sexta-feira, 12 de outubro de 2018

LIÇÃO 2: PARA OUVIR E ANUNCIAR A PALAVRA DE DEUS


 
SUBSÍDIO I

O CHAMADO PARA ANUNCIAR O EVANGELHO

O termo grego kerigma está associado a ideia de “proclamar”, ou seja, “pregar”. Sua origem está na palavra latina missio, que significa “ato de enviar”; “incumbência”; “encargo”; “enviado” e “correio”. Refere-se à obrigação da igreja em proclamar o evangelho a todos os homens em todas as partes do mundo. Esta é a missão principal da igreja, expressa em Marcos 16.15 que nos diz: “E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura”. O cumprimento desta missão é entendido pelo apóstolo Paulo como uma preciosidade, conforme Atos 20.24: “Mas em nada tenho a minha vida por preciosa, contanto que cumpra com alegria a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus, para dar testemunho do evangelho da graça de Deus”. Nas últimas considerações aos seus discípulos, Jesus enfatizou a necessidade do cumprimento da missão da igreja, de acordo com Atos 1.8, dizendo: “Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da terra”.
Champlin, no comentário de Rm 10.17, destaca que “o propósito da pregação cristã é o de despertar a fé nos homens, dirigindo-lhes a alma para o seu destino apropriado”,1 através do compartilhamento de uma mensagem genuinamente cristocêntrica. Este autor também destaca que “os pregadores do evangelho não deveriam preocupar-se em entreter suas respectivas congregações, impressionando os crentes com os seus conhecimentos pessoais ou proferindo declarações espirituosas, conforme faziam os antigos sofistas da Grécia, pensando estes que essa era a grande finalidade de suas ativiades intelectuais e retóricas. Pelo contrário, a exemplo dos primeiros pregadores cristãos, os pregadores de todos os tempos devem mostrar-se sérios quanto à sua mensagem, a mensagem de Cristo”.2
Coleman, na obra “Plano mestre de evangelismo” destaca na refelxão da passagem bíblica de Mt 28.19 em que mostra que “esse trecho bíblico significa que aos discípulos cabia irem pelo mundo, conquistando a outros, que se tornariam no que eles mesmos já eram – discípulos de Cristo. Essa missão se destaca ainda mais enfaticamente quando estudamos o original grego dessa passagem, onde se verifica que os vocabulários “ir”, “batizar” e “ensinar” são todos particípios, que derivam a sua força do verbo controlar traduzido aqui por “fazer discípulos”. “Isso significa que a grande comissão não consiste meramente dos discípulos irem até às extremidades da terra a pregar o evangelho, nem de batizar muitos convertidos em nome do Deus triúno, nem de ensinar-lhes os preceitos de Cristo, mas sim em levar outros a seguir os caminhos do Senhor. Assim, na proporção que fossem  feitos outros discípulos é que as demais atividades da grande comissão poderiam preencher o seu propósito”.3
O maior serviço que qualquer cristão (ministros, pregadores, ensinadores, autores, professores da Escola Bíblica Dominical) pode e deve realizar é semear a boa semente da Palavra de Deus através do testemunho pessoal, dos lábios e da literatura. A mesma Palavra de Deus pode ser plantada em nossos dias; mas os resultados serão determinados pelo coração daquele que ouve. Alguns são solo de beira de estrada, duro, impermeável. Eles não têm uma mente aberta e receptiva para permitir que a Palavra de Deus os transforme. O Evangelho nunca transformará corações como estes porque eles não lhes permitem entrar. Quando Jesus terminou de contar a parábola do Semeador, exclamou: "Quem tem ouvidos para ouvir, ouça!" (Mt 13.9). É importante que nós ouçamos bem quando a Palavra de Deus está sendo proclamada, para obter fé por meio dela (Rm 10.17). O quadro abaixo sintetiza o testemunho de alguns homens na história que marcaram o seu tempo pelo desejo em ganhar almas através da proclamação da mensagem de Cristo:

