quinta-feira, 9 de janeiro de 2020

LIÇÃO 2: A CRIAÇÃO DE EVA, A PRIMEIRA MULHER


               
COMENTÁRIO E SUBSÍDIO I
EVA, A MÃE DE TODOS OS VIVENTES
Não foram muitos os teólogos que souberam avaliar o papel de Eva na História Sagrada. Vemo-la, às vezes, como aquela mulher que, descuidada e curiosa, deixou-se vencer pela velha e matreira serpente. Todavia, a primeira mulher haveria de revelar-se, depois da Queda, como uma sábia e arguta teóloga; ela não teria dificuldades para entender os planos de Deus. Neste tópico, portanto, consideraremos a sua criação, a sua transgressão e sua queda e, por último, o seu trabalho como auxiliar de Deus. 
1. A criação de Eva, a primeira mulher. Conforme vimos no capítulo anterior, Deus suscitou a primeira mulher dos costados do primeiro homem. Daquela costela, na qual se achavam as mais perfeitas células-tronco, o Pai Celeste criou Eva, um ser bem semelhante a Adão; uma ajudadora idônea, sábia e graciosa. Um milagre que ia além da genética; uma perfeição espiritual, psicológica e física.
Cabe, aqui, uma indagação: “Por que teve o Senhor de extrair a mulher do homem? Não lhe seria mais fácil e prático moldá-la a partir do mesmo pó com que Ele, sábio Criador, plasmara Adão, o primeiro ser humano?”. Ora, a resposta não exige muito exercício intelectual. Justamente por ser um Deus não apenas sapientíssimo, mas a própria sabedoria, foi que tirou a primeira varoa do flanco do primeiro varão.
Suponhamos que Eva fosse, à semelhança de Adão, tomada do pó da Terra, e não da costela deste. Nessa hipótese, ainda teríamos dois seres humanos. A humanidade, porém, seria impossível, porque não haveria um tronco genético comum. Além do mais, olhar-se-iam ambos como estranhos, e não como pertencentes à mesma espécie.
Entretanto, como Eva foi tomada de Adão, fizeram-se uma só carne, tornando possível o casamento, a sociedade, o Estado e a própria espécie humana. A doutrina do monogenismo genético é uma das mais importantes da Bíblia Sagrada, porquanto leva-nos a ver toda a raça humana como una e complementar, e não como um quebra-cabeça irremontável e absurdo. No Areópago, em Atenas, o apóstolo Paulo deixou esta proposição bastante clara aos filósofos epicureus e estoicos:
O Deus que fez o mundo e tudo o que nele existe, sendo ele Senhor do céu e da terra, não habita em santuários feitos por mãos humanas. Nem é servido por mãos humanas, como se de alguma coisa precisasse; pois ele mesmo é quem a todos dá vida, respiração e tudo mais; de um só fez toda a raça humana para habitar sobre toda a face da terra, havendo fixado os tempos previamente estabelecidos e os limites da sua habitação; para buscarem a Deus se, porventura, tateando, o possam achar, bem que não está longe de cada um de nós; pois nele vivemos, e nos movemos, e existimos, como alguns dos vossos poetas têm dito: Porque dele também somos geração. (At 17.24-28)
Concluindo, Deus, ao suscitar a mulher do homem, tornou possível a espécie humana. Temos, no Gênesis, pois, não uma parábola mitológica, mas uma narrativa coerente, histórica e, em termos científicos, plenamente aceitável.   
2. O abandono de Eva e a sua transgressão. Se não lermos o capítulo três de Gênesis com atenção e discernimento, seremos induzidos a imaginar uma Eva simplória, tola e facilmente ludibriável. Mas essa imagem não corresponde à personalidade de nossa protogenitora. Nos poucos versículos que a descrevem, deparamo-nos com uma mulher sábia, educadíssima e com uma capacidade verbal impressionante. Neste ponto de nossa exposição, aparecerá alguém com uma pergunta que, embora pareça sábia, não revela sabedoria alguma: “Se a nossa primeira mãe possuía todos esses atributos, e outros que não foram declinados, como pôde deixar-se enganar pela serpente?”.
Não nos esqueçamos de que Eva não foi atraída a discutir com um ser irracional, asqueroso e rastejante como a serpente. Conquanto falasse com o réptil, na verdade, estava ela a dialogar com Satanás, que, ao encantar aquele animal e abrir-lhe a boca, fê-lo verbalizante e palrador. Antes que você me encaminhe outra pergunta, anteciparei a minha resposta: Sim, eu acredito piamente que a serpente falou, porque, nessa passagem, não há parábola ou apólogo, mas uma narrativa real, verídica e histórica. Se não aceitarmos a veracidade desse relato, teremos de ver como mentira o episódio no qual a jumenta de Balaão falou, repreendendo finamente o profeta grosseiro e louco (Nm 22.21-30).
Tenhamos em mente, pois, de que Eva foi enredada pelo mais arguto dos teólogos: o próprio Satanás que, ao longo da História Sagrada, ganharia outros nomes, apelidos, apodos e alcunhas. Ali, porém, em nada parecia com o Diabo que haveria de tentar Jesus, nem com o Dragão que sairá a seduzir as nações no Apocalipse. Sim, ali, querido leitor, estava um arguto e finório teólogo, com uma experiência de séculos e milênios, a tentar uma solitária mulher que, emocionalmente, ainda não acabara de sair de sua adolescência emocional. 
Ao escrever a Timóteo, o apóstolo Paulo esclarece-nos de que Eva foi, de fato, enganada e iludida pela teologia serpenteante de Satanás (1 Tm 2.14). Isso significa que a mulher não se rebelou conscientemente contra Deus, nem caiu na apostasia. Não estou inocentando-a; atenho-me tão somente ao texto bíblico. O próprio doutor dos gentios reconheceu a capacidade teológica de Satanás: “Mas receio que, assim como a serpente enganou a Eva com a sua astúcia, assim também seja corrompida a vossa mente e se aparte da simplicidade e pureza devidas a Cristo” (2 Co 11.3, ARA).
