COMENTÁRIO E
SUBSÍDIO I
EVA, A MÃE DE TODOS OS VIVENTES
Não foram muitos os teólogos que
souberam avaliar o papel de Eva na História Sagrada. Vemo-la, às vezes, como
aquela mulher que, descuidada e curiosa, deixou-se vencer pela velha e matreira
serpente. Todavia, a primeira mulher haveria de revelar-se, depois da Queda,
como uma sábia e arguta teóloga; ela não teria dificuldades para entender os
planos de Deus. Neste tópico, portanto, consideraremos a sua criação, a sua
transgressão e sua queda e, por último, o seu trabalho como auxiliar de Deus.
1. A criação de Eva, a primeira
mulher. Conforme vimos
no capítulo anterior, Deus suscitou a primeira mulher dos costados do primeiro
homem. Daquela costela, na qual se achavam as mais perfeitas células-tronco, o
Pai Celeste criou Eva, um ser bem semelhante a Adão; uma ajudadora idônea,
sábia e graciosa. Um milagre que ia além da genética; uma perfeição espiritual,
psicológica e física.
Cabe, aqui, uma indagação: “Por
que teve o Senhor de extrair a mulher do homem? Não lhe seria mais fácil e
prático moldá-la a partir do mesmo pó com que Ele, sábio Criador, plasmara
Adão, o primeiro ser humano?”. Ora, a resposta não exige muito exercício
intelectual. Justamente por ser um Deus não apenas sapientíssimo, mas a própria
sabedoria, foi que tirou a primeira varoa do flanco do primeiro varão.
Suponhamos que Eva fosse, à
semelhança de Adão, tomada do pó da Terra, e não da costela deste. Nessa
hipótese, ainda teríamos dois seres humanos. A humanidade, porém, seria
impossível, porque não haveria um tronco genético comum. Além do mais,
olhar-se-iam ambos como estranhos, e não como pertencentes à mesma espécie.
Entretanto, como Eva foi tomada
de Adão, fizeram-se uma só carne, tornando possível o casamento, a sociedade, o
Estado e a própria espécie humana. A doutrina do monogenismo genético é uma das
mais importantes da Bíblia Sagrada, porquanto leva-nos a ver toda a raça humana
como una e complementar, e não como um quebra-cabeça irremontável e absurdo. No
Areópago, em Atenas, o apóstolo Paulo deixou esta proposição bastante clara aos
filósofos epicureus e estoicos:
O Deus que fez o mundo e tudo o que nele existe, sendo ele
Senhor do céu e da terra, não habita em santuários feitos por mãos humanas. Nem
é servido por mãos humanas, como se de alguma coisa precisasse; pois ele mesmo
é quem a todos dá vida, respiração e tudo mais; de um só fez toda a raça humana
para habitar sobre toda a face da terra, havendo fixado os tempos previamente
estabelecidos e os limites da sua habitação; para buscarem a Deus se,
porventura, tateando, o possam achar, bem que não está longe de cada um de nós;
pois nele vivemos, e nos movemos, e existimos, como alguns dos vossos poetas
têm dito: Porque dele também somos geração. (At 17.24-28)
Concluindo, Deus, ao suscitar a
mulher do homem, tornou possível a espécie humana. Temos, no Gênesis, pois, não
uma parábola mitológica, mas uma narrativa coerente, histórica e, em termos
científicos, plenamente aceitável.
2. O abandono de Eva e a sua
transgressão. Se não lermos o
capítulo três de Gênesis com atenção e discernimento, seremos induzidos a
imaginar uma Eva simplória, tola e facilmente ludibriável. Mas essa imagem não
corresponde à personalidade de nossa protogenitora. Nos poucos versículos que a
descrevem, deparamo-nos com uma mulher sábia, educadíssima e com uma capacidade
verbal impressionante. Neste ponto de nossa exposição, aparecerá alguém com uma
pergunta que, embora pareça sábia, não revela sabedoria alguma: “Se a nossa
primeira mãe possuía todos esses atributos, e outros que não foram declinados,
como pôde deixar-se enganar pela serpente?”.
Não nos esqueçamos de que Eva
não foi atraída a discutir com um ser irracional, asqueroso e rastejante como a
serpente. Conquanto falasse com o réptil, na verdade, estava ela a dialogar com
Satanás, que, ao encantar aquele animal e abrir-lhe a boca, fê-lo verbalizante
e palrador. Antes que você me encaminhe outra pergunta, anteciparei a minha
resposta: Sim, eu acredito piamente que a serpente falou, porque, nessa
passagem, não há parábola ou apólogo, mas uma narrativa real, verídica e
histórica. Se não aceitarmos a veracidade desse relato, teremos de ver como
mentira o episódio no qual a jumenta de Balaão falou, repreendendo finamente o
profeta grosseiro e louco (Nm 22.21-30).
Tenhamos em mente, pois, de que
Eva foi enredada pelo mais arguto dos teólogos: o próprio Satanás que, ao longo
da História Sagrada, ganharia outros nomes, apelidos, apodos e alcunhas. Ali,
porém, em nada parecia com o Diabo que haveria de tentar Jesus, nem com o Dragão
que sairá a seduzir as nações no Apocalipse. Sim, ali, querido leitor, estava
um arguto e finório teólogo, com uma experiência de séculos e milênios, a
tentar uma solitária mulher que, emocionalmente, ainda não acabara de sair de
sua adolescência emocional.
Ao escrever a Timóteo, o
apóstolo Paulo esclarece-nos de que Eva foi, de fato, enganada e iludida pela
teologia serpenteante de Satanás (1 Tm 2.14). Isso significa que a mulher não
se rebelou conscientemente contra Deus, nem caiu na apostasia. Não estou
inocentando-a; atenho-me tão somente ao texto bíblico. O próprio doutor dos
gentios reconheceu a capacidade teológica de Satanás: “Mas receio que, assim
como a serpente enganou a Eva com a sua astúcia, assim também seja corrompida a
vossa mente e se aparte da simplicidade e pureza devidas a Cristo” (2 Co 11.3,
ARA).
