sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

LIÇÃO 4: POSSESSÃO DEMONÍACA E A AUTORIDADE DO NOME DE JESUS



SUBSÍDIO I

 Possessão Demoníaca e a Autoridade do Nome de Jesus 

A possessão demoníaca só pode ser vencida com a autoridade do nome de Jesus. Ela é uma realidade espiritual que escraviza pessoas e faz com que elas não tenham domínio sobre suas faculdades psíquicas, transformando-as em pessoas destituídas de qualquer lucidez para a vida. Só a autoridade do nome de Jesus pode libertar tais pessoas dessa escravidão espiritual.

Sobre o texto temático

O texto sobre o qual recai a nossa atenção para a lição desta semana é o de Marcos 5.2-13. A narrativa fala a respeito do endemoninhado gadareno. Este primeiro tópico refere-se sobre a questão da harmoniada narrativa, a opressão dos demônios sobre a pessoa e o quadro estarrecedor que os demônios fazem a pessoa viver. Aqui, é preciso dar importância ao estudo da harmonia das narrativas. O texto dos Evangelhos mostra duas versões que variam o número de endemoninhados. Aqui, sugiro a leitura do Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento, nas seções que abordam as narrativas de Marcos 5.1-20, Mateus 8.28-34 e Lucas 8.26-39. Mais importante que as os pormenores de questões de harmonização das narrativas, são que as seções dos Evangelhos mostra no quadro aterrador de uma possessão maligna.

Sobre a Legião

A possessão sobre o gadareno era um fenômeno constituído de uma variedade singular de demônios. Era uma legião. Eram muitos demônios incorporados numa pessoa. O quadro mostra que para expulsar esses demônios era necessário o uso da autoridade do nome de Jesus (neste caso, acrescido de jejum e oração). Isto é o que o presente relato quer mostrar: os demônios só deixam a pessoa em nome de Jesus.

Sobre o poder de Jesus

O terceiro tópico mostra que os demônios sabem quem é Jesus e a soberania dEle sobre eles mesmos. A autoridade de Jesus trouxe o gadareno de volta ao seu perfeito juízo. Esta é a obra que o Senhor ordenou para que o seu povo fizesse: libertar os cativos. Só o nosso Senhor pode fazer isso pelo pecador. Não há como enfrentar o Maligno por meio de uma força própria. Ele só pode ser vencido pela autoridade do nome de Jesus. Ou seja, não há força ou sabedoria humana que possa livrar uma pessoa das "mãos" dos demônios. Mas só o nome soberano de Jesus pode livrar a humanidade desse mal! Revistamo-nos, pois,de toda a armadura de Deus! 

Texto extraído da Revista Ensinador Cristão (Ano 20 - nº 77 - jan/fev/mar de 2019)

COMENTÁRIO E SUBSÍDIO II

INTRODUÇÃO

Os demônios atuam na esfera humana, ainda que alguns tentem negar essa verdade. A ciência moderna, com o objetivo de reduzir tudo ao material, atribui a possessão demoníaca aos transtornos mentais. Essa, no entanto, é uma realidade no contexto bíblico, reforçada pela experiência. Na aula de hoje, estudaremos a respeito da realidade da possessão demoníaca, e o mais importante, a autoridade de Jesus sobre as potestades espirituais.

I. ANÁLISE TEXTUAL
                                                                 
Logo após Jesus sair do barco, pois estava ensinado às pessoas, saiu-lhe ao encontro um homem com um espírito imundo – pneumati akatharti – isto é, um espírito impuro. E esse, fazia com que aquele homem morasse nos sepulcros, e tinha uma força extraordinária, de modo que ninguém podia prender – o verbo grego é deô, indicando que nada podia atá-lo, ou mais precisamente, amarrá-lo (v.2). E isso é reforçado no versículo seguinte, pois muitas vezes foi preso com grilhões – pedais – correntes e cadeias – halusesin – prisões, mesmo assim, sua força era tão grande que fazia as correntes e cadeias não passarem de migalhas – synthretipetai – destruindo em pedaços (v. 3). E mais, esse espírito imundo o impulsionava a andar de dia e de noite clamando pelos montes, fazendo com que o homem ferisse a ele mesmo com pedras. Paradoxalmente, quando esse homem vê Jesus, corre para o adorar – prosekynesen – se prostrando aos seus pés. E reconhece que Jesus é o Filho do Deus Altíssimo – huie tou Theos ho hupsistos. O demônio pede a Jesus que não o atormente – basanizo, que dá ideia de perturbar. Jesus, com autoridade divina, pergunta qual o nome daquele demônio, e esse responde: Legião – legion, e o próprio explica – porque somos muitos (v. 9). O demônio roga a Jesus para que não o enviasse para fora daquela província – chora – região, país ou área de atuação. Naquela ocasião, pastava no monte uma grande manada de porcos, e os demônios rogaram a Jesus para que os mandasse para entrar nos porcos. Jesus permitiu, os espíritos imundos entraram nos porcos, e a manada se precipitou por um despenhadeiro no mar, e ali se afogou (v. 13).

