SUBSÍDIO I
O CHAMADO PARA ANUNCIAR O EVANGELHO
O termo grego kerigma está
associado a ideia de “proclamar”, ou seja, “pregar”. Sua origem está na palavra
latina missio, que significa “ato de enviar”; “incumbência”;
“encargo”; “enviado” e “correio”. Refere-se à obrigação da igreja em proclamar
o evangelho a todos os homens em todas as partes do mundo. Esta é a missão
principal da igreja, expressa em Marcos 16.15 que nos diz: “E disse-lhes: Ide
por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura”. O cumprimento desta
missão é entendido pelo apóstolo Paulo como uma preciosidade, conforme Atos
20.24: “Mas em nada tenho a minha vida por preciosa, contanto que cumpra com alegria
a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus, para dar testemunho
do evangelho da graça de Deus”. Nas últimas considerações aos seus discípulos,
Jesus enfatizou a necessidade do cumprimento da missão da igreja, de acordo com
Atos 1.8, dizendo: “Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir
sobre vós; e ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e
Samaria e até aos confins da terra”.
Champlin, no comentário de Rm 10.17, destaca que “o
propósito da pregação cristã é o de despertar a fé nos homens, dirigindo-lhes a
alma para o seu destino apropriado”,1 através do
compartilhamento de uma mensagem genuinamente cristocêntrica. Este autor também
destaca que “os pregadores do evangelho não deveriam preocupar-se em entreter
suas respectivas congregações, impressionando os crentes com os seus
conhecimentos pessoais ou proferindo declarações espirituosas, conforme faziam
os antigos sofistas da Grécia, pensando estes que essa era a grande finalidade
de suas ativiades intelectuais e retóricas. Pelo contrário, a exemplo dos
primeiros pregadores cristãos, os pregadores de todos os tempos devem
mostrar-se sérios quanto à sua mensagem, a mensagem de Cristo”.2
Coleman, na obra “Plano mestre de evangelismo”
destaca na refelxão da passagem bíblica de Mt 28.19 em que mostra que “esse
trecho bíblico significa que aos discípulos cabia irem pelo mundo, conquistando
a outros, que se tornariam no que eles mesmos já eram – discípulos de Cristo.
Essa missão se destaca ainda mais enfaticamente quando estudamos o original
grego dessa passagem, onde se verifica que os vocabulários “ir”, “batizar” e
“ensinar” são todos particípios, que derivam a sua força do verbo controlar
traduzido aqui por “fazer discípulos”. “Isso significa que a grande comissão
não consiste meramente dos discípulos irem até às extremidades da terra a
pregar o evangelho, nem de batizar muitos convertidos em nome do Deus triúno,
nem de ensinar-lhes os preceitos de Cristo, mas sim em levar outros a seguir os
caminhos do Senhor. Assim, na proporção que fossem feitos outros
discípulos é que as demais atividades da grande comissão poderiam preencher o
seu propósito”.3
O maior serviço que qualquer cristão (ministros,
pregadores, ensinadores, autores, professores da Escola Bíblica Dominical) pode
e deve realizar é semear a boa semente da Palavra de Deus através do testemunho
pessoal, dos lábios e da literatura. A mesma Palavra de Deus pode ser plantada
em nossos dias; mas os resultados serão determinados pelo coração daquele que ouve.
Alguns são solo de beira de estrada, duro, impermeável. Eles não têm uma mente
aberta e receptiva para permitir que a Palavra de Deus os transforme. O
Evangelho nunca transformará corações como estes porque eles não lhes permitem
entrar. Quando Jesus terminou de contar a parábola do Semeador, exclamou:
"Quem tem ouvidos para ouvir, ouça!" (Mt 13.9). É importante que nós
ouçamos bem quando a Palavra de Deus está sendo proclamada, para obter fé por
meio dela (Rm 10.17). O quadro abaixo sintetiza o testemunho de alguns homens
na história que marcaram o seu tempo pelo desejo em ganhar almas através da
proclamação da mensagem de Cristo:
v George Whitefield: “Se não queres dar-me almas, retira a minha!”
v Dwight L. Moody: “Usa-me, então, meu Salvador, para qualquer alvo e em
qualquer maneira que precisares. Aqui está meu pobre coração, uma vasilha
vazia, enche-me com a Tua graça.”
v Henrique Martyn: “Aqui quero ser inteiramente gasto por Deus.”
v Davi Brainerd: “Eis-me aqui, Senhor. Envia-me a mim! Envia-me até os
confins da terra: envia-me aos bárbaros habitantes das selvas; envia-me para
longe de tudo que tem o nome de conforto, na terra; envia-me mesmo para a
morte, se for no Teu serviço e para o progresso do Teu reino.”
v Elton Trueblood: "O evangelismo ocorre quando o crente fica tão
inflamado em contato com o fogo central de Cristo, que, por sua vez, põe fogo
nos outros.”
v Dick Hills: "Cada coração com Cristo é um missionário e cada
coração sem Cristo é um campo missionário.”
v Walter B. Knight: "Quando Jesus diz: "Vinde" - Ele
vem nos encontrar. Quando Ele diz: "Ide" - Ele vai conosco.”
v Matthew Henry: “Sinto maior gozo em ganhar uma alma para Cristo, do que
em ganhar montanhas de ouro e prata, para mim mesmo.”
v Bill Bright: “Não existe chamado mais alto ou privilégio algum
maior, conhecido para o homem, do que envolver-se em completar a Grande
Comissão.”
v Peter Taylor Forsyth: “Não é nossa escolha levarmos ou não o
Evangelho. É nossa morte se não o fizermos”.
