão. Porque não
temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém um que, como
nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado. Cheguemos, pois, com confiança ao
trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de
sermos ajudados em tempo oportuno.” (Hb 4.14-16). Conforme apontado nestes três
maravilhosos versículos, nosso Senhor é o sacerdote perfeito por
excelência.
3. Para compreender melhor a
qualificação, o serviço e a importância teológica do ministério sacerdotal de
nosso Senhor.
“No capítulo 4.14-16, o autor
introduziu o assunto da doutrina do sacerdócio. Aqui ele tecerá mais detalhes
da ordem sacerdotal levítica para contrastar posteriormente com o sacerdócio de
Cristo, que é de uma outra ordem e superior ao levítico. A ideia do autor ao
detalhar as qualificações exigidas do sacerdócio arônico tem o propósito de mostrar
em primeiro lugar que Jesus havia preenchido esses qualitativos. É bom ter
sempre em mente que o autor já havia mostrado Jesus como sendo o Filho de Deus,
fato esse que o identifica com a raça humana e o qualificaria para ministrar
como sumo sacerdote.
“Porque todo o sumo sacerdote, tomado dentre os homens, é constituído a favor dos homens nas coisas concernentes a Deus, para que ofereça dons e sacrifícios pelos pecados” (v.1).A primeira condição para alguém exercer o sacerdócio, revela o autor de Hebreus, é que ele tenha sido tomado de entre os homens. Somente um homem, que possui a mesma natureza de um outro homem, poderia oficiar como sacerdote. Nos primeiros capítulos de sua carta, o autor havia exposto uma farta argumentação em favor da humanidade de Jesus. Esses fatos agora se tornam de grande relevância quando ele o apresenta como um sumo sacerdote constituído em favor dos homens. O sacerdote tinha como dever apresenta dons e sacrifícios. Alguns comentaristas, como Robert Gundry, entendem que a expressão “dons e sacrifícios” são usadas como sinônimas. Por outro lado, muitos outros eruditos, como Donald Guthrie, entendem que os sentidos desses termos devem ser mantidos distintos. Guthrie observa, por exemplo, que neste caso os dons (dôra) são uma referência as ofertas de cereais e os sacrifícios (thysias) às ofertas de sangue. Isso parece ser confirmado pelo uso do verbo grego prosphero (oferecer),que ocorre dezenove vezes nessa carta, e mantém esse sentido de apresentar ofertas e sacrifícios diante de Deus. O sacerdote, portanto, deveria ser alguém que se identificasse com seus semelhantes.
“Porque todo o sumo sacerdote, tomado dentre os homens, é constituído a favor dos homens nas coisas concernentes a Deus, para que ofereça dons e sacrifícios pelos pecados” (v.1).A primeira condição para alguém exercer o sacerdócio, revela o autor de Hebreus, é que ele tenha sido tomado de entre os homens. Somente um homem, que possui a mesma natureza de um outro homem, poderia oficiar como sacerdote. Nos primeiros capítulos de sua carta, o autor havia exposto uma farta argumentação em favor da humanidade de Jesus. Esses fatos agora se tornam de grande relevância quando ele o apresenta como um sumo sacerdote constituído em favor dos homens. O sacerdote tinha como dever apresenta dons e sacrifícios. Alguns comentaristas, como Robert Gundry, entendem que a expressão “dons e sacrifícios” são usadas como sinônimas. Por outro lado, muitos outros eruditos, como Donald Guthrie, entendem que os sentidos desses termos devem ser mantidos distintos. Guthrie observa, por exemplo, que neste caso os dons (dôra) são uma referência as ofertas de cereais e os sacrifícios (thysias) às ofertas de sangue. Isso parece ser confirmado pelo uso do verbo grego prosphero (oferecer),que ocorre dezenove vezes nessa carta, e mantém esse sentido de apresentar ofertas e sacrifícios diante de Deus. O sacerdote, portanto, deveria ser alguém que se identificasse com seus semelhantes.
“E possa compadecer-se
ternamente dos ignorantes e errados; pois também ele mesmo está rodeado de
fraqueza”(v.2).O termo
grego metriopathein,
traduzida como “compadecer” tem o sentido de alguém que consegue moderar suas
paixões e sentimentos. A.B. Bruce (1831-1899) destaca que esse vocábulo
“significa sentir-se com outro, mas sem abster-se de sentir contra ele;
sercapaz de ter antipatia. Foi usado por Philo para descrever o sofrimento
sóbrio de Abraão sobre a perda de Sara e a paciência de Jacó sob aflição. Aqui
parece ser empregado para denotar um estado de sentimento em relação ao
ignorante e errado, com equilíbrio entre a severidade e indulgência excessiva”.O
sacerdote lidava com todos os tipos de desvios, erros e pecados cometidos pelo
povo. Nessa teia de relacionamentos ele via a fragilidade humana, o fracasso e
o desespero. Como um homem colocado por Deus para representar os homens, o
sacerdote sentia na sua própria alma o peso da miséria humana. Por outro lado,
ele tinha diante de si a palavra de Deus, que o instruiu a dar ao pecado o
tratamento adequado, mesmo que o remédio fosse amargo. Era nesse momento
que ele precisava agir com metripatheia,
isto é, com compaixão!
“E por esta causa deve ele,
tanto pelo povo, como também por si mesmo, fazer oferta pelos pecados” (v.3).O sacerdote da
antiga aliança vivia um dilema. Ele necessitava fazer expiação não apenas pelos
erros dos outros, mas também pelos seus. O sumo sacerdote deveria oferecer
sacrifício primeiramente por si e depois pelo povo. “Depois Arão oferecerá o
novilho da expiação, que será para ele; e fará expiação por si e pela sua casa”
(Lv 16.6). Samuel Perez Millos destaca que na cerimônia da expiação dos
sacerdotes e do povo se observa dois aspectos. Primeiramente o sacerdote, por
uma questão do direito divino natural que lhe competia, deveria se purificar de
toda imundice pessoal já que isso tornava a oferta imunda e o impossibilitava
de ministrar diante de Deus. Por outro lado, o direito positivo lhe prescrevia
essa obrigação (L 4.3; 9,7; Hb 7.27; 9.7). Essa limitação, observa Millos, não
é vista em Jesus Cristo, o eterno sumo sacerdote, que não teve necessidade de
se purificar, visto ser imaculado e santo.
“E ninguém toma para si esta
honra, senão o que é chamado por Deus, como Arão” (v.4).O autor usa a
palavra grega timê, traduzida
aqui como honra, para destacar a natureza do sacerdócio.v O
sacerdote era alguém chamado por Deus e não pelos homens. Nos dias do Novo
Testamento o sistema sacerdotal havia se corrompido e se tornado um cargo
político, não mais observando-se as prescrições divinas para o exercício desse
oficio (Ex 28.1; Lv 8.1; Nm 16.5; Sl 105.26). Todavia, como observa C.S. Keener,
o texto sugere que o autor esteja se referindo ao sistema sacerdotal
veterotestamentário, onde as exigências da lei acerca do sacerdócio eram
cumpridas, para contrastar com o sacerdócio de Jesus Cristo.
