SUBSÍDIO I
Possessão Demoníaca e a Autoridade do Nome de Jesus
A possessão demoníaca só pode
ser vencida com a autoridade do nome de Jesus. Ela é uma realidade espiritual
que escraviza pessoas e faz com que elas não tenham domínio sobre suas
faculdades psíquicas, transformando-as em pessoas destituídas de qualquer lucidez
para a vida. Só a autoridade do nome de Jesus pode libertar tais pessoas dessa
escravidão espiritual.
Sobre o texto temático
O texto sobre o qual recai a
nossa atenção para a lição desta semana é o de Marcos 5.2-13. A narrativa fala
a respeito do endemoninhado gadareno. Este primeiro tópico refere-se sobre a
questão da harmoniada narrativa, a opressão dos demônios sobre a pessoa e o
quadro estarrecedor que os demônios fazem a pessoa viver. Aqui, é preciso dar
importância ao estudo da harmonia das narrativas. O texto dos Evangelhos mostra
duas versões que variam o número de endemoninhados. Aqui, sugiro a leitura
do Comentário
Bíblico Pentecostal Novo Testamento, nas seções que abordam as
narrativas de Marcos 5.1-20, Mateus 8.28-34 e Lucas 8.26-39. Mais importante
que as os pormenores de questões de harmonização das narrativas, são que as
seções dos Evangelhos mostra no quadro aterrador de uma possessão maligna.
Sobre a Legião
A possessão sobre o gadareno era
um fenômeno constituído de uma variedade singular de demônios. Era uma legião.
Eram muitos demônios incorporados numa pessoa. O quadro mostra que para
expulsar esses demônios era necessário o uso da autoridade do nome de Jesus
(neste caso, acrescido de jejum e oração). Isto é o que o presente relato quer
mostrar: os demônios só deixam a pessoa em nome de Jesus.
Sobre o poder de Jesus
O terceiro tópico mostra que os
demônios sabem quem é Jesus e a soberania dEle sobre eles mesmos. A autoridade
de Jesus trouxe o gadareno de volta ao seu perfeito juízo. Esta é a obra que o
Senhor ordenou para que o seu povo fizesse: libertar os cativos. Só o nosso
Senhor pode fazer isso pelo pecador. Não há como enfrentar o Maligno por meio
de uma força própria. Ele só pode ser vencido pela autoridade do nome de Jesus.
Ou seja, não há força ou sabedoria humana que possa livrar uma pessoa das
"mãos" dos demônios. Mas só o nome soberano de Jesus pode livrar a
humanidade desse mal! Revistamo-nos, pois,de toda a armadura de Deus!
Texto extraído
da Revista Ensinador Cristão (Ano 20 - nº 77 - jan/fev/mar de 2019)
COMENTÁRIO E
SUBSÍDIO II
INTRODUÇÃO
Os demônios atuam na esfera humana, ainda que
alguns tentem negar essa verdade. A ciência moderna, com o objetivo de reduzir
tudo ao material, atribui a possessão demoníaca aos transtornos mentais. Essa,
no entanto, é uma realidade no contexto bíblico, reforçada pela experiência. Na
aula de hoje, estudaremos a respeito da realidade da possessão demoníaca, e o
mais importante, a autoridade de Jesus sobre as potestades espirituais.
I. ANÁLISE
TEXTUAL
Logo após Jesus sair do barco, pois estava ensinado
às pessoas, saiu-lhe ao encontro um homem com um espírito imundo – pneumati
akatharti – isto é, um espírito impuro. E esse, fazia com que aquele homem
morasse nos sepulcros, e tinha uma força extraordinária, de modo que ninguém
podia prender – o verbo grego é deô, indicando que nada podia atá-lo, ou mais
precisamente, amarrá-lo (v.2). E isso é reforçado no versículo seguinte, pois
muitas vezes foi preso com grilhões – pedais – correntes e cadeias – halusesin
– prisões, mesmo assim, sua força era tão grande que fazia as correntes e
cadeias não passarem de migalhas – synthretipetai – destruindo em pedaços (v.
3). E mais, esse espírito imundo o impulsionava a andar de dia e de noite
clamando pelos montes, fazendo com que o homem ferisse a ele mesmo com pedras.
Paradoxalmente, quando esse homem vê Jesus, corre para o adorar – prosekynesen
– se prostrando aos seus pés. E reconhece que Jesus é o Filho do Deus Altíssimo
– huie tou Theos ho hupsistos. O demônio pede a Jesus que não o atormente –
basanizo, que dá ideia de perturbar. Jesus, com autoridade divina, pergunta
qual o nome daquele demônio, e esse responde: Legião – legion, e o próprio
explica – porque somos muitos (v. 9). O demônio roga a Jesus para que não o
enviasse para fora daquela província – chora – região, país ou área de atuação.
Naquela ocasião, pastava no monte uma grande manada de porcos, e os demônios
rogaram a Jesus para que os mandasse para entrar nos porcos. Jesus permitiu, os
espíritos imundos entraram nos porcos, e a manada se precipitou por um despenhadeiro
no mar, e ali se afogou (v. 13).
