SUBSÍDIO I
O QUE É IDEOLOGIA DE GÊNERO E
SUA RELAÇÃO COM A FAMÍLIA
Há uma tentativa clara de
desconstruir o modelo bíblico de família. A ideia é demolir conceitos
tradicionais de masculinidade e de feminilidade. Assim, se desconstrói o
casamento, a família tradicional e, por fim, o modelo de nossa sociedade para
dar lugar a outro que ninguém sabe onde dará. Por isso, sugerimos que você
pesquise sobre a Ideologia
de Gênero, talvez o maior perigo moderno para a família
tradicional.
É preciso compreender que a
trincheira principal dessa ideologia é a Educação, isto é, as escolas formais
onde crianças e adolescentes estudam. Abaixo, apresento alguns conceitos
importantes para o professor e a professora darem continuidade à pesquisa.
O que é Ideologia de Gênero?
Para os defensores da Ideologia
de Gênero, a sexualidade humana é vista como uma CONSTRUÇÃO SOCIAL, que para
eles significa que o ser humano nasce “sexualmente neutro”. Podemos dizer que
essa ideologia surgiu a partir da chamada Revolução Sexual, na década de 1960,
onde o corpo e o sexo se desvinculam da função familiar. Antes, a sexualidade
era vivida em sua plenitude no matrimônio, hoje essa sexualidade se encontra
completamente desvinculada dessa instituição. Nesse aspecto, os proponentes
dessa ideologia não mais veem o corpo como algo que lhe é dado de acordo com seus
aspectos biológicos e pessoais, mas como uma construção pessoal adquirida a
partir da sociedade e da cultura que o ser humano vive. Então, o conceito
de masculinidade e
de feminilidade se
dá, não mais pelo curso natural do desenvolvimento humano-biológico, mas pela
construção social e cultural da sociedade. Esse conceito quando estimulado em
crianças e adolescentes é uma tragédia para construção da identidade pessoal
deles.
O que fazer?
• Conhecer o assunto por
intermédio de livros e sites especializados, posicionando claramente contra a
proposição do movimento de Ideologia de Gênero.
• Conhecer o que as escolas de
nossos filhos estão ensinando e exigir o direito de que seus filhos não sejam
doutrinados em sala de aula.
• Ter a consciência que esta é
uma ideologia formada para manipular pessoas, pois não há outros gêneros que
não o Masculino e Feminino, ou seja, homem e mulher.
• Investir na educação religiosa
dos nossos filhos e filhas, mostrando-os que Deus criou o ser humano para a sua
glória, implantando nele a sua Imagem: “Façamos o ser humano conforme a nossa
imagem e semelhança” (Gn 1.26-28).
Ensinador Cristão, Ano 18, nº
71, p. 42, jul./set. 2017.
SUBSÍDIO II
INTRODUÇÃO
Diferentes modelos de família são apresentados à
sociedade, principalmente na mídia, como alternativas. Mas, de acordo com a
Bíblia, a Palavra de Deus, existe apenas um padrão bíblico para o casamento. Na
lição de hoje, mostraremos, a princípio, que a Bíblia, a Palavra de Deus,
determina como deve ser o casamento, ainda que as culturas modernas, e
pós-modernas, queiram impor seus modelos antibíblicos. Ao final, destacaremos o
modelo bíblico para a família, e mais especificamente, para o casamento
cristão.