“Assim também Cristo não se
glorificou a si mesmo, para se fazer sumo sacerdote, mas aquele que lhe disse:
Tu és meu Filho, Hoje te gerei” (v.5).O autor mostra que Jesus cumpriu de uma forma
completa todas as prescrições exigidas para o exercício do sacerdócio. Ele não
se autoglorificou, constituindo-se a si mesmo como sacerdote. O léxico grego de
Walter Bauer expressa bem o sentido do texto: “Ele não se elevou à glória do
sumo sacerdócio”. No versículo quatro, o autor fala da honra
que teve Arão ao ser escolhido como sumo sacerdote, todavia quando ele fala do
sacerdócio de Jesus, mostra que o sacerdócio era algo inseparável de sua
natureza. Deus dar testemunho de Jesus dizendo: “Tu és meu filho”. Essa
atribuição lhe foi dada por Deus. Embora o autor não entre em detalhes sobre o
momento no qual Jesus teria sido constituído sacerdote, os comentaristas
destacam que a cristologia de Hebreus revela que Jesus é o filho de Deus desde
a eternidade (Hb 1.1,2; 5.8), e que foi vocacionado pelo Pai para ser sumo
sacerdote. Nesse aspecto, a vocação aconteceu antes da encarnação, contudo
entrando em vigor na paixão e morte, obtendo sua confirmação na ressurreição e
ascensão.
“Como também diz, noutro lugar:
Tu és sacerdote eternamente, segundo a ordem de Melquisedeque” (v.6).É no capítulo 7 que
a relação entre o sacerdócio de Jesus e Melquisedeque será explorada com maior
profundidade pelo o autor. Aqui o comentarista bíblico Orton
Wiley mostra o que a analogia do sacerdócio de Melquisedeque revela em relação
ao de Cristo.
1. Melquisedeque era sacerdote
por seu próprio direito, e não em virtude de sua relação com os outros;
2. Era sacerdote para sempre, sem substitutos, sem sucessor;
3. Ele não foi ungido com óleo, mas com o Espírito Santo, como sacerdote do Altíssimo;
4. Não ofereceu sacrifícios de animais, mas pão e vinho, símbolos da Ceia que depois Cristo instituiu; E (talvez o principal pensamento na mente do escritor da Epístola) Ele uniu as funções sacerdotais e reais, coisa estritamente proibida em Israel, mas a ser manifesta em Cristo, Sacerdote no seu trono (Zc 6.13).” (Trecho extraído da obra “Ânimo, Esperança e Fé em Tempos de Apostasia: Um estudo na carta aos Hebreus versículo por versículo”, editada pela CPAD)
2. Era sacerdote para sempre, sem substitutos, sem sucessor;
3. Ele não foi ungido com óleo, mas com o Espírito Santo, como sacerdote do Altíssimo;
4. Não ofereceu sacrifícios de animais, mas pão e vinho, símbolos da Ceia que depois Cristo instituiu; E (talvez o principal pensamento na mente do escritor da Epístola) Ele uniu as funções sacerdotais e reais, coisa estritamente proibida em Israel, mas a ser manifesta em Cristo, Sacerdote no seu trono (Zc 6.13).” (Trecho extraído da obra “Ânimo, Esperança e Fé em Tempos de Apostasia: Um estudo na carta aos Hebreus versículo por versículo”, editada pela CPAD)
SUBSÍDIO II
INTRODUÇÃO
O escritor da Epístola aos Hebreus ressalta a
superioridade do sacerdócio de Cristo em comparação com o de Arão. E nesse
particular, observamos uma predominância temática, recorrente em várias
passagens. Ele destaca, conforme estudaremos na aula de hoje, que Jesus foi
chamado por Deus como um Sumo Sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque (Hb.
5.10). A partir dessa temática, o escritor irá mais uma vez admoestar seus
destinatários para que não sejam de dura cerviz, e para que deem ouvidos à
Palavra de Deus (Hb. 5.11).
1. A SUPERIORIDADE DO SACERDÓCIO DE CRISTO
Antes da destruição do Templo de Jerusalém (70 a.
C.), o ofício sacerdotal era fundamental na prática do judaísmo. Em tais
ocasiões o sangue de animais era derramado e orações eram direcionadas a Deus,
pelo pecado dos israelitas. Tais práticas remetem a tempos antigos na tradição
hebraica, o próprio Abel e seu irmão Caim, o fizeram. A esses podem ser
acrescentados: Abraão, Isaque e Jacó, os patriarcas do povo hebreu. De certo
modo, podemos afirmar que o cristianismo tem seu fundamento no próprio
judaísmo, pois “visto que temos um grande sumo sacerdote, Jesus, Filho de Deus,
que penetrou nos céus” (Hb. 4.14). Ele não é um sacerdote comum, mas um “grande
sumo sacerdote”, e essa é a razão pela qual devemos reter “firmemente a nossa
confissão”. E mais, na perspectiva negativa, “não temos um sumo sacerdote que
não possa compadecer-se das nossas fraquezas: porém um que, como nós, em tudo
foi tentado, mas sem pecado” (Hb. 4.15). A identificação desse Grande Sumo
Sacerdote é importante, pois Ele foi tentado em tudo: na concupiscência da
carne, na concupiscência dos olhos, e na soberba da vida. E porque Ele foi
tentado em tudo “mas sem pecado”, pode nos representar diante do Pai, pois como
caímos todos em Adão, em Cristo igualmente somos vivificados. Ele se identifica
com cada um de nós, sendo capaz de entrar não apenas no Santo dos Santos, mas
no trono do próprio Deus, nos céus. Oportunizando que: “cheguemos, pois, com
confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar
graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno” (Hb. 4.16).
2. AS
QUALIFICAÇÕES DO SACERDÓCIO DE CRISTO
Para que o sacerdócio levítico fosse aprovado por
Deus, bem como o próprio sacerdócio de Cristo, fazia-se necessário que algumas
qualificações fossem consideradas. A esse respeito, é preciso destacar que a
“ordem” do sacerdócio de Cristo se difere daquele dos sacerdotes levíticos. Em
ambos os casos, um homem foi escolhido, para representar o povo, na presença de
Deus. Por isso, como sacerdote, Jesus foi “tomado dentre os homens” (Hb. 5.1).
E seguindo a prática sacerdotal judaica, “para que ofereça dons e sacrifícios
pelos pecados” (Hb. 5.1). Como Sumo Sacerdote, Jesus “pode compadecer-se”, isso
mostra que Ele não desconsidera nossa condição humana, e mais que isso, que ele
tem simpatia, no sentido etimológico do termo”, sofre conosco. Ele conhece
nossa natureza, e sabe que somos pó, e que dependemos de Deus, inclusive para
vencer as tentações/provações. Uma das qualificações de Cristo, em comparação
ao sacerdócio levítico, é que o sacerdote levítico deveria oferecer sacrifícios
“tanto pelo povo como também por si mesmo” (Hb. 5.3). Por oposição, o
sacerdócio de Cristo tinha procedência divina, para tanto o autor recorre a Sl.
