sexta-feira, 19 de outubro de 2018

LIÇÃO 3: O CRESCIMENTO DO REINO DE DEUS


SUBSÍDIO I

O CRESCIMENTO DO REINO DE DEUS

Podemos dizer que, de alguma forma, todas as parábolas de Jesus pressupõem o Reino de Deus presente no mundo, quer esteja explícito ou não. Em cada parábola encontramos algum elemento do Reino. Algumas, contudo, tratam especificamente do crescimento do Reino de Deus na Terra. Logo, os textos abordados aqui trazem as parábolas que Jesus contou para ensinar a respeito do crescimento do Reino de Deus. Eles enfatizam a presença do Reino. Ou seja, o Reino de Deus está presente no mundo, ainda que não possamos distingui-lo exatamente de forma concreta. Mas um dia tudo será consumado. O dia em que todos os discípulos autênticos de Cristo participarão plenamente do Reino de Deus.
Cristo usou uma parábola para explicar a natureza de Seu reino: “É semelhante ao grão de mostarda que um homem, tomando-o, lançou na sua horta; e cresceu e fez-se grande árvore, e em seus ramos se aninharam as aves do céu” (Lc 13.19). Stamps destaca que “a parábola do grão de mostarda fala do pequeno começo desse reino e seu desenvolvimento subsequente no decurso do tempo, (...) ele começou apenas com Jesus e um grupo de discípulos dedicados, (...) no entanto, a manifestação atual e visível do reino crescerá até tornar-se grande, organizado e poderoso”.  No comentário de Lc 13.18-21, a Bíblia de Aplicação Pessoal destaca que “a expectativa geral entre os ouvintes de Jesus era a de que o Messias viria como um grande rei e, como tal, livraria a nação judaica de Roma e restabeleceria a antiga glória de Israel”.
Quando Jesus apresenta Seu Reino, à semelhança da semente de um grão de mostarda, de maneira “pequena” e “silenciosa”, causa desconfiança e rejeição. Qualquer cenário diferente desse esperado pela nação de Israel seria plenamente rejeitado. “Como uma minúscula semente de mostarda, que cresce e transforma-se em uma árvore enorme”,3 o Reino de Deus também se expandiria. Bratcher e Scholz destacam que “o pequeno tamanho da sua semente era proverbial, especialmente em contraste com o tamanho da planta, que, na Galileia, pode alcançar 2 metros de altura”.

Texto extraído da obra: As Parábolas de Jesus: As verdades e princípios divinos para uma vida abundante. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2018

COMENTÁRIO E SUBSÍDIO II

INTRODUÇÃO

O Reino de Deus está em expansão, mas isso ocorre nas coisas pequenas, que pode ser comparado a uma semente de mostarda. Na lição de hoje estudaremos a respeito desse crescimento, destacando a princípio a importância de ter uma compreensão apropriada do Reino de Deus, em seguida, o compararemos, à luz das parábolas de Jesus, com uma semente de mostarda. E ao final, mostraremos as dimensões espirituais por meio das quais o Rei de Deus se expande.

I. O SIGNIFICADO DO REINO DE DEUS
                                                                 
Ao longo da história do pensamento bíblico-teológico é possível identificar percepções distintas do significado do Reino de Deus. Para alguns estudiosos, o Reino de Deus remete aos tempos da Antiga Aliança, na medida em que Deus direcionava os ditames de Israel, como a nação escolhida em um pacto teocrático. Esse governo teria se estendido à Igreja, quando Cristo a formou, chamando para fora aquele que fariam parte da sua assembleia. Na verdade, o reino de Deus se concretiza onde o Rei está, por isso Jesus afirmou que o reino de Deus estava no meio dos seus discípulos (Mt. 12.28; Mc. 1.15; Lc. 17.20,21). Ao longo da sua história, a cristandade cometeu o equívoco de conceber o reino de Deus com a instituição da sua relação com o Estado. Durante o império de Constantino, no Século IV da Era Cristã, Roma se tornou o centro religioso e governamental do mundo. Por causa da forte relação entre Igreja e Estado, alguns cristãos desse período acreditaram que o Milênio havia chegado, e que o Reino de Deus havia se instaurado na terra. Esse equívoco resultou na romanização da igreja e em decadência espiritual. Por esse motivo, é preciso ter cuidado para não confundir o reino de Deus com a política dos homens, e não deixar de considerar que esse “não é comida, nem bebida, mas justiça, paz e alegria no Espírito Santo (Rm. 14.17). O reino de Deus é uma tensão entre o “já” e o “ainda não”, que somente terá plenitude no futuro, quando Jesus voltar para estabelecer Seu reino milenial (Ap. 19), por isso o Senhor orou para que esse chegasse, na terra como já é no céu (Mt. 6.10).

