SUBSÍDIO I
O CRESCIMENTO DO
REINO DE DEUS
Podemos dizer que, de
alguma forma, todas as parábolas de Jesus pressupõem o Reino de Deus presente
no mundo, quer esteja explícito ou não. Em cada parábola encontramos algum elemento
do Reino. Algumas, contudo, tratam especificamente do crescimento do Reino de
Deus na Terra. Logo, os textos abordados aqui trazem as parábolas que Jesus
contou para ensinar a respeito do crescimento do Reino de Deus. Eles enfatizam
a presença do Reino. Ou seja, o Reino de Deus está presente no mundo, ainda que
não possamos distingui-lo exatamente de forma concreta. Mas um dia tudo será
consumado. O dia em que todos os discípulos autênticos de Cristo participarão
plenamente do Reino de Deus.
Cristo usou uma
parábola para explicar a natureza de Seu reino: “É semelhante ao grão de
mostarda que um homem, tomando-o, lançou na sua horta; e cresceu e fez-se
grande árvore, e em seus ramos se aninharam as aves do céu” (Lc 13.19). Stamps
destaca que “a parábola do grão de mostarda fala do pequeno começo desse reino
e seu desenvolvimento subsequente no decurso do tempo, (...) ele começou apenas
com Jesus e um grupo de discípulos dedicados, (...) no entanto, a manifestação
atual e visível do reino crescerá até tornar-se grande, organizado e poderoso”.
No comentário de Lc 13.18-21, a Bíblia
de Aplicação Pessoal destaca que “a expectativa geral entre os
ouvintes de Jesus era a de que o Messias viria como um grande rei e, como tal,
livraria a nação judaica de Roma e restabeleceria a antiga glória de Israel”.
Quando Jesus
apresenta Seu Reino, à semelhança da semente de um grão de mostarda, de maneira
“pequena” e “silenciosa”, causa desconfiança e rejeição. Qualquer cenário
diferente desse esperado pela nação de Israel seria plenamente rejeitado. “Como
uma minúscula semente de mostarda, que cresce e transforma-se em uma árvore
enorme”,3 o Reino de Deus também se expandiria. Bratcher e
Scholz destacam que “o pequeno tamanho da sua semente era proverbial,
especialmente em contraste com o tamanho da planta, que, na Galileia, pode
alcançar 2 metros de altura”.
Texto extraído da
obra: As Parábolas
de Jesus: As
verdades e princípios divinos para uma vida abundante. 1. ed. Rio de
Janeiro: CPAD, 2018
COMENTÁRIO E
SUBSÍDIO II
INTRODUÇÃO
O Reino de Deus está em expansão, mas isso ocorre
nas coisas pequenas, que pode ser comparado a uma semente de mostarda. Na lição
de hoje estudaremos a respeito desse crescimento, destacando a princípio a
importância de ter uma compreensão apropriada do Reino de Deus, em seguida, o
compararemos, à luz das parábolas de Jesus, com uma semente de mostarda. E ao
final, mostraremos as dimensões espirituais por meio das quais o Rei de Deus se
expande.
I. O
SIGNIFICADO DO REINO DE DEUS
Ao longo da história do pensamento
bíblico-teológico é possível identificar percepções distintas do significado do
Reino de Deus. Para alguns estudiosos, o Reino de Deus remete aos tempos da
Antiga Aliança, na medida em que Deus direcionava os ditames de Israel, como a
nação escolhida em um pacto teocrático. Esse governo teria se estendido à
Igreja, quando Cristo a formou, chamando para fora aquele que fariam parte da
sua assembleia. Na verdade, o reino de Deus se concretiza onde o Rei está, por
isso Jesus afirmou que o reino de Deus estava no meio dos seus discípulos (Mt.
12.28; Mc. 1.15; Lc. 17.20,21). Ao longo da sua história, a cristandade cometeu
o equívoco de conceber o reino de Deus com a instituição da sua relação com o
Estado. Durante o império de Constantino, no Século IV da Era Cristã, Roma se
tornou o centro religioso e governamental do mundo. Por causa da forte relação
entre Igreja e Estado, alguns cristãos desse período acreditaram que o Milênio
havia chegado, e que o Reino de Deus havia se instaurado na terra. Esse
equívoco resultou na romanização da igreja e em decadência espiritual. Por esse
motivo, é preciso ter cuidado para não confundir o reino de Deus com a política
dos homens, e não deixar de considerar que esse “não é comida, nem bebida, mas
justiça, paz e alegria no Espírito Santo (Rm. 14.17). O reino de Deus é uma
tensão entre o “já” e o “ainda não”, que somente terá plenitude no futuro,
quando Jesus voltar para estabelecer Seu reino milenial (Ap. 19), por isso o
Senhor orou para que esse chegasse, na terra como já é no céu (Mt. 6.10).