II. INTERPRETAÇÃO TEXTUAL

Esse episódio ocorreu próximo a Gerasa, uma cidade pequena próxima ao mar, na narrativa de Mateus, é especificado que era na região de Gadara (Mt. 8.28). Havia ali . um demônio – espírito imundo – que se apoderava de um homem e que o tentava destruir. Essa realidade é coerente o que Jesus ensinou, o diabo veio para roubar, matar e destruir (Jo. 10.10). Aquele homem cortava a si mesmo, utilizando-se de pedras, tendo tendências autodestrutivas. Há quem defenda que toda tendência suicida é demoníaca, mas isso nem sempre é verdade. Existem pessoas que têm problemas mentais e que demandam tratamento especializado. Mesmo assim, não se pode negar que as potestades do mal se aproveitam da vulnerabilidade humana para inculcar tendências autodestrutivas (Mc. 5.5). Esse demônio se apropria da voz daquele homem, isso mostra que os espíritos imundos podem se utilizar das funções biológicas, inclusive dando-lhe maior capacidade, considerando que ninguém podia prender aquela pessoa. A partir desse texto, aprendemos também que os demônios agem de maneira orquestrada, em alguns casos, como um exército, já que se chamava Legião, que em Roma era composta por 6.000 soldados, não sabemos ao certo se esse era o total de demônio existentes naquele homem, mas certamente eram muitos (Mc. 5.9). Os porcos, no contexto da cultura judaica, eram considerados animais impuros, por isso, os demônios pediram para serem lançados neles (Mc. 5.13). Jesus permitiu que tais espíritos fossem para os porcos, e esses morreram ao caírem no despenhadeiro. É digno de destaque que as pessoas daquela região, ao invés de ficarem satisfeitas com a libertação do homem, preferiram lamentar o prejuízo, deixando de ver a importância da restauração da sua condição normal.

III. APLICAÇÃO TEXTUAL

Os demônios existem, e continuam atuando nos dias atuais, mas o poder deles está limitado, Jesus tem autoridade para expulsá-los, como fez nos tempos antigos. A presença do Senhor, em ambientes dominados pelas forças do maligno, pode fazer com que esses sejam modificados. O fato de Jesus ter perguntado o nome dos demônios não é fundamento para entrevistá-los, como fazem algumas igrejas neopentecostais em programas televisivos. Além disso, não podemos deixar de considerar que o diabo é o pai da mentira, portanto, não é digno de crédito. É preciso também ter cuidado, para não supervalorizar a atuação demoníaca, e não fazer propaganda demasiada da sua atuação. Existem pregadores que falam tanto a respeito do demônio em suas preleções que esquecem de enfatizar a cruz do nosso Senhor Jesus Cristo, que deve ser nossa mensagem central. Existem, nesses tempos difíceis, muitas pessoas que estão debaixo do controle das hostes infernais, precisamos continuar pregando a boa nova do Reino de Deus, e expulsando os demônios na autoridade de Jesus. Mas devemos saber, conforme nos é revelado nas Escrituras, que expulsar demônios não tem por objetivo espetacularizar o evangelho. Muito pelo contrário, o mais importante é o Reino de Deus, e o ato de expulsar os demônios é apenas um sinal, que antecipa o “já”, do “ainda não”, quando os poderes das trevas serão definitivamente destronados. Assim, com a autoridade do nome de Jesus, devermos expulsar os demônios, mas não podemos deixar de anunciar que o reino de Deus está no meio de nós.

CONCLUSÃO

Os demônios continuam atuando no planeta terra, e instrumentalizando pessoas para causar a destruição delas mesmas, bem como de outros. Na autoridade do nome de Jesus, podemos expulsá-los, a fim de que essas pessoas sejam libertas, e possam viver para a glória de Deus. É importante que estejamos cientes do poderio de Jesus sobre os poderes das trevas, e que ao expulsamos os demônios, estamos antecipando a realização do reino de Deus, que terá sua plenitude no futuro.

José Roberto A. Barbosa
Disponível no Blog subsidioebd.blogspot.com

COMENTÁRIO E SUBSÍDIO III

INTRODUÇÃO

O relato do endemoninhado gadareno encontra-se também em Mateus e Lucas, com algumas variações. O fato revela informações sobre a possessão demoníaca e o poder absoluto de Jesus sobre todo o reino das trevas. É o prenúncio da vitória final de Cristo sobre Satanás e seus anjos. E não somente isso, mas também uma prova viva de que podemos confiar em Jesus.
Já temos visto nas lições anteriores que os demônios são anjos caídos, espíritos maus (também chamados de imundos) a serviço de Satanás; Hoje veremos que estes espíritos podem apossar-se de pessoas e dominá-las completamente, causando tormentos, doenças, deformidades físicas, convulsões e principalmente transtornos mentais. É interessante notar que, mesmo sendo contrários ao Senhor e aos Seus santos, estes espíritos continuam ‘estremecendo’ diante do Nome do Senhor; Referem-se a Deus como o “Deus Altíssimo” (Mc 5.7; At 16.17) e a Jesus como o “santo de Deus” (Mc 1.24) ou o “Filho do Deus Altíssimo” (Mc 5.7). Eles chegam a falar dos dois temas contrários: a salvação (At 16.17) e o dia do juízo (Mt 8.29). Lucas registra o encontro de Jesus com o endemoninhado de Gadara e sua libertação (Lc 8.35). Esse encontro provocou diferentes reações nos homens e naqueles espíritos imundos:
● Os demônios pediram “com insistência” a Jesus que os transferisse do corpo daquele homem para os porcos que pastavam nas imediações.
● Os gadarenos pediram “com insistência” que Jesus saísse da terra deles.
● E o ex-endemoninhado pediu “com insistência” que Jesus o deixasse permanecer na companhia dele. O que foi liberto escolheu confiar no Senhor – Dito isto, convido-o a pensar maduramente a fé cristã!

