SUBSÍDIO I
AS CARACTERÍSTICAS DO EXÍLIO DE
DAVI
A Caverna de Adulão
No dicionário organizado por J. D. Douglas, a definição de caverna do termo
hebraico é mea´rah, que pode ser entendido como covil, buraco. Formada
por pedras calcárias e de giz, servia como habitação, esconderijo, cisterna,
sepulcro. Biblicamente falando, pode-se notar que diversos personagens aparecem
habitando em cavernas, como foi o caso de Ló (Gn 19.30). No tocante a ser usada
como sepulcro, podemos citar o caso de Abraão, Isaque, Rebeca, Lia, Jacó, os
quais foram sepultados na Caverna de Macpela (Gn 23.19; 25.9; 49.29-32; 50.13).
No caso de esconderijo, elas foram usadas por Elias e Davi (1 Rs 19.9; 1 Sm
22.1).
No seu aspecto literal, a caverna de Adulão era denominada antigamente fortaleza.
Acredita-se que o nome caverna surge pela corruptela do texto hebraico. Essa
caverna ficava 32 quilômetros a sudeste de Jerusalém e pouco mais que isso de
Gate. Esse lugar tornou-se o exílio de Davi, tanto antes como depois de grandes
passagens (2 Sm 23.13-17).
A causa de Davi dirigir-se para essa fortaleza deveu-se ao ódio e ao ciúme
declarado de Saul contra sua pessoa. Isso se comprova facilmente no ato da matança
que ele faz com os sacerdotes de Nobe por considerar que o sumo sacerdote dera
apoio ao fugitivo Davi (1 Sm 21.1-27). O fim de Saul será triste porque ele
colhe aquilo que plantou (Gl 6.7).
Os Proscritos da Caverna de Adulão
Os proscritos, ou seja, degredados, banidos, que se juntaram a Davi, num total
de 400 homens, eram de três classes: (a) aqueles que se achavam em aperto, do
hebraico matsowq, “apuro, pressão, dificuldade ou perseguição”; (b) os
que deviam dinheiro a juros, do hebraico nasha; e (c) homens amargurados,
do hebraico marah. Era desses que Davi seria líder.
É bom entender que os que se ajuntaram a Davi estavam na mesma situação
que ele: eram considerados fora da lei e não estavam contentes com o governo de
Saul. Então, com eles Davi forma um exército que trabalhará a seu favor. Não
foi difícil liderá-los por duas razões: primeiro, estavam nas mesmas condições
de Davi; segundo, tinham consciência de que Davi era a grande esperança de
mudança. Eles iriam trabalhar no mesmo propósito. Caso Davi crescesse, eles
também cresceriam, e foi o que aconteceu. Ao subir Davi ao trono, não foram
esquecidos pelo seu rei.
Quando líder e servo trabalham com os mesmos ideais, objetivos, o sucesso é
garantido. Paulo disse à igreja de Filipos que Timóteo tinha seus mesmos
sentimentos, por isso cuidaria bem deles (Fp 2.19-23). Vale dizer que esse
grupo de homens passou a servir a Davi com submissão porque a primeira coisa
que ele fez foi valorizar cada um. Isso pode ser comprovado pelo elogio que
Davi faz quando menciona em sua lista os grandes valentes, que, em destaque, pode-se
pontuar três (2 Sm 23.13,14; 1 Cr 11.15.16), enquanto o sistema os perseguia.
Por vezes achamos por demais difícil liderar igreja, um grupo de pessoas; todavia,
quando o pastor ou líder procura valorizar o talento, a capacidade de seus
servos, sendo humilde em tudo, fica mais fácil. É nesse sentido que é bom
atentar para o que Jesus disse em Mateus 10.44. Liderança firmada na autocracia,
na inflexibilidade, que apenas exige, cobra, sem valorizar o outro, jamais
permanecerá de pé. É bom lembrar que Pedro nivelou-se aos demais presbíteros e,
para alcançar o respeito dos seus liderados, servia de exemplo (1 Pe 5).
O Simbolismo da Caverna de Adulão
O exílio no seu sentido literal fala de expatriação forçada, de ser
afastado para um lugar remoto. No seu aspecto figurativo, o isolamento pode ser
usado no sentido de ausentar-se socialmente do convívio de certas pessoas ou grupos.
Davi buscou a caverna de Adulão como refúgio para proteger-se de Saul e a ele
se juntam 400 homens que estavam em busca de mudança.
