sábado, 19 de setembro de 2020

LIÇÃO 12: ESDRAS E NEEMIAS COMBATEM O CASAMENTO MISTO

 

COMENTÁRIO E SUBSÍDIO I

   INTRODUÇÃO

Nesta lição iremos estudar o grave problema do casamento entre judeus e mulheres pagãs. Veremos a enérgica ação de Esdras e de Neemias para solucionar este problema, e também o que a Palavra de Deus diz sobre o assunto.

Na lei de Deus, aparece a ordem: "Não faças concerto com os moradores da terra, nem tomes das suas filhas para os teus filhos... (Ex 34.11-16; Dt 7.3,4). Foi por este motivo que o sacerdote Esdras, conforme a leitura da nossa lição, ficou perplexo, quando tomou conhecimento de que o povo, depois de haver voltado do exílio, tomava mulheres dos povos gentílicos em redor, misturando a semente santa. O povo começou a seguir as abominações dos povos. Ele, então, chorou, rasgou os seus vestidos, e buscou com profunda dor a ajuda de Deus, reconhecendo que eles, com isto, haviam deixado os mandamentos, violando-os, aparentando-se com os povos destas abominações (Ed 9.1-14). O resultado deste movimento foi uma purificação e tomada de atitude firme em obediência a Palavra de Deus (Ed 10.1-13). – Vamos estudar nesta lição que o povo, mesmo sendo o povo de Deus está sempre propenso para se afastar da aliança feita com o seu Senhor.  A rebeldia dos judeus no passado, quanto ao separar-se dos povos decaídos ao seu redor, os levou à idolatria e à imoralidade, e por fim ocasionou seu cativeiro e exílio (2 Cr 36.14-21). Agora, após Deus trazer de volta à pátria um pequeno remanescente, os judeus uma vez mais começaram a transgredir o básico preceito divino da separação dos ímpios, quanto a sua maneira de viver. Esdras ao chegar em Jerusalém, descobriu que muitos dos israelitas, inclusive sacerdotes, levitas e governantes, tinham se casado com mulheres idólatras e praticavam as abominações e impurezas dos pagãos. O casamento com ímpios foi terminantemente proibido na lei de Moisés (Ex 31.11-16; Dt 7.14). O Novo Testamento, da mesma forma, proíbe o povo de Deus na nova aliança, casar-se com incrédulos (1 Co 7.39; 2 Co 6.14)

   I. ESDRAS E NEEMIAS COMBATEM O PERIGO DO CASAMENTO MISTO

1. A ira e a reação de Esdras. Quando Esdras foi informa do que muitos judeus, morando em Judá, haviam se casado com mulheres pagãs, ele ficou muito angustiado. Manifestando sua profunda tristeza, rasgou seu vestido, sua capa, e arrancou os cabelos, tanto de sua barba como de sua cabeça, e assentou-se atônito na praça. A notícia da reação de Esdras espalhou-se pela cidade, e muitos reuniram-se a ele. Na hora do sacrifício da tarde, Esdras dobrou seus joelhos diante do povo, e orou a Deus (Ed 9.6-15). E todo povo chorou com grande choro (Ed 10.1). – A reação de pesar Esdras, acompanhada de oração, é um exemplo típico da ansiedade e aflição que todos os verdadeiros ministros de Deus devem sentir ao verem o povo de Deus conformar-se com costumes ímpios. (1) Esdras ficou atônito, envergonhado e profundamente entristecido por causa do pecado do povo (2) Esdras tinha uma profunda percepção da glória, justiça e amor de Deus, que o povo desprezara. Ele não pôde aceitar os erros do povo. (3) Esdras orou a Deus com humildade e com lágrimas. (4) Esdras identificou-se com aqueles por quem ele orava, mediante a expressão “nossas iniquidades” e “nossas culpas”. Sentia, mas do que todos eles, a vergonha e a culpa da nação. (5) Esdras sabia que a graça e a misericórdia que Deus demonstrava para com o povo que retornara, reavivando a sua esperança e visão quanto ao futuro, levantando a Casa de Deus das ruínas, e provendo-lhes um muro de proteção, estavam agora em risco, por causa da desobediência do povo à palavra de Deus. (6) Esdras tinha plena consciência da misericórdia e graça de Deus e, portanto, aguardava o perdão e a renovação espiritual do povo. (7) Finalmente, a aflição de Esdras atraiu outros que “tremiam das palavras do Deus de Israel” e compreendiam as consequências desastrosas que o pecado traria ao povo com suas famílias.   