Querido leitor, antes que você me encarreire outra pergunta, antecipar-lhe-ei mais uma resposta. Eu, particularmente, não considero Satanás um verdadeiro teólogo. Se ele é o pai da mentira, como pode ser verdadeiro? E se não é verdadeiro, como pode ser teólogo? Afinal, a matéria-prima do teólogo genuinamente bíblico é a verdade — Jesus Cristo Nosso Senhor. 
Houve uma época, porém, em que o Diabo, conhecido então como o querubim ungido, era um celebrado teólogo nos céus; era perfeito em seus conhecimentos divinos. Mas, desde o dia em que se deixou levar pela soberba, passou de teólogo a um perigoso e letal operador da teologia. É bem possível que você já tenha se deparado com gente dessa espécie; alegam conhecer a Deus, mas nunca tiveram um encontro pessoal e experimental com o Senhor.
Infelizmente, Eva deixou-se engodar pela cantilena gnóstica: a busca de um conhecimento além do conhecimento divino. No Apocalipse, tal saber é classificado como as profundezas de Satanás (Ap 2.24). Tendo Eva já comido do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, oferece-o ao marido que, sem relutar e bem consciente do que fazia, também o come. E, comendo-o, transgride e peca contra o Senhor.
Naquele exato instante, abrem-se-lhes os olhos; o homem e a mulher assustam-se com a própria nudez; vergonha e culpa. Vê-se, pois, que o pecado adentrou o mundo por meio de Adão, e não de Eva. É o que o apóstolo Paulo escreve aos romanos: “Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram” (Rm 5.12, ARA). Pobre Eva, como encararia, agora, o juízo divino?       
3. Eva, a auxiliar de Deus. Calada e indefesa, Eva ouve a acusação do esposo. Alega este que, se não fosse ela, estaria tudo bem; jamais haveria ele de comer ou sequer provar daquele fruto. Aliás, nem para a frondosa árvore, olharia. O que a mulher poderia apresentar em sua defesa? Limita-se a falar a verdade; não encobre qualquer fato: “A serpente me enganou, e eu comi” (Gn 3.13). 
Naquele julgamento, o depoimento de Eva foi o mais sincero e verdadeiro. Sim, a serpente, encantada por Satanás, iludiu-a com uma dialética irresistível; teologia e filosofia fundiram-se malignamente na boca do réptil. Entre as meias verdades e as meias mentiras do Inimigo que, a essas alturas, já era também Diabo, ela quebranta o mandamento divino.
Daquele momento em diante, além dos prejuízos espirituais, morais e emocionais, nossa primeira mãe teria de arcar, igualmente, com incômodos e dores em suas gravidezes e partos. E, finalmente, haveria de enfrentar um momento terminal: a morte física. Qual, pois, a sua perspectiva? 
Encerrado o juízo no Éden, ela e o esposo são despejados do jardim. O autor sagrado, para sublimar a elegância e o cavalheirismo de Deus, sutilmente observa: “O Senhor Deus, por isso, o lançou fora do jardim do Éden, a fim de lavrar a terra de que fora tomado” (Gn 3.23, ARA). Naquele momento, o Supremo Juiz, levando em conta a fragilidade da mulher, tratou-a como um vaso mais fraco, prestes a quebrar-se.
Por essa razão, bane-a indiretamente do paraíso, por intermédio de seu esposo, que, de fato, era o grande responsável pela introdução do pecado no mundo, conforme acentua o doutor dos gentios (Rm 5.12). Por essa razão, Pedro aconselha os maridos a cuidarem da esposa com brandura e lhaneza: 
Maridos, vós, igualmente, vivei a vida comum do lar, com discernimento; e, tendo consideração para com a vossa mulher como parte mais frágil, tratai-a com dignidade, porque sois, juntamente, herdeiros da mesma graça de vida, para que não se interrompam as vossas orações. (1 Pe 1.7, ARA)
As palavras do apóstolo devem ser devidamente consideradas, porque ele, sendo casado, estava muito bem afeiçoado às lides conjugais.
Ao dialogar com a mulher, através da serpente, visava Satanás não apenas levá-la ao pecado, mas aliançar-se espiritualmente com ela, objetivando três coisas: privar o homem de uma companhia idônea e sábia; frustrar os planos de Deus quanto à humanidade; e, finalmente, extinguir a espécie humana ainda em seu nascedouro. Tais itens, aliás, constituem o fundamento do movimento feminista.
Já imaginou se todas as mulheres fossem inimigas do esposo? Este ficaria privado tanto da companhia feminina quanto de uma descendência, a fim de perpetuar-lhe o nome. Isso fatalmente haveria de acontecer, porquanto ela, ao dar ouvidos à voz do Maligno, rejeitaria ambas as missões para as quais fora criada: a conjugal e a maternal. Consequentemente, a espécie humana não demoraria a ser extinta, pois a mulher, como a nossa matriz genética por excelência, também acabaria por desaparecer. E, dessa forma, os planos de Deus, com respeito à criação da Terra, e também dos Céus, ver-se-iam frustrados.
Ao entabular aquela conversação com Eva, por meio de uma dialética irresistível, Satanás tinha em mente esvaziá-la de toda a sua feminilidade, para entulhá-la de um feminismo perverso e destruidor. Aliás, que feminismo não é destruidor e perverso? Esse objetivo do Maligno, presente em todas as agendas globalistas e esquerdistas, será amplamente implementada pelo Anticristo que, declaradamente, é um cruel inimigo do sexo feminino, conforme antecipa-nos o profeta Daniel: “Não terá respeito aos deuses de seus pais, nem ao desejo de mulheres, nem a qualquer deus, porque sobre tudo se engrandecerá” (Dn 11.37).