Metaforicamente, a caverna de Adulão foi uma bênção para Davi e os homens
que ali se encontravam passaram a entender que não valia a pena viver fugindo,
tomando atalhos, recorrendo a meios escusos, mas que precisavam de mudança. Em
nossa vida, especialmente quando estamos gozando de boa posição, nome, título,
fama, esquecemos quem somos e, por vezes, somos levados a situações
conflitantes, perseguições, contrariedades, crises, as quais nos levam às
cavernas do recôndito de nossa alma, para que reflitamos e sejamos forjados
outra vez para voltarmos ao caminho certo da vida. Na caverna, somos
confrontados com nós mesmos. Entramos ali porque tememos nossos inimigos,
fugimos de algo que nos persegue e com o qual não conseguimos lidar. Na
caverna, somos desafiados a entender que não somos os melhores, nem
super-homens, mas, sim, que dependemos de Deus e de outros para avançarmos.
Texto extraído da
obra “O governo divino
em mãos humanas”, editada pela CPAD
COMENTÁRIO E
SUBSÍDIO II
INTRODUÇÃO
Nem sempre as
vivências marcadas por situações traumáticas podem ser vistas como negativas.
Por vezes, elas servem para tirar as cascas das aparências, a infantilidade, o
esquecimento de nós mesmos, a fim de levar-nos à essência real da vida. O
exílio fala de expatriação forçada ou livre, isolamento social, solidão. A
conotação nem sempre é pejorativa, pois, nas Escrituras Sagradas, o exílio
recebeu conotações positivas e negativas. O exílio pode ser o lugar onde nosso
caráter será testado, onde nossa própria identidade será descoberta, onde nossa
lucidez mental e espiritual terá a sua aurora (Pv 4.18). A caverna de Adulão
não será apenas o exílio de Davi, mas, sim, o lugar que moldará o seu caráter,
preparando-o para uma missão maior: a liderança de Israel. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 4º Trimestre 2019. Lição 8, 24
Novembro, 2019]
“A caverna é uma espécie de gruta na rocha que
servia de abrigo e de refugio para animais, peregrinos e forasteiros que
recorrem para se protegerem de perigos e descansarem de suas árduas, fatigantes
e exaustivas jornadas. E em tempos de guerra serviam de lugares de refúgio (Jz
6.2). na caminhada da vida às vezes recorremos a algumas cavernas, quando nos
sentimos: esgotados e sufocados com as lutas diárias; quando somos: perseguidos
e ameaçados pelos inimigos; e em fim, quando nos encontramos: inseguros,
abatidos, debilitados, deprimidos, desanimados e amedrontados. Procuramos a
caverna em busca de refugio e refrigério. Depois da aliança com Jônatas, ciente
que Saul queria matá-lo por inveja, Davi sai em busca de um lugar para se esconder”
(CAVERNA DE ADULÃO).
“A palavra Adulão tem dois significados: 1. justiça do povo; 2. refúgio,
esconderijo. Essas não são duas maravilhosas alusões à cruz do Calvário e à
futura história de Israel? Será feita justiça a Israel, e isso no dia da Grande
Tribulação quando o povo judeu se refugiará no Senhor e quando seus olhos virem
Aquele a quem haviam rejeitado. A salvação de Israel passa pelo Calvário
(Adulão)! Mas também a nós, que cremos em Jesus Cristo, foi concedida ali a
justiça que tem validade diante de Deus. Fomos justificados pelo sangue do
Cordeiro (Rm 3.25-26). E na cruz igualmente encontramos refúgio. “O Deus eterno
é a tua habitação” (Dt 33.27).” (chamada). Bom estudo e
crescimento maduro na fé cristã!
I: AS
CARACTERÍSTICAS DO EXÍLIO DE DAVI
1. A
caverna de Adulão. Lugares, pessoas, situações — tudo serve para o nosso crescimento
social e espiritual. Davi deixa o território e vai para uma região que conhecia
muito bem: a caverna de Adulão. O nome Adulão quer dizer refúgio; era assim
denominado por causa de uma cidade em suas proximidades. Situada na Sefelá, a
planície de Judá, distando de Jerusalém aproximadamente 26 km ao sudoeste e 20
km ao sudeste de Gate. No período dos patriarcas tinha sido uma cidade cananeia
(Gn 38.1) e, na época das batalhas de Josué, quando da ocupação da terra, ela
foi capturada (Js 12.15). Houve fatos importantes na caverna de Adulão. Ali,
ela foi fortificada por Roboão (2Cr 11.7); depois do cativeiro foi reocupada
pelos filhos de Judá (Ne 11.30) e sua existência foi comprovada nos dias do
profeta Miqueias (1.15). Hoje ela é chamada de Aid-el-Ma. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 4º Trimestre 2019.