2. O efeito da atitude de Esdras foi imediato. Secanias, um judeu bem conhecido, e que se havia casado com uma mulher estranha, disse a Esdras diante de todo o povo: "Agora, pois, façamos concerto com o nosso Deus, de que despediremos todas as mulheres e tudo o que é nascido delas, conforme o conselho do Senhor e dos que tremem no mandado do nosso Deus; e faça-se conforme a Lei" (Ed 10.3). Disseram a Esdras: "Levanta-te, pois, porque te pertence este negócio, e nós seremos contigo; esforça-te” (Ed 10.4). – Secanias, um líder que não estava envolvido nos casamentos mistos, já que seu nome não aparece na relação dos versículos 10.18-44 (embora o seu pai e cinco tios paternos apareçam no v. 26), era corajoso e obedeceu a Deus em vez de agradar seus parentes, ainda há esperança para Israel. Essa esperança é centrada na aliança de amor de Deus e perdão para os pecadores verdadeiramente arrependidos. Secanias clama ao povo e aos líderes para realizarem a ação específica de se divorciarem das esposas e filhos, além do reconhecimento de que Esdras estava aconselhando um caminho consistente com a Escritura (2Cr 29.10). No versículo 3 fica evidente que haviam ainda os piedosos, ''tremem ao mandado do nosso Deus”; Isso se refere àqueles que levam a palavra de Deus a sério, especialmente no que se refere ao fato de que ele irá castigá-los pelos seus pecados, segundo a Lei. Eles queriam colocar-se de acordo com a lei de Deus conforme a sua revelação em Dt 7.2-3. Esdras é reconhecido corno o principal líder espiritual com autoridade divina apropriada e responsabilidade humana para executar essa tarefa difícil de tratar do divórcio de tantos.

3. O arrependimento do povo. Esdras levantou-se e ajuramentou a todos que fariam conforme as palavras de Secanias. E o povo jurou! (Ed 10.5). Todos os que haviam retornado do cativeiro foram convocados, e Esdras falou-lhes: "Vós tendes transgredido e casastes com mulheres estranhas [...] fazei confissão ao SENHOR [...] apartai-vos [...] das mulheres estranhas". E responderam todos: "Assim seja; conforme as tuas palavras, nos convém fazer" (Ed 10.10-12). Sobre este negócio foram postos Jônatas e Jazeias, auxiliados por dois levitas. Eles receberam a incumbência de supervisionar o encerramento definitivo destas uniões proibidas pela lei de Deus (Ed 10.15,16). Antes mesmo da chegada de Esdras a Jerusalém, Neemias já havia enfrentado o problema do casamento misto. Vários judeus, inclusive alguns sacerdotes, haviam se casado com mulheres estranhas. Neemias os fez jurar que não mais fariam isto (Ne 13.25). Neemias afastou de entre os sacerdotes e de entre os levitas aqueles que eram estranhos, e contratou novos sacerdotes e levitas para preencherem os cargos vagos. Um dos netos do sumo sacerdote Eliasibe era genro de Sambalate, e foi afastado por Neemias (Ne 13.25-30). – O juramento em relação à aliança especificado em 10.3. Neemias 10.28-39 nos apresenta o conteúdo de um juramento futuro sob condições semelhantes. – Há um equívoco aqui << Antes mesmo da chegada de Esdras a Jerusalém, Neemias já havia enfrentado o problema do casamento misto>>, Esdras liderou o segundo grupo de retorno de israelitas que retornaram da Babilônia em 458 a.C. Neemias chega em Jerusalém somente depois de 445 a.C., portanto, depois de Esdras. De fato, Neemias fez uma nova correção quanto aos casamentos mistos, desta vez, até dentro do clero. Em Malaquias 2.1-8, há um relato onde aquele profeta reconhece a impureza no interior do clero.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO

"A exclusividade implícita nesta resposta ecoou repetidamente nas advertências de Esdras e Neemias ao povo remanescente para separar-se das populações circunvizinhas, sobretudo na prática matrimonial. Esdras ouviu a reclamação que o povo, os sacerdotes e os levitas tinham se casado com indivíduos das nações vizinhas descrentes, uma abominação que resultou na mistura da raça santa com os que os cercavam (Ed 9.2). Como fizeram os antepassados dessas nações séculos antes, eles entraram na terra da promessa para levar as práticas más dos habitantes cananeus (vv.11,12).

Esdras ficou tão indignado com este desarranjo das linhas demarcatórias que ordenou o divórcio peremptório sempre que houvesse casamentos mistos (Ed 10). Anos mais tarde, Neemias retomou a causa. Ordenou que os israelitas que tinham se separado das nações vizinhas pagãs renovassem os votos do concerto ao Senhor (Ne 9.2) e se contivessem, nacionalidades diferentes (10.28). De interesse especial para Neemias, foi o problema do casamento entre judeus com as mulheres de Asdode, Amom e Moabe. Comparou essas alianças com as de Salomão, que resultaram no fim da monarquia (Ne 13.13-27)" (ZUCK, Roy (Ed.). Teologia do Antigo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2018, p. 215).

  II. POR QUE UM JUDEU NÃO DEVIA CASAR COM UMA PAGÃ?

1. Deus havia proibido o casamento misto (Dt 7.2-4; Éx 34.16; Js 23.12,13). A desobediência a esta ordem de Deus era um ato de rebelião. A finalidade desta proibição era evitar que o judeu viesse a seguir a religião de sua mulher pagã. – Por causa da natureza íntima do matrimônio, o cônjuge idólatra poderia desviar de Deus o seu companheiro ou a sua companheira; um exemplo desse perigo está registrado em 1Rs 11.1-8, onde há o exemplo do que aconteceu com Salomão. Na cultura oriental daqueles dias, o relacionamento, tratados e os casamentos mistos, requereriam dos parceiros o reconhecimento dos deuses. A história da nação demonstrou a urgência dessa instrução e do desastre caso ela fosse desobedecida.

2. A história de Israel registra vários exemplos das consequências nefastas do casamento misto. Vejamos:

a. Salomão, filho de Davi, rei de Israel, o que construiu o grande Templo em Jerusalém, contaminou-se por causa dos casamentos com mulheres pagãs. Elas perverteram seu coração, e ele passou a seguir os seus deuses estranhos (1 Rs 11.1-9). Como consequência do seu pecado no reino de seu filho Reoboão as dez tribos do Norte separaram-se, e constituíram-se em um reino independente sob a liderança de Jeroboão (1 Rs 12.16-19). – De fato Salomão contraiu muitos casamentos bem como possuiu muitas concubinas, no entanto, muitos dos casamentos de Salomão tinham o propósito de ratificar alianças com outras nações, uma prática comum no antigo Oriente Próximo. A prática de multiplicar o número de esposas reais, proibida em Dt 17.17, pois desviava o coração do rei do Senhor, mostrou-se verdadeira na experiência de Salomão. O amor de Salomão por suas mulheres levou-o a abandonar sua lealdade ao Senhor e a adorar outros deuses. Não se pode imaginar um quadro mais triste do que o da sua apostasia nos últimos anos de vida, que pode ser associada aos seus pecados com suas esposas estrangeiras. A poligamia era tolerada entre os antigos hebreus, embora a maioria dos homens do Oriente tivesse apenas uma esposa. Um grande número de esposas era visto como sinal de riqueza e importância. O rei desejava ter um harém maior do que o de qualquer um de seus súditos, por isso Salomão recorreu a esse tipo de magnificência. Contudo, esse era um pecado que violava abertamente a lei de Deus, e o resultado que a lei buscava inibir foi exatamente o que se deu.