v George Whitefield: “Se não queres dar-me almas, retira a minha!”
v Dwight L. Moody: “Usa-me, então, meu Salvador, para qualquer alvo e em qualquer maneira que precisares. Aqui está meu pobre coração, uma vasilha vazia, enche-me com a Tua graça.”
v Henrique Martyn:  “Aqui quero ser inteiramente gasto por Deus.” 
v Davi Brainerd: “Eis-me aqui, Senhor. Envia-me a mim! Envia-me até os confins da terra: envia-me aos bárbaros habitantes das selvas; envia-me para longe de tudo que tem o nome de conforto, na terra; envia-me mesmo para a morte, se for no Teu serviço e para o progresso do Teu reino.” 
v Elton Trueblood: "O evangelismo ocorre quando o crente fica tão inflamado em contato com o fogo central de Cristo, que, por sua vez, põe fogo nos outros.”
v Dick Hills: "Cada coração com Cristo é um missionário e cada coração sem Cristo é um campo missionário.”
v Walter B. Knight:  "Quando Jesus diz: "Vinde" - Ele vem nos encontrar. Quando Ele diz: "Ide" - Ele vai conosco.”
v Matthew Henry: “Sinto maior gozo em ganhar uma alma para Cristo, do que em ganhar montanhas de ouro e prata, para mim mesmo.”
v Bill Bright:  “Não existe chamado mais alto ou privilégio algum maior, conhecido para o homem, do que envolver-se em completar a Grande Comissão.”
v Peter Taylor Forsyth:  “Não é nossa escolha levarmos ou não o Evangelho. É nossa morte se não o fizermos”.
v S.D. Gordon: “Se perdermos o espírito do ‘Ide’, perdemos o espírito cristão. Uma igreja desobediente se converterá em uma igreja morta; morrerá de uma parada cardíaca.” 
v J. Blanchard: "A grande necessidade da igreja é ter um espírito de evangelização, não um esforço evangelístico temporário."
v E. Wilson Carlisle: "Evangelização é a tarefa perpétua de toda a igreja, não o passatempo peculiar de alguns de seus membros".
v Marvyo Darley: “Da mesma forma como os bombeiros têm pressa em apagar as chamas de um grande fogo para salvar as vidas, deveríamos ter pressa em incendiar o mundo com o fogo do Espírito Santo para realmente salvar as vidas.” 
v David Brainerd: “Nunca me preocupei com onde viveria, nem como viveria, nem que provações teria que sofrer, desde que assim eu pudesse ganhar mais almas para Cristo.”
v Reinhard Bonnke: “O Evangelho é eterno, porém não temos a eternidade para pregá-lo… Nós só temos o tempo que vivemos para alcançarmos aqueles que vivem enquanto vivemos.” 
v Arthur Skevington Wood: “Nenhum refinamento de técnica pode suprir a falta do reconhecimento de que a Palavra de Deus é, por si mesma, o verdadeiro método de evangelização.”
v Robert E. Coleman:  “Quando o nosso coração está cheio da presença de Cristo, a evangelização é tão inevitável quanto contagiante.”
v Richard C. Halverson: “Parece que a evangelização nunca foi um ‘problema’ no Novo Testamento. Isso quer dizer que não encontramos os apóstolos recomendando, exortando, repreendendo, planejando e organizando programas evangelísticos... A evangelização acontecia! Emanando sem esforços da comunidade de crentes como a luz emana do sol, era automática, espontânea, contínua, contagiante.”
v Richard Cecil:  “Amar a pregação é uma coisa  ̶  amar as pessoas a quem pregamos é outra.”
v Richard Baxter: “Se conseguirmos pregar somente Cristo para nosso povo, teremos pregado tudo a eles.”
v John Wesley: “Deem-me cem pregadores que não temam nada a não ser o pecado e não desejem nada a não ser Deus, e eu não darei a mínima atenção ao fato de serem eles ministros ou leigos; sozinhos abalarão as portas do inferno e implantarão o reino dos céus na terra.”

Texto extraído da obra: As Parábolas de Jesus: As verdades e princípios divinos para uma vida abundante. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2018

COMENTÁRIO E SUBSÍDIO II

INTRODUÇÃO

A parábola do Semeador é a chave para a compreensão das outras parábolas de Jesus. Ela trata a respeito do coração do homem, destacando sua disposição para receber a semente, que é a palavra de Deus. Na aula de hoje estudaremos a respeito dessa parábola, inicialmente explanando-a, e em seguida, a interpretaremos à luz do contexto da época. Ao final, faremos as devidas aplicações da parábola, com destaque para a importância de semear a palavra de Deus, orando para que essa produza frutos nos corações.

I. A PARÁBOLA DO SEMEADOR
                                                                 
A parábola do semeador se encontra no contexto dos ensinamentos de Jesus a respeito do reino de Deus. No evangelho segundo Marcos, Jesus é apresentado como o Filho de Davi, que foi o maior rei da história de Israel. Mateus destacou que Jesus pregava a respeito do reino dos céus (Mt. 4.17), com destaque para a ética do reino, que se encontra no Sermão do Monte (Mt. 5-7), seus milagres (Mt. 8-12), que demonstram o poder do Seu reino. A parábola do semeador se encontra nessa perspectiva, por isso Jesus inicia sua narrativa afirmando que o semeador saiu a semear (t. 13.3-9). Uma das especificidades dessa parábola é que Jesus oferece sua interpretação, algo que não costuma ocorrer nas demais parábolas. A semente, conforme a explanação do Senhor, é o evangelho do reino, a terra é o coração do homem (v.19), e o que diferencia são os tipos de coração – ou de solos – e sua disposição de aceita ou rejeitar a mensagem de Cristo. Jesus é o próprio Semeador, pois Ele é aquele que sai a pregar a mensagem do Reino, trazendo a boa nova que alcança o coração dos pecadores. O significado do reino de Deus, nas parábolas de Jesus, precisa ser compreendido, e que esse não pode ser confundido com um governo humano. O reino de Jesus se encontra na tensão entre o “já” e o “ainda não”, e encontrará sua plenitude no escathos, quando Cristo retornar para reina, como Rei dos reis e Senhor dos senhores (Ap. 19.16,17)

II. A INTERPRETAÇÃO DA PARÁBOLA

O primeiro tipo de solo diz respeito ao coração endurecido, e pode ser descrito como a semente que é lançada a beira do caminho (Mt. 13.4), que ao ser pisada pelas pessoas no chão endurecido, além de não frutificar ainda é levada pelas aves, que na parábola são comparadas ao diabo. Esse solo é aquele que é pisoteado pelo pecado, e que se torna inóspito para que a palavra de Deus seja semeada. Corações desse tipo podem ser comparados àqueles descritos por Paulo em Rm. 1.21-31, por tratar-se de pessoas que se entregam à devassidão, acatam o pecado com naturalidade, por esse motivo não se abrem para a Palavra de Deus. O segundo tipo de solo, que nos é apresentado por Jesus na parábola, é o superficial, descrito como a terra que se encontra lugar pedregoso. Essa pessoa até ouve a palavra, e a recebe com bastante alegria, mas se perde em meio ao ativismo, e as muitas preocupações, e as dificuldades da vida. Há pessoas que não conseguem desfrutar da paz de Deus, que excede a todo e qualquer entendimento. Por esse motivo, ficam ansiosas com muitas coisas, e são incapazes de se deixar conduzir pela suficiência que Cristo nos dá (Mt. 6.25-34). O terceiro tipo de solo que nos é apresentado na parábola é aquele que é sufocado pelos espinhos, essas são as pessoas que se apegam às riquezas deste mundo. Na verdade, não podemos deixar de considerar que dificilmente os ricos entrarão nos céus (Mt. 19.23), e que é mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulho que entrar um rico no reino de Deus (Mc. 10.25).

