quinta-feira, 11 de abril de 2019

Lição 2: OS ARTESÕES DO TABERNÁCULO

SUBSÍDIO I

Cheios do Espírito de Deus para Realizar a Obra

Ao escolher Bezalel e Aoliabe, Deus investiu em suas vidas para que os mesmos fossem inspirados e inventivos para fazerem cada peça do Tabernáculo. Toda a criatividade de Bezalel e Aoliabe obedeceria ao plano original de Deus entregue a Moises. Nada poderia ser feito ao bel-prazer, mas, sim, de acordo com o plano original. Moisés teve a garantia de que aqueles dois homens e todos aqueles que os ajudariam nas várias atividades seriam cheios do Espírito de Deus (Êx 31.3). Essa concessão seria manifestada em sabedoria, entendimento e ciência para a realização de todas as atividades que envolviam habilidades com metais, madeiras e peles. Todas as peças fabricadas para o Tabernáculo tinham significados especiais. Esse era o modo de Deus fazer conhecida a sua vontade e o seu desejo de habitar com o povo de Israel. Toda a simbologia constitui-se figura de representação da realidade espiritual. Para o ministério cristão, o requisito para a obra de Deus ser feita é ser cheio do Espírito Santo (ver Ef 5.18). 

A Prerrogativa de Deus (Êx 31.1,2)

É prerrogativa de Deus o direito de chamar quem Ele quiser. Quando Ele chama, assim o faz por nome, como fez com Moisés, Bezalel e Aoliabe. Deus é Soberano e conhece particularmente cada pessoa no mundo. Na Igreja, o método divino é o mesmo. Para o serviço do Tabernáculo, o Senhor escolheu aqueles que tinham habilidade para fazer determinada obra e encheu-os de conhecimento e ciência. Quando Jesus escolheu seus discípulos, Pedro foi especialmente escolhido para trabalhar com os judeus; mais tarde, Paulo foi escolhido para evangelizar os gentios. 
Para tornar suas habilidades ainda mais precisas, Bezalel e Aoliabe tiveram a provisão de Deus, que lhes concedeu sabedoria e ciência. Na Igreja, Deus tem concedido dons a pessoas que são investidas de sabedoria para edificarem espiritual, moral e doutrinariamente o corpo de Cristo. Os ministros de Deus tornam-se sábios arquitetos e construtores da Igreja de Deus (ver 1 Co 3.9). 

Os Talentos (Habilidades) de Bezalel e Aoliabe (Êx 31.1-6)

Bezalel fora especialmente escolhido por Deus por ser um artesão altamente profissional e por saber trabalhar com ouro, prata e cobre, além de outros materiais como madeira e pele. Bezalel sabia lavrar esses metais com esmero, bem como madeira para a confecção das peças sob medida que seriam utilizadas no Tabernáculo. Ele e Aoliabe estariam submetidos às revelações de Deus para a confecção das peças que envolviam os altares, as colunas e as cortinas com suas cores. Como escultores, artesãos, carpinteiros e marceneiros, Bezalel e Aoliabe eram especialistas, e tudo quanto fizeram no Tabernáculo, independentemente da estrutura, da estética e da beleza de seus trabalhos, eram feitos para a glória de Deus. Seus talentos pessoais seriam efetivados com a supervisão de uma equipe de obreiros qualificados para moldarem os muitos objetos sagrados com ouro, prata e cobre, e até mesmo os vestidos dos sacerdotes, que eram usados nas ministrações sacerdotais no culto do Tabernáculo, seriam lavrados com pedras preciosas. 

Os Talentos Revelados na Igreja (Mt 25.14-30)

A parábola de Jesus sobre os talentos envolvia a história de um homem rico que, precisando viajar e ausentar-se da sua terra, resolveu distribuir responsabilidades de negociação com os seus servos. Mateus utilizou o termo grego talanton, que significa “talento”, e referia-se a uma moeda de alto valor. O homem da parábola distribuiu os talentos aos seus servos de acordo com a capacidade de cada um deles para negociar com aqueles talentos, que podem representar qualidades naturais e graças espirituais que qualificam pessoas a realizarem determinados serviços para o Reino de Deus. Cada crente é dotado de algum talento com o qual poderá trabalhar para o Senhor Jesus e receber a devida recompensa pelo seu trabalho. Esses talentos podem representar “dons” concedidos pelo Espírito Santo, tanto em relação a talentos naturais quanto a talentos espirituais, os quais são identificados pelas habilidades úteis para os serviços da Igreja de Cristo. 