b. Acabe, rei de Israel, casou-se com Jezabel, princesa sidônia (1 Rs 16.31). Jezabel fortaleceu o culto a Baal em Israel, e perseguiu os profetas de Deus (1 Rs 18.4). – É interessante notar que com Acabe, a decadência espiritual de Israel alcançou o seu ponto mais torpe. Ele era ainda pior que o seu pai, Onri, que fora pior do que todos antes dele. A maldade de Acabe consistia em perpetuar todos os pecados de Jeroboão e promover o culto a Baal em Israel. De todos os reis de Israel, Acabe foi o que mais irritou ao Senhor. A perversa esposa de Acabe tornou-se o símbolo da maldade da falsa religião (Ap 2.20). Etbaal (Seu nome significava "Baal está vivo"), pai de Jezabel, era o rei da Fenícia (inclusive de Tiro e Sidom) que assassinou seu antecessor e, de acordo com o historiador judeu Flávio Josefo, era sacerdote dos deuses Melqart e Astarote.

  III. A SOBREVIVÊNCIA DO POVO JUDEU

Existem judeus até os dias de hoje, porque, embora espalhados por quase todos os países do mundo (Lc 21.24), não se misturaram com os povos, no meio dos quais passaram a viver, conservando-se sempre separados. Este é o resultado da obediência à orientação dada na lei divina, que inspirou outras leis que regem os judeus em todo o do mundo, as quais proíbem que uma pessoa judia se case com uma não judia.

A preservação do povo judeu é considerado um milagre, quando se aliam as tremendas perseguições que sofreram durante séculos em muitos países, como por exemplo Espanha, Polônia, Inglaterra, por ocasião da Segunda Guerra Mundial, o nazismo na Alemanha. – “A história da sobrevivência judaica é tão excepcional, vasta e sem paralelos que desafia a imaginação. Em nosso próprio século, as duas grandes potências que anunciaram: "Israel acabou" – o Terceiro Reich de Hitler e a União Soviética – foram esmagados e desmantelados. Porém o povo de Israel vive. Muitos pensadores e cientistas sociais tentaram, e ainda estão tentando, entender a sobrevivência de um povo, uma fé e um legado durante três milênios de condições históricas praticamente impossíveis. Blaise Pascal, o notável pensador, matemático, teólogo, físico francês do Século Dezessete, escreveu: "Em algumas partes do mundo podemos ver um povo peculiar, separado dos outros povos do mundo, chamado de povo judeu… Este povo não apenas é de impressionante antiguidade como também tem perdurado por um tempo singularmente longo… Pois enquanto os povos da Grécia e Itália, de Esparta, Atenas, Roma e outros que surgiram muito depois pereceram há tanto tempo, este ainda existe, apesar dos esforços de tantos reis poderosos que tentaram uma centena de vezes acabar com ele, como seus historiadores atestam, e como pode ser facilmente julgado pela ordem natural das coisas no decorrer de tantos anos. Eles sempre foram preservados, no entanto, e sua preservação foi prevista… Meu encontro com esse povo me surpreende…"” (A Ciência da Sobrevivência Judaica, disponível em:chabad.org. Acesso em: 14 Set 2020).

SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO

“[Prometemos] que não daríamos as nossas filhas aos povos da terra, nem tomaríamos as filhas deles para os nossos filhos' (10.30), preceituava o 'firme concerto’. Na ocasião em que ele fora firmado, a pureza racial fora tema de preocupação comum, e eles 'apartaram de Israel toda mistura’ (13.3), indo além

do que mandava a lei, que excluía apenas amonitas e moabitas. Não obstante, o zelo pela natureza do sangue israelita, e em fazer tudo para agradar a Deus, que presumivelmente instigara tal exclusivismo, evaporara-se. Quando Neemias retornou a Jerusalém, encontrou lá 'judeus que tinham casado com mulheres asdoditas, amonitas e moabitas' (13.23). 0 motivo pode ter sido a paixão, é claro, porém é mais provável que haja sido prudência (se é que se pode chamar assim), que tinha os olhos na oportunidade e nos casamentos por dinheiro, prestígio ou alguma outra forma de lucro mundano. E, em alguns casos, Neemias descobriu que a língua falada em casa, por decisão dos pais, era estrangeira. (...] (13.24). Isso enfureceu Neemias, não apenas pela quebra do voto, mas porque as crianças seriam incapazes de partilhar da adoração em Israel, ou aprender eficazmente a Lei; consequentemente, não estariam aptas a transmitir a fé aos filhos que viriam a ter, e assim estaria em risco a futura unidade espiritual da nação israelita da nação de Israel" (PACKER, J. I. Paixão Pela Fidelidade: Sabedoria extraída do livro de Neemias. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p. 212).