III. A APLICAÇÃO DA PARÁBOLA

Mas há um tipo de solo que é receptivo à mensagem de Cristo, esse é o coração aberto à palavra de Deus. Quando a semente cai nessa terra, produz frutos a cem, sessenta e a trinta por um (Mt. 13.23). É digno de destaque que existem diferentes tipos de solos, e que cada um deles tem uma capacidade distinta para a produção do fruto. Isso mostra que nem todos produzem o mesmo fruto, o mais importante, porém, é que haja frutificação. Precisamos considerar, nesse contexto, que existe um Jardineiro Divino, que é capaz de tornar o solo propício para a frutificação. Em Ez. 36.25-27, o Senhor promete dar um novo coração ao povo de Israel, a fim de que esse pudesse se converter, e fazer a vontade de Deus. Um jovem rico indagou a Jesus: o que preciso fazer para ser salvo?  O Mestre destacou a dificuldade dos ricos se voltarem para Deus, pois há uma tendência do coração humano colocar sua confiança nas riquezas terrenas, e mais que isso, transformar Mamom em um Deus (Mt. 6.24). Mas tudo é possível ao Senhor, o que é impossível aos homens, pode se tornar realidade, quando o Agricultor Celestial, com sua graça e misericórdia, prepara o solo para receber a palavra de Deus (Lc. 18.26,27). Vivemos em uma sociedade que se baseia no que vê e no que pega, e que cada vez mais é solapada pelo materialismo. Somos chamados, através dos ensinamentos do Senhor Jesus, a ouvir o que o Espírito tem a nos dizer através da Sua palavra. E assim, a mensagem do evangelho poderá habitar em nós, e produzir muitos frutos, e nos conduzir à obediência para a glória de Deus (Cl. 3.16).

CONCLUSÃO

A boa semente da Palavra de Deus se encontra disponível aos corações, a igreja é comissionada por Cristo a levar essa mensagem até aos confins da terra (At. 1.8). Estamos cientes que nem todos darão o mesmo valor ao conteúdo da pregação, mesmo assim não podemos deixar de anunciar essa boa nova, a fim de que outros também possam se tornar discípulos do Mestre Amado (Mt. 28.18-20), sabendo que compete ao Espírito Santo convencer o homem do pecado, da justiça e do juízo (Jo. 16.8-11).

Francisco Barbosa
Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br

COMENTÁRIO E SUBSÍDIO III

INTRODUÇÃO

Para ilustrar verdades espirituais, Jesus frequentemente contava, por parábolas, histórias sobre os acontecimentos do dia a dia. A parábola do semeador é uma das narrativas de Jesus encontrada nos três Evangelhos sinóticos (Mt 13.1-9, Mc 4.3-9 e Lc 8.4-8) e relata de que forma a mensagem de salvação será recebida no mundo. Um dos seus propósitos é prevenir os discípulos com relação ao triste fato de a pregação da Palavra de Deus não produzir "colheita de cem por cento" em todos os ouvintes. Além disso, a parábola do semeador pode ser interpretada como "a parábola do coração", pois mostra como é o interior de cada pessoa.
Ao ensinar a vida e princípios do Reino, Jesus guia seus discípulos a pensar, viver e orar para que seu Reino alcance todo o planeta (Mt 6.10). Isso é visto claramente nos ensinos de suas parábolas no capítulo 13 de Mateus. A missão de pregar em ‘todos os lugares’ que ‘o reino de Deus está chegando’ dada por Jesus aos discípulos também reflete esse caráter expansivo do reino. Não podemos esquecer que a intenção das parábolas é transmitir uma verdade eterna, então, usam elementos diários de tal forma que ainda hoje, podem ser facilmente entendidas por todos. Permanece ainda, a verdade de que sua compreensão só é possível mediante a iluminação do Espírito Santo, por que as coisas de Deus só são perfeitamente compreendidas por quem é espiritual.

I. INTERPRETAÇÃO DA PARÁBOLA DO SEMEADOR
                                                                 
1. A importância em compreender a parábola. A parábola do semeador é uma das mais importantes, não apenas por constar nos três primeiros Evangelhos, mas também por ser fundamental para o entendimento de outras. Por essa razão, é necessário comparar e contrastar as referências paralelas a cada narrativa. Desse modo, teremos um quadro completo do que o Senhor Jesus disse sobre o Reino do Céu, já que a narrativa refere-se ao Reino. Essa história fala de um agricultor que lançou sementes em vários lugares com diferentes resultados, dependendo do tipo do solo (Mc 4.3-20). Para se entender essa parábola, é preciso recorrer ao contexto de Mateus 13.18-23, quando o próprio Senhor Jesus a interpretou.
Como ensina o teólogo Vincent Cheung, a Parábola do Semeador é uma parábola fundacional, é a primeira parábola dita por Jesus e contém elementos para entendermos melhor as outras parábolas, assim como o Reino de Deus; Jesus diz aqui que falhar em entender essa parábola implica que a pessoa falhará também em entender todas as outras parábolas. Agora, note que até mesmo os discípulos não entenderam essa parábola até que receberam do Senhor a explanação detalhada. Portanto, é um engano dizer que Jesus usou parábolas para tornar as verdades espirituais mais fáceis de entender, visto que até mesmo aqueles que deveriam entendê-la falharam em fazê-lo. Mas os discípulos parecem não ter tido nenhum problema para entender a explicação da parábola, dada em discurso claro.