II. O REINO
DE DEUS COMO UMA SEMENTE
Em várias parábolas Jesus comparou o Reino de Deus
com algo de pouco destaque, como uma semente de mostarda (Mc. 4.30,31). Esse é
um grão de origem egípcia, geralmente reconhecido como sinapsis nigra, cujo
termo é mencionado nos Evangelhos Sinóticos (Mt. 13.31; 17.20; Mc. 4.31; Lc.
13.19; 17.6). Aparentemente, como uma semente de mostarda, o reino de Deus pode
parecer insignificante, passando desapercebido pelas pessoas. Sabemos que no
futuro esse reino se estenderá por todo o universo (Mc. 13.24-27; Ap. 5.9-13;
7.9), mas até que esse dia chegue, estaremos vivendo neste mundo como
forasteiros, peregrinos em terra estranha. Às vezes, nos enganamos ao pensar que
o reino de Deus tem a ver com o domínio dos homens. A política humana tem sido
instrumento desse tipo de equívoco. Até mesmo algumas igrejas, através da sua
imponência religiosa, demonstrada através de seus templos suntuosos, e até
mesmo da influência política, pensam que estão contribuindo para a expansão do
Reino de Deus. Mas esse se manifesta em lugares que, na maioria das vezes, não
são vistos pela maioria das pessoas. Pregadores e pastores anônimos que levam a
boa mensagem de Cristo Jesus, que semeiam a Palavra de Deus, e se envolvem em
práticas de justiça, amor e perdão, às vezes, distante dos holofotes.
III. A
EXPANSÃO DO REINO DE DEUS
O reino de Deus está em expansão, mas nem sempre da
maneira que as pessoas imaginam. C. S. Lewis, em uma das suas declarações
apologéticas, descreveu os súditos desse reino como aqueles que chegam a esse
mundo com o objetivo de sabotar o império do mal. Mas isso não se dá por meio
da força, pois o reino de Deus não é por violência, mas através do amor e da
graça de Cristo. O mundo jaz no maligno, os cristãos devem fazer uso das suas
armas espirituais (II Co. 10.3-5; Ef. 6.12), e não se deixar influenciar pela
filosofia do mundo, que pretende estabelecer seu governo por meio da coerção.
Para a expansão do Reino de Deus, devemos levar a boa nova de Cristo, não com o
objetivo de tornar as pessoas iguais a nós, antes conduzindo-as ao discipulado
(Mt. 28.19,20), sendo imitadoras de Cristo, na medida em que nós mesmos somos
imitadores dEle (I Co. 11.1). Os verdadeiros discípulos de Jesus carregam a
cruz, sabem que devem ir sempre após Ele, nunca adiante dEle (Mt. 16.24). Os
valores do reino, e mais precisamente, o código de ética do reino de Deus se
encontra no Sermão do Monte (Mt. 5-7), nessa passagem nos deparamos com o padrão
a partir do qual os súditos do reino de Deus devem viver. Na medida em que
levamos essa mensagem adiante, expressando o amor de Deus, sabemos que elas
encontrarão sobra, como aquela resultante da pequena semente de mostarda, que
se tornou uma planta capaz de abrigar e trazer alívio aos que dela se
aproximam.
CONCLUSÃO
A Igreja de Jesus Cristo tem o desafio de levar o
evangelho até aos confins da terra (At. 1.8), essa é sua grande comissão. Mas
precisa saber que o Reino é de Deus, e não de nós mesmos, precisamos estar
alinhados à sua mensagem, e compreender que essa é uma obra do Espírito Santo,
que transforma forasteiros em súditos de um reino de paz e amor, dominado pela
graça maravilhosa, que nos atrai não pelo que somos ou fazemos, mas por quem Ele
é, e porque nos amou, entregando Seu filho em nosso lugar (Jo. 3.16).
José Roberto A. Barbosa
Disponível no blog: subsidioebd.blogspot.com
COMENTÁRIO E
SUBSÍDIO III
INTRODUÇÃO
“Podemos dizer que, de alguma forma, todas as
parábolas de Jesus pressupõem o Reino de Deus. Na verdade, em praticamente cada
parábola encontramos algum elemento dele. Algumas, contudo, tratam
especificamente do desenvolvimento e do crescimento do Reino de Deus sobre a
terra. Os textos abordados nesta lição trazem as parábolas que Jesus contou
para ensinar a respeito do crescimento do Reino de Deus. Elas enfatizam a
presença do Reino, mostrando que este está presente, ainda que não possamos
distinguir exatamente onde ele está de forma concreta. Um dia tudo será
consumado e todos os discípulos autênticos de Cristo farão parte do Reino de
Deus naquele Grande Dia.”