Texto extraído da obra “O TABERNÁCULO”, editada pela CPAD. 

COMENTÁRIO E SUBSÍDIO II

INTRODUÇÃO

Na aula de hoje estudaremos a respeito dos artesãos do Tabernáculo: Bazalel e Aoliabe. Aproveitaremos para destacar a importância de desenterrar os talentos, a partir da parábola contada por Jesus. É importante também sabermos que fomos capacitados por Cristo, e pelo Seu Espírito, para desenvolvermos ministérios e dons, com vistas à edificação da Igreja.

I. BEZALEL E AOLIABE
                                                                 
Bezalel e Aoliabe foram chamados por Deus para executar uma grande obra no Tabernáculo. O primeiro, pertencente a tribo de Judá, e o segundo, a tribo de Dã (EX. 31.1-6), se tornaram instrumentos nas mãos de Deus, para dar realce a construção daquela importante tenda móvel. O texto bíblico é enfático ao reconhecer que esses foram cheios do Espírito Santo, para realizar aquilo que Deus estabeleceu, com vistas não apenas a funcionalidade, mas também a estética do Tabernáculo. É digno de destaque que desde a Antiga Aliança Deus usa pessoas, dando a elas a capacitação necessária, para que Seu propósito seja alcançado. Existem várias personagens bíblicas no Antigo Testamento, cada uma delas com suas particularidades, a começar por Moisés e Arão, que foram guiadas por Deus, cada um sendo usado com sua especialidade. No Novo Testamento, percebemos o mesmo princípio, Paulo e Pedro foram discípulos de Jesus, um se destacou na pregação do evangelho aos judeus (Gl. 2.8), enquanto que o outro o fez entre os gentios (Rm. 11.13). Esse princípio é importante no contexto eclesiástico, a fim que possamos reconhecer as diversidades, e saber que o Espírito faz como lhe apraz.

II. DESENTERRANDO OS TALENTOS

Jesus contou uma parábola a respeito da importância de fazer os talentos prosperar. A Parábola dos Talentos, que se encontra em Mt. 25.14-30, é uma advertência a respeito da necessidade de desenvolvermos a obra de Deus, de acordo com os dons que recebemos da parte do Senhor. Jesus conta que um homem, partindo para fora da terra, chamou seus servos, entregando-lhe bens. Ele entregou a esses servos alguns talentos, considerando a capacidade de administrar cada um deles. A um entregou cinco, que granjeou mais cinco, a outro entregou dois talentos, que ganhou outros dois, mas o que recebeu apenas um talento, talvez por achar que era pouco, e por ter uma visão deturpada do seu senhor, decidiu esconder na terra o talento, para devolvê-lo quando o Senhor retornasse. Os servos que duplicaram seus talentos foram elogiados pelo senhor, por ocasião da sua volta, mas esse que escondeu o talento na terra foi repreendido pelo senhor. Esse servo é identificado pelo Senhor como “inútil”, tendo sido lançado nas trevas exteriores. Essa parábola revela a importância de se dedicar ao desenvolvimento do reino de Deus, e foi justamente isso que Cristo fez durante os dias em que esteve na terra. Os religiosos do seu tempo, principalmente os escribas e fariseus, ao invés de propagaram a boa mensagem, resolveram escondê-la e enterrando-a, privando as pessoas de conheceram a verdade do evangelho. A partir dessa Parábola somos advertidos a trabalho pelo Reino de Deus, atentando para o valor dessa preciosa mensagem.