I. A POSSESSÃO MALIGNA
                                                                 
1. Harmonização nas narrativas. Mateus afirma que foram dois endemoninhados (Mt 8.28). Mas Marcos e Lucas registram apenas um (Mc 5.2; Lc 8.27). Os pormenores descritos em Marcos são de um só, razão pela qual a narrativa está concentrada nele. Marcos e Lucas registraram apenas o mais violento e o mais feroz deles. O outro detalhe é que Mateus apresentou apenas um resumo do episódio, pois a sua ênfase é a autoridade de Jesus sobre os espíritos malignos. Mateus omite o fato de o porta-voz dos demônios se identificar como "legião" e também o desejo de o gadareno, após sua libertação, seguir a Jesus.
 Em Mateus 8.28-34, encontramos a história da cura de dois endemoninhados gadarenos, já nos relatos paralelos de Marcos 5.1-14 e Lucas 8.26-34, falam de um homem curado por Jesus. Talvez alguns algozes das Escrituras afirmem tratar-se de uma contradição, no entanto, a diferença pode ser explicada. “A explicação, neste caso, é que Mateus foi mais detalhista em seu escrito, como aconteceu também no relato que ele fez a respeito da cura de dois cegos (Ver Mt 20.30). Quanto a Marcos e Lucas, eles se ocuparam apenas em focalizar o endemoninhado proeminente. O que devemos levar em consideração no relato desses evangelistas é o propósito de suas narrativas. Ou seja, seu ponto principal: houve ou não o milagre da libertação? Os autores têm a mesma posição quanto ao poder de Cristo? São unânimes ao demonstrar evidências de que Jesus era de fato o Messias ou vacilam nas credenciais messiânicas? Podemos perceber, no Novo Testamento, que todos os evangelistas procuram apresentar evidências conclusivas sobre a vida, ministério, sacrifício, morte e ressurreição de Jesus. E não apenas os evangelistas, mas os inimigos de Cristo (as classes religiosas de sua época e os historiadores céticos) também registram essas evidências. Quanto aos pormenores, cada um escreveu segundo sua própria perspectiva. E faziam isso de acordo como os detalhes lhes saltavam aos olhos: “O que era desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que temos contemplado, e as nossas mãos tocaram da Palavra da vida (Porque a vida foi manifestada, e nós a vimos, e testificamos dela, e vos anunciamos a vida eterna, que estava com o Pai, e nos foi manifestada); o que vimos e ouvimos, isso vos anunciamos, para que também tenhais comunhão conosco; e a nossa comunhão é com o Pai, e com seu Filho Jesus Cristo. Estas coisas vos escrevemos, para que o vosso gozo se cumpra” (1 Jo 1.1-4).” (Extraído de: http://www.cacp.org.br/jesus-curou-um-ou-dois-endemoninhados-em-gadara/. Acesso em: 19 Jan, 2O19).

2. A opressão. Os demônios aparecem como agentes de Satanás causadores de males, dando às suas vítimas características típicas, como força sobre-humana (Mt 8.28; 17.15; At 19.16), poder de adivinhar (At 16.16) e conhecimento sobrenatural (v.7). Eles atacam suas vítimas e, ao possuí-las, dominam suas faculdades mentais, levando-as à demência (Mt 4.24; 17.15) e às vezes incapacitando-as de falar e de ver (Mt 9.32; 12.22).
Atenção aqui neste subtópico, é preciso diferenciar possessão de opressão. Muitos professores bíblicos descrevem a influência demoníaca sobre um cristão como "opressão demoníaca" para diferenciá-la da possessão. “Possessão demoníaca significa que a pessoa pertence ao diabo, que está dominando sua vida através de demônios. Opressão demoníaca é uma influência espiritual maligna, que pode até ser muito forte, mas não significa necessariamente que a pessoa pertence ao diabo. Um cristão pode sofrer opressão demoníaca, mas não pode ser possesso, porque pertence a Jesus.” Já vimos nas lições anteriores que o crente que experimentou o novo nascimento não está mais sujeito à possessão demoníaca, apesar de encontrarmos textos bíblicos que afirmam que o diabo procura devorar os crentes (1Pd 5.8), e que Satanás e seus demônios preparam ciladas contra os cristãos (Ef 6.11), mas isto não implica possessão; foi assim que Satanás se arvorou contra Jesus (Lc 4.2). Podemos aprofundar um pouco mais esse assunto e afirmar que o crente poderá sofrer opressão quando este crente ‘permite’ o sucesso desses ataques. Confissão e arrependimento de pecados são necessários para restaurar a comunhão com Deus, o qual pode, então, quebrar o poder de influência demoníaca. O apóstolo João nos dá um grande incentivo nesta área: "Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não vive pecando; antes o guarda aquele que nasceu de Deus, e o Maligno não lhe toca" (1Jo 5.18).

Tentado, não cedas, ceder é pecar
Melhor e mais nobre, será triunfar
Coragem, ó crente, domina o teu mal
Deus pode livrar-te de queda fatal
(Harpa Cristã – Hino 75, Em Jesus Tens a Palma da Vitória).

