COMENTÁRIO E SUBSÍDIO I
INTRODUÇÃO
O grande valor do ensino da
Palavra de Deus é o assunto desta lição. Veremos como o governo da Pérsia
enviou Esdras a Jerusalém, a fim de verificar se a vida eclesiástica dos judeus
estava conforme a lei de Deus. – Os capítulos 8 a 10 de Neemias descrevem um dos
maiores avivamentos do Antigo Testamento e apontam vários princípios
fundamentais para um avivamento e renovação espirituais. O avivamento e a
renovação, procedem exclusivamente de Deus. Os instrumentos que o propiciam
são: a Palavra de Deus (Ne 8.1-8) a oração (v. 6), a confissão de pecados (cap.
9), um coração quebrantado e contrito (v. 9), renúncia às práticas pecaminosas
da sociedade contemporânea (9.2) e renovação do compromisso de andar segundo a
vontade de Deus e de fazer da Palavra de Deus o nosso viver (10.29).
I. ARTAXERXES ENVIA ESDRAS
1. Os judeus sob o domínio dos
Pérsas.
Quando o reino da Pérsia derrotou Babilônia, os judeus que viviam naquele lugar
passaram automaticamente ao domínio do governo persa. Os judeus puderam logo
constatar que os persas eram mais brandos do que os babilônicos. – Toda a história humana está sob o
controle de nosso Deus. Nada passa desapercebido diante dele, principalmente
com a nação judaica que foi ao cativeiro por determinação do Senhor e tinha a
promessa do seu retorno. Nabucodonosor pagou caro por não admitir que todo o
poder que tinha era pela permissão de Deus. Os reis persas, pelo contrário
sabiam que era necessário observar o que a respeito deles estava escrito e
simplesmente obedeceram liberando o povo de Deus a retornarem para a sua terra
e dando-lhes condições para isso.
2. Esdras é enviado a Jerusalém,
para ensinar a lei de Deus. No seu contato com Esdras, escriba e sacerdote, o rei ficou
impressionado com o elevado grau de conhecimento que Esdras possuía da lei do
Deus de Israel, e quis, junto com seus sete conselheiros, enviá-lo a Jerusalém
a fim de inquirir acerca da situação espiritual dos residentes ali (Ed 7.14). – Esdras foi da Babilônia a Jerusalém,
para o bem de sua pátria, e o rei foi amável para com ele, concedendo-lhe todos
os seus pedidos, tudo o que ele precisava e desejava para estar capacitado a
servir à sua pátria. Quando partiu, muitos o acompanharam; obteve o favor de
seu rei através do favor divino. Toda a criatura é para nós o que Deus faz com
que seja. Devemos ver a mão de Deus nos feitos que nos acontecem e
reconhecê-los com gratidão.
3. A importante carta que o rei enviou
com Esdras. O
rei enviou com Esdras uma carta escrita em aramaico, que está registrada em
Esdras 7.12-26. Através desta carta o rei decretou:
a) Qualquer judeu, que assim
desejasse, poderia acompanhar Esdras a Jerusalém (v. 12).
b) Os que fossem a Jerusalém poderiam
levar consigo ouro e prata, voluntariamente dados pelo rei e seus conselheiros,
ou dados como ofertas voluntárias do povo (v. 15).
c) Os vasos sagrados, que ainda estavam
na Babilônia, seriam restituídos (Ed v. 19)
d) Qualquer despesa seria paga
pelo tesouro do rei.
e) Não seriam impostos aos servidores
do templo: direitos, tributos, rendas (v. 24).
f) Esdras poderia nomear
regentes e juízes, para que a vida eclesiástica viesse a funcionar conforme a
lei de Deus (v. 25).
Esdras louvou a Deus, que tinha inspirado
o rei a fazer tudo isto, estendendo-lhe a beneficência perante o rei (vv. 27,28).
– A generosidade
dos reis pagãos para apoiarem a adoração a Deus foi uma reprovação para a
conduta de muitos reis de Judá, e levantar-se-á em juízo contra a cobiça dos
ricos cristãos que professam a fé, mas não promovem a causa de Deus. Porém, as
armas dos ministros cristãos não são carnais. Pregação fiel, vidas santas,
orações fervorosas e sofrimentos com paciência, quando são chamados a estes,
são os meios que levam os homens à obediência a Cristo. – Esdras louvou a Deus por duas coisas:
Primeira – Por sua comissão. Se algo bom surge em nosso coração ou no do
próximo devemos reconhecer que foi Deus que o colocou, e bendizê-lo por isto.