1. DEUS, A BASE DA FAMÍLIA
A sociedade ocidental, e mais especificamente os
cristãos, estão diante do desafio de apresentarem uma definição do que seja
família e casamento. Isso porque o padrão de família normal, em conformidade
com a Bíblia, está sendo cada vez mais questionada. A visão judaico-cristã de
família, exarada nas Escrituras, está sendo substituída por valores pautados
nos direitos humanos. A família cristã, no entanto, parte do pressuposto que a
família é uma instituição divina, por conseguinte, Ele, e não os homens, devem
determinar a partir de quais princípios a família deve ser estabelecida. A
ideologia libertária, que predomina na sociedade, e respaldada pela mídia,
propõe um conceito de família que supervaloriza a liberdade humana em
detrimento da vontade de Deus. Não existe outro modelo bíblico, e mais
especificamente cristão, para a família e o casamento, diferente daquele
revelado por Deus. A partir de Gn. 1-3, compreendemos que: 1) o homem e a
mulher foram criados à imagem de Deus para governar a terra para Deus; 2) o
homem foi criado primeiro e incumbido da responsabilidade final pelo
relacionamento conjugal, enquanto a mulher é colocada junto ao homem para ser
sua ajudadora; e 3) a queda da humanidade no pecado implicou em consequências
negativas tanto para o homem quanto para a mulher. Ao longo do tempo, a família
se constituiu, dentro dos parâmetros bíblicos, a partir de um paradigma
patriarcal, ou seja, o pai, no Antigo Pacto, era o senhor da família, de cunho
heterossexual, isto é, macho e fêmea, e monogâmico, um homem para uma mulher, e
vice-versa.
2. FAMÍLIA,
PRINCÍPIO RELACIONAL PARA O CRESCIMENTO
O Deus da Bíblia é trinitário, portanto,
relacional: Pai, Filho e Espírito Santo, no Gênesis, Ele é revelado como o
Elohim. Essa premissa fundamenta o relacionamento conjugal, para a mutualidade
(Gn. 1.26,27). Esse relacionamento tem a ver com distinção e unidade, isto é,
pessoas diferentes estão envolvidas em uma unidade. Assim como o Deus
estabeleceu uma aliança com Seu povo, o casamento, e a própria família, é uma
aliança entre pessoas, com vistas ao crescimento. Mas não existe crescimento
sem envolvimento das partes envolvidas, essa é uma premissa. Não existe
possibilidade de construção da família, a menos que todos se sintam
participantes e responsáveis por ela. O crescimento familiar pode ser
interrompido caso um dos componentes da aliança deixe de contribuir. Os pontos
fundamentais para o crescimento é o ciclo de amor, graça, empoderamento e
intimidade. Isso porque o casamento, como todo relacionamento, é dinâmico, e
envolve mudanças. Se o casamento e a família não estiverem preparadas para
enfrentar os ciclos de mudanças, correm o risco de se desintegrarem. Quando as
mudanças chegarem, caso não sejam bem resolvidas, tudo resultará em um mero
contrato, ao invés de aliança (pacto), estará fundamentado na lei (legalismo) e
não na graça (favor imerecido), será mantido pelo poder possessivo e não pelo
empoderamento, e pela distância ao invés da proximidade. Não podemos esquecer
que o Deus da Bíblia deseja se relacionar com a humanidade e espera que as
pessoas também se relacionem. Estamos cientes dos desafios porque temos a
convicção de que somos pessoas caídas, por isso falhamos, não apenas no
relacionamento com Deus, mas também com outras pessoas. Mas temos Cristo como
modelo de relacionamento, e o Espírito Santo que nos guia a fim de que possamos
crescer em graça nos relacionamentos, inclusive os familiares.
3. FUNDAMENTOS PARA A FAMÍLIA CRISTÃ
A aliança que fundamenta a família é o amor, a
convicção de amar e ser amado, cuja expressão maior é o próprio amor de Deus
(Jo. 3.16). A primeira aliança de Deus com a humanidade se encontra em Gn.