II. O REINO DE DEUS COMO UMA SEMENTE

Em várias parábolas Jesus comparou o Reino de Deus com algo de pouco destaque, como uma semente de mostarda (Mc. 4.30,31). Esse é um grão de origem egípcia, geralmente reconhecido como sinapsis nigra, cujo termo é mencionado nos Evangelhos Sinóticos (Mt. 13.31; 17.20; Mc. 4.31; Lc. 13.19; 17.6). Aparentemente, como uma semente de mostarda, o reino de Deus pode parecer insignificante, passando desapercebido pelas pessoas. Sabemos que no futuro esse reino se estenderá por todo o universo (Mc. 13.24-27; Ap. 5.9-13; 7.9), mas até que esse dia chegue, estaremos vivendo neste mundo como forasteiros, peregrinos em terra estranha. Às vezes, nos enganamos ao pensar que o reino de Deus tem a ver com o domínio dos homens. A política humana tem sido instrumento desse tipo de equívoco. Até mesmo algumas igrejas, através da sua imponência religiosa, demonstrada através de seus templos suntuosos, e até mesmo da influência política, pensam que estão contribuindo para a expansão do Reino de Deus. Mas esse se manifesta em lugares que, na maioria das vezes, não são vistos pela maioria das pessoas. Pregadores e pastores anônimos que levam a boa mensagem de Cristo Jesus, que semeiam a Palavra de Deus, e se envolvem em práticas de justiça, amor e perdão, às vezes, distante dos holofotes. 

III. A EXPANSÃO DO REINO DE DEUS

O reino de Deus está em expansão, mas nem sempre da maneira que as pessoas imaginam. C. S. Lewis, em uma das suas declarações apologéticas, descreveu os súditos desse reino como aqueles que chegam a esse mundo com o objetivo de sabotar o império do mal. Mas isso não se dá por meio da força, pois o reino de Deus não é por violência, mas através do amor e da graça de Cristo. O mundo jaz no maligno, os cristãos devem fazer uso das suas armas espirituais (II Co. 10.3-5; Ef. 6.12), e não se deixar influenciar pela filosofia do mundo, que pretende estabelecer seu governo por meio da coerção. Para a expansão do Reino de Deus, devemos levar a boa nova de Cristo, não com o objetivo de tornar as pessoas iguais a nós, antes conduzindo-as ao discipulado (Mt. 28.19,20), sendo imitadoras de Cristo, na medida em que nós mesmos somos imitadores dEle (I Co. 11.1). Os verdadeiros discípulos de Jesus carregam a cruz, sabem que devem ir sempre após Ele, nunca adiante dEle (Mt. 16.24). Os valores do reino, e mais precisamente, o código de ética do reino de Deus se encontra no Sermão do Monte (Mt. 5-7), nessa passagem nos deparamos com o padrão a partir do qual os súditos do reino de Deus devem viver. Na medida em que levamos essa mensagem adiante, expressando o amor de Deus, sabemos que elas encontrarão sobra, como aquela resultante da pequena semente de mostarda, que se tornou uma planta capaz de abrigar e trazer alívio aos que dela se aproximam.

CONCLUSÃO

A Igreja de Jesus Cristo tem o desafio de levar o evangelho até aos confins da terra (At. 1.8), essa é sua grande comissão. Mas precisa saber que o Reino é de Deus, e não de nós mesmos, precisamos estar alinhados à sua mensagem, e compreender que essa é uma obra do Espírito Santo, que transforma forasteiros em súditos de um reino de paz e amor, dominado pela graça maravilhosa, que nos atrai não pelo que somos ou fazemos, mas por quem Ele é, e porque nos amou, entregando Seu filho em nosso lugar (Jo. 3.16). 