Ele é quem opera em nós tanto o querer como o efetuar algo bom. Segunda
– Por seu alento. Deus inclinou até a mim a sua misericórdia. Esdras era um
homem valente, mas isto não é atribuído ao seu coração, e sim a Deus. Se Ele
nos dá a sua mão, somos ousados e alegres; se Ele a retira, somos frágeis como
uma poça de água. Deus deve receber toda a glória em qualquer coisa que sejamos
capazes de fazer para Ele, e para os que nos rodeiam.
SUBSÍDIO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO
O professor
precisa tocar o coração e mente com imagens vivas que façam sentido para a vida
do aluno. Essas imagens devem brotar a partir do conteúdo da lição. Saiba que a
imaginação é um instrumento poderoso para aplicar o ensino da Palavra de Deus
ao coração e mente do aluno. Por isso, sugerimos que você tome exemplos de
líderes que atuaram para propagar o ensino da Lei aos rincões de Israel. Use
histórias vivas sobre o Moisés, o homem o qual Deus entregou o Decálogo. Também
o juiz, sacerdote e profeta Samuel. Você pode encerrar a construção dessas
imagens com o Senhor Jesus como a Palavra encarnada de Deus na história. O Pai
leva tão a sério a sua Palavra que enviou seu Filho para encarná-la no mundo.
II. ESDRAS ENSINA A PALAVRA AO POVO
1. Esdras sai da Babilônia e vai
a Jerusalém.
Conforme a ordem do rei Artaxerxes, Esdras viajou para Jerusalém acompanhado de
um grupo de judeus, alguns eminentes líderes do povo (Ed 8.2). Recusando a
escolta militar oferecida pelo rei, para garantir-lhes a segurança durante a
viagem, Esdras e seus companheiros preferiram confiar na segurança de Deus.
Assim sendo, jejuaram e oraram para que tivessem uma boa viagem (Ed 8.21), e
Deus os ouviu e os guardou durante todo o trajeto. Assim chegaram em paz a
Jerusalém, onde ofereceram holocaustos a Deus (Ed 8.35). – Esdras reúne os exilados de Israel e os dispersos de Judá.
Deus anima um pequeno remanescente para ajudá-lo. É lastimável que os bons
homens deixem de realizar uma boa obra por falta de comunicação! – Esdras cuidou de que os levitas fossem
com ele; porém, do que serviria isto se não tivesse a Deus consigo? Os que
buscam a Deus estão a salvo debaixo da sombra de suas asas, mesmo em seus
maiores perigos; porém, os que abandonam a Deus estão sempre expostos. Quando
entramos em uma nova etapa de nossas vidas, devemos ter o cuidado de não levar
a culpa dos pecados de nossa condição anterior. Quando nos encontrarmos em
perigo, estejamos em paz com Deus; então, nada poderá nos causar danos
verdadeiros. É nosso dever encomendar a Deus em oração todas as nossas
preocupações por nós mesmos, por nossa família e nossos bens; é sábio de nossa
parte deixar que Ele cuide de tudo isto. Em algumas ocasiões, devemos recusar
algumas vantagens que estejam a nosso alcance, para que não sejamos a causa de
tropeço para outros, e por isso o nosso Deus venha a ser desonrado. Peçamos
sabedoria a Deus para saber como usar ou recusar as coisas lícitas. Não
perderemos se nos aventurarmos, sofrermos ou cedermos por amor ao Senhor. – Suas orações foram respondidas, e o
feito o testifica. Os que buscaram fervorosamente a Deus descobriram que jamais
o fizeram em vão. Separar um tempo para orar particular ou publicamente é o
melhor método que podemos adotar em tempos difíceis e perigosos, para
recebermos alivio.
2. O encontro de Esdras com
Neemias. Quando
Esdras chegou a Jerusalém encontrou Neemias, o qual vinha sendo o líder
espiritual dos judeus em Judá. Posto a par da situação, Neemias uniu-se a
Esdras na tarefa para a qual este havia sido enviado. – Não há registro Bíblico deste
encontro, mas certamente ele ocorreu e houve um acréscimo de forças, juntamente
com Ageu e Zacarias, profetas enviado por Deus para guiar o seu povo na
reconstrução física e espiritual da nação de Israel. É importante salientar
nesse tópico, que a cena descrita não corresponde ao desenrolar histórico.