  IV. UMA PALAVRA FINAL SOBE O CASAMENTO DOS CRENTES

A maior bênção que Deus deu à humanidade foi o envio de Jesus Cristo para ser o Salvador do mundo. Mas no sentido material, a maior bênção que Deus dá ao ser humano é o casamento.

A orientação que a Bíblia dá ao crente quanto ao casamento é: "E fica livre para casar com quem quiser, contanto que seja no Senhor" (1 Co 7.39). A Bíblia explica em 2 Co 6.14-17 as implicações da expressão NO SENHOR, e cada crente que estiver pensando em casar-se deve m editar profundamente sobre este texto. Que Deus guarde cada crente de algum dia aceitar um jugo desigual com um infiel. Porque assim como o casamento na direção do Senhor enseja a possibilidade de uma felicidade sem limites, o casamento de um crente com um descrente com muita probabilidade será uma infelicidade. Casamento é uma união total entre homem e mulher. Jesus disse: "Não são mais dois, mas uma só carne" (Mt 19.6).

Isto fala de uma perfeita união entre os cônjuges, envolvendo o corpo, a alma e o espirito de ambos. Casando-se o crente com um que não é crente, pode naturalmente obter união de corpo e em parte de alma, mas é impossível que haja união de espirito, pois enquanto um pertence ao reino de Deus o outro é do reino das trevas (2 Co 6.14). Que diferença tremenda, que abre uma brecha muito triste na união. Ainda que o crente tenha pedido perdão a Jesus por esta falta cometida, vive agora preso a um outro com quem não tem nenhuma união no espirito. É impossível calcular o sofrimento que uma união desta natureza tem causado. Também a parte não crente, não respeita a parte crente, pois sabe que ele errou contra a Bíblia, amando mais o casamento do que a Deus. Em lugar de ter-se estabelecido um lar cristão, uma plataforma do evangelho, aumentando, assim, a influência espiritual da Igreja, houve um triste recuo. Um soldado de Cristo passou para o lado oposto. Em lugar de um lar cristão, com uma viva influência sobre os filhos (2 Tm 1.4,5; At 7.20,21), forma-se um lar sem definição espiritual. Os filhos estão desprovidos de ajuda espiritual (Ne 13.23,24).

- A lei de Deus planejou o casamento para toda a vida (Gn 2.24; Ml 2.10; Rm 7.1-3). Ele é tão permanente que os discípulos acharam que seria melhor não casar (Mt 19.10). A advertência “somente no Senhor”, significa livre somente para se casar com um cristão. Essa é um a verdade que se aplica a todos os cristãos que se casam pela primeira ou segunda vez (2Co 6.l4-16).

-  Paulo ensinou que não é certo se unir, num empreendimento espiritual comum com aqueles que não são da mesma natureza, isto é, incrédulos. É impossível que sob tal disposição, as coisas sejam feitas para a glória de Deus. Os cristãos não devem se unir com incrédulos em nenhum tipo de sociedade espiritual ou num relacionamento que seria prejudicial para o testemunho do cristão dentro do corpo de Cristo. Isso era especialmente importante para os coríntios por causa das ameaças dos falsos mestres e a idolatria, pagã circundante.

- A fim de alertar os cristãos quanto ao perigo de associar-se aos incrédulos através de relacionamentos, ele usa uma ilustração retirada das proibições do Antigo Testamento, jugo desigual, para Israel referente a lavrar com junta de duas espécies diferentes de gado (Dt 22.10).

