sexta-feira, 3 de janeiro de 2020

LIÇÃO 1: ADÃO, O PRIMEIRO HOMEM


ENTREVISTA - 1º TRIMESTRE DE 2020

COMENTÁRIO E SUBSÍDIO I

A DOUTRINA BÍBLICA DO HOMEM

Quando comecei a estudar teologia sistemática, não imaginava que essa ciência pudesse ser tão prática e devocional. Em meus 17 anos, considerava-a uma disciplina, cuja finalidade era apenas periférica: ornar-me o intelecto e a oratória. Decorridos todos esses anos, passei a vê-la não como um lustre, mas como um exercício espiritual. Quando biblicamente alicerçada, leva-nos a magnificar o nome de Deus e a exaltá-lo como o Criador e Mantenedor de todas as coisas.
Neste tópico, veremos por que a doutrina do homem constrange-nos a amar a Deus e ao próximo. A fim de a conhecermos com mais propriedade, teremos de defini-la, estabelecer-lhe o lugar no escorço da teologia sistemática, observar-lhe os fundamentos e delinear-lhe os principais objetivos.  
1. Definição. A doutrina bíblica do homem é o ensino sistemático das verdades referentes ao ser humano encontradas nas Escrituras do Antigo e do Novo Testamentos. Essa disciplina tem como objetivo estabelecer o lugar do homem na criação terrena e no Reino dos Céus.        
No âmbito da Teologia Sistemática, a doutrina bíblica do homem é conhecida como antropologia — uma palavra técnica formada por dois vocábulos gregos: antropos, homem e logia, estudo ou discurso racional. 
2. O lugar da antropologia na teologia sistemática. O verdadeiro teólogo jamais colocará o homem acima de Deus, pois conhece experimental e pessoalmente o Criador, e não ignora os limites da criatura. Logo, a genuína antropologia bíblica virá sempre depois da teologia em si: a reflexão acerca do Ser de Deus. 
Na seara do labor teológico, a antropologia tem de ser bíblica e teológica, porquanto o homem foi criado por Deus e pertence a Deus (Ez 18.4). Todavia, a teologia propriamente dita jamais será antropológica. Os que assim a lavram incorrem na blasfêmia tão comum aos poetas gregos e romanos, que, em seus versos, exaltavam a criatura em detrimento do Criador (Rm 1.25).
Se a teologia sistemática tiver, como capítulo inicial, a antropologia e fizer da antropologia o fundamento de suas reflexões, na verdade, não será teologia, apesar de seu escopo e aparência. Teremos aí uma mera e blasfema antropologia filosófica, posto que o seu autor, ao elaborá-la, não tinha como foco o Ser de Deus — a Teontologia. Quando isso ocorre, não surge apenas uma antropologia filosófica, mas uma teologia liberalizante e antibíblica, que, canonizando o homem como a medida de todas as coisas, profana o nome do Deus Único e Verdadeiro. 
Atualmente, alguns esquerdistas católicos, a fim de tornar a Teologia da Libertação mais palatável às Américas Central e do Sul, já começam a dar-lhe um nome que não lembra Marx ou Lênin, mas nem por isso deixa de ser marxista e leninista. Refiro-me à Teologia Ecológica. Condoendo-se das matas e dos bichos, esse arremedo teológico ignora, na prática, os órfãos, as viúvas e os desamparados. 
A verdadeira teologia bíblica não é apenas sistemática; é imperativamente orgânica: tem de começar com Deus, o Ser Supremo por excelência, e há de encerrar-se com a manifestação do Reino, que o Pai Celeste vem preparando-nos desde a mais remota eternidade. Em seu escorço, o homem é apenas um servo; a primazia é toda de Deus em Jesus Cristo.  
3. Fundamentos. O principal fundamento da doutrina bíblica do homem encontra-se, obviamente, na Bíblia Sagrada. Inspirados pelo Espírito Santo, os profetas e apóstolos apresentam, com autoridade e clareza, a real hierarquia dos seres. Em primeiro lugar, Deus, o Criador e Mantenedor de todas as coisas. Logo em seguida, aparecem os santos anjos e o ser humano — as criaturas racionais, cuja missão é amar e servir ao Senhor com todo o entendimento.   
Além da Bíblia Sagrada, temos como fontes auxiliares o nosso Credo, a Declaração de fé da Assembleia de Deus no Brasil e os livros-texto referendados por nossas autoridades eclesiásticas. 
Não nos esqueçamos de que a teologia, para ser válida, tem de ser trabalhada no âmbito da Igreja de Cristo. Quando urdida nas academias, sem a supervisão do Santo Ministério, corre o risco de fazer-se herege e apóstata. A experiência eclesiástica mostra que os apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres, constituídos pelo Espírito Santo, são a garantia da biblicidade e pureza de nossa doutrina (Ef 4.11-14).   
4. Objetivos. A teologia sistemática não é um fim em si mesma; não pode limitar-se ao gabinete pastoral, nem deve ser encerrada nos limites estreitos e ditatoriais da academia. A verdadeira teologia bíblica, quer sistematizada quer por sistematizar-se, há de gerar almas e serviços ao Reino de Deus. Se não o fizer, assemelhar-se-á às múmias que vi no Museu do Cairo. Apesar de encerradas em preciosos sarcófagos, não têm vida; podem ser até admiráveis, como de fato o são, mas nunca lograrão conduzir o pecador, já arrependido, ao Céu.
