sábado, 12 de setembro de 2020

LIÇÃO 11: ESDRAS VAI A JERUSALÉM ENSINAR A PALAVRA

COMENTÁRIO E SUBSÍDIO I

   INTRODUÇÃO

O grande valor do ensino da Palavra de Deus é o assunto desta lição. Veremos como o governo da Pérsia enviou Esdras a Jerusalém, a fim de verificar se a vida eclesiástica dos judeus estava conforme a lei de Deus. – Os capítulos 8 a 10 de Neemias descrevem um dos maiores avivamentos do Antigo Testamento e apontam vários princípios fundamentais para um avivamento e renovação espirituais. O avivamento e a renovação, procedem exclusivamente de Deus. Os instrumentos que o propiciam são: a Palavra de Deus (Ne 8.1-8) a oração (v. 6), a confissão de pecados (cap. 9), um coração quebrantado e contrito (v. 9), renúncia às práticas pecaminosas da sociedade contemporânea (9.2) e renovação do compromisso de andar segundo a vontade de Deus e de fazer da Palavra de Deus o nosso viver (10.29).

   I. ARTAXERXES ENVIA ESDRAS

1. Os judeus sob o domínio dos Pérsas. Quando o reino da Pérsia derrotou Babilônia, os judeus que viviam naquele lugar passaram automaticamente ao domínio do governo persa. Os judeus puderam logo constatar que os persas eram mais brandos do que os babilônicos. – Toda a história humana está sob o controle de nosso Deus. Nada passa desapercebido diante dele, principalmente com a nação judaica que foi ao cativeiro por determinação do Senhor e tinha a promessa do seu retorno. Nabucodonosor pagou caro por não admitir que todo o poder que tinha era pela permissão de Deus. Os reis persas, pelo contrário sabiam que era necessário observar o que a respeito deles estava escrito e simplesmente obedeceram liberando o povo de Deus a retornarem para a sua terra e dando-lhes condições para isso.  

2. Esdras é enviado a Jerusalém, para ensinar a lei de Deus. No seu contato com Esdras, escriba e sacerdote, o rei ficou impressionado com o elevado grau de conhecimento que Esdras possuía da lei do Deus de Israel, e quis, junto com seus sete conselheiros, enviá-lo a Jerusalém a fim de inquirir acerca da situação espiritual dos residentes ali (Ed 7.14). Esdras foi da Babilônia a Jerusalém, para o bem de sua pátria, e o rei foi amável para com ele, concedendo-lhe todos os seus pedidos, tudo o que ele precisava e desejava para estar capacitado a servir à sua pátria. Quando partiu, muitos o acompanharam; obteve o favor de seu rei através do favor divino. Toda a criatura é para nós o que Deus faz com que seja. Devemos ver a mão de Deus nos feitos que nos acontecem e reconhecê-los com gratidão.

3. A importante carta que o rei enviou com Esdras. O rei enviou com Esdras uma carta escrita em aramaico, que está registrada em Esdras 7.12-26. Através desta carta o rei decretou:

a) Qualquer judeu, que assim desejasse, poderia acompanhar Esdras a Jerusalém (v. 12).

b) Os que fossem a Jerusalém poderiam levar consigo ouro e prata, voluntariamente dados pelo rei e seus conselheiros, ou dados como ofertas voluntárias do povo (v. 15).

c) Os vasos sagrados, que ainda estavam na Babilônia, seriam restituídos (Ed v. 19)

d) Qualquer despesa seria paga pelo tesouro do rei.

e) Não seriam impostos aos servidores do templo: direitos, tributos, rendas (v. 24).

f) Esdras poderia nomear regentes e juízes, para que a vida eclesiástica viesse a funcionar conforme a lei de Deus (v. 25).