- “Uma das áreas em que o povo de Deus mais ignora o ensino bíblico é no casamento, e isso aparece de diversas formas. Qualquer pastor experiente poderá te afirmar que enorme parte dos aconselhamentos que ele tem de fazer diz respeito a questões de casamento: infidelidade, insubmissão, falta de perdão entre os cônjuges, filhos e escolhas, maridos que não lideram suas famílias e assim vai. Mas há, é claro, problemas que dizem respeito ao que se passa antes do casamento, e um desses é a escolha do cônjuge. O povo de Deus é terrivelmente mal-informado acerca do que se deve procurar num cônjuge. Na minha ainda pequena experiência, tenho visto que mulheres muitas vezes se satisfazem com o mero combo casamento feliz: “ele não me bate, não me impede de ir à igreja e não leva jeito de que vai me trair”. Isso é se satisfazer com muito pouco. O ideal bíblico para um homem é alguém que esteja na trajetória de se assemelhar cada vez mais a Cristo em amar sua mulher como Cristo ama a igreja. Isso envolve, liderar, servir amorosamente, lutar por sua santificação, amar sacrificialmente, prover e se gastar profundamente em prol dela. Ser Cristo em casa. Meramente não trair está dentro da capacidade de qualquer tonto ali na esquina. Um descrente, por não ser redimido por Cristo, nunca será capaz de se assemelhar a Cristo no cuidado por sua mulher. Pode, no máximo, ser um bom marido de acordo com os padrões desse mundo caído. E, tristemente, é cada vez mais comum ver crentes optando por se casarem com descrentes.” (Casamento misto – vai acabar em pizza? Disponível em: voltemosaoevangelho.com. Acesso em: 14 Set 2020).

SUBSÍDIO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO

Conclua a lição esclarecendo aos alunos o princípio de unidade que o nosso Senhor Jesus ensinou na oração sacerdotal de João 1 7 .1 8 -2 4. É importante ressaltar que os princípios eternos do Reino de Deus devem ser aplicados à v id a inteira. Então, por que não aplicaríamos essa coerência no casamento, uma das decisões mais importantes do futuro de uma pessoa?

Tome exemplos bíblicos como o de Sansão, no livro de Juízes, e o de Salomão, no livro de 1 Reis, destacando as dificuldades espirituais que esses dois líderes passaram. As consequências de suas escolhas foram catastróficas, não só para eles mesmos, mas, sobretudo, para o povo que eles representavam. Finalize dizendo que em relação ao casamento, a decisão sempre afeta mais de uma pessoa. Ela traz consequência para toda a família.