 Mas cuidado! Facilmente ‘acusamos’ o adversário por coisas ruins que nos acontecem. Esquecemos que nossos problemas também podem ter causas naturais, ou ser fruto de nossas próprias ações. Interessante é que o Reformador alemão Martinho Lutero afirmava que “O diabo é o diabo de Deus” - Lutero, convicto da soberania de Deus, deixa claro que, conquanto satanás seja maligno e ardiloso, ele também está sob o domínio de Deus! A sabedoria de Deus é tão elevada que muitas vezes os atos do diabo acabam, em última análise, contribuindo para os propósitos de Deus, veja o exemplo de Jó.

3. Um quadro estarrecedor. O endemoninhado gadareno vivia nos sepulcros, desnudo, e era tão violento que nem mesmo os grilhões e as cadeias podiam detê-lo. Corria pelos montes e desertos e se feria com pedras. O fato de procurar viver nos sepulcros já era uma demonstração de sua total anomalia. O comportamento violento e sobrenatural do gadareno, para sua própria destruição, e para a perturbação de seus vizinhos, revela a natureza destruidora de Satanás.
Este é o relato mais terrível, e mais horripilante, do estado dos endemoninhados descritos pela Palavra de Deus. O Pr David Wilkerson escreve: “Havia uma grande quantidade de sepulcros próximos dos arredores de Gadara. E entre esses sepulcros havia um homem possesso por 2000 espíritos imundos. Não se consegue nem mesmo tentar imaginar o tormento que esse homem possuído por demônios suportava. As escrituras dizem que ele gritava e clamava a noite toda, rasgando suas roupas e se cortando com pedras. Simplificando, ele vivia como animal selvagem, e ninguém podia ajudá-lo. Satanás tornara esse homem atormentado uma propriedade sua.
Segundo Mateus, tais endemoninhados eram tão ferozes, que ninguém podia passar por aquele lugar, Mt 8.28, "Tendo ele chegado à outra margem, à terra dos gadarenos, vieram-lhe ao encontro dois endemoninhados, saindo dentre os sepulcros, e a tal ponto furiosos, que ninguém podia passar por aquele caminho". Tal era a ferocidade deste homem, que mesmo que alguém o prendesse com correntes, estas eram por ele despedaçadas, Vs. 4. Pessoas endemoninhadas normalmente, têm uma força descomunal.
"Andava dia e noite gritando e ferindo-se com pedras", Vs. 5. Três coisas temos aqui:
a) Não dormia – "...andava de dia e de noite",
b) Gritava desesperadamente – "...clamando por entre os sepulcros".
c. Cortava-se com pedras pontiagudas – "...ferindo-se com pedras".
Seu espírito e mente estavam desarranjados. Lucas menciona um fato adicional: "Vivia despido", Lc 8.27, "Logo ao desembarcar, veio da cidade ao seu encontro um homem possesso de demônios que, havia muito, não se vestia, nem habitava em casa alguma, porém vivia nos sepulcros".
Triste, era o quadro deste homem. Esta é a situação a qual uma pessoa sem Deus pode chegar. Quando Jesus não é o centro de sua vida, você pode ser vítima destes demônios, que não tanto podem possuir-lhe, como podem influenciar sua mente, transformando-o num joguete de Satanás.” (Extraído de:http://www.ibvir.com.br/sermoes/endemoninhado_gadareno_a.htm. Acesso em: 19 Jan, 2O19)

SUBSÍDIO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO

O comentarista da lição menciona que “os pormenores descritos em Marcos são de um só, razão pela qual a narrativa está concentrada nele”. O destaque aqui são os textos de Mateus 8.28, Marcos 5.2 e Lucas 8.27. À luz do primeiro tópico, faça um exercício comparativo desses três textos e aponte, juntamente com a turma, “os pormenores” de ambos. Esse exercício é muito importante, pois abre o entendimento dos alunos para a abrangência dos Evangelhos em suas diversas facetas. É possível, assim, compreender que os pontos distintos entre os Evangelhos não se excluem, mas complementam-se, ratificando a fidedignidade do texto bíblico.
                                
II. A LEGIÃO DEMONÍACA

1. Uma legião. Jesus perguntou como o espírito imundo se chamava, ao que ele respondeu: "Legião é o meu nome, porque somos muitos" (v.9). Uma legião romana era constituída por 6.000 soldados. Ainda que o número de demônios não seja exato, ou que Legião seja uma identidade, eles eram muitos. Eles são numerosos e poderosos, organizados e batalham sob uma mesma bandeira, a de Satanás.
Note o versículo 6: “E, quando viu Jesus ao longe, correu e adorou-o”. O demônio, ainda fingindo, tentou adorar a Jesus. Eles conheciam Jesus, e sabiam de seu ministério, e ainda que era Filho de Deus. Isto os levavam a fingir que o adoravam: "Também os espíritos imundos, quando o viam, prostravam-se diante dele e exclamavam: Tu és o Filho de Deus!" (Mc 3.11). Ao aproximar-se de Jesus, o Senhor pergunta seu nome e ele declara que não estava sozinho, mas com uma legião. A Legião Romana era a maior unidade militar do exército romano, consistido de centúrias como a unidade básica. Segundo o site romanmilitary, uma legião era formada pelo somatório de dez coortes (com 5OO homens em cada, totalizando 5 OOO em armas) - Ou seja, um grande número de soldados que mostrava o poderio militar de Roma.. Os demônios, são organizados em companhias, e quase sempre, não estão sozinhos no corpo de alguém. “mas o principal da compreensão não esta alí, saber o número exato da Legião de demônios, o evangelista quer nos dizer que em relação ao demônio Jesus derrotou de tal maneira, que eles são incapazes e inoperantes para alcançar o domínio definitivo. A presença de Cristo privou todas as forças malignas e diabólicas de qualquer poder, com a sua ressurreição.” (WEISER, ALFONS, O que é milagre na Bíblia, para você entender os relatos dos Evangelhos, edições Paulinas, São Paulo, 1978, pág.94-1O8.)