Querido leitor, antes que você
me encarreire outra pergunta, antecipar-lhe-ei mais uma resposta. Eu,
particularmente, não considero Satanás um verdadeiro teólogo. Se ele é o pai da
mentira, como pode ser verdadeiro? E se não é verdadeiro, como pode ser
teólogo? Afinal, a matéria-prima do teólogo genuinamente bíblico é a verdade —
Jesus Cristo Nosso Senhor.
Houve uma época, porém, em que o
Diabo, conhecido então como o querubim ungido, era um celebrado teólogo nos
céus; era perfeito em seus conhecimentos divinos. Mas, desde o dia em que se
deixou levar pela soberba, passou de teólogo a um perigoso e letal operador da
teologia. É bem possível que você já tenha se deparado com gente dessa espécie;
alegam conhecer a Deus, mas nunca tiveram um encontro pessoal e experimental
com o Senhor.
Infelizmente, Eva deixou-se
engodar pela cantilena gnóstica: a busca de um conhecimento além do
conhecimento divino. No Apocalipse, tal saber é classificado como as
profundezas de Satanás (Ap 2.24). Tendo Eva já comido do fruto da árvore do
conhecimento do bem e do mal, oferece-o ao marido que, sem relutar e bem
consciente do que fazia, também o come. E, comendo-o, transgride e peca contra
o Senhor.
Naquele exato instante,
abrem-se-lhes os olhos; o homem e a mulher assustam-se com a própria nudez;
vergonha e culpa. Vê-se, pois, que o pecado adentrou o mundo por meio de Adão,
e não de Eva. É o que o apóstolo Paulo escreve aos romanos: “Portanto, assim
como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim
também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram” (Rm 5.12, ARA).
Pobre Eva, como encararia, agora, o juízo divino?
3. Eva, a auxiliar de Deus. Calada e indefesa, Eva ouve a
acusação do esposo. Alega este que, se não fosse ela, estaria tudo bem; jamais
haveria ele de comer ou sequer provar daquele fruto. Aliás, nem para a frondosa
árvore, olharia. O que a mulher poderia apresentar em sua defesa? Limita-se a
falar a verdade; não encobre qualquer fato: “A serpente me enganou, e eu comi”
(Gn 3.13).
Naquele julgamento, o depoimento
de Eva foi o mais sincero e verdadeiro. Sim, a serpente, encantada por Satanás,
iludiu-a com uma dialética irresistível; teologia e filosofia fundiram-se
malignamente na boca do réptil. Entre as meias verdades e as meias mentiras do
Inimigo que, a essas alturas, já era também Diabo, ela quebranta o mandamento
divino.
Daquele momento em diante, além
dos prejuízos espirituais, morais e emocionais, nossa primeira mãe teria de
arcar, igualmente, com incômodos e dores em suas gravidezes e partos. E,
finalmente, haveria de enfrentar um momento terminal: a morte física. Qual,
pois, a sua perspectiva?
Encerrado o juízo no Éden, ela e
o esposo são despejados do jardim. O autor sagrado, para sublimar a elegância e
o cavalheirismo de Deus, sutilmente observa: “O Senhor Deus, por isso, o lançou
fora do jardim do Éden, a fim de lavrar a terra de que fora tomado” (Gn 3.23,
ARA). Naquele momento, o Supremo Juiz, levando em conta a fragilidade da
mulher, tratou-a como um vaso mais fraco, prestes a quebrar-se.
Por essa razão, bane-a
indiretamente do paraíso, por intermédio de seu esposo, que, de fato, era o
grande responsável pela introdução do pecado no mundo, conforme acentua o
doutor dos gentios (Rm 5.12). Por essa razão, Pedro aconselha os maridos a
cuidarem da esposa com brandura e lhaneza:
Maridos, vós, igualmente, vivei a vida comum do lar, com
discernimento; e, tendo consideração para com a vossa mulher como parte mais
frágil, tratai-a com dignidade, porque sois, juntamente, herdeiros da mesma
graça de vida, para que não se interrompam as vossas orações. (1 Pe 1.7, ARA)
As palavras do apóstolo devem
ser devidamente consideradas, porque ele, sendo casado, estava muito bem
afeiçoado às lides conjugais.
Ao dialogar com a mulher,
através da serpente, visava Satanás não apenas levá-la ao pecado, mas
aliançar-se espiritualmente com ela, objetivando três coisas: privar o homem de
uma companhia idônea e sábia; frustrar os planos de Deus quanto à humanidade;
e, finalmente, extinguir a espécie humana ainda em seu nascedouro. Tais itens,
aliás, constituem o fundamento do movimento feminista.
Já imaginou se todas as mulheres
fossem inimigas do esposo? Este ficaria privado tanto da companhia feminina
quanto de uma descendência, a fim de perpetuar-lhe o nome. Isso fatalmente
haveria de acontecer, porquanto ela, ao dar ouvidos à voz do Maligno,
rejeitaria ambas as missões para as quais fora criada: a conjugal e a maternal.
Consequentemente, a espécie humana não demoraria a ser extinta, pois a mulher,
como a nossa matriz genética por excelência, também acabaria por desaparecer.
E, dessa forma, os planos de Deus, com respeito à criação da Terra, e também
dos Céus, ver-se-iam frustrados.
Ao entabular aquela conversação
com Eva, por meio de uma dialética irresistível, Satanás tinha em mente
esvaziá-la de toda a sua feminilidade, para entulhá-la de um feminismo perverso
e destruidor. Aliás, que feminismo não é destruidor e perverso? Esse objetivo
do Maligno, presente em todas as agendas globalistas e esquerdistas, será
amplamente implementada pelo Anticristo que, declaradamente, é um cruel inimigo
do sexo feminino, conforme antecipa-nos o profeta Daniel: “Não terá respeito
aos deuses de seus pais, nem ao desejo de mulheres, nem a qualquer deus, porque
sobre tudo se engrandecerá” (Dn 11.37).
Para destruir as bases da
aliança entre a serpente e a mulher, a essas alturas já bem sedimentadas, o
Senhor decreta a inimizade entre ambas. Volta-se, então, ao réptil asqueroso, e
declara ao Maligno:
Visto que isso fizeste, maldita és entre todos os animais
domésticos e o és entre todos os animais selváticos; rastejarás sobre o teu
ventre e comerás pó todos os dias da tua vida. Porei inimizade entre ti e a
mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça,
e tu lhe ferirás o calcanhar. (Gn 3.14,15, ARA)
Quebrada a fatídica aliança,
torna-se Eva auxiliar do Criador. Já fora do Éden, coabita com Adão, concebe e
dá à luz o seu primogênito. E, ao embalá-lo carinhosamente, faz-se teóloga, e
glorifica a Deus: “Adquiri um varão com o auxílio do Senhor” (Gn 4.1, ARA).
