COMENTÁRIO E SUBSÍDIO I
INTRODUÇÃO
Nesta lição iremos estudar o grave problema do casamento
entre judeus e mulheres pagãs. Veremos a enérgica ação de Esdras e de Neemias para
solucionar este problema, e também o que a Palavra de Deus diz sobre o assunto.
Na lei de Deus, aparece a ordem: "Não faças concerto
com os moradores da terra, nem tomes das suas filhas para os teus filhos... (Ex
34.11-16; Dt 7.3,4). Foi por este motivo que o sacerdote Esdras, conforme a
leitura da nossa lição, ficou perplexo, quando tomou conhecimento de que o
povo, depois de haver voltado do exílio, tomava mulheres dos povos gentílicos
em redor, misturando a semente santa. O povo começou a seguir as abominações dos
povos. Ele, então, chorou, rasgou os seus vestidos, e buscou com profunda dor a
ajuda de Deus, reconhecendo que eles, com isto, haviam deixado os mandamentos,
violando-os, aparentando-se com os povos destas abominações (Ed 9.1-14). O resultado
deste movimento foi uma purificação e tomada de atitude firme em obediência a
Palavra de Deus (Ed 10.1-13). – Vamos
estudar nesta lição que o povo, mesmo sendo o povo de Deus está sempre propenso
para se afastar da aliança feita com o seu Senhor. A rebeldia dos judeus no passado, quanto ao
separar-se dos povos decaídos ao seu redor, os levou à idolatria e à
imoralidade, e por fim ocasionou seu cativeiro e exílio (2 Cr 36.14-21). Agora,
após Deus trazer de volta à pátria um pequeno remanescente, os judeus uma vez
mais começaram a transgredir o básico preceito divino da separação dos ímpios,
quanto a sua maneira de viver. Esdras ao chegar em Jerusalém, descobriu que
muitos dos israelitas, inclusive sacerdotes, levitas e governantes, tinham se
casado com mulheres idólatras e praticavam as abominações e impurezas dos
pagãos. O casamento com ímpios foi terminantemente proibido na lei de Moisés
(Ex 31.11-16; Dt 7.14). O Novo Testamento, da mesma forma, proíbe o povo de
Deus na nova aliança, casar-se com incrédulos (1 Co 7.39; 2 Co 6.14)
I. ESDRAS E NEEMIAS COMBATEM O PERIGO DO
CASAMENTO MISTO
1. A ira e a reação de Esdras. Quando Esdras foi informa do que muitos judeus, morando
em Judá, haviam se casado com mulheres pagãs, ele ficou muito angustiado.
Manifestando sua profunda tristeza, rasgou seu vestido, sua capa, e arrancou os
cabelos, tanto de sua barba como de sua cabeça, e assentou-se atônito na praça.
A notícia da reação de Esdras espalhou-se pela cidade, e muitos reuniram-se a
ele. Na hora do sacrifício da tarde, Esdras dobrou seus joelhos diante do povo,
e orou a Deus (Ed 9.6-15). E todo povo chorou com grande choro (Ed 10.1). – A reação de pesar Esdras, acompanhada de oração, é
um exemplo típico da ansiedade e aflição que todos os verdadeiros ministros de
Deus devem sentir ao verem o povo de Deus conformar-se com costumes ímpios. (1)
Esdras ficou atônito, envergonhado e profundamente entristecido por causa do
pecado do povo (2) Esdras tinha uma profunda percepção da glória, justiça e
amor de Deus, que o povo desprezara. Ele não pôde aceitar os erros do povo. (3)
Esdras orou a Deus com humildade e com lágrimas. (4) Esdras identificou-se com
aqueles por quem ele orava, mediante a expressão “nossas iniquidades” e “nossas
culpas”. Sentia, mas do que todos eles, a vergonha e a culpa da nação. (5)
Esdras sabia que a graça e a misericórdia que Deus demonstrava para com o povo
que retornara, reavivando a sua esperança e visão quanto ao futuro, levantando
a Casa de Deus das ruínas, e provendo-lhes um muro de proteção, estavam agora
em risco, por causa da desobediência do povo à palavra de Deus. (6) Esdras
tinha plena consciência da misericórdia e graça de Deus e, portanto, aguardava
o perdão e a renovação espiritual do povo. (7) Finalmente, a aflição de Esdras
atraiu outros que “tremiam das palavras do Deus de Israel” e compreendiam as
consequências desastrosas que o pecado traria ao povo com suas famílias.