6.18, na qual Deus faz um pacto com Noé, e por extensão, a toda sua família. Em
seguida, Deus faz um pacto com Abrão, e nele, todas as famílias da terra
recebam a promessa de bênçãos (Gn. 17.1-2). A aliança de Deus com o Seu povo é
o fundamento do casamento e da família cristã, que está sustentado no amor,
tendo em vista que o próprio Deus é amor (I Jo. 4.10-16). Por isso a vida
familiar deve se pautar pela mutualidade, disposição entre os cônjuges, e
também dos filhos, para o amor-agape, que envolve sacrifício (I Co. 13). Outro
fundamento para a família cristã é a graça, para perdoar e ser perdoado, esse
princípio se encontra já no Antigo Pacto (Ex. 22.25-27), por isso se espera que
o ambiente familiar seja pautado na graça, não em mero legalismo. O amor de
Deus, manifestado em Sua graça maravilhosa, é a base para o amor e o perdão no
casamento (Rm. 10.4). O autoritarismo, ou melhor, o poder possessivo, não é o
sustentáculo da família cristã. O contexto familiar precisa ser um ambiente de
empoderamento. As pessoas que fazem parte dessa aliança têm como propósito
servirem e serem servidas. Não há como uma família subsistir, a não ser que
essa seja um espaço de vida abundante (Jo. 10.10). Não podemos esquecer que o
Verbo, Jesus, se fez carne, e habitou entre nós, por conseguinte, a família
deve ser encarnacional, com espírito de serviço, de diaconia (Jo. 1.1,14). O
fruto do Espírito, listado por Paulo em Gl. 5.22,23 deve ser o alimento
principal da família cristã, é a partir dele que o crescimento se concretiza (I
Co. 8.1). A proximidade, em amor, é o padrão para a família cristã, desde os
tempos antigos (Gn. 2.25), é ela que afasta o medo (I Jo. 4.18,19).
4. O MODELO BÍBLICO DE FAMÍLIA
O princípio fundamental do casamento bíblico é o de
que Deus, e não os homens, o ordenou, portanto o casamento não é uma opção, mas
uma orientação divina. A primeira cerimônia de casamento foi realizada pelo
próprio Deus no Jardim do Éden (Gn. 1.28), tornado homem e mulher, uma só carne
(Gn. 2.24). A união do primeiro homem e mulher no Éden reafirma o modelo
bíblico para o casamento: monogâmico, heterossexual e indissolúvel. A natureza
pecaminosa, carnal, impulsionou os primeiros homens à bigamia e poligamia (Gn.
4.18; 5.25), que resultou em invejas e intrigas (I Sm. 1.4-8). Os patriarcas,
que optaram pela poligamia, pagaram um custo alto pela decisão (Gn. 29.21-23;
28-31; 30.1-10), bem como os reis de Israel (I Rs. 11.4.7-9). No Novo
Testamento, tanto Jesus quanto Paulo foram contundentes quanto à
proibição da poligamia (Mt. 19.3-6; I Co. 7.1,2), não permitindo que essa fosse
uma prática comuns entre os cristãos, especialmente entre aqueles que atuam no
ministério pastoral (I Tm. 3.2,12). A heterossexualidade é outro aspecto do
casamento cristão, já que Deus criou “macho e fêmea” (Gn. 1.26; 2.24). Na
religião judaica, o homossexualismo deveria ser punido com a morte, sendo este
considerado uma abominação aos olhos de Deus (Lv. 18.22). Não há brecha para a
prática homossexual no contexto cristão, sendo essa reprovada pelo apóstolo
Paulo (Rm. 1.26). Mas isso não deve ser motivo para homofobia, não podemos
esquecer que Jesus ama a todos, inclusive aos homossexuais, por isso, devemos
orar por eles, e conduzi-los à verdade, que é Cristo. Não podemos esquecer que
todos pecaram (Rm. 3.23), não apenas os homossexuais, e que o salário do pecado
é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna (Rm. 6.23). O casamento
cristão deve ser indissolúvel, portanto, não separe o homem o que Deus ajuntou
(Mt. 19.6). Leis e mais leis estão sendo criadas pelas autoridades a fim de
favorecer o divórcio, mas os cristãos seguem o princípio bíblico para o
casamento, por isso, independentemente das leis humanos, optam por obedecer
antes a Deus do que aos homens (At. 5.29).
CONCLUSÃO
Vivemos em uma cultura pós-moderna, e pós-cristã,
que nega o Absoluto, e defende o relativismo. Diante desse contexto, nós, os
cristãos, precisamos nos fundamentar na doutrina bíblica. No que tange ao
casamento, o modelo bíblico é o monogâmico, heterossexual e indissolúvel. Não
podemos, enquanto cristãos comprometidos com a Palavra, fazer concessões. Os
modelos humanistas, que estão sendo admitidos na sociedade contemporânea, têm
fundamentação na filosofia, não na Bíblia Sagrada, a Palavra de Deus.