Para destruir as bases da aliança entre a serpente e a mulher, a essas alturas já bem sedimentadas, o Senhor decreta a inimizade entre ambas. Volta-se, então, ao réptil asqueroso, e declara ao Maligno: 
Visto que isso fizeste, maldita és entre todos os animais domésticos e o és entre todos os animais selváticos; rastejarás sobre o teu ventre e comerás pó todos os dias da tua vida. Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar. (Gn 3.14,15, ARA)
Quebrada a fatídica aliança, torna-se Eva auxiliar do Criador. Já fora do Éden, coabita com Adão, concebe e dá à luz o seu primogênito. E, ao embalá-lo carinhosamente, faz-se teóloga, e glorifica a Deus: “Adquiri um varão com o auxílio do Senhor” (Gn 4.1, ARA). Mais adiante, após haver perdido Abel, seu filho caçula, sua teologia chega ao ápice. Conquanto tomada pela dor, enaltece a Deus pela chegada de Sete: “Deus me concedeu outro descendente em lugar de Abel, que Caim matou” (Gn 4.25, ARA). Em sua missão de mãe e esposa, Eva alcança, pela fé nos méritos retroativos de Jesus, a salvação de sua alma. Cumpre-se plenamente, em sua vida, o que Paulo escreveria a Timóteo: 
E Adão não foi iludido, mas a mulher, sendo enganada, caiu em transgressão. Todavia, será preservada através de sua missão de mãe, se ela permanecer em fé, e amor, e santificação, com bom senso. (1 Tm 2.14, ARA)    
Texto extraído da obra “A Raça Humana: Origem, Queda e Redenção”, editada pela CPAD.  
COMENTÁRIO E SUBSÍDIO II
INTRODUÇÃO
Na lição de hoje, estudaremos sobre a mulher no plano de Deus; pontuaremos aspectos da criação da mulher; e por fim, elencaremos características da missão da mulher como: governar bem a sua casa, ser uma excelente mãe, e ser submissa e auxiliadora do seu marido.
I – A MULHER NO PLANO DE DEUS
Eva, a esposa de Adão sempre esteve no projeto divino, ela não é um acabamento na obra, antes sua forma final. Deus prepara tudo em seu tempo (Ec 3.1), em seu projeto tudo tem a hora exata para acontecer. Ambos foram criados no mesmo dia (Gn 1.27), e a diferença no texto dos cap. 1 e 2 deve-se a linguagem semítica, eles sempre partem do âmbito geral para o particular, ou seja, primeiro apontam como Deus fez tudo, depois em detalhes mostram como Deus fez. Podemos ver o mesmo em (Gn 10.20) aonde nos é contado como as nações foram organizadas de acordo com suas línguas e em (Gn 11.7-9) como foi essa divisão das línguas e o porquê. Logo podemos afirmar que Eva é a mesma mulher dos capítulos 1 e 2 de Gêneses. Vejamos agora algumas importantes características desta criação:
1.1 A mulher foi criada em meio a solidão de Adão. No final do sexto dia da criação, Deus viu tudo o que havia feito e declarou que era “muito bom” (Gn 1.31). Mas, então, Deus diz que há algo em seu mundo maravilhoso que não é bom: o homem está só. Na realidade, no texto hebraico as palavras: “Não é bom” aparecem logo no início da declaração do Senhor em (Gn 2.18). O que "não era bom" na solidão do homem? Afinal, Adão podia ter comunhão com Deus, aproveitar a beleza do jardim, comer de seus frutos, realizar seu trabalho diário e até brincar com os animais. O que mais ele poderia desejar? Deus sabia do que Adão precisava: de “uma auxiliadora que lhe fosse idônea” (v. 18) (WIERSBE,2010, p. 25).
1.2 A mulher foi criada para ser uma auxiliadora idônea. Infelizmente muitos não compreendem de forma correta esta passagem. Acreditam que por ser criada para ser auxiliadora Eva era inferior a Adão, esse não foi o plano de Deus. O isolamento é prejudicial. Por dedução, a relação social, ou seja, o companheirismo, é bom. Por conseguinte, Deus determinou fornecer ao homem uma adjutora que esteja como diante dele, literalmente, uma ajudante que lhe correspondesse, alguém que fosse igual e adequada para ele (LIVINGSTON, 2012, p. 38). Logo o que Deus fez foi fazer alguém igual a Adão para que este experimentasse o sentido real de companheirismo, a expressão: “Esta é agora [...]” em Gênesis 2.23, mostra quanto Adão estava ansioso por alguém igual a ele.
II – A MULHER NO PLANO DE DEUS NO CASAMENTO
Ao criar Eva, Deus está estabelecendo alguns padrões que precisam ser respeitados para que haja harmonia no lar e consequentemente seja resolvido o problema da solidão. Vejamos:
2.1 União monossomática (mono = um) + (soma = corpo). Deus, de um ser humano, fez dois (Gn 2.21,22), e de dois “macho e fêmea” tinha em mente, com o casamento fazer um “e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne” (Gn 2.24-c). Logo, Adão e Eva poderiam ser considerados não apenas um corpo, mas como duas almas e espíritos unidos pelos laços conjugais. Este é mais um mistério do casamento “serão ambos uma carne” (Gn 2.24).
2.2 União indissolúvel. A Sagrada Escritura nos revela que no projeto de Deus, o casamento é indissolúvel “e apegar-se-á à sua mulher” (Gn 2.24-b). A expressão “apegar-se” no hebraico “dãbaq” significa: “apegar-se, grudar-se, esconder-se”. Usado no hebraico moderno no sentido de “colar, aderir”, “dabaq” traduz a forma substancial de “cola” e também as ideias mais abstratas de “lealdade e devoção”. O uso no texto de (Gn 2.24) reflete o significado de um objeto (pessoa) ser único a outro (VINE, 2002, p. 42).
2.3 União monogâmica (mono = um) + (gamós = casamento). Monogamia, é o sistema de constituição familiar pelo qual o homem tem uma só mulher e a mulher um só marido. A monogamia é o padrão divino para o casamento (Gn 2.18). O apóstolo Paulo foi enfático quanto ao casamento monogâmico: “cada um tenha a sua própria mulher, e cada uma tenha o seu próprio marido” (I Co 7.2).