Esdras louvou a Deus, que tinha inspirado o rei a fazer tudo isto, estendendo-lhe a beneficência perante o rei (vv. 27,28). A generosidade dos reis pagãos para apoiarem a adoração a Deus foi uma reprovação para a conduta de muitos reis de Judá, e levantar-se-á em juízo contra a cobiça dos ricos cristãos que professam a fé, mas não promovem a causa de Deus. Porém, as armas dos ministros cristãos não são carnais. Pregação fiel, vidas santas, orações fervorosas e sofrimentos com paciência, quando são chamados a estes, são os meios que levam os homens à obediência a Cristo. – Esdras louvou a Deus por duas coisas: Primeira – Por sua comissão. Se algo bom surge em nosso coração ou no do próximo devemos reconhecer que foi Deus que o colocou, e bendizê-lo por isto. Ele é quem opera em nós tanto o querer como o efetuar algo bom. Segunda – Por seu alento. Deus inclinou até a mim a sua misericórdia. Esdras era um homem valente, mas isto não é atribuído ao seu coração, e sim a Deus. Se Ele nos dá a sua mão, somos ousados e alegres; se Ele a retira, somos frágeis como uma poça de água. Deus deve receber toda a glória em qualquer coisa que sejamos capazes de fazer para Ele, e para os que nos rodeiam.

SUBSÍDIO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO

O professor precisa tocar o coração e mente com imagens vivas que façam sentido para a vida do aluno. Essas imagens devem brotar a partir do conteúdo da lição. Saiba que a imaginação é um instrumento poderoso para aplicar o ensino da Palavra de Deus ao coração e mente do aluno. Por isso, sugerimos que você tome exemplos de líderes que atuaram para propagar o ensino da Lei aos rincões de Israel. Use histórias vivas sobre o Moisés, o homem o qual Deus entregou o Decálogo. Também o juiz, sacerdote e profeta Samuel. Você pode encerrar a construção dessas imagens com o Senhor Jesus como a Palavra encarnada de Deus na história. O Pai leva tão a sério a sua Palavra que enviou seu Filho para encarná-la no mundo.

  II. ESDRAS ENSINA A PALAVRA AO POVO

1. Esdras sai da Babilônia e vai a Jerusalém. Conforme a ordem do rei Artaxerxes, Esdras viajou para Jerusalém acompanhado de um grupo de judeus, alguns eminentes líderes do povo (Ed 8.2). Recusando a escolta militar oferecida pelo rei, para garantir-lhes a segurança durante a viagem, Esdras e seus companheiros preferiram confiar na segurança de Deus. Assim sendo, jejuaram e oraram para que tivessem uma boa viagem (Ed 8.21), e Deus os ouviu e os guardou durante todo o trajeto. Assim chegaram em paz a Jerusalém, onde ofereceram holocaustos a Deus (Ed 8.35).  Esdras reúne os exilados de Israel e os dispersos de Judá. Deus anima um pequeno remanescente para ajudá-lo. É lastimável que os bons homens deixem de realizar uma boa obra por falta de comunicação! Esdras cuidou de que os levitas fossem com ele; porém, do que serviria isto se não tivesse a Deus consigo? Os que buscam a Deus estão a salvo debaixo da sombra de suas asas, mesmo em seus maiores perigos; porém, os que abandonam a Deus estão sempre expostos. Quando entramos em uma nova etapa de nossas vidas, devemos ter o cuidado de não levar a culpa dos pecados de nossa condição anterior. Quando nos encontrarmos em perigo, estejamos em paz com Deus; então, nada poderá nos causar danos verdadeiros. É nosso dever encomendar a Deus em oração todas as nossas preocupações por nós mesmos, por nossa família e nossos bens; é sábio de nossa parte deixar que Ele cuide de tudo isto. Em algumas ocasiões, devemos recusar algumas vantagens que estejam a nosso alcance, para que não sejamos a causa de tropeço para outros, e por isso o nosso Deus venha a ser desonrado. Peçamos sabedoria a Deus para saber como usar ou recusar as coisas lícitas. Não perderemos se nos aventurarmos, sofrermos ou cedermos por amor ao Senhor. Suas orações foram respondidas, e o feito o testifica. Os que buscaram fervorosamente a Deus descobriram que jamais o fizeram em vão. Separar um tempo para orar particular ou publicamente é o melhor método que podemos adotar em tempos difíceis e perigosos, para recebermos alivio.