Esdras foi o primeiro a chegar em Jerusalém conduzindo a segunda leva de
judeus, e Neemias chegou somente, cerca de treze anos depois, com a terceira
leva de judeus repatriados. Assim, seria correto dizer que, quando Neemias
chegou a Jerusalém, encontrou Esdras, sacerdote e líder espiritual do povo.
3. Esdras ensina a
Palavra ao povo. Na
festa dos tabernáculos, no dia primeiro do mês sétimo houve santa convocação
(Lv 23.34,35). O povo se ajuntou como um só homem diante da porta das águas (Ne
8.1), e Esdras trouxe o livro da lei. A lei de Deus foi lida ao povo desde a
alva até ao meio-dia. Havia sido construído um púlpito de madeira para aquele
fim, e em pé, ao lado de Esdras, havia um grupo de 13 auxiliares (Ne 8.4).
Ainda cooperava um grupo de levitas, e o objetivo era fazer todo o povo
entender o que estava sendo lido no livro da lei de Deus (Ne 8.8). – Os ministros devem levar suas
bíblias consigo quando forem ao púlpito, como o fez Esdras. Daí devem eles
tirar seu conhecimento, falar conforme esta regra e mostrar que assim o
fazem. Ler as Escrituras em público é
uma ordenança de Deus, pela qual Ele é honrado e sua igreja edificada. os que
ouvem a Palavra, devem entendê-la; caso contrário, será para eles somente um
som oco de palavras. Portanto, é requerido que haja mestres para explicarem a
Palavra e clarearem o seu sentido. – Ler é bom, e pregar é melhor; porém, a
exposição faz com que a leitura seja mais compreensível e a pregação mais
convincente. Aprouve a Deus, levantar em quase todas as épocas da Igreja, não
somente os que pregam o Evangelho, mas também os que escrevem os seus pontos de
vista a respeito da verdade divina; ainda que muitos tentem explicar as
Escrituras e escureçam o conselho com palavras sem conhecimento, outros têm
trabalhado de forma excelente. Porém, tudo o que ouvirmos deve passar pela
prova da Escritura. Eles ouviram com atenção e ponderaram cada palavra, pois a
Palavra de Deus exige atenção. Se por negligência deixarmos que muitos deslizes
ocorram ao ouvirmos, existe o perigo de que por esquecimento deixemos que todas
as coisas se percam assim que as ouvimos.
4. O ensino foi maravilhoso. O povo ao ouvir a leitura,
começou a chorar e a lamentar-se. Neemias e Esdras tiveram que intervir,
exortando-os a que se alegrassem no Senhor, porque a alegria do Senhor é nossa
força (Ne 8.10). O povo então foi comer, beber e festejar, porque todos
entenderam as palavras que lhes fizeram saber (Ne 8.12). – Quando o povo
ouviu e entendeu a Palavra de Deus, todos experimentaram uma profunda convicção
do pecado e da culpa (1) Os trechos da lei que continham uma clara revelação da
condição espiritual do povo podem ter sidos Lv 26 e Dt 28; trechos estes que
falam da bênção ou juízo divino, conforme a obediência ou desobediência do povo
à Palavra de Deus. (2) Nos avivamentos, o choro, quando acompanhado de profundo
arrependimento é um sinal da operação do Espírito Santo (Jo 16.8). Sentir
tristeza pelo pecado e abandoná-lo resulta em perdão divino e alegria da
salvação (Mt 5.4). – Comei gorduras... Os judeus gostavam muito de
alimentos preparados com bastante gordura e bebidas bem doces. Muitos dos
vinhos antigos eram fervidos e concentrados, até ficarem muito doces e
espessos, como mel ou geleias. Tinham que ser bem diluídos para serem
consumidos. A alegria do Senhor é a vossa força: A proclamação da
Palavra de Deus, juntamente com um propósito sincero de obedecer aos seus
ensinos, resultará em verdadeira alegria na alma. Essa “alegria do SENHOR” vem
da nossa reconciliação com Deus e da presença do Espírito Santo em nossa vida.