José Roberto A. Barbosa
Disponível no blog: subsidioebd.blogspot.com

COMENTÁRIO E SUBSÍDIO III

INTRODUÇÃO

Podemos dizer que, de alguma forma, todas as parábolas de Jesus pressupõem o Reino de Deus. Na verdade, em praticamente cada parábola encontramos algum elemento dele. Algumas, contudo, tratam especificamente do desenvolvimento e do crescimento do Reino de Deus sobre a terra. Os textos abordados nesta lição trazem as parábolas que Jesus contou para ensinar a respeito do crescimento do Reino de Deus. Elas enfatizam a presença do Reino, mostrando que este está presente, ainda que não possamos distinguir exatamente onde ele está de forma concreta. Um dia tudo será consumado e todos os discípulos autênticos de Cristo farão parte do Reino de Deus naquele Grande Dia.
Algumas pessoas têm Jesus como o “maior mestre que já existiu”, e de fato eles têm razão, Jesus foi o maior de todos os mestres, pela natureza do seu ensino, pela excelência de seus métodos e principalmente, pela grandeza do seu exemplo. A pregação de Jesus Cristo em todo o tempo de seu ministério teve por objetivo específico falar do Reino dos céus. Em cada parábola havia elementos que evidenciavam a estrutura desse Reino. Como já discutido nas lições anteriores, as parábolas eram janelas abertas para uns e portas fechadas para outros. Através delas, o Mestre trouxe à nossa compreensão as verdades do Reino, enquanto para aqueles que zombavam, elas pareciam escurecer ainda mais a sua compreensão. Jesus contou três parábolas sobre o Reino: semeador, semente, grão de mostarda. A primeira fala da resposta do homem à Palavra; a segunda trata do poder intrínseco da Palavra; a terceira fala da capacidade extraordinária de crescimento dessa Palavra no estabelecimento do Reino. Mas o que é o Reino de Deus? O Reino de Deus é um reino espiritual que um dia dominará tudo. Esse reino começou agora, dentro do coração de cada pessoa que aceitou Jesus como seu senhor e salvador; Ele está onde a vontade de Deus é feita: “…venha a nós o teu Reino e seja feita sua vontade assim na terra como nos céus…” (Mt 6.10). A Bíblia relata no livro de Atos dos Apóstolos (capítulo 2) a chegada do Reino de Deus, a partir da descida do Espírito Santo durante a festa de Pentecostes. O mesmo evento também marcou o início da Igreja Cristã. Assim, é possível dizer que a história da Igreja relata a implantação do Reino de Deus na terra.

I. INTERPRETAÇÃO DAS PARÁBOLAS SOBRE O REINO DE DEUS
                                                                 
Essas parábolas enquadram-se bem na categoria de similitude. A similitude nada mais é que uma comparação expandida. Ela quer pintar um quadro que se repete e, para isso, usa predominantemente o tempo presente em função de uma analogia. Portanto, a parábola não apresenta um enredo totalmente desenvolvido. Aqui Jesus se volta para o mundo da botânica. O Mestre utiliza-se da figura de um grão de mostarda a fim de ilustrar o Reino de Deus.
1. A semente de mostarda. A semente de mostarda simboliza de forma proverbial aquilo que é pequeno e insignificante. Essa semente é muito pequena; mas, quando plantada, cresce e se torna uma hortaliça muito grande. Essa mostarda é de origem egípcia (sinapis) e a encontramos mencionada nos Evangelhos Sinóticos por cinco vezes (Mt 13.31; 17.20; Mc 4.31; Lc 13.19; 17.6). Nosso Senhor utiliza aqui a "mostarda negra" conhecida como sinapis nigra. Uma semente pequena que produz um grande arbusto.
Há uma certa semelhança entre as parábolas do Semeador, do Joio e do Trigo, do Grão de Mostarda e do Fermento. Cada uma tem sua interpretação própria, mas há uma harmonia quanto às lições que o Mestre queria ensinar. Muitos interpretes divergem quanto a interpretação de cada parábola, no entanto, devemos reconhecer que Jesus foi uniforme em seus ensinos, desde que não há uma figura com dois sentidos diferentes. Em cada parábola há uma perfeita harmonia na mensagem final que o Mestre queria transmitir.
A mostarda-preta é uma planta herbácea da família das brassicáceas, anual, que atinge 1,2 m de altura, de folhas oblongas, denteadas e flores amarelas. O condimento é produzido a partir das sementes em quase todo mundo”. Wikipédia. De origem egípcia, sinapis, aparece especialmente nos três primeiros Evangelhos por quatro vezes. Servia para tempero para comida.
Jesus contou duas parábolas para falar a respeito do fenomenal crescimento do reino dos céus: a parábola do grão de mostarda e a parábola do fermento. As duas formam um par, e são, na verdade, duas faces de uma mesma moeda. A parábola do grão de mostarda retrata o crescimento do reino em extensão e a do fermento descreve a intensidade desse crescimento. A parábola do grão de mostarda, em contraste com a do trigo e do joio, é muito curta. Obviamente, Jesus realça a diferença entre o pequenino grão e a grande árvore. Ele não diz nada sobre a qualidade da mostarda. Ele poderia ter mencionado seu uso na comida e nos remédios, sua cor e seu gosto, mas esse não era o propósito da parábola. O tamanho insignificante da semente de mostarda se tornou proverbial, no primeiro século. Jesus, uma vez disse: “Se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: Passa daqui para acolá, e ele passará” (Mt 17.20).” (Paradigmas do Reino de Deus. Disponível em: http://ipbg.org.br/download/paradigmas-2.pdf. Acesso em: 13 Out, 2018)