Mais adiante, após haver perdido Abel, seu filho caçula, sua teologia chega ao
ápice. Conquanto tomada pela dor, enaltece a Deus pela chegada de Sete: “Deus
me concedeu outro descendente em lugar de Abel, que Caim matou” (Gn 4.25, ARA).
Em sua missão de mãe e esposa, Eva alcança, pela fé nos méritos retroativos de
Jesus, a salvação de sua alma. Cumpre-se plenamente, em sua vida, o que Paulo
escreveria a Timóteo:
E Adão não foi iludido, mas a mulher, sendo enganada, caiu
em transgressão. Todavia, será preservada através de sua missão de mãe, se ela
permanecer em fé, e amor, e santificação, com bom senso. (1 Tm 2.14, ARA)
Texto extraído da
obra “A Raça Humana: Origem, Queda e Redenção”, editada pela CPAD.
COMENTÁRIO E
SUBSÍDIO II
INTRODUÇÃO
Na lição de hoje, estudaremos sobre a mulher no
plano de Deus; pontuaremos aspectos da criação da mulher; e por fim,
elencaremos características da missão da mulher como: governar bem a sua casa,
ser uma excelente mãe, e ser submissa e auxiliadora do seu marido.
I – A MULHER NO PLANO DE DEUS
Eva, a esposa de Adão sempre esteve no projeto
divino, ela não é um acabamento na obra, antes sua forma final. Deus prepara
tudo em seu tempo (Ec 3.1), em seu projeto tudo tem a hora exata para
acontecer. Ambos foram criados no mesmo dia (Gn 1.27), e a diferença no texto
dos cap. 1 e 2 deve-se a linguagem semítica, eles sempre partem do âmbito geral
para o particular, ou seja, primeiro apontam como Deus fez tudo, depois em
detalhes mostram como Deus fez. Podemos ver o mesmo em (Gn 10.20) aonde nos é
contado como as nações foram organizadas de acordo com suas línguas e em (Gn
11.7-9) como foi essa divisão das línguas e o porquê. Logo podemos afirmar que
Eva é a mesma mulher dos capítulos 1 e 2 de Gêneses. Vejamos agora algumas
importantes características desta criação:
1.1 A mulher foi criada em meio a solidão de Adão. No final do sexto dia da criação, Deus viu tudo o que havia feito
e declarou que era “muito bom” (Gn 1.31). Mas, então, Deus diz que há algo em
seu mundo maravilhoso que não é bom: o homem está só. Na realidade, no texto
hebraico as palavras: “Não é bom” aparecem logo no início da declaração do
Senhor em (Gn 2.18). O que "não era bom" na solidão do homem? Afinal,
Adão podia ter comunhão com Deus, aproveitar a beleza do jardim, comer de seus
frutos, realizar seu trabalho diário e até brincar com os animais. O que mais
ele poderia desejar? Deus sabia do que Adão precisava: de “uma auxiliadora que
lhe fosse idônea” (v. 18) (WIERSBE,2010, p. 25).
1.2 A mulher foi criada para ser uma auxiliadora
idônea. Infelizmente muitos não compreendem de forma
correta esta passagem. Acreditam que por ser criada para ser auxiliadora Eva
era inferior a Adão, esse não foi o plano de Deus. O isolamento é prejudicial.
Por dedução, a relação social, ou seja, o companheirismo, é bom. Por
conseguinte, Deus determinou fornecer ao homem uma adjutora que esteja como
diante dele, literalmente, uma ajudante que lhe correspondesse, alguém que
fosse igual e adequada para ele (LIVINGSTON, 2012, p. 38). Logo o que Deus fez
foi fazer alguém igual a Adão para que este experimentasse o sentido real de
companheirismo, a expressão: “Esta é agora [...]” em Gênesis 2.23, mostra
quanto Adão estava ansioso por alguém igual a ele.
II – A MULHER NO PLANO DE DEUS NO CASAMENTO
Ao criar Eva, Deus está estabelecendo alguns
padrões que precisam ser respeitados para que haja harmonia no lar e
consequentemente seja resolvido o problema da solidão. Vejamos:
2.1 União monossomática (mono = um) + (soma = corpo). Deus, de um ser humano, fez dois (Gn
2.21,22), e de dois “macho e fêmea” tinha em mente, com o casamento fazer um “e
apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne” (Gn 2.24-c). Logo, Adão e
Eva poderiam ser considerados não apenas um corpo, mas como duas almas e
espíritos unidos pelos laços conjugais. Este é mais um mistério do casamento
“serão ambos uma carne” (Gn 2.24).
2.2 União indissolúvel. A Sagrada Escritura nos revela que no projeto de Deus, o casamento
é indissolúvel “e apegar-se-á à sua mulher” (Gn 2.24-b). A expressão
“apegar-se” no hebraico “dãbaq” significa: “apegar-se, grudar-se, esconder-se”.
Usado no hebraico moderno no sentido de “colar, aderir”, “dabaq” traduz a forma
substancial de “cola” e também as ideias mais abstratas de “lealdade e
devoção”. O uso no texto de (Gn 2.24) reflete o significado de um objeto
(pessoa) ser único a outro (VINE, 2002, p. 42).
2.3 União monogâmica (mono = um) + (gamós = casamento). Monogamia, é o sistema de
constituição familiar pelo qual o homem tem uma só mulher e a mulher um só
marido. A monogamia é o padrão divino para o casamento (Gn 2.18). O apóstolo
Paulo foi enfático quanto ao casamento monogâmico: “cada um tenha a sua própria
mulher, e cada uma tenha o seu próprio marido” (I Co 7.2).