2. O encontro de Esdras com Neemias. Quando Esdras chegou a Jerusalém encontrou Neemias, o qual vinha sendo o líder espiritual dos judeus em Judá. Posto a par da situação, Neemias uniu-se a Esdras na tarefa para a qual este havia sido enviado. – Não há registro Bíblico deste encontro, mas certamente ele ocorreu e houve um acréscimo de forças, juntamente com Ageu e Zacarias, profetas enviado por Deus para guiar o seu povo na reconstrução física e espiritual da nação de Israel. É importante salientar nesse tópico, que a cena descrita não corresponde ao desenrolar histórico. Esdras foi o primeiro a chegar em Jerusalém conduzindo a segunda leva de judeus, e Neemias chegou somente, cerca de treze anos depois, com a terceira leva de judeus repatriados. Assim, seria correto dizer que, quando Neemias chegou a Jerusalém, encontrou Esdras, sacerdote e líder espiritual do povo.

3. Esdras ensina a Palavra ao povo. Na festa dos tabernáculos, no dia primeiro do mês sétimo houve santa convocação (Lv 23.34,35). O povo se ajuntou como um só homem diante da porta das águas (Ne 8.1), e Esdras trouxe o livro da lei. A lei de Deus foi lida ao povo desde a alva até ao meio-dia. Havia sido construído um púlpito de madeira para aquele fim, e em pé, ao lado de Esdras, havia um grupo de 13 auxiliares (Ne 8.4). Ainda cooperava um grupo de levitas, e o objetivo era fazer todo o povo entender o que estava sendo lido no livro da lei de Deus (Ne 8.8). – Os ministros devem levar suas bíblias consigo quando forem ao púlpito, como o fez Esdras. Daí devem eles tirar seu conhecimento, falar conforme esta regra e mostrar que assim o fazem.  Ler as Escrituras em público é uma ordenança de Deus, pela qual Ele é honrado e sua igreja edificada. os que ouvem a Palavra, devem entendê-la; caso contrário, será para eles somente um som oco de palavras. Portanto, é requerido que haja mestres para explicarem a Palavra e clarearem o seu sentido. – Ler é bom, e pregar é melhor; porém, a exposição faz com que a leitura seja mais compreensível e a pregação mais convincente. Aprouve a Deus, levantar em quase todas as épocas da Igreja, não somente os que pregam o Evangelho, mas também os que escrevem os seus pontos de vista a respeito da verdade divina; ainda que muitos tentem explicar as Escrituras e escureçam o conselho com palavras sem conhecimento, outros têm trabalhado de forma excelente. Porém, tudo o que ouvirmos deve passar pela prova da Escritura. Eles ouviram com atenção e ponderaram cada palavra, pois a Palavra de Deus exige atenção. Se por negligência deixarmos que muitos deslizes ocorram ao ouvirmos, existe o perigo de que por esquecimento deixemos que todas as coisas se percam assim que as ouvimos.

4. O ensino foi maravilhoso. O povo ao ouvir a leitura, começou a chorar e a lamentar-se. Neemias e Esdras tiveram que intervir, exortando-os a que se alegrassem no Senhor, porque a alegria do Senhor é nossa força (Ne 8.10). O povo então foi comer, beber e festejar, porque todos entenderam as palavras que lhes fizeram saber (Ne 8.12). – Quando o povo ouviu e entendeu a Palavra de Deus, todos experimentaram uma profunda convicção do pecado e da culpa (1) Os trechos da lei que continham uma clara revelação da condição espiritual do povo podem ter sidos Lv 26 e Dt 28; trechos estes que falam da bênção ou juízo divino, conforme a obediência ou desobediência do povo à Palavra de Deus. (2) Nos avivamentos, o choro, quando acompanhado de profundo arrependimento é um sinal da operação do Espírito Santo (Jo 16.8). Sentir tristeza pelo pecado e abandoná-lo resulta em perdão divino e alegria da salvação (Mt 5.4). – Comei gorduras... Os judeus gostavam muito de alimentos preparados com bastante gordura e bebidas bem doces. Muitos dos vinhos antigos eram fervidos e concentrados, até ficarem muito doces e espessos, como mel ou geleias. Tinham que ser bem diluídos para serem consumidos. A alegria do Senhor é a vossa força: A proclamação da Palavra de Deus, juntamente com um propósito sincero de obedecer aos seus ensinos, resultará em verdadeira alegria na alma. Essa “alegria do SENHOR” vem da nossa reconciliação com Deus e da presença do Espírito Santo em nossa vida. É mantida pela certeza de que fomos perdoados em Cristo e restaurados à comunhão com Deus, e que agora vivemos em harmonia com a sua vontade. Essa alegria age (1) como um forte para nos guardar das aflições e tentações de todos os dias e (2) como poder e motivação para perseverarmos na fé até o fim.      

SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO

"Um dos aspectos mais importantes da experiencia dos israelitas no monte Sinai foi o de receberem a lei de Deus através de seu líder, Moisés. A Lei Mosaica (hb. torah, que significa 'ensino') admite uma tríplice divisão: (a) a lei moral, que trata das regras determinadas por Deus para um santo viver (20.1-17); (b) a lei civil, que trata da vida jurídica e social de Israel como nação (21.1 -23.33 ); e (c) a lei cerimonial, que trata da forma e do r itu a l da adoração ao Senhor por Israel, inclusive o sistema sacrificial (24.12-31.18).

[...] A lei revelava a vontade de Deus quanto a conduta do seu povo (19.4-6; 20.1-17; 21.1-24.8) e prescrevia os sacrifícios de sangue para a expiação pelos seus pecados (Lv 1.5; 16.33). A lei não foi dada como um meio de salvação para os perdidos. Ela foi destinada aos que já tinham um relacionamento de salvação com Deus (20.2). Antes, pela lei Deus ensinou ao seu povo como andar em retidão diante dEle como seu Redentor, e igualmente diante do seu próximo. Os israelitas deviam obedecer a lei mediante a graça de Deus a fim de perseverarem na fé e cultuarem também por fé, ao Senhor (Dt 28.1,2; 30.15-20)" (Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p. 146).

  III. A PALAVRA DE DEUS DEVE SER ENSINADA

1. Deus ordenou que a sua Palavra fosse ensinada a todo o povo de sete em sete anos (Dt 31.9-12). Além da leitura da Lei de Moises, que se fazia a cada sábado (At 15.21), os Escritos e os Profetas deveriam ser lidos e explicados ao povo, em convocação solene, a cada sete anos. – Os mandamentos de Deus foram entregues ao povo em forma escrita, por Moisés. A lei incluía, não somente o conteúdo de Deuteronômio, como também a totalidade do Pentateuco. Tratava-se da Palavra de Deus em forma escrita, as Sagradas Escrituras inspiradas, preservadas e compiladas no decurso da história bíblica.

2. Jesus ordenou o ensino da sua Palavra. Na GRANDE COMISSÃO Jesus ordenou que seus discípulos ensinassem todas as nações a guardarem tudo o que lhes tinha mandado (Mt 28.19,20). – Jesus ordenou “Ide... Ensinai... Batizando” Estas palavras constituem Grande Comissão de Cristo a todos os seus seguidores, em todas as gerações. Declaram o alvo, a responsabilidade e a outorga da tarefa missionária da igreja. A igreja deve ir a todo mundo e pregar o evangelho a todos, de conformidade com a revelação do Novo Testamento, da parte de Cristo e dos apóstolos. Esta tarefa inclui a responsabilidade primordial de enviar missionários a todas as nações.

3. O apóstolo Paulo conhecia a importância do ensino da Palavra. Vejamos: “Conjuro-te pois diante de Deus e do Senhor Jesus Cristo... que pregues a palavra..." (2 Tm 4.1,2). "O que de mim, entre muitas testemunhas, ouviste, confia-o a homens fieis, que sejam idôneos para também ensinarem os outros (2 Tm 2.2). "Se é ensinar, haja dedicação ao ensino (Rm 12.7). – A igreja tem a responsabilidade de salvaguardar a verdadeira e original doutrina bíblica que se acha nas Escrituras, e transmiti-las aos fiéis sem transigência nem corrupção. Fica subentendida, assim, a necessidade do ensino bíblico na igreja. – A Bíblia menciona as seguintes razões para o ensino bíblico, ou teológico, quer no lar, na igreja ou na escola: (a) transmitir o evangelho de Cristo a crentes fiéis, para que conheçam (2Tm 3.15;  Jr 2.8), guardem (2Tm 1.14), e ensinem a verdadeira fé bíblica (1Tm 4.6,11; 2Tm 2.2) e a santidade de vida (Rm 6.17); (b) demonstrar aos estudantes a necessidade primacial de “batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos” (ver Jd 3 nota), e dar-lhes os meios pelos quais possam defendê-la contra todas as teologias falsas; Gl 1.9; 1Tm 4.1; (c) guiar os estudantes ao crescimento contínuo no caráter mediante “a doutrina que é segundo a piedade” (1Tm 6.3); (d) preparar os estudantes para fortalecer outros crentes e levá-los à maturidade espiritual de modo que juntos possam refletir a imagem de Cristo no lar, na igreja local e no corpo de Cristo em geral (Ef 4.11-16); (e) levar os estudantes a uma compreensão e experiência mais profunda do reino de Deus na terra e seu conflito contra o poder de Satanás (Ef 6.10-18; (f) motivar os estudantes através das verdades eternas do evangelho, a dedicar-se sem reservas à evangelização dos perdidos e à pregação do evangelho a todas as nações no poder do Espírito Santo (Mt 28.18-20; Mc 16.15-20); (g) aprofundar a experiência que os estudantes têm do amor de Cristo, da comunhão pessoal com Ele e do dom do Espírito Santo (Jo 17.3,21,26), exortando-os a seguir a orientação do Espírito Santo que neles habita (Rm 8.14), a levá-los ao batismo no Espírito Santo, e ensinando-os a orar (Mt 6.9), a jejuar (Mt 6.16) e a adorar, enquanto aguardam o bendito aparecimento de Jesus Cristo com o fervor espiritual dos santos do NT (2Tm 4.8; Tt 2.13).

  IV. RESULTADOS DO ENSINO DA PALAVRA DE DEUS

1. O ensino da Palavra gera temor a Deus:

a) Deus falou: "Ajunta-me o povo e os farei ouvir a minha palavra, para que me temam todos os dias que na terra viverem" (Dt 4.10). "Guarda os mandamentos do Senhor para o temer" (Dt 8.6).

b) Pelo temor a Deus o crente se aparta do mal (Pv 3.7), se desvia do mal (Pv 16.6), e aborrece o mau caminho (Pv 8.13).

c) Como resultado do ensino da lei nos dias de Esdras, o povo confessou os seus pecados, apartou-se de deuses estranhos, adorou ao Senhor seu Deus, e com Ele fez firme concerto (Ne 9.1- 3,38). A Palavra de Deus e o PODER de Deus (Rm 1.16). – Os atos registrados no capítulo 9 de Neemias demonstram que o arrependimento dos judeus era profundo e duradouro. Continuavam buscando a Deus, jejuando, humilhando-se diante dEle, confessando a sua dependência espiritual e separando-se daquilo que ofendia a Ele. – Os temas principais dessa notável oração são: (1) o empenho gracioso de Deus e, providenciar a redenção e a salvação a Israel, e (2) a má receptividade de Israel quanto a esse amor divino, no decurso da história da nação. Esses temas aparecem muitas vezes no Antigo testamento (Dn 9.3-19; Am 2.9-12; Mq 6.1-8)

2. O ensino da Palavra implanta normas espirituais nos crentes. Essas normas dão forma às manifestações da Nova Vida naquele que se converte, naquele que, pela operação do Espírito de Deus, passa a andar nos estatutos de Deus (Ez 36.27). Vejamos algumas destas manifestações da nova vida:

a) O crente é honesto a toda prova (Rm 12.17; 2 Co 8.21; Fp 4.8; 1 Pe 1.12; Hb 13.18).

b) O crente jamais mente (Is 63.8; Ef 4.25; 1 Jo 2.28). O crente tem o testemunho de sua consciência, no Espirito Santo, de que não mentiu (Rm 9.1). Jesus disse: "Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; não, não, porque o que passa disso é de procedência maligna" (Mt 5.37).

c) O crente jamais se apodera de alguma coisa que não seja dele. "Aquele que furtava não furte mais" (Ef 4.28). Zaqueu depois de salvo queria restituir aquilo que havia defraudado (Lc 19.8).

d) O crente vive uma vida moral que é exemplo de pureza. "A prostituição e toda a impureza nem ainda se nomeie entre vós" (Ef 5.3).

e) O crente jamais dá falso testemunho de alguém (Êx 20.16; Pv 10.18; Tg 4.11).