2. Os elementos que constituem a Parábola: o Semeador, a semente e o solo. No mesmo capítulo da parábola do semeador, ao explicar a parábola do trigo e do joio, o Mestre apresenta-se como o semeador (Mt 13.36-43). Daí, ainda que não especificamente mencionado, é possível inferir que o Semeador é Jesus, pois se compararmos o texto dessa parábola com o de Mateus 13.37, podemos concluir que há uma referência imediata com o Senhor. Contudo, por extensão, podemos igualmente entender que o semeador também pode ser qualquer pessoa que fielmente proclama a mensagem do Evangelho nos nossos dias. Quanto à semente, esta é a Palavra de Deus ou "a palavra do Reino" (Mt 13.19a) que, como sabemos, era o tema da pregação de Jesus (Mt 4.23) e da pregação apostólica (At 8.12; 28.30,31). Já o "solo", é algo muito importante para qualquer planta. Por isso, os cristãos precisam desenvolver suas raízes por meio da fé em Cristo e do estudo da Palavra cada vez mais profundo. Tempos difíceis virão, e somente aqueles que tiverem desenvolvido suas raízes abaixo da superfície, sobreviverão.
Os três elementos que constituem essa parábola são: o semeador, a semente e o solo. Hillyer H. Straton fala da "regra três" nos contos populares: "Na história infantil há três tigelas de mingau, três cadeiras e três ursos. O mesmo acontece nas parábolas. Três tipos de reação, na Parábola dos talentos; três viajantes, no caminho para Jerico; três tipos de solo e três proporções de crescimento". O dr. Straton também mostra que "a regra dois" opera em algumas parábolas: os dois filhos, os dois devedores, o fariseu e o cobrador de impostos, etc.” (ESTUDOS GOSPEL)
"Semearei a casa de Israel e a casa de Judá com a semente de homens e com a semente de animais" (Jr 31.27) - Deus compara-se a um semeador. Também Jesus é um semeador, como Ele mesmo compara-se e proclama-se ‘O Semeador’. Em Mateus 13.37, Jesus fala de si mesmo como "O que semeia a boa semente, é o Filho do homem". Esse título é muito apropriado a ele. A semente é a Palavra de Deus (Lc 8.11) que o habilidoso semeador espalha por igual - a semente é, indiscutivelmente, boa, mas a capacidade de germinação da semente depende da natureza do solo, e este é o centro da parábola. Ainda que não seja a mensagem primária desta parábola, o fato que a palavra de Deus é o poder que constrói o reino de Deus precisa de ênfase.
O outro elemento decisivo é o terreno, que responde de diferentes maneiras segundo a “qualidade” da terra. A boa disposição de cada pedaço da parcela constitui o fator decisivo para o êxito do empreendimento. A semente é boa, mas nem sempre o terreno, que deverá responder de maneira desigual. A vida humana, por sua vez, é um portento, um fenômeno que não se compara a nenhuma outra forma de vida, tantas são as experiências possíveis, algumas até prodigiosas, que se dá a qualquer homem ou mulher. As que se perdem ou se diluem na memória, e as que vencem as barreiras do tempo e permanecem vivas para sempre.” (ULTIMATO ONLINE)