III. OS DONS MINISTERIAIS E ESPIRITUAIS

Há diferentes palavras para dons em hebraico, destacamos: berekah, minhah, korban e teruma. Berekah é geralmente traduzida por benção, e diz respeito aos pronunciamentos de coisas boas em relação a outros (I Sm. 25.27; II Rs. 5.15-18). A palavra minhah traz o significado de oferta, geralmente entregue como parte do culto. Korban também significa oferta ou dádiva, trata-se de um dos termos mais gerais no hebraico para a oferta. Teruma pode ser traduzido como oferta, porção, dom ou contribuição. O verbo dar é natan em hebraico, que comunica a ação de entregar algo a alguém (Lv. 26.4; Dt. 11.14). No grego do Novo Testamento, temos as palavras doreá, no sentido de dádiva, sendo Cristo a maior dádiva de Deus (II Co. 9.15; Rm. 5.15; Ef. 3.4). O próprio Espírito Santo é uma dádiva de Deus, depois que o pecador se arrepende dos seus pecados (At. 2.38; 8.20; 10.45; 11.17). O termo dóron também transmite o significado de dádiva, relacionado especificamente às ofertas a Deus (Mt. 5.23,24; Lc. 21.1-4). Outra palavra grega associada às dádivas é eleemosuné, de conotação mais social, relacionada à contribuição aos necessitados (Mt. 6.2; Lc. 11.41; At. 9.36; 10.2). Palavras de bênçãos também podem ser pronunciadas na Nova Aliança, são as eulogias, cujo significado é o de expressar nosso desejo de que Deus abençoe os outros. A palavra charisma, em grego, está associada aos dons do Espírito Santo (I Co. 12). Mas tem uma dimensão mais ampla, tendo em vista que Timóteo recebeu um charisma, quando lhe impuseram as mãos, um dom para o exercício ministerial (I Tm. 4.14; II Tm. 1.6). Dentre os charisma que Paulo recebeu, destacamos o do celibato, tratando-se, portanto, de uma capacitação de Deus, não de uma imposição humana (I Co. 7.7). As palavras gregas relacionadas aos dons espirituais são charismata e pneumatikon, o primeiro diz respeito aos aspectos da graça na capacitação dos dons, e o segundo, ressalta o Espírito Santo como a fonte dos dons (I Co. 12.11).

CONCLUSÃO

A igreja deve favorecer a manifestação das capacitações do Espírito, com vistas à edificação do Corpo de Cristo. Ao invés de enfatizar demasiadamente os cargos, devemos estimular as funções ministeriais, dadas por Cristo e pelo Espírito Santo. Deus distribuiu talentos para a Igreja, agradecemos ao Senhor porque temos pessoas com dotes para a música, outros para o ensino ou para a evangelização. Todos, no entanto, devem respeitar as diferenças, e saber que somos partes do mesmo corpo, e que os ministérios são mais importantes do que os cargos.

José Roberto A. Barbosa
Disponível no Blog subsidioebd.blogspot.com

COMENTÁRIO E SUBSÍDIO III

INTRODUÇÃO

Nesta lição, veremos que Deus chama pessoas especiais para realizar obras especiais. Estudaremos a respeito da importância de ser cheios do Espírito para realizar uma grande obra. E concluiremos a lição com um chamado à consciência a respeito do uso do talento dado por Deus para a glória dEle. Ora, o Criador concedeu a Moisés instruções e capacitou pessoas para construir o Tabernáculo e executar obras especiais. Não é diferente hoje, pois Ele continua a capacitar os escolhidos para a sua obra e espera que a façamos.
No capítulo 31 de Êxodo temos o registro da escolha dos artífices da obra do tabernáculo bem como a orientação sobre o sábado santo e as duas tábuas do Testemunho. Temos que distinguir a soberania divina no ato de eleger, chamar, capacitar e enviar. Deus identificou dois homens por nome como especialmente escolhidos e divinamente habilitados, ou cheios do Espírito, para fazer tudo o que Deus revelara a Moisés (Êx 28.3; 36.1). Nenhum dos obreiros ficou isento de entendimento divinamente concedido para a complexidade da tarefa. Eles foram chamados de "artífices dotados", o que sugere habilidade previamente desenvolvida, Eles deveriam fazer tudo quanto fora prescrito (Êx 25—30).

I. HOMENS ESPECIAIS PARA SERVIÇOS ESPECIAIS (Êx 31.1,2,6)
                                                                 
1. Bezalel e Aoliabe, chamados por Deus (Êx 31.2,6). Na lição passada, vimos que o Tabernáculo devia ser construído, bem como suas peças habilidosamente talhadas. Para executar essa obra, Deus chamou Bezalel e Aoliabe. O primeiro era da Tribo de Judá; o segundo, da Tribo de Dã (Êx 31.2,6). Ambos foram capacitados pelo Espírito de Deus a fim de trabalharem em toda sorte de obra em ouro, prata, bronze e madeira.
Eu chamei pelo nome de Bezaleel” - Isto é, eu particularmente nomeei essa pessoa para ser o superintendente-chefe de todo o trabalho. Seu nome é significativo, בצלאל betsal - el , ‘dentro ou sob a sombra de Deus’, ou seja, sob a proteção especial do Altíssimo . Era filho de Uri, filho de Hur, filho de Calebe ou Chelubai, filho de Esron, filho de Perez, filho de Judá (Veja 1Cr 2.5, 9, 18-20). Aoliabe da tribo de Dan é nomeado ao lado de Bezaleel e faz parceria com ele. Note que aquele Hirão, que era o cabeça-trabalhador na construção do templo de Salomão, também era da tribo de Dan (2Cr 2.14).