A antropologia bíblica mostra a sua real utilidade, ao responder às perguntas que boa parte dos seres humanos ainda faz, por ignorar a Palavra de Deus. Daqui a pouco, trataremos dessas indagações. Você e eu, querido leitor, mui provavelmente já as fizemos nalgum período de nossa vida. Hoje, na condição de ministros do Senhor, não podemos agir como a Esfinge descrita por Sófocles (497-405 a.C.). Temos de responder, sempre com base na Bíblia Sagrada, as indagações que nos são encaminhadas todos os dias.
Com sua cabeça de mulher e corpo de leão, a Esfinge afligia os moradores de Tebas, propondo-lhes um enigma complicado e mortífero: “Que animal anda pela manhã sobre quatro patas, a tarde sobre duas e a noite sobre três?”. Segundo a lenda, muita gente foi devorada pelo monstro. O quebra-cabeça só viria a ser elucidado por Édipo, filho de Laio, rei de Tebas, que, desafiado pela esfinge, respondeu-lhe que o ser humano era o animal em questão. Afinal, o homem, quando bebê, engatinha; no ápice da força, caminha ereto; mas, ao envelhecer, apoia-se numa bengala para ir e vir. Ao invés de ser devorado, Édipo forçou o monstro a precipitar-se num abismo. 
Em minha estada no Egito, já nas bordas de Gizé, deparei-me com uma colossal estátua semelhante à de Sófocles. Esta não tinha cabeça de mulher; trazia a carranca do faraó que lhe custeara o fabrico. Suas feições, conquanto mudas, eram cheias de ruindades e indiferenças; o nariz quebrado aumentava-lhe a ferocidade da catadura. Pelo jeito com que os turistas olhavam-na, tive a impressão de que ela repetia a mesma pergunta de sua congênere de Tebas.
A esfinge de Sófocles, ao propor o enigma aos habitantes de Tebas, era teológica ou antropológica? A questão era, sem dúvida alguma, antropológica: descrevia admiravelmente a peregrinação do ser humano na terra dos viventes. Mas, ao formulá-la, não era nem teológica nem antropológica, mas zoológica, pois não via, na criatura humana, a imagem e a semelhança de Deus. Aos seus olhos, o Criador e o homem não passavam de meros animais — o segundo cópia do primeiro; ambos descartáveis e prontos a ser devorados pela incredulidade. Não foi o que Paulo escreveu aos romanos? Atentemos às palavras do apóstolo: 
Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas. Tais homens são, por isso, indesculpáveis; porquanto, tendo conhecimento de Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças; antes, se tornaram nulos em seus próprios raciocínios, obscurecendo-se-lhes o coração insensato. Inculcando-se por sábios, tornaram-se loucos e mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, bem como de aves, quadrúpedes e répteis. (Rm 1.20-23, ARA)
A esfinge de Sófocles é o fiel retrato de alguns teólogos que andejam por nossos arraiais. Em seus livros, apostilas e sermões, ao invés de proclamar a mensagem da cruz, arvoram-se como a Esfinge de Tebas. São altivos e soberbos, e propõem os mais loucos enigmas ao povo de Deus. Exibindo um hebraico que não possuem e ostentando um grego que não conhecem, assombram a congregação, alegando que só podem entrar nos arcanos divinos os que conhecem os profetas e os apóstolos no original. Assemelham-se eles aos gnósticos, que, mentindo, ensinavam estar o conhecimento divino limitado a uma elite privilegiada. E, dessa forma, desconstruindo a Palavra de Deus, afastam os santos dos Céus e lançam, no lago de fogo, os que anseiam pela salvação em Jesus Cristo. O Filho de Deus, porém, no auge de seu ministério terreno, enalteceu o Pai por revelar os mistérios da salvação aos simples e pequeninos: “Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e instruídos e as revelaste aos pequeninos” (Mt 11.25).
O objetivo da antropologia, genuinamente bíblica, não é propor enigmas, mas responder às perguntas que o ser humano, desde a sua expulsão do Éden, não cessa de formular: Quem sou eu? De onde vim? O que represento? Qual a minha missão? E para onde vou? Existe realmente um Ser Supremo a quem devo prestar contas de meus atos? 
Além disso, a antropologia bíblica mostra a dependência do homem em relação a Deus, o Criador e Mantenedor de todas as coisas. Sempre com base nos profetas e apóstolos, ela testifica que o ser humano jamais foi um fim em si mesmo. Fomos criados por Deus e postos neste mundo, para administrá-lo de conformidade com as leis e diretrizes que o Senhor nos deixou em sua Palavra — a Bíblia Sagrada. Fomos criados por Deus e para Deus.   
Quando nos aprofundamos na antropologia Bíblica, conscientizamo-nos de que ela é amorosamente redentora. Seu principal objetivo é conduzir-nos à plena comunhão com o Pai Celeste por intermédio de Jesus Cristo, o Homem Perfeito.
Finalmente, a verdadeira antropologia bíblica apresenta-se como um instrumento didático, por meio do qual o Espírito Santo consola-nos quanto ao nosso destino eterno. Somos redimidos pelo sangue de Jesus Cristo. E, hoje, já na condição de filhos de Deus, temos acesso ao trono da graça. Agora, querido irmão, somos coerdeiros dos santos do Antigo e do Novo Testamentos. Nessa condição, somos vistos por Deus como santos e justos; apesar de sermos ainda imperfeitos, somos recebidos, por Ele, como seus filhos amados.    