2.4 União reprodutiva. A procriação é o ato criador de Deus, através do homem. Para
tanto, o Senhor dotou o homem e a mulher de capacidade reprodutiva, instituindo
o matrimônio e a família para isso (Gn 2.21-24). Quando os fez macho e fêmea,
Deus tinha o propósito de tornar possível a reprodução do gênero humano (Gn
1.28-a), visto que dois iguais não se reproduzem, por isso a prática
homossexual é vista na Bíblia como uma abominação (Lv 18.22); e, algo
antinatural (Rm 1.26,27). Ao criar a mulher, Deus trouxe-a a Adão e fez o casamento
(Gn 2.22-24). Portanto, “o casamento é uma criação de Deus”. É dito também que
Deus os abençoou (Gn 1.28-a). A palavra “abençoou” vem do verbo “abençoar” que
no hebraico é “beraka” e significa: “o ato de conceder verbalmente boas coisas”
(HARRIS, 2001, p. 221). Esta bênção sobre o casal significa: “Deus voltar
inteiramente o Seu rosto de modo favorável para o beneficiário” (KIDNER, 2001,
p. 49).
III – A CRIAÇÃO DA MULHER
A criação da mulher foi um ato diferente do homem,
o homem foi feito do pó da terra (Gn 2.7), já para formar a mulher Deus fez
algo novo, diferente e gracioso, Já que Adão sentia falta de alguém como ele,
Deus tirou dele mesmo uma de suas costelas e fez a mulher (Gn 2.21).
3.1 Algo novo. Nosso
Deus é surpreendente, Ele sempre fará algo novo (Is 43.19). Deus criou uma
pessoa para Adão com quem ele se identificasse. Por isso, fazendo-o dormir,
tirou-lhe uma parte do corpo, para dela fazer uma mulher “E da costela que o
Senhor Deus tomou do homem, formou uma mulher, e trouxe-a a Adão” (Gn 2.22).
Deus estava criando não apenas um outro indivíduo, mas um indivíduo novo,
totalmente diferente, com outro sexo. Adão identificou-se de tal maneira com a
mulher que se expressou a respeito dela da seguinte maneira: “Esta é agora osso
dos meus ossos, e carne da minha carne; esta será chamada mulher, porquanto do
homem foi tomada” (Gn 2.23).
3.2 Uma questão genética. Daquela costela, na qual se achavam as mais perfeitas células
tronco, o Pai Celeste criou Eva, um ser bem semelhante a Adão; uma ajudadora
idônea, sábia e graciosa. Um milagre que ia além da genética; uma perfeição
espiritual, psicológica e física. Justamente por ser um Deus não apenas
sapientíssimo, mas a própria sabedoria, foi que tirou a primeira varoa do
flanco do primeiro varão. Suponhamos que Eva fosse, à semelhança de Adão,
tomada do pó da Terra, e não da costela deste. Nessa hipótese, ainda teríamos
dois seres humanos. A humanidade, porém, seria impossível, porque não haveria
um tronco genético comum. Além do mais, olhar-se-iam ambos como estranhos, e
não como pertencentes à mesma espécie (ANDRADE, 2019, pp. 29-30).
IV – A MISSÃO DA MULHER
A Bíblia está repleta de exemplos de grandes
mulheres de Deus, Sara, Ana, Maria só para citar algumas, que aceitaram o
projeto e a missão divina. Vivemos dias difíceis aonde uma competição demoníaca
tem aparecido no mundo. Infelizmente homens e mulheres em muitos casos se
tornaram inimigos, quando na realidade foram feitos para serem companheiros.
Vejamos então o que Deus tem de forma singular para a mulher que deseja exercer
sua missão:
4.1 Governar bem a sua casa. Em Provérbios 31.27 o proverbista fala sobre a mulher virtuosa:
“Olha pelo governo de sua casa e não come o pão da preguiça”. O termo hebraico
traduzido como “olha”, é a expressão “saphah” e significa: “investigar a
distância, observar, estar sobre, vigiar, espiar, ficar esperando, estar de
guarda, atalaia”. A mulher virtuosa foi posta como atalaia de sua casa. Ela tem
a capacidade de observar cada membro da família e perceber antecipadamente
quando algum perigo ou ameaça os rodeiam, assim como faziam os atalaias em
Israel (2Rs 9.17,18,20).
4.2 Ser uma excelente mãe. Ainda observando a mulher virtuosa, vemos que ela desempenha de
tal forma o seu papel de mãe que os seus filhos a louvam, dizendo que ela é
“bem-aventurada” (Pv 31.28 ver também Sl 138). Essa expressão no hebraico é
“asar” ou “aser”, que significa “ser equilibrado, correto, feliz, próspero,
abençoado”. Além de reconhecer que sua mãe era muito feliz, os seus filhos
reconheciam a sua retidão, o seu caráter íntegro. Ela era admirada e respeitada
pelos filhos. O marido também a louvava (Pv 31.28,29).
4.3 Ser submissa ao seu marido. Essa é a declaração Bíblia em (Ef 5.22-24; Cl 3.18), em ambos os
casos tal submissão deve ser como ao Senhor, isso significa que quando o marido
cumpre seu papel de amar sua mulher (Ef. 5. 25-29) como Cristo ama a Igreja, o
dever da mulher é ser submissa esta palavra deriva-se de duas palavras: “sub”,
que quer dizer: “debaixo de” e “missão”, que significa “vocação”. Em resumo,
submissão é exercer missão de apoio, missão de auxílio. A submissão deve ser a
mais forte demonstração de amor da esposa pelo esposo. O lar não é local de
competição, antes de apoio.
4.4 Ser auxiliadora de seu marido.
Apesar de Eva ser a “auxiliadora idônea” de Adão,
ela não foi criada para ser uma escrava. O conhecido comentarista bíblico
Matthew Henry escreveu: “Ela não foi feita da cabeça para governar sobre ele,
nem dos pés para ser pisada por ele, mas da sua costela para ser igual a ele,
sob seu braço para ser protegida por ele, perto de seu coração para ser amada
por ele”. Paulo escreveu que "a mulher é glória do homem" (1Co 11.7);
pois se o homem é o cabeça (1Co 11.1-16; Ef 5.22-33), então a mulher é a coroa
que a enobrece (WIERSBE, 2010, p. 25).
CONCLUSÃO
Concluímos que, assim como o homem, a mulher também
tem seu papel na constituição da família. Aprendemos que Deus criou a mulher
com propósitos e objetivos bem definidos, e que, ao criá-la, Ele concedeu ao
homem o presente de completá-lo suprindo todas as suas necessidades físicas,
emocionais e até espirituais.