Algumas pessoas têm Jesus como o “maior mestre que
já existiu”, e de fato eles têm razão, Jesus foi o maior de todos os mestres,
pela natureza do seu ensino, pela excelência de seus métodos e principalmente,
pela grandeza do seu exemplo. A pregação de Jesus Cristo em todo o tempo de seu
ministério teve por objetivo específico falar do Reino dos céus. Em cada
parábola havia elementos que evidenciavam a estrutura desse Reino. Como já
discutido nas lições anteriores, as parábolas eram janelas abertas para uns e
portas fechadas para outros. Através delas, o Mestre trouxe à nossa compreensão
as verdades do Reino, enquanto para aqueles que zombavam, elas pareciam
escurecer ainda mais a sua compreensão. Jesus contou três parábolas sobre o
Reino: semeador, semente, grão de mostarda. A primeira fala da resposta do
homem à Palavra; a segunda trata do poder intrínseco da Palavra; a terceira
fala da capacidade extraordinária de crescimento dessa Palavra no
estabelecimento do Reino. Mas o que é o Reino de Deus? O Reino de Deus é um
reino espiritual que um dia dominará tudo. Esse reino começou agora, dentro do
coração de cada pessoa que aceitou Jesus como seu senhor e salvador; Ele está
onde a vontade de Deus é feita: “…venha a nós o teu Reino e seja feita sua
vontade assim na terra como nos céus…” (Mt 6.10). A Bíblia relata no livro
de Atos dos Apóstolos (capítulo 2) a chegada do Reino de Deus, a partir da
descida do Espírito Santo durante a festa de Pentecostes. O mesmo evento também
marcou o início da Igreja Cristã. Assim, é possível dizer que a história da
Igreja relata a implantação do Reino de Deus na terra.
I. INTERPRETAÇÃO
DAS PARÁBOLAS SOBRE O REINO DE DEUS
Essas parábolas enquadram-se bem
na categoria de similitude. A similitude nada mais é que uma comparação
expandida. Ela quer pintar um quadro que se repete e, para isso, usa
predominantemente o tempo presente em função de uma analogia. Portanto, a
parábola não apresenta um enredo totalmente desenvolvido. Aqui Jesus se volta
para o mundo da botânica. O Mestre utiliza-se da figura de um grão de mostarda
a fim de ilustrar o Reino de Deus.
1. A semente de mostarda. A semente de mostarda simboliza de forma proverbial aquilo
que é pequeno e insignificante. Essa semente é muito pequena; mas, quando
plantada, cresce e se torna uma hortaliça muito grande. Essa mostarda é de
origem egípcia (sinapis) e a encontramos mencionada nos Evangelhos Sinóticos
por cinco vezes (Mt 13.31; 17.20; Mc 4.31; Lc 13.19; 17.6). Nosso Senhor
utiliza aqui a "mostarda negra" conhecida como sinapis nigra. Uma
semente pequena que produz um grande arbusto.
Há uma certa semelhança entre as parábolas do
Semeador, do Joio e do Trigo, do Grão de Mostarda e do Fermento. Cada uma tem
sua interpretação própria, mas há uma harmonia quanto às lições que o Mestre
queria ensinar. Muitos interpretes divergem quanto a interpretação de cada
parábola, no entanto, devemos reconhecer que Jesus foi uniforme em seus
ensinos, desde que não há uma figura com dois sentidos diferentes. Em cada
parábola há uma perfeita harmonia na mensagem final que o Mestre queria
transmitir.
“A mostarda-preta é uma planta herbácea da
família das brassicáceas, anual, que atinge 1,2 m de altura, de folhas
oblongas, denteadas e flores amarelas. O condimento é produzido a partir das
sementes em quase todo mundo”. Wikipédia. De origem
egípcia, sinapis, aparece especialmente nos três primeiros
Evangelhos por quatro vezes. Servia para tempero para comida.
“Jesus contou duas parábolas para falar a
respeito do fenomenal crescimento do reino dos céus: a parábola do grão de
mostarda e a parábola do fermento. As duas formam um par, e são, na verdade,
duas faces de uma mesma moeda. A parábola do grão de mostarda retrata o crescimento
do reino em extensão e a do fermento descreve a intensidade desse crescimento.
A parábola do grão de mostarda, em contraste com a do trigo e do joio, é muito
curta. Obviamente, Jesus realça a diferença entre o pequenino grão e a grande
árvore. Ele não diz nada sobre a qualidade da mostarda. Ele poderia ter
mencionado seu uso na comida e nos remédios, sua cor e seu gosto, mas esse não
era o propósito da parábola. O tamanho insignificante da semente de mostarda se
tornou proverbial, no primeiro século. Jesus, uma vez disse: “Se tiverdes fé
como um grão de mostarda, direis a este monte: Passa daqui para acolá, e ele
passará” (Mt 17.20).” (Paradigmas do Reino de Deus. Disponível
em: http://ipbg.org.br/download/paradigmas-2.pdf. Acesso em: 13 Out, 2018)
2. Os contrastes. A parábola do grão de mostarda é uma história dos
contrastes entre um começo aparentemente insignificante e uma coroação
surpreendente; entre o oculto hoje e o revelado no futuro. O Reino de Deus é
como tal semente. O tamanho atual do Reino de Deus possui um aspecto
insignificante; mas isso não indica, de modo algum, o que ele, em sua
consumação, abrangerá, ou seja, o Universo inteiro (Mc 13.24-27; Ap 5.9-13;
7.9; Dn 2.33,34).
Contraste é o grau marcante de diferença ou de
oposição entre coisas da mesma natureza (Dicionário Houaiss). Através da
parábola, Jesus ensina que o reino de Deus pode parecer sem importância e
insignificante, especialmente na Galiléia de 28 AD. Mas, o evangelho do
reino,proclamado por um carpinteiro transformado em pregador, provocará um
impacto tremendo no mundo todo. Jesus utiliza-se dessa ilustração para ensinar
a diferença de valores entre as coisas do reino desse mundo e do Reino de Deus.
3. As aparências enganam. O Senhor nos ensina aqui a não nos deixarmos levar pelas
aparências. Muitas vezes julgamos as coisas pelo aspecto exterior. O ensino de
Cristo apresenta o poder misterioso da fé que dá início ao Reino de Deus. Jesus
começou seu ministério com alguns discípulos. Ao longo da história a Igreja
alcançou milhares de pessoas. Hoje a Igreja de Cristo compõe-se de bilhões de
crentes espalhados pelo planeta (Mt 8.11).
Qual é o tamanho dessa árvore? Em Lucas, na parábola
do grão de mostarda, Jesus diz que a semente "cresceu e fez-se
árvore..." (Lc 13.19). “Já observamos que esta parábola ressalta mais o
contraste entre semente e árvore do que a imensidão de seu crescimento final.
Como A. B. Bruce observou, a parábola parece chamar mais a atenção para a
pequenez do começo do reino do que para a grandeza do seu fim. Tão grande
árvore como a que possa crescer de um grão de mostarda, ela nunca rivalizará
com as verdadeiras árvores que sobressairão acima dela. As parábolas
emparelhadas do grão de mostarda e do fermento parecem ser ambas destinadas a
ilustrar o crescimento futuro e a influência do reino. Uma fala de seu
crescimento extenso e visível, a outra da mudança espiritual intensa. Mas a
questão que permanece é se Jesus está olhando para a parábola do grão de
mostarda no vitorioso destino final de seu reino ou simplesmente para a
crescente e visível influência espiritual do evangelho na História” (ESTUDOS
DA BÍBLIA).
SUBSÍDIO EXEGÉTICO
“Jesus aqui continuou com o seu esforço para ajudar
os discípulos a entender a verdadeira natureza do Reino de Deus (30). (E como
eram lentos para aprender! Cf. At 1.6) Ele perguntou: A que assemelharemos o
Reino de Deus?, graciosamente incluindo os ouvintes no projeto. De forma
incidental, podemos notar a importância do pensamento ilustrado nos assuntos
espirituais. Com que parábola o representaremos? As ideias abstratas precisam
ser revestidas de histórias e imagens para que possam atingir o coração e a
mente.
“O tema da parábola é que, embora o Reino possa ter
tido o menor começo possível, algum dia crescerá e chegará a um tamanho
fenomenal. Um grão de mostarda (31) foi usado proverbialmente para representar
alguma coisa muito pequena (veja Mt 17.20). Apesar do seu tamanho, a semente de
mostarda produz uma planta ou arbusto maior do que qualquer outra hortaliça do
jardim, com cerca de três metros de altura, ou mais. Os galhos da planta têm
tamanho suficiente para permitir que as aves do céu façam os seus ninhos e
possam se abrigar debaixo da sua sombra. (Os pássaros gostam da semente de
mostarda.)” (SANNER, A. Elwood. Comentário Bíblico Beacon. Vol.6. 1.ed. Rio de
Janeiro: CPAD, 2006, p.250).
II. A EXPANSÃO
DO REINO DE DEUS
1. O campo de semeadura. Nos textos sinóticos que lemos - Mateus, Marcos e Lucas -
existe um pequeno detalhe que chama a atenção. Mateus descreve o homem semeando
na terra, Marcos, no campo, enquanto Lucas fala de horta. Esses detalhes, por
se tratar de uma parábola, não devem nos prender. Muitas pessoas têm se perdido
aos detalhes na interpretação de parábolas. O “campo", sem dúvida alguma,
trata-se do mundo e o mesmo exemplifica as parábolas similares. O Evangelho vem
sendo pregado ao redor do mundo desde o dia de Pentecostes, pois esta é uma
ordem do Senhor (At 1.8).
Como diz o comentarista, não devemos nos prender a
estes detalhes, dependendo da versão que você utiliza, terá palavras tais como
jardim.
“Se olharmos o panorama mundial da Igreja
evangélica perceberemos que o crescimento evangélico foi 1.5 % maior que o Islã
na ultima década. O Evangelho já alcançou 22.000 povos nestes últimos 2
milênios. Temos a Bíblia traduzida hoje em 2.212 idiomas. As grandes nações que
resistiam o Evangelho estão sendo fortemente atingidas pela Palavra, como é o
caso da Índia e China, que em breve deverão hospedar a maior Igreja nacional
sobre a terra. Um movimento missionário apoiado pela Dawn Ministry plantou mais
de 10.000 igrejas-lares no Norte da Índia na última década, em uma das áreas
tradicionalmente mais fechadas para a evangelização. No Brasil menos
evangelizado como o sertão nordestino, o norte ribeirinho e indígena, e o sul
católico e espírita, vemos grandes mudanças na última década, com nascimento de
novas igrejas, crescimento da liderança local e um contínuo despertar pela
evangelização. No Brasil urbano a Igreja cresceu 267% nos últimos 10 anos.
Apesar dos diversos problemas relativos ao crescimento e algumas questões de
sincretismo que são preocupantes no panorama geral, vemos que o Evangelho tem
entrado nos condomínios de luxo de São Paulo e nos vilarejos mais distantes do
sertão, colocando a Palavra frente a frente com aquele que jamais a ouvira
antes. Há um forte e crescente processo de evangelização no Brasil.” (Extraído
de: O Espírito Santo e as Missões. Disponível em:http://www.metodistavilaisabel.org.br/artigosepublicacoes/descricaocolunas.asp?Numero=2018. Acesso em: 15 Out, 2018)
Devo lembrar ao leitor, que, segundo Paulo escreve
em Romanos 6.23: “mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por intermédio
de Cristo Jesus nosso Senhor”, não há outra porta de escape para o homem
sem Deus, a salvação só é possível mediante a pregação do Evangelho. Romanos
10.9-10 mostra como podemos ser salvos: pela fé em Jesus. Somente Jesus pode
nos salvar do pecado.
2. Um lugar debaixo da
sombra. O arbusto de
mostarda aqui retratado tem cerca de três metros de altura, ou pouco mais. Seus
galhos possuem tamanho suficiente para permitir que pássaros construam seus
ninhos e consigam abrigar-se debaixo da sua sombra. Essa imagem de uma grande
árvore, onde pássaros habitam seus galhos e animais descansam à sua sombra, é
uma reminiscência do ensino veterotestamentário a respeito do destino dos
grandes impérios, bem como sobre a ascensão do Reino de Deus (Ez 17.22-24; Dn
4.10-14).
“O elemento surpreendente nessa parábola é o
começo insignificante, conforme os homens medem as coisas. Uma semente pequenina
daria uma planta grande. Os homens pensam em grandes conquistas e demonstrações
de força. Quando Jesus estava no auge do seu ministério, com dezenas de
milhares de seguidores, o povo queria fazê-lo rei (João 6:15). Até os apóstolos
imaginavam um reino grande e glorioso e desejavam posições de honra e
influência (Marcos 10:35-37). A resposta de Jesus para Pilatos afirmou que seu
reino não cumpriria expectativas humanas e políticas (João 18:36). Até hoje,
muitos ainda não compreenderam essa diferença fundamental na natureza do reino
do Senhor. Muitos ainda pregam uma doutrina carnal na qual Jesus e seus
seguidores precisam conquistar território para estabelecer um reino terrestre”
(ESTUDOS DA BÍBLIA). “Nos ramos da
mostardeira, as “aves do céu” fazem seus ninhos e se alimentam das sementes que
ela produz, mostrando o caráter acolhedor e auto provedor do Reino de Deus.
Como na Parábola do Semeador as “aves do céu” representam seres maus (Mc 4:3),
o propósito do Reino é justamente atrair os maus, mostrando-lhes o Seu amor.
Ele disse: “Não necessitam de médicos os sãos, mas sim os doentes. Porque Eu
não vim chamar os justos, mas sim os pecadores ao arrependimento” (Mt 9:12-13).”
("O Evangelho Reunido", Pastor Juanribe Pagliarin).
3. Não despreze os pequenos
começos. A certeza que
Cristo dá ao ensinar essa parábola certamente provocou uma forte
conscientização e um enorme encorajamento para a igreja nascente, na época dos
evangelistas Mateus, Marcos e Lucas. Uma igreja que estava enfrentando diversas
lutas neste mundo. A parábola escatológica lembra o que disse o soberano Senhor
a respeito do cedro no qual os pássaros encontrarão abrigo "à sombra dos
seus ramos" (Ez 17.23 cf. 31.6). Também nos desperta para a pergunta
levantada pelo profeta Zacarias: "[...] quem despreza o dia das coisas
pequenas?" (Zc 4.10).
“Para o mundo, hoje é o dia das grandes coisas.
Em matéria de guerra, antigamente os homens estavam satisfeitos em contar seus
exércitos em milhares, mas agora os milhares são desprezados - as nações devem
ter seus milhões de soldados. Em matéria de finanças, onde antes as fortunas
eram avaliadas em alguns poucos algarismos, agora fortunas com valores
expressos em vários dígitos passaram a serem consideradas apenas como pequenas
heranças. Um milionário do passado seria considerado, na avaliação de hoje,
apenas um pequeno capitalista. Na vida rural, onde antes um paciente agricultor
cultivava alguns poucos hectares, agora grandes máquinas revolvem quilômetros
de terra que produzem milhões de fardos de grãos em uma única fazenda. Em
matéria de educação, as universidades, faculdades, seminários e escolas
técnicas multiplicam-se sem parar, e multidões seguem carreiras em busca de
conhecimento e diplomas. Metrópoles florescem onde antes havia cidades; grandes
cidades substituíram os povoados. Extensas redes de ferrovias e auto-pistas se
emaranham pelos continentes, e o pulsar das máquinas palpita em todo centro
industrial. Em resumo - o mundo parou de se importar com o que é pequeno ou
insignificante.”(MONERGISMO)
Não desanime se a obra parece mirrada, na verdade, o
crescimento pertence ao Senhor. Leia a história de Adoniran Judson - O Missionário Pioneiro
da Birmânia e inspire-se.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
“Jesus diz que a semente de mostarda ‘é realmente a
menor de todas as sementes’. Trata-se de hipérbole, designada a enfatizar a
natureza minúscula da semente. Entre os rabinos esta semente era usada
proverbialmente por sua pequenez (M. Nidá 5.2). O que Jesus quer dizer é que se
torna um arbusto de tamanho significativo e até proporciona abrigo para
pássaros. Assim também o Reino dos Céus tem começo modesto não observado por
muitos, mas eventualmente tem grande efeito. O avanço da igreja primitiva desde
seu começo desanimador à transformação do Império Romano fornece comentário
apropriado para o significado da passagem. A referência à árvore indica um
império em expansão (e.g., Ez 17.23; 31.1-9; Dn 4.10-12); os pássaros
representam as nações do império (Dn 4.20-22 [...]). “A Parábola do Fermento
reforça o começo da semente de mostarda. O fermento tem imagem negativa ou má
na Bíblia, como em Mateus 16.6,11: ‘Adverti e acautelai-vos do fermento dos
fariseus e saduceus’. Também é usado negativamente no Antigo Testamento (e.g.,
Êx 12.15; Lv 2.11), embora também tenha imagem positiva (e.g., Lv 7.13;
23.15-18). Aqui Jesus usa o fermento para mostrar como um item pequeno não
observado pode penetrar o todo. Muitos não reconhecem que o Reino esteja em
ação, porque está escondido e é considerado insignificante por muitos. Mas não
devemos menosprezar o dia das coisas pequenas. O fruto segue a fidelidade (Gl
6.9). O trabalho do discípulo mais humilde pode ter efeitos de longo alcance”
(SHELTON, James In ARRINGTON, French L.; STRONDAD, Roger (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal. 1.ed.
Rio de Janeiro: CPAD, 2003, p. 90).
III. QUEM
PARTICIPA DO REINO DE DEUS?