COMENTÁRIO E SUBSÍDIO II


INTRODUÇÃO

O tema deste trimestre é a doutrina bíblica do homem. Com a ajuda de Deus, estudaremos o que a Bíblia Sagrada ensina a respeito do ser humano, a obra-prima da criação divina. Entre outros assuntos, enfocaremos a criação de Adão e Eva, a triste realidade do pecado, a experiência de nossos pais fora do Éden e a nossa própria redenção. E, por fim, mostraremos a glorificação eterna dos que receberam a Jesus Cristo – Verdadeiro Homem e Verdadeiro Deus.
Nesta lição, veremos o que é a doutrina bíblica do homem. Em seguida, consideraremos a criação do primeiro ser humano: Adão, a quem a Bíblia chama de filho de Deus (Lc 3.38 – ARA). Que o Divino Consolador nos ajude a compreender os mistérios da Bíblia Sagrada, a inspirada, a inerrante e a completa Palavra de Deus. Aleluia! [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 1, 5 Janeiro, 2020]
Neste trimestre veremos Antropologia Bíblica, também conhecida por Antropologia Cristã ou Teológica. O fundamento e a razão de ser do Cristianismo está cristalizada numa relação vital entre dois seres: Deus e o homem. Portanto, para que a teologia seja fiel à sua proposição e significado, deve prender-se não só ao estudo da revelação de Deus, mas também do homem. O estudo desta doutrina objetiva conhecermos suficientemente o homem e assim, não cairmos em erros irreparáveis. A importância desse estudo é o fato de que, uma compreensão equivocada quanto à origem, o propósito da existência e o futuro do homem, não permitirá que compreendamos qual o propósito de Deus para o homem. Convém, pois, que conheçamos o homem na sua constituição e sua posição dentro do propósito de Deus. Tudo quanto pudermos conhecer sobre o homem, e sua natureza, nos servirá no estudo de seu relacionamento com Deus. 