2. A prerrogativa de Deus (Êx 31.1,2). O texto bíblico de nossa lição mostra que Deus chama a quem Ele quer para executar sua obra. Ele conhece a natureza de cada filho e, de acordo com ela, distribui talentos conforme a capacidade de cada um. Não por acaso, para construir o Tabernáculo, o Criador chamou pessoas inclinadas às artes e às ciências, capacitando-as para potencializar essas habilidades. Essa forma de Deus chamar está registrada ao longo das Escrituras. Pedro foi convocado para exercer seu ministério entre os judeus (Gl 2.8); e Paulo, com os gentios (Rm 11.13). Tratava-se de pessoas estratégicas para fazer obras estratégicas. É assim que Deus age.
Ao longo da história da Igreja, o Pai Celestial capacitou pessoas e deu-lhes sabedoria para edificarem o Corpo de Cristo. Ele pode falar ao seu coração agora acerca de um chamado. Seja sensível a voz dEle! Deus é quem chama!
 Filipenses 2.13 diz que “... pois é Deus quem produz em vós tanto o querer como o realizar, de acordo com sua boa vontade”. Embora o crente seja responsável pelo trabalho, na verdade, o Senhor mesmo é quem, em última instancia, produz as boas obras, e o fruto do Espírito na vida dos crentes (Jo 15.5; 1Co 12.6). Isso é realizado porque ele opera por nosso intermédio pelo seu Espírito que habita em nós (At 1.8; 1 Co 3.16-17; 6.19-20; cf. Gl 3.3). É Deus quem estimula tanto os desejos do cristão quanto suas ações. A palavra grega para "querer" indica que ele não está focando em meros desejos ou em emoções caprichosas, mas na intenção pensada de cumprir um propósito planejado. O poder de Deus faz a sua igreja desejar viver uma vida piedosa (cf. SI 110.3). O alvo de Deus é que os cristãos façam o que o agrada (Ef 1.5.9; 2Ts 1.11). O Espírito Santo, o qual não tem outro senão um evangelho, havia capacitado tanto Pedro quanto Paulo para os seus respectivos ministérios. A única conclusão a que esses líderes podiam chegar era de que a graça de Deus era a responsável pela poderosa pregação do evangelho e edificação da igreja por meio dos esforços de Paulo.

3. A pluralidade do serviço cristão (Rm 12.4-8; 1Co 12.8-10,28). Muitas são as necessidades da igreja local, tanto de ordem espiritual quanto material (At 6.14). Elas manifestam-se na manutenção da comunhão cristã entre os irmãos, bem como na organização dos elementos funcionais do culto cristão. Para isso, na obra do Senhor, há lugar para diversidades de dons e talentos que envolvam liderança espiritual, musical, ação social e muitas outras esferas que exponham a necessidade da obra. Que você aplique o seu talento na obra de Deus!
Romanos 12.4-8 é uma das duas passagens do Novo Testamento (a outra é 1Co 12.12-14) que apresenta as características gerais dos dons espirituais. A ênfase de cada lista não está em os cristãos identificarem o seu dom de maneira perfeita, mas em usar fielmente a capacidade exclusiva que Deus deu a cada um. O fato das duas listas diferirem sugere claramente que os dons são como uma paleta de cores básicas, as quais Deus combina a fim de obter uma tonalidade exclusiva para a vida de cada discípulo. Para exemplificar isso, o apóstolo utiliza a simbologia do corpo humano e afirma que, exatamente como corpo natural, Deus, de modo soberano, deu ao corpo de Cristo uma diversidade especial. Deve ficar muito claro em nossa mente que o próprio dom (1Co 12.4), a maneira específica na qual é usado (1Co 12.5) e os resultados espirituais (1Co 12.6) são iodos escolhidos de maneira soberana pelo Espirilo, totalmente à parte de mérito pessoal (1Co 12.11). O Espírito Santo tem muitas funções, papéis e atividades. Primeiro, Ele trabalha nos corações de todas as pessoas em todos lugares. Jesus disse aos seus discípulos que enviaria o Espírito ao mundo para convencer “o mundo do pecado, da justiça e do juízo” (Jo 16.7-11). Todas as pessoas têm uma consciência de que Deus existe, quer admitam ou não, pois o Espírito aplica as verdades de Deus às mentes dos homens para convencê-los com argumentos suficientes e justos de que são pecadores. Responder a essa convicção leva os homens à salvação.