2. O efeito da atitude de Esdras foi imediato. Secanias, um judeu bem conhecido, e que se havia casado com
uma mulher estranha, disse a Esdras diante de todo o povo: "Agora, pois, façamos
concerto com o nosso Deus, de que despediremos todas as mulheres e tudo o que é
nascido delas, conforme o conselho do Senhor e dos que tremem no mandado do
nosso Deus; e faça-se conforme a Lei" (Ed 10.3). Disseram a Esdras:
"Levanta-te, pois, porque te pertence este negócio, e nós seremos contigo;
esforça-te” (Ed 10.4). – Secanias,
um líder que não estava envolvido nos casamentos mistos, já que seu nome não
aparece na relação dos versículos 10.18-44 (embora o seu pai e cinco tios
paternos apareçam no v. 26), era corajoso e obedeceu a Deus em vez de agradar
seus parentes, ainda há esperança para Israel. Essa esperança é centrada na
aliança de amor de Deus e perdão para os pecadores verdadeiramente
arrependidos. Secanias clama ao povo e aos líderes para realizarem a ação
específica de se divorciarem das esposas e filhos, além do reconhecimento de
que Esdras estava aconselhando um caminho consistente com a Escritura (2Cr
29.10). No versículo 3 fica evidente que haviam ainda os piedosos, “''tremem ao mandado do
nosso Deus”; Isso se refere
àqueles que levam a palavra de Deus a sério, especialmente no que se refere ao
fato de que ele irá castigá-los pelos seus pecados, segundo a Lei. Eles queriam
colocar-se de acordo com a lei de Deus conforme a sua revelação em Dt 7.2-3.
Esdras é reconhecido corno o principal líder espiritual com autoridade divina
apropriada e responsabilidade humana para executar essa tarefa difícil de
tratar do divórcio de tantos.
3. O arrependimento do povo. Esdras levantou-se e ajuramentou a todos que fariam
conforme as palavras de Secanias. E o povo jurou! (Ed 10.5). Todos os que
haviam retornado do cativeiro foram convocados, e Esdras falou-lhes: "Vós
tendes transgredido e casastes com mulheres estranhas [...] fazei confissão ao
SENHOR [...] apartai-vos [...] das mulheres estranhas". E responderam
todos: "Assim seja; conforme as tuas palavras, nos convém fazer" (Ed
10.10-12). Sobre este negócio foram postos Jônatas e Jazeias, auxiliados por
dois levitas. Eles receberam a incumbência de supervisionar o encerramento
definitivo destas uniões proibidas pela lei de Deus (Ed 10.15,16). Antes mesmo
da chegada de Esdras a Jerusalém, Neemias já havia enfrentado o problema do
casamento misto. Vários judeus, inclusive alguns sacerdotes, haviam se casado
com mulheres estranhas. Neemias os fez jurar que não mais fariam isto (Ne
13.25). Neemias afastou de entre os sacerdotes e de entre os levitas aqueles
que eram estranhos, e contratou novos sacerdotes e levitas para preencherem os
cargos vagos. Um dos netos do sumo sacerdote Eliasibe era genro de Sambalate, e
foi afastado por Neemias (Ne 13.25-30). – O juramento em relação à
aliança especificado em 10.3. Neemias 10.28-39 nos apresenta o conteúdo de um
juramento futuro sob condições semelhantes. – Há um equívoco aqui << Antes
mesmo da chegada de Esdras a Jerusalém, Neemias já havia enfrentado o problema
do casamento misto>>, Esdras liderou o segundo
grupo de retorno de israelitas que retornaram da Babilônia em 458 a.C. Neemias
chega em Jerusalém somente depois de 445 a.C., portanto, depois de Esdras. De
fato, Neemias fez uma nova correção quanto aos casamentos mistos, desta vez,
até dentro do clero. Em Malaquias 2.1-8, há um relato onde aquele profeta
reconhece a impureza no interior do clero.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
"A exclusividade implícita nesta resposta ecoou
repetidamente nas advertências de Esdras e Neemias ao povo remanescente para
separar-se das populações circunvizinhas, sobretudo na prática matrimonial.