2.7 e ao 110.4, a fim de mostrar que Jesus, diferentemente do sacerdócio
aaronico, seguia a ordem de Melquisedeque. Este foi um sacerdote-rei da cidade
estado de Salém – antiga Jerusalém – nos tempos em que Abraão resgatou Ló do
cativeiro. E seguindo essa ordem, Jesus mostrou ser superior, pois Ele não apenas
morreu pelos pecados da humanidade, também ressuscitou vindo a ser “a causa de
eterna salvação para todos os que lhe obedecem” (Hb. 5.9). A obediência é
importante no contexto da Epístola aos Hebreus, pois o próprio Cristo “aprendeu
a obediência”, e todos aqueles que O seguem também devem aprendê-la.
3. CHAMADOS PARA A MATURIDADE ESPIRITUAL
A maturidade cristã é um dos desafios fundamentais
para o desenvolvimento da fé. Espera-se que, com o passar do tempo, os cristãos
sejam “mestres” (Hb. 5.12), ou seja, que possam ensinar a outros os fundamentos
da verdade. A esse respeito, devemos ressaltar que o ministério do ensino,
muito embora seja específico para alguns (Ef. 4.11), também tem sua expressão
coletiva, para a totalidade da igreja. Não podemos deixar de destacar que na
Grande Comissão Jesus ordenou aos seus discípulos, o ministério do ensino
quando os instruir para que “ensinassem todas as nações” (Mt. 28.19). A esse
respeito, aproveitamos para ressaltar que uma igreja séria obrigatoriamente
estará comprometida com o ensino da Palavra de Deus. Essa não é uma opção,
antes uma condição, para a própria existência da igreja. A busca pela
maturidade espiritual deve ser perseguida, por isso os pastores, e a liderança
em geral, devem envidar esforços, para que a igreja esteja alicerçada na
doutrina de Cristo. O problema daquela comunidade cristã, e de muitas outras
nos dias atuais, é que eles não estavam avançando, por isso careciam sempre
está retornando aos rudimentos das palavras de Deus (Hb. 5.12). Nada há de
errado em voltar aos fundamentos da nossa fé, mas é preciso ter cuidado para
não ficar apenas neles (II Pe. 3.18; Ef. 4.15). E no caso específico daqueles
crentes, eles queriam permanecer na religiosidade judaica, algo que já havia
caducado, depois da suprema revelação em Cristo (Hb. 1.1,2).
CONCLUSÃO
Temos um sacerdócio que é superior ao levítico,
pois nosso Sumo Sacerdote é “grande”, maior que o de Arão, cujos sucessores
precisavam sacrificar não apenas pelo povo, mas por eles mesmos. Cristo é Sumo
Sacerdote segundo Melquisedeque, portanto, de uma ordem que não é meramente
humana, antes eterna e celestial, por isso deve nos motivar a seguirmos
crescendo na fé, e a não permanecermos restritos aos rudimentos antigos da fé.
Prof. Ev. José
Roberto A. Barbosa
Extraído do Blog
subsidioebd
COMENTÁRIO E
SUBSÍDIO III
INTRODUÇÃO
A doutrina do sacerdócio de
Jesus começa a ser exposta a partir de Hebreus 4.14-16. Nessa seção o autor
apresenta Jesus como “o grande sumo sacerdote que penetrou os céus”. Jesus,
portanto, era um Sumo Sacerdote grandioso, misericordioso e compassivo. Na seção
de Hebreus 5.1-10, o autor sacro apresenta de forma detalhada uma discussão
sobre as atribuições e qualificações do sacerdócio. A intenção dele é mostrar
que o sacerdócio de Jesus superou o sacerdócio arônico e a ordem levítica em
grandeza e qualificação. Os sacerdotes humanos eram cobertos de fraquezas e
defeitos e, por isso, pouco podiam fazer pelos homens. Todavia, Jesus, como
Sumo Sacerdote, era de uma ordem superior e perfeita e, por conta disso, capaz
de condoer-se e socorrer os que a Ele recorrem. Por fim, o autor finaliza
censurando os crentes pela ignorância deles frente a uma doutrina de tão grande
relevância.
A mais completa descrição de Jesus com respeito a
sua obra redentora é como sumo sacerdote. No Antigo Testamento o sumo sacerdote
levita representava os homens, oferecendo ao Senhor sangue em benefício dos
pecadores. No Dia da Expiação [O Dia da Expiação era uma assembléia
solene; um dia em que o povo jejuava e se humilhava diante do Senhor (16.31).
Esta contrição de Israel salientava a gravidade do pecado e o fato de que a
obra divina da expiação era eficaz somente para aqueles de coração arrependido
e com fé perseverante (cf. 23.27; Nm 15.30; 29.7). O Dia da Expiação levava a
efeito a expiação por todos os pecados e transgressões não expiados durante o
ano anterior (16.16, 21). Precisava ser repetido cada ano da mesma maneira], o
décimo dia do sétimo mês de cada ano, o sumo sacerdote entrava no Santo dos
Santos do tabernáculo para fazer expiação pelos seus próprios pecados e pelos
do povo. O autor de Hebreus declara que Jesus também é um sumo sacerdote (2.17;
3.1; 4.14), e o Zacarias afirma que Jesus seria tanto sacerdote quanto rei ao
mesmo tempo (Zc 6.12-13). Jesus nasceu judeu, descendente de Davi e, assim, da
linhagem da tribo de Judá. Contudo, Deus escolheu os descendentes de Levi para
serem sacerdotes. Assim Jesus, vivendo sob a Lei de Moisés, poderia ser rei
porque era da tribo real (Judá) e ainda mais da de Davi (veja 2Sm 7.12-16; At
2.29-31). Mas Jesus não poderia ser um sacerdote segundo a Lei de Moisés porque
não era levita. Hebreus, então, defende que Jesus é sumo sacerdote não segundo
a ordem de Arão (Levitico), mas segundo a ordem de Melquisedeque (5.6,10;
6.20).
Mas porque
Melquisedeque? Quem foi Melquisedeque? O escritor de Hebreus nota que ele foi
tanto sacerdote como rei de Salém (outro nome de Jerusalém; veja Gênesis
14.18-20; Hebreus 7.1). Ele também observa que as escrituras do Velho
Testamento dão a Melquisedeque a aparência de ser eterno, não sendo registrado
seu nascimento, linhagem ou morte (7.1-3). Assim, existem algumas semelhanças
entre Melquisedeque e Jesus. Melquisedeque parece continuar para sempre como
sacerdote, porque as Escrituras nunca registram sua morte. Jesus, sendo divino,
vive e serve para sempre como sacerdote (Hebreus 7.23-25). Melquisedeque era
tanto rei quanto sacerdote ao mesmo tempo (que era impossível sob a Lei de
Moisés). Jesus é tanto rei como sacerdote ao mesmo tempo, em cumprimento da
profecia de Zacarias. O autor de Hebreus também observa a consequência
inevitável do sacerdócio de Jesus Cristo. Se o sacerdócio for mudado da ordem
de Arão para a de Melquisedeque, necessariamente a lei associada com o
sacerdócio levítico tem que ser mudada. "Pois, quando se muda o
sacerdócio, necessariamente há também mudança de lei (7.12). A Lei de Moisés,
associada com o sacerdócio levítico, foi anulada quando o sacerdócio foi mudado
(7.18-19)”. (DVORAK, Allen. Jesus: Perfeito Sumo Sacerdote. Disponível
em: https://www.estudosdabiblia.net/d48.htm. Acesso em 27 jan, 2018)
Como é importante para a compreensão de nossa fé
conhecermos essa doutrina para que conheçamos melhor a Cristo o amemos com amor
mais verdadeiro e o sigamos com maior empenho. Em Hebreus ficamos sabendo que
Jesus não é aquele que é levado para o sacrifício, mas ele se oferece em
sacrifício perfeito (Jo 10.17,18; Hb 2.17; 3.1; 4.14-16; 6.20). O Seu
sacrifício não foi igual àquele dos sacerdotes levíticos que deveriam repetir o
sacrifício todos os anos, Jesus realizou todo o sacrifício em uma única vez.