3. Os diferentes tipos de solos infrutíferos. As pessoas que ouvem a Jesus são comparadas com vários tipos de solo (Lc 8.5-8). O solo duro e compactado da estrada impediu que as sementes penetrassem, permitindo que ficassem na superfície, expostas às aves que vieram e as comeram. Este solo representa aqueles que "ouvem e não entendem" (Mt 13.19a), por isso endurecem o coração para não receberem a Palavra (Mt 13.15). As aves representam Satanás (Mc 4.15), que arrebata a Palavra dessas pessoas, cujos corações estão endurecidos. As sementes que caíram sobre pedregais (vv.16,17), onde não havia muita terra, e, como consequência, cresceram rapidamente, acabaram secas num instante (v.6). Este solo raso representa as pessoas que ouvem a Palavra e a recebem com grande alegria, porém, quando surgem as dificuldades, as tribulações ou as perseguições por causa do Evangelho, elas não resistem e imediatamente tropeçam (Mt 13.20,21). Daí a necessidade de um maior embasamento na Palavra de Deus recebido através de um bom discipulado e frequência na Escola Dominical. Já as sementes que caíram entre espinhos são sufocadas quando estes crescem e roubam o alimento, a água, a luz e o espaço dos brotos. Infelizmente existem forças capazes de sufocar a mensagem, de forma a torná-la infrutífera (v.18). Este solo representa aqueles que "ouvem a palavra", mas cuja capacidade para gerar fruto é sufocada. Jesus descreveu os espinhos como "os cuidados deste mundo", "a sedução das riquezas" e "os prazeres da vida" (Mt 13.22; Mc 4.19; Lc 8.14; 12.29-32; 21.34-36). As distrações e os conflitos impedem os novos crentes de refletir e aprender a Palavra de Deus a fim de crescerem. Essas coisas, produzidas pela ambição das coisas materiais atormentaram os discípulos do primeiro século, da mesma forma como acontece nos dias atuais, distraindo os crentes de maneira que permaneçam infrutíferos, não produzindo nenhuma colheita.
O trabalho habilidoso do semeador e a germinação da semente dependem da qualidade e natureza do solo para ter sucesso. Havia vários tipos de terrenos na parábola contada. Jesus fala de quatro tipos de solos: o solo impenetrável (beira do caminho); o solo superficial (o rochoso); o solo ocupado (cheios de espinhos) e o solo fértil (terra boa e frutífera). Nos três primeiros tipos de solo houve uma resistência para a semente produzir. Há na parábola uma clara analogia entre o solo e o coração. Isso porque o alvo da pregação da Palavra não é apenas a mente, mas principalmente o coração. Se este estiver fechado, nada adianta. Mas, quanto à pregação do Evangelho, não nos cabe escolher o tipo de solo para semearmos. Devemos apenas semear sempre que tivermos oportunidade, pois, em última instância, quem conhece os corações é o Senhor. Talvez por isso Paulo, apóstolo, ordena a Timóteo para pregar quer seja ou não oportuno (2Tm 4.2). A grande necessidade da igreja é ter um espírito de evangelização, não um esforço evangelístico temporário.”  (John Blanchard)”
O solo superficial. O coração descrito como solo rochoso representa aqueles que não possuem profundidade. A semente chega a brotar, mas falta a estabilidade que vem de raízes profundas. Abaixo da pequena camada de terra, o que existe são rochas e lajeados. Não podendo aprofundar suas raízes, a planta tem curta duração. Há gente assim: superficial, rasa, sem a estrutura que vem de um alicerce profundo e firme. Falta dedicação, falta perseverança, falta disposição de ir até o fim.
O solo ocupado. Temos um terceiro tipo de solo: o solo congestionado. A semente que caiu no meio do espinheiro germinou e cresceu, mas a concorrência pelos nutrientes, pela água e pela luz solar por parte de plantas nocivas fazem com que a planta se mantenha mirrada e murcha. Jesus interpreta a parábola e diz que se trata do coração dividido com muitas outras paixões, como, por exemplo, a sedução das riquezas. Em outras palavras, trata-se daqueles que, divididos e distraídos por outros interesses, não creem nem se entregam exclusivamente a Jesus como seu Salvador e Senhor.
Não nos iludamos: no nosso terreno podem, sim, nascer e crescer espinhos que sufocarão a ação e obra do Espírito Santo em nossas vidas. Interesses legítimos podem ser perigosíssimos quando ocupam o espaço e a lealdade que pertence a Cristo. Cedo ou tarde Jesus será expulso dessa vida. Ele não fica em um coração que o trata como um coadjuvante ocasional.
O solo fértil. Esse é o último dos terrenos. A semente cai aqui e nasce, floresce, cresce e frutifica. Glória a Deus! Essa frutificação tem escalas, sendo uns mais produtivos do que outros (trinta, sessenta e cem por um). Mas a mensagem principal é essa: Deus nos chamou para sermos frutíferos. Nada é mais destoante de um coração que anda com Deus do que a esterilidade. 0 solo estava preparado e acolheu a semente, nele não havia concorrentes. Aqui o acolhimento foi completo. Que sejamos assim.’ (Extraído de: O SEMEADOR: QUE TIPO DE SOLO EU SOU? Disponível em:https://adarsenal.com.br/licao-2-o-semeador-que-tipo-de-solo-eu-sou/. Acesso em: 9 Out, 2018)

SUBSÍDIO EXEGÉTICO
                               
“Se o leitor mesmo que subliminarmente entendeu que o agricultor é Jesus, então o restante da parábola será ligado às prósperas e declinantes venturas do ministério de Jesus. Nesta tendência, [John Paul] Heil mostrou corretamente que as várias maneiras nas quais a semente caiu lembrará, no mínimo, a hostilidade personificada pelos escribas (Mc 2.6,16; 3.22), pelos fariseus (Mc 2.16,24; 3.6) e pela própria família de Jesus (Mc 3.21,31- 35). Da mesma sorte, a descrição de uma colheita excepcionalmente abundante na conclusão da parábola (Mc 4.8) recorda o sucesso crescente do ministério de Jesus a despeito da oposição (cf. ‘toda a cidade’ [Mc 1.33]; ‘se ajuntaram tantos’ [Mc 2.2]; ‘toda a multidão ia ter com Ele’ [Mc 2.13; 3.7,8,20; 4.1]; ênfases minhas). Assim, em seus movimentos metafóricos a parábola expressa os movimentos maiores do ministério de Jesus, e as várias terras representam as personagens da história” (CAMERY-HOGGATT, Jerry In ARRINGTON, French L.; STRONDAD, Roger (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, p.206).