SUBSÍDIO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO
Após fazer a revisão da aula anterior nos primeiros cinco minutos, revele os objetivos e o ponto central da presente aula. Mostre o esboço da aula desta semana: (I) Homens Especiais para Serviços Especiais; (II) Cheios do Espírito, Sabedoria, Entendimento e Ciência; (III) Usando os Talentos para a Glória de Deus.
Esses passos são importantes porque, diferentemente de nós, os professores, o aluno quase sempre não tem o arcabouço da aula na mente. Você pode aproveitar essa oportunidade para estimular o aluno a ler a lição na semana anterior à ministração da aula.
O processo do ensino-aprendizagem só acontece quando o professor e o aluno têm a consciência do mesmo objeto de estudo. Diferente disso, não há aprendizado.
II. CHEIOS DO ESPÍRITO, SABEDORIA, ENTENDIMENTO E CIÊNCIA (Êx 31.3-5)

1. Cheios do Espírito para realizar a obra (v.3). O texto bíblico diz: “o enchi do Espírito de Deus”. Essa afirmativa vai ao encontro do que nós, pentecostais, sempre afirmamos: não há nada que possamos fazer na vida sem a direção e a ação poderosa do Espírito Santo. O texto em destaque declara que toda a criatividade, sabedoria, entendimento e ciência para construir o Tabernáculo e talhar cada peça em ouro, prata, bronze e madeira promanavam do Espírito de Deus. Aqui, há uma verdade maravilhosa para nós: para realizarmos uma obra espiritual, precisamos estar capacitados pelo Espírito Santo. Nessa perspectiva colocamos todas as nossas habilidades aprendidas nos bancos das escolas, das faculdades e da jornada da vida a serviço do Rei Jesus. Assim, Deus nos usará poderosamente!
Portanto, a simbologia da capacitação espiritual para a construção do Tabernáculo se constitui figura de realidade espiritual do povo de Deus no ministério cristão (At 6.3; Ef 5.18).
Há uma ordem de Paulo em Efésios 5.18 de buscarmos o enchimento do Espírito. A verdadeira comunhão com Deus é induzida pelo Espírito Santo. Notemos que nesse texto, o apóstolo não está falando a respeito da habitação do Espírito Santo como no texto de Romanos 8.9, pois todo cristão é habitado pelo Espírito no momento da salvação. Em vez disso, ele está dando uma ordem aos cristãos para viverem continuamente sob a influência do Espírito, deixando a Palavra controlá-los (Cl 3.16), buscando uma vida pura, confessando todo pecado conhecido, morrendo para si mesmos, rendendo-se à vontade de Deus e dependendo do seu poder em todas as coisas. Ser cheio do Espírito é viver na presença consciente do Senhor Jesus Cristo, deixando a mente dele, por meio da Palavra, dominar tudo que é pensado e feito. Ser cheio do Espírito é o mesmo que andar no Espírito (Gl 5.16-23). Cristo exemplificou esse modo de vida (Lc 4.1). Efésios 5.19-21 resumem as imediatas consequências pessoais de obedecer à ordem de ser cheio do Espírito, ou seja, cantando, dando graças e submetendo-se humildemente aos outros. O restante da epístola apresenta a instrução com base na obediência a essa ordem. Em Ef 5.18, o poder e a motivação para todos os efeitos é o enchimento do Espírito Santo.