Ele é o Templo, Ele é o Sacrifício e o Sacerdote ao mesmo tempo. Seu sacrifício
foi perfeito, pois Ele é perfeito. Somente Jesus poderia realizar tão grande e
maravilhoso ato de amor supremo. É por esta razão que não precisamos de outro
mediador, é Jesus que nos conduz em segurança ao Pai Celeste. Vamos
pensar maduramente a fé cristã?
I. UM
SACERDÓCIO SUPERIOR QUANTO À QUALIFICAÇÃO
1. Por representar melhor os
homens diante de Deus. O escritor de Hebreus mostra que o sumo sacerdote do Antigo Pacto
era escolhido dentre seus pares (Hb 5.1). Com essa exposição o autor quer
chamar a atenção para o mistério da encarnação, quando Deus se humaniza para
tratar com os homens. Mesmo porque, como afirma certo teólogo, “é necessário
que um homem seja escolhido para representar homens ao tratar dos pecados deles
contra Deus”. Jesus, nosso Sumo Sacerdote, é quem nos apresentou diante de
Deus. Ao contrário do sacerdócio arônico, que oferecia ofertas e sacrifícios,
Jesus ofereceu sua própria vida como oferta a Deus em nosso favor (Hb 4.14-16)
“Eis aqui pois, a tremenda
verdade. Jesus é o Sumo sacerdote perfeito porque é perfeitamente Deus e
perfeitamente homem; porque conheceu nossa vida pode nos brindar simpatia,
misericórdia e poder; Ele trouxe Deus aos homens e pode levar os homens a
Deus”. (BARCLAY 48). O próprio Antigo Testamento, escrito durante o período do
sacerdócio arônico, predizia que sobreviria uma nova aliança, que tornaria
obsoleto ao antigo pacto, segundo o qual funcionava o sacerdócio arônico (Jr
31.31-34).
Os sumos sacerdotes do Velho
Testamento, oferecendo sangue pelos pecados do povo, eram, eles mesmos,
realmente pecadores (Hebreus 5:1-3; 7:26-27). Antes que o sumo sacerdote
pudesse fazer intercessão pelo povo no Dia da Expiação, ele tinha que oferecer
um novilho pelos seus próprios pecados. Jesus, contudo, ainda que tentado, era
sem pecado (Hebreus 2:18;4:15;7:26). Ainda mais, Jesus não fica impedido pela
morte em seu serviço como sumo sacerdote. Os sacerdotes do Velho Testamento,
sendo homens, morriam e o serviço de sumo sacerdote era passado ao próximo
homem apontado pelo mandamento da Lei de Moisés. Jesus vive para sempre e é
assim capaz de continuar com seu serviço sacerdotal tanto tempo quanto for
necessário (Hebreus 7:23-25). Até mesmo o local do seu serviço é superior, sendo
um tabernáculo celestial em vez de um físico. Jesus pode entrar na presença de
Deus sem uma nuvem de incenso para protegê-lo porque ele não tem pecado.
Obviamente, o serviço sacerdotal de Jesus é superior em outro ponto
importantíssimo. Jesus não ofereceu diante de Deus o sangue de um animal, um
sacrifício inadequado para o perdão (Hebreus 10:4). Em vez disso, ele ofereceu
seu próprio sangue, assim tornando-se tanto o sacerdote como o sacrifício
(Hebreus 9:11-12, 28)! Pelo fato de seu sacrifício ter sido adequado para o
perdão dos pecados, precisou ser feito somente uma vez, em contraste com os
sacrifícios dos sacerdotes do Velho Testamento, que eram oferecidos ano após
ano (Hebreus 9:12,24-28;10:10-14).” )”. (DVORAK, Allen. Jesus: Perfeito Sumo Sacerdote. Disponível
em: https://www.estudosdabiblia.net/d48.htm. Acesso em 27 jan, 2018)
2. Por compreender melhor a condição humana. Para melhor compreender a condição humana, o autor prossegue com
sua exposição da função sacerdotal. O sumo sacerdote era alguém tirado de entre
o povo e com a capacidade de compreender a condição humana. A palavra
“compadecer-se” (Hb 5.2,3) traduz o termo grego metriopatheia, que significa
escolher um meio termo a fim de se evitar os extremos. Um sacerdote que
trabalhava com as exigências da Lei e, ao mesmo tempo com as fraquezas humanas,
necessitava, a todo momento, evitar os extremos. Isso se tornava mais
emblemático quando ele precisava fazer sacrifícios pelos pecados alheios e os
seus próprios. Ele não poderia ser complacente com o pecado nem tampouco agir
com extrema severidade. Na mente do autor sagrado somente Jesus, o Sumo
Sacerdote perfeito, pôde cumprir esse requisito.
Uma outra tradução para ‘compadecer-se’ é
‘lidar gentilmente com’. Por causa de suas próprias tentações e
fraquezas, o sumo sacerdote levítico ficou constrangido a moderar a sua
indignação contra os pecados de outros e ‘condoer-se’ deles. A compreensão de
Jesus é também fortemente motivada, porque ele identifica-se inteiramente com
as lutas de seu povo. Contudo, Jesus nunca se entregou à tentação (4.15).
Cristo não tinha necessidade de se purificar através de sacrifícios
Agora o autor de Hebreus elabora
a doutrina que constitui sua contribuição particular ao pensamento cristão: a
doutrina do sumo sacerdócio de Jesus Cristo. [...] O sacerdote deve ser um com
os homens. Deve ter passado pelas experiências do homem para colocar nele toda
sua simpatia. A esta altura o autor de Hebreus detém-se para advertir — mais
adiante mostrará que esta é uma modalidade pela qual Cristo é superior a todo
sacerdote terreno — que o sacerdote terreno é um com os homens a tal ponto que
está sob a necessidade de oferecer sacrifícios por seu próprio pecado antes de
oferecê-lo pelos pecados do povo. O sacerdote deve ser um homem; deve estar
completamente comprometido com a situação humana; deve estar ligado com os
homens pelo vínculo da vida; deve viver com eles e sentir com eles conhecendo
suas alturas e seus abismos. Com relação a isto usa um termo maravilhoso:
metriopathein. Traduzimo-lo que se mostre paciente (NVI: capaz de se
compadecer) mas trata-se em realidade de um desses termos gregos intraduzíveis.