II. A IMPORTÂNCIA DE OUVIR O EVANGELHO

1. O tipo ideal de solo. A parábola do semeador é uma descrição das várias respostas ao "ouvir" a Palavra de Deus e, seguramente, retrata as reações que Jesus encontrou no seu próprio ministério. A parábola adverte contra o ouvir superficial, mas também alimenta a expectativa do ouvir real e produtivo, que leva à obediência, e não devemos esquecer que o verbo grego correspondente a "ouvir" é frequentemente traduzido como "obedecer". Por isso, o Mestre falou que algumas sementes caíram em boa terra (v.20). Tal terra tinha profundidade, espaço e umidade para crescer, multiplicar e produzir uma boa colheita. Este solo representa as pessoas que "ouvem" a Palavra e a "entendem", frutificando abundantemente (Mt 13.23; Lc 8.15). Elas são como os bereanos que foram recomendados "porque de bom grado receberam a palavra, examinando cada dia nas Escrituras se estas coisas eram assim" (At 17.11). São, na verdade, os verdadeiros discípulos, aqueles que aceitaram Jesus, creram em sua Palavra e permitiram que Ele fizesse a diferença em suas vidas (At 17.12).” (LB CPAD, 4º Trim 2018, Lição 1, 7 Out 18).
O cerne da parábola é justamente o tipo de solo onde a semente é lançada, ela descreve as várias respostas ao “ouvir” a Palavra de Deus. Note que a semente foi lançada zelosamente em todos os tipos de solos, mas os resultados foram muito diferentes. “A semente é boa, mas nem sempre o terreno, que deverá responder de maneira desigual. A vida humana, por sua vez, é um portento, um fenômeno que não se compara a nenhuma outra forma de vida, tantas são as experiências possíveis, algumas até prodigiosas, que se dá a qualquer homem ou mulher. As que se perdem ou se diluem na memória, e as que vencem as barreiras do tempo e permanecem vivas para sempre.” (ULTIMATO ONLINE). O tipo de solo ideal representa a pessoa que acolhe a mensagem do reino dos céus no próprio coração.
2. O tipo ideal de ouvinte. Jesus mostrou que o ato de "ouvir" representa um solo fértil para a mensagem do Reino. Se produzirmos frutos, isso provará que ouvimos. Se aqueles a quem pregamos o Evangelho produzirem frutos, isso mostrará que a semente que plantamos fincou raízes em seus corações. Jesus inicia a parábola do semeador com a palavra "ouvi" (v.3a) e termina com a seguinte advertência: "quem tem ouvidos para ouvir, ouça" (v.9). Analisando o aspecto material, o solo não é culpado se estiver duro, cheio de pedras ou de espinhos, enquanto que no aspecto espiritual, somos responsáveis se o nosso coração estiver endurecido, ou seja, se não estiver aberto para a Palavra de Deus arraigar-se profundamente, ou deixarmos as coisas deste mundo sufocarem a Palavra.” (LB CPAD, 4º Trim 2018, Lição 1, 7 Out 18).
Há em última análise, só duas espécies de terreno: aquele que genuinamente recebe a palavra para produzir fruto e aquele que não a recebe. Enquanto que nos outros terrenos as sementes não tiveram como germinar, crescer e frutificar, neste último terreno haverá bons resultados. Neste, a semente frutifica. Neste terreno, que representa o coração receptivo à Palavra de Deus, a semente não será roubada por Satanás; não será sufocada pelos espinhos; o calor das aflições não lhes desanimará. É o terreno bom, fértil. Este é o tipo de ouvinte ideal. Importante lembrar que é o Espírito Santo quem prepara este terreno, afinal, é Ele quem convence do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16.8).
3. A importância de "ouvir". Ao descrever o tipo ideal de solo, Jesus destaca o melhor perfil de ouvinte, mas também a importância de ouvir a Palavra e a conservar "num coração honesto e bom" a fim de dar "fruto com perseverança" (Lc 8.15). Aqui há uma lição para o ouvinte também. 0 fruto produzido depende da resposta à Palavra. É importante ler, estudar e meditar sobre as Escrituras. A Palavra tem que vir habitar em nós (Cl 3.16), para ser implantada em nosso coração (Tg 1.21). Temos que permitir que nossas ações, nossas palavras e nossas próprias vidas sejam formadas e moldadas pela Palavra de Deus.
Paulo afirma em Romanos 10.17 que a fé vem pelo ouvir, só encontramos fé para sermos salvos quando ouvimos, ou entramos em contato, com a verdade do Evangelho. A semente da parábola precisa ser lançada para alcançarmos mais vidas, precisamos pregar a palavra de Deus. Não sabemos qual o perfil de nossos ouvintes, esse papel cabe ao Espírito Santo; o nosso papel é tão somente semear. Note que quando a semente conseguiu encontrar uma boa terra, isto é, aquela que não possui os acréscimos oferecidos por este mundo por meio dos homens, ela produziu fruto bom. “Quanto melhor o indivíduo compreende a vontade do Eterno (Ef 5.16,17), a recebe e conserva num coração honesto e bom, maior a produtividade. E não pense que isto é apenas momentâneo. Tais indivíduos dão fruto com perseverança. No entanto, a semente tem que nascer, vingar, crescer para, então, dar fruto. Ou seja, só é possível alcançar isto quando o indivíduo habita no esconderijo do Altíssimo (Sl 91.1,2), faz Dele seu prazer (Sl 37.4), descanso (Sl 37.7; Mt 11.28-30), lugar de permanência (Jo 15.9), refúgio e fortaleza (Sl 46.1). Quando Jesus semeia a Si mesmo, à Sua Palavra e a Seus filhos neste tipo de coração, não existe interesse neste mundo para gerar facção. A união se dá em torno dos valores espirituais. Ou seja, o importante não é fazer obrar, mas sim desenvolver conceitos e valores, a fim de que os mesmos possam ser vistos na perfeita unidade (Jo 17.11,21-23), quando todos os envolvidos pensarem e sentirem a mesma coisa (At 4.32; Rm 12.16; 1Co 1.10; Fp 4.2). O esforço é para preservar a unidade do Espírito Santo pelo vinculo da paz (Ef 4.3-6)”. (Batalha da Fé)

SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO

“Ajuntou-se a ele grande multidão (v.1). Nesta ocasião, o povo afluía ‘de todas as cidades’ para ouvir a pregação de Cristo (Lc 8.4). O Mestre, porém, conhecia o coração das pessoas. Um propósito da parábola do semeador foi prevenir os discípulos quanto ao triste fato de a pregação da Palavra, mesmo do Deus Todo-Poderoso, não produzir colheita de cem por cento em todos os ouvintes. “O que semeia semeia a palavra (v.14). O fiel semeador semeia a Palavra a eito – ‘junto a todas as águas’, em todas as qualidades de terra (Is 32.20; Mc 16.15), não sabendo onde ela vai ficar. Semeia a Palavra sem observar o vento, nem as nuvens (Ec 11.4-6). Semeia a Palavra; não passa o tempo explicando-a, interpretando-a ou discutindo-a. Semeia a Palavra; não desperdiça o tempo censurando qualquer uma das várias seitas do mundo. Semeia a Palavra, nas suas próprias ideias e opiniões. Ele não se mostra a si mesmo, mas proclama a Palavra, pois sente o mesmo peso que pesa sobre o coração do Senhor (Compare ‘peso’; Is 13). O humilde servo ‘leva a preciosa semente, andando e chorando’” (BOYER, Orlando. Espada Cortante 1. 2.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p. 491).

III. O CHAMADO PARA ANUNCIAR O EVANGELHO

1. A obra da maior importância. Uma vez que a condição das pessoas sem Deus é de ignorância espiritual, pois Satanás "encobre" os seus corações para não ouvir o Evangelho (2 Co 4.3,4), o maior serviço que qualquer cristão pode, e deve realizar, é semear a boa semente da Palavra de Deus (Ec 11.6). Isso não apenas com os seus lábios, mas também através do testemunho pessoal e da literatura (Fp 1. 18). Cristo morreu e ressuscitou para nos salvar de nossos pecados. Agora, todo aquele que nEle crê, e for batizado, não mais será condenado, antes receberá a vida eterna (Mc 16.16; Ef 1.13,14).
Todo cristão foi convocado para anunciar as Boas Novas; Pregar o Evangelho é a missão mais urgente e importante nesses últimos dias, e por isso mesmo, é o dever de todo Cristão. O caminho é estreito, porém, “quão formosos os pés dos que anunciam o evangelho de paz; dos que trazem alegres novas de boas coisas” (Rm 10.15). Podemos pregar de várias maneiras diferentes. Algumas pessoas são chamadas para pregar com sermões e estudos bíblicos, mas todos podemos pregar de outras maneiras:
Com a vida – muitas vezes as ações falam mais alto que as palavras; viver o evangelho é uma forma de pregar o evangelho.
Em conversas – uma conversa sobre Jesus e a fé é uma forma de pregar a palavra de Deus
Com testemunho pessoal – você pode explicar a palavra de Deus contando sobre sua experiência de vida com Jesus.

2. Jesus e a ordem para pregar. Recordando que Evangelho significa "boas novas", "boa notícia", e que tal boa notícia nada mais é que a salvação em Jesus (Mt 28.18-20; Mc 16.15-18), todos precisam ouvir o evangelho. Jesus nos encarregou de contar as boas notícias às pessoas à nossa volta, pois o evangelho é uma notícia tão boa que não podemos guardar só para nós!
Em suas últimas palavras, o Rei deu-nos a ‘Grande Comissão’, a incumbência máxima de ir a todas as nações, ensinando e batizando a fim de integrá-las ao seu Reino. Escatologicamente, Cristo afirma que o fim somente chegaria quando ‘este evangelho do Reino’ fosse pregado ‘em todo o mundo’ (Mt 24.14). “Ide... ensinai...batizando”, estas palavras constituem a Grande Comissão de Cristo a todos os seus seguidores, em todas as gerações. Declaram o alvo, a responsabilidade e a autorga da tarefa missionária da Igreja. A igreja deve ir a todo o mundo e pregar o evangelho a todos de conformidade com a revelação do Novo Testamento, da parte de Cristo e dos apóstolos. Esta tarefa inclui a responsabilidade primordial de enviar missionários a todas as nações (At 13.1-4). O evangelho pregado centraliza-se no arrependimento e na remissão de pecados (Lc 24.47), na promessa do recebimento de ”o dom do Espírito Santo” (At 2.38), e na exortação de separar-nos desta geração perversa (At 2.40), ao mesmo tempo em que esperamos a volta de Jesus, do céu (At 3.19, 20; 1Ts 1.10) (Adaptado de Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD, Nota textual de Mt 28.19, p.1452).