II. INTERPRETAÇÃO
TEXTUAL
Esse episódio ocorreu próximo a Gerasa, uma cidade
pequena próxima ao mar, na narrativa de Mateus, é especificado que era na
região de Gadara (Mt. 8.28). Havia ali . um demônio – espírito imundo – que se
apoderava de um homem e que o tentava destruir. Essa realidade é coerente o que
Jesus ensinou, o diabo veio para roubar, matar e destruir (Jo. 10.10). Aquele
homem cortava a si mesmo, utilizando-se de pedras, tendo tendências
autodestrutivas. Há quem defenda que toda tendência suicida é demoníaca, mas
isso nem sempre é verdade. Existem pessoas que têm problemas mentais e que
demandam tratamento especializado. Mesmo assim, não se pode negar que as
potestades do mal se aproveitam da vulnerabilidade humana para inculcar
tendências autodestrutivas (Mc. 5.5). Esse demônio se apropria da voz daquele
homem, isso mostra que os espíritos imundos podem se utilizar das funções
biológicas, inclusive dando-lhe maior capacidade, considerando que ninguém
podia prender aquela pessoa. A partir desse texto, aprendemos também que os
demônios agem de maneira orquestrada, em alguns casos, como um exército, já que
se chamava Legião, que em Roma era composta por 6.000 soldados, não sabemos ao
certo se esse era o total de demônio existentes naquele homem, mas certamente
eram muitos (Mc. 5.9). Os porcos, no contexto da cultura judaica, eram
considerados animais impuros, por isso, os demônios pediram para serem lançados
neles (Mc. 5.13). Jesus permitiu que tais espíritos fossem para os porcos, e
esses morreram ao caírem no despenhadeiro. É digno de destaque que as pessoas
daquela região, ao invés de ficarem satisfeitas com a libertação do homem,
preferiram lamentar o prejuízo, deixando de ver a importância da restauração da
sua condição normal.
III. APLICAÇÃO
TEXTUAL
Os demônios existem, e continuam atuando nos dias
atuais, mas o poder deles está limitado, Jesus tem autoridade para expulsá-los,
como fez nos tempos antigos. A presença do Senhor, em ambientes dominados pelas
forças do maligno, pode fazer com que esses sejam modificados. O fato de Jesus
ter perguntado o nome dos demônios não é fundamento para entrevistá-los, como
fazem algumas igrejas neopentecostais em programas televisivos. Além disso, não
podemos deixar de considerar que o diabo é o pai da mentira, portanto, não é
digno de crédito. É preciso também ter cuidado, para não supervalorizar a
atuação demoníaca, e não fazer propaganda demasiada da sua atuação. Existem
pregadores que falam tanto a respeito do demônio em suas preleções que esquecem
de enfatizar a cruz do nosso Senhor Jesus Cristo, que deve ser nossa mensagem
central. Existem, nesses tempos difíceis, muitas pessoas que estão debaixo do
controle das hostes infernais, precisamos continuar pregando a boa nova do
Reino de Deus, e expulsando os demônios na autoridade de Jesus. Mas devemos
saber, conforme nos é revelado nas Escrituras, que expulsar demônios não tem
por objetivo espetacularizar o evangelho. Muito pelo contrário, o mais
importante é o Reino de Deus, e o ato de expulsar os demônios é apenas um
sinal, que antecipa o “já”, do “ainda não”, quando os poderes das trevas serão
definitivamente destronados. Assim, com a autoridade do nome de Jesus, devermos
expulsar os demônios, mas não podemos deixar de anunciar que o reino de Deus
está no meio de nós.
CONCLUSÃO
Os demônios continuam atuando no planeta terra, e
instrumentalizando pessoas para causar a destruição delas mesmas, bem como de
outros. Na autoridade do nome de Jesus, podemos expulsá-los, a fim de que essas
pessoas sejam libertas, e possam viver para a glória de Deus. É importante que
estejamos cientes do poderio de Jesus sobre os poderes das trevas, e que ao
expulsamos os demônios, estamos antecipando a realização do reino de Deus, que
terá sua plenitude no futuro.
José Roberto A. Barbosa
Disponível no Blog
subsidioebd.blogspot.com
COMENTÁRIO E
SUBSÍDIO III
INTRODUÇÃO
O relato do
endemoninhado gadareno encontra-se também em Mateus e Lucas, com algumas
variações. O fato revela informações sobre a possessão demoníaca e o poder
absoluto de Jesus sobre todo o reino das trevas. É o prenúncio da vitória final
de Cristo sobre Satanás e seus anjos. E não somente isso, mas também uma prova
viva de que podemos confiar em Jesus.
Já temos visto nas lições anteriores que os demônios
são anjos caídos, espíritos maus (também chamados de imundos) a serviço de
Satanás; Hoje veremos que estes espíritos podem apossar-se de pessoas e
dominá-las completamente, causando tormentos, doenças, deformidades físicas,
convulsões e principalmente transtornos mentais. É interessante notar que,
mesmo sendo contrários ao Senhor e aos Seus santos, estes espíritos continuam
‘estremecendo’ diante do Nome do Senhor; Referem-se a Deus como o “Deus
Altíssimo” (Mc 5.7; At 16.17) e a Jesus como o “santo de Deus” (Mc 1.24) ou o
“Filho do Deus Altíssimo” (Mc 5.7). Eles chegam a falar dos dois temas
contrários: a salvação (At 16.17) e o dia do juízo (Mt 8.29). Lucas registra o
encontro de Jesus com o endemoninhado de Gadara e sua libertação (Lc 8.35).
Esse encontro provocou diferentes reações nos homens e naqueles espíritos
imundos:
● Os demônios pediram “com insistência” a Jesus que os
transferisse do corpo daquele homem para os porcos que pastavam nas imediações.
● Os gadarenos pediram “com insistência” que Jesus saísse da
terra deles.
● E o ex-endemoninhado pediu “com insistência” que Jesus o
deixasse permanecer na companhia dele. O que foi liberto escolheu confiar no
Senhor – Dito isto, convido-o a pensar maduramente a fé cristã!