Esdras ouviu a reclamação que o povo, os sacerdotes e os levitas tinham se
casado com indivíduos das nações vizinhas descrentes, uma abominação que
resultou na mistura da raça santa com os que os cercavam (Ed 9.2). Como fizeram
os antepassados dessas nações séculos antes, eles entraram na terra da promessa
para levar as práticas más dos habitantes cananeus (vv.11,12).
Esdras ficou tão indignado com este desarranjo das linhas
demarcatórias que ordenou o divórcio peremptório sempre que houvesse casamentos
mistos (Ed 10). Anos mais tarde, Neemias retomou a causa. Ordenou que os
israelitas que tinham se separado das nações vizinhas pagãs renovassem os votos
do concerto ao Senhor (Ne 9.2) e se contivessem, nacionalidades diferentes
(10.28). De interesse especial para Neemias, foi o problema do casamento entre
judeus com as mulheres de Asdode, Amom e Moabe. Comparou essas alianças com as
de Salomão, que resultaram no fim da monarquia (Ne 13.13-27)" (ZUCK, Roy (Ed.). Teologia do Antigo Testamento. Rio
de Janeiro: CPAD, 2018, p. 215).
II. POR QUE UM JUDEU NÃO DEVIA CASAR COM UMA
PAGÃ?
1. Deus havia proibido o casamento misto (Dt 7.2-4; Éx 34.16; Js 23.12,13). A desobediência a
esta ordem de Deus era um ato de rebelião. A finalidade desta proibição era
evitar que o judeu viesse a seguir a religião de sua mulher pagã. – Por causa da natureza íntima do matrimônio, o
cônjuge idólatra poderia desviar de Deus o seu companheiro ou a sua
companheira; um exemplo desse perigo está registrado em 1Rs 11.1-8, onde há o
exemplo do que aconteceu com Salomão. Na cultura oriental daqueles dias, o
relacionamento, tratados e os casamentos mistos, requereriam dos parceiros o
reconhecimento dos deuses. A história da nação demonstrou a urgência dessa
instrução e do desastre caso ela fosse desobedecida.
2. A história de Israel registra vários exemplos das consequências
nefastas do casamento misto. Vejamos:
a. Salomão, filho de Davi, rei de Israel, o que construiu o
grande Templo em Jerusalém, contaminou-se por causa dos casamentos com mulheres
pagãs. Elas perverteram seu coração, e ele passou a seguir os seus deuses
estranhos (1 Rs 11.1-9). Como consequência do seu pecado no reino de seu filho
Reoboão as dez tribos do Norte separaram-se, e constituíram-se em um reino
independente sob a liderança de Jeroboão (1 Rs 12.16-19). – De fato Salomão contraiu muitos casamentos
bem como possuiu muitas concubinas, no entanto, muitos dos casamentos de
Salomão tinham o propósito de ratificar alianças com outras nações, uma prática
comum no antigo Oriente Próximo. A prática de multiplicar o número de esposas reais,
proibida em Dt 17.17, pois desviava o coração do rei do Senhor, mostrou-se
verdadeira na experiência de Salomão. O amor de Salomão por suas mulheres
levou-o a abandonar sua lealdade ao Senhor e a adorar outros deuses. Não se
pode imaginar um quadro mais triste do que o da sua apostasia nos últimos anos
de vida, que pode ser associada aos seus pecados com suas esposas estrangeiras.
A poligamia era tolerada entre os antigos hebreus, embora a maioria dos homens
do Oriente tivesse apenas uma esposa. Um grande número de esposas era visto
como sinal de riqueza e importância. O rei desejava ter um harém maior do que o
de qualquer um de seus súditos, por isso Salomão recorreu a esse tipo de
magnificência. Contudo, esse era um pecado que violava abertamente a lei de
Deus, e o resultado que a lei buscava inibir foi exatamente o que se deu.