É mantida pela certeza de que fomos perdoados em Cristo e restaurados à
comunhão com Deus, e que agora vivemos em harmonia com a sua vontade. Essa
alegria age (1) como um forte para nos guardar das aflições e tentações de
todos os dias e (2) como poder e motivação para perseverarmos na fé até o fim.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
"Um dos aspectos mais
importantes da experiencia dos israelitas no monte Sinai foi o de receberem a
lei de Deus através de seu líder, Moisés. A Lei Mosaica (hb. torah, que significa
'ensino') admite uma tríplice divisão: (a) a lei moral, que trata das regras
determinadas por Deus para um santo viver (20.1-17); (b) a lei civil, que trata
da vida jurídica e social de Israel como nação (21.1 -23.33 ); e (c) a lei
cerimonial, que trata da forma e do r itu a l da adoração ao Senhor por Israel,
inclusive o sistema sacrificial (24.12-31.18).
[...] A lei revelava a vontade de Deus
quanto a conduta do seu povo (19.4-6; 20.1-17; 21.1-24.8) e prescrevia os sacrifícios
de sangue para a expiação pelos seus pecados (Lv 1.5; 16.33). A lei não foi
dada como um meio de salvação para os perdidos. Ela foi destinada aos que já
tinham um relacionamento de salvação com Deus (20.2). Antes, pela lei Deus
ensinou ao seu povo como andar em retidão diante dEle como seu Redentor, e igualmente
diante do seu próximo. Os israelitas deviam obedecer a lei mediante a graça de
Deus a fim de perseverarem na fé e cultuarem também por fé, ao Senhor (Dt
28.1,2; 30.15-20)" (Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro:
CPAD, 2006, p. 146).
III. A PALAVRA DE DEUS DEVE SER
ENSINADA
1. Deus ordenou que a sua
Palavra fosse ensinada a todo o povo de sete em sete anos (Dt 31.9-12). Além da leitura da
Lei de Moises, que se fazia a cada sábado (At 15.21), os Escritos e os Profetas
deveriam ser lidos e explicados ao povo, em convocação solene, a cada sete
anos. – Os mandamentos de Deus foram entregues ao povo em forma escrita, por
Moisés. A lei incluía, não somente o conteúdo de Deuteronômio, como também a
totalidade do Pentateuco. Tratava-se da Palavra de Deus em forma escrita, as
Sagradas Escrituras inspiradas, preservadas e compiladas no decurso da história
bíblica.
2. Jesus ordenou o ensino da sua
Palavra. Na GRANDE COMISSÃO Jesus ordenou que seus discípulos ensinassem todas as nações a
guardarem tudo o que lhes tinha mandado (Mt 28.19,20). – Jesus ordenou
“Ide... Ensinai... Batizando” Estas palavras constituem Grande Comissão de
Cristo a todos os seus seguidores, em todas as gerações. Declaram o alvo, a
responsabilidade e a outorga da tarefa missionária da igreja. A igreja deve ir
a todo mundo e pregar o evangelho a todos, de conformidade com a revelação do
Novo Testamento, da parte de Cristo e dos apóstolos. Esta tarefa inclui a
responsabilidade primordial de enviar missionários a todas as nações.
3. O apóstolo Paulo conhecia a importância do ensino da
Palavra. Vejamos: “Conjuro-te pois diante de Deus e do Senhor Jesus
Cristo... que pregues a palavra..." (2 Tm 4.1,2). "O que de mim,
entre muitas testemunhas, ouviste, confia-o a homens fieis, que sejam idôneos
para também ensinarem os outros (2 Tm 2.2). "Se é ensinar, haja dedicação ao
ensino (Rm 12.7). – A igreja tem a responsabilidade de salvaguardar a
verdadeira e original doutrina bíblica que se acha nas Escrituras, e
transmiti-las aos fiéis sem transigência nem corrupção. Fica subentendida,
assim, a necessidade do ensino bíblico na igreja. – A Bíblia menciona as
seguintes razões para o ensino bíblico, ou teológico, quer no lar, na igreja ou
na escola: (a) transmitir o evangelho de Cristo a crentes fiéis, para
que conheçam (2Tm 3.15; Jr 2.8), guardem
(2Tm 1.14), e ensinem a verdadeira fé bíblica (1Tm 4.6,11; 2Tm 2.2) e a
santidade de vida (Rm 6.17); (b) demonstrar aos estudantes a necessidade
primacial de “batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos” (ver Jd 3
nota), e dar-lhes os meios pelos quais possam defendê-la contra todas as
teologias falsas; Gl 1.9; 1Tm 4.1; (c) guiar os estudantes ao
crescimento contínuo no caráter mediante “a doutrina que é segundo a piedade”
(1Tm 6.3); (d) preparar os estudantes para fortalecer outros crentes e
levá-los à maturidade espiritual de modo que juntos possam refletir a imagem de
Cristo no lar, na igreja local e no corpo de Cristo em geral (Ef 4.11-16); (e)
levar os estudantes a uma compreensão e experiência mais profunda do reino de
Deus na terra e seu conflito contra o poder de Satanás (Ef 6.10-18; (f)
motivar os estudantes através das verdades eternas do evangelho, a dedicar-se
sem reservas à evangelização dos perdidos e à pregação do evangelho a todas as
nações no poder do Espírito Santo (Mt 28.18-20; Mc 16.15-20); (g)
aprofundar a experiência que os estudantes têm do amor de Cristo, da comunhão
pessoal com Ele e do dom do Espírito Santo (Jo 17.3,21,26), exortando-os a
seguir a orientação do Espírito Santo que neles habita (Rm 8.14), a levá-los ao
batismo no Espírito Santo, e ensinando-os a orar (Mt 6.9), a jejuar (Mt 6.16) e
a adorar, enquanto aguardam o bendito aparecimento de Jesus Cristo com o fervor
espiritual dos santos do NT (2Tm 4.8; Tt 2.13).