Professor Paulo
Avelino. Disponível em: https://www.portalebd.org.br
COMENTÁRIO E
SUBSÍDIO III
INTRODUÇÃO
Nesta lição, mostraremos o lugar da mulher na
criação divina e no âmbito familiar. Antes de tudo, declaramos que ela é um ser
diferencial e complementar; uma bênção indispensável à criação divina. O
Senhor, formando-a a partir da costela de Adão, designou-a para ser, em relação
ao homem, uma companhia idônea e sábia.
Aos olhos de Deus, Eva era tão importante
quanto Adão. Embora iguais, cada qual tinha uma missão específica a cumprir.
Todavia, foi ao homem que Deus confiou a chefia do lar e o governo da Igreja.
Mas, para que a missão do esposo e do pastor seja bem-sucedida, a participação
de uma mulher virtuosa e cheia do Espírito Santo é imprescindível. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º
Trimestre 2019. Lição 2, 12 Janeiro, 2020]
Esta lição vai tratar da criação da mulher e seu
papel. O texto de Gênesis 1.26-28 relata que ambos os gêneros foram criados por
Deus em igualdade em sua condição, em sua dignidade e em sua vocação (ambos
foram feitos à imagem e semelhança de Deus, e ambos receberam o mandato de
dominar a terra). No entanto, também afirma que são distintos, com diferenças
expressas na sexualidade e em sua complementaridade. Foi o pecado que provocou
uma ruptura na harmonia criada por Deus. A interdependência deu lugar à
competição; o respeito mútuo sucumbiu ao autoritarismo; a relação deu lugar à
exploração. No Evangelho de Cristo encontramos a restauração de tudo como era
antes no Éden. É a igreja de Cristo, como as primícias da nova criação de Deus,
que deve mostrar ao mundo caído que estamos fora do rumo.
I. A MULHER
NO PLANO DE DEUS
A criação de Eva não foi um ato improvisado de
Deus, para contornar a solidão do homem; a mulher sempre esteve nos planos
divinos. Sendo ela, pois, uma pessoa necessária, o Senhor decidiu racionalmente
criá-la a partir de Adão.
1. A mulher já estava nos planos
de Deus. Quando, no sexto dia da
criação, Deus anunciou a criação do ser humano, tinha Ele em mente tanto o
homem quanto a mulher; sem esta ou sem aquele, a humanidade seria impossível
(Gn 1.26). [Lições Bíblicas
CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 2, 12 Janeiro, 2020]
O ponto culminante da criação, um ser humano
vivente, feito à imagem de Deus para governar a criação. No termo ‘Homem’ estava
contido os dois gêneros, deveria ser melhor traduzido por ‘Ser humano’.
Conquanto o homem e a mulher compartilhassem de modo igual a imagem de Deus e
juntos exercessem domínio sobre a criação, por desígnio divino eles eram
fisicamente diferentes a fim de cumprirem o mandamento de Deus de
multiplicarem-se, ou seja, nenhum deles podia gerar filhos sem a participação
do outro. Notemos que já no relato de Gênesis 1.28, “Deus os abençoou” -
essa segunda bênção envolvia reprodução e domínio, homem e mulher receberam a
ordem para “Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a...”.
Deus criou seu representante (domínio) e sua representação (imagem e
semelhança). O homem encheria a terra e cuidaria do funcionamento da mesma.
2. A decisão de formar a mulher. A formação de Eva foi um ato mui particular de amor e
bondade de Deus Pai para com o homem. Afinal, Adão é designado, na Bíblia, como
filho amado e querido de Deus (Lc 3.38). Ao contemplar a solidão e a tristeza
do homem, declarou o Pai Celeste: “Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei
uma adjutora que esteja como diante dele” (Gn 2.18).
Na criação da espécie humana (homem e mulher),
o verbo fazer é usado, pela Divindade, na primeira pessoa do plural: “façamos”
(Gn 1.26). Trata-se de uma decisão formalmente colegiada. Todavia, na formação
de Eva, o Senhor usa o mesmo verbo, agora, na primeira pessoa do singular, no
tempo presente: “far-lhe-ei”, realçando a iniciativa particular do Pai Celeste
sempre amoroso, solícito e atento às necessidades de seus filhos (Mt 6.32). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º
Trimestre 2019. Lição 2, 12 Janeiro, 2020]
Em Gênesis 2.18, encontramos pela primeira vez uma
observação negativa de Deus referente à sua criação: “Não é bom”. Quando
Deus viu que a sua criação era muito boa (1.31), viu-a como sendo o resultado
perfeito de seu plano criador nesse momento. Entretanto, antes do final do
sexto dia, ao observar o estado do homem como não bom, ele comentou sobre a
deficiência dele, visto que a mulher, a contraparte de Adão, ainda não havia
sido criada. As palavras desse versículo enfatizam a necessidade de companhia
para o homem, uma auxiliadora, alguém à sua altura. Sem alguém para
complementá-lo, ele estava incompleto para poder cumprir a tarefa de
multiplicar-se, encher a terra e exercer domínio sobre a mesma. Isso aponta
para a inadequação de Adão, não para a insuficiência de Eva (cf. 1 Co 11.9). A
mulher foi feita para suprir a deficiência do homem (cf. ITm 2.14). Nenhuma
criatura achou-se capaz de complementar Adão, não havia parentesco com nenhum
animal, pois nenhum deles era companhia adequada para Adão. Em Gênesis 2.21,
Moisés passa a relatar minuciosamente, como foi a criação da mulher: “uma
das suas costelas”. Isso também pode significar "lados",
incluindo a carne circundante ("carne da minha carne", v. 23). A
cirurgia divina realizada pelo Criador não apresentou problemas. Isso também
resultou no primeiro ato.de cura registrado na Escritura. Ao acordar e
deparar-se com a recém-criada contraparte, Adão prorrompe em poema: “osso
dos meus ossos” (2.23). O poema de Adão enfatizou a expressão da alegria do
seu coração ao deparar com a nova companheira. O homem (ish) chama-a de
"mulher" (isha) porque ela teve sua origem nele (a raiz da palavra
"mulher" é "suave"). Ela de fato fora feita de osso dos
seus ossos e carne da sua carne.