2. Expulsar e não dialogar. Alguns procuram estabelecer diálogo com os demônios porque Jesus perguntou ao espírito imundo qual era o seu nome. Isso é visto com frequência nos movimentos neopentecostais pela mídia televisiva. "Expulsai os demônios" (Mt 1O.8). Esta é a ordem que recebemos do Senhor, e não de manter diálogo com eles. O Diabo é o pai da mentira (Jo 8.44). Ninguém deve acreditar nem ficar impressionado com as declarações dos demônios, porque eles são mentirosos. Isso ocorreu porque o demônio era obrigado a confessar publicamente quem era o responsável pela miséria do gadareno.
 Note que em Marcos 1.21-26, Jesus entra numa sinagoga para ensinar às Escrituras e se depara com um homem “possesso” que se dirige a Ele e diz: “Que temos nós contigo, Jesus Nazareno? Vieste para destruir-nos? Sei quem és tu, o Santo de Deus”. Jesus não dialoga, não pergunta o nome ou por que oprime aquele homem, somente repreende dizendo: “Cala-te e sai dele”. Podemos observar também que, ainda, no capítulo 1.34, é dito que Jesus, ao realizar exorcismos, não “permitia que os demônios falassem, porque eles sabiam quem ele era”. O diálogo de Jesus com a legião de demônios, além de ser o único evento em que Jesus conversa com um ou vários demônios, não é um ensinamento e nem sequer uma base para se conversar e entrevistá-los no momento do exorcismo como vemos nos “cultos” de libertação nas igrejas/seitas neopentecostais, onde se fazem os mais variados tipos de perguntas e, sobretudo, perguntas irrelevantes e patetas aos “supostos demônios”. O diálogo de Jesus com aquela legião de demônios perguntando seu nome não era porque ele não sabia quem eram aqueles demônios. Jesus, como Deus que é, Onisciente e Soberano sabia quem eram aqueles demônios, entretanto, o diálogo e a pergunta revela-nos o seu poder superior sobre o poder dos demônios. Adolph Pohl corrobora que Jesus não perguntou o nome daqueles demônios por não saber, mas para demonstrar que tudo tem de ser entregue a ele. (Comentário Esperança. Marcus, pág 122.)

3. A presença de Jesus. O poder e a presença de Jesus incomodam o reino das trevas. O espírito imundo perguntou: "Vieste aqui atormentar-nos antes do tempo?" (Mt 8.29). Isto mostra que a presença de Jesus é um tormento para o reino das trevas e também que esse encontro serviu como prenúncio da condenação final do Diabo e seus anjos (Mt 25.41).
Jesus não ordenou que os demônios manifestassem no homem ou nos homens sob o domínio deles. Os demônios simplesmente quando viram Jesus logo manifestaram. “...a prática de ordenar que o demônio manifeste e conversar com ele conforme é visto nos cultos de libertação nas igrejas/seitas neopentecostais não é coerente com o tipo de exorcismo que as Escrituras ensinam. Tal prática é uma crença pagã antiga onde se acreditava que o conhecimento do nome de uma entidade espiritual que estava possuindo uma pessoa conferia poderes mágicos ao exorcista que era capaz de expulsá-la do corpo da pessoa possessa e até destruí-la. Champlin ressalta que os nomes de vários deuses pagãos nunca eram proferidos, e eram mantidos em segredo por temor que, conhecidos esses nomes, ficaria prejudicado o poder dessas divindades entre o povo, pois algo de sua distinção era prejudicado.[2] Jesus nem sequer os apóstolos utilizavam tal prática pagã no exorcismo, mas, simplesmente, repreendiam o demônio da pessoa que estava sob o seu poder e domínio ordenando-o que fosse embora. O que passar disso no exorcismo não é do agrado de Deus e, sobretudo, fora dos padrões estabelecidos por ele nas Escrituras.” (CACP). O Texto de Marcos e de Lucas traz algo interessante: “Dizendo: Ah! que temos contigo, Jesus Nazareno? Vieste destruir-nos? Bem sei quem és: o Santo de Deus”. (Mc 1.24)” - É notável que este seja o único exemplo em que esse nome é dirigido ao nosso Senhor, embora seja usado por Ele antes de Seu nascimento em Luas 1.32. Em Atos 16.17, uma moça possuída com um espírito de adivinhação, fala de Paulo e seus companheiros como servos do ‘Deus Altíssimo’. O título, "Filho de Deus" é frequentemente dado a Cristo. As pessoas às vezes são chamadas de filhos, ou filhos de Deus, para denotar sua adoção em sua família (1Jo 3.1). Mas o título dado a Cristo denota sua superioridade aos profetas (Hb 1.1); a Moisés, o codificador do judaísmo (Hb 3.6); denota sua relação única e próxima com o Pai, como evidenciado por sua ressurreição (Sl 2.7; At 13.33); denota sua relação especial com Deus de sua concepção miraculosa (Lc 1.35); e é equivalente a uma declaração de que ele é divino ou igual ao Pai.