Porei dentro em vós o meu Espírito. Haverá mais em operação do que o velho pacto e a lei de Moisés, que guia (Deu. 6.4 ss.). Haverá atividade incomum do Espírito Santo, que inspira e transforma os homens, criando um novo andar. O povo, inspirado e capacitado pelo ministério do Espírito, andará nos estatutos e guardará os juízos divinos. O profeta não abandona as velhas descrições, mas dá um papel importante à operação direta de Deus no coração do homem. O Novo Pacto exigirá um novo modus operandi de espiritualidade, mas a igreja cristã não está em vista aqui, como supõem alguns intérpretes. Israel, na sua restauração, é o assunto do texto. Existe uma realização ainda mais alta, em Cristo, que transforma os homens à Sua própria imagem (Rom. 8.29); neste processo, o homem redimido participará da natureza divina (II Ped. 1.4), de modo finito, mas real”. (CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 3314). – a) O crente é honesto a toda prova A lei do "olho por olho, dente por dente" do Antigo Testamento nunca foi intencionada para ser aplicada a pessoas, seja no Antigo ou no Novo Testamento; tratava-se de um padrão para a sociedade coletiva usar para reforçar a boa conduta entre as pessoas. Os cristãos têm de respeitar o que é intrinsecamente apropriado e honesto. O "bem" também carrega em si a ideia de se ter um comportamento correto visível e óbvio quando estiverem no meio de outros, especialmente incrédulos. – b) O crente jamais mente Mais do que simplesmente dizer mentiras diretas, mentir também inclui exageros e informações fictícias sobre alguma coisa que é verdadeira. A trapaça, as promessas imprudentes, a traição da confiança e as falsas desculpas — tudo isso são formas de mentira, das quais os cristãos não devem participar. Citando Zc 8.16, “fale cada um a verdade com o seu próximo”, Paulo afirma que a obra de Deus no mundo é baseada na verdade, e nem a igreja nem os cristãos individualmente podem ser instrumentos adequados para o Senhor usar se não forem leais. – c) O crente jamais se apodera de alguma coisa que não seja deleQualquer tipo de furto é pecado e não faz parte da vida de um cristão. Em vez disso, que ele trabalhe, produzindo o que é benéfico. A alternativa ao furto é conceder a si mesmo, à sua família e aos outros o que é respeitável a Deus por meios honestos e justos. Um cristão não só não deve prejudicar ninguém como também deve se esforçar, continuamente, para ajudar aqueles que estão necessitados. – d) O crente vive uma vida moral que é exemplo de pureza Num contraste absoluto com a santidade e o amor de Deus, pecados assim como esses existem, por meio dos quais Satanás busca destruir a obra divina de Deus em seus filhos e afastá-los tanto quanto possível de sua imagem e vontade. Como é o caso de muitos outros versículos na Escritura, esse mostra a ligação estreita entre o pecado sexual e os outros tipos de impureza e cobiça. Uma pessoa imoral é inevitavelmente gananciosa. Tais pecados são tão deploráveis que o mundo não deve ter razão para sequer suspeitar da presença deles nos cristãos. – e) O crente jamais dá falso testemunho de alguém Em Tiago 4.11, faleis mal, significa caluniar ou difamar. Tiago não proíbe a confrontação daqueles que estão em pecado, a qual é ordenada em outras passagens bíblicas como Mateus 18.15-17; Atos 20.31; 1Coríntios 4.14; Colossenses 1.28; Tito 1.13; 2.15; 3.10). Em vez disso, ele condena acusações negligentes, depreciativas, críticas e caluniosas contra os outros. Aqueles que falam mal de outros cristãos se colocam como juízes e os condenam. Com isso, difamam e desrespeitam a lei de Deus, que proíbe expressamente essa condenação caluniosa. Ao rejeitarem a se submeter à lei, os caluniadores se colocam acima dela como seus juízes.