  V. ESPERA EM DEUS

Findamos este es tu do sobre o casamento misto, onde a Palavra de Deus e muito clara neste apelo: "Espera em Deus” (SI 27.14; 37.7). Jovem! O seu desejo de ter um lar, e experimentar a riqueza do amor de um companheiro ou de uma companheira e natural. Lembra-te de que Deus ouve a oração. Quando Eliezer orou, pedindo que Deus mostrasse quem seria a noiva de Isaque, recebeu uma gloriosa resposta (Gn 24.12-27). Gloria a Deus! Uma escolha precipitada, olhando somente para o que está diante de seus olhos (1 Sm 16.7), pode impedir que recebas aquele ou aquela que Deus tem preparado parati. Entrega, pois a tua vida e o teu futuro a "Deus, faz que o solitário viva em família" (SI 68.6). Deus, que trouxe a companheira para Adão (Gn 2.22), poderá fazer isto por ti. Espera, pois no Senhor! – A oração do administrador de Abraão manifesta não apenas a sua confiança de que Deus conduziria a empreitada, mas também a abnegação com a qual servia a Abraão. Sua paciência depois da oração, sua adoração quando a oração foi atendida e seu reconhecimento da condução divina igualmente refletiam sua fé. Foi o Senhor que guiou, do começo ao fim, o caminho de Eleazar, até o encontro com aquela que o Senhor havia reservado para Isaque. – “A Bíblia afirma o conceito de casamento como uma expectativa central para a humanidade. Já no segundo capítulo na Bíblia nós lemos: “Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne.” (Gn 2.24). Atualmente, essa realidade tem se tornado mais e mais rara. Em grandes sociedades, a coabitação sem o casamento é cada vez mais a norma, mas até observadores seculares notam que a coabitação nem sequer leva, na maioria dos casos, ao casamento. Andrew Cherlin da Universidade John Hopkins disse recentemente à revista Time que a maioria dos relacionamentos de coabitação entre jovens nos Estados Unidos é de pequena duração. Isso não é coabitação antes do casamento, é coabitação ao invés do casamento. A história da Time também apontou para outro padrão preocupante: a geração Y, ou millennials, estão tendo filhos fora do casamento em níveis exorbitantes. Além disso, alguns anos atrás, W. Bradford Wilcox, com base em uma pesquisa conduzida por Robert Wuthnow, argumentou que o adiamento do casamento é o principal motor da secularização. Isso anda de mãos dadas com o fato de que a prolongação da adolescência traz efeitos vastos e muitas vezes despercebidos. A vida adulta é para responsabilidades adultas, e, para a vasta maioria de jovens, isso significará casamento e paternidade. O prolongamento da adolescência até a faixa etária dos vinte anos (ou até além dos trinta) é altamente relacionado com a elevação do secularismo e com os baixos índices de frequência nas igrejas. Cristãos entendem que nós fomos criados como machos e fêmeas para demonstrar a glória de Deus, e que nos foi dado o presente do casamento como o único contexto para o qual Deus planejou a dádiva do sexo e nos garantiu o privilégio e mandamento de termos e criarmos filhos. Por todas essas razões e muito outras, cristãos devem entender que, a não ser que tenham recebido o dom do celibato, eles devem honrar o casamento e procurar casar e devem ir em direção à parentalidade e a todas as responsabilidades da vida adulta mais cedo na vida em vez de mais tarde. Adiar a vida adulta não é consistente com a visão bíblica da vida, e, para a maioria dos jovens cristãos, o casamento deve ser uma parte central do planejamento da vida adulta jovem e da fidelidade a Cristo. Ao atingirem a vida adulta juntos, como marido e mulher, jovens cristãos servem como testemunhas do plano de Deus e do presente de Deus diante de um mundo confuso. Cristãos entendem que sexo antes e fora do casamento simplesmente não é uma opção. Coabitação é inconsistente com obediência a Cristo. Filhos são presente de Deus para serem recebidos e acolhidos dentro da aliança matrimonial. De modo revelador, as autoridades seculares da cultura estão expressando agora preocupação a respeito do adiamento do casamento entre jovens. Quando a revista Time está preocupada com jovens não se casando, cristãos devem se preocupar duplamente. Jovens, e isso inclui jovens cristãos, enfrentam alguns desafios muito sérios enquanto se dirigem à vida adulta plena, e não há dúvida de que fatores econômicos cumprem um papel nisso. Mas até mesmo observadores seculares entendem que uma mudança no casamento aponta para uma mudança subjacente na moralidade. O fato contundente é que as gerações anteriores de jovens adultos, mesmo enfrentando desafios econômicos maiores, ainda assim encontraram um caminho para a vida adulta e para o casamento. A igreja cristã deve encorajar jovens cristãos em direção ao alvo do casamento e devem ser claros a respeito da necessidade da santidade e obediência a Cristo em todos os estágios e as estações da vida. Quando o mundo ao nosso redor está coçando a cabeça, perguntando o que aconteceu com o casamento, cristãos devem mostrar a glória de Deus no casamento e tudo o que Deus nos dá na aliança matrimonial. E nós devemos encorajar jovens cristãos a não adiar o casamento, e nem apressar o casamento, mas fazer do casamento uma prioridade nos anos críticos do início da vida adulta. Nessa causa, não temos tempo a perder” (Jovem, não enrole para casar! Disponível em: voltemosaoevangelho.com. Acesso em: 14 Set 2020).

REFERÊNCIAS

BARBOSA, Francisco. Especial Lição 11: Esdras vai a Jerusalém ensinar a Palavra de Deus. Disponível em: https://auxilioebd.blogspot.com. Acesso em 11.09.2020

LIÇÕES BÍBLICAS. Edição Especial Jovens e Adultos, 3º Trimestre 2020 - Lição 12. Rio de Janeiro: CPAD, 20 setembro, 2020.

STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1997.



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