3. A mulher, uma pessoa necessária. Se, por um lado, a mulher proveio do homem; por outro,
todo homem (exceto Adão) provém da mulher (1Co 11.12). Portanto, há, entre
ambos os sexos, harmonia e perfeita completude. O livro de Cantares é o mais
perfeito exemplo da amizade entre os cônjuges. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2019.
Lição 2, 12 Janeiro, 2020]
Todos, homens e mulheres, são iguais no Senhor e
complementares na obra do Senhor. Seus papéis são diferentes quanto à função e
aos relacionamentos, não quanto à espiritualidade ou importância (Cl 3.28).
Deus criou Eva, a fim de que ela estivesse ao lado de Adão, auxiliando-o com
sabedoria e prudência. A idoneidade da mulher é pormenorizada em Provérbios 31.
Pela primeira vez nas Escrituras encontramos a observação
de algo não era bom, que algo está faltando. Sem companhia feminina e uma
parceira que corresponda, o homem não podia realizar totalmente sua humanidade.
Dessa necessidade surge a criação da mulher que será companheira e esposa de
Adão.
“A criação da mulher em Gênesis 2 tem consequências de longo alcance. Ela estabelece a fundamentação para três áreas importantes no relacionamento de um esposo e uma esposa dentro do casamento:1) A mulher como uma auxiliadora idônea para o homem.2) A mulher feita por Deus como Seu trabalho manual especial.3) A mulher feita para ser uma com o homem.” (monergismo)
“A criação da mulher em Gênesis 2 tem consequências de longo alcance. Ela estabelece a fundamentação para três áreas importantes no relacionamento de um esposo e uma esposa dentro do casamento:1) A mulher como uma auxiliadora idônea para o homem.2) A mulher feita por Deus como Seu trabalho manual especial.3) A mulher feita para ser uma com o homem.” (monergismo)
SUBSÍDIO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO
Ao introduzir este
tópico, faça uma reflexão acerca da importância que a fé cristã deu à condição
da mulher no mundo. Essa importância é perceptível no ministério de Jesus. Tenha
como base dessa reflexão, o seguinte texto: “[...] O que não pode ser ignorado
é o papel primordial que as mulheres desempenharam no ministério de Jesus e no
maior evento de toda a história humana: sua ressurreição física dos mortos.
[...] A concentração de mulheres na vida e no ministério de Jesus foi
simplesmente espantosa. [...] No mundo do primeiro século, uma mulher teria
sido uma primeira testemunha ocular um tanto quanto embaraçosa de um evento tão
maravilhoso. Mulheres não eram vistas como fontes confiáveis” (JOHNSTON, Jeremiah
J. Inimaginável: o que nosso mundo seria sem o cristianismo. Rio de Janeiro:
CPAD, 2018, pp.196,97).
II. A CRIAÇÃO DA MULHER
A formação da mulher
foi um ato mais elaborado e complexo do que a criação do homem, pois envolveu o
uso de uma “anestesia” natural, um procedimento cirúrgico.
“Ao comentar sobre a
criação do homem, Lutero disse que Adão deve ter sido um espécime
extraordinário. Pensava ele que Adão deve ter superado os animais até mesmo nos
detalhes em que eles eram insuperáveis; ele devia ter uma força maior que a de
um leão, uma visão mais aguçada que a da águia. Se isso era verdade para Adão,
que podemos dizer de Eva? Lutero pensava que Eva teria sido tão forte, ágil,
perspicaz e brilhante quanto Adão. E mais, disse Lutero, ela deve tê-lo
superado em beleza e graça. Isso podemos afirmar com certeza: Eva também foi
criada com a glória primeira de Deus. A despeito da excelência física, mental e
moral de Eva, o verso 18 diz ela foi feita “para” o homem, “uma auxiliadora
idônea [ou adequada] para ele”. Nesta condição perfeita pré-queda, toda mulher
tem um indício para sua posição única, dada por Deus, no casamento. Ela deve
ser uma “ajudadora idônea” para seu marido.”
(monergismo)
1. A primeira
anestesia. Em primeiro lugar, o Criador, agora também cirurgião, coloca
Adão para dormir. E, assim, o homem adormece profundamente (Gn 2.21) .[Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º
Trimestre 2019. Lição 2, 12 Janeiro, 2020]
“A criação da mulher
aconteceu enquanto o homem estava adormecido. Alguns têm sugerido que isto
assim ocorreu para que todos soubessem que Adão não aconselhou a Deus.
Certamente o motivo óbvio era para que Adão não sentisse dor nenhuma, em um
mundo sem a presença do pecado. O Sir James Simpson, que descobriu o
clorofôrmio, ficou muito impressionado com esta passagem das Escrituras. Ele era
um Cristão consagrado, e lutava com a questão moral do uso da anestesia. Foi
esta passagem que o convenceu a prosseguir com uma consciência clara e assim
beneficiar a humanidade. Ele viu que Deus usou a anestesia na primeira
cirurgia.” (palavraprudente)
2. A primeira
cirurgia. Estando Adão já adormecido,
Deus abre-lhe o peito e extrai-lhe uma das costelas. Em seguida, fecha-lhe a
cisão com carne (Gn 2.21). A cirurgia é bem-sucedida; a plástica, perfeita (Jó
5.18). Deus conhece plenamente a nossa estrutura, porquanto é o nosso Criador
(Sl 103.14). O seu Filho também é um perfeito cirurgião (Lc 22.50,51). [Lições Bíblicas
CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 2, 12 Janeiro, 2020]
“A mulher feita por
Deus como Seu trabalho manual especial. A mulher não é somente feita para o
homem; ela é também feita por Deus como um ato especial da criação. Tanto o
homem como a mulher foram criações especiais de Deus. Eles foram criados em
igual dignidade. Gênesis 2:21-22 diz: “E o Senhor Deus fez cair pesado sono
sobre o homem e este adormeceu; tomou uma das costelas e fechou o lugar com
carne”. Deus causou um profundo sono em Adão como um passo inicial na criação
da mulher. Este “sono profundo” deve ter sido algo como uma anestesia hoje, e a
operação que Deus realizou, semelhante à cirurgia médica. Deus extraiu uma das
costelas do homem e preencheu o lugar vazio com carne, fechando a ferida. Da
costela, Deus então “fez” — literalmente, em hebraico, “edificou” ou
“construiu” uma mulher. Deus miraculosamente, meticulosamente, belamente,
laboriosamente, formou uma mulher com Suas próprias mãos, fazendo-a cada
pedacinho, tão especial quanto o homem que Ele havia criado antes. Existe algo
particularmente belo, até mesmo poético, sobre esta criação” (monergismo).