2. Os contrastes. A parábola do grão de mostarda é uma história dos contrastes entre um começo aparentemente insignificante e uma coroação surpreendente; entre o oculto hoje e o revelado no futuro. O Reino de Deus é como tal semente. O tamanho atual do Reino de Deus possui um aspecto insignificante; mas isso não indica, de modo algum, o que ele, em sua consumação, abrangerá, ou seja, o Universo inteiro (Mc 13.24-27; Ap 5.9-13; 7.9; Dn 2.33,34).
Contraste é o grau marcante de diferença ou de oposição entre coisas da mesma natureza (Dicionário Houaiss). Através da parábola, Jesus ensina que o reino de Deus pode parecer sem importância e insignificante, especialmente na Galiléia de 28 AD. Mas, o evangelho do reino,proclamado por um carpinteiro transformado em pregador, provocará um impacto tremendo no mundo todo. Jesus utiliza-se dessa ilustração para ensinar a diferença de valores entre as coisas do reino desse mundo e do Reino de Deus.

3. As aparências enganam. O Senhor nos ensina aqui a não nos deixarmos levar pelas aparências. Muitas vezes julgamos as coisas pelo aspecto exterior. O ensino de Cristo apresenta o poder misterioso da fé que dá início ao Reino de Deus. Jesus começou seu ministério com alguns discípulos. Ao longo da história a Igreja alcançou milhares de pessoas. Hoje a Igreja de Cristo compõe-se de bilhões de crentes espalhados pelo planeta (Mt 8.11).
Qual é o tamanho dessa árvore? Em Lucas, na parábola do grão de mostarda, Jesus diz que a semente "cresceu e fez-se árvore..." (Lc 13.19). “Já observamos que esta parábola ressalta mais o contraste entre semente e árvore do que a imensidão de seu crescimento final. Como A. B. Bruce observou, a parábola parece chamar mais a atenção para a pequenez do começo do reino do que para a grandeza do seu fim. Tão grande árvore como a que possa crescer de um grão de mostarda, ela nunca rivalizará com as verdadeiras árvores que sobressairão acima dela. As parábolas emparelhadas do grão de mostarda e do fermento parecem ser ambas destinadas a ilustrar o crescimento futuro e a influência do reino. Uma fala de seu crescimento extenso e visível, a outra da mudança espiritual intensa. Mas a questão que permanece é se Jesus está olhando para a parábola do grão de mostarda no vitorioso destino final de seu reino ou simplesmente para a crescente e visível influência espiritual do evangelho na História” (ESTUDOS DA BÍBLIA).


SUBSÍDIO EXEGÉTICO
                               
“Jesus aqui continuou com o seu esforço para ajudar os discípulos a entender a verdadeira natureza do Reino de Deus (30). (E como eram lentos para aprender! Cf. At 1.6) Ele perguntou: A que assemelharemos o Reino de Deus?, graciosamente incluindo os ouvintes no projeto. De forma incidental, podemos notar a importância do pensamento ilustrado nos assuntos espirituais. Com que parábola o representaremos? As ideias abstratas precisam ser revestidas de histórias e imagens para que possam atingir o coração e a mente.
“O tema da parábola é que, embora o Reino possa ter tido o menor começo possível, algum dia crescerá e chegará a um tamanho fenomenal. Um grão de mostarda (31) foi usado proverbialmente para representar alguma coisa muito pequena (veja Mt 17.20). Apesar do seu tamanho, a semente de mostarda produz uma planta ou arbusto maior do que qualquer outra hortaliça do jardim, com cerca de três metros de altura, ou mais. Os galhos da planta têm tamanho suficiente para permitir que as aves do céu façam os seus ninhos e possam se abrigar debaixo da sua sombra. (Os pássaros gostam da semente de mostarda.)” (SANNER, A. Elwood. Comentário Bíblico Beacon. Vol.6. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p.250).