O grego definia sempre a virtude como o meio termo entre dois extremos. O homem
podia cair em qualquer dos dois extremos; no meio estava o justo e o caminho
reto. A virtude para o grego era um equilíbrio, um ponto médio e
eqüidistante entre dois extremos. Desta maneira os gregos definiam a
metriopatheia (que é o substantivo correspondente) como o meio termo entre a
tristeza extravagante e a indiferença absoluta; como a virtude pela que o homem
sente da maneira devida.” (BARCLAY, William, HEBREUS. Teologia Sistemática. Pág 50, 51. Disponível
em: https://pt.scribd.com/document/368427473/hebreus-pdf. Acesso em 27 jan,
2018)
3. Pela posição que exerceu. Não era sumo sacerdote quem quisesse ser, mas aquele a quem o Senhor
chamasse (Hb 5.4). O contexto deixa claro que a palavra “honra” tem o sentido
de “cargo” ou “posição” e está relacionada ao ministério sacerdotal ao qual o
Senhor delegou a alguém. Ser um ministro do altar era algo extremamente
honroso, de grande importância e de muita responsabilidade. Tanto Arão como
seus filhos foram escolhidos diretamente por Deus para esse ministério (Êx
28.1; Sl 105.26). Jesus, nosso Sumo Sacerdote, em tudo foi superior e mais
honrado do que Arão visto pertencer a uma ordem sacerdotal superior e haver
sido enviado do céu para essa missão.
Os sacerdotes levíticos não foram
escolhidos por homens, nem poderia se eximir de suas funções, foi o próprio
Deus quem chamou Arão para ser ele próprio o Kohen Gadol - o
Sumo Sacerdote, e seus descendentes para o ofício sacerdotal, nenhum outro
poderia exercê-lo (Êx 28.1), somente aqueles a quem o Senhor chama. As funções
sacerdotais de Cristo envolvem as realidades celestiais, mas as dos
descendentes de Arão dizem respeito somente a símbolos terrenais.
“A terceira qualidade essencial
do sacerdote é a seguinte: ninguém se destina a si mesmo ao sacerdócio; sua
nomeação provém de Deus. O sacerdócio não é um ofício que o homem assume, mas
sim um privilégio e uma glória ao que é chamado. O ministério de Deus entre os
homens não é um ofício ou uma carreira, mas sim uma vocação e um chamado. A
pessoa deveria ser capaz de olhar para trás e dizer, não "eu escolho este
trabalho", mas antes, "Deus me escolheu e me concedeu desempenhar
este trabalho". E agora o autor de Hebreus passa a demonstrar como cumpre
Jesus Cristo as grandes condições do sacerdócio. (1) Em primeiro termo
considera que Jesus não escolheu sua missão. Deus o escolheu para ela. No
batismo, Jesus ouviu a voz que lhe dizia: “Tu és meu Filho, eu, hoje, te
gerei.” (Salmo 2:7). (2) Jesus atravessou pelas experiências mais amargas dos
homens e entende a humanidade em toda sua fortaleza e sua fraqueza. O autor de
Hebreus tem quatro grandes pensamentos sobre Jesus. (a) Lembra a Jesus no
Getsêmani. Pensa nisto quando fala de suas preces e súplicas, de
suas lágrimas e seu clamor. A palavra usada para clamor tem muito significado.
O termo grego krauge designa esse clamor que o homem não tenta expressar, mas
sim que arranca quase involuntariamente de seu ser pela angústia e agonia de
alguma tremenda tensão ou alguma dor dilaceradora. De modo que, o autor de
Hebreus diz que não existe agonia do espírito humano pela qual Jesus não
tenha passado. Os rabinos tinham o dito: "Há três tipos de
súplica uma mais elevada que a precedente: oração, clamor e lágrimas. A oração
faz-se em silêncio; o clamor em alta voz; mas as lágrimas superam tudo".
Não há porta através da qual as lágrimas não passem. Jesus Cristo
conheceu até a oração desesperada das lágrimas. (b) Jesus aprendeu de todas as
experiências humanas pelas que aconteceu as enfrentou a todas com reverência. A
frase grega traduzida "por isso padeceu aprendeu..." é um trocadilho:
emathen afjon epathen . Este é um pensamento corrente entre os escritores gregos:
sempre ligam mathein , aprender, e pathein , sofrer. Tosquio, o mais
antigo dos grandes dramaturgos gregos, tem incessantemente o texto: "a
aprendizagem vem do sofrimento" (pathei mathos). Chama o sofrimento uma
sorte de graça brutal dos deuses. Heródoto declarava que estes sofrimentos eram
acarista mathemata, um modo desgraçado de aprender. Um poeta moderno diz dos
poetas: "Aprendemos sofrendo o que ensinamos cantando”.(BARCLAY, William, HEBREUS. Teologia Sistemática.
Pág 52, 53. Disponível em: https://pt.scribd.com/document/368427473/hebreus-pdf.
Acesso em 27 jan, 2018)
SUBSÍDIO DIDÁTICO
Enfatize a
superioridade da qualificação do sacerdócio de Cristo em relação ao de Arão e
ao da ordem levítica. Utilize o auxílio do esquema abaixo.
II. UM
SACERDÓCIO SUPERIOR QUANTO AO SERVIÇO
1. Pela realeza e o propósito
pelo qual viveu. Em sua
exposição sobre o sacerdócio de Cristo, o autor combina o Salmo 2.7 com o
110.4. Essas citações servem para o autor sacro argumentar a favor da filiação
divina e da realeza do sacerdócio de Jesus. Respeitados especialistas em Antigo
Testamento ressaltam que o tipo de “messias” que os judeus da época de Jesus
esperavam era de natureza político-religiosa. Entretanto, os textos dos Salmos
mostram que Jesus Cristo não era um messias político nem meramente religioso,
mas o Messias aclamado por Deus em Salmos 2.7 e reconhecido pelo Pai como Sumo
Sacerdote em Salmos 110.4: o Messias que os cristãos reconhecem como o Filho de
Deus, Rei e Sumo Sacerdote do Novo Pacto. Nosso Cristo, mesmo sendo Filho de
Deus, não glorificou a si mesmo nem tampouco buscou honra para si, mas exerceu
o sacerdócio por meio da vontade do Pai (Fp 2.5-7).
Há várias coisas que o povo judeu que antecipava a
chegada do Messias esperava que ele fosse, com base em profecias do Antigo
Testamento. O Messias seria um homem hebraico (Isaías 9:6), nascido em Belém
(Miqueias 5:2), de uma virgem (Isaías 7:14), um profeta semelhante a Moisés
(Deuteronômio 18:18), um sacerdote da ordem de Melquisedeque (Salmos 110: 4),
um rei (Isaías 11:1-4), o Filho de Davi (Mateus 22:42) que sofreu antes de entrar
em sua glória (Isaías 53). Jesus realizou cada uma destas exigências
messiânicas. O que vemos claramente nas narrativas bíblicas é que os judeus
esperavam um Messias libertador político, já que, naquele tempo, Roma os
oprimia. Esperavam alguém para restabelecer o seu domínio sobre aquela terra.