Lição 8, 24 Novembro, 2019]
A caverna de Adulão ficava nos arredores da cidade
de mesmo nome, a oeste do pé da montanha de Judá (Js 15.3.3), cerca 27 km a
sudoeste de Jerusalém e 16 km sudeste de Gate, vale de Elá, entre Jerimote e
Socó, próximo ao local da épica batalha entre Davi e Golias. O nome ‘Adulão’
significa ‘lugar fechado’, ‘refúgio’ ou ‘justiça do povo’. “Adulão é uma
cidade mencionada na Bíblia. Ela foi uma das cidades reais dos Cananeus (Josué
12:15; 15:35). Ela permaneceu próxima à estrada a qual posteriormente tornou-se
a Estrada romana no Vale de Elá, a cena da vitória memorável de David sobre
Golias (1 Samuel 17:2) e não distante de Gate. Foi uma das cidades que Roboão
fortificou contra o Egito (2 Crônicas 11:7). Miqueias a chamou de "a
glória de Israel" (Miqueias 1:15). Foi em uma de suas cavernas que Davi se
refugiou quando estava fugindo do rei Saul (1 Samuel 22:1).” (Wikipédia)
2. Os
exilados da caverna de Adulão. Muitos se dirigiam para ali, a fim de fazer companhia a Davi.
Primeiramente, seus irmãos e toda a casa de seu pai, posto que estavam
ameaçados pelo rei Saul, devido à ligação com Davi. Outros que foram à procura
de Davi na caverna eram os homens que se encontravam em dificuldades. Como Davi
conseguiu firmar sua liderança nessas condições? Na verdade, não foi apenas uma
ação sua; todos os que se juntaram a ele estavam ansiosos por uma existência
mais favorável. Davi treinou esse grupo, aparentemente sem sucesso; obteve
êxito, pois todos ali buscavam uma vida melhor, tinham os mesmos ideais e,
sendo assim, mantiveram-se fiéis a Davi, fazendo de tudo pelo seu líder (2Sm
23.8-39). Os cristãos, como soldados reunidos por Cristo, devem lutar com os
mesmos objetivos, não tendo cada um sua própria prioridade, mas a de Cristo (Fp
2.4,21). Se esse for o espírito, Deus dará o sucesso e o crescimento da obra. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 4º Trimestre 2019.
Lição 8, 24 Novembro, 2019]
A família de Davi logo sentiu o peso da ira de Saul
contra o herói proeminente de sua raça e temendo o destino que muitas vezes
atingia famílias inteiras pelas falhas de um dos membros mais ilustres, fugiram
de suas casas e se juntaram a Davi e ao pequeno exército de ‘foras da lei’. No
exílio, Davi deu início à sua guarda de elite composta por um grupo de
valentes, em 1 Cr 11.11 aparece "trezentos", antes rejeitados, sob a
liderança de Davi, tornaram-se valorosos guerreiros e foram os guerreiros mais
corajosos e soldados mais extraordinários de Davi. Seus nomes estão listados em
2Sm 23.8 e aparece também em 1 Cr 11.11 -41, com algumas variações. De acordo
com 1 Cr 11.10, esses homens ajudaram Davi a se tornar rei. A relação desses
homens é apresentada em três grupos: primeiro, "os três" (vs. 8-12);
segundo, dois mais honrados que "os trinta", mas não relacionados aos
"três’' (vs. 18-23); terceiro, "os trinta" que, na verdade, são
32 (vs. 24-39). Essa relação foi aumentada em 16 nomes em 1Cr 11.41-47.
3. O
simbolismo da caverna de Adulão. Foi ali que os dons de Davi como líder foram postos em prática.