2.4 União reprodutiva. A procriação é o ato criador de Deus, através do homem. Para tanto, o Senhor dotou o homem e a mulher de capacidade reprodutiva, instituindo o matrimônio e a família para isso (Gn 2.21-24). Quando os fez macho e fêmea, Deus tinha o propósito de tornar possível a reprodução do gênero humano (Gn 1.28-a), visto que dois iguais não se reproduzem, por isso a prática homossexual é vista na Bíblia como uma abominação (Lv 18.22); e, algo antinatural (Rm 1.26,27). Ao criar a mulher, Deus trouxe-a a Adão e fez o casamento (Gn 2.22-24). Portanto, “o casamento é uma criação de Deus”. É dito também que Deus os abençoou (Gn 1.28-a). A palavra “abençoou” vem do verbo “abençoar” que no hebraico é “beraka” e significa: “o ato de conceder verbalmente boas coisas” (HARRIS, 2001, p. 221). Esta bênção sobre o casal significa: “Deus voltar inteiramente o Seu rosto de modo favorável para o beneficiário” (KIDNER, 2001, p. 49).
III – A CRIAÇÃO DA MULHER
A criação da mulher foi um ato diferente do homem, o homem foi feito do pó da terra (Gn 2.7), já para formar a mulher Deus fez algo novo, diferente e gracioso, Já que Adão sentia falta de alguém como ele, Deus tirou dele mesmo uma de suas costelas e fez a mulher (Gn 2.21).
3.1 Algo novo. Nosso Deus é surpreendente, Ele sempre fará algo novo (Is 43.19). Deus criou uma pessoa para Adão com quem ele se identificasse. Por isso, fazendo-o dormir, tirou-lhe uma parte do corpo, para dela fazer uma mulher “E da costela que o Senhor Deus tomou do homem, formou uma mulher, e trouxe-a a Adão” (Gn 2.22). Deus estava criando não apenas um outro indivíduo, mas um indivíduo novo, totalmente diferente, com outro sexo. Adão identificou-se de tal maneira com a mulher que se expressou a respeito dela da seguinte maneira: “Esta é agora osso dos meus ossos, e carne da minha carne; esta será chamada mulher, porquanto do homem foi tomada” (Gn 2.23).
3.2 Uma questão genética. Daquela costela, na qual se achavam as mais perfeitas células tronco, o Pai Celeste criou Eva, um ser bem semelhante a Adão; uma ajudadora idônea, sábia e graciosa. Um milagre que ia além da genética; uma perfeição espiritual, psicológica e física. Justamente por ser um Deus não apenas sapientíssimo, mas a própria sabedoria, foi que tirou a primeira varoa do flanco do primeiro varão. Suponhamos que Eva fosse, à semelhança de Adão, tomada do pó da Terra, e não da costela deste. Nessa hipótese, ainda teríamos dois seres humanos. A humanidade, porém, seria impossível, porque não haveria um tronco genético comum. Além do mais, olhar-se-iam ambos como estranhos, e não como pertencentes à mesma espécie (ANDRADE, 2019, pp. 29-30).
IV – A MISSÃO DA MULHER
A Bíblia está repleta de exemplos de grandes mulheres de Deus, Sara, Ana, Maria só para citar algumas, que aceitaram o projeto e a missão divina. Vivemos dias difíceis aonde uma competição demoníaca tem aparecido no mundo. Infelizmente homens e mulheres em muitos casos se tornaram inimigos, quando na realidade foram feitos para serem companheiros. Vejamos então o que Deus tem de forma singular para a mulher que deseja exercer sua missão:
4.1 Governar bem a sua casa. Em Provérbios 31.27 o proverbista fala sobre a mulher virtuosa: “Olha pelo governo de sua casa e não come o pão da preguiça”. O termo hebraico traduzido como “olha”, é a expressão “saphah” e significa: “investigar a distância, observar, estar sobre, vigiar, espiar, ficar esperando, estar de guarda, atalaia”. A mulher virtuosa foi posta como atalaia de sua casa. Ela tem a capacidade de observar cada membro da família e perceber antecipadamente quando algum perigo ou ameaça os rodeiam, assim como faziam os atalaias em Israel (2Rs 9.17,18,20).
4.2 Ser uma excelente mãe. Ainda observando a mulher virtuosa, vemos que ela desempenha de tal forma o seu papel de mãe que os seus filhos a louvam, dizendo que ela é “bem-aventurada” (Pv 31.28 ver também Sl 138). Essa expressão no hebraico é “asar” ou “aser”, que significa “ser equilibrado, correto, feliz, próspero, abençoado”. Além de reconhecer que sua mãe era muito feliz, os seus filhos reconheciam a sua retidão, o seu caráter íntegro. Ela era admirada e respeitada pelos filhos. O marido também a louvava (Pv 31.28,29).
4.3 Ser submissa ao seu marido. Essa é a declaração Bíblia em (Ef 5.22-24; Cl 3.18), em ambos os casos tal submissão deve ser como ao Senhor, isso significa que quando o marido cumpre seu papel de amar sua mulher (Ef. 5. 25-29) como Cristo ama a Igreja, o dever da mulher é ser submissa esta palavra deriva-se de duas palavras: “sub”, que quer dizer: “debaixo de” e “missão”, que significa “vocação”. Em resumo, submissão é exercer missão de apoio, missão de auxílio. A submissão deve ser a mais forte demonstração de amor da esposa pelo esposo. O lar não é local de competição, antes de apoio.
4.4 Ser auxiliadora de seu marido.
Apesar de Eva ser a “auxiliadora idônea” de Adão, ela não foi criada para ser uma escrava. O conhecido comentarista bíblico Matthew Henry escreveu: “Ela não foi feita da cabeça para governar sobre ele, nem dos pés para ser pisada por ele, mas da sua costela para ser igual a ele, sob seu braço para ser protegida por ele, perto de seu coração para ser amada por ele”. Paulo escreveu que "a mulher é glória do homem" (1Co 11.7); pois se o homem é o cabeça (1Co 11.1-16; Ef 5.22-33), então a mulher é a coroa que a enobrece (WIERSBE, 2010, p. 25).