II. A EXPANSÃO DO REINO DE DEUS

1. O campo de semeadura. Nos textos sinóticos que lemos - Mateus, Marcos e Lucas - existe um pequeno detalhe que chama a atenção. Mateus descreve o homem semeando na terra, Marcos, no campo, enquanto Lucas fala de horta. Esses detalhes, por se tratar de uma parábola, não devem nos prender. Muitas pessoas têm se perdido aos detalhes na interpretação de parábolas. O “campo", sem dúvida alguma, trata-se do mundo e o mesmo exemplifica as parábolas similares. O Evangelho vem sendo pregado ao redor do mundo desde o dia de Pentecostes, pois esta é uma ordem do Senhor (At 1.8).
Como diz o comentarista, não devemos nos prender a estes detalhes, dependendo da versão que você utiliza, terá palavras tais como jardim.
Se olharmos o panorama mundial da Igreja evangélica perceberemos que o crescimento evangélico foi 1.5 % maior que o Islã na ultima década. O Evangelho já alcançou 22.000 povos nestes últimos 2 milênios. Temos a Bíblia traduzida hoje em 2.212 idiomas. As grandes nações que resistiam o Evangelho estão sendo fortemente atingidas pela Palavra, como é o caso da Índia e China, que em breve deverão hospedar a maior Igreja nacional sobre a terra. Um movimento missionário apoiado pela Dawn Ministry plantou mais de 10.000 igrejas-lares no Norte da Índia na última década, em uma das áreas tradicionalmente mais fechadas para a evangelização. No Brasil menos evangelizado como o sertão nordestino, o norte ribeirinho e indígena, e o sul católico e espírita, vemos grandes mudanças na última década, com nascimento de novas igrejas, crescimento da liderança local e um contínuo despertar pela evangelização. No Brasil urbano a Igreja cresceu 267% nos últimos 10 anos. Apesar dos diversos problemas relativos ao crescimento e algumas questões de sincretismo que são preocupantes no panorama geral, vemos que o Evangelho tem entrado nos condomínios de luxo de São Paulo e nos vilarejos mais distantes do sertão, colocando a Palavra frente a frente com aquele que jamais a ouvira antes. Há um forte e crescente processo de evangelização no Brasil.” (Extraído de: O Espírito Santo e as Missões. Disponível em:http://www.metodistavilaisabel.org.br/artigosepublicacoes/descricaocolunas.asp?Numero=2018. Acesso em: 15 Out, 2018)
Devo lembrar ao leitor, que, segundo Paulo escreve em Romanos 6.23: “mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por intermédio de Cristo Jesus nosso Senhor”, não há outra porta de escape para o homem sem Deus, a salvação só é possível mediante a pregação do Evangelho. Romanos 10.9-10 mostra como podemos ser salvos: pela fé em Jesus. Somente Jesus pode nos salvar do pecado.

2. Um lugar debaixo da sombra. O arbusto de mostarda aqui retratado tem cerca de três metros de altura, ou pouco mais. Seus galhos possuem tamanho suficiente para permitir que pássaros construam seus ninhos e consigam abrigar-se debaixo da sua sombra. Essa imagem de uma grande árvore, onde pássaros habitam seus galhos e animais descansam à sua sombra, é uma reminiscência do ensino veterotestamentário a respeito do destino dos grandes impérios, bem como sobre a ascensão do Reino de Deus (Ez 17.22-24; Dn 4.10-14).
O elemento surpreendente nessa parábola é o começo insignificante, conforme os homens medem as coisas. Uma semente pequenina daria uma planta grande. Os homens pensam em grandes conquistas e demonstrações de força. Quando Jesus estava no auge do seu ministério, com dezenas de milhares de seguidores, o povo queria fazê-lo rei (João 6:15). Até os apóstolos imaginavam um reino grande e glorioso e desejavam posições de honra e influência (Marcos 10:35-37). A resposta de Jesus para Pilatos afirmou que seu reino não cumpriria expectativas humanas e políticas (João 18:36). Até hoje, muitos ainda não compreenderam essa diferença fundamental na natureza do reino do Senhor. Muitos ainda pregam uma doutrina carnal na qual Jesus e seus seguidores precisam conquistar território para estabelecer um reino terrestre” (ESTUDOS DA BÍBLIA). “Nos ramos da mostardeira, as “aves do céu” fazem seus ninhos e se alimentam das sementes que ela produz, mostrando o caráter acolhedor e auto provedor do Reino de Deus. Como na Parábola do Semeador as “aves do céu” representam seres maus (Mc 4:3), o propósito do Reino é justamente atrair os maus, mostrando-lhes o Seu amor. Ele disse: “Não necessitam de médicos os sãos, mas sim os doentes. Porque Eu não vim chamar os justos, mas sim os pecadores ao arrependimento” (Mt 9:12-13).” ("O Evangelho Reunido", Pastor Juanribe Pagliarin).