“A Bíblia revela que
o povo Judeu, povo para o qual Jesus se revelou primeiro, não O recebeu como
Messias. O apóstolo João enfatizou este fato ao declarar: “(Jesus) veio para o
que era seu, e os seus não o receberam” (João 1.11). Pelas Escrituras Sagradas
podemos perceber que os Judeus rejeitaram a Jesus, o tão esperado Messias que
os profetas antigos anunciaram que estava por vir, séculos antes de Seu
nascimento. Entretanto, se o povo de Israel estivesse atento as profecias das
Escrituras a respeito do Messias, certamente eles não O teriam rejeitado.
[...]Na verdade o povo Judeu esperava um Messias guerreiro, com grande poder
militar e político. Os Judeus esperavam um Messias que viria libertá-los do
domínio político e social que o Império Romano exercia sobre Israel. Porém, a
Bíblia mostrava que o Messias viria primeiramente como Servo, estabelecendo um
Reino Espiritual (Isaías 42.1-7). Por isso que há 2000 mil anos Jesus veio ao
mundo para exercer domínio espiritual e não político (João 18.36). Jesus não
veio Se rebelar contra o Império Romano, mas cumprir a Sua missão expiatória.” (A
História de Israel: guerras e conflitos. Disponível em: http://www.cacp.org.br/a-historia-de-israel-guerras-e-conflitos/.. Acesso em: 27 jan,
2017)
Os judeus do tempo de Jesus esperavam um ‘salvador
político e cultural’, não um Salvador do pecado. Na verdade, o que estes
líderes judeus esperavam era um líder que os libertasse do jugo de Roma e
estabelecesse Sião como a capital do mundo (At 1.6). Eles não conseguiam
enxergar como o manso e humilde Jesus poderia fazer isso.
Jesus, sendo Deus desde a eternidade, tornou-se
homem para sofrer a morte e servir como o nosso Sumo Sacerdote (Hb 2.9). Como
homem, Ele estava sujeito a todas as fraquezas e tentações às quais também
somos a fim de poder pessoalmente Se relacionar conosco em nossas dificuldades
(Hb 4.15). Jesus é maior do que qualquer outro sacerdote, por isso é chamado do
nosso "Grande Sumo Sacerdote" em Hebreus 4.14, o que nos dá a coragem
de vir ao "trono da graça com toda a confiança, a fim de recebermos
misericórdia e encontrarmos graça que nos ajude no momento da necessidade"
(Hb 4.16).
2. Pela vida santa que
possuía. A primeira parte
do versículo sete do capítulo cinco de Hebreus é usada pelo autor sacro para se
referir à vida piedosa de Jesus. Intercessão, compaixão, oração e súplicas são
qualidades presentes em um verdadeiro sacerdote. O autor destaca que os fatos
por ele levantados aconteceram quando Jesus ainda exercia seu ministério
terreno, revelando dessa forma o seu viver santo. Os intérpretes destacam que
esses fatos estão relacionados com a oração de Jesus no Getsêmani (Mc
14.33-36), conforme narra os Evangelhos e serve para mostrar que um sacerdote
assim, santo, piedoso e compassivo, é capaz de condoer-se das fraquezas humanas
e dos que sofriam.
“A
declaração principal acerca da vida humana de Jesus diz respeito às Suas
poderosas orações. As duas palavras usadas para isto; orações e súplicas, são
estreitamente ligadas entre si, mas não deixa de haver distinção entre elas. A
primeira (deèsis) é a palavra neotestamentária geral para as orações, mas a
última (hiketêria) tem um elemento mais forte de súplica e é derivada da antiga
prática de estender um ramo de oliveira como sinal de apelo. Estas são palavras
notáveis para descrever a oração do Filho ao Pai, mas demonstram o quão
completamente identificado Ele está com Seu povo. O forte clamor e lágrimas
parecem ser uma alusão inegável à agonia de Jesus no jardim de Getsêmane, onde
Suas orações foram acompanhadas por um suor de sangue, revelando a intensidade
interior da luta pela qual passava. Os relatos nos Evangelhos não mencionam as
lágrimas, mas estas não estariam fora de harmonia naqueles relatos. Aquele que
podia chorar ao lado do túmulo de Lázaro não estaria longe de poder
expressar-Se de modo semelhante noutras ocasiões de profunda emoção. Embora as
lágrimas geralmente sejam consideradas um sinal de fraqueza, não deixam de ter
propriedades curativas. Nosso Sumo Sacerdote não estava tão alto acima de nós
que as lágrimas estivessem distantes dEle nas ocasiões em que Sua mente estava
cruelmente aflita”. (GUTHRIE, Donald. A Carta aos Hebreus -
Introdução e Comentário por - Sociedade Religiosa Edições Vida Nova e
Associação Religiosa Editora Mundo Cristão. Disponível em:
https://teologiaediscernimento.files.wordpress.com/2014/08/hebreus-introduc3a7c3a3o-e-comentc3a1rio-donald-guthrie.pdf.
Acesso em 20 jan, 2018).
Em Hebreus 5.1 o autor demonstra que o nosso Sumo
Sacerdote, mesmo provindo de uma linhagem especial, encarnou-se, tomando a
forma de homem, como vemos no Evangelho de João (1.14): “E o verbo se fez
carne...”. (cf. Ap 19.13). No versículo 7 a Escritura diz que Jesus clamou
a Deus, com “lágrimas, orações e súplicas ao que o podia livrar da morte”. Em
João 11.35 está escrito que Jesus chorou, mas aquela não foi a única vez, como
atesta o v.7. É por isso que Jesus entende de lágrimas e, um dia, como Deus,
enxugará dos olhos toda a lágrima (Ap 7.17;21.4).
3. Pela submissão que
demonstrou. A expressão “foi ouvido
quanto ao que temia” (Hb 5.7, ARC) é traduzida na Almeida Revista e Atualizada
(ARA) como “tendo sido ouvido por causa da sua piedade”. A razão da diferença
nas traduções é a palavra eulabeia usada pelo autor. Essa palavra só aparece
duas vezes no Novo Testamento grego e as duas ocorrências encontram-se em
Hebreus: uma aqui no capítulo 5 e outra em Hebreus 12.28. Em Hebreus 12.28,
tanto a ARC como a ARA traduzem como “reverência”. Não há dúvida que este
último sentido deve ser mantido aqui. Eulabeia, portanto, mantém o sentido de
um temor piedoso e reverente. O viver temente de Jesus o conduziu a suportar o
sofrimento em favor da humanidade e, dessa forma, a completar a obra expiatória
em favor de todos.
STRONG 2124: ευλαβεια eulabeia,
de eulabes (que reverencia a Deus, piedoso, religioso):
1) precaução, circunspeção, prudência, discrição
1a) fuga
1b) distância prudente
2) reverência, veneração
2a) reverência a Deus, temor divino, piedade
3) medo, ansiedade, temor.