Prof. Ev. José
Roberto A. Barbosa
Extraído do Blog subsidioebd
COMENTÁRIO E
SUBSÍDIO III
INTRODUÇÃO
A família é
assunto de interesse geral, de cristãos e não-cristãos, de religiosos e
não-religiosos. Trata-se de um projeto de Deus para os seres humanos. O livro
de Gênesis traz Um breve e singelo relato de como tudo isso começou e também
revela o propósito de Deus para a família. Não existe prazo de validade para os
princípios estabelecidos nessa narrativa e eles continuam valendo na
atualidade. Esse é o enfoque da última lição. [Comentário: A família é muito importante
para Deus, é uma instituição sagrada, criada por Ele. Quando o homem foi
criado, Deus viu que não era bom que ele estivesse sozinho, e por isso criou a
mulher para ser sua companheira. Juntos, eles receberam a ordem de se
multiplicar e povoar a Terra em Gênesis 1.28. Mais tarde, foi dito que o homem
que se casasse deveria sair da sua casa, deixando pai e mãe para se tornar um
com a sua esposa (Gn 2.24). Após a criação do primeiro casal, a Bíblia fala
sobre muitas famílias. Gênesis 12 diz que através da família de Abraão, todas
as famílias da terra seriam abençoadas1. Quando temos
dificuldade com a geladeira, entendemos que o fabricante, que escreveu o manual
do usuário, sabe mais sobre o aparelho do que nós. Lemos o manual para resolver
o problema. Quando vemos tantos problemas nas famílias de hoje, só faz sentido que
nosso Criador, que escreveu o "manual do usuário", sabe mais a
respeito da família do que nós. Precisamos ler o manual para achar como
construir e manter bons lares. Encontramos estas instruções na Bíblia. Ela nos
guia em cada aspecto do serviço a ele, incluindo a realização de nossos papéis
na família2.] Dito isto, vamos pensar maduramente a
fé cristã?
1. https://www.respostas.com.br/o-que-Deus-diz-sobre-a-familia/
2. https://www.estudosdabiblia.net/d15.htm
I. A ORIGEM
1. O homem e a mulher. No relato da criação, ambos aparecem juntos, mostrando a
igualdade ontológica do homem e da mulher. O texto de Gênesis 1.27 diz: "E
criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os
criou". A palavra hebraica usada para "homem" aqui é adam, que
serve tanto para o nome do primeiro homem que Deus criou, como também para
"homem" no sentido de representante do ser humano, semelhantemente à
palavra grega anthropos. A expressão final, "macho e fêmea os criou",
mostra que adam, nesse versículo, diz respeito ao ser humano. Isso revela a
igualdade de ambos, macho e fêmea, homem e mulher, como portadores da imagem de
Deus; a diferença está na sexualidade (l Pe 3.7). Ao reunir esse casal. Deus
instituiu o que chamamos hoje de casamento. [Comentário: A instituição divina do casamento está registrada em
Gênesis 2.23-24. Deus criou o homem e depois fez a mulher do “osso de seu
osso”. O processo, como registrado, nos diz que Deus tomou uma das “costelas”
de Adão (Gn 2.21-22). A palavra hebraica literalmente significa “o lado de uma
pessoa”. Por isto, Eva foi tomada do “lado” de Adão e é a seu lado que deve
ficar. “E Adão pôs os nomes a todo o gado, e às aves dos céus, e a todo o
animal do campo; mas para o homem não se achava ajudadora idônea” (Gn 2.20). As
palavras “ajudadora idônea” são a mesma palavra hebraica. A palavra é “ezer” e
vem de uma palavra-raiz primitiva que significa ficar à volta, proteger ou
auxiliar, ajudar, ajudador, assistir. Por tal razão, significa ajudar, assistir
ou auxiliar. Eva foi criada para ficar ao lado de Adão como sua “outra metade”,
para ser seu auxílio e sua ajuda. Um homem e uma mulher, quando se casam, se
tornam “uma só carne”. O Novo Testamento adiciona um aviso a esta “unidade”:
“Assim não são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o
separe o homem” (Mt 19.6)3. Em termos bem simples, ter a
“imagem” e “semelhança” de Deus significa que fomos feitos para nos parecermos
com Deus. Adão não se pareceu com Deus no sentido de que Deus tivesse carne e
sangue. As Escrituras dizem que “Deus é espírito” (Jo 4.24) e portanto existe
sem um corpo. Entretanto, o corpo de Adão espelhou a vida de Deus, ao ponto de
ter sido criado em perfeita saúde e não ser sujeito à morte. A imagem de Deus
se refere à parte imaterial do homem. Ela separa o homem do mundo animal, e o
encaixa na “dominação” que Deus pretendeu (Gn 1.28), e o capacita a ter
comunhão com seu Criador. É uma semelhança mental, moral e social4.