CONCLUSÃO
Concluímos que, assim como o homem, a mulher também tem seu papel na constituição da família. Aprendemos que Deus criou a mulher com propósitos e objetivos bem definidos, e que, ao criá-la, Ele concedeu ao homem o presente de completá-lo suprindo todas as suas necessidades físicas, emocionais e até espirituais.

Professor Paulo Avelino. Disponível em: https://www.portalebd.org.br
COMENTÁRIO E SUBSÍDIO III
INTRODUÇÃO
Nesta lição, mostraremos o lugar da mulher na criação divina e no âmbito familiar. Antes de tudo, declaramos que ela é um ser diferencial e complementar; uma bênção indispensável à criação divina. O Senhor, formando-a a partir da costela de Adão, designou-a para ser, em relação ao homem, uma companhia idônea e sábia. 
Aos olhos de Deus, Eva era tão importante quanto Adão. Embora iguais, cada qual tinha uma missão específica a cumprir. Todavia, foi ao homem que Deus confiou a chefia do lar e o governo da Igreja. Mas, para que a missão do esposo e do pastor seja bem-sucedida, a participação de uma mulher virtuosa e cheia do Espírito Santo é imprescindível. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 2, 12 Janeiro, 2020]
Esta lição vai tratar da criação da mulher e seu papel. O texto de Gênesis 1.26-28 relata que ambos os gêneros foram criados por Deus em igualdade em sua condição, em sua dignidade e em sua vocação (ambos foram feitos à imagem e semelhança de Deus, e ambos receberam o mandato de dominar a terra). No entanto, também afirma que são distintos, com diferenças expressas na sexualidade e em sua complementaridade. Foi o pecado que provocou uma ruptura na harmonia criada por Deus. A interdependência deu lugar à competição; o respeito mútuo sucumbiu ao autoritarismo; a relação deu lugar à exploração. No Evangelho de Cristo encontramos a restauração de tudo como era antes no Éden. É a igreja de Cristo, como as primícias da nova criação de Deus, que deve mostrar ao mundo caído que estamos fora do rumo.
I. A MULHER NO PLANO DE DEUS
A criação de Eva não foi um ato improvisado de Deus, para contornar a solidão do homem; a mulher sempre esteve nos planos divinos. Sendo ela, pois, uma pessoa necessária, o Senhor decidiu racionalmente criá-la a partir de Adão.
1. A mulher já estava nos planos de Deus. Quando, no sexto dia da criação, Deus anunciou a criação do ser humano, tinha Ele em mente tanto o homem quanto a mulher; sem esta ou sem aquele, a humanidade seria impossível (Gn 1.26). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 2, 12 Janeiro, 2020]
O ponto culminante da criação, um ser humano vivente, feito à imagem de Deus para governar a criação. No termo ‘Homem’ estava contido os dois gêneros, deveria ser melhor traduzido por ‘Ser humano’. Conquanto o homem e a mulher compartilhassem de modo igual a imagem de Deus e juntos exercessem domínio sobre a criação, por desígnio divino eles eram fisicamente diferentes a fim de cumprirem o mandamento de Deus de multiplicarem-se, ou seja, nenhum deles podia gerar filhos sem a participação do outro. Notemos que já no relato de Gênesis 1.28, “Deus os abençoou” - essa segunda bênção envolvia reprodução e domínio, homem e mulher receberam a ordem para “Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a...”. Deus criou seu representante (domínio) e sua representação (imagem e semelhança). O homem encheria a terra e cuidaria do funcionamento da mesma. 
2. A decisão de formar a mulher. A formação de Eva foi um ato mui particular de amor e bondade de Deus Pai para com o homem. Afinal, Adão é designado, na Bíblia, como filho amado e querido de Deus (Lc 3.38). Ao contemplar a solidão e a tristeza do homem, declarou o Pai Celeste: “Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma adjutora que esteja como diante dele” (Gn 2.18). 
Na criação da espécie humana (homem e mulher), o verbo fazer é usado, pela Divindade, na primeira pessoa do plural: “façamos” (Gn 1.26). Trata-se de uma decisão formalmente colegiada. Todavia, na formação de Eva, o Senhor usa o mesmo verbo, agora, na primeira pessoa do singular, no tempo presente: “far-lhe-ei”, realçando a iniciativa particular do Pai Celeste sempre amoroso, solícito e atento às necessidades de seus filhos (Mt 6.32). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 2, 12 Janeiro, 2020]
Em Gênesis 2.18, encontramos pela primeira vez uma observação negativa de Deus referente à sua criação: “Não é bom”. Quando Deus viu que a sua criação era muito boa (1.31), viu-a como sendo o resultado perfeito de seu plano criador nesse momento. Entretanto, antes do final do sexto dia, ao observar o estado do homem como não bom, ele comentou sobre a deficiência dele, visto que a mulher, a contraparte de Adão, ainda não havia sido criada. As palavras desse versículo enfatizam a necessidade de companhia para o homem, uma auxiliadora, alguém à sua altura. Sem alguém para complementá-lo, ele estava incompleto para poder cumprir a tarefa de multiplicar-se, encher a terra e exercer domínio sobre a mesma. Isso aponta para a inadequação de Adão, não para a insuficiência de Eva (cf. 1 Co 11.9). A mulher foi feita para suprir a deficiência do homem (cf. ITm 2.14). Nenhuma criatura achou-se capaz de complementar Adão, não havia parentesco com nenhum animal, pois nenhum deles era companhia adequada para Adão. Em Gênesis 2.21, Moisés passa a relatar minuciosamente, como foi a criação da mulher: “uma das suas costelas”. Isso também pode significar "lados", incluindo a carne circundante ("carne da minha carne", v. 23). A cirurgia divina realizada pelo Criador não apresentou problemas. Isso também resultou no primeiro ato.de cura registrado na Escritura. Ao acordar e deparar-se com a recém-criada contraparte, Adão prorrompe em poema: “osso dos meus ossos” (2.23). O poema de Adão enfatizou a expressão da alegria do seu coração ao deparar com a nova companheira. O homem (ish) chama-a de "mulher" (isha) porque ela teve sua origem nele (a raiz da palavra "mulher" é "suave"). Ela de fato fora feita de osso dos seus ossos e carne da sua carne. 