I. A DOUTRINA BÍBLICA DO HOMEM

A doutrina bíblica do homem, entre outras coisas, busca responder a esta pergunta: “Que é o homem” (Sl 8.4). A fim de a conhecermos devidamente, teremos de defini-la, ver os seus fundamentos e estabelecer os seus principais objetivos.
1. Definição. A doutrina bíblica do homem é o ensino sistemático das verdades referentes ao ser humano, que encontramos nas Escrituras do Antigo e do Novo Testamentos. Essa disciplina, centrada na Bíblia Sagrada, tem como objetivo estabelecer o lugar do homem na Criação e no Reino de Deus.
No âmbito da Teologia Sistemática, ela é conhecida como antropologia que, em grego, significa literalmente o estudo do homem. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 1, 5 Janeiro, 2020]
A antropologia (do grego ἄνθρωπος, anthropos, "ser humano"; e λόγος, logos, "razão", "pensamento", "discurso", "estudo") é a ciência que tem como objeto o estudo sobre o ser humano e a humanidade de maneira totalizante, ou seja, abrangendo todas as suas dimensões.[ Nunes, Rossano Carvalho. Em Instituto Grupo Veritas de Pesquisa. Antropologia]. A Antropologia Bíblica/Cristã ou teológica é a ciência da fé que procura articular a existência humana com a verdade revelada por Deus escrita na Bíblia e assim compreender e poder explicar a vida humana individual e coletiva, bem como as implicações práticas decorrentes e suas possibilidades de humanização e realização.
Dado que o homem é feito à imagem e semelhança de Deus (Gn 1:26-27), dá-se importância então, compreender, a partir do texto bíblico, o que significa essa imagem e essa semelhança: A imagem de Deus refere-se à parte imaterial do homem. É o que o separa do mundo animal, encaixa-o no "domínio" que Deus pretendia (Gn 1.28), e permite que ele tenha comunhão com o seu Criador. É uma semelhança mental, moral e social.
A Antropologia Cristã trata de quem somos e como nos relacionamos com Deus. Discernir se as pessoas são inerentemente boas ou inerentemente pecaminosas é crucial para determinar como nosso relacionamento com Deus pode ser restaurado. A nossa visão do nosso propósito neste mundo é, em grande parte, determinada pela nossa crença de se as almas dos seres humanos continuam a viver após a morte física. A Antropologia Cristã nos ajuda a nos entender da perspectiva de Deus. Quando mergulhamos nesse assunto, entendemos mais claramente a nossa natureza caída, o que nos leva a um sentimento de admiração pelo amor do Salvador que viu o nosso estado indefeso e foi à cruz para nos resgatar. Quando aceitamos esse sacrifício e o recebemos como nosso, nossas naturezas são transformadas por Deus que cria em nós uma pessoa completamente nova (2 Coríntios 5:17). É essa nova pessoa que pode se relacionar com Ele como deveríamos, como Seus filhos adorados. Um versículo-chave sobre a Antropologia Cristã é o Salmo 139:14: "Graças te dou, visto que por modo assombrosamente maravilhoso me formaste; as tuas obras são admiráveis, e a minha alma o sabe muito bem" [https://www.gotquestions.org/Portugues/antropologia-crista.html]
2. Fundamentos. O principal fundamento da doutrina bíblica do homem encontra-se, obviamente, na Bíblia Sagrada, nossa única regra infalível de fé prática.
Todavia, servimo-nos também, como fontes auxiliares, de nosso Credo, da Declaração de fé da Assembleia de Deus no Brasil e dos livros-texto devidamente aprovados pelas autoridades de nossa igreja. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 1, 5 Janeiro, 2020]
O fundamento da Antropologia teológica encontra-se exclusivamente na Revelação Especial de Deus ao homem -  as Escrituras. Qualquer outra fonte deve estar baseada também nas Escrituras. Não há como estudarmos sobre a Doutrina do Homem fora dessa fonte única.
A antropologia teológica ocupa-se unicamente com o que a Bíblia diz a respeito do homem e da relação em que ele está e deve estar com Deus” [BERKHOF, Louis. Teologia Sistemática. Cultura Cristã: São Paulo, 2001. pp.167]
A antropologia Bíblica “confina-se à Palavra de Deus e a corroboração que a experiência humana pode dar testemunho que confirma a verdade revelada” [CHAFER, Lewis Sperry, Teologia Sistemática. Hagnos:São Paulo, 2003, Vol II, pp.535.]
3. Objetivos. Estes são os objetivos da doutrina bíblica do homem:
1) Responder às grandes perguntas do ser humano: Quem sou eu? De onde vim? O que represento? Qual a minha missão? E para onde vou?
2) Mostrar a dependência do homem em relação a Deus, o Criador e Mantenedor de todas as coisas;
3) Levar o homem a reatar a sua comunhão com Deus através de Jesus Cristo, o Homem Perfeito;
4) E consolar-nos quanto ao nosso destino eterno por meio do sacrifício de Jesus no Calvário — Verdadeiro Homem e Verdadeiro Deus. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 1, 5 Janeiro, 2020]
O propósito da Antropologia teológica é demonstrar a postura privilegiada do homem em relação às demais criaturas, bem como sua atual deficiência moral diante de Deus.

SUBSÍDIO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO

A primeira lição tem o objetivo de introduzir o assunto que será desenvolvido ao longo do trimestre. Assim, você pode aproveitar este tópico, que trata sobre o conceito, fundamentos e objetivos da doutrina bíblica do homem, para apresentar o trimestre inteiro para o aluno. Tenha sempre como alvo as seguintes perguntas: Qual o objetivo de Deus ao criar o mundo? Por que Deus criou o ser humano? Qual o propósito do homem neste planeta? A doutrina bíblica do homem busca respondê-las levando sempre em conta a atividade salvífica de Deus apresentada conforme as Escrituras.