SUBSÍDIO DOUTRINÁRIO

Ao final desse tópico, seria importante levar o aluno um relato consistente de um caso de possessão demoníaca em que algumas características reais podem ser demonstradas. Sugerimos um dos casos mencionados em uma das obras do teólogo pentecostal Myer Pearlman, Conhecendo as Doutrinas da Bíblia, onde o estudioso cita o Dr. Nevius, missionário na China, em que ali se descreve que os casos de pessoas possuídas na China são os mesmos apresentados nas Escrituras. Neles, as pessoas manifestam uma espécie de dupla consciência. O Dr. Nevius exemplifica isso com o caso de uma senhora chinesa que, apesar de estar sob a influência de um demônio, cujo impulso era fugir da presença de Cristo sentiu-se movida por uma influência oposta, a deixar seu lar e buscar ajuda de Jesus. Ainda sobre esse aspecto, o Dr. Nevius chega a seguinte conclusão: “A característica mais surpreendente desses casos é que o processo dá evidências de outra personalidade, e a personalidade normal nessa hora está parcial ou totalmente dormente. A nova personalidade apresenta feições de caráter diferentes por inteiro, daqueles que realmente pertencem à vítima em seu estado normal, e esta troca de caráter tende, com raras exceções, para a perversidade moral e impureza... Muitas pessoas, quando possuídas de demônios, dão evidências de um conhecimento do qual não podem dar conta em seu estado normal. Muitas vezes parece que conhecem ao Senhor Jesus Cristo como uma pessoa divina, e mostram aversão e temor a Ele”.

III. O PODER DE JESUS

1. Os demônios sabem quem é Jesus. O relato da possessão do gadareno e de sua libertação é uma amostra do poder absoluto de Jesus até sobre todo o reino das trevas. Os próprios demônios sabem quem é Jesus (At 19-15) e conhecem a sua procedência: "Que temos contigo, Jesus Nazareno? Vieste destruir-nos? Bem sei quem és: o Santo de Deus" (Mc 1.24). Eles têm medo de Jesus e estremecem diante dEle (Tg 2.19). Jesus veio para desfazer as obras do Diabo (1 Jo 3.8). Os demônios sabem que há um tempo determinado para o juízo divino sobre as hostes infernais e temem por isso.
- A Bíblia revela a doutrina de que os espíritos malignos não estão agora aprisionados na sua totalidade como serão depois do juízo (2Pd 2.4; Jd 1.6). Eles sabiam que estavam condenados. Eles sabiam que o Filho de Deus seria o vencedor. Porém, eles não sabiam, até que isso ocorresse, que Cristo viria antes do tempo da derrota final. Ele tratou Jesus como homem desprezado (“Jesus de Nazaré” – ‘pode vir alguma coisa boa de Nazaré?’ (Jo 1.46)) e como Deus glorioso (“o Santo de Deus”). Talvez até conhecesse os textos do Salmo 22 (“Eu sou verme e não homem, motivo de zombaria e objeto de desprezo do povo”) e de Isaías 53 (“Foi desprezado e rejeitado pelos homens, homem de dores e experimentado no sofrimento”). Para ele, Jesus não era filho de José, marido de Maria, mas do Deus Altíssimo. O espírito impuro foi obrigado a reconhecer a autoridade e o poder de Jesus, contra o qual não ofereceu resistência. Ele estava bem por dentro do fim dos tempos, quando o Diabo será lançado no lago de fogo que arde com enxofre para ser atormentado “dia e noite, para todo o sempre” (Ap 20.10).

2. A soberania de Jesus. Nessa passagem, vemos que aqueles demônios, ou pelo menos o porta-voz deles, suplicando, pediram três coisas: que Jesus não os mandasse para outra região (v.1O), que não os mandasse para o abismo antes do tempo (Mt 8.29), e que lhes permitisse entrar na manada de porcos que passava pelo local na ocasião (vv.11,12). Os demônios não são nada diante do Senhor Jesus. Marcos parece mostrar Satanás e seus demônios como inconvenientes, e não como seres todo-poderosos diante de Jesus (Mc 1.23-26,34; 3.11). O inimigo de nossa alma não pode fazer o que quer (Jó 1.12; 2.4-5). Os demônios fizeram esses pedidos porque não podiam resistir ao poder de Jesus.
 Os demônios, como em outras ocasiões, reconheceram Cristo como sendo o Filho de Deus e temeram o tormento que inevitavelmente sofreriam. Atendendo um pedido, Jesus permitiu que os demônios entrassem em uma manada de porcos que estava nas proximidades - Marcos afirma que eram quase dois mil. O resultado foi que toda a manada morreu nas águas do lago (30-32). Aqueles que guardavam os porcos fugiram até à cidade para contar tudo o que havia ocorrido (33). Toda aquela cidade saiu ao encontro de Jesus. O povo, tomado pelo medo (Lc 8.38) rogou que Ele se retirasse do seu território (das suas “fronteiras” ou do seu “distrito”). Eles tiveram medo do poder de Jesus. Algumas vezes, duas questões têm sido formuladas a respeito desse acontecimento. A primeira é: Por que Jesus permitiu que esses porcos fossem destruídos? Houve quem sugerisse que Ele queria confirmar a fé dos dois endemoninhados curados, por esta evidência visível de que os demônios haviam realmente deixado os seus corpos. Alguns pensam que Jesus fez isso para mostrar à multidão o poder tremendo e as tendências destrutivas que os demônios possuem. Trench escreve sobre o relato onde somente é mencionado um endemoninhado: “Se esta concessão ao pedido dos espíritos maus ajudou de alguma maneira a cura deste sofredor, fazendo com que eles relaxassem a sua posse do corpo dele com maior facilidade, aliviando o ataque através de sua saída, este teria sido um motivo suficiente para permitir que aqueles animais morressem. Para a cura definitiva do homem poderia ter sido necessário que ele tivesse esta evidência exterior e o testemunho de que os poderes infernais que o mantinham aprisionado agora o haviam deixado”. Uma segunda pergunta que se faz é a seguinte: Que direito tinha Jesus de destruir a propriedade de outras pessoas? A resposta para esta pergunta é mais difícil. Se tivéssemos certeza de que os donos eram judeus, isto ofereceria uma solução simples. Os judeus deveriam evitar as carnes impuras, o que incluía os porcos. Mas Decápolis era uma região de população predominantemente gentílica. De qualquer forma, o caráter de Cristo garante que Ele não faria nada injusto. Os atos de Deus não podem ser sempre julgados segundo os padrões dos homens. Porém devemos sempre nos lembrar de que Deus não fica devendo nada a ninguém. Se tivéssemos mais informações, poderíamos entender melhor esta situação. (Comentário Bíblico Beacon – CPAD, pág 75,76.)