3. Não despreze os pequenos começos. A certeza que Cristo dá ao ensinar essa parábola certamente provocou uma forte conscientização e um enorme encorajamento para a igreja nascente, na época dos evangelistas Mateus, Marcos e Lucas. Uma igreja que estava enfrentando diversas lutas neste mundo. A parábola escatológica lembra o que disse o soberano Senhor a respeito do cedro no qual os pássaros encontrarão abrigo "à sombra dos seus ramos" (Ez 17.23 cf. 31.6). Também nos desperta para a pergunta levantada pelo profeta Zacarias: "[...] quem despreza o dia das coisas pequenas?" (Zc 4.10).
Para o mundo, hoje é o dia das grandes coisas. Em matéria de guerra, antigamente os homens estavam satisfeitos em contar seus exércitos em milhares, mas agora os milhares são desprezados - as nações devem ter seus milhões de soldados. Em matéria de finanças, onde antes as fortunas eram avaliadas em alguns poucos algarismos, agora fortunas com valores expressos em vários dígitos passaram a serem consideradas apenas como pequenas heranças. Um milionário do passado seria considerado, na avaliação de hoje, apenas um pequeno capitalista. Na vida rural, onde antes um paciente agricultor cultivava alguns poucos hectares, agora grandes máquinas revolvem quilômetros de terra que produzem milhões de fardos de grãos em uma única fazenda. Em matéria de educação, as universidades, faculdades, seminários e escolas técnicas multiplicam-se sem parar, e multidões seguem carreiras em busca de conhecimento e diplomas. Metrópoles florescem onde antes havia cidades; grandes cidades substituíram os povoados. Extensas redes de ferrovias e auto-pistas se emaranham pelos continentes, e o pulsar das máquinas palpita em todo centro industrial. Em resumo - o mundo parou de se importar com o que é pequeno ou insignificante.”(MONERGISMO)
Não desanime se a obra parece mirrada, na verdade, o crescimento pertence ao Senhor. Leia a história de Adoniran Judson - O Missionário Pioneiro da Birmânia e inspire-se.

SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO

“Jesus diz que a semente de mostarda ‘é realmente a menor de todas as sementes’. Trata-se de hipérbole, designada a enfatizar a natureza minúscula da semente. Entre os rabinos esta semente era usada proverbialmente por sua pequenez (M. Nidá 5.2). O que Jesus quer dizer é que se torna um arbusto de tamanho significativo e até proporciona abrigo para pássaros. Assim também o Reino dos Céus tem começo modesto não observado por muitos, mas eventualmente tem grande efeito. O avanço da igreja primitiva desde seu começo desanimador à transformação do Império Romano fornece comentário apropriado para o significado da passagem. A referência à árvore indica um império em expansão (e.g., Ez 17.23; 31.1-9; Dn 4.10-12); os pássaros representam as nações do império (Dn 4.20-22 [...]). “A Parábola do Fermento reforça o começo da semente de mostarda. O fermento tem imagem negativa ou má na Bíblia, como em Mateus 16.6,11: ‘Adverti e acautelai-vos do fermento dos fariseus e saduceus’. Também é usado negativamente no Antigo Testamento (e.g., Êx 12.15; Lv 2.11), embora também tenha imagem positiva (e.g., Lv 7.13; 23.15-18). Aqui Jesus usa o fermento para mostrar como um item pequeno não observado pode penetrar o todo. Muitos não reconhecem que o Reino esteja em ação, porque está escondido e é considerado insignificante por muitos. Mas não devemos menosprezar o dia das coisas pequenas. O fruto segue a fidelidade (Gl 6.9). O trabalho do discípulo mais humilde pode ter efeitos de longo alcance” (SHELTON, James In ARRINGTON, French L.; STRONDAD, Roger (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, p. 90).