Ele treinou e preparou 400 homens para lutar no dia a dia, e não demorou para
que esse número subisse a 600. Isto quer dizer que todos quantos vinham ter com
ele não eram rejeitados. Davi é o modelo de líder que recebe homens angustiados
pela vida, para torná-los capazes para o serviço. A grande lição de Davi para
esses homens é que os que desejassem reinar com ele deveriam aprender a sofrer
com ele, visando sempre o Reino de Deus. No simbolismo espiritual, podemos
comparar Davi a Cristo. Nosso Senhor se dirigiu aos miseráveis, aos cansados,
aos oprimidos, aos amargurados, aos publicanos e aos pecadores, e todos foram
transformados pelo seu poder e passaram a fazer parte do seu reino (Mt
11.28,29; Lc 15.1; Mt 22.9,10). Assim, quem deseja reinar com Cristo precisa
também sofrer com Ele (2Tm 2.12). [Lições
Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 4º Trimestre 2019. Lição 8, 24 Novembro, 2019]
Davi recorreu à caverna de Adulão para se proteger
das constantes perseguições, ameaças e afrontas do rejeitado Saul, sem o
Espírito Santo agora sofria de pura inveja da graça e unção que Deus derramara
sobre a vida de Davi, e procurava a todo custo tirar sua vida e de sua família.
Davi conseguiu se esconder na caverna de Adulão, para não ser encontrado por
Saul e seu exército. Na caverna, Davi que se vê rodeado por quatrocentos homens
com toda sorte de problemas. Davi estava ali naquela caverna por causa da
perseguição do ex ungido Saul, e ali foi um lugar de tratamento de Deus na vida
de Davi. Na caverna Davi procurou refúgio e segurança – Deus é o nosso refugio
e segurança (Sl 46.1). Deus é o nosso esconderijo (Sl 91.1). Às vezes é preciso
se recuar em Deus para continuar vivendo.
O trabalho em equipe é um princípio básico da
liderança eficaz, inclusive na causa do Senhor. Se quisermos ser bem-sucedidos
na obra de Deus não devemos esquecer esse princípio. O modelo de liderança
utilizado por Davi em nada fica a desejar se comparado às modernas tendências
em liderança da nossa sociedade globalizada. O modelo davídico de liderança é
aquele centralizado no caráter. As técnicas mudam, mas os princípios do caráter
não.
“Quando Jesus pediu em sua oração sacerdotal que
os discípulos fossem um (Jo 17.11), quebrou um dos maiores dissidentes
fomentadores de disputa nas equipes, não fugindo a essa regra os seus
discípulos por quem Ele até orava nesse sentido (Mt 20.24). Não é de admirarmos
que sua oração intercessória abrangesse todos os cristãos que surgissem dali
para frente: [...] (Jo 17.20-23). Jesus, que é presciente, sabia da máxima que
impera na sociedade atual: 'Viver é fácil, difícil é conviver'. O que mais
impede uma equipe de funcionar eficazmente e com eficiência é o individualismo
e partidarismo"”(CARVALHO, César Moisés. Marketing para a Escola
Dominical. RJ: CPAD, 2009, p.184-5).
SUBSÍDIO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO
Inicie a aula desta semana falando um pouco da
palavra "Exílio". Basicamente, a palavra refere-se à expatriação
forçada de alguém por causa de uma perseguição do Estado e o local em que essa
pessoa passará a viver. Use exemplos das próprias Escrituras para introduzir o
assunto. 0 povo de Israel viveu em exílio em grande parte da história bíblica.
É um período caracterizado pela absorção de outras culturas, distanciamento da
terra de origem. Todo esse sentimento estava sobre Davi quando este exilou-se
na Caverna de Adulão.
II. DAVI E O AMOR COM OS PAIS
1.
Protegendo seus pais. Davi não é conhecido apenas como um grande líder, mas também como
um bom filho. Ele teve todo um cuidado especial para com os seus pais. Foi até
Moabe, porque sabia que eles precisavam de um lugar seguro para habitar e,
desse modo, estava se afastando dos territórios de Saul. Há um propósito
especial em Davi procurar Moabe. Diversos escritores afirmam que isso se deve
aos laços familiares através de Rute, que era a avó moabita de Jessé, pai de
Davi. A inclusão de Mispa deve-se ao fato de ser esta a cidade real de Moabe;
sua citação está restrita aqui e o seu significado é “torre de vigília”;
deixando seus pais em segurança, uma expressão grandiosa sai dos lábios de
Davi: “Até que saiba o que Deus há de fazer de mim”. Davi ama a Deus, tinha
grande amor e carinho pelo seus pais, e não se descuidava de seus companheiros
de luta. Os filhos, principalmente durante a velhice dos pais, devem honrá-los
em tudo, a despeito das lutas e crises que estiverem enfrentando (Sl 127.3).