II. A CRIAÇÃO DOS CÉUS E DA TERRA

Em primeiro lugar, Deus criou os Céus, a Terra e tudo o que neles há. E, só então, veio a formar o homem. Em sua infinita sabedoria, o Criador preparou-nos um lugar perfeito e agradável para habitarmos.
1. A criação dos Céus e dos anjos. A primeira coisa que Deus criou foram os Céus e, em seguida, os anjos (Gn 1.1; Sl 33.6). Depois de chamá-los à existência, o Senhor pôs-se a criar a Terra e tudo quanto nela se contém (Gn 1; Jó 38.1-11). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 1, 5 Janeiro, 2020]
os céus e a terra”(Gn 1.1) - O hebraico antigo não possuía uma palavra equivalente ao grego cosmos. O universo, na sua totalidade, era designado pela expressão os céus e a terra, encontrada em Gênesis 1.1. No uso dessa expressão se reflete o costume semítico de abarcar uma totalidade mencionando dois dos seus elementos extremos ou opostos (veja por exemplo Gn 2.9). Toda a criação de Deus está incorporada nessa breve ação, que inclui todos os seis dias consecutivos da criação. O comentarista coloca uma ordem na criação retirada dessa única frase curta.
Os anjos não foram criados depois do sexto dia da criação, uma vez que nesse dia Deus cessou de criar, conforme lemos em Gêneses 2.2 e 3: “Havendo Deus terminado no sétimo dia a sua obra, que fizera, descansou neste dia de toda a sua obra que tinha feito. E abençoou Deus o dia sétimo, e o santificou; porque nele descansou de toda obra que como Criador fizera.”. Os anjos também não foram criados antes da criação do mundo, visto que nenhuma criatura existia anteriormente à criação, conforme lemos em Colossenses 1.16 e 17: “Nele foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, seja soberanias, quer principados, quer potestade. Tudo foi criado por meio dele e para ele. Ele é antes de todas as coisas…”. Os tronos, os principados, as soberanias e as potestades referidas neste texto são as entidades angelicais. Portanto, a única opção que resta é de que Deus criou os anjos durante os seis dias da criação, embora o relato bíblico desse evento não especifique o dia. Só é possível deduzir que os anjos não foram criados antes nem depois dos seis dias da Criação.” [https://www.horaluterana.org.br/duvida-espiritual/quando-foram-criados-os-anjos/]
A Teologia Sistemática de Louis Berkhof vai dizer que “A ocasião em que foram criados não pode ser fixada definitivamente” [pág 133]Pelo texto de Jó 38.4-7, sabemos ao certo que Deus criou os anjos antes de criar o universo físico, no entanto, Provérbio é um livro poético e essa descrição não serve para afirmarmos que a criação dos anjos antecedeu Gn 1.1. Na verdade, Salomão ensina com ‘veia poética’ que os anjos estavam presentes na fundação do mundo, como também as estrelas estavam, não porém, que eles existissem antes da criação primária dos céus e da terra.
2. Deus a tudo criou com inigualável sabedoria. Sabiamente, o Pai Celeste, antes de formar o homem, criou a Terra, a fim de colocá-lo num planeta sustentável (Sl 104).
A forma como Deus agiu em toda a sua obra é enaltecida pelo autor sagrado (Pv 8). A sabedoria divina está patente em toda a criação (Sl 19.1-6). Por essa razão, todas as obras do Senhor são admiráveis, sublimes e ricas em variedades (Sl 104.24). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 1, 5 Janeiro, 2020]
Em Provérbios, Salomão indica que a sabedoria é a base para tudo na vida, pois, por ela, Deus criou todas as coisas. Se Deus usou a sabedoria para criar o universo, muito mais devemos desejar ardentemente usá-la para viver neste universo. Em João 1.1, ficamos sabendo que a Sabedoria corresponde ao Verbo, Logos divino – Jesus Cristo.

SUBSÍDIO APOLOGÉTICO

“Tudo no universo – cada planta e animal, cada rocha, cada partícula de matéria ou onda de luz – está preso a leis, em relação às quais não há escolha a não ser obedecer. A Bíblia nos diz que existem leis da natureza –‘as ordenanças dos céus e da terra’ (Jr 33.25). Essas leis descrevem a forma como Deus normalmente realiza sua vontade no universo.
A lógica de Deus está construída no universo, por isso, o universo não é puro acaso nem arbitrário. Ele obedece às leis da química que se originam logicamente das leis da física, muitas das quais podem ter origem lógica de outras leis da física e da matemática. As leis mais fundamentais da natureza existem apenas porque Deus quer que existam; elas são a forma lógica e ordenada como o Senhor mantém e sustenta o universo que criou. O ateísta é incapaz de considerar a condição da ordem lógica do universo. Por que o universo obedeceria às leis se não houvesse Legislador? Todavia, as leis da natureza são perfeitamente consistentes com a criação bíblica” (HAM, Ken. Criacionismo, verdade ou mito? Respostas para 27 questões sobre a Criação, Evolução e Bíblia. Rio de Janeiro: CPAD, 2011, p.43).