“[...]
piedade... não fica imediatamente claro como as palavras devem ser
compreendidas. Muitos comentaristas consideram que a forma das palavras
significa que Sua piedade — Sua Paixão — foi transformada em meio para lançar
fora todo o medo. As palavras, no entanto, pareceriam ser uma alusão mais
direta à agonia no jardim, onde o clímax era a aceitação da vontade divina por
Jesus (“contudo, não se faça a minha vontade, e, sim, a tua”), e neste caso a
palavra (apo) significaria por causa da (sua piedade). Outro meio de entender a
mesma preposição seria o significado mais usual “fora de,” o que daria o
significado: “liberto do seu temor piedoso,” mas este pensamento parece
estranho ao contexto. O escritor toma cuidado com a palavra que emprega para
expressar temor (eulabeia - piedade, ARA) e não usa a palavra mais comum (phobos).
De fato, é só nesta Epístola, em todo o Novo Testamento, que ocorre esta
palavra (cf. também 12.28 onde o significado é “reverência”). Sobre seu uso
aqui, Westcott observa: “mais comumente expressa a reverente e bem-pensada
hesitação de ser demasiadamente atrevido, que é compatível com a verdadeira
coragem.”48 A idéia, portanto, é aplicável à experiência do Getsêmane. Tem sido
imaginado que um problema surge pelo fato de os relatos nos Sinóticos
declararem que a oração no Getsêmane, pedindo a remoção do cálice, não foi
feita assunto de insistência até ao fim. Em que sentido, portanto, Jesus foi
ouvido? A resposta acha-se, decerto, na Sua perfeita aceitação da vontade
divina”.(GUTHRIE, Donald. A Carta aos Hebreus - Introdução e
Comentário por - Sociedade Religiosa Edições Vida Nova e Associação Religiosa
Editora Mundo Cristão. Disponível em:
https://teologiaediscernimento.files.wordpress.com/2014/08/hebreus-introduc3a7c3a3o-e-comentc3a1rio-donald-guthrie.pdf.
Acesso em 20 jan, 2018).
“Ainda que era Filho, aprendeu a obediência, por
aquilo que padeceu” (Hb 5.8). Ele, sendo divino, obedeceu a Deus. A prova
suprema da obediência de Cristo foi a sua paixão e morte. Quando Lucas diz que
Jesus crescia em sabedoria (2.52), quer dizer que por um processo progressivo
demonstrou pela Sua obediência à vontade do Pai um processo contínuo de tomar a
vontade de Deus Sua própria, chegando ao seu clímax na Sua maneira de abordar a
morte.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“Filho e sacerdote
(5.5,6). O autor cita duas passagens. A
primeira estabelece o direito de Jesus, na condição de filho, de ministrar no
próprio céu (cf.8.3-6). A segunda, estabelece seu direito de servir na terra
como Sumo Sacerdote. A razão pela qual é importante traçar o sacerdórcio de
Jesus desde Melquisedeque é discutida no capítulo 7.
Obediência (5.7,8). Obedecer é responder de acordo com o pedido ou o comando de
outra pessoa. Ambos os Testamentos deixam claro que a obediência a Deus cresce
em direção ao relacionamento pessoal com Ele e é motivado pelo amor. Duas das
mais importantes passagens das epístolas examinam a obediência de Cristo.
Filipenses 2 focaliza a atitude de humildade e renúncia, expressas na
encarnação de Cristo. E sua trajetória até a cruz. Essa passagem, Hebreus 5,
discute o significado da obediência de Cristo. Ao aprender a obedecer ele
estabeleceu suas credenciais como um verdadeiro ser humano, vivendo da mesma
maneira que vivemos, no que diz respeito à obediência a Deus. Assim
qualificado, Jesus tornou-se o ‘Autor da salvação eterna para todos os que lhe
obedecem’” (RICHARDS, Lawrence O. Guia
do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por
capítulo. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p.859).
III. UM
SACERDÓCIO SUPERIOR QUANTO À IMPORTÂNCIA TEOLÓGICA
1. Uma doutrina transcendente. A última parte da seção de Hebreus 5.11-14 forma um
parêntese feito pelo autor para chamar a atenção da importância teológica que
possuía essa doutrina — o sacerdócio de Jesus Cristo. A compreensão dessa
doutrina era de suma importância para o viver cristão, mas a falta de
crescimento por parte dos leitores tornava difícil para o autor torná-la
compreendida. Era uma doutrina que transcendia em muito aqueles princípios
formadores da fé cristã. Requeria maturidade, o que só teria sido possível se
eles exercitassem suas mentes na meditação da Palavra. (LB CPAD, 1º Trim 2018,
Lição 5, 4 fev 18)
“Quando diz: A esse respeito temos muitas coisas
que dizer, e difíceis de explicar, refere-se especialmente ao tema de Melquisedeque,
que não deve ter sido um dos temas mais familiares no judaísmo contemporâneo,
embora haja alguma menção dele nos escritos de Filo, e nos documentos de Cunrã.
Pode ser notado aqui que um relacionamento direto e' pressuposto entre a
condição espiritual e o entendimento. Este último não é meramente uma questão
de intelecto. A dificuldade é essencialmente um problema de comunicação, como
expressar verdades de uma maneira que fique dentro do alcance dos leitores.
Indubitavelmente, o problema que o escritor enfrenta é enfrentado por todo
expositor da verdade divina. (GUTHRIE, Donald. A Carta aos
Hebreus - Introdução e Comentário por - Sociedade Religiosa Edições Vida Nova e
Associação Religiosa Editora Mundo Cristão. Disponível em:
https://teologiaediscernimento.files.wordpress.com/2014/08/hebreus-introduc3a7c3a3o-e-comentc3a1rio-donald-guthrie.pdf.
Acesso em 20 jan, 2018).
As verdades concernentes ao sacerdócio de Cristo,
segundo a ordem de Melquisedeque, requerem exposição muito detalhada (V. 11).
Tais verdades são alimento sólido (12-14), que só pode ser compreendido ou
digerido pelos que já estão espiritualmente maduros. O assunto inteiro,
portanto, era difícil de ser esclarecido para aqueles leitores particulares
visto que, embora já fossem Cristãos há bastante tempo, se tinham tornado
relaxados e atrasados em sua resposta à palavra dada por Deus. Note-se os
termos tardios em ouvir (Hb 5.11) e indolentes (Hb 6.12); Os oráculos de Deus
(Hb 5.12) provavelmente são palavras que, neste contexto, significam o
Evangelho, cujos rudimentos são indicados em Hb 6.1-2. Essa mensagem e as
Escrituras do Antigo Testamento são assim reputados ambos como declarações
proferidas por Deus. Cfr. Rm 3.1-2; 1Pe 1.23-25. Nos vers. 13 e 14, note-se o
detalhado contraste entre os dois tipos (“adultos” e “bebês”), suas respectivas
condições (“faculdades exercitadas” e “inexperiente”), e suas respectivas
dietas (“alimento sólido” e “leite”).