3. A libertação do oprimido. A extraordinária libertação do gadareno logo chamou a atenção do povo. Muita gente se reuniu para ver o que havia acontecido, pois a cura repentina do endemoninhado era algo espantoso. Encontraram o homem em perfeito juízo, vestido e junto com Jesus (Lc 8.34-36). Glorificamos a Deus quando vemos pessoas oprimidas pelo maligno sendo libertadas pelo poder de Jesus. Ele nos delegou essa tarefa (Mt 10.8; Lc 10.19,20).
 Não convinha soltar desta prisão, no dia de sábado, esta filha de Abraão (16). Para qualquer um que não esteja cego pelo preconceito, a resposta não só é óbvia como também é mais poderosa quando está implícita e não abertamente verbalizada. A referência de Jesus à mulher como sendo filha de Abraão sugere que ela tem um duplo apelo à misericórdia e ajuda de todos os judeus - como um ser humano e como uma compatriota israelita. E, dizendo ele isso, todos os seus adversários ficaram envergonhados (17). A palavra todos indica que o chefe da sinagoga tinha alguns ajudantes ativos no seu ataque ao Mestre. Mas a réplica de Jesus era tão relevante e tão adequada, que até mesmo estes homens egoístas ficaram envergonhados. Eles não expressaram qualquer refutação - não havia nenhuma a fazer. E todo o povo se alegrava por todas as coisas gloriosas que eram feitas por ele. O povo reconheceu e apreciou aquilo que os líderes religiosos negligenciavam por sua cegueira: que Deus havia trabalhado entre eles, e que havia demonstrado a sua ilimitada compaixão, assim como o seu soberano poder. Aquilo que viram fez com que associassem este Jesus ao Deus do Céu. Sem dúvida, a resposta de Jesus censurando o príncipe da sinagoga aumentou o entendimento e a admiração que sentiram pelo milagre ali presenciado por eles. Charles Simeon faz três reflexões sobre este episódio: 1) Quanta cegueira e hipocrisia existem no coração humano! 2) Como é desejável abraçar cada oportunidade de esperar em Deus! - esta mulher recebeu a cura porque participava fielmente das reuniões na sinagoga; 3) Com que conforto e esperança podemos confiar os nossos problemas a Jesus! Comentário Bíblico Beacon – CPAD, pág 440

IV. OS PORQUEIROS

1. O local do acontecimento. Segundo Mateus, o fato aconteceu na "província dos gadarenos" (Mt 8.28); no entanto. Marcos e Lucas falam da província ou terra "dos gerasenos" (Mc 5.1; Lc 8.26, Nova Almeida Atualizada). Gadara situava-se a oito quilômetros do lago de Genesaré, nome alternativo do mar da Galileia; e Gerasa, a atual Jeras, na Jordânia, ficava a cerca de 50 quilômetros. Ambos os territórios faziam parte da região de Decápolis, a leste da Galileia (Mc 5.2O). Segundo o historiador Josefo, o território de Gadara se estendia até o lago da Galileia. Moedas daquele tempo trazem o nome de Gadara com o desenho de um barco impresso.
A terra dos gadarenos era uma região a sudeste do mar da Galileia, fazia parte da Decápolis. Estas eram cidades gregas que não pertenciam a um país, eram autônomas. Embora os judeus não criassem porcos, porque a religião judaica os considerava imundos, os gentios não tinham tal conceito" (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, CPAD, p. 1365.) Gerasa estava a cerca de 48 quilômetros a sudeste do lago. “Gadareno” é o termo que os mais antigos manuscritos gregos apresentam no texto de Mateus. Gadara era a cidade mais próxima, a quase dez quilômetros de distância.