v S.D. Gordon: “Se perdermos o espírito do ‘Ide’, perdemos o espírito
cristão. Uma igreja desobediente se converterá em uma igreja morta; morrerá de
uma parada cardíaca.”
v J. Blanchard: "A grande necessidade da igreja é ter um espírito de
evangelização, não um esforço evangelístico temporário."
v E. Wilson Carlisle: "Evangelização é a tarefa perpétua de toda a
igreja, não o passatempo peculiar de alguns de seus membros".
v Marvyo Darley: “Da mesma forma como os bombeiros têm pressa em apagar as
chamas de um grande fogo para salvar as vidas, deveríamos ter pressa em
incendiar o mundo com o fogo do Espírito Santo para realmente salvar as vidas.”
v David Brainerd: “Nunca me preocupei com onde viveria, nem como viveria,
nem que provações teria que sofrer, desde que assim eu pudesse ganhar mais
almas para Cristo.”
v Reinhard Bonnke: “O Evangelho é eterno, porém não temos a eternidade
para pregá-lo… Nós só temos o tempo que vivemos para alcançarmos aqueles que
vivem enquanto vivemos.”
v Arthur Skevington Wood: “Nenhum refinamento de técnica pode suprir a
falta do reconhecimento de que a Palavra de Deus é, por si mesma, o verdadeiro
método de evangelização.”
v Robert E. Coleman: “Quando o nosso coração está cheio da presença
de Cristo, a evangelização é tão inevitável quanto contagiante.”
v Richard C. Halverson: “Parece que a evangelização nunca foi um
‘problema’ no Novo Testamento. Isso quer dizer que não encontramos os apóstolos
recomendando, exortando, repreendendo, planejando e organizando programas evangelísticos...
A evangelização acontecia! Emanando sem esforços da comunidade de crentes como
a luz emana do sol, era automática, espontânea, contínua, contagiante.”
v Richard Cecil: “Amar a pregação é uma coisa ̶ amar as
pessoas a quem pregamos é outra.”
v Richard Baxter: “Se conseguirmos pregar somente Cristo para nosso povo,
teremos pregado tudo a eles.”
v John Wesley: “Deem-me cem pregadores que não temam nada a não ser o pecado
e não desejem nada a não ser Deus, e eu não darei a mínima atenção ao fato de
serem eles ministros ou leigos; sozinhos abalarão as portas do inferno e
implantarão o reino dos céus na terra.”
Texto extraído da
obra: As Parábolas
de Jesus: As
verdades e princípios divinos para uma vida abundante. 1. ed. Rio de
Janeiro: CPAD, 2018
COMENTÁRIO E
SUBSÍDIO II
INTRODUÇÃO
A parábola do Semeador é a chave para a
compreensão das outras parábolas de Jesus. Ela trata a respeito do coração do
homem, destacando sua disposição para receber a semente, que é a palavra de
Deus. Na aula de hoje estudaremos a respeito dessa parábola, inicialmente
explanando-a, e em seguida, a interpretaremos à luz do contexto da época. Ao
final, faremos as devidas aplicações da parábola, com destaque para a
importância de semear a palavra de Deus, orando para que essa produza frutos
nos corações.
I. A
PARÁBOLA DO SEMEADOR
A parábola do semeador se encontra no contexto
dos ensinamentos de Jesus a respeito do reino de Deus. No evangelho segundo
Marcos, Jesus é apresentado como o Filho de Davi, que foi o maior rei da
história de Israel. Mateus destacou que Jesus pregava a respeito do reino dos
céus (Mt. 4.17), com destaque para a ética do reino, que se encontra no Sermão
do Monte (Mt. 5-7), seus milagres (Mt. 8-12), que demonstram o poder do Seu
reino. A parábola do semeador se encontra nessa perspectiva, por isso Jesus
inicia sua narrativa afirmando que o semeador saiu a semear (t. 13.3-9). Uma
das especificidades dessa parábola é que Jesus oferece sua interpretação, algo
que não costuma ocorrer nas demais parábolas. A semente, conforme a explanação
do Senhor, é o evangelho do reino, a terra é o coração do homem (v.19), e o que
diferencia são os tipos de coração – ou de solos – e sua disposição de aceita
ou rejeitar a mensagem de Cristo. Jesus é o próprio Semeador, pois Ele é aquele
que sai a pregar a mensagem do Reino, trazendo a boa nova que alcança o coração
dos pecadores. O significado do reino de Deus, nas parábolas de Jesus, precisa
ser compreendido, e que esse não pode ser confundido com um governo humano. O
reino de Jesus se encontra na tensão entre o “já” e o “ainda não”, e encontrará
sua plenitude no escathos, quando Cristo retornar para reina, como Rei dos reis
e Senhor dos senhores (Ap. 19.16,17)
II. A
INTERPRETAÇÃO DA PARÁBOLA
O primeiro tipo de solo diz respeito ao coração
endurecido, e pode ser descrito como a semente que é lançada a beira do caminho
(Mt. 13.4), que ao ser pisada pelas pessoas no chão endurecido, além de não
frutificar ainda é levada pelas aves, que na parábola são comparadas ao diabo.
Esse solo é aquele que é pisoteado pelo pecado, e que se torna inóspito para
que a palavra de Deus seja semeada. Corações desse tipo podem ser comparados
àqueles descritos por Paulo em Rm. 1.21-31, por tratar-se de pessoas que se
entregam à devassidão, acatam o pecado com naturalidade, por esse motivo não se
abrem para a Palavra de Deus. O segundo tipo de solo, que nos é apresentado por
Jesus na parábola, é o superficial, descrito como a terra que se encontra lugar
pedregoso. Essa pessoa até ouve a palavra, e a recebe com bastante alegria, mas
se perde em meio ao ativismo, e as muitas preocupações, e as dificuldades da
vida. Há pessoas que não conseguem desfrutar da paz de Deus, que excede a todo
e qualquer entendimento. Por esse motivo, ficam ansiosas com muitas coisas, e
são incapazes de se deixar conduzir pela suficiência que Cristo nos dá (Mt.