b. Acabe, rei de
Israel, casou-se com Jezabel, princesa sidônia (1 Rs 16.31). Jezabel fortaleceu
o culto a Baal em Israel, e perseguiu os profetas de Deus (1 Rs 18.4). – É interessante notar que com Acabe, a
decadência espiritual de Israel alcançou o seu ponto mais torpe. Ele era ainda
pior que o seu pai, Onri, que fora pior do que todos antes dele. A maldade de
Acabe consistia em perpetuar todos os pecados de Jeroboão e promover o culto a
Baal em Israel. De todos os reis de Israel, Acabe foi o que mais irritou ao
Senhor. A perversa esposa de Acabe tornou-se o símbolo da maldade da falsa religião
(Ap 2.20). Etbaal (Seu nome significava "Baal está vivo"), pai de
Jezabel, era o rei da Fenícia (inclusive de Tiro e Sidom) que assassinou seu
antecessor e, de acordo com o historiador judeu Flávio Josefo, era sacerdote
dos deuses Melqart e Astarote.
III. A SOBREVIVÊNCIA DO POVO
JUDEU
Existem judeus até os dias de hoje, porque, embora
espalhados por quase todos os países do mundo (Lc 21.24), não se misturaram com
os povos, no meio dos quais passaram a viver, conservando-se sempre separados.
Este é o resultado da obediência à orientação dada na lei divina, que inspirou
outras leis que regem os judeus em todo o do mundo, as quais proíbem que uma pessoa
judia se case com uma não judia.
A preservação do povo judeu é considerado um milagre,
quando se aliam as tremendas perseguições que sofreram durante séculos em
muitos países, como por exemplo Espanha, Polônia, Inglaterra, por ocasião da
Segunda Guerra Mundial, o nazismo na Alemanha. – “A história da sobrevivência judaica é tão excepcional, vasta e sem
paralelos que desafia a imaginação. Em nosso próprio século, as duas grandes
potências que anunciaram: "Israel acabou" – o Terceiro Reich de
Hitler e a União Soviética – foram esmagados e desmantelados. Porém o povo de
Israel vive. Muitos pensadores e cientistas sociais tentaram, e ainda estão
tentando, entender a sobrevivência de um povo, uma fé e um legado durante três
milênios de condições históricas praticamente impossíveis. Blaise Pascal, o
notável pensador, matemático, teólogo, físico francês do Século Dezessete,
escreveu: "Em algumas partes do mundo podemos ver um povo peculiar,
separado dos outros povos do mundo, chamado de povo judeu… Este povo não apenas
é de impressionante antiguidade como também tem perdurado por um tempo
singularmente longo… Pois enquanto os povos da Grécia e Itália, de Esparta,
Atenas, Roma e outros que surgiram muito depois pereceram há tanto tempo, este
ainda existe, apesar dos esforços de tantos reis poderosos que tentaram uma
centena de vezes acabar com ele, como seus historiadores atestam, e como pode
ser facilmente julgado pela ordem natural das coisas no decorrer de tantos
anos. Eles sempre foram preservados, no entanto, e sua preservação foi prevista…
Meu encontro com esse povo me surpreende…"” (A Ciência da Sobrevivência Judaica, disponível em:chabad.org.
Acesso em: 14 Set 2020).
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
“[Prometemos] que não daríamos as nossas filhas aos povos da
terra, nem tomaríamos as filhas deles para os nossos filhos' (10.30),
preceituava o 'firme concerto’. Na ocasião em que ele fora firmado, a pureza
racial fora tema de preocupação comum, e eles 'apartaram de Israel toda
mistura’ (13.3), indo além
do
que mandava a lei, que excluía apenas amonitas e moabitas. Não obstante, o zelo
pela natureza do sangue israelita, e em fazer tudo para agradar a Deus, que
presumivelmente instigara tal exclusivismo, evaporara-se. Quando Neemias
retornou a Jerusalém, encontrou lá 'judeus que tinham casado com mulheres
asdoditas, amonitas e moabitas' (13.23). 0 motivo pode ter sido a paixão, é
claro, porém é mais provável que haja sido prudência (se é que se pode chamar
assim), que tinha os olhos na oportunidade e nos casamentos por dinheiro,
prestígio ou alguma outra forma de lucro mundano. E, em alguns casos, Neemias
descobriu que a língua falada em casa, por decisão dos pais, era estrangeira.