2. Habilidades especiais para obras especiais (vv.4,5). A Bíblia mostra uma diversidade de dons relacionados ao serviço cristão (Rm 12.3-8; 1Co 12.4-6) — dons esses que foram distribuídos pelo Espírito Santo, segundo o apóstolo Paulo — na mesma perspectiva do processo de escolha de Bezalel e Aoliabe para a construção do Tabernáculo (vv.4,5).
Na igreja local, muitos trabalhos requerem habilidades especiais. Por exemplo, quem escreve precisa ser habilidoso no ofício da escrita; quem canta precisa ser habilidoso no ofício do canto; quem toca precisa ser habilidoso no ofício instrumental; quem prega precisa ser habilidoso no ofício da interpretação de texto e da retórica. Enfim, as necessidades de habilidades especiais para realizar obras especiais são inúmeras. Por isso que o Espírito Santo capacita pessoas para atividades bem específicas. É verdade que os dons de Deus não dependem de habilidades naturais. No entanto, o Senhor chama pessoas que tenham habilidades especiais para potencializá-las e, assim, executarem serviços complexos na igreja local.
Precisamos entender que ao falarmos de dons, não estamos falando de talentos, perícias ou habilidades naturais que tanto os cristãos quanto os incrédulos possuem. Estes são, de maneira soberana e sobrenatural, concedidos pelo Espírito Santo a todos os cristãos (1Co 12.7,11) visando capacitá-los a edificar espiritualmente uns aos outros de modo efetivo e, assim, honrar ao Senhor. A variedade de dons pode ser classificada em dois tipos gerais: fala e serviço (1Co 12. 8-10; Rm 12.6-8; 1Pe 4.10-11). Os dons da fala, ou verbais (profecia, conhecimento; sabedoria, ensino e exortação) e os dons do serviço, não verbais (liderança, socorro, contribuição, misericórdia, fé e discernimento) são todos dons permanentes que atuarão ao longo de toda a existência da igreja. O propósito deles é edificar a igreja e glorificar a Deus. Tanto essa lista como a de Rm 12.3-8 são mais bem vistas como uma representação das categorias dos dons entre os quais o Espírito Santo escolhe para dar a cada cristão aquele ou aqueles conforme lhe apraz (1Co 12.11). Alguns cristãos podem ser dotados com dons semelhantes a de outros quanto à categoria, mas são pessoalmente únicos, pois o Espírito ajusta cada dom da graça divina à pessoa. Existe um grupo cristão protestante que afirma que os dons de milagres, cura, variedade de línguas e interpretação de línguas foram de manifestação temporária, restritos à era apostólica e, portanto, cessaram – são conhecidos por ‘cessacionistas’; afirmam isso baseados em textos como o de 1 Co 13.8-10, afirmando que estes dons cessaram por ocasião do Canon do Novo Testamento estar concluído. Nós pentecostais cremos na atualidade desses dons e no seu propósito de autenticar a mensagem como a verdadeira Palavra de Deus. O Senhor concede aos cristãos áreas exclusivas para o ministério, nas quais eles podem exercer seus dons, e fornece todo o poder a fim estimulá-los e realizá-los (Rm 12.6).
SUBSÍDIO TEOLÓGICO

“Cultive a disposição de compartilhar com os outros. Os dons são manifestos quando as pessoas têm a expectativa de ouvir um recado de Deus, quer através das Escrituras, dos cânticos ou de um sussurro suave. Ensine-as a ouvir a voz de Deus. Ofereça aplicações práticas com exemplos pessoais e da vida de outras pessoas. Quando os dirigentes determinam um horário para compartilhar os dons, eles mesmos devem ter uma bênção para contar. Não deixe que ninguém diga, depois de longo período de silêncio: ‘Ninguém ouviu um recado de Deus’. Pelo contrário, devemos dizer: ‘Permaneçamos na presença do Deus que nos inspira reverência, e, se alguém tiver uma bênção para contar, fale’. Chegue, então, a um término positivo, contando aos demais as impressões de Deus sobre você. Como líder, esteja disposto a compartilhar. Seja um exemplo de semelhante expectativa” (HORTON, M. Horton (Ed.). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2018, p.492).
III. USANDO OS TALENTOS PARA GLÓRIA DE DEUS