6.25-34). O terceiro tipo de solo que nos é apresentado na parábola é aquele
que é sufocado pelos espinhos, essas são as pessoas que se apegam às riquezas
deste mundo. Na verdade, não podemos deixar de considerar que dificilmente os
ricos entrarão nos céus (Mt. 19.23), e que é mais fácil passar um camelo pelo
fundo de uma agulho que entrar um rico no reino de Deus (Mc. 10.25).
III. A
APLICAÇÃO DA PARÁBOLA
Mas há um tipo de solo que é receptivo à mensagem
de Cristo, esse é o coração aberto à palavra de Deus. Quando a semente cai
nessa terra, produz frutos a cem, sessenta e a trinta por um (Mt. 13.23). É
digno de destaque que existem diferentes tipos de solos, e que cada um deles
tem uma capacidade distinta para a produção do fruto. Isso mostra que nem todos
produzem o mesmo fruto, o mais importante, porém, é que haja frutificação.
Precisamos considerar, nesse contexto, que existe um Jardineiro Divino, que é
capaz de tornar o solo propício para a frutificação. Em Ez. 36.25-27, o Senhor
promete dar um novo coração ao povo de Israel, a fim de que esse pudesse se
converter, e fazer a vontade de Deus. Um jovem rico indagou a Jesus: o que
preciso fazer para ser salvo? O Mestre destacou a dificuldade dos
ricos se voltarem para Deus, pois há uma tendência do coração humano colocar
sua confiança nas riquezas terrenas, e mais que isso, transformar Mamom em um
Deus (Mt. 6.24). Mas tudo é possível ao Senhor, o que é impossível aos homens,
pode se tornar realidade, quando o Agricultor Celestial, com sua graça e
misericórdia, prepara o solo para receber a palavra de Deus (Lc. 18.26,27).
Vivemos em uma sociedade que se baseia no que vê e no que pega, e que cada vez
mais é solapada pelo materialismo. Somos chamados, através dos ensinamentos do
Senhor Jesus, a ouvir o que o Espírito tem a nos dizer através da Sua palavra.
E assim, a mensagem do evangelho poderá habitar em nós, e produzir muitos
frutos, e nos conduzir à obediência para a glória de Deus (Cl. 3.16).
CONCLUSÃO
A boa semente da Palavra de Deus
se encontra disponível aos corações, a igreja é comissionada por Cristo a levar
essa mensagem até aos confins da terra (At. 1.8). Estamos cientes que nem todos
darão o mesmo valor ao conteúdo da pregação, mesmo assim não podemos deixar de
anunciar essa boa nova, a fim de que outros também possam se tornar discípulos
do Mestre Amado (Mt. 28.18-20), sabendo que compete ao Espírito Santo convencer
o homem do pecado, da justiça e do juízo (Jo. 16.8-11).
Francisco Barbosa
Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br
COMENTÁRIO E
SUBSÍDIO III
INTRODUÇÃO
Para
ilustrar verdades espirituais, Jesus frequentemente contava, por parábolas,
histórias sobre os acontecimentos do dia a dia. A parábola do semeador é uma
das narrativas de Jesus encontrada nos três Evangelhos sinóticos (Mt 13.1-9, Mc
4.3-9 e Lc 8.4-8) e relata de que forma a mensagem de salvação será recebida no
mundo. Um dos seus propósitos é prevenir os discípulos com relação ao triste
fato de a pregação da Palavra de Deus não produzir "colheita de cem por
cento" em todos os ouvintes. Além disso, a parábola do semeador pode ser
interpretada como "a parábola do coração", pois mostra como é o
interior de cada pessoa.
Ao ensinar a vida e princípios do Reino, Jesus guia
seus discípulos a pensar, viver e orar para que seu Reino alcance todo o
planeta (Mt 6.10). Isso é visto claramente nos ensinos de suas parábolas no
capítulo 13 de Mateus. A missão de pregar em ‘todos os lugares’ que ‘o reino de
Deus está chegando’ dada por Jesus aos discípulos também reflete esse caráter
expansivo do reino. Não podemos esquecer que a intenção das parábolas é
transmitir uma verdade eterna, então, usam elementos diários de tal forma que
ainda hoje, podem ser facilmente entendidas por todos. Permanece ainda, a
verdade de que sua compreensão só é possível mediante a iluminação do Espírito
Santo, por que as coisas de Deus só são perfeitamente compreendidas por quem é
espiritual.
I. INTERPRETAÇÃO
DA PARÁBOLA DO SEMEADOR
1. A
importância em compreender a parábola. A parábola do semeador é uma das mais
importantes, não apenas por constar nos três primeiros Evangelhos, mas também
por ser fundamental para o entendimento de outras. Por essa razão, é necessário
comparar e contrastar as referências paralelas a cada narrativa. Desse modo,
teremos um quadro completo do que o Senhor Jesus disse sobre o Reino do Céu, já
que a narrativa refere-se ao Reino. Essa história fala de um agricultor que
lançou sementes em vários lugares com diferentes resultados, dependendo do tipo
do solo (Mc 4.3-20). Para se entender essa parábola, é preciso recorrer ao
contexto de Mateus 13.18-23, quando o próprio Senhor Jesus a interpretou.
Como ensina o teólogo Vincent Cheung, a Parábola do
Semeador é uma parábola fundacional, é a primeira parábola dita por Jesus e
contém elementos para entendermos melhor as outras parábolas, assim como o
Reino de Deus; Jesus diz aqui que falhar em entender essa parábola implica que
a pessoa falhará também em entender todas as outras parábolas. Agora, note que
até mesmo os discípulos não entenderam essa parábola até que receberam do
Senhor a explanação detalhada. Portanto, é um engano dizer que Jesus usou
parábolas para tornar as verdades espirituais mais fáceis de entender, visto
que até mesmo aqueles que deveriam entendê-la falharam em fazê-lo. Mas os
discípulos parecem não ter tido nenhum problema para entender a explicação da
parábola, dada em discurso claro.
2. Os elementos que constituem a
Parábola: o Semeador, a semente e o solo. No mesmo capítulo da parábola do semeador, ao explicar a
parábola do trigo e do joio, o Mestre apresenta-se como o semeador (Mt
13.36-43). Daí, ainda que não especificamente mencionado, é possível inferir
que o Semeador é Jesus, pois se compararmos o texto dessa parábola com o de
Mateus 13.37, podemos concluir que há uma referência imediata com o Senhor.
Contudo, por extensão, podemos igualmente entender que o semeador também pode
ser qualquer pessoa que fielmente proclama a mensagem do Evangelho nos nossos dias.
Quanto à semente, esta é a Palavra de Deus ou "a palavra do Reino"
(Mt 13.19a) que, como sabemos, era o tema da pregação de Jesus (Mt 4.23) e da
pregação apostólica (At 8.12; 28.30,31). Já o "solo", é algo muito
importante para qualquer planta. Por isso, os cristãos precisam desenvolver
suas raízes por meio da fé em Cristo e do estudo da Palavra cada vez mais
profundo. Tempos difíceis virão, e somente aqueles que tiverem desenvolvido
suas raízes abaixo da superfície, sobreviverão.
“Os três elementos que constituem essa parábola
são: o semeador, a semente e o solo. Hillyer H. Straton fala da "regra
três" nos contos populares: "Na história infantil há três tigelas de
mingau, três cadeiras e três ursos. O mesmo acontece nas parábolas. Três tipos
de reação, na Parábola dos talentos; três viajantes, no caminho para Jerico;
três tipos de solo e três proporções de crescimento". O dr. Straton também
mostra que "a regra dois" opera em algumas parábolas: os dois filhos,
os dois devedores, o fariseu e o cobrador de impostos, etc.” (ESTUDOS GOSPEL)
"Semearei a casa de Israel e a casa de Judá
com a semente de homens e com a semente de animais" (Jr 31.27) - Deus
compara-se a um semeador. Também Jesus é um semeador, como Ele mesmo compara-se
e proclama-se ‘O Semeador’. Em Mateus 13.37, Jesus fala de si mesmo como "O
que semeia a boa semente, é o Filho do homem". Esse título é muito
apropriado a ele. A semente é a Palavra de Deus (Lc 8.11) que o habilidoso
semeador espalha por igual - a semente é, indiscutivelmente, boa, mas a
capacidade de germinação da semente depende da natureza do solo, e este é o
centro da parábola. Ainda que não seja a mensagem primária desta parábola, o
fato que a palavra de Deus é o poder que constrói o reino de Deus precisa de
ênfase.
“O outro elemento decisivo é o terreno, que
responde de diferentes maneiras segundo a “qualidade” da terra. A boa
disposição de cada pedaço da parcela constitui o fator decisivo para o êxito do
empreendimento. A semente é boa, mas nem sempre o terreno, que deverá responder
de maneira desigual. A vida humana, por sua vez, é um portento, um fenômeno que
não se compara a nenhuma outra forma de vida, tantas são as experiências
possíveis, algumas até prodigiosas, que se dá a qualquer homem ou mulher. As
que se perdem ou se diluem na memória, e as que vencem as barreiras do tempo e
permanecem vivas para sempre.” (ULTIMATO ONLINE)
3. Os
diferentes tipos de solos infrutíferos. As pessoas que ouvem a Jesus são comparadas com
vários tipos de solo (Lc 8.5-8). O solo duro e compactado da estrada impediu
que as sementes penetrassem, permitindo que ficassem na superfície, expostas às
aves que vieram e as comeram. Este solo representa aqueles que "ouvem e
não entendem" (Mt 13.19a), por isso endurecem o coração para não receberem
a Palavra (Mt 13.15). As aves representam Satanás (Mc 4.15), que arrebata a
Palavra dessas pessoas, cujos corações estão endurecidos. As sementes que
caíram sobre pedregais (vv.16,17), onde não havia muita terra, e, como
consequência, cresceram rapidamente, acabaram secas num instante (v.6). Este solo
raso representa as pessoas que ouvem a Palavra e a recebem com grande alegria,
porém, quando surgem as dificuldades, as tribulações ou as perseguições por
causa do Evangelho, elas não resistem e imediatamente tropeçam (Mt 13.20,21).
Daí a necessidade de um maior embasamento na Palavra de Deus recebido através
de um bom discipulado e frequência na Escola Dominical. Já as sementes que
caíram entre espinhos são sufocadas quando estes crescem e roubam o alimento, a
água, a luz e o espaço dos brotos. Infelizmente existem forças capazes de
sufocar a mensagem, de forma a torná-la infrutífera (v.18). Este solo
representa aqueles que "ouvem a palavra", mas cuja capacidade para
gerar fruto é sufocada. Jesus descreveu os espinhos como "os cuidados deste
mundo", "a sedução das riquezas" e "os prazeres da
vida" (Mt 13.22; Mc 4.19; Lc 8.14; 12.29-32; 21.34-36). As distrações e os
conflitos impedem os novos crentes de refletir e aprender a Palavra de Deus a
fim de crescerem. Essas coisas, produzidas pela ambição das coisas materiais
atormentaram os discípulos do primeiro século, da mesma forma como acontece nos
dias atuais, distraindo os crentes de maneira que permaneçam infrutíferos, não
produzindo nenhuma colheita.
“O trabalho habilidoso do semeador e a germinação
da semente dependem da qualidade e natureza do solo para ter sucesso. Havia
vários tipos de terrenos na parábola contada. Jesus fala de quatro tipos de
solos: o solo impenetrável (beira do caminho); o solo superficial (o rochoso);
o solo ocupado (cheios de espinhos) e o solo fértil (terra boa e frutífera).
Nos três primeiros tipos de solo houve uma resistência para a semente produzir.
Há na parábola uma clara analogia entre o solo e o coração. Isso porque o alvo
da pregação da Palavra não é apenas a mente, mas principalmente o coração. Se
este estiver fechado, nada adianta. Mas, quanto à pregação do Evangelho, não
nos cabe escolher o tipo de solo para semearmos. Devemos apenas semear sempre
que tivermos oportunidade, pois, em última instância, quem conhece os corações
é o Senhor. Talvez por isso Paulo, apóstolo, ordena a Timóteo para pregar quer
seja ou não oportuno (2Tm 4.2). A grande necessidade da igreja é ter um
espírito de evangelização, não um esforço evangelístico temporário.” (John
Blanchard)”
“O solo superficial. O coração descrito como solo
rochoso representa aqueles que não possuem profundidade. A semente chega a
brotar, mas falta a estabilidade que vem de raízes profundas. Abaixo da pequena
camada de terra, o que existe são rochas e lajeados. Não podendo aprofundar
suas raízes, a planta tem curta duração. Há gente assim: superficial, rasa, sem
a estrutura que vem de um alicerce profundo e firme. Falta dedicação, falta
perseverança, falta disposição de ir até o fim.
O solo ocupado. Temos um terceiro tipo
de solo: o solo congestionado. A semente que caiu no meio do espinheiro
germinou e cresceu, mas a concorrência pelos nutrientes, pela água e pela luz
solar por parte de plantas nocivas fazem com que a planta se mantenha mirrada e
murcha. Jesus interpreta a parábola e diz que se trata do coração dividido com
muitas outras paixões, como, por exemplo, a sedução das riquezas. Em outras
palavras, trata-se daqueles que, divididos e distraídos por outros interesses,
não creem nem se entregam exclusivamente a Jesus como seu Salvador e Senhor.
Não nos iludamos: no nosso terreno
podem, sim, nascer e crescer espinhos que sufocarão a ação e obra do Espírito
Santo em nossas vidas. Interesses legítimos podem ser perigosíssimos quando
ocupam o espaço e a lealdade que pertence a Cristo. Cedo ou tarde Jesus será
expulso dessa vida. Ele não fica em um coração que o trata como um coadjuvante
ocasional.
O solo fértil. Esse é o último dos
terrenos. A semente cai aqui e nasce, floresce, cresce e frutifica. Glória a
Deus! Essa frutificação tem escalas, sendo uns mais produtivos do que outros
(trinta, sessenta e cem por um). Mas a mensagem principal é essa: Deus nos
chamou para sermos frutíferos. Nada é mais destoante de um coração que anda com
Deus do que a esterilidade. 0 solo estava preparado e acolheu a semente, nele
não havia concorrentes. Aqui o acolhimento foi completo. Que sejamos assim.’ (Extraído de: O SEMEADOR: QUE TIPO DE SOLO EU
SOU? Disponível em:https://adarsenal.com.br/licao-2-o-semeador-que-tipo-de-solo-eu-sou/. Acesso em: 9 Out, 2018)
SUBSÍDIO EXEGÉTICO
“Se o leitor mesmo que subliminarmente entendeu que
o agricultor é Jesus, então o restante da parábola será ligado às prósperas e
declinantes venturas do ministério de Jesus. Nesta tendência, [John Paul] Heil
mostrou corretamente que as várias maneiras nas quais a semente caiu lembrará,
no mínimo, a hostilidade personificada pelos escribas (Mc 2.6,16; 3.22), pelos
fariseus (Mc 2.16,24; 3.6) e pela própria família de Jesus (Mc 3.21,31- 35). Da
mesma sorte, a descrição de uma colheita excepcionalmente abundante na
conclusão da parábola (Mc 4.8) recorda o sucesso crescente do ministério de
Jesus a despeito da oposição (cf. ‘toda a cidade’ [Mc 1.33]; ‘se ajuntaram
tantos’ [Mc 2.2]; ‘toda a multidão ia ter com Ele’ [Mc 2.13; 3.7,8,20; 4.1];
ênfases minhas). Assim, em seus movimentos metafóricos a parábola expressa os
movimentos maiores do ministério de Jesus, e as várias terras representam as
personagens da história” (CAMERY-HOGGATT, Jerry In ARRINGTON, French L.;
STRONDAD, Roger (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal. 1.ed. Rio de Janeiro:
CPAD, 2003, p.206).
II. A
IMPORTÂNCIA DE OUVIR O EVANGELHO
1. O
tipo ideal de solo. A parábola do semeador é uma descrição das várias respostas ao
"ouvir" a Palavra de Deus e, seguramente, retrata as reações que
Jesus encontrou no seu próprio ministério. A parábola adverte contra o ouvir
superficial, mas também alimenta a expectativa do ouvir real e produtivo, que
leva à obediência, e não devemos esquecer que o verbo grego correspondente a
"ouvir" é frequentemente traduzido como "obedecer". Por
isso, o Mestre falou que algumas sementes caíram em boa terra (v.20). Tal terra
tinha profundidade, espaço e umidade para crescer, multiplicar e produzir uma
boa colheita. Este solo representa as pessoas que "ouvem" a Palavra e
a "entendem", frutificando abundantemente (Mt 13.23; Lc 8.15). Elas
são como os bereanos que foram recomendados "porque de bom grado receberam
a palavra, examinando cada dia nas Escrituras se estas coisas eram assim"
(At 17.11). São, na verdade, os verdadeiros discípulos, aqueles que aceitaram
Jesus, creram em sua Palavra e permitiram que Ele fizesse a diferença em suas
vidas (At 17.12).” (LB CPAD, 4º
Trim 2018, Lição 1, 7 Out 18).
O cerne da parábola é justamente o tipo de solo onde
a semente é lançada, ela descreve as várias respostas ao “ouvir” a Palavra de
Deus. Note que a semente foi lançada zelosamente em todos os tipos de solos,
mas os resultados foram muito diferentes. “A semente é boa, mas nem sempre o
terreno, que deverá responder de maneira desigual. A vida humana, por sua vez,
é um portento, um fenômeno que não se compara a nenhuma outra forma de vida,
tantas são as experiências possíveis, algumas até prodigiosas, que se dá a
qualquer homem ou mulher. As que se perdem ou se diluem na memória, e as que
vencem as barreiras do tempo e permanecem vivas para sempre.” (ULTIMATO ONLINE). O tipo de solo ideal
representa a pessoa que acolhe a mensagem do reino dos céus no próprio coração.
2. O
tipo ideal de ouvinte. Jesus mostrou que o ato de "ouvir" representa um solo fértil
para a mensagem do Reino. Se produzirmos frutos, isso provará que ouvimos. Se
aqueles a quem pregamos o Evangelho produzirem frutos, isso mostrará que a
semente que plantamos fincou raízes em seus corações. Jesus inicia a parábola
do semeador com a palavra "ouvi" (v.3a) e termina com a seguinte
advertência: "quem tem ouvidos para ouvir, ouça" (v.9). Analisando o
aspecto material, o solo não é culpado se estiver duro, cheio de pedras ou de
espinhos, enquanto que no aspecto espiritual, somos responsáveis se o nosso
coração estiver endurecido, ou seja, se não estiver aberto para a Palavra de
Deus arraigar-se profundamente, ou deixarmos as coisas deste mundo sufocarem a
Palavra.” (LB CPAD, 4º Trim 2018,
Lição 1, 7 Out 18).
Há em última análise, só duas espécies de terreno:
aquele que genuinamente recebe a palavra para produzir fruto e aquele que não a
recebe. Enquanto que nos outros terrenos as sementes não tiveram como germinar,
crescer e frutificar, neste último terreno haverá bons resultados. Neste, a
semente frutifica. Neste terreno, que representa o coração receptivo à Palavra
de Deus, a semente não será roubada por Satanás; não será sufocada pelos
espinhos; o calor das aflições não lhes desanimará. É o terreno bom, fértil.
Este é o tipo de ouvinte ideal. Importante lembrar que é o Espírito Santo quem
prepara este terreno, afinal, é Ele quem convence do pecado, da justiça e do
juízo (Jo 16.8).
3. A importância de
"ouvir". Ao descrever o
tipo ideal de solo, Jesus destaca o melhor perfil de ouvinte, mas também a
importância de ouvir a Palavra e a conservar "num coração honesto e
bom" a fim de dar "fruto com perseverança" (Lc 8.15). Aqui há
uma lição para o ouvinte também. 0 fruto produzido depende da resposta à
Palavra. É importante ler, estudar e meditar sobre as Escrituras. A Palavra tem
que vir habitar em nós (Cl 3.16), para ser implantada em nosso coração (Tg
1.21). Temos que permitir que nossas ações, nossas palavras e nossas próprias
vidas sejam formadas e moldadas pela Palavra de Deus.
Paulo afirma em Romanos 10.17 que a fé vem pelo
ouvir, só encontramos fé para sermos salvos quando ouvimos, ou entramos em
contato, com a verdade do Evangelho. A semente da parábola precisa ser lançada
para alcançarmos mais vidas, precisamos pregar a palavra de Deus. Não sabemos
qual o perfil de nossos ouvintes, esse papel cabe ao Espírito Santo; o nosso
papel é tão somente semear. Note que quando a semente conseguiu encontrar uma
boa terra, isto é, aquela que não possui os acréscimos oferecidos por este
mundo por meio dos homens, ela produziu fruto bom. “Quanto melhor o
indivíduo compreende a vontade do Eterno (Ef 5.16,17), a recebe e conserva num
coração honesto e bom, maior a produtividade. E não pense que isto é apenas
momentâneo. Tais indivíduos dão fruto com perseverança. No entanto, a semente
tem que nascer, vingar, crescer para, então, dar fruto. Ou seja, só é possível
alcançar isto quando o indivíduo habita no esconderijo do Altíssimo (Sl
91.1,2), faz Dele seu prazer (Sl 37.4), descanso (Sl 37.7; Mt 11.28-30), lugar
de permanência (Jo 15.9), refúgio e fortaleza (Sl 46.1). Quando Jesus semeia a
Si mesmo, à Sua Palavra e a Seus filhos neste tipo de coração, não existe
interesse neste mundo para gerar facção. A união se dá em torno dos valores
espirituais. Ou seja, o importante não é fazer obrar, mas sim desenvolver
conceitos e valores, a fim de que os mesmos possam ser vistos na perfeita
unidade (Jo 17.11,21-23), quando todos os envolvidos pensarem e sentirem a mesma
coisa (At 4.32; Rm 12.16; 1Co 1.10; Fp 4.2). O esforço é para preservar a
unidade do Espírito Santo pelo vinculo da paz (Ef 4.3-6)”. (Batalha da Fé)
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
“Ajuntou-se a ele grande multidão (v.1). Nesta
ocasião, o povo afluía ‘de todas as cidades’ para ouvir a pregação de Cristo
(Lc 8.4). O Mestre, porém, conhecia o coração das pessoas. Um propósito da
parábola do semeador foi prevenir os discípulos quanto ao triste fato de a
pregação da Palavra, mesmo do Deus Todo-Poderoso, não produzir colheita de cem
por cento em todos os ouvintes. “O que semeia semeia a palavra (v.14). O fiel
semeador semeia a Palavra a eito – ‘junto a todas as águas’, em todas as
qualidades de terra (Is 32.20; Mc 16.15), não sabendo onde ela vai ficar.
Semeia a Palavra sem observar o vento, nem as nuvens (Ec 11.4-6). Semeia a
Palavra; não passa o tempo explicando-a, interpretando-a ou discutindo-a.
Semeia a Palavra; não desperdiça o tempo censurando qualquer uma das várias
seitas do mundo. Semeia a Palavra, nas suas próprias ideias e opiniões. Ele não
se mostra a si mesmo, mas proclama a Palavra, pois sente o mesmo peso que pesa
sobre o coração do Senhor (Compare ‘peso’; Is 13). O humilde servo ‘leva a
preciosa semente, andando e chorando’” (BOYER, Orlando. Espada Cortante 1.
2.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p. 491).
III. O CHAMADO
PARA ANUNCIAR O EVANGELHO
1. A obra da maior importância. Uma vez que a condição das pessoas sem Deus é de ignorância espiritual,
pois Satanás "encobre" os seus corações para não ouvir o Evangelho (2
Co 4.3,4), o maior serviço que qualquer cristão pode, e deve realizar, é semear
a boa semente da Palavra de Deus (Ec 11.6). Isso não apenas com os seus lábios,
mas também através do testemunho pessoal e da literatura (Fp 1. 18). Cristo
morreu e ressuscitou para nos salvar de nossos pecados. Agora, todo aquele que
nEle crê, e for batizado, não mais será condenado, antes
receberá a vida eterna (Mc 16.16; Ef 1.13,14).
Todo cristão foi convocado para anunciar as Boas
Novas; Pregar o Evangelho é a missão mais urgente e importante nesses últimos
dias, e por isso mesmo, é o dever de todo Cristão. O caminho é estreito, porém,
“quão formosos os pés dos que anunciam o evangelho de paz; dos que trazem
alegres novas de boas coisas” (Rm 10.15). Podemos pregar de várias maneiras
diferentes. Algumas pessoas são chamadas para pregar com
sermões e estudos bíblicos, mas todos podemos pregar de outras maneiras:
Com a vida – muitas vezes as ações falam mais alto
que as palavras; viver o evangelho é uma forma de pregar o evangelho.
Em conversas – uma conversa sobre Jesus e a fé é
uma forma de pregar a palavra de Deus
Com testemunho pessoal – você pode explicar a palavra
de Deus contando sobre sua experiência de vida com Jesus.
2. Jesus e a ordem para
pregar. Recordando
que Evangelho significa "boas novas", "boa notícia", e que
tal boa notícia nada mais é que a salvação em Jesus (Mt 28.18-20; Mc 16.15-18),
todos precisam ouvir o evangelho. Jesus nos encarregou de contar as boas
notícias às pessoas à nossa volta, pois o evangelho é uma notícia tão boa que
não podemos guardar só para nós!
Em suas últimas palavras, o Rei deu-nos a ‘Grande
Comissão’, a incumbência máxima de ir a todas as nações, ensinando e batizando
a fim de integrá-las ao seu Reino. Escatologicamente, Cristo afirma que o fim
somente chegaria quando ‘este evangelho do Reino’ fosse pregado ‘em todo o
mundo’ (Mt 24.14). “Ide... ensinai...batizando”, estas palavras constituem a
Grande Comissão de Cristo a todos os seus seguidores, em todas as gerações.
Declaram o alvo, a responsabilidade e a autorga da tarefa missionária da
Igreja. A igreja deve ir a todo o mundo e pregar o evangelho a todos de
conformidade com a revelação do Novo Testamento, da parte de Cristo e dos
apóstolos. Esta tarefa inclui a responsabilidade primordial de enviar
missionários a todas as nações (At 13.1-4). O evangelho pregado centraliza-se
no arrependimento e na remissão de pecados (Lc 24.47), na promessa do
recebimento de ”o dom do Espírito Santo” (At 2.38), e na exortação de
separar-nos desta geração perversa (At 2.40), ao mesmo tempo em que esperamos a
volta de Jesus, do céu (At 3.19, 20; 1Ts 1.10) (Adaptado de Bíblia de
Estudo Pentecostal, CPAD, Nota textual de Mt 28.19, p.1452).
3. A importância de
pregar o Evangelho. É
muito importante pregar o evangelho, para que mais pessoas ouçam, creiam e
sejam salvas (Rm 10.14,15). Aplicando-se espiritualmente, todos aqueles que
seguem a Cristo devem estar sempre ensinando a Palavra, pois quanto mais ela é
plantada nos corações, maior a colheita (1 Co 3.6,7). É preciso, porém, saber
que o que semeia a Palavra (v.14) o faz em todas as qualidades de solo (Is
32.20; Mc 16.15), semeia a Palavra sem observar o vento, nem as nuvens (Ec 11.