3. O ensino da Palavra dá conhecimento. A igreja de Corinto foi enriquecida porque, pelo ensino da Palavra de Deus, havia recebido conhecimento (1 Co 1.5). Consideremos:

a) O conhecimento consolida a força (Pv 24.3), porque pelo conhecimento podemos saber o que nos é dado gratuitamente por Deus (1 Co 2.12). Pelo conhecimento da verdade podemos alcançar plena libertação (Jo 8.32). Pelo conhecimento podemos saber que Deus quer que todos os homens venham ao conhecimento da verdade (1 Tm 2.4).

b) Pelo conhecimento podemos saber como agradar a Deus (2 Co 5.9). Agradar a Deus não é resultado da nossa própria força, mas o próprio Deus nos dá graça para agradá-lo.

porque, em tudo, fostes enriquecidos nele, em toda a palavra e em todo o conhecimento” - No momento, o cristão tem tudo o que o Senhor tem para dar e, portanto, tudo de que ele necessita. Em particular, as duas bênçãos mencionadas aqui estão relacionadas à apresentação da verdade da Palavra de Deus. No que diz respeito a falar em nome de Deus, os cristãos são capazes de falar quando Deus quer que o façam porque ele os capacita para isso. A oração torna essa habilidade possível, e a diligência no estudo da Palavra de Deus a ajuda. Deus concede aos cristãos todo o entendimento necessário, a fim de que falem em nome dele de maneira efetiva. – “ela abundância de seus dons espirituais. A igreja de Corinto era famosa por isso. Eles não estavam atrás de nenhuma igreja na manifestação de qualquer dom (v. 7). Ele especifica palavra e conhecimento (v. 5). Onde Deus tem concedido esses dois dons, Ele tem dado grande capacidade para o seu uso. Muitos têm a flor da palavra, mas não têm a raiz do conhecimento, e a sua conversão é infecunda. Muitos têm o tesouro do conhecimento, e querem a palavra para usá-lo para o bem dos outros, e, neste caso, ele está por assim dizer envolvido num guardanapo. Mas, onde Deus concede ambos, um homem está qualificado para elevado proveito. Quando a igreja de Corinto foi enriquecida com toda a palavra e todo o conhecimento, era conveniente que muitos louvores fossem dados a Deus, especialmente pelo fato de esses dons serem um testemunho da verdade da doutrina cristã, uma confirmação do testemunho de Cristo entre eles (v. 6). Eles eram “sinais, prodígios e dons do Espírito Santo”, pelos quais Deus levou testemunho aos apóstolos, em sua missão e doutrina (Hb 2.4), de maneira que, quanto mais abundantemente eles eram derramados sobre qualquer igreja, mais pleno testemunho era dado daquela doutrina pregada pelos apóstolos, e maior evidência comprobatória eles tinham de sua missão divina. E não é de admirar que, por terem tal fundamento para a sua fé, eles deviam viver na expectativa da vinda do Senhor Jesus Cristo (v.7). É da natureza dos cristãos que eles esperem a segunda vinda de Jesus Cristo; toda a nossa religião atenta para isso: nós cremos nela, e a esperamos, e ela é a ocupação de nossa vida no sentido de nos prepararmos para ela, se realmente somos cristãos. E quanto mais confirmados estivermos na fé cristã, mais firme será a nossa fé na segunda vinda de nosso Senhor, e mais zelosa será a nossa expectativa por ela” (HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento ATOS A APOCALIPSE Edição completa. Editora CPAD. pag. 429)

SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO

"Quando o povo ouviu e entendeu a Palavra de Deus, todos experimentaram uma profunda convicção de pecado e da culpa. (1) Os trechos da lei que continham uma clara revelação da condição espiritual do povo podem ter sidos Lv 26 e Dt 28; trechos estes que falam da bênção ou juízo divino, conforme a obediência ou desobediência do povo à Palavra de Deus. (2) Nos avivamentos, o choro, quando acompanhado de profundo arrependimento (cf. cap. 9), é um sinal da operação do Espírito Santo (ver João 16.8 nota). Sentir tristeza pelo pecado e abandoná-lo resulta em perdão divino e alegria da salvação (ver v. 10 nota; Mt 5.4)" (Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p. 743).

REFERÊNCIAS

BARBOSA, Francisco. Especial Lição 11: Esdras vai a Jerusalém ensinar a Palavra de Deus. Disponível em: https://auxilioebd.blogspot.com. Acesso em 11.09.2020

HENRY, Matthew. Comentário Bíblico Antigo Testamento: Neemias p. 7; 1 Reis; p. 39.  Rio de Janeiro: CPAD, 2010.

LIÇÕES BÍBLICAS. Edição Especial Jovens e Adultos, 3º Trimestre 2020 - Lição 11. Rio de Janeiro: CPAD, 13 setembro, 2020.

STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1997.



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