III. A CRIAÇÃO DE ADÃO, O PRIMEIRO SER HUMANO

O homem não é um mero detalhe no Universo nem surgiu por acaso. O ser humano é o resultado de uma decisão amorosa, soberana e livre da Santíssima Trindade. Criado por Deus, a partir do pó da Terra, Adão tornou-se alma vivente.
1. O concílio da Divindade sobre a criação do homem. A criação do ser humano foi antecedida por um concílio da Santíssima Trindade: “E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo réptil que se move sobre a terra” (Gn 1.26).
A formação do ser humano, repito, foi uma decisão amorosa, livre e soberana de Deus, o Criador e Mantenedor de todas as coisas (Ap 4.11). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 1, 5 Janeiro, 2020]
O ponto culminante da criação, um ser humano vivente feito à imagem de Deus para governar a criação. Essa imagem definiu o relacionamento peculiar do homem com Deus. O homem é ser vivente capaz de incorporar os atributos de comunicação de Deus. Na sua vida racional, o homem era semelhante a Deus no sentido de que era capaz de raciocinar e tinha intelecto, vontade e sentimento. No sentido moral, ele era semelhante a Deus porque era bom e sem pecado. O mandamento de governar distinguiu o homem do restante da criação viva e definiu o seu relacionamento como sendo superior ao restante da criação (SI 8.6-8).
Antes de Moisés tratar da criação do homem com maiores detalhes, ele nos leva a conhecer o decreto de Deus quanto a essa criação, nas seguintes palavras: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança” (Gn. 1.26). A Igreja geralmente tem interpretado o verbo “façamos”, no plural, para provar a autenticidade da doutrina da Trindade. Alguns eruditos, porém, são da opinião que esta palavra expressa o plural de majestade; outros a tomam como plural de comunicação, no qual Deus inclui os anjos em diálogo com Ele; todavia, outros o consideram como o plural de auto-exortação. Tem-se verificado, porém, que estas três últimas afirmações são contrárias àquilo que pensam e expressam os pensadores e teólogos mais conservadores, que creem que o plural “façamos” é uma alusão direta à Trindade Divina, reunida em conselho para a formação do homem.” [http://www.cacp.org.br/antropologia-biblica/]
2. Deus cria Adão, o primeiro ser humano. Em seguida, Deus criou o primeiro homem, do pó da Terra, para que nós, filhos de Adão, a tivéssemos não como mãe, como querem os ecologistas, mas para que nela habitássemos, e para que dela tirássemos nosso sustento (Gn 2.8,16,17).
Por acreditarmos piamente na literalidade do Gênesis, professamos que o ser humano é o resultado de um ato criativo de Deus, e não de um longo e fantasioso processo evolutivo, como ensinam dogmaticamente os evolucionistas. Tudo quanto existe (inclusive o homem) veio a existir como resultado de uma ordem expressa do Todo-Poderoso (Sl 148.5). O criacionismo bíblico é incompatível com o evolucionismo (2Co 6.14). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 1, 5 Janeiro, 2020]
Algumas das expressões usadas, no relato da criação do homem, mostram que ela aconteceu de uma forma imediata, ao contrário do que aconteceu na criação dos demais seres e coisas da criação em geral. Por exemplo, veja as expressões: “E disse [Deus]: Produza a terra relva, ervas que dêem semente, e árvores frutíferas que dêem fruto segundo a sua espécie, cuja semente esteja nele, sobre a terra” (Gn 1.11). “Disse também Deus: Povoem as águas de enxames de seres viventes e voem as aves sobre a terra, sob o firmamento dos céus” (Gn 1.20). Compare estas declarações com a que segue:”Criou Deus, pois, o homem…” (Gn. 1.27). Qualquer indício de mediação na obra da criação, que se acha contida nas primeiras declarações, referentes à criação das aves dos céus e dos seres marinhos, independe da declaração da criação do homem. Isto é, Deus planejou a criação do homem e imediatamente a levou a efeito.” [http://www.cacp.org.br/antropologia-biblica/]
3. O homem torna-se alma vivente. Ao contrário dos animais, o homem foi criado direta e pessoalmente por Deus, para que refletisse a glória divina (1Co 11.7). Eis porque Adão tornou-se alma vivente (Gn 2.7). Deus nos chamou à vida com as faculdades necessárias tanto para termos comunhão com Ele quanto para relacionarmo-nos com os nossos semelhantes. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 1, 5 Janeiro, 2020]
Com respeito aos demais seres vivos, tais como os peixes, as aves, as bestas da terra e dos mares, lemos que Deus os criou “segundo a sua espécie”, isto quer dizer que eles possuem formas tipicamente próprias de suas espécies. O homem não foi criado assim, e muito menos conforme o tipo de criaturas inferiores. Com respeito a ele disse Deus: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança” (Gn. 1.26). Assim, em todo o relato bíblico, o homem surge como um ser que recebeu de Deus cuidados especiais na sua criação. Em Gênesis 2.7 vemos a distinção clara entre a origem do corpo e da alma. O corpo foi formado do pó da terra, um material pré-existente. Na criação da alma, no entanto, não foi necessário o uso de um material pré-existente, mas sim de uma nova substância. Isto quer dizer que a alma do homem foi uma nova criação de Deus. A Bíblia diz que o Senhor Deus soprou nas narinas do homem “o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente” (Gn. 2.7). Outras passagens das Escrituras que falam da dupla natureza do homem são: Ec. 12.7; Mt. 10.28; Lc. 8.55; 2Co. 5.1-8; Fp. 1.22-24; Hb. 12.9. O homem é apresentado nas Escrituras como a obra prima de Deus. Criado o homem, a criação estava coroada (Gn. 1.26-28; SI. 8.5-8). Como tal, foi dever e privilégio do homem fazer com que toda a natureza, e todas as demais coisas criadas colocadas debaixo do seu governo, servissem à sua vontade e a seu propósito, para que ele e todo o seu glorioso domínio glorificassem o Todo-poderoso Criador e Senhor do universo”. [http://www.cacp.org.br/antropologia-biblica/]