1. Os talentos (habilidades) de Bezalel e Aoliabe. Já vimos que Bezalel e Aoliabe eram artesãos altamente capacitados para trabalhar com ouro, prata e cobre, além de outros materiais como madeira. Mas algo devemos destacar: ambos se submeteram à revelação de Deus para executar com maestria as peças dos altares, colunas, cortinas e cores. Assim, revestidos do Espírito de Deus, Bezalel e Aoliabe passaram a ser especialistas para fazer tudo quanto fosse necessário para construir a estrutura do Tabernáculo de maneira esteticamente bela. Eles primeiro submeteram-se! Por isso o que faziam era para a glória de Deus!
Para fazermos alguma tarefa que glorifique a Deus precisamos ter a consciência profunda de que foi Ele quem nos chamou. Esse é o passo fundamental para que o nosso trabalho glorifique a Deus. Depois, é preciso admitir que, embora você tenha a mais importante capacitação secular, Deus sempre é quem dá a última instrução. Experimente submeter-se a Deus e fazer qualquer tarefa para a glória dEle!”.
1 Coríntios 12 descreve os dons espirituais outorgados aos crentes para que possamos funcionar como o corpo de Cristo na terra. Todos esses dons, grandes e pequenos, são dados pelo Espírito para que possamos ser Seus embaixadores ao mundo, mostrando Sua graça e glorificando a Ele. Agora, temos que distinguir a diferença entre talentos e dons, não são a mesma coisa. O que é certo é que ambos são dádivas divinas, aumentam em efetividade com o uso, são para ser usados a favor de outras pessoas, não para propósitos egoístas. O apóstolo afirma em 1 Coríntios 12.7 que os dons espirituais são dados para beneficiar outras pessoas.... não a nós mesmos. Como os dois maiores mandamentos são para amar a Deus e a outras pessoas, dá-se a entender que talentos devem ser usados para esse propósito. No entanto, talentos e dons espirituais diferem em para quem são dados e quando. Uma pessoa (independente de sua crença em Deus e Cristo) recebe talento/habilidade natural (alguns têm a habilidade natural para música, arte ou matemática), isso fruto da genética, ambiente (crescendo em uma família musical vai ajudar o desenvolvimento do talento em música), ou simplesmente porque Deus quis favorecer certas pessoas com certos talentos (por exemplo, Bezalel em Êxodo 31.1-6). Já os dons espirituais são dados àqueles que foram recebidos no Corpo de Cristo, pelo Espírito Santo (Rm 12.3,6) no mesmo tempo em que colocam sua fé em Cristo para obter perdão de seus pecados. Naquele momento, o Espírito Santo dá ao novo crente um ou mais dons espirituais que deseja que aquele crente tenha (1Co 12.11).
 Neste caso em particular, Bezalel e Aoliabe foram homens hábeis escolhidos por serem os melhores artesões da sua nação, e trabalharam com todo o apoio do líder nacional. Registros históricos desta nação mencionaram as contribuições destes homens ao patrimônio público quase 500 anos depois. Já eram habilidosos, ainda mais depois de serem cheios do Espírito... Seu trabalho durou séculos e foi reconhecido por pessoas em países ao redor do mundo. Até aos dias de hoje, artistas procuram imitar sua obra na forma de réplicas e ilustrações. Assim, vemos alguns critérios nessa chamada:
Deus vê o interior e não o exterior.(1Sm 16.7)
Deus escolhe aqueles cujo coração é totalmente dele.(2Cr 16.9)

2. Os talentos revelados na Igreja (Mt 25.14,15). Embora Mateus 25 seja uma passagem bíblica que trata acerca da volta de Jesus, ela é uma bela ilustração para mostrar o que Deus espera que nós façamos com a nossa vocação. O que Ele exigiu de Bezalel e Aoliabe também está contemplado na Parábola dos Talentos. Nessa parábola a palavra grega talanton, que significa “talento”, ganha destaque. O termo refere-se à moeda de alto valor. Nesse contexto, o homem rico distribuiu vários talentos aos servos de acordo com a capacidade de cada um para negociar. Naturalmente, o homem rico esperava receber retorno dos servos. A mensagem aqui é clara: quando o Senhor voltar, Ele deseja nos encontrar trabalhando de acordo com as habilidades que Ele nos capacitou para o seu reino. Desenvolver os talentos simboliza perseverar na fé e o comprometer-se em colocar a serviço do Corpo de Cristo tudo o que o Senhor nos concedeu.
Cada crente é dotado de algum talento com o qual poderá trabalhar para o Senhor Jesus e receber a devida recompensa pelo trabalho quando nos encontrarmos no Tribunal de Cristo (2Co 5.10). Não desperdice o talento que Deus lhe deu. Honre ao Senhor com os seus talentos!
O apóstolo em 2º Coríntios 5.10 descreve a motivação mais profunda do cristão e o maior propósito em agradar a Deus — a compreensão de que cada cristão deve, enfim e de modo inevitável, prestar contas a Ele. O tribunal de Cristo refere-se, metaforicamente, ao lugar onde o Senhor se sentará para avaliar a vida dos cristãos com o objetivo de entregar a eles os galardões eternos. É uma tradução da palavra grega bema, uma plataforma elevada onde os atletas vitoriosos (Olimpíadas) se colocavam para receber a coroa. O termo também é usado no Novo Testamento para se referir ao lugar do julgamento, como quando Jesus ficou diante de Pôncio Pilatos (Mt 27.19; Jo 19.13), mas, aqui, a referência é, definitivamente a analogia atlética. Corinto possuía tal plataforma onde tanto os prêmios dos atletas quanto a justiça legal eram dispensados (At 18.12-16), de modo que os coríntios compreenderiam a referência de Paulo.. As ações ocorridas durante o tempo do ministério terreno do cristão, não incluindo os pecados, uma vez que o julgamento deles ocorreu na cruz (Ef 1.7). Paulo se refere a todas aquelas atividades realizadas pelos cristãos durante a sua vida, as quais dizem respeito ao galardão eterno deles e ao louvor a Deus. O que os cristãos fizerem com o seu corpo temporário terá, à vista dele, um impacto para a eternidade (1Co 4.3-5; Rm 12.1-2; Ap 22.12).
O que é certo é que Deus deu a cada um de nós dons e talentos para a Sua própria glória e Ele deseja que usemos nossos dons/talentos/habilidades para honrá-Lo. Ele tem um propósito nessa Terra que só pode ser cumprido por mim e por você, com a capacitação que Ele nos entregou. Por isso, é muito importante que entendamos que somente cumprindo esse propósito, nos sentiremos plenos, realizados e felizes. Fora dele, só resta constante frustração.


SUBSÍDIO VIDA CRISTÃ

“Ministros – Labaredas de Fogo
Os ministros de Deus são ‘labaredas de fogo’. Ele quer que todos os homens e mulheres estejam em chamas. O seu desejo não é apenas que sejamos salvos do pecado, mas que estejamos ardendo em fogo espiritual. O Espírito Santo é dinamite e fogo na alma do crente. Ele deseja que tenhamos o poder do trovão do raio. O Espírito Santo é o raio. Ele atinge os homens com a convicção, mata-os para o mundo e os faz reviver em Cristo.
Eu coloquei tudo no altar, entreguei ao Senhor tudo pelo que havia esperado e desejado. Então, quando orei, o fogo desceu e Deus me santificou e tornou-me santo. Depois fui para a casa e disse: ‘Tenho outra religião’. Na verdade, não era outra religião. O velho Ismael fora expulso, e a natureza carnal, destruída. Deus encheu-me de amor, fechou a porta e deixou-me naquele estado. E nada podia entrar, senão o amor” (SEYMOUR. Devocional: O Avivamento da Rua Azusa. Série: Clássicos do Movimento Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, pp.139-40).
Que estejemos prontos como instrumentos disponíveis a serem usados na maravilhosa obra de Deus.

CONCLUSÃO

No Reino de Deus muitas habilidades poderão ser utilizadas, não somente as de caráter espiritual, mas também as de caráter social, educacional e material. Quantos templos, por exemplo, têm sido construídos por pessoas dotadas de talentos especiais para esse trabalho? A recompensa dos que dão o melhor de suas vidas será dada por Deus aos que forem fiéis em toda boa obra. Esforce-se com esmero e amor!
Deus identificou dois homens por nome como especialmente escolhidos e divinamente habilitados, ou cheios do espírito, para fazer tudo o que Deus revelara a Moisés (confira Êx 28.3). Habilidades, talentos e dons são presentes dados por Deus a fim de que possamos usá-los para a honra e glória dEle. Nesta conclusão, acho importante deixar um alerta:
Muitas pessoas gostariam de cantar em um ministério de louvor, se tornar pastor, evangelista, missionário(a), pregar no púlpito da igreja, gravar um CD e coisas assim. Tudo isso, se vem de Deus para o seu coração, certamente irá se cumprir. Porém, é comum encontrarmos pessoas frustradas porque sonham os seus próprios sonhos, e não os sonhos de Deus. Elas insistem em fazer algo no qual não foram chamados para fazer e com isso nunca se sentem realizadas. Se você está confuso em relação aos seus dons e talentos, analise quais são as suas habilidades, o que você mais gosta de fazer e o que mais "arde" dentro do coração. Peça a Deus para te revelar em qual área você pode ser mais útil para o Seu Reino e Ele te mostrará no dia-a-dia, nos pequenos detalhes, os propósitos Dele para a sua vida.” (Pr ANTONIO JUNIOR).

Achando-se as tuas palavras, logo as comi, e a tua palavra foi para mim o gozo e alegria do meu coração; porque pelo teu nome sou chamado, ó Senhor Deus dos Exércitos”. (Jeremias 15.16)
   
Francisco Barbosa
Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br

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