3. A primeira
engenharia genética. Da costela
extraída de Adão, o Senhor forma Eva, a primeira mulher (Gn 2.22). Aqui, como
em toda a Bíblia, não temos nenhuma narrativa mitológica; trata-se de um relato
histórico, real e confiável.
Observemos que, da
costela de Adão, o Criador coleta o material genético ideal do homem, para a
formação da mulher.
Salientamos que
Deus não criou Eva como um clone de Adão. Antes, criou-a como uma pessoa
autônoma e consciente de sua existência e missão no mundo. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º
Trimestre 2019. Lição 2, 12 Janeiro, 2020]
O comentarista Henry
Matthew disse o seguinte sobre o assunto: “A mulher foi feita de uma costela
retirada do lado de Adão; não feita de sua cabeça para governá-lo ou de seus
pés para ser por ele pisada, mas de seu lado, para ser igual a ele, sob seu
braço para ser protegida e perto de seu coração para ser amada”.
“É irrelevante se ela
era uma costela, ou uma parte de seu lado, que significa: uma parte do homem
era para ser usada na ocasião, se osso sou carne , não importa; embora seja
provável, a partir do versículo 2:23 de Gênesis, que uma parte de Adão foi
levada para ele saber como a mulher foi formada, pois ele disse, “esta é carne
da minha carne e osso dos meus ossos”. DEUS poderia ter formado a mulher do pó
da terra, como ele tinha formado o homem, mas se ele tivesse feito isso, ela
apareceria aos seus olhos como um ser distinto, com quem ele não tinha nenhuma
relação natural. Mas, como DEUS formou-a de uma parte do próprio homem, ele viu
que ela era da mesma natureza, mesma carne, idêntica a ele e tendo sangue como
ele, e da mesma constituição em todos os aspectos e, consequentemente, teria
poderes iguais, faculdades e direitos iguais. Isso asseguraria a sua afeição, e
animaria a sua estima por ela.” (apazdosenhor)
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
“Havia um aspecto da
criação de Deus que não estava totalmente satisfatório. O fato de o homem ainda
estar só (18) não era bom. O isolamento é prejudicial. Por dedução, a relação
social, ou seja, o companheirismo, é bom. Por conseguinte, Deus determinou
fornecer ao homem uma adjutora que esteja como diante dele, literalmente, uma
ajudante que lhe correspondesse, alguém que fosse igual e adequada para ele.
‘Uma ajudante certa que o complete’ (VBB). A Bíblia Confraternidade traduz:
‘Uma ajudante como ele mesmo’.
[...] De imediato, Adão
(23) viu a conveniência desta ajudante. Ela era parte íntima dele, osso dos
meus ossos e carne da minha carne e, desta forma, adequada para ele. Mas ele
também demonstrou sua posição de autoridade ao lhe dar um nome.
Com efeito, esta foi a
instituição da relação matrimonial. Desde o princípio, Deus quis que o
casamento fosse exclusivo e íntimo. Não era simplesmente para a mulher
agarrar-se ao homem como um apêndice. Para deixar clara a responsabilidade do
homem, Deus ordenou que o homem se apegasse à sua mulher (24) no compromisso
mútuo de verdadeira união” (Comentário Bíblico Beacon: Gênesis a
Deuteronômio. Rio de Janeiro: CPAD, pp.38,39).
III. A MISSÃO DA MULHER
1. A missão de esposa. Qual gentil e solícito Pai, o Senhor Deus conduziu Eva, a
primeira mulher, a Adão, que, ao recebê-la, compôs este poema: “Esta é agora
osso dos meus ossos e carne da minha carne; esta será chamada varoa, porquanto
do varão foi tomada” (Gn 2.23).
Nessa missão, a mulher ajudará o esposo com os
seus conselhos sábios e oportunos, com as suas orações e com o seu trabalho no
gerenciamento da casa (Pv 31). Ela é a grande economista do lar. Mas, se a
esposa não for sábia e idônea, acabará por destruir o esposo e os filhos com as
próprias mãos (Pv 14.1). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 2, 12
Janeiro, 2020]
“Após mostrar a Adão a necessidade de uma
companheira, Deus se encarregou de supri-la. Colocando Adão em um profundo
sono, Deus tomou uma de suas costelas e fez a mulher. Este método que Deus
utilizou, levou um pregador a se referir à mulher como o “pó duplicadamente
refinado e duplamente removido da terra”. Sem dúvida a mulher foi feita do
homem e não diretamente do pó, para enfatizar a unidade dos dois e a prioridade
do homem”. (palavraprudente)
Notas Explicativas de John Wesley: “Não é bom
que o homem – Este homem, devem ser sozinho – Embora houvesse um mundo superior
dos anjos, e um mundo inferior dos brutos, ainda não sendo nenhum do mesmo
nível dos seres com ele mesmo, ele pode ser realmente a ser dito sozinho. E
todos os animais do campo e todas as aves do céu Deus trouxe a Adão – Ou pelo
ministério dos anjos, ou por um instinto especial que ele poderia nomeá-los, e
assim pôde dar uma prova de seu conhecimento, os nomes que ele deu eles, sendo
expressivo de sua mais íntima natureza. Ver nota em" Gênesis 2:18”. (bibliacomentada)
2. A missão de mãe.
Em relação aos filhos, a mulher,
orientada e apoiada pelo esposo, é a real e a mais autorizada educadora dos
filhos (Pv 1.8).