Davi não chegou ao trono apenas porque sabia cuidar dos outros, nem porque era
um bom guerreiro, mas, também, porque era um bom filho. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 4º Trimestre 2019.
Lição 8, 24 Novembro, 2019]
Mispa significa "torre de vigia", ou
"lugar de observação". Localizada numa das alturas do planalto a
leste do mar Morto, esse local não pode ser identificado com exatidão, ao seu
rei. Esse regente era provavelmente um inimigo mútuo do rei Saul. Davi tinha
sangue moabita de sua bisavó Rute e, portanto, buscou refúgio para seu pai e
sua mãe em Moabe (Rt 1.4-18; 4.13-22). Davi evidentemente buscava hospitalidade
entre seus parentes em Moabe. Jesse, seu pai, era o neto de Rute. A distância
do sul de Judá, onde os fugitivos estavam vagando não era grande. O rei de
Moabe, sendo um dos inimigos de Saul, seria o melhor lugar para abrigar uma
pessoa de quem ele poderia pelo menos esperar amizade, se não serviços
consideráveis.
Os filhos são uma bênção da parte de Deus (Sl
127.3). Essa palavra (bênção) faz alusão à promessa que Deus fez a Abraão de
tornar sua descendência como o pó da terra e as estrelas dos céus (Gn 13.16;
15.5). “A Constituição Federal consagra o princípio da dignidade da pessoa
humana, que deve nortear, inclusive, as relações familiares. A família, de
fato, é o núcleo da sociedade e é a responsável pelo desenvolvimento do
indivíduo. A entidade familiar não tem somente o papel reprodutivo, mas também
é fonte de afeto e solidariedade, atributos que ultrapassam os meros laços
sanguíneos. A regra constitucional prevista no art. 229 é objetiva: estabelece
que assim como os pais têm o dever de cuidar dos filhos enquanto menores, os
filhos maiores devem amparar os pais na sua velhice.” (lex.com).
Em Efésios 6.1-3, Paulo orienta aos filhos: “obedecei...
no Senhor” (Veja Cl 3.20). No lar, o filho deve, de bom grado, estar
debaixo da autoridade de seus pais em submissão obediente a eles como agentes
do Senhor colocados sobre ele, e obedecer a seus pais como se estivesse
obedecendo ao próprio Senhor. A razão aqui é, simplesmente, que esse foi o modo
planejado e exigido por Deus (Os 14.9) Enquanto o versículo 1 fala a respeito
da ação, os versículos 2 e 3 fala a respeito da atitude, pois Paulo lida com o
motivo por detrás da ação. Quando Deus entregou a sua lei nos Dez Mandamentos,
a primeira lei que orientava os relacionamentos humanos foi essa (Êx 20.12; Dt
5.16). É o único mandamento dentre os dez que se refere à família porque esse
princípio por si só assegura o cumprimento da família (Êx 21.15,17; Lv 20.9; Mt
15.3-6). Provérbios afirma esse princípio (Pv 1.8; 3.1; 4.1-4; 7.1-3; 10.1;
17.21; 19.13,26; 28.24). Embora a submissão aos pais deva ser, primeiramente,
por amor ao Senhor, ele, graciosamente, acrescentou uma promessa de bênção
especial para aqueles que obedecem a esse mandamento.
2. A recompensa bíblica para os
filhos obedientes. Desde o
Antigo Testamento, a ênfase é que Deus abençoa sempre os filhos obedientes,
pois é o primeiro mandamento com promessa (Êx 20.12; Dt 5.16). Esse ensino foi
ministrado por Paulo (Ef 6.2,3). Nosso Senhor manifestou-se contra os filhos
que não cuidavam dos seus pais (Mt 15.5-7). Tais filhos simulada e
mentirosamente dedicavam a Deus todos os seus bens, para não honrarem nem
sustentarem os seus pais, quebrando, assim, o mandamento. Os filhos devem
aprender a serem gratos aos seus pais em tudo, dando-lhes honra, dignidade e
cuidados materiais. Isso é mandamento de Deus. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 4º Trimestre 2019.
Lição 8, 24 Novembro, 2019]
“A Bíblia tem muito a dizer sobre como cuidar de
pais idosos e outros membros da família que não são capazes de cuidar de si. A
igreja cristã primitiva agia como a agência de serviços sociais para os outros
crentes. Eles cuidavam dos pobres, dos doentes, das viúvas e dos órfãos que não
tinham mais ninguém para cuidar deles. Os cristãos que tinham parentes passando
por necessidade tinham a responsabilidade de atender a essas necessidades.