I. A
POSSESSÃO MALIGNA
1.
Harmonização nas narrativas. Mateus afirma que foram dois endemoninhados (Mt 8.28). Mas Marcos e
Lucas registram apenas um (Mc 5.2; Lc 8.27). Os pormenores descritos em Marcos
são de um só, razão pela qual a narrativa está concentrada nele. Marcos e Lucas
registraram apenas o mais violento e o mais feroz deles. O outro detalhe é que
Mateus apresentou apenas um resumo do episódio, pois a sua ênfase é a
autoridade de Jesus sobre os espíritos malignos. Mateus omite o fato de o
porta-voz dos demônios se identificar como "legião" e também o desejo
de o gadareno, após sua libertação, seguir a Jesus.
Em Mateus
8.28-34, encontramos a história da cura de dois endemoninhados gadarenos, já
nos relatos paralelos de Marcos 5.1-14 e Lucas 8.26-34, falam de um homem
curado por Jesus. Talvez alguns algozes das Escrituras afirmem tratar-se de uma
contradição, no entanto, a diferença pode ser explicada. “A explicação,
neste caso, é que Mateus foi mais detalhista em seu escrito, como aconteceu
também no relato que ele fez a respeito da cura de dois cegos (Ver Mt 20.30).
Quanto a Marcos e Lucas, eles se ocuparam apenas em focalizar o endemoninhado
proeminente. O que devemos levar em consideração no relato desses evangelistas
é o propósito de suas narrativas. Ou seja, seu ponto principal: houve ou não o
milagre da libertação? Os autores têm a mesma posição quanto ao poder de
Cristo? São unânimes ao demonstrar evidências de que Jesus era de fato o
Messias ou vacilam nas credenciais messiânicas? Podemos perceber, no Novo
Testamento, que todos os evangelistas procuram apresentar evidências
conclusivas sobre a vida, ministério, sacrifício, morte e ressurreição de
Jesus. E não apenas os evangelistas, mas os inimigos de Cristo (as classes
religiosas de sua época e os historiadores céticos) também registram essas
evidências. Quanto aos pormenores, cada um escreveu segundo sua própria
perspectiva. E faziam isso de acordo como os detalhes lhes saltavam aos olhos:
“O que era desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o
que temos contemplado, e as nossas mãos tocaram da Palavra da vida (Porque a
vida foi manifestada, e nós a vimos, e testificamos dela, e vos anunciamos a
vida eterna, que estava com o Pai, e nos foi manifestada); o que vimos e
ouvimos, isso vos anunciamos, para que também tenhais comunhão conosco; e a
nossa comunhão é com o Pai, e com seu Filho Jesus Cristo. Estas coisas vos
escrevemos, para que o vosso gozo se cumpra” (1 Jo 1.1-4).” (Extraído
de: http://www.cacp.org.br/jesus-curou-um-ou-dois-endemoninhados-em-gadara/. Acesso em: 19 Jan, 2O19).
2. A
opressão. Os demônios aparecem como agentes de Satanás causadores de males, dando
às suas vítimas características típicas, como força sobre-humana (Mt 8.28;
17.15; At 19.16), poder de adivinhar (At 16.16) e conhecimento sobrenatural
(v.7). Eles atacam suas vítimas e, ao possuí-las, dominam suas faculdades
mentais, levando-as à demência (Mt 4.24; 17.15) e às vezes incapacitando-as de
falar e de ver (Mt 9.32; 12.22).
Atenção aqui neste subtópico, é preciso diferenciar
possessão de opressão. Muitos professores bíblicos descrevem a influência
demoníaca sobre um cristão como "opressão demoníaca" para
diferenciá-la da possessão. “Possessão demoníaca significa que a pessoa pertence
ao diabo, que está dominando sua vida através de demônios. Opressão demoníaca é
uma influência espiritual maligna, que pode até ser muito forte, mas não
significa necessariamente que a pessoa pertence ao diabo. Um cristão pode
sofrer opressão demoníaca, mas não pode ser possesso, porque pertence a Jesus.”
Já vimos nas lições anteriores que o crente que experimentou o novo nascimento
não está mais sujeito à possessão demoníaca, apesar de encontrarmos textos
bíblicos que afirmam que o diabo procura devorar os crentes (1Pd 5.8), e que
Satanás e seus demônios preparam ciladas contra os cristãos (Ef 6.11), mas isto
não implica possessão; foi assim que Satanás se arvorou contra Jesus (Lc 4.2).
Podemos aprofundar um pouco mais esse assunto e afirmar que o crente poderá
sofrer opressão quando este crente ‘permite’ o sucesso desses ataques.
Confissão e arrependimento de pecados são necessários para restaurar a comunhão
com Deus, o qual pode, então, quebrar o poder de influência demoníaca. O
apóstolo João nos dá um grande incentivo nesta área: "Sabemos que todo
aquele que é nascido de Deus não vive pecando; antes o guarda aquele que nasceu
de Deus, e o Maligno não lhe toca" (1Jo 5.18).
“Tentado, não cedas, ceder é pecar
Melhor e mais nobre, será triunfar
Coragem, ó crente, domina o teu mal
Deus pode livrar-te de queda fatal”
(Harpa Cristã – Hino 75, Em Jesus Tens a Palma da
Vitória).
Mas cuidado!
Facilmente ‘acusamos’ o adversário por coisas ruins que nos acontecem.