3. A mulher, uma pessoa necessária. Se, por um lado, a mulher proveio do homem; por outro, todo homem (exceto Adão) provém da mulher (1Co 11.12). Portanto, há, entre ambos os sexos, harmonia e perfeita completude. O livro de Cantares é o mais perfeito exemplo da amizade entre os cônjuges. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 2, 12 Janeiro, 2020]
Todos, homens e mulheres, são iguais no Senhor e complementares na obra do Senhor. Seus papéis são diferentes quanto à função e aos relacionamentos, não quanto à espiritualidade ou importância (Cl 3.28). Deus criou Eva, a fim de que ela estivesse ao lado de Adão, auxiliando-o com sabedoria e prudência. A idoneidade da mulher é pormenorizada em Provérbios 31. 
Pela primeira vez nas Escrituras encontramos a observação de algo não era bom, que algo está faltando. Sem companhia feminina e uma parceira que corresponda, o homem não podia realizar totalmente sua humanidade. Dessa necessidade surge a criação da mulher que será companheira e esposa de Adão.
A criação da mulher em Gênesis 2 tem consequências de longo alcance. Ela estabelece a fundamentação para três áreas importantes no relacionamento de um esposo e uma esposa dentro do casamento:1) A mulher como uma auxiliadora idônea para o homem.2) A mulher feita por Deus como Seu trabalho manual especial.3) A mulher feita para ser uma com o homem.” (monergismo)
SUBSÍDIO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO
Ao introduzir este tópico, faça uma reflexão acerca da importância que a fé cristã deu à condição da mulher no mundo. Essa importância é perceptível no ministério de Jesus. Tenha como base dessa reflexão, o seguinte texto: “[...] O que não pode ser ignorado é o papel primordial que as mulheres desempenharam no ministério de Jesus e no maior evento de toda a história humana: sua ressurreição física dos mortos. [...] A concentração de mulheres na vida e no ministério de Jesus foi simplesmente espantosa. [...] No mundo do primeiro século, uma mulher teria sido uma primeira testemunha ocular um tanto quanto embaraçosa de um evento tão maravilhoso. Mulheres não eram vistas como fontes confiáveis” (JOHNSTON, Jeremiah J. Inimaginável: o que nosso mundo seria sem o cristianismo. Rio de Janeiro: CPAD, 2018, pp.196,97).
II. A CRIAÇÃO DA MULHER
A formação da mulher foi um ato mais elaborado e complexo do que a criação do homem, pois envolveu o uso de uma “anestesia” natural, um procedimento cirúrgico.
“Ao comentar sobre a criação do homem, Lutero disse que Adão deve ter sido um espécime extraordinário. Pensava ele que Adão deve ter superado os animais até mesmo nos detalhes em que eles eram insuperáveis; ele devia ter uma força maior que a de um leão, uma visão mais aguçada que a da águia. Se isso era verdade para Adão, que podemos dizer de Eva? Lutero pensava que Eva teria sido tão forte, ágil, perspicaz e brilhante quanto Adão. E mais, disse Lutero, ela deve tê-lo superado em beleza e graça. Isso podemos afirmar com certeza: Eva também foi criada com a glória primeira de Deus. A despeito da excelência física, mental e moral de Eva, o verso 18 diz ela foi feita “para” o homem, “uma auxiliadora idônea [ou adequada] para ele”. Nesta condição perfeita pré-queda, toda mulher tem um indício para sua posição única, dada por Deus, no casamento. Ela deve ser uma “ajudadora idônea” para seu marido.” (monergismo)
1. A primeira anestesia. Em primeiro lugar, o Criador, agora também cirurgião, coloca Adão para dormir. E, assim, o homem adormece profundamente (Gn 2.21) .[Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 2, 12 Janeiro, 2020]
A criação da mulher aconteceu enquanto o homem estava adormecido. Alguns têm sugerido que isto assim ocorreu para que todos soubessem que Adão não aconselhou a Deus. Certamente o motivo óbvio era para que Adão não sentisse dor nenhuma, em um mundo sem a presença do pecado. O Sir James Simpson, que descobriu o clorofôrmio, ficou muito impressionado com esta passagem das Escrituras. Ele era um Cristão consagrado, e lutava com a questão moral do uso da anestesia. Foi esta passagem que o convenceu a prosseguir com uma consciência clara e assim beneficiar a humanidade. Ele viu que Deus usou a anestesia na primeira cirurgia.” (palavraprudente)
2. A primeira cirurgia. Estando Adão já adormecido, Deus abre-lhe o peito e extrai-lhe uma das costelas. Em seguida, fecha-lhe a cisão com carne (Gn 2.21). A cirurgia é bem-sucedida; a plástica, perfeita (Jó 5.18). Deus conhece plenamente a nossa estrutura, porquanto é o nosso Criador (Sl 103.14). O seu Filho também é um perfeito cirurgião (Lc 22.50,51). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 2, 12 Janeiro, 2020]
A mulher feita por Deus como Seu trabalho manual especial. A mulher não é somente feita para o homem; ela é também feita por Deus como um ato especial da criação. Tanto o homem como a mulher foram criações especiais de Deus. Eles foram criados em igual dignidade. Gênesis 2:21-22 diz: “E o Senhor Deus fez cair pesado sono sobre o homem e este adormeceu; tomou uma das costelas e fechou o lugar com carne”. Deus causou um profundo sono em Adão como um passo inicial na criação da mulher. Este “sono profundo” deve ter sido algo como uma anestesia hoje, e a operação que Deus realizou, semelhante à cirurgia médica. Deus extraiu uma das costelas do homem e preencheu o lugar vazio com carne, fechando a ferida. Da costela, Deus então “fez” — literalmente, em hebraico, “edificou” ou “construiu” uma mulher. Deus miraculosamente, meticulosamente, belamente, laboriosamente, formou uma mulher com Suas próprias mãos, fazendo-a cada pedacinho, tão especial quanto o homem que Ele havia criado antes. Existe algo particularmente belo, até mesmo poético, sobre esta criação” (monergismo).