Na Igreja Primitiva, as irmãs Lóide e Eunice,
respectivamente avó e mãe do pastor Timóteo, tornaram-se referências na
educação e formação de filhos (2Tm 2.5). Sem o trabalho dessas mulheres, o
apóstolo Paulo não teria condições de integrar o jovem à sua equipe
missionária. Embora criado entre duas culturas, Timóteo recebeu uma formação
cristã de excelência (At 16.1). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 2, 12
Janeiro, 2020]
A mulher tem um papel importante no treinamento
espiritual dos seus filhos (2Tm 1.5). Eunice era uma jovem judia, filha de
Lóide, que se casou com um grego. A menção desses nomes indica que Paulo
conhecia pessoalmente, talvez porque ele (com Barnabé as tivesse conduzido à fé
em Cristo durante a sua primeira viagem missionária (cf. At 13.13—14.21). Essas
mulheres eram verdadeiras judias crentes do Antigo Testamento, que haviam
entendido muito bem as Escrituras a ponto de estarem preparadas, com o também
Timóteo (2Tm 3.15), para aceitar de imediato Jesus como Messias quando ouviram
o evangelho pela primeira vez por intermédio de Paulo. Paulo fala da sua
conduta moral de acordo com a Palavra de Deus e a firmeza desses princípios na
criação de Timóteo.
3. A missão como
súdita do Reino de Deus. Ao lado de seus
maridos, as santas mulheres poderão ajudar os que ainda não demonstram a
esperada maturidade cristã. Haja vista o exemplo de Áquila e Priscila, os
orientadores espirituais do erudito e eloquente Apolo (At 18.26). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º
Trimestre 2019. Lição 2, 12 Janeiro, 2020]
Apolo havia sido discípulo dc João Batista
(At18.25). Depois de receber instrução de Áquila e Priscila, tornou-se poderoso
pregador cristão. Seu ministério influenciou profundamente os coríntios (1Co
1.12).
Baseados nessa sugestão do comentarista, podemos
fazer a seguinte pergunta: Que papéis as mulheres podem preencher no
ministério?
“As mulheres no ministério são uma questão
sobre a qual muitos cristãos discordam. O ponto de separação centra-se nas
passagens da Escritura que proíbem as mulheres de falar na igreja ou de exercer
"autoridade de homem" (1 Timóteo 2:12, ver 1 Coríntios 14:34). O
desacordo é se essas passagens eram ou não relevantes apenas na época em que
foram escritas. Alguns afirmam que, uma vez que não há nem "judeu nem
grego... homem ou mulher... porque todos vós sois um em Cristo Jesus"
(Gálatas 3:28), as mulheres são livres para exercer qualquer campo de
ministério aberto aos homens. Outros afirmam que 1 Timóteo 2:12 ainda se aplica
hoje, uma vez que a base para o comando não é cultural, mas universal, sendo
enraizada na ordem da criação (1 Timóteo 2:13-14).”(Leia mais acessando
este link: gotquestions)
Para saber mais sobre este assunto, acesse este
link: O Papel das Mulheres no Plano de Deus
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“Outra razão para o rápido crescimento da Igreja
Primitiva foram os programas de resgate de crianças implementados por
seguidores de Jesus corajosos. Conforme discutido anteriormente, ser do gênero
feminino no mundo romano significava mais uma sentença de morte (‘Se
for um menino, fique com ele. Se for uma menina, jogue-a fora!’). Quando os
novos convertidos em Jesus deixaram a prática do infanticídio, principalmente o
infanticídio feminino, o número de cristãos cresceu exponencialmente. Na
verdade, havia falta de homens cristãos disponíveis para casar. É muito
interessante que 1Pedro 3.1-6 e 1 Coríntios 7.6-24 exortam de forma minuciosa
as mulheres para permanecerem casadas com maridos ‘descrentes’. A fidelidade
das mulheres poderia enternecer o coração frio dos seus maridos e,
consequentemente, trazê-los à fé. A História da Igreja ensina-nos que, devido à
falta de homens, muitas mulheres casaram-se com pagãos, incluindo sacerdotes
pagãos, os quais, muitas vezes, se converteram – e a igreja cresceu” (JOHNSTON,
Jeremiah J. Inimaginável: o que nosso mundo seria sem o cristianismo.
Rio de Janeiro: CPAD, 2018, p.197).
CONCLUSÃO
O Senhor Deus criou a mulher com a nobre missão
de auxiliar e complementar o homem. Juntos, formam a humanidade. Sozinhos e
isolados, tendem a desaparecer. Por esse motivo, a missão da mulher cristã, à
semelhança da esposa virtuosa de Provérbios, deve ser cumprida de acordo com a
Palavra de Deus e sempre com o auxílio do Senhor (Gn 4.1). A mulher, enfatizo,
deve ser vista e tratada como coerdeira da vida eterna (1Pe 3.7). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º
Trimestre 2019. Lição 2, 12 Janeiro, 2020]
Em 1Tm 2.12 Paulo diz: “E não permito que a
mulher ensine, nem exerça autoridade de homem; esteja, porém, em silêncio”.
De igual modo, em 2Co 14.34: “conservem-se as mulheres cala-se nas igrejas,
porque não lhes é permitido falar; mas estejam submissas como também a lei o
determina”. Talvez alguém pense que textos como este proíbem o ministério
feminino, e degradam a personalidade delas. No entanto, quando o texto e seu
contexto são devidamente compreendidos, essas e muitas outras passagens na
Bíblia exaltam o papel da mulher e lhes dão um tremendo ministério no Corpo de
Cristo. Vimos nesta lição que homens e mulheres são imagem de Deus (Gn 1.27), e
isto implica dizer que elas estão em igualdade com os homens por natureza. Não
há nenhuma diferença essencial – tanto o macho como a fêmea são igualmente
seres humanos por criação. O mesmo Paulo escreve em Gl 3.28: “...não pode
haver… nem homem nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus”, ou
seja, homem e mulher são iguais também na redenção. Ambos têm o mesmo Senhor e
partilham exatamente da mesma salvação. No entanto, em se tratando de papéis,
foi ao homem que Deus deu a responsabilidade e à mulher o papel de auxiliadora
idônea.
Concordo com o que escreve o site
TheGotQuestions.Org: “Não existe nenhum precedente bíblico que proíba as
mulheres de servirem também como líderes de adoração, ministros de jovens ou
diretores de crianças. A única restrição é que não assumam um papel de
autoridade espiritual sobre os homens adultos. Uma vez que a preocupação nas
Escrituras parece ser a questão da autoridade espiritual, em vez de função,
qualquer papel que não conceda tal autoridade espiritual sobre homens adultos é
permitida”.
Francisco Barbosa
Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br
Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br
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