Esquecemos que nossos problemas também podem ter causas naturais, ou ser fruto
de nossas próprias ações. Interessante é que o Reformador alemão Martinho
Lutero afirmava que “O diabo é o diabo de Deus” - Lutero, convicto da
soberania de Deus, deixa claro que, conquanto satanás seja maligno e ardiloso,
ele também está sob o domínio de Deus! A sabedoria de Deus é tão elevada que
muitas vezes os atos do diabo acabam, em última análise, contribuindo para os
propósitos de Deus, veja o exemplo de Jó.
3. Um
quadro estarrecedor. O endemoninhado gadareno vivia nos sepulcros, desnudo, e era tão
violento que nem mesmo os grilhões e as cadeias podiam detê-lo. Corria pelos
montes e desertos e se feria com pedras. O fato de procurar viver nos sepulcros
já era uma demonstração de sua total anomalia. O comportamento violento e
sobrenatural do gadareno, para sua própria destruição, e para a perturbação de
seus vizinhos, revela a natureza destruidora de Satanás.
Este é o relato mais terrível, e mais horripilante,
do estado dos endemoninhados descritos pela Palavra de Deus. O Pr David
Wilkerson escreve: “Havia uma grande quantidade de sepulcros próximos dos
arredores de Gadara. E entre esses sepulcros havia um homem possesso por 2000
espíritos imundos. Não se consegue nem mesmo tentar imaginar o tormento que
esse homem possuído por demônios suportava. As escrituras dizem que ele gritava
e clamava a noite toda, rasgando suas roupas e se cortando com pedras.
Simplificando, ele vivia como animal selvagem, e ninguém podia ajudá-lo.
Satanás tornara esse homem atormentado uma propriedade sua.”
“Segundo Mateus, tais endemoninhados eram tão
ferozes, que ninguém podia passar por aquele lugar, Mt 8.28, "Tendo ele
chegado à outra margem, à terra dos gadarenos, vieram-lhe ao encontro dois
endemoninhados, saindo dentre os sepulcros, e a tal ponto furiosos, que ninguém
podia passar por aquele caminho". Tal era a ferocidade deste homem, que
mesmo que alguém o prendesse com correntes, estas eram por ele despedaçadas,
Vs. 4. Pessoas endemoninhadas normalmente, têm uma força descomunal.
"Andava dia e noite gritando e
ferindo-se com pedras", Vs. 5. Três coisas temos aqui:
a) Não dormia – "...andava de dia e de noite",
b) Gritava desesperadamente – "...clamando por entre os
sepulcros".
c. Cortava-se com pedras pontiagudas – "...ferindo-se
com pedras".
Seu espírito e mente estavam
desarranjados. Lucas menciona um fato adicional: "Vivia despido", Lc
8.27, "Logo ao desembarcar, veio da cidade ao seu encontro um homem
possesso de demônios que, havia muito, não se vestia, nem habitava em casa
alguma, porém vivia nos sepulcros".
Triste, era o quadro deste homem.
Esta é a situação a qual uma pessoa sem Deus pode chegar. Quando Jesus não é o
centro de sua vida, você pode ser vítima destes demônios, que não tanto podem
possuir-lhe, como podem influenciar sua mente, transformando-o num joguete de
Satanás.” (Extraído de:http://www.ibvir.com.br/sermoes/endemoninhado_gadareno_a.htm. Acesso em: 19 Jan, 2O19)
SUBSÍDIO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO
O comentarista da lição menciona que “os pormenores
descritos em Marcos são de um só, razão pela qual a narrativa está concentrada
nele”. O destaque aqui são os textos de Mateus 8.28, Marcos 5.2 e Lucas 8.27. À
luz do primeiro tópico, faça um exercício comparativo desses três textos e
aponte, juntamente com a turma, “os pormenores” de ambos. Esse exercício é
muito importante, pois abre o entendimento dos alunos para a abrangência dos
Evangelhos em suas diversas facetas. É possível, assim, compreender que os
pontos distintos entre os Evangelhos não se excluem, mas complementam-se,
ratificando a fidedignidade do texto bíblico.
II. A LEGIÃO
DEMONÍACA
1.
Uma legião. Jesus perguntou como o espírito imundo se chamava, ao que ele
respondeu: "Legião é o meu nome, porque somos muitos" (v.9). Uma
legião romana era constituída por 6.000 soldados. Ainda que o número de
demônios não seja exato, ou que Legião seja uma identidade, eles eram muitos.
Eles são numerosos e poderosos, organizados e batalham sob uma mesma bandeira,
a de Satanás.
Note o versículo 6: “E, quando viu Jesus ao
longe, correu e adorou-o”. O demônio, ainda fingindo, tentou
adorar a Jesus. Eles conheciam Jesus, e sabiam de seu ministério, e ainda que
era Filho de Deus. Isto os levavam a fingir que o adoravam: "Também os
espíritos imundos, quando o viam, prostravam-se diante dele e exclamavam: Tu és
o Filho de Deus!" (Mc 3.11). Ao aproximar-se de Jesus, o Senhor
pergunta seu nome e ele declara que não estava sozinho, mas com uma legião. A
Legião Romana era a maior unidade militar do exército romano, consistido de
centúrias como a unidade básica. Segundo o site romanmilitary, uma legião
era formada pelo somatório de dez coortes (com 5OO homens em cada, totalizando
5 OOO em armas) - Ou seja, um grande número de soldados que mostrava o poderio
militar de Roma.. Os demônios, são organizados em companhias, e quase sempre,
não estão sozinhos no corpo de alguém. “mas o principal da compreensão não
esta alí, saber o número exato da Legião de demônios, o evangelista quer nos
dizer que em relação ao demônio Jesus derrotou de tal maneira, que eles são
incapazes e inoperantes para alcançar o domínio definitivo. A presença de
Cristo privou todas as forças malignas e diabólicas de qualquer poder, com a
sua ressurreição.” (WEISER, ALFONS, O que é milagre na Bíblia,
para você entender os relatos dos Evangelhos, edições Paulinas, São Paulo,
1978, pág.94-1O8.)