2. Sobre a manada de porcos. A população de Decápolis era mista, composta por judeus e gentios. A criação de porcos não era permitida aos judeus; por isso, é provável que o porqueiro fosse gentio. O prejuízo foi grande, já que eram dois mil porcos (v.13). Os porcos não resistiram à opressão e se precipitaram por um despenhadeiro, afogando-se no lago (Lc 8.33). A tradição judaica dizia que demônios e porcos são uma boa combinação. Os judeus consideravam os demônios e os porcos como pertencentes à mesma ordem, e os porcos eram considerados o lar dos espíritos imundos. Essa tradição parece ser expressa quando os demônios pediram para entrar na manada de porcos.
Até os espíritos maus entende que Toda a autoridade pertence a Deus, para eles agirem junto a alguém que pertence a Deus, eles precisam da autorização de Jesus, pois aquele que de fato é de Deus o diabo não toca, se Ele não deixar. E andava ali pastando no monte uma vara de muitos porcos; e rogaram-lhe que lhes concedesse entrar neles; e concedeu-lho. Lucas 8:32, Assim saberão todas as árvores do campo que eu, o Senhor, abati a árvore alta, elevei a árvore baixa, sequei a árvore verde, e fiz reverdecer a árvore seca; eu, o Senhor, o disse, e o fiz. Ezequiel 17:24, E isto faremos, se Deus o permitir (Hb 6.3).
3. O estranho pedido do povo. Jesus foi convidado a se retirar da terra dos gadarenos por causa do prejuízo dos porqueiros (Mc 5.16,17). Os porcos valiam mais que a vida humana, na concepção daquela gente. Essa estranha recepção causa-nos tristeza e espanto: como o herói é convidado a se retirar? Hoje não é diferente. Há os que substituem Jesus por qualquer coisa. É muito comum "coisificar" as pessoas e personificar as coisas. Para alguns hoje em dia, os animais valem muito mais do que o ser humano. Os noticiários mostram diariamente como muitos governantes tratam os imigrantes de modo inferior aos animais. Esse espírito já existia nos tempos do Novo Testamento (Lc 13.15,16). Na passagem que estudamos, aquela população rejeitou Jesus.
Jesus não foi bem recebido nessa região. Sua presença levou alguns a sofrerem perda financeira, embora o endemoninhado tenha sido liberto. “O pedido dos demônios foi atendido de pronto. A manada de porcos, “que era de cerca de dois mil, precipitou-se despenhadeiro abaixo, para dentro do mar, onde se afogaram” (Mc 5.13). O pedido dos gadarenos também foi atendido: “Jesus subiu no barco e foi embora” (Lc 8.37). Todavia, o pedido coletivo e unânime do povo daquela cidade é um dos mais estranhos de que se tem notícia! Em vez de pedir que Jesus fosse embora, eles deveriam ter realizado um culto de ação de graças a Deus pela cura daquele homem infeliz e perigoso. Eles deveriam ter levado outros doentes da região para serem também curados. Por trás do estranho pedido estava o dinheiro. Com a morte dos porcos, o prejuízo dos porqueiros e seus associados foi enorme (quase meio milhão de reais, caso os porcos estivessem no ponto de abate).” (ULTIMATO ONLINE). Cristo poderia ter curado e salvado naquele lugar, mas seus habitantes ficaram temerosos e pediram-lhe que fosse embora. Mesmo assim, Ele deixou uma grande testemunha ali. Todos se maravilhavam quando ouviam quão grandes coisas Jesus lhe fizera.


SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO

É muito interessante reconstruir, o máximo possível, o contexto que ocorre a possessão demoníaca de Gadara. Veja o que este comentário diz a respeito: “Há várias linhas de tensão nesta história – tensão entre Jesus e a legião de demônios, tensão entre Jesus e o povo da cidade, tensão entre Jesus o endemoninhado e o povo da cidade. Cada linha esforça-se contra as outras, de forma que do momento em diante em que Jesus aparece na cena a atmosfera fica progressivamente carregada. Não é de admirar que o povo da cidade entre em pânico!” (STRONSTAD, Roger; ARRINGTON, French L. (Eds.) Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, p.215).

CONCLUSÃO

A possessão demoníaca é um fenômeno estarrecedor que só pode ser contido pelo poder de Jesus.  O Senhor Jesus manifestou seu poder sobre toda a natureza, sobre o vento, sobre o mar, sobre a morte, sobre as enfermidades, sobre o poder das trevas. Os demônios estremecem diante dELe. O poder de Satanás é muito limitado diante do poder de Jesus. Todos nós precisamos de Jesus, da comunhão com Ele, para dEle receber poder e assim expulsar aos demônios, pois Ele nos deu essa autoridade (Lc 1O.19,2O).
Satanás e os demônios são opositores de todos os crentes verdadeiros e continuamente trabalham em oposição a eles. Os Crentes, entretanto, são protegidos pelo soberania de Deus e pela armadura que Ele deu a cada crente (2Co 11:3; Ef 6:10-18; 2Ts 3:3; Tg 4:7; 1Pe 5:7-10). Quer as forças descontroladas sejam pessoais ou impessoais, Jesus possui poder sobre todas elas. Em um mundo que nos parece inóspito, onde forças sobrenaturais se mostram maiores do que nós, temos a confiança que Deus está no controle de tudo. Satanás e seus demônios são limitados no que eles podem fazer (Jó 1:12; Jó 2:6; Lc 8:32). Ao final, eles serão punidos e destruídos (serão tornados em ruína inúteis) de acordo com o julgamento assegurado a eles pela morte e ressurreição de Cristo. Eles serão confinados eternamente no Lago do Fogo (Is 24:21; Mt 25:41; Jo 12:31; Cl 2:15; Ap 20:10)]. 

Francisco Barbosa
Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br

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