Infelizmente, cuidar de nossos pais em sua velhice não é mais uma obrigação que
muitos de nós estão dispostos a aceitar. Os idosos podem ser vistos como fardos
em vez de bênçãos. Às vezes, quando os nossos próprios pais precisam de ajuda,
somos rápidos para esquecer os sacrifícios que fizeram por nós. Em vez de abrir
a porta de nossas casas para recebê-los - sempre que seguro e viável - podemos
colocá-los em comunidades de aposentados ou lares de idosos, por vezes contra a
sua vontade. Talvez não valorizemos a sabedoria que adquiriram em suas longas
vidas, e podemos ignorar os seus conselhos como "ultrapassados".
Quando honramos e cuidamos dos nossos pais, estamos servindo a Deus também. A
Bíblia diz: "Honra as viúvas verdadeiramente viúvas. Mas, se alguma viúva
tem filhos ou netos, que estes aprendam primeiro a exercer piedade para com a
própria casa e a recompensar a seus progenitores; pois isto é aceitável diante
de Deus. Ora, se alguém não tem cuidado dos seus e especialmente dos da própria
casa, tem negado a fé e é pior do que o descrente" (1 Timóteo 5:3-4, 8).
Nem todos os idosos precisam ou querem ajuda constante na casa dos seus filhos.
Eles podem preferir viver em uma comunidade com outras pessoas da sua idade, ou
talvez sejam capazes de total independência. Independentemente das
circunstâncias, ainda temos obrigações para com nossos pais. Se estão em
necessidade de assistência financeira, devemos ajudá-los. Se estão doentes,
devemos cuidar deles. Se precisam de um lugar para ficar, devemos oferecer a
nossa casa. Se precisam de ajuda com a casa e/ou trabalho no jardim, devemos
nos prontificar para ajudar. E se estão sob os cuidados de uma casa de repouso,
é preciso avaliar as condições de vida para garantir que nossos pais estão
recebendo os cuidados de forma correta e amorosa. Nunca devemos permitir que os
cuidados do mundo ofusquem as coisas mais importantes – servir a Deus através
de servir às pessoas, especialmente as das nossas próprias famílias. A Bíblia
diz: "Honra a teu pai e a tua mãe (que é o primeiro mandamento com
promessa), para que te vá bem, e sejas de longa vida sobre a terra"
(Efésios 6:2-3).” (gotquestions)
SUBSÍDIO VIDA CRISTÃ
O texto bíblico narra quando Samuel foi à casa de Jessé, pai de Davi. 0
motivo da visita era ungir o novo rei. Nesse caso, Davi não fora a primeira
opção apresentada pelo pai ao profeta (1 Sm 16.11-13). Entretanto, o jovem
amava-o e honrava-o. Assim, é importante destacar uma atitude cristã que os
pais devem ter para com o seus filhos, conforme escreve o Dr. Stephen Adei:
"No entanto, dar uma visão a um filho não é tão fácil quanto parece. Isto
é porque os pais, às vezes, procuram viver as suas próprias aspirações, não
satisfeitas, em seus filhos. Um adolescente certa vez confessou: 'Tudo o que eu
quero estudar é francês, mas meus pais insistem que eu estude medicina. Vou
fazer isso, desde que seja em francês'. Uma das maiores injustiças que podemos
fazer aos nossos filhos é impor a eles uma visão que é contrária à sua tendência.
Devemos desafiar nossos filhos a explorar seus interesses, mas não tentar impor
a eles a nossa visão, especialmente na sua escolha de carreiras. Como podemos
fazer isso? Devemos incentivá-los a ser holísticos, isto é, não focados
indevidamente na área acadêmica e profissional, mas na maturidade cristã.
Permitir que tenham uma visão de servos do Senhor em relação a todos os outros
aspectos - profissões, ganhos, casamento, etc. - sendo subordinados a ela"
(ADEI, Stephen. Seja o Líder que
sua Família precisa, 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2018, p.129).
III. MORRENDO POR DAVI
1. A inconsistência de
Saul. Saul não teve nenhuma
caverna para forjar sua vida, não lidou com situações conflitantes, tinha
apenas aparência de líder, mas não era um homem segundo o coração de Deus. Os
homens que estavam com Saul, ainda que não vivessem as mesmas condições dos que
estavam com Davi, não se sentiam tranquilos, pois ele suspeitava da lealdade de
todos, inclusive a de seu filho. Saul orgulhava-se de ter dado honras à tribo
de Benjamim, presentes e posições na liderança; algo que Davi, filho de Jessé,
jamais faria. Saul não sabia que lealdade não se compra com presentes,
dinheiro, mas nasce naturalmente pela sinceridade, verdade e caráter de um
líder genuíno. Só os líderes inseguros fazem cobranças exageradas, dão
presentes em troca de lealdade, se inquietam com os que podem “representar
risco” à sua posição. Quando os líderes são verdadeiramente chamados por Deus é
maravilhoso que as pessoas os honrem e os considerem como homens de Deus. O
escritor aos hebreus fala da necessidade de se considerar os líderes (Hb 13.7). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 4º Trimestre 2019. Lição 8, 24
Novembro, 2019]
Davi significa “amado e respeitado por Deus”,
enquanto Saul significa “pedido a Deus”. Ambos eram de boa aparência e
foram ungidos pelo profeta Samuel, ambos reinaram quarenta anos. Suas
semelhanças, porém, terminam aí. Davi foi um rei escolhido por Deus e não pelos
homens, enquanto Saul foi pedido pelos homens, fora da prioridade de Deus.
Muitas foram as diferenças entre esses dois reis, esses dois líderes. Eles
tomaram caminhos diferentes, fizeram coisas diferentes, viveram de forma
diferente, colheram resultados diferentes e morreram de forma diferente. Porém,
a diferença primordial entre eles não consiste em experiências e ou vivências,
mas em obediência! Saul era persistente na desobediência, enquanto Davi tinha
um coração obediente. Saul escolhia o que obedecer das ordens de Deus.
Em Hebreus 13.7, além da lista dos fiéis do
capítulo 11, o escritor faz os hebreus se lembrarem de seus próprios líderes
fiéis dentro da igreja.
2. O preço de proteger
Davi. Saul convocou Aimeleque
e seus sacerdotes para que se apresentassem em Gibeá. Não houve da parte de
Aimeleque reação nervosa; ele se declara limpo, pois tinha consciência de que
apenas ajudara Davi por tê-lo em grande consideração e por saber que era um
soldado da confiança de Saul, aliás, da família real, genro do rei. Apesar
dessa declaração sincera, Saul considerou-a um ato de traição, pois Aimeleque
havia ajudado Davi, não informando ao rei os seus movimentos. Assim, ele e seus
companheiros deveriam morrer. Houve uma recusa dos soldados em atacar os
sacerdotes, os ungidos de Deus. Foi alguém de fora, um edomita chamado Doegue,
que cometeu esse crime brutal. Observe o disparate de Saul: Deus ordenou que
ele matasse os amalequitas e não o fez; mas agora extermina prontamente a
família de sacerdotes, sem piedade alguma. Apenas um filho de Aimeleque,
Abiatar, sobreviveu, salvou o éfode santo e foi ter com Davi (1Sm 23.6). A
amizade entre Davi e Abiatar foi duradoura, ao longo de todo o seu reinado (1Rs
2.26,27), pois a família de Abiatar morreu para proteger Davi. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 4º Trimestre 2019. Lição 8, 24
Novembro, 2019]
Nessa audiência, Saul insistiu falsamente que
Aimeleque havia feito um pacto com seu inimigo Davi. Aimeleque respondeu
defendendo o caráter de Davi como leal a Saul. É importante aqui relembrarmos a
maldição à casa de Eli (1Sm 2.31), a morte de Aimeleque e seus filhos cumpre
essa maldição, com a exceção de Abiatar, o único sobrevivente da Chacina em
Nobe, onde Doegue, criado de Saul, matou 85 sacerdotes. Abiatar foi um Sumo
Sacerdote de Israel, exilado por Salomão (o único caso histórico da deposição
de um sumo sacerdote) e banido para sua casa em Anatote, por ter favorecido,
depois da morte de Davi, as pretensões de Adonias ao trono de Israel (1Rs
2.26-29). Embora Saul tivesse condenado Aimeleque e os sacerdotes à morte, seus
servos tinham suficiente sabedoria para não levantarem suas armas contra os
sacerdotes do Senhor, cabendo a Doegue esse papel assassino. “Também a Nobe,
cidade destes sacerdotes, passou a fio de espada: homens, e mulheres, e
meninos, e crianças de peito, e bois, e jumentos, e ovelhas” (1Sm 22.19). O
que Saul fracassou em fazer com justiça aos amalequitas (15.3,8-9), ele fez
injustamente com os cidadãos de Nobe.
3. A sina de
Doegue. Alguns
estudiosos acreditam que o Salmo 52 foi pronunciado por Davi predizendo o destino
de Doegue. Davi inicia o salmo mostrando que o ímpio ama a malícia e despreza a
bondade de Deus. O caráter do ímpio é descrito pelo salmista assim: a) sua
língua intenta o mal (Pv 10.31); b) traça enganos (Jó 15.35); c) despreza o bem
e ama o mal (Jr 9.4-5); d) não é reto no seu falar. Tudo indica que o
destinatário do salmista Davi é uma pessoa prepotente, arrogante; sua língua
era usada como arma para revelar o que estava dentro do seu coração perverso.
Por vezes, o ímpio se mostra perante as pessoas deste mundo com o espírito de
grandeza, soberba; busca sempre ser reconhecido e se apresenta como poderoso;
suas obras são perversas. O salmista deixa claro que Deus punirá esse ímpio
arrogante. Note que isso será feito de modo poderoso e pode ser visto pela
presença dos seguintes verbos bíblicos: destruir, arrancar, arrebatar,
desarraigar. O ímpio pecador será varrido da face da terra. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 4º Trimestre 2019. Lição 8, 24
Novembro, 2019]
O salmo 52 é uma lição poética sobre a futilidade
do mal, o triunfo final do justo e o controle soberano de Deus sobre os
acontecimentos morais da História. O fato na vida de Davi que o motivou a
escrever esse salmo está registrado em 1Sm 21—22. Logo no versículo 1, ‘homem
poderoso’, é uma referência a Doegue, chefe dos pastores, que contou a Saul
que os sacerdotes de Nobe haviam ajudado Davi enquanto ele era um fugitivo (1Sm
22.9,18-19).
SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO
"Irado, não convencido e tomado por um ódio selvagem, o rei ordenou a
execução de todo o grupo de sacerdotes. Quando seus próprios soldados se
recusaram a obedecer, o rei ordenou que Doegue executasse o crime. O edomita
assassinou oitenta e cinco sacerdotes, e destruiu a cidade sacerdotal de Nobe com
todos os seus habitantes (17-19). Existe um vivido contraste entre a recusa dos
próprios homens de Saul e a perversa disposição de Doegue - o que ressaltou a
atrocidade do acontecimento. Vestiam éfode de linho (18), ou seja, eram
sacerdotes do Senhor. Os de peito (19) eram bebês de colo. Abiatar, um
dos filhos de Aimeleque, conseguiu escapar do massacre e fugiu ao encontro do
grupo de Davi, a quem relatou o brutal crime que Saul incitara (20,21). 0 filho
de Jessé foi tomado pela tristeza, e contou a Abiatar sobre o seu medo quando
reconheceu Doegue em Nobe, durante a sua primeira e precipitada fuga (21.1-9).
Ele confessou ser a causa da morte de todos os sacerdotes e do povo de Nobe,
embora não intencionalmente (22)" (Comentário Bíblico Beacon: 2 Josué a Ester. Rio de Janeiro:
CPAD, 2005, p.218).
CONCLUSÃO
Deus usa instrumentos falhos para fazer a sua
obra nesta terra, como disse Paulo em 1 Coríntios 1.28: "E Deus escolheu
as coisas vis deste mundo, e as desprezíveis, e as que não são para aniquilar
as que são". Antes, porém, esses instrumentos devem ser trabalhados,
forjados pelo auxílio do Espírito Santo, a fim de que sejam vasos de honra no
trabalho do Senhor. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 4º Trimestre 2019. Lição 8, 24
Novembro, 2019]
Não podemos esquecer que as cavernas, assim como os
vales e desertos da vida não são permanentes e sim temporários. Portanto, saiba
que por mais pedregosos que seja os vales, por mais extensos que seja os
desertos, e por mais sombrios que seja as cavernas, são apenas lugares de
passagens, não são e jamais será o estado definitivo de nossas vidas, mas sim
momentos de aprendizados, amadurecimento e crescimento para a gloria de Deus!
Francisco Barbosa
Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br
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