3. A primeira engenharia genética. Da costela extraída de Adão, o Senhor forma Eva, a primeira mulher (Gn 2.22). Aqui, como em toda a Bíblia, não temos nenhuma narrativa mitológica; trata-se de um relato histórico, real e confiável. 
Observemos que, da costela de Adão, o Criador coleta o material genético ideal do homem, para a formação da mulher. 
Salientamos que Deus não criou Eva como um clone de Adão. Antes, criou-a como uma pessoa autônoma e consciente de sua existência e missão no mundo. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 2, 12 Janeiro, 2020]
O comentarista Henry Matthew disse o seguinte sobre o assunto: “A mulher foi feita de uma costela retirada do lado de Adão; não feita de sua cabeça para governá-lo ou de seus pés para ser por ele pisada, mas de seu lado, para ser igual a ele, sob seu braço para ser protegida e perto de seu coração para ser amada”.
É irrelevante se ela era uma costela, ou uma parte de seu lado, que significa: uma parte do homem era para ser usada na ocasião, se osso sou carne , não importa; embora seja provável, a partir do versículo 2:23 de Gênesis, que uma parte de Adão foi levada para ele saber como a mulher foi formada, pois ele disse, “esta é carne da minha carne e osso dos meus ossos”. DEUS poderia ter formado a mulher do pó da terra, como ele tinha formado o homem, mas se ele tivesse feito isso, ela apareceria aos seus olhos como um ser distinto, com quem ele não tinha nenhuma relação natural. Mas, como DEUS formou-a de uma parte do próprio homem, ele viu que ela era da mesma natureza, mesma carne, idêntica a ele e tendo sangue como ele, e da mesma constituição em todos os aspectos e, consequentemente, teria poderes iguais, faculdades e direitos iguais. Isso asseguraria a sua afeição, e animaria a sua estima por ela.” (apazdosenhor)
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
“Havia um aspecto da criação de Deus que não estava totalmente satisfatório. O fato de o homem ainda estar só (18) não era bom. O isolamento é prejudicial. Por dedução, a relação social, ou seja, o companheirismo, é bom. Por conseguinte, Deus determinou fornecer ao homem uma adjutora que esteja como diante dele, literalmente, uma ajudante que lhe correspondesse, alguém que fosse igual e adequada para ele. ‘Uma ajudante certa que o complete’ (VBB). A Bíblia Confraternidade traduz: ‘Uma ajudante como ele mesmo’.
[...] De imediato, Adão (23) viu a conveniência desta ajudante. Ela era parte íntima dele, osso dos meus ossos e carne da minha carne e, desta forma, adequada para ele. Mas ele também demonstrou sua posição de autoridade ao lhe dar um nome. 
Com efeito, esta foi a instituição da relação matrimonial. Desde o princípio, Deus quis que o casamento fosse exclusivo e íntimo. Não era simplesmente para a mulher agarrar-se ao homem como um apêndice. Para deixar clara a responsabilidade do homem, Deus ordenou que o homem se apegasse à sua mulher (24) no compromisso mútuo de verdadeira união” (Comentário Bíblico Beacon: Gênesis a Deuteronômio. Rio de Janeiro: CPAD, pp.38,39).
III. A MISSÃO DA MULHER
1. A missão de esposa. Qual gentil e solícito Pai, o Senhor Deus conduziu Eva, a primeira mulher, a Adão, que, ao recebê-la, compôs este poema: “Esta é agora osso dos meus ossos e carne da minha carne; esta será chamada varoa, porquanto do varão foi tomada” (Gn 2.23). 
Nessa missão, a mulher ajudará o esposo com os seus conselhos sábios e oportunos, com as suas orações e com o seu trabalho no gerenciamento da casa (Pv 31). Ela é a grande economista do lar. Mas, se a esposa não for sábia e idônea, acabará por destruir o esposo e os filhos com as próprias mãos (Pv 14.1). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 2, 12 Janeiro, 2020]
Após mostrar a Adão a necessidade de uma companheira, Deus se encarregou de supri-la. Colocando Adão em um profundo sono, Deus tomou uma de suas costelas e fez a mulher. Este método que Deus utilizou, levou um pregador a se referir à mulher como o “pó duplicadamente refinado e duplamente removido da terra”. Sem dúvida a mulher foi feita do homem e não diretamente do pó, para enfatizar a unidade dos dois e a prioridade do homem”. (palavraprudente)
Notas Explicativas de John Wesley: “Não é bom que o homem – Este homem, devem ser sozinho – Embora houvesse um mundo superior dos anjos, e um mundo inferior dos brutos, ainda não sendo nenhum do mesmo nível dos seres com ele mesmo, ele pode ser realmente a ser dito sozinho. E todos os animais do campo e todas as aves do céu Deus trouxe a Adão – Ou pelo ministério dos anjos, ou por um instinto especial que ele poderia nomeá-los, e assim pôde dar uma prova de seu conhecimento, os nomes que ele deu eles, sendo expressivo de sua mais íntima natureza. Ver nota em" Gênesis 2:18”. (bibliacomentada)
2. A missão de mãe. Em relação aos filhos, a mulher, orientada e apoiada pelo esposo, é a real e a mais autorizada educadora dos filhos (Pv 1.8). 