2. Uma doutrina essencial. Se por um lado essa doutrina era por natureza
transcendente, por outro, formava o âmago da fé cristã. A sua compreensão traz
substância à nossa fé. Não era de admirar que os hebreus estavam indolentes,
desanimados e fracos. Não possuíam uma fé substancial (Hb 5.13,14). Quando não
se tem maturidade suficiente na vida cristã fica difícil e, às vezes,
impossível de se fazer escolhas acertadas. (LB CPAD, 1º Trim 2018, Lição 5, 4
fev 18)
Em Hebreus 5.13,14 o autor usa de metáfora para
explicar a fraqueza de fé dos seus leitores bem como o desinteresse deles em
buscarem a maturidade espiritual. O cenário aqui é o mesmo dos nossos dias,
nossas igrejas são um misto de ‘graus de maturidade’. O crente que não busca
desenvolver seus talentos na obra de Deus, vai sempre depender dos outros, como
se fosse criança recém-nascida e nunca vai alcançar o pleno amadurecimento na
fé.
“O cristão “de leite” é aquele que é inexperiente
na palavra da justiça, expressão esta que merece comentário. Em primeiro lugar,
a palavra “inexperiente” (apeiros) significa literalmente “não provado,” e daí,
“inexperiente,” e sugere que a falta de perícia estava ligada com a falta de
prática. É uma situação distinta de um estado de completa ignorância. As coisas
de Deus exigem algo mais do que um mero conhecimento casual. O escritor não
hesita em colocar seus leitores na categoria do leite. Nunca chegaram a
desenvolver as habilidades necessárias”.
A idéia da maturidade está ligada com a perfeição,
embora certamente não esteja identificada com ela a não ser no caso de Cristo.
A maturidade aqui é vista como o desenvolvimento desejável a partir da infância
espiritual. Esta é uma idéia familiar nas Epístolas paulinas (cf.Ef 4.13ss).
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“Resumo do capítulo
[5]. O sumo sacerdote ocupava uma posição
única na religião de Israel, um cargo acessível tão somente a um descendente de
Arão. Por isso, o escritor se mostra cauteloso ao enumerar as qualificações de
Cristo para esse papel na fé, no Novo Testamento. O sumo sacerdote é tomado
dentre os homens. Sua comissão de representar a outros homens diante de Deus
exige que Ele seja uma pessoa sensível às necessidades dos seres humanos (v.4).
Cristo foi ordenado por seu Pai ao sacerdócio (vv.5,6). Cristo também cumpre as
qualificações de sensibilidade diante da fraqueza humana. Como homem, Jesus
aprendeu a obediência pelas cousas que sofreu (vv.7,8). Devidamente
qualificado, foi nomeado sumo sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque e se
transformou na fonte de nossa salvação (vv.9,10). Isto posto, o autor lança
mais uma advertência devido à aparente incapacidade de seus leitores de
perceberem até mesmo as mais elementares verdades do cristianismo. Para
caminhar em direção à maturidade, devem se valer das verdades que têm ensinado,
como guia a distinguir o bem do mal. Para ser considerada alimento sólido e não
leite, a verdade deve ser explicitada na prática (vv.11- 14)” (RICHARDS,
Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse
capítulo por capítulo. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p.859).
CONCLUSÃO
O final do capítulo quatro de Hebreus e todo o
capítulo cinco trazem aspectos relevantes sobre o sistema sacerdotal nos dias
bíblicos. Vimos que o autor apresentou, primeiramente, as qualificações que
eram exigidas para um sacerdote e depois as contrastou com o Sumo Sacerdote
perfeito, Jesus. O Filho de Deus viveu toda a nossa condição humana e, como
sacerdote perfeito, está habilitado para interceder por nós. Esta é uma
doutrina que todos devemos conhecer bem.
A Lei previa a possibilidade de erro ou pecado por
parte dos sacerdotes (v.3; Lv 4.3). O próprio sumo sacerdote Arão tinha a
orientação de Deus para oferecer sacrifícios não só pelo povo (Lv 16.15 ss.),
mas por si próprio (Lv 16.11-14). Enquanto o sumo sacerdote do Antigo
Testamento estava sujeito a pecar, Jesus nunca pecou. Ele é perfeito. Satisfez
todas as condições para o perfeito sacerdócio. Foi ungido como Rei, como Filho
(Sl 2.6,7); e Sacerdote Eterno (Sl 110.4); foi enviado por Deus (Jo 5.30); veio
em nome do Pai (Jo 5.43). Jesus não se glorificou a si mesmo para fazer-se sumo
sacerdote (v.6). Diante de todas essas qualificações, o Mestre nunca ofereceu
sacrifícios por si próprio. Ele deu-se a si mesmo por nossos pecados (Gl 1.4).
O escritor aos hebreus faz referência a dois textos bíblicos no livro de Salmos
para demonstrar o caráter especial do sacerdócio de Cristo: um sacerdócio que
não tem fim: “Tu és meu filho; hoje te gerei” (Sl 2.7); e “Tu és um sacerdote
eterno, segundo a ordem de Melquisedeque” (Sl 110.4). Jesus Cristo no céu é o
nosso eterno Sumo Sacerdote, sempre intercedendo por nós perante a face de
Deus.
A POSIÇÃO DE CRISTO NO CÉU
1. “Um sumo sacerdote tal…” (v.1a). Com esta expressão, a
Palavra de DEUS visa mais uma vez enfatizar a singularidade de CRISTO como Sumo
Sacerdote, destacando-o e diferenciando-o dos sumo sacerdotes comuns, frágeis,
mortais, da Antiga Aliança. A expressão “tal”, aqui, evidencia a incapacidade
das palavras humanas para descrever a grandeza de CRISTO. É o que ocorre também
em Jo 3.16 (de “tal” maneira).
2. “Assentado nos céus”. Esta expressão que também aparece
em 1.3; 10.12 e 12.2, indica CRISTO, como Sumo Sacerdote perfeito, que realizou
sua obra de tal forma que tem o direito de assentar-se no seu trono, ao lado
direito do Pai. Já os sacerdotes do Antigo Pacto não podiam assentar-se, pois
sua obra nunca terminava. Por isso nunca são descritos como sentados.
3. “À destra do trono da majestade” (v.1b). CRISTO, à
direita de DEUS, está na posição da mais alta honra, nos céus. Em Mc 16.19, está
escrito: “Ora, o Senhor, depois de lhes ter falado, foi recebido no céu e
assentou-se à direita de DEUS”. JESUS CRISTO é o único ser que tem
essa posição de extremo destaque nos céus. Tal verdade nos é transmitida, para
que saibamos que o nosso mediador não é um ser celeste qualquer, mas aquele que
tem posição de honra, única e destacada, diante de DEUS. As nossas orações são
levadas a Ele, que por nós intercede junto ao Pai. (http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/licao7-jc-osacerdocioeternodecristo.htm)
“... corramos, com perseverança, a
carreira que nos está proposta, olhando firmemente para o Autor e Consumador da
fé, Jesus ...” (Hebreus 12.1-2),
Francisco Barbosa
Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br
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