IV. RESULTADOS DO ENSINO DA PALAVRA
DE DEUS
1. O ensino da Palavra gera
temor a Deus:
a) Deus falou: "Ajunta-me o
povo e os farei ouvir a minha palavra, para que me temam todos os dias que na
terra viverem" (Dt 4.10). "Guarda os mandamentos do Senhor para o
temer" (Dt 8.6).
b) Pelo temor a Deus o crente se
aparta do mal (Pv 3.7), se desvia do mal (Pv 16.6), e aborrece o mau caminho
(Pv 8.13).
c) Como resultado do ensino da
lei nos dias de Esdras, o povo confessou os seus pecados, apartou-se de deuses
estranhos, adorou ao Senhor seu Deus, e com Ele fez firme concerto (Ne 9.1-
3,38). A Palavra de Deus e o PODER de Deus (Rm 1.16). – Os atos
registrados no capítulo 9 de Neemias demonstram que o arrependimento dos judeus
era profundo e duradouro. Continuavam buscando a Deus, jejuando, humilhando-se
diante dEle, confessando a sua dependência espiritual e separando-se daquilo
que ofendia a Ele. – Os temas principais dessa notável oração são: (1) o
empenho gracioso de Deus e, providenciar a redenção e a salvação a Israel, e
(2) a má receptividade de Israel quanto a esse amor divino, no decurso da
história da nação. Esses temas aparecem muitas vezes no Antigo testamento (Dn
9.3-19; Am 2.9-12; Mq 6.1-8)
2. O ensino da Palavra implanta
normas espirituais nos crentes. Essas normas dão forma às manifestações da Nova Vida
naquele que se converte, naquele que, pela operação do Espírito de Deus, passa
a andar nos estatutos de Deus (Ez 36.27). Vejamos algumas destas manifestações da
nova vida:
a) O crente é honesto a toda
prova (Rm 12.17; 2 Co 8.21; Fp 4.8; 1 Pe 1.12; Hb 13.18).
b) O crente jamais mente (Is
63.8; Ef 4.25; 1 Jo 2.28). O crente tem o testemunho de sua consciência, no
Espirito Santo, de que não mentiu (Rm 9.1). Jesus disse: "Seja, porém, o
vosso falar: Sim, sim; não, não, porque o que passa disso é de procedência
maligna" (Mt 5.37).
c) O crente jamais se apodera de
alguma coisa que não seja dele. "Aquele que furtava não furte mais"
(Ef 4.28). Zaqueu depois de salvo queria restituir aquilo que havia defraudado
(Lc 19.8).
d) O crente vive uma vida moral
que é exemplo de pureza. "A prostituição e toda a impureza nem ainda se
nomeie entre vós" (Ef 5.3).
e) O crente jamais dá falso
testemunho de alguém (Êx 20.16; Pv 10.18; Tg 4.11).