3. A importância de pregar o Evangelho. É muito importante pregar o evangelho, para que mais pessoas ouçam, creiam e sejam salvas (Rm 10.14,15). Aplicando-se espiritualmente, todos aqueles que seguem a Cristo devem estar sempre ensinando a Palavra, pois quanto mais ela é plantada nos corações, maior a colheita (1 Co 3.6,7). É preciso, porém, saber que o que semeia a Palavra (v.14) o faz em todas as qualidades de solo (Is 32.20; Mc 16.15), semeia a Palavra sem observar o vento, nem as nuvens (Ec 11. 4-6), semeia a Palavra sem gastar tempo com outra coisa (2 Tm 2.4).
O próprio Cristo instituiu a obra missionária cristã como uma tarefa santa e obrigatória da Igreja. “E, quando saiam, encontraram um homem cirineu, chamado Simão, a quem constrangeram a levar a sua cruz” (Mt 27.32) – esse texto nos lembra de que as diferentes culturas foram representadas no Calvário e na Igreja:
1) Simão: homens sábios de todas as idades teriam a honra de poder realizar a tarefa que era concedida a Simão de Cirene, um homem negro do noroeste da África. Independentemente de serem voluntárias ou obrigadas, as mãos negras foram estendidas para ajudar o Salvador a carregar sua cruz;
2) O eunuco etíope da África (At 8.26) foi o primeiro convertido gentio citado pelo nome nos Atos dos Apóstolos. A história relata que ele retornou à Etiópia para fundar a Igreja Cristã Abssínia, que existe até hoje (Adaptado de Bíblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP, Sociedade Bíblica do Brasil, 2001,Dinâmica do Reino, p.990). O termo grego ethne, traduzido por nações em Mateus 28.19, significa ‘grupos de pessoas’ – hoje em dia estima-se que haja cerca de 24.000 etnias no mundo. A exemplo de Paulo, que centralizou seu esforço ministerial nas missões, principalmente nas áreas onde o evangelho não tinha sido pregado suficientemente e assim facultou áqueles que não tinham ouvido a oportunidade de aceitarem a Cristo. Paulo questiona: “Como ouvirão, se não há quem pregue?” (Rm 10.14). Um ‘púlpito’ pessoal é designado a cada crente – em casa, na comunidade, no trabalho ou na escola – para mostrar e contar aos outros as boas novas. Como diz Paulo: ‘eu sou devedor’, para demonstrar seu senso de obrigação de anunciar o evangelho.
SUBSÍDIO EVANGELÍSTICO

“Ganhar almas foi a suprema tarefa do Senhor Jesus aqui na terra (Lc 19.10; 1 Tm 1.15). Paulo, o grande homem de Deus, do Novo Testamento, tinha o mesmo alvo e visão (1 Co 9.20). Uma grande parte dos crentes pensa que a obra de ganhar almas para Jesus está afeta exclusivamente aos pregadores, pastores e obreiros em geral. Contentam-se em, comodamente sentados, ouvir os sermões, culto após culto, enquanto os campos estão brancos para a ceifa como disse o Senhor da seara em João 4.35. O ‘ide’ de Jesus para irmos aos perdidos (Mc 16.15), não é dirigido a um grupo especial de salvos, mas a todos, indistintamente, como bem revela o texto citado. Portanto, a evangelização dos pecadores pertence a todos os salvos” (GILBERTO, Antonio. A Prática do Evangelismo Pessoal. 14.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, p. 10).

CONCLUSÃO

Não há como perceber, nem entrar, no Reino de Deus, sem ter nascido de novo (Jo 3.3-8), por isso, a salvação da alma é parte integrante das parábolas. Você já renasceu? Já se arrependeu dos seus pecados e confiou em Jesus Cristo e em seu sacrifício pelos seus pecados? Você conhece o Rei deste Reino? Seu coração já se prostra diante deste Rei? Ou vive em rebeldia contra Ele ainda? Os verdadeiros súditos reconhecem a soberania do Rei e submetem-se a ela.
Esta parábola mostra o que acontece quando Jesus, Sua Palavra e Seus filhos são gerados no coração de um homem. Este dá a luz à semente da vida na forma de um relacionamento sadio com base na Palavra do Eterno.
Se o coração do indivíduo que está a receber este relacionamento tiver sido muito pisado, esta semente de relacionamento acabará sendo engolida pelos inimigos e acusadores malignos enviados por Ha-Satan. Em outras palavras, só irá fortalecer o império das trevas na vida do indivíduo.
Se o coração que receber este relacionamento estiver repleto de entulho proveniente das frustrações trazidas pelo mundo (é bom lembrar que o mundo só privilegia coisas elevadas, as quais são abominação diante do Eterno – Lc 16.15), as quais produzem sentimento de inferioridade ou medo de sofrer nos relacionamentos, esta semente será queimada pelas lutas em virtude dos conceitos e valores da Escritura Sagrada. Resultado: o indivíduo terminará na solidão de uma vida seca e estéril, mesmo que esteja rodeado de indivíduos.
Se o coração que receber este relacionamento possuir também semente espinhosa, o indivíduo pode até conseguir relacionamentos duradouros produtivos, mas tal produção, além de nunca dar sentido à vida, sempre trará algum desgosto em ambas as partes, o qual terá que ser engolido para não comprometer o relacionamento.
Se o coração que receber este relacionamento for puro e santo, o indivíduo experimentará uma qualidade de relacionamento que o fará mudar interiormente e fazer dele alguém cada vez mais parecido com Jesus (2Co 3.18), que realmente manifesta a glória do Eterno por onde passa (Mt 5.14-16).
Percebeu que a ênfase da parábola está no que o Eterno faz no coração do homem que crê e no de quem recebe este em quem o Eterno trabalhou os conceitos e valores de Sua Palavra? Daí ser Parábola do Semeador (e não do terreno).
Achando-se as tuas palavras, logo as comi, e a tua palavra foi para mim o gozo e alegria do meu coração; porque pelo teu nome sou chamado, ó Senhor Deus dos Exércitos”. (Jeremias 15.16)

Francisco Barbosa
Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário