SUBSÍDIO I
GLORIFICADOS EM CRISTO
Uma das características da soteriologia pentecostal é a
devoção à espera do porvir. Por causa dessa devoção, os pentecostais são
acusados injustamente de escapistas, pessoas despreocupadas com as grandes
questões do nosso tempo e não engajadas em determinadas agendas políticas. É
verdade que os pentecostais, somos “pessimistas” em relação à natureza humana e
à sua capacidade de fazer o caminho ético necessário à vida. Esse pessimismo,
em parte, reluz mediante a doutrina do pecado original, bem como a certeza escatológica
de que só quando Cristo Jesus retornar gloriosamente é que o mundo
experimentará uma paz perfeita — Apocalipse 21.4. Para nós, a salvação em
Cristo será plenamente realizada quando estivermos para sempre com Cristo —
Filipenses 3.20,21. Ora, como diz a Palavra 1 Coríntios 15.19. Para nós, os
pentecostais, essa espera é inegociável; tal esperança move a nossa fé.
Ensinador Cristão, Ano 18, nº 72,
out./dez. 2017.
SUBSÍDIO II
PEREGRINOS NA TERRA
O anseio verdadeiro de todo
crente é poder chegar ao seu destino final, que é o céu. Esse anseio é
totalmente possível através da plenitude da salvação que se dará nesse momento
quando a essência do ser humano atingirá seu clímax de potencialidades positivas
e santas e quando cessarão as coisas próprias da humanidade decaída. Todavia,
enquanto espera esse dia glorioso, o crente é conduzido a peregrinar (Sl
119.19; Hb 11.13) na terra da mesma forma como tantos heróis da fé já o
fizeram, como escreve o autor aos Hebreus: “Todos estes [Abraão, Sara, Isaque,
Jacó, Moisés, etc.] morreram na fé, sem terem recebido as promessas, mas,
vendo-as de longe, e crendo nelas, e abraçando-as, confessaram que eram
estrangeiros e peregrinos na terra. Porque os que isso dizem claramente mostram
que buscam uma pátria” (Hb 11.13.14).
O peregrinar é
cheio de vida e alegrias no Senhor, mas também é permeado por circunstâncias
difíceis, as quais nos desafiam a respostas, soluções, resignações, processos
de cura, resiliência e fé. É o olhar fito no além que dá as condições
necessárias para suportar as dificuldades, assim como fez Abraão, que, “pela
fé, habitou na terra da promessa, como em terra alheia, morando em cabanas com
Isaque e Jacó, herdeiros com ele da mesma promessa” (Hb 11.9). O crente Abraão
é o modelo bíblico ideal dessa realidade, pois fez da peregrinação o seu estilo
de vida (Hb 11.9). Da mesma forma, nós, cristãos, somos peregrinos aqui e
precisamos adquirir esse estilo de vida. Por esse motivo, não podemos ficar
embaraçados com as coisas do mundo, nem permitir que elas ocupem o lugar que
pertence ao Senhor em nossos corações. “Porque onde estiver o vosso tesouro, aí
estará também o vosso coração” (Mt 6.21). Isso não significa relaxamento quanto
ao trabalho, estudos e família, mas, sim, um direcionamento correto do coração,
buscando, em primeiro lugar, as coisas que são de cima (Cl 3.1).
A Bíblia refere-se
ao fato de que os crentes não são deste mundo (Jo 17.16) e anseiam por sua
pátria celestial, como disse Paulo: “Mas a nossa cidade está nos céus, donde
também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo” (Fp 3.20). Dessa forma,
nossos valores não podem conformar-se com este mundo, e nosso estilo de vida
deve refletir o exemplo de Jesus presente nos evangelhos, marcado pela prática
da justiça, do acolhimento aos que sofrem, de libertação dos oprimidos do Diabo
e, especialmente, em praticar em todos os atos o amor de Deus, que será uma das
poucas coisas da terra presentes no céu (1 Co 13.13). Assim, antecipa-se o
Reino de Deus na terra na tensão entre o que vivemos agora e o que há de vir
(Mt 6.33), pois sabemos que tudo aqui na terra é transitório e passageiro.
O peregrino é
aquele que está de passagem por uma terra que não lhe pertence. Ele caminha em
direção a um país que seu coração almeja e, então, sacrifica-se para isso, não
tendo lugar permanente por onde caminha, não experimentando conforto e ainda
carregando o mínimo de bagagem para tornar o trajeto mais fácil. “Amados,
peço-vos [exorto-vos], como a peregrinos e forasteiros, que vos abstenhais das
concupiscências da carne, que combatem contra a alma” (1 Pe 2.11).
Paulo exorta-nos a
termos o mesmo sentimento que houve em Cristo, o de esvaziar-se (Fp 2.5) para
poder cumprir o propósito de Deus, que é servir. Isso significa que devemos
abandonar toda prepotência, orgulho e apego a títulos, cargos e posições para
servir às pessoas necessitadas à nossa volta em obediência completa a Jesus (Jo
13.1ss; Fp 2.7-8); o que passar disso assume a prepotência de querer ser igual
a Deus (Fp 2.6).
Aqui, somos
constantemente levados à ganância, ao consumismo, ao poder e às riquezas, as
quais estão traindo a esperança futura de muitos crentes na vinda de Cristo e
também nas bem-aventuranças eternas, fazendo com que queiram desfrutar (embora
seja lícito dentro de limites) inadvertida e completamente focados nas coisas
da terra, esquecendo-se das celestiais, que, de fato, tem valor eterno. Jesus
disse para buscarmos “primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça, e todas essas
coisas [nos] serão acrescentadas” (ver Mt 6.33).
Essa mudança de
foco por parte daqueles que deveriam estar esperando e ansiando pelo Reino
vindouro torna-se num secularismo religioso1, o qual
afasta as esperanças do Reino, fazendo-os focar em ídolos criados pelos homens.
Nesse sentido, os ídolos podem ser qualquer coisa que tome o lugar do Senhor
como prioridade última na vida. O ídolo sempre é opaco, ou seja, ele ofusca
aquilo que se quer buscar, passando a apontar para si mesmo. O ídolo serve como
um substituto muito fútil para Deus. A religiosidade e as denominações
religiosas podem, inclusive, tornar-se um ídolo quando passam a manipular o
povo para obter vantagens próprias e adquirir poder (não do Espírito Santo, mas
de forças humanas), ou, quando elas tornam-se um fim em si mesmas 2.
Algumas religiões
atuais que crescem vertiginosamente — em especial as neopentecostais —
secularizaram Deus a um mero atendedor de desejos humanos e
instrumentalizaram-no para fins de interesses duvidosos, extirpando qualquer
possibilidade de esperança futura, pois a religião nem sempre está em busca de
Deus e nem sempre cumpre seu propósito de religare3 com Deus. Isso faz
com que um falso reino de Deus seja implantado aqui e agora. O deus-ídolo que a
religião criou para atender esses desejos humanos, alguns até legítimos, porém
obtusos, não coincide com o Deus bíblico4 e
escatológico.
Há, portanto, uma
imensa crise de esperança futura do Reino de Deus, fazendo muitos acharem que
esse Reino não é mais necessário. O neopentecostalismo já criou seus
anticristos, que proclamam que o reino já chegou materialmente. Trata-se de um
reino que está esplendidamente cheio de promessas de riqueza e que já está na
concretude da espoliação religiosa, da exploração de mentes e corações
idólatras. Houve uma aliança perfeita entre a ganância do mundo capitalista
expressa nos desejos do povo e na ganância por poder de líderes religiosos
inescrupulosos que constroem grandes impérios de um reino idolátrico. Trata-se
de uma sutil combinação malévola entre esses líderes e o povo idólatra num
imenso e falso conto de fadas religioso, praticando-se, assim, um ateísmo
prático onde se fala de Deus, mas Ele é totalmente desnecessário.
É lógico que o
fenômeno de buscar refúgio5 em
igrejas para obter favores de Deus (sejam eles financeiros ou de sanidade
física) também reflete a falta de políticas públicas que deem conta dos
milhares de pobres e desamparados que não têm acesso à medicina de forma digna
e têm de submeter-se às promessas de curandeirismo evangélico. É óbvio que não
somos contra a cura como um milagre legítimo através dos vários dons e
ministérios conferidos por Cristo à sua igreja, mas também não podemos
concordar com ilusões e curas midiáticas que apenas atraem mais povo para a
igreja e, assim, extorquem-no de alguma forma.
Aqueles que
professam a fé cristã não escapam ao feitiço da religião do mercado. [...] O
sistema religioso, [muitas vezes o mesmo] que regula e controla o mercado
exerce hoje uma influência muito significativa sobre o povo de Deus das
diferentes igrejas e confissões cristãs. Isso equivale a dizer que, consciente
ou inconscientemente, a espiritualidade dessa parte do povo de Deus vive em
aliança com os ídolos do mercado 6.
Cientes de que
somos peregrinos na terra, aguardamos a pátria celestial, mantendo-nos fieis ao
que a Palavra de Deus ensina para, então, ficarmos livres dessas formas de
secularismo e ateísmo prático. A vida simples de Cristo, que nos serve de
exemplo, tinha um único objetivo apenas: fazer a vontade do Pai (Jo 5.30). Ele
fazia dessa vontade sua vida e, portanto, não tinha preocupações desnecessárias
e nem as complicadas demandas que esvaziam a simplicidade cristã de desfrutar a
vida de maneira despretensiosa e, ao mesmo tempo, de esperar a gloriosa morada
celestial.
É preciso,
entretanto, ter equilíbrio entre o que se espera no além e as demandas normais
da vida. Não se pode viver apenas de forma etérea e esquecer as necessidades e
obrigações que temos nesta vida — como outrora, em que até mesmo os estudos
eram desmotivados —, mas também não podemos render-nos aos encantos do mundo
como visto acima. Nesse sentido, Albano afirma que:
Outrora, para
muitos pentecostais, a salvação era entendida como sinônimo de fuga do mundo.
Assim, depreciava-se a criação e assumia-se uma postura de desconfiança frente
à vida nesta terra. Essa espiritualidade podia ser resumida pela palavra não!
Hoje, essa concepção vem mudando, tem havido uma espiritualidade marcada pelo
sim à vida. Isso ocorre por obra do Espírito Santo, cuja atuação nas igrejas
Assembleias de Deus, sobretudo, no âmbito da educação teológica tem favorecido
a abertura à estética, artes e às questões públicas e políticas. Portanto,
vivencia-se a salvação que conduz ao encontro do mundo, em liberdade, santidade
e responsabilidade (cf. Jo 17.15-18; Rm 8) 7.
A postura de
esperança faz-nos buscar uma vida simples como Jesus ensinou e viveu (Mt
6.19-21), confiando nos cuidados que Deus tem para com seus filhos. Somos
também livres das fúteis tentações da Teologia da Prosperidade, que inverte (1
Co 15.19) a ordem certa de prioridades do Reino de Deus e faz-nos querer buscar
as coisas que perecem (Mt 6.21), esquecendo-nos das que hão de vir (Ap 22.6).
Texto extraído do livro “A Obra de Salvação”, Editora
CPAD, 2017.
COMENTÁRIO E
SUBSÍDIO III
INTRODUÇÃO
A glorificação dos salvos é o evento futuro e final da obra
salvadora de Cristo. Será um momento de extraordinária grandeza e felicidade,
que se dará na segunda vinda de Cristo. Nesse evento, os salvos experimentarão
a glorificação completa da natureza humana, pois seremos todos revestidos da
glória de Deus. [Comentário.Podemos
iniciar esta aula fazendo a seguinte pergunta: o que é glorificação? A resposta
curta é que a "glorificação" é quando Deus remove por completo o
pecado da vida dos santos (isto é, todos os que são salvos) no estado eterno
(Rm 8.18; 2Co 4.17). Na vinda de Cristo, a glória de Deus (Rm 5.2) – a Sua
honra, louvor, majestade e santidade - será realizada em nós; em vez de sermos
mortais sobrecarregados com a natureza pecaminosa, seremos transformados em
imortais santos com acesso direto e irrestrito à presença de Deus, e vamos
gozar da sagrada comunhão com Ele por toda a eternidade. Ao considerar a
glorificação, devemos nos concentrar em Cristo, pois Ele é a "bendita
esperança" de todo cristão; também podemos considerar a glorificação final
como a culminação da santificação1. Assim, a glorificação dos
santos é o final da corrente de ouro da graça divina, é o futuro recebimento de
absoluta e definitiva perfeição (física + mental + espiritual) por todos os
crentes (Rm 8.22-23; 1Co 15.41-44,51-55; 2Co 5.1-4; 4.14-18; Jd 1.24-25). Pelas
passagens de 1Co 15.51-53; 1Ts 4.13-18, entendemos que nossa glorificação
começará no Arrebatamento e continuará através de toda a eternidade. Podemos,
ainda, perguntar: Qual o propósito da glorificação? “O propósito da
glorificação do corpo do crente é radiar o brilho da graça, das riquezas, do
poder, da bondade e do amor, enfim de todos os atributos de Deus, para que,
pelos séculos dos séculos, Ele (totalmente e exclusivamente) seja admirado,
magnificado, adorado e louvado por todos os anjos, homens, e criação”2. Vamos
pensar maduramente a fé cristã?]
1. "O que é a glorificação?" Disponível em: https://www.gotquestions.org/Portugues/glorificacao.html.
Acesso em: 18 dez, 2017.
I. A
GLORIOSA ESPERANÇA DA RESSURREIÇÃO DOS SANTOS
1. A ressurreição dos
santos. Há uma esperança
celestial para os salvos em Cristo quando da gloriosa ressurreição dos mortos,
onde estaremos para sempre com o Senhor (1Ts 4.14; Is 26.19). Essa é uma
esperança do crente que tem como seu fundamento a ressurreição de Cristo, pois
do mesmo modo que Ele ressuscitou, nós ressuscitaremos: "que
transformará o nosso corpo abatido, para ser conforme o seu corpo glorioso,
segundo o seu eficaz poder de sujeitar também a si todas as coisas"
(Fp 3.21). Hoje, o nosso corpo está sujeito às enfermidades e demais
fragilidades, mas na ressurreição ele será revestido de incorruptibilidade;
nunca mais morreremos, pois a ressurreição dos santos será a vitória final
sobre a morte e o inferno (1Co 15.54,55). [Comentário. Na
última trombeta, quando Jesus vier, os santos serão submetidos a uma
transformação instantânea fundamental "transformados seremos todos, num
momento, num abrir e fechar de olhos" (1Co 15.51); em seguida, o
"corruptível" se revestirá da "incorruptibilidade" (1Co
15.53). No entanto, 2 Coríntios 3.18 indica claramente que, em um sentido
misterioso, "todos nós", no presente, "com o rosto
desvendado" estamos "contemplando a glória do Senhor" e estamos
sendo transformados à Sua imagem "de glória em glória" (2Co 3.18).
Para que ninguém fique pensando que esta contemplação e transformação (como
parte da santificação) sejam o trabalho de pessoas especialmente santas, a
Escritura acrescenta a seguinte informação: "como pelo Senhor, o
Espírito." Em outras palavras, é uma bênção concedida a cada crente.
Isto não se refere a nossa glorificação final, mas a um aspecto da santificação
através do qual o Espírito está nos transfigurando agora. A Ele seja a glória
pelo Seu trabalho em nos santificar em Espírito e em verdade (Jd 24-25; Jo
17.17; 4.23). De acordo com Filipenses 3.20-21, a nossa pátria está nos céus, e
quando o nosso Salvador retornar, Ele vai transformar os nossos corpos de
humilhação para "ser igual ao corpo da sua glória." Embora ainda não
sido revelado o que havemos de ser, sabemos que, quando Ele retornar em grande
glória, seremos semelhantes a Ele, porque O veremos como Ele é (1Jo 3.2). Vamos
ser perfeitamente transformados à imagem de nosso Senhor Jesus e seremos como
Ele porque a nossa humanidade estará livre do pecado e de suas consequências. A
nossa esperança abençoada deve nos encorajar a viver em santidade, com o
Espírito nos ajudando. "E a si mesmo se purifica todo o que nele tem
esta esperança, assim como ele é puro" (1Jo 3.3)3.]
3. "O que é a glorificação?" Disponível
em: https://www.gotquestions.org/Portugues/glorificacao.html.
Acesso em: 18 dez, 2017.
2. O destino eterno dos
salvos. Os que foram
alcançados pela obra salvífica de Jesus Cristo entrarão no Reino Celestial,
onde haverá um eterno tempo de alegria, felicidade e bem-estar diante do nosso
Senhor e Salvador Jesus Cristo. Sua presença encherá a Terra com sua glória e
majestade, conforme a visão do apóstolo João: "E a cidade não necessita
de sol nem de lua, para que nela resplandeçam, porque a glória de Deus a tem
alumiado, e o Cordeiro é a sua lâmpada" (Ap 21.23). [Comentário. E
os que não foram, alcançados? E quanto àqueles que ouviram e
experimentaram o novo nascimento? “Todos aqueles que colocaram a sua confiança
em Jesus Cristo durante a Era da Igreja e morreram antes de Jesus voltar serão
ressuscitados no arrebatamento. A Era da Igreja começou no Dia de Pentecostes e
terminará quando Cristo voltar para levar os crentes de volta ao céu com Ele
(Jo 14.1-3, 1Ts 4.16-17). O apóstolo Paulo explicou que nem todos os cristãos
morrerão, mas todos serão transformados, ou seja, receberão
novos corpos na ressurreição (1Co 15.50-58), alguns sem ter que morrer! Os
cristãos que estão vivos, e aqueles que já morreram, serão arrebatados ao
encontro do Senhor nos ares, e estarão com Ele sempre!”4.
Para responder uma pergunta que poderá surgir na aula: Conheceremos Nossos
Entes Queridos na Vida futura?]
4. O texto entre
aspas foi extraído de: "Quando é que a Ressurreição acontecerá?"
Disponível em: https://www.gotquestions.org/Portugues/quando-ressurreicao.html.
Acesso em: 18 dez, 2017.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“A nossa salvação
traz-nos a um novo relacionamento que é muito melhor do que aquele que Adão e
Eva desfrutavam antes da Queda. A descrição da Nova Jerusalém demonstra que
Deus tem para nós um lugar melhor do que o Jardim do Éden, com todas as bênçãos
do Éden intensificadas. Deus é tão bom! Ele sempre nos restaura a algo melhor
do aquilo que perdemos. Desfrutamos da comunhão com Ele agora, mas o futuro
reserva-nos a ‘comunhão intensificada com o Pai, o Filho e o Espírito Santo e
com todos os santos’. A vida na Nova Jerusalém será emocionante. Nosso Deus
infinito nunca ficará sem novas alegrias e bênçãos para oferecer aos redimidos.
E posto que as portas da cidade sempre estarão abertas (Ap 21.25; cf. Is
60.11), quem sabe o que os novos céus e terra terão para explorarmos?” (HORTON,
Stanley. Teologia Sistemática. 1ª
Edição. RJ: CPAD, 1996, p.645).
II. A PLENA
SALVAÇÃO NOS CÉUS
1. Ausência de pecados e
dores. A salvação plena
foi garantida pela obra de Cristo na cruz e confirmada pelo Espírito Santo que
nos foi dado (2 Co 5.5), tornando Ele assim, o selo dessa herança eterna que
está nos céus (Ef 1.13-14). No lugar celestial não experimentaremos mais a dor
dos pecados cometidos, bem como os males e dores que outros podem nos provocar.
As enfermidades, moléstias, catástrofes, decepções ou qualquer tristeza humana
desaparecerão para sempre (Ap 21.4). No céu experimentaremos a eterna alegria,
paz, fé, esperança e amor (Ap 22.1-5; 1Co 13.13). [Comentário. O
corpo glorificado, do crente será como o de Cristo (1Co 15.49, 50; Fp 3.21; 1Jo
3.2); Na encarnação, Cristo tomou carne e sangue (Hb 2.14); seremos
reconhecíveis (1Co 13.12 além dos episódios de ressurreição narrados nas
Escrituras: foram fácil e imediatamente reconhecidos depois de mortos (mesmo
sem a ajuda de fotografias, pinturas, etc.): Samuel pela pitonisa; Moisés e
Elias na transfiguração de Cristo; Lázaro e o rico e Abraão; Cristo e os 12
apóstolos em Apocalipse, etc. Eterno (2Co 5.1); Glorioso (1Co 15.43; Rm 8.18);
Semelhante ao de Cristo como visto na transfiguração (Mt 17.2) e como visto
glorificado no céu (Ap 1.13-16). Os usos de "glória" ("kabod"
e "doxa"), e a Bíblia como um todo, indicam que o corpo glorificado
do crente será perfeito, sobrenatural e supremamente enriquecido e capacitado a
servir a Deus em uma posição designada para radiar o brilho da graça, das
riquezas, do poder, da bondade e do amor, enfim de todos os atributos de Deus,
para que, pelos séculos dos séculos, Ele (totalmente e exclusivamente) seja
admirado, magnificado, adorado e louvado por todos os anjos, homens, e criação.
Incorruptível, imperecível (1Co 15.42,53-54). Portanto, um corpo que
permanecerá para sempre, não sujeito a doença, morte, envelhecimento e
degradação. Poderoso (1Co 15.43), que nunca se cansa mas sempre faz poderosas
proezas no serviço de Cristo (Ap 22.3-5)5.]
5. 21. GLORIFICAÇÃO.
Disponível em: http://solascriptura-tt.org/SoteriologiaESantificacao/21-Glorificacao-Helio.htm.
Acesso em: 18 dez, 2017.
2. A plenitude nos céus. Nesta vida vivemos a tensão entre as possibilidades
precárias da Terra e a alegre esperança da vida eterna nos Céus, onde estaremos
para sempre com Deus (Mt 25.34). Ora, a tribulação e as dificuldades deste
tempo não podem se comparar com o melhor da glória reservado para nós (Rm 8.18).
A vida plena nos céus é um direito adquirido quando fomos adotados pelo Pai
como filhos. Logo, a herança divina não se limita a bênçãos materiais ou
espirituais do tempo presente, mas, sobretudo, a bênçãos eternas do porvir,
onde viveremos numa dimensão celestial gloriosa (Rm 8.23,30). [Comentário. Então,
o que vamos fazer no céu? Uma coisa que faremos é aprender. "Quem,
pois, conheceu a mente do Senhor? Ou quem foi o seu conselheiro?" (Rm
11.34), “em quem todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento estão
ocultos" (Cl 2.3). Deus é o "Alto, o Sublime, que habita a
eternidade" (Is 57.15). Deus é maior do que a eternidade, e levará a
eternidade para "compreender, com todos os santos, qual é a largura, e
o comprimento, e a altura, e a profundidade e conhecer o amor de Cristo"
(Ef 3.18-19). Em outras palavras, nunca pararemos de aprender. A Palavra de
Deus diz que não estaremos no Seu paraíso sozinho. "...então,
conhecerei como também sou conhecido" (1Co 13.12). Isto parece indicar
que não só iremos reconhecer nossos amigos e familiares, mas vamos conhecê-los
de "forma plena". Em outras palavras, não há necessidade para
segredos nos céus. Não há nada para se envergonhar. Não há nada a esconder. Nós
teremos a eternidade para interagir com "grande multidão que ninguém
podia enumerar, de todas as nações, tribos, povos e línguas" (Ap 7.9).
Não é de admirar que o céu será um lugar de aprendizado infinito. Conhecer
todos plenamente vai levar toda a eternidade! Qualquer outra expectativa sobre
o que faremos no parque eterno de Deus, o céu, será muito ultrapassada quando
"dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu
Pai! Entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo"
(Mt 25.34). Qualquer que seja a nossa atividade no céu, podemos ter certeza de
que será mais maravilhosa que a nossa imaginação!6]
6. O que vamos fazer
no Céu?. Disponível em: https://www.gotquestions.org/Portugues/fazer-no-ceu.html.
Acesso em: 18 dez, 2017.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“As Escrituras prometem que o céu será um Reino de
per feita bem-aventurança. Nos novos céus e na nova terra não haverá lugar para
lágrimas, dor, tristeza e pranto. Lá o povo de Deus habitará com Ele por toda a
eternidade, completamente livre de todos os efeitos do pecado e do mal. Deus é
retratado secando pessoalmente as lágrimas dos remidos. No céu, a morte estará
completamente aniquilada (1 Co 15.26). Ali não haverá doença, fome, problemas
ou tragédias. Haverá apenas a alegria completa e bênçãos eternas” (LAHAYE, Tim.
Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica.
1.ed.Rio de Janeiro: CPAD, 2008, p. 112).
CONCLUSÃO
A salvação em Cristo é um evento passado,
presente e futuro. É uma obra completa, perfeita e universal. Por isso, o autor
bíblico a denomina de "tão grande salvação" (Hb 2.3). Alguns
aspectos dessa gloriosa doutrina são imensuráveis e inexplicáveis, por melhor
que se tente explicar (1Co 13.12). São aspectos que transcendem a compreensão
humana e que serão revelados em sua totalidade somente no Reino vindouro.
Glória a Deus! [Comentário. Vimos
ao longo do trimestre que a doutrina bíblica da “salvação” (Gr. sotēria)
refere-se à ampla gama da atividade de Deus em salvar pessoas da rebelião e
restaurá-las para que tenham um relacionamento bom e correto com ele. Ela tem
três tempos: passado, presente e futuro. No passado fomos salvos da penalidade
do pecado, no presente estamos sendo salvos do poder do pecado e no futuro
seremos salvos da presença do pecado. Cada um desses três tempos da salvação é
identificado por uma palavra: no passado, justificação –
Salvação da Penalidade do Pecado; no presente,santificação –
Salvação do Poder do Pecado, e no futuro, a glorificação –
Salvação da Presença do pecado. Na doutrina Cristã da salvação, somos salvos da
“ira”; quer dizer, do julgamento de Deus sobre o pecado (Rm 5.9; 1Ts 5.9). Por
fim, a salvação é libertação espiritual e eterna que Deus concede imediatamente
àqueles que aceitam Suas condições de arrependimento e fé no Senhor Jesus.
Salvação só é possível através de Jesus Cristo (Jo 14.6; At 4.12), e depende de
Deus para a sua provisão, garantia e segurança. Minha oração é que esta lição e
tudo o que temos estudado até aqui nos chame ao trabalho missionário, ao
envolvimento e comprometimento com a Grande Comissão, já que não há outro meio
de salvação que não por meio da fé em Cristo Jesus, e sobre nós pesa essa
responsabilidade! - O método de Cristo é a igreja: “A estória: Quando Cristo
terminou sua obra, e chegou ao céu, os anjos o receberam com exultante
celebração. Um anjo perguntou-lhe: “Senhor, tu consumaste a obra da redenção,
mas quem vai contar essa boa nova para o mundo inteiro?” Jesus respondeu: “Eu
deixou doze homens preparados para essa tarefa”. Retrucou o anjo: “Mas, Senhor,
e se eles falharem?”. Jesus respondeu: “Se eles falharem eu não tenho outro
método.” Hernandes Dias Lopes.] “... corramos, com
perseverança, a carreira que nos está proposta, olhando firmemente para o Autor
e Consumador da fé, Jesus ...” (Hebreus 12.1-2).
Francisco Barbosa
Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br
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