– “Porei dentro em vós o
meu Espírito. Haverá mais em operação do que o velho pacto e a lei de Moisés,
que guia (Deu. 6.4 ss.). Haverá atividade incomum do Espírito Santo, que
inspira e transforma os homens, criando um novo andar. O povo, inspirado e
capacitado pelo ministério do Espírito, andará nos estatutos e guardará os
juízos divinos. O profeta não abandona as velhas descrições, mas dá um papel
importante à operação direta de Deus no coração do homem. O Novo Pacto exigirá
um novo modus operandi de espiritualidade, mas a igreja cristã não está em
vista aqui, como supõem alguns intérpretes. Israel, na sua restauração, é o
assunto do texto. Existe uma realização ainda mais alta, em Cristo, que
transforma os homens à Sua própria imagem (Rom. 8.29); neste processo, o homem
redimido participará da natureza divina (II Ped. 1.4), de modo finito, mas real”. (CHAMPLIN,
Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora
Hagnos. pag. 3314). – a) O crente é honesto a toda prova A
lei do "olho por olho, dente por dente" do Antigo Testamento nunca
foi intencionada para ser aplicada a pessoas, seja no Antigo ou no Novo
Testamento; tratava-se de um padrão para a sociedade coletiva usar para
reforçar a boa conduta entre as pessoas. Os cristãos têm de respeitar o que é
intrinsecamente apropriado e honesto. O "bem" também carrega em si a
ideia de se ter um comportamento correto visível e óbvio quando estiverem no
meio de outros, especialmente incrédulos. – b) O crente jamais mente Mais
do que simplesmente dizer mentiras diretas, mentir também inclui exageros e
informações fictícias sobre alguma coisa que é verdadeira. A trapaça, as
promessas imprudentes, a traição da confiança e as falsas desculpas — tudo isso
são formas de mentira, das quais os cristãos não devem participar. Citando Zc
8.16, “fale cada um a verdade com o seu próximo”, Paulo afirma que a
obra de Deus no mundo é baseada na verdade, e nem a igreja nem os cristãos
individualmente podem ser instrumentos adequados para o Senhor usar se não forem
leais. – c) O crente jamais se apodera de alguma coisa que não seja
dele. Qualquer tipo de furto é pecado e não faz parte da
vida de um cristão. Em vez disso, que ele trabalhe, produzindo o que é
benéfico. A alternativa ao furto é conceder a si mesmo, à sua família e aos
outros o que é respeitável a Deus por meios honestos e justos. Um cristão não
só não deve prejudicar ninguém como também deve se esforçar, continuamente,
para ajudar aqueles que estão necessitados. – d) O crente vive uma
vida moral que é exemplo de pureza Num contraste absoluto com a
santidade e o amor de Deus, pecados assim como esses existem, por meio dos
quais Satanás busca destruir a obra divina de Deus em seus filhos e afastá-los
tanto quanto possível de sua imagem e vontade. Como é o caso de muitos outros
versículos na Escritura, esse mostra a ligação estreita entre o pecado sexual e
os outros tipos de impureza e cobiça. Uma pessoa imoral é inevitavelmente
gananciosa. Tais pecados são tão deploráveis que o mundo não deve ter razão
para sequer suspeitar da presença deles nos cristãos. – e) O crente
jamais dá falso testemunho de alguém Em Tiago 4.11, faleis
mal, significa caluniar ou difamar. Tiago não proíbe a confrontação
daqueles que estão em pecado, a qual é ordenada em outras passagens bíblicas
como Mateus 18.15-17; Atos 20.31; 1Coríntios 4.14; Colossenses 1.28; Tito 1.13;
2.15; 3.10). Em vez disso, ele condena acusações negligentes, depreciativas,
críticas e caluniosas contra os outros. Aqueles que falam mal de outros
cristãos se colocam como juízes e os condenam. Com isso, difamam e desrespeitam
a lei de Deus, que proíbe expressamente essa condenação caluniosa. Ao
rejeitarem a se submeter à lei, os caluniadores se colocam acima dela como seus
juízes.
3. O ensino da Palavra dá
conhecimento. A
igreja de Corinto foi enriquecida porque, pelo ensino da Palavra de Deus, havia
recebido conhecimento (1 Co 1.5). Consideremos:
a) O conhecimento consolida a
força (Pv 24.3), porque pelo conhecimento podemos saber o que nos é dado
gratuitamente por Deus (1 Co 2.12). Pelo conhecimento da verdade podemos
alcançar plena libertação (Jo 8.32). Pelo conhecimento podemos saber que Deus
quer que todos os homens venham ao conhecimento da verdade (1 Tm 2.4).
b) Pelo conhecimento podemos saber
como agradar a Deus (2 Co 5.9). Agradar a Deus não é resultado da nossa própria
força, mas o próprio Deus nos dá graça para agradá-lo.
– “porque, em tudo,
fostes enriquecidos nele, em toda a palavra e em todo o conhecimento” - No
momento, o cristão tem tudo o que o Senhor tem para dar e, portanto, tudo de
que ele necessita. Em particular, as duas bênçãos mencionadas aqui estão
relacionadas à apresentação da verdade da Palavra de Deus. No que diz respeito
a falar em nome de Deus, os cristãos são capazes de falar quando Deus quer que
o façam porque ele os capacita para isso. A oração torna essa habilidade
possível, e a diligência no estudo da Palavra de Deus a ajuda. Deus concede aos
cristãos todo o entendimento necessário, a fim de que falem em nome dele de
maneira efetiva. – “ela abundância de seus dons espirituais. A igreja de
Corinto era famosa por isso. Eles não estavam atrás de nenhuma igreja na
manifestação de qualquer dom (v. 7). Ele especifica palavra e conhecimento (v.
5). Onde Deus tem concedido esses dois dons, Ele tem dado grande capacidade
para o seu uso. Muitos têm a flor da palavra, mas não têm a raiz do
conhecimento, e a sua conversão é infecunda. Muitos têm o tesouro do
conhecimento, e querem a palavra para usá-lo para o bem dos outros, e, neste
caso, ele está por assim dizer envolvido num guardanapo. Mas, onde Deus concede
ambos, um homem está qualificado para elevado proveito. Quando a igreja de
Corinto foi enriquecida com toda a palavra e todo o conhecimento, era
conveniente que muitos louvores fossem dados a Deus, especialmente pelo fato de
esses dons serem um testemunho da verdade da doutrina cristã, uma confirmação
do testemunho de Cristo entre eles (v. 6). Eles eram “sinais, prodígios e dons
do Espírito Santo”, pelos quais Deus levou testemunho aos apóstolos, em sua
missão e doutrina (Hb 2.4), de maneira que, quanto mais abundantemente eles
eram derramados sobre qualquer igreja, mais pleno testemunho era dado daquela
doutrina pregada pelos apóstolos, e maior evidência comprobatória eles tinham
de sua missão divina. E não é de admirar que, por terem tal fundamento para a
sua fé, eles deviam viver na expectativa da vinda do Senhor Jesus Cristo (v.7).
É da natureza dos cristãos que eles esperem a segunda vinda de Jesus Cristo;
toda a nossa religião atenta para isso: nós cremos nela, e a esperamos, e ela é
a ocupação de nossa vida no sentido de nos prepararmos para ela, se realmente
somos cristãos. E quanto mais confirmados estivermos na fé cristã, mais firme
será a nossa fé na segunda vinda de nosso Senhor, e mais zelosa será a nossa
expectativa por ela” (HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry
Novo Testamento ATOS A APOCALIPSE Edição completa. Editora CPAD. pag. 429)
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
"Quando o
povo ouviu e entendeu a Palavra de Deus, todos experimentaram uma profunda
convicção de pecado e da culpa. (1) Os trechos da lei que continham uma clara
revelação da condição espiritual do povo podem ter sidos Lv 26 e Dt 28; trechos
estes que falam da bênção ou juízo divino, conforme a obediência ou
desobediência do povo à Palavra de Deus. (2) Nos avivamentos, o choro, quando
acompanhado de profundo arrependimento (cf. cap. 9), é um sinal da operação do
Espírito Santo (ver João 16.8 nota). Sentir tristeza pelo pecado e abandoná-lo
resulta em perdão divino e alegria da salvação (ver v. 10 nota; Mt 5.4)" (Bíblia
de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p. 743).
REFERÊNCIAS
BARBOSA,
Francisco. Especial Lição 11: Esdras vai a Jerusalém ensinar a Palavra de Deus.
Disponível em: https://auxilioebd.blogspot.com. Acesso em 11.09.2020
HENRY, Matthew. Comentário
Bíblico Antigo Testamento: Neemias p. 7; 1 Reis; p. 39. Rio de Janeiro: CPAD, 2010.
LIÇÕES BÍBLICAS. Edição
Especial Jovens e Adultos, 3º Trimestre 2020 - Lição 11. Rio de Janeiro:
CPAD, 13 setembro, 2020.
STAMPS, Donald C. Bíblia de
Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1997.
Nenhum comentário:
Postar um comentário