(...] (13.24). Isso enfureceu Neemias, não apenas pela quebra do voto, mas
porque as crianças seriam incapazes de partilhar da adoração em Israel, ou
aprender eficazmente a Lei; consequentemente, não estariam aptas a transmitir a
fé aos filhos que viriam a ter, e assim estaria em risco a futura unidade espiritual
da nação israelita da nação de Israel" (PACKER, J. I. Paixão Pela Fidelidade: Sabedoria extraída do livro de
Neemias. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p. 212).
IV. UMA PALAVRA FINAL SOBE O
CASAMENTO DOS CRENTES
A maior bênção que Deus deu à humanidade foi o envio de
Jesus Cristo para ser o Salvador do mundo. Mas no sentido material, a maior
bênção que Deus dá ao ser humano é o casamento.
A orientação que a Bíblia dá ao crente quanto ao casamento
é: "E fica livre para casar com quem quiser, contanto que seja no
Senhor" (1 Co 7.39). A Bíblia explica em 2 Co 6.14-17 as implicações da
expressão NO SENHOR, e cada crente que estiver pensando em casar-se deve m
editar profundamente sobre este texto. Que Deus guarde cada crente de algum dia
aceitar um jugo desigual com um infiel. Porque assim como o casamento na
direção do Senhor enseja a possibilidade de uma felicidade sem limites, o
casamento de um crente com um descrente com muita probabilidade será uma
infelicidade. Casamento é uma união total entre homem e mulher. Jesus disse:
"Não são mais dois, mas uma só carne" (Mt 19.6).
Isto fala de uma perfeita união entre os cônjuges,
envolvendo o corpo, a alma e o espirito de ambos. Casando-se o crente com um
que não é crente, pode naturalmente obter união de corpo e em parte de alma,
mas é impossível que haja união de espirito, pois enquanto um pertence ao reino
de Deus o outro é do reino das trevas (2 Co 6.14). Que diferença tremenda, que
abre uma brecha muito triste na união. Ainda que o crente tenha pedido perdão a
Jesus por esta falta cometida, vive agora preso a um outro com quem não tem
nenhuma união no espirito. É impossível calcular o sofrimento que uma união
desta natureza tem causado. Também a parte não crente, não respeita a parte
crente, pois sabe que ele errou contra a Bíblia, amando mais o casamento do que
a Deus. Em lugar de ter-se estabelecido um lar cristão, uma plataforma do
evangelho, aumentando, assim, a influência espiritual da Igreja, houve um
triste recuo. Um soldado de Cristo passou para o lado oposto. Em lugar de um
lar cristão, com uma viva influência sobre os filhos (2 Tm 1.4,5; At 7.20,21),
forma-se um lar sem definição espiritual. Os filhos estão desprovidos de ajuda
espiritual (Ne 13.23,24).
- A lei de Deus planejou o casamento para toda a vida
(Gn 2.24; Ml 2.10; Rm 7.1-3). Ele é tão permanente que os discípulos acharam
que seria melhor não casar (Mt 19.10). A advertência “somente no Senhor”,
significa livre somente para se casar com um cristão. Essa é um a verdade que
se aplica a todos os cristãos que se casam pela primeira ou segunda vez (2Co
6.l4-16).
- Paulo
ensinou que não é certo se unir, num empreendimento espiritual comum com
aqueles que não são da mesma natureza, isto é, incrédulos. É impossível que sob
tal disposição, as coisas sejam feitas para a glória de Deus. Os cristãos não
devem se unir com incrédulos em nenhum tipo de sociedade espiritual ou num
relacionamento que seria prejudicial para o testemunho do cristão dentro do
corpo de Cristo. Isso era especialmente importante para os coríntios por causa
das ameaças dos falsos mestres e a idolatria, pagã circundante.
- A fim de
alertar os cristãos quanto ao perigo de associar-se aos incrédulos através de
relacionamentos, ele usa uma ilustração retirada das proibições do Antigo
Testamento, jugo desigual, para Israel referente a lavrar com junta de duas
espécies diferentes de gado (Dt 22.10).
- “Uma
das áreas em que o povo de Deus mais ignora o ensino bíblico é no casamento, e
isso aparece de diversas formas. Qualquer pastor experiente poderá te afirmar
que enorme parte dos aconselhamentos que ele tem de fazer diz respeito a
questões de casamento: infidelidade, insubmissão, falta de perdão entre os
cônjuges, filhos e escolhas, maridos que não lideram suas famílias e assim vai.