SUBSÍDIO TEOLÓGICO

“Os escritores sagrados sustentam de modo consistente que Deus criou os seres humanos. Os textos bíblicos mais precisos indicam que Deus criou o primeiro homem diretamente do pó (úmido) da terra. Não há lugar aqui para o desenvolvimento paulatino de formas mais singelas de vida em outras mais complexas, tendo o ser humano como ponto culminante. Em Marcos 10.6, o próprio Jesus declara: ‘Desde o princípio da criação, Deus os fez macho e fêmea’. Não pode haver dúvida quanto ao desacordo do evolucionismo com o registro bíblico. A Bíblia indica com clareza que o primeiro homem e a primeira mulher foram criados à imagem de Deus, no princípio da criação (Mc 10.6), e não formados no decurso de milhões de anos de processos macroevolucionários” (HORTON, Stanley (Ed). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, p.244).

IV. A MISSÃO E A TAREFA DO HOMEM

Deus nos criou, para que desempenhássemos as seguintes tarefas: glorificá-lo, propagar a espécie e administrar o planeta.
Não poucos textos do Antigo Testamento giram em torno da questão do destino do homem. Pela forma singular com que homem foi formado, e por aquilo que as Escrituras mostram a esse respeito, a conclusão a que chegamos é que o homem, desde a sua criação, foi destinado a viver eternamente. Porém, até que o homem tenha acesso à vida eterna, ele foi também destinado a viver aqui no mundo, para amar ao próximo, para dominar a criação, e para o louvor de Deus[http://www.cacp.org.br/antropologia-biblica/]
1. Glorificar a Deus. O Senhor criou-nos, a fim de refletirmos a sua excelsa glória e majestade (1Co 11.7). Ao contrário dos animais, aves e peixes, o ser humano é o único ser vivo criado à imagem e à semelhança de Deus. Por esse motivo, toda vez que alguém, seduzido pelo Diabo, adora à criatura em lugar do Criador, atenta contra a santidade e a glória do Senhor (Rm 1.22,23).
Quando cumprimos a vontade de Deus, cumpre-se, em nós, esta consoladora promessa: “E serás uma coroa de glória na mão do Senhor e um diadema real na mão do teu Deus” (Is 62.3). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 1, 5 Janeiro, 2020]
Davi, no Salmo 8, revela a superioridade do homem em relação ao restante da criação, vai mais além para mostrar que o mesmo homem foi destinado por Deus para o seu louvor: “Contudo, pouco menor o fizeste do que os anjos, e de glória e de honra o coroaste. Fazes com que ele tenha domínio sobre as obras das tuas mãos; tudo puseste debaixo de seus pés: todas as ovelhas e bois, assim como os animais do campo, as aves dos céus, e os peixes do mar, e tudo o que passa pelas veredas dos mares. Ó Senhor, Senhor nosso, quão admirável é o teu nome sobre toda a terra!” (SI. 8.5-9). O Salmo 148 mostra como o homem junta-se em coro às demais criaturas para elevar louvor a Deus; isso em todos os povos. Os homens, tão diversos e tantas vezes separados, podem ser unidos no louvor a Jeová.
2. Propagar a espécie. Deus ordenou também ao homem a deixar a casa dos pais, e unir-se à sua esposa, a fim de multiplicar e preservar a espécie humana (Gn 1.28; 2.24). Multiplicar a raça humana é uma obrigação do ser humano; a povoação do planeta glorifica o nome de Deus e cumpre o propósito divino quanto à plenitude de seu Reino em todos os âmbitos da criação.
Deus tem um forte compromisso com a família genuinamente bíblica: heterossexual, monogâmica e indissolúvel. Leia, juntamente com a sua esposa e filhos, o Salmo 128. Uma família bem constituída é uma bênção à Igreja e a toda a nação. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 1, 5 Janeiro, 2020]
Logo depois de ter criado o universo, Deus criou seu representante (domínio) e sua representação (imagem e semelhança). O homem encheria a terra e cuidaria do funcionamento da mesma. "Sujeitai-a" não sugere condição destruidora e desregrada para com a criação porque o próprio Deus a declarou "boa". Pelo contrário, o verbo trata da administração produtiva da terra e seus habitantes para produzir riquezas e cumprir os propósitos de Deus.
3. Governar e administrar o planeta. Deus, em primeiro lugar, criou a Terra e tudo o que nela há (Gn 2.1). Em seguida, criou Adão que, tendo por lar o Jardim do Éden, recebera como tarefa inicial dar nome a todos os animais e guardar o paraíso (Gn 2.15,19).
A partir daí, o homem haveria de adquirir a experiência necessária para governar e administrar toda a Terra (Gn 1.26). Ele passaria a extrair do solo, do qual fora tirado, tudo quanto viesse a necessitar. Que tudo, pois, seja consagrado para a glória e a honra do nome de Deus. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 1, 5 Janeiro, 2020]
É importante ressaltar que, ao formar o homem, Deus tem em mente tornar o ser humano partícipe do seu plano governativo do universo: “Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. E Deus os abençoou, e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, e sobre todo animal que rasteja pela terra. E disse Deus ainda: Eis que vos tenho dado todas as ervas que dão semente e se acham na superfície de toda a terra, e todas as árvores em que há fruto que dê semente; isso vos será para mantimento. E a todos os animais da terra e a todas as aves dos céus e a todos os répteis da terra, em que há fôlego de vida, toda erva verde lhes será para mantimento. E assim se fez” (Gn 1.27-30). Assim, o homem foi destinado a exercer domínio sobre a criação, e isso engloba a terra, os mares e o espaço, e temos visto isso acontecer hoje com a possibilidade de viagens espaciais e a possível colonização da lua e de Marte – embora esse domínio esteja manchado pelo pecado e se caracterize pela destruição e descuido do meio ambiente.