III. QUEM PARTICIPA DO REINO DE DEUS?

Todos os autênticos discípulos de Cristo participam do Reino de Deus. Não basta apenas ser frequentador de Igreja. É preciso ser discípulo de Cristo (Mc 8.34-38). Ao questionarmos quem participa do Reino de Deus nos surge a ideia do discipulado. O tema do discipulado tem sido esquecido em muitos arraiais evangélicos na atualidade. Contudo, se prestarmos atenção à chamada Grande Comissão, temos o mandamento de "fazer discípulos" (Mt 28.19,20). O crescimento do Reino de Deus é, de fato, surpreendente. Mas Deus escolheu que isso aconteça através da prática do discipulado. Afinal, somente os discípulos de Cristo, na consumação dos séculos, entrarão no Reino de Deus.
Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (Mt 28.19). O tema de Mateus é Cristo como Rei, e a incumbência final de Jesus aos seus súditos reflete uma perspectiva global. O ministério terreno de Cristo foi dirigido a Israel (Mt 10.5,6), mas a proclamação do seu Reino e a adesão à sua autoridade estende-se a todas as nações. A forma pela qual os discípulos devem reconhecer abertamente sua lealdade a Cristo é através do batismo em águas, ministrado em nome da Trindade. ““Ide... ensinai...batizando”, estas palavras constituem a Grande Comissão de Cristo a todos os seus seguidores, em todas as gerações. Declaram o alvo, a responsabilidade e a autorga da tarefa missionária da Igreja. A igreja deve ir a todo o mundo e pregar o evangelho a todos de conformidade com a revelação do Novo Testamento, da parte de Cristo e dos apóstolos. Esta tarefa inclui a responsabilidade primordial de enviar missionários a todas as nações (At 13.1-4). O evangelho pregado centraliza-se no arrependimento e na remissão de pecados (Lc 24.47), na promessa do recebimento de ”o dom do Espírito Santo” (At 2.38), e na exortação de separar-nos desta geração perversa (At 2.40), ao mesmo tempo em que esperamos a volta de Jesus, do céu (At 3.19, 20; 1Ts 1.10)” (Adaptado de Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD, Nota textual de Mt 28.19, p.1452)

1. Quem tomou uma decisão. Para que possamos participar do Reino de Deus é preciso atender ao convite de Cristo (Mc 8.34). Ser discípulo de Cristo significa muito mais que atender a um convite de "vir à frente". O texto de Marcos diz que o convite é dirigido a quem "quiser". Isso significa que a soberania divina não violenta a liberdade humana. Depois de receber o chamado do Espírito, é preciso que haja uma decisão pessoal e essa decisão envolve renúncia.
A estória: “Conta-se que quando Cristo terminou sua obra, e chegou ao céu, os anjos o receberam com exultante celebração. Um anjo perguntou-lhe: “Senhor, tu consumaste a obra da redenção, mas quem vai contar essa boa nova para o mundo inteiro?” Jesus respondeu: “Eu deixei doze homens preparados para essa tarefa”. Retrucou o anjo: “Mas, Senhor, e se eles falharem?”. Jesus respondeu: “Se eles falharem eu não tenho outro método”. Hernandes Dias Lopes em A grande Comissão, uma missão inacabada. Encontramos em todos os quatro Evangelhos e no livro de Atos, a ênfase à grande comissão. Ao ser assunto aos céus, Jesus deu-nos suas últimas palavras, que ficaram conhecidas como a Grande Comissão. A Grande Comissão, na tradição cristã, é a instrução dada pelo Jesus ressuscitado aos seus discípulos para que eles espalhassem seus ensinamentos para todas as nações do mundo. Ela se tornou um ponto chave da teologia cristã sobre o trabalho missionário, o evangelismo e o batismo.
O Reino de Deus ainda não foi completamente estabelecido, mas já começou. Jesus explicou isso na parábola do grão de mostarda: a semente do Reino foi lançada e continua crescendo (Lucas 13:18-19). Cada pessoa que aceita Jesus faz crescer o Reino. Um dia o Reino encherá toda a terra mas até lá ele cresce dentro de nossos corações.