2.
Expulsar e não dialogar. Alguns procuram estabelecer diálogo com os demônios porque Jesus
perguntou ao espírito imundo qual era o seu nome. Isso é visto com frequência
nos movimentos neopentecostais pela mídia televisiva. "Expulsai os
demônios" (Mt 1O.8). Esta é a ordem que recebemos do Senhor, e não de
manter diálogo com eles. O Diabo é o pai da mentira (Jo 8.44). Ninguém deve acreditar
nem ficar impressionado com as declarações dos demônios, porque eles são
mentirosos. Isso ocorreu porque o demônio era obrigado a confessar publicamente
quem era o responsável pela miséria do gadareno.
Note que em
Marcos 1.21-26, Jesus entra numa sinagoga para ensinar às Escrituras e se
depara com um homem “possesso” que se dirige a Ele e diz: “Que temos nós
contigo, Jesus Nazareno? Vieste para destruir-nos? Sei quem és tu, o Santo de
Deus”. Jesus não dialoga, não pergunta o nome ou por que oprime aquele
homem, somente repreende dizendo: “Cala-te e sai dele”. Podemos observar
também que, ainda, no capítulo 1.34, é dito que Jesus, ao realizar exorcismos,
não “permitia que os demônios falassem, porque eles sabiam quem ele era”.
O diálogo de Jesus com a legião de demônios, além de ser o único evento em que
Jesus conversa com um ou vários demônios, não é um ensinamento e nem sequer uma
base para se conversar e entrevistá-los no momento do exorcismo como vemos nos
“cultos” de libertação nas igrejas/seitas neopentecostais, onde se fazem os
mais variados tipos de perguntas e, sobretudo, perguntas irrelevantes e patetas
aos “supostos demônios”. O diálogo de Jesus com aquela legião de demônios
perguntando seu nome não era porque ele não sabia quem eram aqueles demônios. Jesus,
como Deus que é, Onisciente e Soberano sabia quem eram aqueles demônios,
entretanto, o diálogo e a pergunta revela-nos o seu poder superior sobre o
poder dos demônios. Adolph Pohl corrobora que Jesus não perguntou o nome
daqueles demônios por não saber, mas para demonstrar que tudo tem de ser
entregue a ele. (Comentário Esperança. Marcus, pág 122.)
3. A
presença de Jesus. O poder e a presença de Jesus incomodam o reino das trevas. O espírito
imundo perguntou: "Vieste aqui atormentar-nos antes do tempo?" (Mt
8.29). Isto mostra que a presença de Jesus é um tormento para o reino das
trevas e também que esse encontro serviu como prenúncio da condenação final do
Diabo e seus anjos (Mt 25.41).
Jesus não ordenou que os demônios manifestassem no
homem ou nos homens sob o domínio deles. Os demônios simplesmente quando viram
Jesus logo manifestaram. “...a prática de ordenar que o demônio manifeste e
conversar com ele conforme é visto nos cultos de libertação nas igrejas/seitas
neopentecostais não é coerente com o tipo de exorcismo que as Escrituras
ensinam. Tal prática é uma crença pagã antiga onde se acreditava que o
conhecimento do nome de uma entidade espiritual que estava possuindo uma pessoa
conferia poderes mágicos ao exorcista que era capaz de expulsá-la do corpo da
pessoa possessa e até destruí-la. Champlin ressalta que os nomes de vários
deuses pagãos nunca eram proferidos, e eram mantidos em segredo por temor que,
conhecidos esses nomes, ficaria prejudicado o poder dessas divindades entre o
povo, pois algo de sua distinção era prejudicado.[2] Jesus nem sequer os
apóstolos utilizavam tal prática pagã no exorcismo, mas, simplesmente,
repreendiam o demônio da pessoa que estava sob o seu poder e domínio
ordenando-o que fosse embora. O que passar disso no exorcismo não é do agrado
de Deus e, sobretudo, fora dos padrões estabelecidos por ele nas Escrituras.”
(CACP).
O Texto de Marcos e de Lucas traz algo interessante: “Dizendo: Ah! que temos
contigo, Jesus Nazareno? Vieste destruir-nos? Bem sei quem és: o Santo
de Deus”. (Mc 1.24)” - É notável que este seja o único exemplo em que
esse nome é dirigido ao nosso Senhor, embora seja usado por Ele antes de Seu
nascimento em Luas 1.32. Em Atos 16.17, uma moça possuída com um espírito de
adivinhação, fala de Paulo e seus companheiros como servos do ‘Deus Altíssimo’.
O título, "Filho de Deus" é frequentemente dado a Cristo. As pessoas
às vezes são chamadas de filhos, ou filhos de Deus, para denotar sua adoção em
sua família (1Jo 3.1). Mas o título dado a Cristo denota sua superioridade aos
profetas (Hb 1.1); a Moisés, o codificador do judaísmo (Hb 3.6); denota sua
relação única e próxima com o Pai, como evidenciado por sua ressurreição (Sl
2.7; At 13.33); denota sua relação especial com Deus de sua concepção
miraculosa (Lc 1.35); e é equivalente a uma declaração de que ele é divino ou
igual ao Pai.