Na Igreja Primitiva, as irmãs Lóide e Eunice, respectivamente avó e mãe do pastor Timóteo, tornaram-se referências na educação e formação de filhos (2Tm 2.5). Sem o trabalho dessas mulheres, o apóstolo Paulo não teria condições de integrar o jovem à sua equipe missionária. Embora criado entre duas culturas, Timóteo recebeu uma formação cristã de excelência (At 16.1). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 2, 12 Janeiro, 2020]
A mulher tem um papel importante no treinamento espiritual dos seus filhos (2Tm 1.5). Eunice era uma jovem judia, filha de Lóide, que se casou com um grego. A menção desses nomes indica que Paulo conhecia pessoalmente, talvez porque ele (com Barnabé as tivesse conduzido à fé em Cristo durante a sua primeira viagem missionária (cf. At 13.13—14.21). Essas mulheres eram verdadeiras judias crentes do Antigo Testamento, que haviam entendido muito bem as Escrituras a ponto de estarem preparadas, com o também Timóteo (2Tm 3.15), para aceitar de imediato Jesus como Messias quando ouviram o evangelho pela primeira vez por intermédio de Paulo. Paulo fala da sua conduta moral de acordo com a Palavra de Deus e a firmeza desses princípios na criação de Timóteo.
3. A missão como súdita do Reino de Deus. Ao lado de seus maridos, as santas mulheres poderão ajudar os que ainda não demonstram a esperada maturidade cristã. Haja vista o exemplo de Áquila e Priscila, os orientadores espirituais do erudito e eloquente Apolo (At 18.26). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 2, 12 Janeiro, 2020]
Apolo havia sido discípulo dc João Batista (At18.25). Depois de receber instrução de Áquila e Priscila, tornou-se poderoso pregador cristão. Seu ministério influenciou profundamente os coríntios (1Co 1.12).
Baseados nessa sugestão do comentarista, podemos fazer a seguinte pergunta: Que papéis as mulheres podem preencher no ministério?
As mulheres no ministério são uma questão sobre a qual muitos cristãos discordam. O ponto de separação centra-se nas passagens da Escritura que proíbem as mulheres de falar na igreja ou de exercer "autoridade de homem" (1 Timóteo 2:12, ver 1 Coríntios 14:34). O desacordo é se essas passagens eram ou não relevantes apenas na época em que foram escritas. Alguns afirmam que, uma vez que não há nem "judeu nem grego... homem ou mulher... porque todos vós sois um em Cristo Jesus" (Gálatas 3:28), as mulheres são livres para exercer qualquer campo de ministério aberto aos homens. Outros afirmam que 1 Timóteo 2:12 ainda se aplica hoje, uma vez que a base para o comando não é cultural, mas universal, sendo enraizada na ordem da criação (1 Timóteo 2:13-14).”(Leia mais acessando este link: gotquestions)
Para saber mais sobre este assunto, acesse este link: O Papel das Mulheres no Plano de Deus
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“Outra razão para o rápido crescimento da Igreja Primitiva foram os programas de resgate de crianças implementados por seguidores de Jesus corajosos. Conforme discutido anteriormente, ser do gênero feminino no mundo romano significava mais uma sentença de morte (‘Se for um menino, fique com ele. Se for uma menina, jogue-a fora!’). Quando os novos convertidos em Jesus deixaram a prática do infanticídio, principalmente o infanticídio feminino, o número de cristãos cresceu exponencialmente. Na verdade, havia falta de homens cristãos disponíveis para casar. É muito interessante que 1Pedro 3.1-6 e 1 Coríntios 7.6-24 exortam de forma minuciosa as mulheres para permanecerem casadas com maridos ‘descrentes’. A fidelidade das mulheres poderia enternecer o coração frio dos seus maridos e, consequentemente, trazê-los à fé. A História da Igreja ensina-nos que, devido à falta de homens, muitas mulheres casaram-se com pagãos, incluindo sacerdotes pagãos, os quais, muitas vezes, se converteram – e a igreja cresceu” (JOHNSTON, Jeremiah J. Inimaginável: o que nosso mundo seria sem o cristianismo. Rio de Janeiro: CPAD, 2018, p.197).
CONCLUSÃO
O Senhor Deus criou a mulher com a nobre missão de auxiliar e complementar o homem. Juntos, formam a humanidade. Sozinhos e isolados, tendem a desaparecer. Por esse motivo, a missão da mulher cristã, à semelhança da esposa virtuosa de Provérbios, deve ser cumprida de acordo com a Palavra de Deus e sempre com o auxílio do Senhor (Gn 4.1). A mulher, enfatizo, deve ser vista e tratada como coerdeira da vida eterna (1Pe 3.7). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 2, 12 Janeiro, 2020]
Em 1Tm 2.12 Paulo diz: “E não permito que a mulher ensine, nem exerça autoridade de homem; esteja, porém, em silêncio”. De igual modo, em 2Co 14.34: “conservem-se as mulheres cala-se nas igrejas, porque não lhes é permitido falar; mas estejam submissas como também a lei o determina”. Talvez alguém pense que textos como este proíbem o ministério feminino, e degradam a personalidade delas. No entanto, quando o texto e seu contexto são devidamente compreendidos, essas e muitas outras passagens na Bíblia exaltam o papel da mulher e lhes dão um tremendo ministério no Corpo de Cristo. Vimos nesta lição que homens e mulheres são imagem de Deus (Gn 1.27), e isto implica dizer que elas estão em igualdade com os homens por natureza. Não há nenhuma diferença essencial – tanto o macho como a fêmea são igualmente seres humanos por criação. O mesmo Paulo escreve em Gl 3.28: “...não pode haver… nem homem nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus”, ou seja, homem e mulher são iguais também na redenção. Ambos têm o mesmo Senhor e partilham exatamente da mesma salvação. No entanto, em se tratando de papéis, foi ao homem que Deus deu a responsabilidade e à mulher o papel de auxiliadora idônea.
Concordo com o que escreve o site TheGotQuestions.Org: “Não existe nenhum precedente bíblico que proíba as mulheres de servirem também como líderes de adoração, ministros de jovens ou diretores de crianças. A única restrição é que não assumam um papel de autoridade espiritual sobre os homens adultos. Uma vez que a preocupação nas Escrituras parece ser a questão da autoridade espiritual, em vez de função, qualquer papel que não conceda tal autoridade espiritual sobre homens adultos é permitida”.

Francisco Barbosa
Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br

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