2. Quem tem uma relação pessoal com Jesus. Um discípulo de Cristo não é um "admirador", mas um seguidor. Jesus nos chama a segui-lo. Um verdadeiro discípulo segue as pegadas de Cristo (1 Pe 2.21). Aquele que participa do Reino de Deus é uma pessoa obediente (Jo 15.14). Nós devemos obedecer ao seu comando por Ele ser Senhor e também por gratidão à grandiosa salvação que Ele nos deu.
Ter um relacionamento pessoal com Jesus começa no momento que percebemos nossa necessidade dEle, quando admitimos que somos pecadores, quando nos arrependemos de nosso pecado e pedimos a Ele que entre em nossos corações para ser a autoridade em nossas vidas. Deus, nosso Pai Celestial, sempre desejou estar perto de nós e ter um relacionamento conosco. Antes de Adão ter pecado no Jardim do Éden (Gênesis capítulo 3), ele e Eva conheciam a Deus de uma forma íntima e pessoal. Eles andavam com Deus no Jardim e falavam diretamente com Ele. O pecado do homem nos separou de Deus. Deus é perfeito e não pode viver no meio de pecado. Antes da morte de Jesus na cruz, as pessoas tinham que sacrificar animais quando pecavam, pois a Bíblia diz que o salário do pecado é a morte”. (GOTQUESTIONS)

3. Quem tem uma caminhada dinâmica com Cristo. O discípulo de Cristo tem uma caminhada dinâmica com Ele. Trata-se de um desafio diário. Todas as nossas escolhas, propósitos, nossos sonhos e realizações devem ser pautados na vontade do Senhor. O discípulo de Cristo é alguém que vive em um mundo cujos valores estão invertidos (Mc 8.35), por isso, entende que no âmbito do Reino de Deus "ganhar" é perder, e "perder" é ganhar. Somos chamados para assegurar os interesses do Reino e, para isso, muitas vezes, temos de deixar de lado os interesses egoístas e a aparente segurança terrena.
Um rei deve ter trono, um rei deve ter exércitos, mas um rei deve, necessariamente, ter súditos, senão não é rei. Assim é no reino de Deus. A todos que entenderam a mensagem da salvação em Jesus Cristo, que habitava na glória, deixou esta glória e esvaziou-se deu-nos o poder de sermos feitos seu povo. Ele nos comprou do reino das trevas por alto preço e nos levou para o reino do seu amor. Com autoridade o apóstolo Pedro ensinou: Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz (1 Pedro 2.9). Nós éramos considerados Não-Povo-de-Deus, e fomos feito Povo de Deus. Jesus disse: Não temais, ó pequenino rebanho; porque vosso Pai se agradou em dar-vos o seu reino (Lucas 12.32). Assim, eu e você recebemos a Jesus em nossos corações não apenas como nosso Salvador, mas quando entendemos sua obra na cruz do calvário o recebemos também como nosso Senhor (Kyrios), como nosso Rei e nós como seus súditos. Um súdito, não discute a ordem do Rei, o súdito obedece por amor ao Rei. A realidade do reino de Deus nos faz lembrar que Jesus é Rei, nós somos servos, ele é o Criador, nós criatura, ele é o oleiro, nós somos barro”. (IPILON)

SUBSÍDIO DIDÁTICO-ECLESIOLÓGICO

Em seu Manual do Discipulador Cristão (CPAD), o pastor Cyro Mello elenca quatro requisitos para que alguém seja considerado um discípulo de Cristo: Decisão Voluntária; Determinação; Consciência e Disposição para o Trabalho. Cada um desses requisitos possui desdobramentos e são fundamentados em textos bíblicos. Procure este conteúdo nas páginas 23 a 51 do referido livro e enriqueça a abordagem deste terceiro tópico.

CONCLUSÃO

É interessante notar que nem todas as parábolas possuem uma aplicação direta e marcante. Em muitas delas, o crente precisa contentar-se em deixar que a parábola cumpra seu objetivo sem que haja uma hermenêutica forçada. A parábola do grão de mostarda nos apresenta a realidade de que o Reino de Deus teve um início insignificante e, desde então, cresce assustadoramente. Ao final dos tempos, ele atingirá todo o Universo. Que todos nós possamos fazer parte desse glorioso Reino, que não terá fim.
Vimos hoje sobre a realidade do reino de Deus. Há um Rei, há um exército do Rei e há súditos do Rei. Este reino já está implantado, mas ainda não totalmente. E você, já faz parte deste reino?
Achando-se as tuas palavras, logo as comi, e a tua palavra foi para mim o gozo e alegria do meu coração; porque pelo teu nome sou chamado, ó Senhor Deus dos Exércitos”. (Jeremias 15.16).


Francisco Barbosa
Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br

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