SUBSÍDIO FILOSÓFICO-CRISTÃO

“Porque o propósito básico da humanidade é estar com Deus, nossa necessidade primária é estar em harmonia com Ele. Esta necessidade leva-nos a procurar e aprender e, assim, desenvolvemos as qualidades da imagem de Deus. Nossa necessidade de pensar e escolher, criar e ser tudo a que fomos designados ser, faz-nos potencialmente compatíveis com nosso Criador. A Bíblia começa com Deus criando os seres humanos e dando-lhes instruções concernentes ao seu propósito para as pessoas e a natureza. Do relato da criação do Gênesis à Grande Comissão registrada no Evangelho de Mateus, a Bíblia é uma história de como Deus trabalha nas pessoas para gerar e manter seu propósito. Nosso propósito é o propósito de Deus. O pecado entrou na nossa natureza quando este potencial de ser como Deus foi explorado de modo abusivo. A Queda de Adão e Eva é a demonstração original de como todos os males e dificuldades são provenientes de não entendermos as necessidades reais humanas, ou de tentarmos satisfazê-las de maneira errada” (PALMER, Michael D. (Ed.). Panorama do Pensamento Cristão. Rio de Janeiro: CPAD, 2001, p. 207).

CONCLUSÃO

Acredito que, nesta lição, conseguimos responder a esta pergunta formulada pelo autor sagrado: “Que é o homem?”. Antes de tudo, o ser humano é a obra-prima de Deus. Fomos chamados à existência para glorificar o seu grande e tremendo nome. Glória a Deus! Aqui estamos para cumprir-lhe a vontade, refletir-lhe a glória e trabalhar como humildes e sábios obreiros em sua grande e imensa vinha. A Deus toda a glória. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 1, 5 Janeiro, 2020]
Se o universo inteiro se torna diminuto diante do Criador divino, quão menor é a importância da humanidade! Davi, no Salmo 8, versículo 4, utiliza a palavra para "homem", fazendo alusão à sua fraqueza (Sl 9.19-20; 90.3a, 103.15). Ele descreve o homem como insignificante e transitório (SI 90.3b). Mas em 8.5-8, Davi enfatiza consistentemente a importância do homem que foi criado à imagem e semelhança de Deus para exercitar o domínio sobre o restante da criação (Gn 1.26-28). Infelizmente, dado o pecado, o homem não tem sido capaz de viver na sua plenitude a vocação para a qual Deus o destinou; Em Jesus Cristo e sua obra redentora, o homem pode ter restaurada em seu ser a imagem de Deus, que o fará varão perfeito e perfeitamente cônscio do privilégio que goza no cumprimento do plano de Deus no mundo e na eternidade.

Francisco Barbosa
Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário