sexta-feira, 18 de maio de 2018

LIÇÃO 8: ÉTICA CRISTÃ E SEXUALIDADE



SUBSÍDIO I

ÉTICA CRISTÃ E SEXUALIDADE

A sexualidade tem sido fortemente desvirtuada na sociedade pós-moderna. De outro lado, alguns cristãos insistem em tratar o assunto como tabu. Embora o tema possa trazer desconforto para alguns, a sexualidade humana não pode ser subestimada. De acordo com Sigmund Freud (1856-1939), reconhecido como o pai da psicanálise, “o homem tem necessidades sexuais e, para explicá-las, a biologia lança mão do chamado instinto sexual da mesma maneira que, para explicar a fome, utiliza-se do instinto da nutrição. A esta necessidade sexual dá-se o nome de libido” (FREUD, 1970, vol. XVI p. 336, 482). Freud atribuiu à libido uma natureza exclusivamente sexual e considerou a fase oral como a primeira na organização da libido da criança. As teorias de Freud contrastaram com o extremo moralismo da interpretação católica e produziram o extremo da licenciosidade, antinomianismo — desprezo à Lei de Deus — e a irresponsabilidade sexual (HENRY, 2007, p. 551). Atualmente, a sexualidade da criança vem sendo estimulada e incentivada de modo precoce, e isso em detrimento do desenvolvimento natural e saudável, gerando transtornos comportamentais.
Ressalta-se que em virtude do avanço da tecnologia da informação e consequente globalização, nossas crianças têm acesso indiscriminado a todo tipo de conhecimento. E, por estarem em fase de desenvolvimento, tornaram-se alvo de quem as quer perverter. Por meio da inversão dos valores, ideologia de gênero e a erotização da infância, pretendem desconstruir a família tradicional e promover a luxúria, promiscuidade e a imoralidade. Portanto, pela sua abrangência e importância, faz-se necessário refletir sobre a sexualidade, seus conceitos, propósitos e limites éticos estabelecidos nas Escrituras Sagradas.
A sexualidade é uma das dimensões do ser humano criado à imagem e semelhança de Deus. A questão sexual estava presente no ato da criação quando Deus nos fez “macho e fêmea” (Gn 1.27). Doravante, após a queda, tornou-se um intrigante tema de pesquisa das ciências naturais (biologia, anatomia, etc.) e das ciências humanas (literatura, psicologia, etc.). O campo de abrangência perpassa pela identificação sexual, orientação/preferência sexual, erotismo, satisfação e prazer, imoralidade, prostituição e pornografia, dentre outros. Por meio da revolução sexual das últimas décadas, que relativizou e desvirtuou a liberdade sexual, surgiram novas questões nas áreas da ética, da moral e da religiosidade. Por conseguinte, os conceitos na perspectiva bíblica precisam ser restaurados.

Conceito de sexo e sexualidade
A biologia define “sexo” como um conjunto de características orgânicas que diferenciam o macho da fêmea. O sexo de um organismo é definido pelos gametas que produzem. Gametas são células sexuais que permitem a reprodução dos seres vivos. O sexo masculino produz gametas conhecidos como espermatozoides e o sexo feminino produz gametas chamados de óvulos. A expressão “sexo” ainda pode ser usada como referência aos órgãos sexuais ou à prática de atividades sexuais. Já o termo “sexualidade” representa o conjunto de comportamentos, ações e práticas dos seres humanos que estão relacionados com a busca da satisfação do apetite sexual, seja pela necessidade do prazer, seja da procriação da espécie.

A deturpação da sexualidade
Dentro dos conceitos modernos da sexualidade, o filósofo francês Michel Foucault (1926-1984) discorreu na obra História da Sexualidade que a postura cristã é repressiva e envolve “proibições, recusas, censuras e negações discursivas” que são impostas à sociedade (FOUCAULT, 1988, p. 16). Confabula o filósofo que, ao mesmo tempo em que o radicalismo cristão levava as pessoas a detestar o corpo, também tornou o sexo cobiçado e mais desejável; por conseguinte, a austeridade cristã deve ser combatida em busca de “liberação” sexual (FOUCAULT, 1988, p. 149).
Foucault afirma que essa liberação surgiu quando Freud dissociou a sexualidade do sexo que era baseado na anatomia e suas funções de reprodução restringida aos aspectos biológicos (FOUCAULT, 1988, p. 141). Assim, Foucault considera a sexualidade como uma produção discursiva, e, portanto, um construto sócio-histórico de uma sociedade. Por isso, o apelo e o discurso ofensivo na construção da ideologia de gênero, identidade sexual, iniciação sexual precoce, homoafetividade e a nova moda de se falar em sexualidade no plural, como existindo “sexualidades”. A partir daí, o conceito foi deturpado e, em busca de “liberação”, ensina-se que a sexualidade depende da cultura inserida em determinado grupo social. Desse modo, toda e qualquer escolha ou opção sexual passa a ser válida, tais como, homossexualismo, zoofilia, pedofilia, necrofilia e incesto.

O sexo foi criado por Deus
O homem e a mulher possuem imagem e semelhança divina. Porém, no ato da criação, Deus os fez sexualmente diferentes: “macho e fêmea os criou” (Gn 1.27). Portanto, o sexo faz parte da constituição anatômica e fisiológica dos seres humanos. Homens e mulheres, por exemplo, possuem órgãos sexuais distintos que os diferenciam sexualmente. Sendo criação divina, o sexo não pode ser tratado como algo imoral ou indecente. As Escrituras ensinam que, ao término da criação, “viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom” (Gn 1.31). Desse modo, o sexo não deve ser visto como sendo algo pecaminoso, sujo ou proibido. Tudo que Deus fez é bom. O pecado não está no sexo, mas na perversão de seu propósito.
Ao criar o ser humano, Deus os dotou de órgãos específicos e especialmente destinados à reprodução da espécie, chamados órgãos sexuais ou genitais. A esse processo de perpetuação da espécie humana dá-se o nome de “reprodução sexuada”. A reprodução sexuada dos seres humanos é classificada, quanto ao sexo, de “dioica”, ou seja, requer a participação de dois seres da mesma espécie, sendo obrigatório que um deles seja “macho” e outro seja “fêmea”. E isso pelo fato inequívoco de que homem e mulher foram criados com órgãos sexuais apropriados à reprodução. Trata-se de um processo em que há a troca de gametas (masculinos e femininos) para a geração de um ou mais indivíduos da mesma espécie. Percebe-se, então, que Deus não criou meio termo; definitivamente, o ser humano é formado de macho e fêmea. Deus não formou o homem com possibilidades sexuais de desempenhar o papel da mulher no ato sexual, e nem vice-versa. O nosso Jesus Cristo, ao discorrer sobre esse tema, associou a anatomia dos sexos com o propósito divino da sexualidade e da reprodução. O Mestre fundiu o texto da criação e da procriação (Gn 1.27,28) ao texto do relacionamento conjugal (Gn 2.24) indicando que os textos bíblicos se complementam, isto é, a reprodução humana é sexuada e dioica:
Porém, desde o princípio da criação, Deus os fez macho e fêmea. Por isso, deixará o homem a seu pai e a sua mãe e unir-se-á a sua mulher. E serão os dois uma só carne e, assim, já não serão dois, mas uma só carne. (Mc 10.6-8)

A sexualidade é criação divina
Ao criar o homem e a mulher, Deus também criou a sexualidade: “E Deus os abençoou e Deus lhes disse: Frutificai, e multiplicai-vos, e enchei a terra [...]” (Gn 1.28). O relacionamento sexual foi uma dádiva divina concedida ao primeiro casal e também às gerações futuras (Gn 2.24). Sempre fez parte da criação original de Deus o homem unir-se sexualmente em uma só carne com sua mulher. O livro poético de Cantares exalta a sexualidade e o amor entre o marido e sua esposa (Ct 4.10-12). Portanto, não é correto “demonizar” o desejo e a satisfação sexual. Assim como o sexo, a sexualidade também não é má e nem pecaminosa. O pecado está na depravação sexual que contraria os princípios estabelecidos nas Escrituras Sagradas.
O sexo como criação divina possui finalidades específicas. Holmes afirma que a “história da ética cristã é bastante clara nesse particular. A psicologia do sexo indica o seu potencial de união, e sua biologia indica um potencial reprodutivo” (HOLMES, 2013, p. 130). Portanto, o relacionamento sexual conforme idealizado pelo Criador prevê uma realização completa entre macho e fêmea na busca do prazer conjugal e na procriação da espécie.
Pr. Douglas Baptista

SUBSÍDIO II

Ética Cristã e sexualidade

Nesta lição, o objetivo é estudarmos o conceito da sexualidade, o propósito do sexo de acordo com as Sagradas Escrituras e o casamento como o parâmetro legítimo para o sexo. Aqui, é importante dar o devido respeito e decoro ao tema.

O conceito
Caro professor, prezada professora, em primeiro lugar é importante diferençar e explicar o sexo de sexualidade. Esses dois conceitos são importantes, pois é aqui que os formadores de opinião secular tentam deformar a mente, principalmente dos adolescentes e dos jovens, a partir da desconstrução do gênero. Ora, se o sexo é a conformação física, orgânica e celular que permite distinguir o sistema reprodutor masculino do feminino, a sexualidade já parte de uma perspectiva psicológica em que destaca o comportamento humano com relação às manifestações da libido. Aqui, a ideologia de gênero distorce a realidade. Como acontece com a sexualidade, para essa ideologia, o gênero é construído superficialmente por meio do contexto sócio-cultural, por isso, ele é relativizado. Entretanto, é notório que, na maioria dos casos, os gêneros acompanham naturalmente os determinantes biológicos constatados por meio dos sexos (que distingue o aparelho reprodutor masculino do feminino), assim como a sexualidade. Ou alguém (em “sã consciência”) ousaria discordar que o aparelho reprodutor, a anatomia, a psicologia, e muitas outras características humanas são diametralmente opostas entre si e que se distinguem claramente o masculino do feminino?! Portanto, pesquise sobre o assunto a fim de honrar às Escrituras e trazer um ensinamento saudável aos seus alunos.

O propósito do sexo
Pense agora na anatomia do corpo do homem e na da mulher. É uma obviedade esta constatação: o corpo do homem só se encaixa sexualmente com perfeição no corpo da mulher; o corpo da mulher só se encaixa perfeita e sexualmente no corpo do homem; o corpo do homem encaixado sexualmente ao corpo de outro homem é uma relação desajustada e imperfeita; o corpo de uma mulher encaixado sexualmente no corpo de outra mulher é uma relação imperfeita e desajustada. A teologia da criação presente no livro do Gênesis é uma “obviedade escandalosa” que a mentalidade moderna não suporta. É nesse encaixe óbvio que o homem e a mulher ser realizam completamente. Expandem a família, se satisfazem prazerosamente e realizam-se como homem e mulher. Eis o propósito óbvio e bíblico do sexo.

COMENTÁRIO E SUBSÍDIO III

INTRODUÇÃO

Se por um lado a sexualidade tem sido desvirtuada na sociedade pós-moderna, por outro Lado alguns cristãos insistem em tratar o assunto como tabu. Embora o tema possa trazer desconforto para alguns, a sexualidade humana não pode ser subestimada. Por isso, estudaremos o conceito da sexualidade, o propósito do sexo segundo as Escrituras e o casamento como o parâmetro para o sexo.
O tabu deste assunto no meio cristão tem causado problemas, por isso é necessário, mesmo que muitos se sintam desconfortáveis, tratarmos sobre a fé e sexo segundo a visão bíblica. Uma lição apenas é pouco para dirimir todas as dúvidas, mas o momento deve ser útil para incentivar a busca por conteúdo que discuta como o cristão deve lidar com sua própria sexualidade, o significado do sexo, como deve encará-lo e as muitas dificuldades da castidade em uma sociedade onde os relacionamentos são banalizados e consumíveis e a sexualidade tem sido tratada como mero elemento hormonal e como promotor de satisfação pessoal. Infelizmente, o sexo, no aspecto negativo e pecaminoso, tem dominado nossa cultura de forma destrutiva para o homem. As sociedades (moderna e antiga) transformaram a beleza da sexualidade em uma deusa, que é adorada, e a quem pessoas servem cotidianamente. O crente precisa entender, em primeiro lugar, que foi Deus quem criou a sexualidade (partes “sexuais” no homem e na mulher), criando-os com um sistema nervoso para que possam desfrutar de prazeres delicados e saudáveis. Em segundo lugar, a sexualidade faz parte do indivíduo, mas ela não é o maior alvo de vida para o homem, e sim a Salvação em Cristo. Em terceiro lugar, o prazer sexual foi projetado por Deus para ser desfrutado somente no casamento. O relaxamento dos valores familiares e, principalmente, da espiritualidade, nos desperta para estudar esse tema à luz das Escrituras.

I. SEXUALIDADE: CONCEITOS E PERSPECTIVAS BÍBLICAS  
                                                                 
Sexo e sexualidade possuem conceitos próprios, pois ambos constituem-se atos da criação divina.

1. Conceito de Sexo e Sexualidade. A biologia define "sexo" como um conjunto de características orgânicas que diferenciam o macho da fêmea. O sexo de um organismo é definido pelos gametas que produzem. Gametas são células sexuais que permitem a reprodução dos seres vivos. O sexo masculino produz gametas conhecidos como "espermatozoides" e o sexo feminino produz gametas chamados "óvulos". A expressão "sexo" ainda pode ser usada como referência aos órgãos sexuais ou a prática de atividades sexuais. Já o termo "sexualidade" representa o conjunto de comportamentos, ações e práticas dos seres humanos que estão relacionados com a busca da satisfação do apetite sexual, seja pela necessidade do prazer ou da procriação da espécie.
Segundo o dicionário Priberam da Língua Portuguesa, sexo (latim sexus, -us), tem os seguintes significados:
1. Diferença física ou conformação especial que distingue o macho da fêmea (ex.: sexo feminino, sexo masculino).
2. Conjunto dos indivíduos que têm o mesmo sexo (ex.: vestiário para o sexo feminino).
3. Relação sexual. = COITO, CÓPULA
4. Conjunto dos órgãos sexuais externos. ("sexo", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, https://www.priberam.pt/dlpo/sexo [consultado em 13-05-2018]
Já o termos sexualidade, encerra o sentido de:
1. Qualidade do que é sexual.
2. Modo de ser próprio do que tem sexo.("sexualidade", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, https://www.priberam.pt/dlpo/sexualidade [consultado em 13-05-2018].).
O sexo do indivíduo é definido através da interação de genes que estão situados em pares homólogos, ou seja, cromossomos sexuais (heterossomos ou alossomos). Existem quatro tipos de determinação sexual: XY, XO, ZW e ZO. Tipo XY: Nos seres humanos, o sexo é determinado pelo sistema XY. O homem tem 44 autossomos + XY, sendo heterogamética: 22 A + 22 A + Y. E as mulheres têm 44 autossomos + XX, sendo homogamética: 22 A + X. Mesmo sendo diferentes os cromossomos masculinos dos femininos, esses cromossomos sexuais são homólogos e pareia-se na meiose, porém no cromossomo masculino não há cromátides, e por esse motivo o pareamento deles é parcial. Nas regiões homólogas, há pareamento entre os cromossomos X e Y, e nas regiões não homólogas, não há pareamento entre os cromossomos X e Y. O homem produz dois tipos de espermatozoides, sendo que são compostos de quantidades iguais de cromossomo X e cromossomo Y, por isso é chamado de heterogamético. Já a mulher é considerada homogamética, pois no óvulo que ela produz há apenas um cromossomo X. Se o óvulo for fertilizado por um espermatozoide que possui cromossomo X, consequentemente o zigoto terá um cromossomo X e um Y, isso quer dizer que o sexo do filho será masculino. Caso contrário, se o óvulo for fertilizado por um espermatozoide X, o zigoto terá dois cromossomos X, e o sexo dele será feminino. Todo este processo de definição do sexo ocorre na fecundação. (Determinação do sexo por cromossomos sexuais). Disponível em: https://www.colegioweb.com.br/determinacao-e-heranca-relacionada-ao-sexo/determinacao-do-sexo-por-cromossomos-sexuais.html. Acesso em: 14 Maio, 2018). http://ultimato.com.br/sites/estudos-biblicos/assunto/vida-crista/sexualidade-e-espiritualidade/

2. O sexo foi criado por Deus. No ato da criação Deus fez o homem e a mulher sexualmente diferentes: "macho e fêmea os criou" (Gn 1.27). Portanto, o sexo faz parte da constituição anatómica e fisiológica dos seres humanos. Homens e mulheres, por exemplo, possuem órgãos sexuais distintos que os diferenciam sexualmente. Sendo criação divina, o sexo não pode ser tratado como algo imoral ou indecente. As Escrituras ensinam que ao término da criação "viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom" (Gn 1.31). Desse modo, o sexo não deve ser visto como algo pecaminoso, sujo ou proibido. Tudo o que Deus fez é bom. O pecado não está no sexo, mas na perversão de seu propósito.
Em Genesis encontramos a descrição do ato divino de criação e distinção entre os gêneros - o relacionamento mais íntimo de todos havia sido estabelecido por Deus, relacionamento este que é a união permanente do “homem e sua mulher” no casamento (Gn 2.21-25). Deus declarou Adão e Eva como marido e mulher e eles se tornaram uma só carne (Gn 2.24). Tal envolvimento sexual é sempre para marido e mulher, casados, que pertencem um ao outro. O sexo fora do casamento é, portanto, condenado na Bíblia.
Como visto, Deus faz tudo com propósito. Isso inclui a nossa sexualidade. O fato do ser humano nascer do sexo masculino ou feminino não é por acaso. Toda vez que isso acontece, os propósitos eternos de Deus para as suas criaturas racionais são manifestos, a saber: a glória de Deus na formação da família. “Disse mais o SENHOR Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea.” (Gn 2:18). Observe que tanto aqui, quanto em Gn 1: 27-28 citado acima, Deus basicamente conduziu Eva pela mão ao altar até Adão, oficializando o primeiro casamento entre o primeiro homem e a primeira mulher. Deste modo, se estabeleceu o precedente de que, embora diferentes, homens e mulheres, como repositórios da imagem de Deus, são iguais e de que o casamento é um dom a ser desfrutado por um homem e uma mulher. Portanto, Deus criou o corpo masculino e feminino para que o prazer sexual fosse desfrutado dentro do casamento sem que eles tivessem que se envergonhar, o que se apreende dos famosos versos, “[…] Por essa razão, o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e eles se tornarão uma só carne. O homem e sua mulher viviam nus, e não sentiam vergonha.”” (Gn 2: 24-25). (O PROPÓSITO DE DEUS PARA NOSSA SEXUALIDADE. Disponível em: http://www.iparacaju.org/2014/05/30/o-proposito-de-deus-para-nossa-sexualidade/. Acesso em: 14 Maio, 2018)

3. A sexualidade é criação divina. Ao criar o homem e a mulher, Deus também criou a sexualidade: "E Deus os abençoou e Deus lhes disse: Frutificai, e multiplicai-vos, e enchei a terra..." (Gn 1.28). O relacionamento sexual foi uma dádiva divina concedida ao primeiro casal, bem como às gerações futuras: "deixará o varão o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne" (Gn 2.24). Sempre fez parte da criação original de Deus a união sexual entre o homem e a sua mulher, formando assim, ambos uma só carne. O livro poético de Cantares exalta a sexualidade e o amor entre o marido e a sua esposa (Ct 4.10-12). Portanto, não é correto "demonizar" o desejo e a satisfação sexual. Assim como o sexo, a sexualidade também não é má e nem pecaminosa. O pecado está na depravação sexual que contraria os princípios estabelecidos nas Escrituras Sagradas.
A banalização do sexo nesta geração tem por meta final coisificar, degradar e aviltar o que Deus criou. Temos o dever de anunciar que o sexo não é pecado, é dádiva, aliás, homem e mulher foram criados com a capacidade de dar e sentir prazer. O homem pós queda e tudo nele tende a contrariar o divino, e o que foi criado belo, como a suma intimidade, foi desvirtuado (1Ts 4.3-9; Pv 6.32; Rm 1.24-28). É por esta razão que aqueles que vivem de acordo com os preceitos de Deus são mais felizes nesta área do que aqueles que se entregam à devassidão (1Co 7.5; Hb 13.4).
O sexo foi criado por Deus para dar prazer dentro do casamento. Quando “Abraão e Sara já eram velhos, de idade bem avançada, e Sara já tinha passado da idade de ter filhos” (Gn 18.11), Deus disse-lhes que eles teriam um filho. “Por isso [Sara] riu consigo mesma, quando pensou: ‘Depois de já estar velha e meu senhor já idoso, ainda terei esse prazer?’” (v. 12). Existe um “prazer” genuíno entre marido e mulher na intimidade do casamento. Abimeleque, rei dos filisteus, pensou que Rebeca fosse irmã de Isaque: “Certo dia, Abimeleque... estava olhando do alto de uma janela quando viu Isaque acariciando Rebeca, sua mulher” (26.8). Isaque provavelmente estava beijando Rebeca e talvez iniciando as preliminares do relacionamento sexual com sua mulher. Deus deu ao homem uma atração natural pela mulher, e deu à mulher uma atração pelo homem. Alguém pode não entender o relato bíblico que declara que o ato de fazer a corte possui uma rica história (cf. Ct 2.8-17). A tragédia é que homens e mulheres pecaminosos desobedecem ao projeto de Deus e entram na intimidade sagrada da satisfação sexual sem os laços do casamento. Por este motivo, Deus ordenou: “Não adulterarás” (Êx 20.14). Deus também ordenou: “Entre vocês não deve haver nem sequer menção de imoralidade sexual como também de nenhuma espécie de impureza... pois essas coisas não são próprias para os santos” (Ef 5.3).”. (Ron J. Bigalke. ‘A Bíblia, o Casamento e a Sexualidade’. Disponível em: https://www.chamada.com.br/mensagens/biblia_casamento_sexualidade.html. Acesso em: 14 Maio, 2018)

SUBSÍDIO TEOLÓGICO
                               
“[...] O Cristianismo não está só quando coloca implicações religiosas no sexo. No mundo antigo a prostituição religiosa celebrava a fertilidade da natureza. No outro extremo, o celibato ainda é adotado como vocação religiosa. Mais pertinente ao sexo é o rito da circuncisão no Antigo Testamento, adotado como sinal de que a aliança de Deus estava sobre os filhos de Abraão, de geração em geração. Os próprios órgãos genitais deviam ser uma lembrança permanente de que a sexualidade é concedida pelo Senhor e que somos responsáveis perante Ele pelo uso do sexo.
A união sexual e a reprodução fazem parte da criação e foi ordenada por Deus desde o princípio, pela instituição do casamento. O sexo não pode ser retirado desse contexto e tratado de forma meramente biológica ou psicológica, como ocorre na sociedade contemporânea. Seu principal significado não deve ser encontrado em si mesmo, no ato, na experiência ou mesmo em suas consequências sociais. Como em qualquer coisa vista teisticamente, seu significado principal deve ser encontrado em relação a Deus e seus propósitos” (HOLMES, Arthur F. Ética: As decisões morais à luz da Bíblia. 1. ed. RJ: CPAD, 2000, p.129).

II. O PROPÓSITO DO SEXO SEGUNDO AS ESCRITURAS

1. Multiplicação da espécie humana. A finalidade primordial do ato sexual refere-se à procriação. Deus abençoou o primeiro casale disse-lhes: "Frutificai e multiplicai-vos, e enchei a terra" (Gn 1.28). Tal como o Criador ordenara a procriação dos animais (Gn 1.22), também ordenou a reprodução do género humano. Neste ato. Deus concedeu ao ser humano os meios para se multiplicar, assegurando-Lhe a dádiva da fertilidade. Depois da queda no Éden (Gn 3.11,23), e a consequente corrupção geral (Gn 6.12,13), o Altíssimo enviou o dilúvio como juízo para eliminar o género humano (Gn 6.17), exceto Noé e sua família (Gn 7.1). Passado o dilúvio, Noé recebeu a mesma ordem recebida por Adão: "E abençoou Deus a Noé e a seus filhos e disse-lhes: frutificai, e multiplicai-vos, e enchei a terra" (Gn 9.1). A terra, que outrora fora despovoada, agora deveria ser repovoada por Noé a fim de dar continuidade aos desígnios divinos (Gn 3.15, cf. Rm 16.20).
Noé, como pai da humanidade resgatada do dilúvio, recebe uma bênção semelhante a do Gn 1.28, embora não inclui os mandatos "subjuguem" e "senhoreiem". A função do sexo dentro do casamento é tríplice: unir, recrear e procriar. Todos estes papéis demonstram a necessidade da fidelidade conjugal. Sempre que o relacionamento sem igual do casamento é quebrado pelas relações sexuais extraconjugais, a pessoa não somente destruiu a união sem igual do casamento como também diminuiu a possibilidade do prazer verdadeiro, sem falar do enfraquecimento da base da estabilidade para quaisquer filhos desta união.

2. Satisfação e prazer conjugal. Por muito tempo ensinou-se que a procriação era o único propósito da relação sexual. O Concílio de Trento (1545-1563) disciplinou a pratica sexual com fins exclusivos de reprodução e proibiu o sexo aos domingos, nos dias santos e no jejum quaresmal. Não obstante, a Bíblia também se refere ao sexo como algo prazeroso e satisfatório entre o marido e a sua esposa: "Seja bendito o teu manancial, e alegra-te com a mulher da tua mocidade..." (Pv 5.18,19); e ainda: "Goza a vida com a mulher que amas" (Ec 9.9}. Assim, na união conjugal, como também ensina o Novo Testamento, o homem e a sua mulher devem buscar a satisfação sexual (1Co 7.5).
É interessante notar que muitos costumes adquiridos na época medieval só foram sofrer liberação com a Reforma Protestante, como o divórcio, por exemplo, proibido pelo catolicismo, passou a ser aceito na Igreja Anglicana. Mas as igrejas protestantes que surgiram na Alemanha, Inglaterra e Holanda continuaram bem rigorosas no que se refere às práticas sexuais.
O 19º Concílio Ecumênico da Igreja, mais conhecido como o Concílio de Trento, por ter se reunido em sua grande parte na cidade de Trento, ao norte da Itália, realizou 25 sessões plenárias em três períodos distintos, de 1545 a 1563. O primeiro período foi de 1545 a 1547. O segundo começou 4 anos depois, em 1551, e terminou no ano seguinte. O último período começou 10 anos mais tarde, em 1562, e terminou no ano seguinte. A essa altura, a Reforma Protestante já tinha se espalhado por todos os países da Europa Ocidental e da Europa Setentrional. A abertura do Concílio de Trento deu-se 28 anos depois do rompimento de Martin Lutero com Roma (outubro de 1517) e 9 anos depois da primeira edição das Institutas da religião cristã, de João Calvino, em 1536 (um livro de formato pequeno, com 516 páginas). Outras edições em latim e francês já tinham sido publicadas. Por ocasião da abertura do Concílio (13 de dezembro de 1545), todos os reformadores, exceto Úlrico Zuínglio, ainda estavam vivos: Martin Lutero com 62 anos, Guilherme Farel com 56, Filipe Melanchton com 48, João Calvino com 36 e João Knox com 31. Lutero morreria no ano seguinte (1546). O propósito do Concílio de Trento era fazer frente à Reforma Protestante, reafirmando as doutrinas tradicionais e arrumando a própria casa. Houve portanto duas reações distintas, uma na área teológica e outra na área vivencial. Um dos papas teria confessado que Deus permitiu a revolta protestante por causa dos pecados dos homens, “especialmente dos sacerdotes e prelados”.” (O Concílio de Trento. Disponível em: http://www.ultimato.com.br/revista/artigos/255/o-concilio-de-trento. Acesso 14 Maio, 2018)

3. O correto uso do corpo. No ato sexual ocorre a fusão de corpos: "Assim não são mais dois, mas uma só carne"(Mt 19.6). O sexo estabelece um vínculo tão forte entre os corpos que os torna uma só pessoa. Como os nossos corpos são membros de Cristo (1Co 6.15), e templo do Espírito Santo (1Co 3.16), as Escrituras proíbem o uso do corpo para práticas sexuais ilícitas (1Co 6.16). São condenadas, dentre outras, as relações incestuosas (Lv 18.6-18), o coito com animal (Lv 18.23), o adultério (Êx 20.14) e a homossexualidade (Rm 1.26-27). O corpo não pode servir a promiscuidade (1Co 6.13), mas deve glorificar a Deus, o nosso Pai (1Co 6.20).
Já no início da Igreja encontramos a questão sexual sendo abordada com firmeza sendo os crentes exortados a se absterem, entre outras coisas, das tais relações sexuais ilícitas (At 15.20, 29; 21.25). A Bíblia de Estudo Genebra comentando este texto afirma que o termo ‘relações sexuais ilícitas’ “é bastante ampla e inclui, além do adultério, vários pecados de natureza sexual”. Há aqueles que entendem esta passagem como inclusiva àquelas uniões irregulares enumeradas em Lv 18.6-18.
Os cristãos não estão livres para exercer sua sexualidade de qualquer jeito. Eles estão debaixo de normas, que vêm desde o “princípio da criação” (Mc 10.6), portanto, bem antes da lei de Moisés. Embora tenha mostrado misericórdia com os infratores, Jesus não aboliu nem abandonou essas normas. Ao contrário, enquanto a lei enfatizava a concretização do adultério, Jesus pôs-se contra o adultério na sua fase embrionária, quando é praticado apenas na mente (Mt 5.27). Jesus foi a primeira pessoa da história bíblica a usar a expressão “relações sexuais ilícitas” (Mt 5.32; 19.9). Os apóstolos foram fiéis à teologia sexual do “princípio da criação”, de Moisés, dos profetas e de Jesus”. (Relações sexuais fora da lei. Disponível em: http://www.ultimato.com.br/revista/artigos/284/relacoes-sexuais-fora-da-lei. Acesso em: 14 Maio, 2018)

SUBSÍDIO TEOLÓGICO

“Por que Deus criou o sexo?
A Bíblia nos dá três razões específicas para o sexo:

1. Procriação
Provavelmente você já conhece a primeira razão por que Deus criou o sexo. Chama-se procriação. Em Gênesis 1.28, Deus revelou a Adão e Eva seu propósito para o sexo quando disse: ‘Frutificai, e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a’. Deus nos deu uma capacidade de criar vida semelhante a dEle por meio do ato sexual. O início desse versículo nos conta que Deus pretendia que os resultados do sexo fossem uma bênção.

2. Unidade
Como seres humanos, somos dotados de um profundo desejo por intimidade. Ansiamos por nos unir a outros seres humanos e a Deus. O Senhor nos criou com esse desejo. Parte do seu projeto para o sexo inclui satisfazer essa necessidade de relacionar-se de modo pessoal. Está provado cientificamente que o sexo cria um laço entre duas pessoas, mas os níveis mais profundos de união e intimidade só podem ser atingidos com a busca pelo plano de Deus para o sexo. Gênesis 2.24 diz: ‘Portanto, deixará o varão o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne’. Essa passagem fala sobre o vínculo entre marido e mulher fortalecendo-se a ponto de eles se tornarem uma só carne. O escritor de Gênesis sabia intuitivamente o que a ciência confirmou há pouco tempo. Pesquisadores descobriram um hormônio chamado ‘ocitocina’, ou ‘hormônio do amor’. A ocitocina é uma substância química que nosso cérebro libera durante o sexo e a atividade que precede o ato. Quando essa substancia é liberada, produz sentimentos de empatia, confiança e profunda afeição. Cada vez que você faz sexo, seu corpo sofre uma reação química que lhe diz para ‘apegar-se’. Deus criou os meios para satisfazer nosso desejo por intimidade em um nível biológico.

3. Recreação
Uma das razões por que Deus criou o sexo foi para o nosso prazer. Vemos isso claramente em Provérbios 5.18,19: ‘Seja bendito o teu manancial, e alegra-te com a mulher da tua mocidade, como a cerva amorosa e gazela graciosa; saciem-te os seus seios em todo o tempo; e pelo seu amor sê atraído perpetuamente’. Essa passagem fala de um marido sendo satisfeito pelo corpo de sua esposa. O texto original pode ser lido como: ‘Que você fique inebriado pelo sexo com ela’. Deus planejou o sexo para ser divertido e prazeroso. Está claro que Deus criou o sexo para o nosso benefício e para sua glória. Quando se desfruta o sexo de acordo com o plano divino, o resultado é maravilhoso. Quando saímos dos limites estabelecidos por Deus para nossa vida sexual, o prazer diminui, a intimidade é rebaixada, e as bênçãos que Deus planejou como resultados de nossos encontros sexuais podem se deteriorar” (MCDOWELL, Josh; DAVIS, Erin. Verdade Nua & Crua: Amor, sexo e relacionamento. 1. ed. RJ: CPAD, 2011, pp.20-23).

III. O CASAMENTO COMO LIMITE ÉTICO PARA O SEXO

O casamento é o legítimo limite ético dos impulsos sexuais que podem ser satisfeitos sem que se incorra em atos pecaminosos.

1. Prevenção contra a fornicação. A fornicação está relacionada ao contato sexual entre pessoas solteiras, ou seja, não casadas. Para prevenir este pecado, o apóstolo Paulo orienta os cristãos a se casarem: "por causa da prostituição [ou fornicação], cada um tenha a sua própria mulher, e cada uma tenha o seu próprio marido." (1Co 7.2). Os ensinos de Paulo ratificam o propósito divino do casamento, ou seja, "um homem para cada mulher" (Gn 2.24). Este princípio também foi defendido por Jesus: "deixará o homem pai e mãe, e se unirá à sua mulher" (Mt 19.5). Deste modo, a legitimidade cristã para a satisfação dos apetites sexuais entre um homem e uma mulher restringe-se ao casamento monogâmico heterossexual (1Co 7.9). Toda prática sexual realizada fora destes moldes constitui-se em sexo ilícito.
A reforma Protestante inseriu novamente a sexualidade como dom concedido por Deus ao ser humano, e resgatou o casamento, não apenas como metáfora teórica da relação entre Cristo e a Igreja, mas como experiência abençoada por Deus e destinada a todos os que a desejassem. A sexualidade vivida dentro do casamento é complementar à Espiritualidade – isso porque, para o cristão, não existe o sagrado e o profano, mas tudo deve ser feito para a máxima glória de Deus. “Donald Goergen afirma que sexualidade e espiritualidade não são inimigas, mas amigas” (DSP, p.99). De fato não podemos separar os dois temas, a beleza da sexualidade só poderá ser percebida de verdade se houver também espiritualidade.
Em 1º Coríntios 7 Paulo responde às perguntas feitas pelos crentes daquela Igreja a respeito da vida conjugal. O compromisso do casamento importa em cada cônjuge abrir mão do direito exclusivo ao seu próprio corpo e conceder esse direito ao outro cônjuge. Isso significa que nenhum dos cônjuges deve deixar de atender os desejos sexuais normais do outro. Tais desejos, dentro do casamento são naturais e providos por Deus, e evadir-se da responsabilidade de satisfazer as necessidades maritais do outro cônjuge é expor o casamento às tentações de Satanás no campo do adultério (v. 5). O casamento é uma barreira para a onda de fornicação (relações sexuais fora do casamento).
Menos de 5 anos depois, por volta do ano 55, Paulo afirma categoricamente “à igreja de Deus que está em Corinto” que “nem imorais [ou libertinos, ou impudicos, ou devassos] nem idólatras, nem adúlteros, nem homossexuais passivos [ou efeminados, como está na EP, CNBB e TEB, ou depravados, como está na BJ] ou “ativos” [ou sodomitas, como está na ERA, CNBB e EP, ou pederastas, como está na TEB ou “pessoas de costumes infames”, como está na BJ], nem ladrões, nem avarentos, nem alcoólatras, nem caluniadores, nem trapaceiros herdarão o Reino de Deus” (1 Co 6.9,10, NVI). Pouco mais adiante, no mesmo capítulo, aconselha-os: “Fujam da imoralidade sexual” (6.18, NVI). A ordem é fugir do “pecado sexual”, ou da “devassidão”, ou da “prostituição”, ou da “fornicação”, como querem outras versões, e não se aproximar dela ou deixar que ela se aproxime deles, porque “o nosso corpo não existe para praticar a imoralidade, mas para servir ao Senhor” (6.13, NTLH). Além do mais, Paulo quer que os coríntios saibam que o corpo deles “é o santuário do Espírito Santo” (6.19). Porque a cultura de Corinto era acentuadamente libidinosa, é nesta epístola que Paulo mais fala sobre as distorções sexuais. Noutra exortação, por exemplo, ele tenta criar neles o temor do Senhor nessa área: “Não pratiquemos imoralidade, como alguns deles fizeram — e num só dia morreram vinte e três mil” (10.8). O apóstolo se reporta à imoralidade sexual cometida ostensivamente pelos israelitas na travessia do deserto, quando as moabitas se ofereceram a eles (Nm 25)”. (Relações sexuais fora da lei. Disponível em:http://www.ultimato.com.br/revista/artigos/284/relacoes-sexuais-fora-da-lei. Acesso em: 14 Maio, 2018)

2. O casamento e o leito sem mácula. As Escrituras ensinam que o casamento é digno de honra (Hb 13.4) e que a união conjugal deve ser respeitada por todos (Mt 19.6). O leito conjugal não pode ser maculado por ninguém. Quem o desonrar não escapará do juízo divino (Hb 13.4b). Aqui a desonra refere-se ao uso do corpo para práticas sexuais ilícitas com ênfase nos casos de relações extraconjugais (1Co 6.10). Inclui também as relações conjugais resultante de divórcios e de segundo casamentos antibíblicos (Mt 19.9). Embora, muitas vezes, os imorais escapem da reprovação humana, não poderão fugir da ira divina (Na 1.3). A práxis da sociedade e a condescendência de muitas igrejas não invalidam a Palavra de Deus.
Paulo honrou com excelência o matrimônio quando o comparou ao relacionamento entre Cristo e a igreja (Ef 5.22-33). Ele não só cita o texto de Gênesis 2.24, mas adiciona: “Grande é este mistério, mas eu me refiro a Cristo e à igreja” (Ef 5.32). Fica claro que há uma ligação muito íntima e espiritual entre o relacionamento do homem e da mulher com o relacionamento da igreja com Cristo. Não poderia deixar de citar o fato de Paulo ter indicado o celibato (1Co 7.1,8), porém, no mesmo capítulo 7 de Coríntios, ele se preocupou em reafirmar o valor do casamento nos padrões bíblicos. (ULTIMATO).
Leito sem mácula é leito sem mancha, sem contaminação, sem infâmia. As relações sexuais fora do casamento nunca foram aceitas, quer em Israel, quer na Igreja Primitiva, a julgar pela quantidade de leis contra a fornicação e a impureza sexual e pelas leis e exemplos que fortalecem o casamento como instituição para o povo de Deus em todas as épocas. Em Hb 13.14, o autor fala basicamente, sobre sexo. Temos uma clara ordem para honrarmos dois ambientes sexuais intercambiáveis: o matrimônio e o leito sem mácula. Deus julgará os que vivem uma sexualidade oposta ao que deveria ser honrado, ou seja, os que vivem em prostituição e os que vivem em adultério. Podemos perceber, sem muito esforço, que matrimônio é contrastado com prostituição e leito sem mácula, com adultério.
Deus criou o homem (macho) e, posteriormente, a mulher com a finalidade de uni-los, tor­nando-os “uma só carne”. Gênesis 2.24 “enfatiza a completa identificação das duas personalidades no casamento. A passagem nos diz que Deus instituiu o casamento e que este deve ser monogâ­mico e heterossexual, a união completa entre duas pessoas (homem e mulher)” (Charles C. Ryrie, A Bíblia Anotada e Expandida, Editora Mundo Cristão, p.10). Deus reafirma esse padrão em Marcos 10.7-9 e Efésios 5.31. Notem também em 1Coríntios 7.2 a ênfase que Paulo apresenta: “Cada um tenha a sua própria esposa, e cada uma, o seu próprio marido”. Deus efetivamente excluía a poligamia de qualquer tipo que fosse. A afirmação de Paulo também implica que, uma vez con­sumado o casamento, a união é permanente até que a morte os separe (1Co 7.39-40; Mc 10.7-9).” (Sexualidade e Espiritualidade. Disponível em:http://ultimato.com.br/sites/estudos-biblicos/assunto/vida-crista/sexualidade-e-espiritualidade/. Acesso em: 14 Maio, 2018).

SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO

“A intimidade sexual é limitada ao matrimônio. Somente nesta condição ela é aceita e abençoada por Deus. Mediante o casamento, marido e mulher tornam-se uma só carne, segundo a vontade de Deus. Os prazeres físicos e emocionais normais, decorrentes do relacionamento conjugal fiel, são ordenados por Deus e por Ele honrados.
O adultério, a fornicação, o homossexualismo, os desejos impuros e as paixões degradantes são pecados graves aos olhos de Deus por serem transgressões da lei do amor e profanação do relacionamento conjugal. Tais pecados são severamente condenados nas Escrituras e colocam o culpado fora do reino de Deus.
Imoralidade e a impureza sexual não somente incluem o ato sexual ilícito, mas também qualquer prática sexual contra outra pessoa que não seja seu cônjuge” (Bíblia de Estudo Pentecostal. 1. ed. RJ: CPAD, 1995, p.1921).

CONCLUSÃO

O sexo e a sexualidade são atos da criação divina e não podem ser tratados como algo pecaminoso e nem como mero elemento de procriação ou fonte de prazer. Cabe ao cristão cumprir o propósito estabelecido por Deus para a sexualidade (Gn 2.24). O desvirtuamento desse padrão implicará punição aos que praticam a imoralidade (Hb 13.4). Portanto, vivamos para a glória de Deus! 
Sexualidade faz parte do projeto de Deus, e o sexo é bênção de Deus no casamento, expres­são de amor e forma de comunicação – ambos se tornaram uma só carne (Mc 10.8). O que Deus projetou para o homem (Gn 2.24) cumpre-lhe obedecer. O padrão de Deus determina caráter santo e piedoso. O rompimento desse padrão implica punição (Rm 1.26-27). Seja com relação ao ato sexual, ou outra área da vida, melhor é obedecer a Deus que seguir as práticas do mundo (1Jo 2.15-17). Toda atitude sexual que ocorre fora do casamento é considerado como um ato de prostituição. As Escrituras ordenam: “Fugi da prostituição”, e completa: “Todo o pecado que o homem comete é fora do corpo; mas o que se prostitui peca contra o seu próprio corpo” (1 Co 6:18). Fuja de toda atitude prostituta, fuja de todo ato sexual que acontece fora do matrimônio.

“Achando-se as tuas palavras, logo as comi, e a tua palavra foi para mim o gozo e alegria do meu coração; porque pelo teu nome sou chamado, ó Senhor Deus dos Exércitos”. (Jeremias 15.16)

Francisco Barbosa
Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br

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