Todos os autênticos discípulos
de Cristo participam do Reino de Deus. Não basta apenas ser frequentador de
Igreja. É preciso ser discípulo de Cristo (Mc 8.34-38). Ao questionarmos quem
participa do Reino de Deus nos surge a ideia do discipulado. O tema do
discipulado tem sido esquecido em muitos arraiais evangélicos na atualidade.
Contudo, se prestarmos atenção à chamada Grande Comissão, temos o mandamento de
"fazer discípulos" (Mt 28.19,20). O crescimento do Reino de Deus é,
de fato, surpreendente. Mas Deus escolheu que isso aconteça através da prática
do discipulado. Afinal, somente os discípulos de Cristo, na consumação dos
séculos, entrarão no Reino de Deus.
“Portanto, ide, ensinai todas as nações,
batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (Mt 28.19). O
tema de Mateus é Cristo como Rei, e a incumbência final de Jesus aos seus
súditos reflete uma perspectiva global. O ministério terreno de Cristo foi
dirigido a Israel (Mt 10.5,6), mas a proclamação do seu Reino e a adesão à sua
autoridade estende-se a todas as nações. A forma pela qual os discípulos devem
reconhecer abertamente sua lealdade a Cristo é através do batismo em águas,
ministrado em nome da Trindade. ““Ide... ensinai...batizando”, estas
palavras constituem a Grande Comissão de Cristo a todos os seus seguidores, em
todas as gerações. Declaram o alvo, a responsabilidade e a autorga da tarefa missionária
da Igreja. A igreja deve ir a todo o mundo e pregar o evangelho a todos de
conformidade com a revelação do Novo Testamento, da parte de Cristo e dos
apóstolos. Esta tarefa inclui a responsabilidade primordial de enviar
missionários a todas as nações (At 13.1-4). O evangelho pregado centraliza-se
no arrependimento e na remissão de pecados (Lc 24.47), na promessa do
recebimento de ”o dom do Espírito Santo” (At 2.38), e na exortação de
separar-nos desta geração perversa (At 2.40), ao mesmo tempo em que esperamos a
volta de Jesus, do céu (At 3.19, 20; 1Ts 1.10)” (Adaptado de Bíblia de
Estudo Pentecostal, CPAD, Nota textual de Mt 28.19, p.1452)
1. Quem tomou uma decisão. Para que possamos participar do Reino de Deus é preciso
atender ao convite de Cristo (Mc 8.34). Ser discípulo de Cristo significa muito
mais que atender a um convite de "vir à frente". O texto de Marcos
diz que o convite é dirigido a quem "quiser". Isso significa que a
soberania divina não violenta a liberdade humana. Depois de receber o chamado
do Espírito, é preciso que haja uma decisão pessoal e essa decisão envolve
renúncia.
A estória: “Conta-se que quando Cristo terminou sua
obra, e chegou ao céu, os anjos o receberam com exultante celebração. Um anjo
perguntou-lhe: “Senhor, tu consumaste a obra da redenção, mas quem vai contar
essa boa nova para o mundo inteiro?” Jesus respondeu: “Eu deixei doze homens
preparados para essa tarefa”. Retrucou o anjo: “Mas, Senhor, e se eles
falharem?”. Jesus respondeu: “Se eles falharem eu não tenho outro
método”. Hernandes Dias Lopes em A grande Comissão, uma missão
inacabada. Encontramos em todos os quatro Evangelhos e no livro de Atos,
a ênfase à grande comissão. Ao ser assunto aos céus, Jesus deu-nos suas últimas
palavras, que ficaram conhecidas como a Grande Comissão. A Grande Comissão, na
tradição cristã, é a instrução dada pelo Jesus ressuscitado aos seus discípulos
para que eles espalhassem seus ensinamentos para todas as nações do mundo. Ela
se tornou um ponto chave da teologia cristã sobre o trabalho missionário, o
evangelismo e o batismo.
O Reino de Deus ainda não foi completamente
estabelecido, mas já começou. Jesus explicou isso na parábola do grão de
mostarda: a semente do Reino foi lançada e continua crescendo (Lucas 13:18-19).
Cada pessoa que aceita Jesus faz crescer o Reino. Um dia o Reino encherá toda a
terra mas até lá ele cresce dentro de nossos corações.
2. Quem tem uma relação pessoal
com Jesus. Um discípulo de
Cristo não é um "admirador", mas um seguidor. Jesus nos chama a segui-lo.
Um verdadeiro discípulo segue as pegadas de Cristo (1 Pe 2.21). Aquele que
participa do Reino de Deus é uma pessoa obediente (Jo 15.14). Nós devemos
obedecer ao seu comando por Ele ser Senhor e também por gratidão à grandiosa
salvação que Ele nos deu.
“Ter um relacionamento pessoal com Jesus começa
no momento que percebemos nossa necessidade dEle, quando admitimos que somos
pecadores, quando nos arrependemos de nosso pecado e pedimos a Ele que entre em
nossos corações para ser a autoridade em nossas vidas. Deus, nosso Pai
Celestial, sempre desejou estar perto de nós e ter um relacionamento conosco.
Antes de Adão ter pecado no Jardim do Éden (Gênesis capítulo 3), ele e Eva
conheciam a Deus de uma forma íntima e pessoal. Eles andavam com Deus no Jardim
e falavam diretamente com Ele. O pecado do homem nos separou de Deus. Deus é
perfeito e não pode viver no meio de pecado. Antes da morte de Jesus na cruz,
as pessoas tinham que sacrificar animais quando pecavam, pois a Bíblia diz que
o salário do pecado é a morte”. (GOTQUESTIONS)
3. Quem tem uma caminhada
dinâmica com Cristo. O discípulo de
Cristo tem uma caminhada dinâmica com Ele. Trata-se de um desafio diário. Todas
as nossas escolhas, propósitos, nossos sonhos e realizações devem ser pautados
na vontade do Senhor. O discípulo de Cristo é alguém que vive em um mundo cujos
valores estão invertidos (Mc 8.35), por isso, entende que no âmbito do Reino de
Deus "ganhar" é perder, e "perder" é ganhar. Somos chamados
para assegurar os interesses do Reino e, para isso, muitas vezes, temos de
deixar de lado os interesses egoístas e a aparente segurança terrena.
“Um rei deve ter trono, um rei deve ter
exércitos, mas um rei deve, necessariamente, ter súditos, senão não é rei.
Assim é no reino de Deus. A todos que entenderam a mensagem da salvação em
Jesus Cristo, que habitava na glória, deixou esta glória e esvaziou-se deu-nos
o poder de sermos feitos seu povo. Ele nos comprou do reino das trevas por alto
preço e nos levou para o reino do seu amor. Com autoridade o apóstolo Pedro
ensinou: Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de
propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos
chamou das trevas para a sua maravilhosa luz (1 Pedro 2.9). Nós éramos
considerados Não-Povo-de-Deus, e fomos feito Povo de Deus. Jesus disse: Não
temais, ó pequenino rebanho; porque vosso Pai se agradou em dar-vos o seu reino
(Lucas 12.32). Assim, eu e você recebemos a Jesus em nossos corações não apenas
como nosso Salvador, mas quando entendemos sua obra na cruz do calvário o
recebemos também como nosso Senhor (Kyrios), como nosso Rei e nós como seus
súditos. Um súdito, não discute a ordem do Rei, o súdito obedece por amor ao
Rei. A realidade do reino de Deus nos faz lembrar que Jesus é Rei, nós somos
servos, ele é o Criador, nós criatura, ele é o oleiro, nós somos barro”. (IPILON)
SUBSÍDIO DIDÁTICO-ECLESIOLÓGICO
Em seu Manual do Discipulador Cristão (CPAD), o
pastor Cyro Mello elenca quatro requisitos para que alguém seja considerado um
discípulo de Cristo: Decisão Voluntária; Determinação; Consciência e Disposição
para o Trabalho. Cada um desses requisitos possui desdobramentos e são
fundamentados em textos bíblicos. Procure este conteúdo nas páginas 23 a 51 do
referido livro e enriqueça a abordagem deste terceiro tópico.
CONCLUSÃO
É interessante notar que nem todas as parábolas
possuem uma aplicação direta e marcante. Em muitas delas, o crente precisa
contentar-se em deixar que a parábola cumpra seu objetivo sem que haja uma
hermenêutica forçada. A parábola do grão de mostarda nos apresenta a realidade de
que o Reino de Deus teve um início insignificante e, desde então, cresce
assustadoramente. Ao final dos tempos, ele atingirá todo o Universo. Que todos
nós possamos fazer parte desse glorioso Reino, que não terá fim.
Vimos hoje sobre a realidade do reino de Deus. Há
um Rei, há um exército do Rei e há súditos do Rei. Este reino já está
implantado, mas ainda não totalmente. E você, já faz parte deste reino?
“Achando-se as tuas palavras, logo as comi, e a
tua palavra foi para mim o gozo e alegria do meu coração; porque pelo teu nome
sou chamado, ó Senhor Deus dos Exércitos”. (Jeremias 15.16).
Francisco Barbosa
Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br
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