Mas há, é claro, problemas que dizem respeito ao que se passa antes do
casamento, e um desses é a escolha do cônjuge. O povo de Deus é terrivelmente
mal-informado acerca do que se deve procurar num cônjuge. Na minha ainda
pequena experiência, tenho visto que mulheres muitas vezes se satisfazem com o
mero combo casamento feliz: “ele não me bate, não me impede de ir à igreja e
não leva jeito de que vai me trair”. Isso é se satisfazer com muito pouco. O
ideal bíblico para um homem é alguém que esteja na trajetória de se assemelhar
cada vez mais a Cristo em amar sua mulher como Cristo ama a igreja. Isso
envolve, liderar, servir amorosamente, lutar por sua santificação, amar
sacrificialmente, prover e se gastar profundamente em prol dela. Ser Cristo em
casa. Meramente não trair está dentro da capacidade de qualquer tonto ali na
esquina. Um descrente, por não ser redimido por Cristo, nunca será capaz de se
assemelhar a Cristo no cuidado por sua mulher. Pode, no máximo, ser um bom
marido de acordo com os padrões desse mundo caído. E, tristemente, é cada vez
mais comum ver crentes optando por se casarem com descrentes.” (Casamento
misto – vai acabar em pizza? Disponível em: voltemosaoevangelho.com.
Acesso em: 14 Set 2020).
SUBSÍDIO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO
Conclua a lição esclarecendo aos alunos o princípio de
unidade que o nosso Senhor Jesus ensinou na oração sacerdotal de João 1 7 .1 8
-2 4. É importante ressaltar que os princípios eternos do Reino de Deus devem
ser aplicados à v id a inteira. Então, por que não aplicaríamos essa coerência no
casamento, uma das decisões mais importantes do futuro de uma pessoa?
Tome exemplos bíblicos como o de Sansão, no livro de Juízes,
e o de Salomão, no livro de 1 Reis, destacando as dificuldades espirituais que
esses dois líderes passaram. As consequências de suas escolhas foram catastróficas,
não só para eles mesmos, mas, sobretudo, para o povo que eles representavam.
Finalize dizendo que em relação ao casamento, a decisão sempre afeta mais de
uma pessoa. Ela traz consequência para toda a família.
V. ESPERA EM DEUS
Findamos este es tu do sobre o casamento misto, onde a
Palavra de Deus e muito clara neste apelo: "Espera em Deus” (SI 27.14;
37.7). Jovem! O seu desejo de ter um lar, e experimentar a riqueza do amor de
um companheiro ou de uma companheira e natural. Lembra-te de que Deus ouve a
oração. Quando Eliezer orou, pedindo que Deus mostrasse quem seria a noiva de
Isaque, recebeu uma gloriosa resposta (Gn 24.12-27). Gloria a Deus! Uma escolha
precipitada, olhando somente para o que está diante de seus olhos (1 Sm 16.7),
pode impedir que recebas aquele ou aquela que Deus tem preparado parati.
Entrega, pois a tua vida e o teu futuro a "Deus, faz que o solitário viva
em família" (SI 68.6). Deus, que trouxe a companheira para Adão (Gn 2.22),
poderá fazer isto por ti. Espera, pois no Senhor! – A oração do administrador de Abraão manifesta
não apenas a sua confiança de que Deus conduziria a empreitada, mas também a
abnegação com a qual servia a Abraão. Sua paciência depois da oração, sua
adoração quando a oração foi atendida e seu reconhecimento da condução divina
igualmente refletiam sua fé. Foi o Senhor que guiou, do começo ao fim, o
caminho de Eleazar, até o encontro com aquela que o Senhor havia reservado para
Isaque. – “A Bíblia afirma o conceito de casamento como uma expectativa
central para a humanidade. Já no segundo capítulo na Bíblia nós lemos: “Por
isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só
carne.” (Gn 2.24). Atualmente, essa realidade tem se tornado mais e mais rara.
Em grandes sociedades, a coabitação sem o casamento é cada vez mais a norma,
mas até observadores seculares notam que a coabitação nem sequer leva, na
maioria dos casos, ao casamento. Andrew Cherlin da Universidade John Hopkins
disse recentemente à revista Time que a maioria dos relacionamentos de
coabitação entre jovens nos Estados Unidos é de pequena duração. Isso não é
coabitação antes do casamento, é coabitação ao invés do casamento. A história
da Time também apontou para outro padrão preocupante: a geração Y, ou
millennials, estão tendo filhos fora do casamento em níveis exorbitantes. Além
disso, alguns anos atrás, W. Bradford Wilcox, com base em uma pesquisa
conduzida por Robert Wuthnow, argumentou que o adiamento do casamento é o
principal motor da secularização. Isso anda de mãos dadas com o fato de que a
prolongação da adolescência traz efeitos vastos e muitas vezes despercebidos. A
vida adulta é para responsabilidades adultas, e, para a vasta maioria de
jovens, isso significará casamento e paternidade. O prolongamento da
adolescência até a faixa etária dos vinte anos (ou até além dos trinta) é
altamente relacionado com a elevação do secularismo e com os baixos índices de
frequência nas igrejas. Cristãos entendem que nós fomos criados como machos e
fêmeas para demonstrar a glória de Deus, e que nos foi dado o presente do
casamento como o único contexto para o qual Deus planejou a dádiva do sexo e
nos garantiu o privilégio e mandamento de termos e criarmos filhos. Por todas
essas razões e muito outras, cristãos devem entender que, a não ser que tenham
recebido o dom do celibato, eles devem honrar o casamento e procurar casar e
devem ir em direção à parentalidade e a todas as responsabilidades da vida
adulta mais cedo na vida em vez de mais tarde. Adiar a vida adulta não é
consistente com a visão bíblica da vida, e, para a maioria dos jovens cristãos,
o casamento deve ser uma parte central do planejamento da vida adulta jovem e
da fidelidade a Cristo. Ao atingirem a vida adulta juntos, como marido e
mulher, jovens cristãos servem como testemunhas do plano de Deus e do presente
de Deus diante de um mundo confuso. Cristãos entendem que sexo antes e fora do
casamento simplesmente não é uma opção. Coabitação é inconsistente com
obediência a Cristo. Filhos são presente de Deus para serem recebidos e
acolhidos dentro da aliança matrimonial. De modo revelador, as autoridades
seculares da cultura estão expressando agora preocupação a respeito do adiamento
do casamento entre jovens. Quando a revista Time está preocupada com jovens não
se casando, cristãos devem se preocupar duplamente. Jovens, e isso inclui
jovens cristãos, enfrentam alguns desafios muito sérios enquanto se dirigem à
vida adulta plena, e não há dúvida de que fatores econômicos cumprem um papel
nisso. Mas até mesmo observadores seculares entendem que uma mudança no
casamento aponta para uma mudança subjacente na moralidade. O fato contundente
é que as gerações anteriores de jovens adultos, mesmo enfrentando desafios
econômicos maiores, ainda assim encontraram um caminho para a vida adulta e
para o casamento. A igreja cristã deve encorajar jovens cristãos em direção ao
alvo do casamento e devem ser claros a respeito da necessidade da santidade e
obediência a Cristo em todos os estágios e as estações da vida. Quando o mundo
ao nosso redor está coçando a cabeça, perguntando o que aconteceu com o
casamento, cristãos devem mostrar a glória de Deus no casamento e tudo o que
Deus nos dá na aliança matrimonial. E nós devemos encorajar jovens cristãos a
não adiar o casamento, e nem apressar o casamento, mas fazer do casamento uma
prioridade nos anos críticos do início da vida adulta. Nessa causa, não temos
tempo a perder” (Jovem, não enrole para casar! Disponível
em: voltemosaoevangelho.com.
Acesso em: 14 Set 2020).
REFERÊNCIAS
BARBOSA,
Francisco. Especial Lição 11: Esdras vai a Jerusalém ensinar a Palavra de
Deus. Disponível em: https://auxilioebd.blogspot.com. Acesso em 11.09.2020
LIÇÕES BÍBLICAS. Edição
Especial Jovens e Adultos, 3º Trimestre 2020 - Lição 12. Rio de Janeiro:
CPAD, 20 setembro, 2020.
STAMPS, Donald C. Bíblia de
Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1997.
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