4-6), semeia a Palavra sem gastar tempo com outra coisa (2 Tm 2.4).
O próprio Cristo instituiu a obra missionária
cristã como uma tarefa santa e obrigatória da Igreja. “E, quando saiam,
encontraram um homem cirineu, chamado Simão, a quem constrangeram a levar a sua
cruz” (Mt 27.32) – esse texto nos lembra de que as diferentes culturas foram
representadas no Calvário e na Igreja:
1) Simão: homens sábios de todas as idades teriam a
honra de poder realizar a tarefa que era concedida a Simão de Cirene, um homem
negro do noroeste da África. Independentemente de serem voluntárias ou
obrigadas, as mãos negras foram estendidas para ajudar o Salvador a carregar
sua cruz;
2) O eunuco etíope da África (At 8.26) foi o
primeiro convertido gentio citado pelo nome nos Atos dos Apóstolos. A história
relata que ele retornou à Etiópia para fundar a Igreja Cristã Abssínia, que
existe até hoje (Adaptado de Bíblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP,
Sociedade Bíblica do Brasil, 2001,Dinâmica do Reino, p.990). O termo
grego ethne, traduzido por nações em Mateus 28.19, significa ‘grupos de
pessoas’ – hoje em dia estima-se que haja cerca de 24.000 etnias no mundo. A
exemplo de Paulo, que centralizou seu esforço ministerial nas missões,
principalmente nas áreas onde o evangelho não tinha sido pregado
suficientemente e assim facultou áqueles que não tinham ouvido a oportunidade
de aceitarem a Cristo. Paulo questiona: “Como ouvirão, se não há quem pregue?”
(Rm 10.14). Um ‘púlpito’ pessoal é designado a cada crente – em casa, na
comunidade, no trabalho ou na escola – para mostrar e contar aos outros as boas
novas. Como diz Paulo: ‘eu sou devedor’, para demonstrar seu senso de obrigação
de anunciar o evangelho.
SUBSÍDIO EVANGELÍSTICO
“Ganhar almas foi a suprema tarefa do Senhor Jesus
aqui na terra (Lc 19.10; 1 Tm 1.15). Paulo, o grande homem de Deus, do Novo
Testamento, tinha o mesmo alvo e visão (1 Co 9.20). Uma grande parte dos
crentes pensa que a obra de ganhar almas para Jesus está afeta exclusivamente
aos pregadores, pastores e obreiros em geral. Contentam-se em, comodamente
sentados, ouvir os sermões, culto após culto, enquanto os campos estão brancos
para a ceifa como disse o Senhor da seara em João 4.35. O ‘ide’ de Jesus para
irmos aos perdidos (Mc 16.15), não é dirigido a um grupo especial de salvos,
mas a todos, indistintamente, como bem revela o texto citado. Portanto, a
evangelização dos pecadores pertence a todos os salvos” (GILBERTO, Antonio. A
Prática do Evangelismo Pessoal. 14.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, p. 10).
CONCLUSÃO
Não há como perceber, nem
entrar, no Reino de Deus, sem ter nascido de novo (Jo 3.3-8), por isso, a
salvação da alma é parte integrante das parábolas. Você já renasceu? Já se
arrependeu dos seus pecados e confiou em Jesus Cristo e em seu sacrifício pelos
seus pecados? Você conhece o Rei deste Reino? Seu coração já se prostra diante
deste Rei? Ou vive em rebeldia contra Ele ainda? Os verdadeiros súditos
reconhecem a soberania do Rei e submetem-se a ela.
Esta parábola mostra o que acontece quando Jesus,
Sua Palavra e Seus filhos são gerados no coração de um homem. Este dá a luz à
semente da vida na forma de um relacionamento sadio com base na Palavra do
Eterno.
Se o coração do indivíduo que está a receber este
relacionamento tiver sido muito pisado, esta semente de relacionamento acabará
sendo engolida pelos inimigos e acusadores malignos enviados por Ha-Satan. Em
outras palavras, só irá fortalecer o império das trevas na vida do indivíduo.
Se o coração que receber este relacionamento
estiver repleto de entulho proveniente das frustrações trazidas pelo mundo (é
bom lembrar que o mundo só privilegia coisas elevadas, as quais são abominação
diante do Eterno – Lc 16.15), as quais produzem sentimento de inferioridade ou
medo de sofrer nos relacionamentos, esta semente será queimada pelas lutas em
virtude dos conceitos e valores da Escritura Sagrada. Resultado: o indivíduo
terminará na solidão de uma vida seca e estéril, mesmo que esteja rodeado de
indivíduos.
Se o coração que receber este relacionamento
possuir também semente espinhosa, o indivíduo pode até conseguir
relacionamentos duradouros produtivos, mas tal produção, além de nunca dar
sentido à vida, sempre trará algum desgosto em ambas as partes, o qual terá que
ser engolido para não comprometer o relacionamento.
Se o coração que receber este relacionamento for
puro e santo, o indivíduo experimentará uma qualidade de relacionamento que o
fará mudar interiormente e fazer dele alguém cada vez mais parecido com Jesus
(2Co 3.18), que realmente manifesta a glória do Eterno por onde passa (Mt
5.14-16).
Percebeu que a ênfase da parábola está no que o
Eterno faz no coração do homem que crê e no de quem recebe este em quem o
Eterno trabalhou os conceitos e valores de Sua Palavra? Daí ser Parábola do
Semeador (e não do terreno).
“Achando-se as tuas palavras, logo as comi, e a
tua palavra foi para mim o gozo e alegria do meu coração; porque pelo teu nome
sou chamado, ó Senhor Deus dos Exércitos”. (Jeremias 15.16)
Francisco Barbosa
Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br
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