SUBSÍDIO DOUTRINÁRIO
Ao final desse tópico, seria importante levar o
aluno um relato consistente de um caso de possessão demoníaca em que algumas
características reais podem ser demonstradas. Sugerimos um dos casos
mencionados em uma das obras do teólogo pentecostal Myer Pearlman, Conhecendo
as Doutrinas da Bíblia, onde o estudioso cita o Dr. Nevius, missionário na
China, em que ali se descreve que os casos de pessoas possuídas na China são os
mesmos apresentados nas Escrituras. Neles, as pessoas manifestam uma espécie de
dupla consciência. O Dr. Nevius exemplifica isso com o caso de uma senhora
chinesa que, apesar de estar sob a influência de um demônio, cujo impulso era
fugir da presença de Cristo sentiu-se movida por uma influência oposta, a
deixar seu lar e buscar ajuda de Jesus. Ainda sobre esse aspecto, o Dr. Nevius
chega a seguinte conclusão: “A característica mais surpreendente desses casos é
que o processo dá evidências de outra personalidade, e a personalidade normal
nessa hora está parcial ou totalmente dormente. A nova personalidade apresenta
feições de caráter diferentes por inteiro, daqueles que realmente pertencem à
vítima em seu estado normal, e esta troca de caráter tende, com raras exceções,
para a perversidade moral e impureza... Muitas pessoas, quando possuídas de
demônios, dão evidências de um conhecimento do qual não podem dar conta em seu
estado normal. Muitas vezes parece que conhecem ao Senhor Jesus Cristo como uma
pessoa divina, e mostram aversão e temor a Ele”.
III. O PODER
DE JESUS
1. Os
demônios sabem quem é Jesus. O relato da possessão do gadareno e de sua libertação é uma amostra do
poder absoluto de Jesus até sobre todo o reino das trevas. Os próprios demônios
sabem quem é Jesus (At 19-15) e conhecem a sua procedência: "Que temos
contigo, Jesus Nazareno? Vieste destruir-nos? Bem sei quem és: o Santo de
Deus" (Mc 1.24). Eles têm medo de Jesus e estremecem diante dEle (Tg
2.19). Jesus veio para desfazer as obras do Diabo (1 Jo 3.8). Os demônios sabem
que há um tempo determinado para o juízo divino sobre as hostes infernais e
temem por isso.
- A Bíblia revela a doutrina de que os espíritos
malignos não estão agora aprisionados na sua totalidade como serão depois do
juízo (2Pd 2.4; Jd 1.6). Eles sabiam que estavam condenados. Eles sabiam que o
Filho de Deus seria o vencedor. Porém, eles não sabiam, até que isso ocorresse,
que Cristo viria antes do tempo da derrota final. Ele tratou Jesus como homem
desprezado (“Jesus de Nazaré” – ‘pode vir alguma coisa boa de Nazaré?’
(Jo 1.46)) e como Deus glorioso (“o Santo de Deus”). Talvez até conhecesse os
textos do Salmo 22 (“Eu sou verme e não homem, motivo de zombaria e objeto
de desprezo do povo”) e de Isaías 53 (“Foi desprezado e rejeitado pelos
homens, homem de dores e experimentado no sofrimento”). Para ele, Jesus não
era filho de José, marido de Maria, mas do Deus Altíssimo. O espírito impuro
foi obrigado a reconhecer a autoridade e o poder de Jesus, contra o qual não
ofereceu resistência. Ele estava bem por dentro do fim dos tempos, quando o
Diabo será lançado no lago de fogo que arde com enxofre para ser atormentado “dia
e noite, para todo o sempre” (Ap 20.10).
2. A
soberania de Jesus. Nessa passagem, vemos que aqueles demônios, ou pelo menos o porta-voz
deles, suplicando, pediram três coisas: que Jesus não os mandasse para outra
região (v.1O), que não os mandasse para o abismo antes do tempo (Mt 8.29), e
que lhes permitisse entrar na manada de porcos que passava pelo local na
ocasião (vv.11,12). Os demônios não são nada diante do Senhor Jesus. Marcos
parece mostrar Satanás e seus demônios como inconvenientes, e não como seres
todo-poderosos diante de Jesus (Mc 1.23-26,34; 3.11). O inimigo de nossa alma
não pode fazer o que quer (Jó 1.12; 2.4-5). Os demônios fizeram esses pedidos
porque não podiam resistir ao poder de Jesus.
Os demônios,
como em outras ocasiões, reconheceram Cristo como sendo o Filho de Deus e
temeram o tormento que inevitavelmente sofreriam. Atendendo um pedido, Jesus
permitiu que os demônios entrassem em uma manada de porcos que estava nas
proximidades - Marcos afirma que eram quase dois mil. O resultado foi que toda
a manada morreu nas águas do lago (30-32). Aqueles que guardavam os porcos
fugiram até à cidade para contar tudo o que havia ocorrido (33). Toda aquela
cidade saiu ao encontro de Jesus. O povo, tomado pelo medo (Lc 8.38) rogou que
Ele se retirasse do seu território (das suas “fronteiras” ou do seu
“distrito”). Eles tiveram medo do poder de Jesus. Algumas vezes, duas questões
têm sido formuladas a respeito desse acontecimento. A primeira é: Por que Jesus
permitiu que esses porcos fossem destruídos? Houve quem sugerisse que Ele
queria confirmar a fé dos dois endemoninhados curados, por esta evidência
visível de que os demônios haviam realmente deixado os seus corpos. Alguns
pensam que Jesus fez isso para mostrar à multidão o poder tremendo e as
tendências destrutivas que os demônios possuem. Trench escreve sobre o relato
onde somente é mencionado um endemoninhado: “Se esta concessão ao pedido dos
espíritos maus ajudou de alguma maneira a cura deste sofredor, fazendo com que
eles relaxassem a sua posse do corpo dele com maior facilidade, aliviando o
ataque através de sua saída, este teria sido um motivo suficiente para permitir
que aqueles animais morressem. Para a cura definitiva do homem poderia ter sido
necessário que ele tivesse esta evidência exterior e o testemunho de que os
poderes infernais que o mantinham aprisionado agora o haviam deixado”. Uma
segunda pergunta que se faz é a seguinte: Que direito tinha Jesus de destruir a
propriedade de outras pessoas? A resposta para esta pergunta é mais difícil. Se
tivéssemos certeza de que os donos eram judeus, isto ofereceria uma solução
simples. Os judeus deveriam evitar as carnes impuras, o que incluía os porcos.
Mas Decápolis era uma região de população predominantemente gentílica. De qualquer
forma, o caráter de Cristo garante que Ele não faria nada injusto. Os atos de
Deus não podem ser sempre julgados segundo os padrões dos homens. Porém devemos
sempre nos lembrar de que Deus não fica devendo nada a ninguém. Se tivéssemos
mais informações, poderíamos entender melhor esta situação. (Comentário
Bíblico Beacon – CPAD, pág 75,76.)
3. A
libertação do oprimido. A extraordinária libertação do gadareno logo chamou a atenção do povo.
Muita gente se reuniu para ver o que havia acontecido, pois a cura repentina do
endemoninhado era algo espantoso. Encontraram o homem em perfeito juízo,
vestido e junto com Jesus (Lc 8.34-36). Glorificamos a Deus quando vemos
pessoas oprimidas pelo maligno sendo libertadas pelo poder de Jesus. Ele nos
delegou essa tarefa (Mt 10.8; Lc 10.19,20).
Não convinha
soltar desta prisão, no dia de sábado, esta filha de Abraão (16). Para qualquer
um que não esteja cego pelo preconceito, a resposta não só é óbvia como também
é mais poderosa quando está implícita e não abertamente verbalizada. A
referência de Jesus à mulher como sendo filha de Abraão sugere que ela tem um
duplo apelo à misericórdia e ajuda de todos os judeus - como um ser humano e
como uma compatriota israelita. E, dizendo ele isso, todos os seus adversários ficaram
envergonhados (17). A palavra todos indica que o chefe da sinagoga tinha alguns
ajudantes ativos no seu ataque ao Mestre. Mas a réplica de Jesus era tão
relevante e tão adequada, que até mesmo estes homens egoístas ficaram
envergonhados. Eles não expressaram qualquer refutação - não havia nenhuma a
fazer. E todo o povo se alegrava por todas as coisas gloriosas que eram feitas
por ele. O povo reconheceu e apreciou aquilo que os líderes religiosos
negligenciavam por sua cegueira: que Deus havia trabalhado entre eles, e que
havia demonstrado a sua ilimitada compaixão, assim como o seu soberano poder.
Aquilo que viram fez com que associassem este Jesus ao Deus do Céu. Sem dúvida,
a resposta de Jesus censurando o príncipe da sinagoga aumentou o entendimento e
a admiração que sentiram pelo milagre ali presenciado por eles. Charles Simeon
faz três reflexões sobre este episódio: 1) Quanta cegueira e hipocrisia existem
no coração humano! 2) Como é desejável abraçar cada oportunidade de esperar em
Deus! - esta mulher recebeu a cura porque participava fielmente das reuniões na
sinagoga; 3) Com que conforto e esperança podemos confiar os nossos problemas a
Jesus! Comentário Bíblico Beacon – CPAD, pág 440
IV. OS
PORQUEIROS
1. O
local do acontecimento. Segundo Mateus, o fato aconteceu na "província dos gadarenos"
(Mt 8.28); no entanto. Marcos e Lucas falam da província ou terra "dos
gerasenos" (Mc 5.1; Lc 8.26, Nova Almeida Atualizada). Gadara situava-se a
oito quilômetros do lago de Genesaré, nome alternativo do mar da Galileia; e
Gerasa, a atual Jeras, na Jordânia, ficava a cerca de 50 quilômetros. Ambos os
territórios faziam parte da região de Decápolis, a leste da Galileia (Mc 5.2O).
Segundo o historiador Josefo, o território de Gadara se estendia até o lago da
Galileia. Moedas daquele tempo trazem o nome de Gadara com o desenho de um
barco impresso.
A terra dos gadarenos era uma região a sudeste do
mar da Galileia, fazia parte da Decápolis. Estas eram cidades gregas que não
pertenciam a um país, eram autônomas. Embora os judeus não criassem porcos,
porque a religião judaica os considerava imundos, os gentios não tinham tal
conceito" (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, CPAD, p. 1365.) Gerasa
estava a cerca de 48 quilômetros a sudeste do lago. “Gadareno” é o termo que os
mais antigos manuscritos gregos apresentam no texto de Mateus. Gadara era a
cidade mais próxima, a quase dez quilômetros de distância.
2.
Sobre a manada de porcos. A população de Decápolis era mista, composta por judeus e gentios. A
criação de porcos não era permitida aos judeus; por isso, é provável que o
porqueiro fosse gentio. O prejuízo foi grande, já que eram dois mil porcos
(v.13). Os porcos não resistiram à opressão e se precipitaram por um
despenhadeiro, afogando-se no lago (Lc 8.33). A tradição judaica dizia que
demônios e porcos são uma boa combinação. Os judeus consideravam os demônios e
os porcos como pertencentes à mesma ordem, e os porcos eram considerados o lar
dos espíritos imundos. Essa tradição parece ser expressa quando os demônios
pediram para entrar na manada de porcos.
Até os espíritos maus entende que Toda a autoridade
pertence a Deus, para eles agirem junto a alguém que pertence a Deus, eles
precisam da autorização de Jesus, pois aquele que de fato é de Deus o diabo não
toca, se Ele não deixar. E andava ali pastando no monte uma vara de muitos
porcos; e rogaram-lhe que lhes concedesse entrar neles; e concedeu-lho. Lucas
8:32, Assim saberão todas as árvores do campo que eu, o Senhor, abati a árvore
alta, elevei a árvore baixa, sequei a árvore verde, e fiz reverdecer a árvore
seca; eu, o Senhor, o disse, e o fiz. Ezequiel 17:24, E isto faremos, se Deus o
permitir (Hb 6.3).
3. O
estranho pedido do povo. Jesus foi convidado a se retirar da terra dos gadarenos por causa do
prejuízo dos porqueiros (Mc 5.16,17). Os porcos valiam mais que a vida humana,
na concepção daquela gente. Essa estranha recepção causa-nos tristeza e
espanto: como o herói é convidado a se retirar? Hoje não é diferente. Há os que
substituem Jesus por qualquer coisa. É muito comum "coisificar" as
pessoas e personificar as coisas. Para alguns hoje em dia, os animais valem
muito mais do que o ser humano. Os noticiários mostram diariamente como muitos
governantes tratam os imigrantes de modo inferior aos animais. Esse espírito já
existia nos tempos do Novo Testamento (Lc 13.15,16). Na passagem que estudamos,
aquela população rejeitou Jesus.
Jesus não foi bem recebido nessa região. Sua
presença levou alguns a sofrerem perda financeira, embora o endemoninhado tenha
sido liberto. “O pedido dos demônios foi atendido de pronto. A manada de
porcos, “que era de cerca de dois mil, precipitou-se despenhadeiro abaixo, para
dentro do mar, onde se afogaram” (Mc 5.13). O pedido dos gadarenos também foi
atendido: “Jesus subiu no barco e foi embora” (Lc 8.37). Todavia, o pedido coletivo
e unânime do povo daquela cidade é um dos mais estranhos de que se tem notícia!
Em vez de pedir que Jesus fosse embora, eles deveriam ter realizado um culto de
ação de graças a Deus pela cura daquele homem infeliz e perigoso. Eles deveriam
ter levado outros doentes da região para serem também curados. Por trás do
estranho pedido estava o dinheiro. Com a morte dos porcos, o prejuízo dos
porqueiros e seus associados foi enorme (quase meio milhão de reais, caso os
porcos estivessem no ponto de abate).” (ULTIMATO ONLINE). Cristo poderia ter
curado e salvado naquele lugar, mas seus habitantes ficaram temerosos e
pediram-lhe que fosse embora. Mesmo assim, Ele deixou uma grande testemunha
ali. Todos se maravilhavam quando ouviam quão grandes coisas Jesus lhe fizera.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
É muito interessante reconstruir, o máximo possível,
o contexto que ocorre a possessão demoníaca de Gadara. Veja o que este
comentário diz a respeito: “Há várias linhas de tensão nesta história – tensão
entre Jesus e a legião de demônios, tensão entre Jesus e o povo da cidade,
tensão entre Jesus o endemoninhado e o povo da cidade. Cada linha esforça-se contra
as outras, de forma que do momento em diante em que Jesus aparece na cena a
atmosfera fica progressivamente carregada. Não é de admirar que o povo da
cidade entre em pânico!” (STRONSTAD, Roger; ARRINGTON, French L. (Eds.)
Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2003,
p.215).
CONCLUSÃO
A possessão
demoníaca é um fenômeno estarrecedor que só pode ser contido pelo poder de
Jesus. O Senhor Jesus manifestou seu poder sobre toda a natureza,
sobre o vento, sobre o mar, sobre a morte, sobre as enfermidades, sobre o poder
das trevas. Os demônios estremecem diante dELe. O poder de Satanás é muito
limitado diante do poder de Jesus. Todos nós precisamos de Jesus, da comunhão
com Ele, para dEle receber poder e assim expulsar aos demônios, pois Ele nos
deu essa autoridade (Lc 1O.19,2O).
Satanás e os demônios são opositores de todos os
crentes verdadeiros e continuamente trabalham em oposição a eles. Os Crentes,
entretanto, são protegidos pelo soberania de Deus e pela armadura que Ele deu a
cada crente (2Co 11:3; Ef 6:10-18; 2Ts 3:3; Tg 4:7; 1Pe 5:7-10). Quer as forças
descontroladas sejam pessoais ou impessoais, Jesus possui poder sobre todas
elas. Em um mundo que nos parece inóspito, onde forças sobrenaturais se mostram
maiores do que nós, temos a confiança que Deus está no controle de tudo.
Satanás e seus demônios são limitados no que eles podem fazer (Jó 1:12; Jó 2:6;
Lc 8:32). Ao final, eles serão punidos e destruídos (serão tornados em ruína
inúteis) de acordo com o julgamento assegurado a eles pela morte e ressurreição
de Cristo. Eles serão confinados eternamente no Lago do Fogo (Is 24:21; Mt
25:41; Jo 12:31; Cl 2:15; Ap 20:10)].
Francisco Barbosa
Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br
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