Deus define o casamento desde o começo: uma íntima relação de aliança entre um
homem e uma mulher para toda a vida. (Gn 2.24, Pv 2.16-17, Ml 2.14).
Biblicamente, Moisés foi o primeiro a caracterizar o casamento. “Por esta razão
(por causa do casamento – minha ênfase) o homem deixará pai e mãe e se unirá à
sua mulher, e eles se tornarão uma só carne” (Gn 2.24). No Novo Testamento,
tanto Jesus (Mt 19.5, Mc 10.6-7) quanto Paulo (Ef 5.32) ratificam Moisés e
concordam com a definição de Deus para casamento5. O homem e
a mulher são ontologicamente iguais: Embora exercem funções diferentes no
arranjo familiar, homens e mulheres tem a mesma dignidade e valor diante do
Criador. A Bíblia é clara em dignificar a mulher. No casamento, ela tem domínio
sobre o corpo do homem (1Co 7.2).] 3. https://www.gotquestions.org/Portugues/casamento-Biblia.html 4. https://www.gotquestions.org/Portugues/imagem-de-Deus.html
2. A formação da mulher. A Bíblia nos conta como a mulher surgiu na história humana.
Curiosamente, a formação da mulher não aparece nos antigos registros do Oriente
Médio. No relato da criação, em Gênesis, a formação do homem só aparece uma vez
(Gn 2.7), e seis vezes a da mulher (vv.18-23). O termo "adjutora"
(v.18) quer dizer "auxiliadora", conforme vemos na Almeida Revista e
Atualizada e "ajudadora", de acordo com o que registra a Tradução
Brasileira. Isso não inferioriza a mulher, pois os termos
"auxiliador" ou "ajudador" devem ser entendidos à luz do
contexto (SI 54.4; Hb 13.6). O termo hebraico, kenegdó, "como diante
dele" (v.18b), tem a ideia de "igual e adequado" (Gl 3.28). O
relato da criação pressupõe que Deus colocou o homem com prioridade
governamental (l Co 11.3), mas que ambos os sexos, homem e mulher, são mutuamente
dependentes (l Co 11.11). [Comentário: A criação da mulher em Gênesis 2 tem conseqüências de
longo alcance. Ela estabelece a fundamentação para três áreas importantes no
relacionamento de um esposo e uma esposa dentro do casamento:1) A mulher como
uma auxiliadora idônea para o homem.2) A mulher feita por Deus como Seu
trabalho manual especial.3) A mulher feita para ser uma com o homem6 (Leia todo o artigo aqui). Tanto o homem quanto
a mulher foi uma criação especial de Deus, não um produto da evolução. O homem
e a mulher, igualmente foram criados à 'imagem' e 'semelhança' de Deus. À base
dessa imagem, podiam comunicar-se com Deus, ter comunhão com Ele e expressar de
modo incomparável o seu amor, glória e santidade. Eles fariam isso conhecendo a
Deus e obedecendo-o. Eles tinham semelhança moral com Deus, pois não tinham
pecado, eram santos, tinham sabedoria, um coração amoroso e o poder de decisão
para fazer o certo (Ef 4.24). Viviam em comunhão pessoal com Deus, que abrangia
obediência moral e plena comunhão. Quando Adão e Eva pecaram, sua semelhança
moral com Deus foi desvirtuada. Na redenção, os crentes devem ser renovados
segundo a semelhança moral original. Adão e Eva possuíam semelhança natural com
Deus. Foram criados como seres pessoais tendo espírito, mente, emoções,
autoconsciência e livre-arbítrio. Em certo sentido, a constituição física do
homem e da mulher retrata a imagem de Deus, o que não ocorre no reino animal.
Deus pôs nos seres humanos a imagem pela qual Ele apareceria visualmente a eles
e a forma que seu Filho um dia viria a ter. O fato dos seres humanos terem sido
feitos à imagem de Deus não significa que são divinos. Foram criados segundo
uma ordem inferior e dependente de Deus. Toda a vida humana provém inicialmente
de Adão e Eva"7. Uma linda tradição judaica observa que
Deus não tirou Eva do pé de Adão, para que ele não tentasse dominá-la; ou da
sua cabeça, para que ela se visse acima. Em vez disso, Deus tirou Eva da
costela de Adão, para que os dois pudessem caminhar um ao lado do outro ao longo
da vida8. A Mulher que Deus Formou (2.18-25): Havia um
aspecto da criação de Deus que não estava totalmente satisfatório. O fato de o
homem ainda estar só (18) não era bom. O isolamento é prejudicial. Por dedução,
a relação social, ou seja, o companheirismo, é bom. Por conseguinte, Deus
determinou fornecer ao homem uma adjutora que esteja como diante dele,
literalmente, uma ajudante que lhe correspondesse, alguém que fosse igual e
adequada para ele. “Uma ajudante certa que o complete” (VBB). A Bíblia Confraternidade
traduz: “Uma ajudante como ele mesmo”. Considerando que não há formas de tempos
verbais em hebraico, não se conclui necessariamente que Deus formou os animais
depois de ter formado o homem. Pode igualmente significar que depois que o
homem foi colocado no jardim, os animais que Deus previamente formara foram
trazidos a Adão (19). A seqüência de tempo não é o item importante aqui. Um
aspecto da imagem de Deus foi demonstrado pelo poder de Adão discernir a
natureza de cada animal e dar um nome certo, pois em hebraico, nome e caráter
coincidiam. Quando Adão pôs os nomes (20), ele mesmo foi capaz de discernir que
nenhum dos animais era uma adjutora que estivesse como diante dele. Ele, como
também Deus, tinha de saber disso para apreciar o que Deus estava a ponto de
fazer. O sono pesado (21) é o tipo no qual os sentimentos ou capacidade emotiva
deixam de funcionar normalmente. Ver Gênesis 15.12; Jó 4.13; 33.15, onde a
frase está ligada com visões; e 1 Samuel 26.12 e Jonas 1.5, onde o termo não
está relacionado com visões. Ver também Isaías 29.10, onde a expressão sugere
falta de sensibilidade espiritual. A costela (22) pode significar o osso e a
carne que a envolve. E a parte do corpo mais próxima do coração, que para os
hebreus era o lugar dos afetos. A mulher não foi feita de substância inferior.
Para acentuar a singularidade deste ato, é usado um verbo hebraico diferente
(yiben), que significa “construir”, detalhe completamente perdido na palavra
traduzida por formou. Deus trouxe-a a Adão para sua aprovação e avaliação.
Assim, parte da história segue a sequencia dos dias criativos no capítulo 1,
isto é, a decisão (18-20), o ato criativo (21,22) e a aprovação (23). De
imediato, Adão (23) viu a conveniência desta ajudante. Ela era parte íntima
dele, osso dos meus ossos e carne da minha carne e, desta forma, adequada para
ele. Mas ele também demonstrou sua posição de autoridade ao lhe dar um nome.
Com efeito, esta foi a instituição da relação matrimonial. Desde o princípio,
Deus quis que o casamento fosse exclusivo e íntimo. Não era simplesmente para a
mulher agarrar-se ao homem como um apêndice. Para deixar clara a
responsabilidade do homem, Deus ordenou que o homem se apegasse à sua mulher
(24) no compromisso mútuo da verdadeira união. O casamento tem de permanecer
irrompível ao longo da vida, pois foi dito: E serão ambos uma carne, ou seja,
uma identificação completa entre si. E nisto eles não se envergonhavam (25)9.]
6. http://www.monergismo.com/textos/antropologia_biblica/criacao_mulher.htm 7. Bíblia
de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1991, p. 33
8. Ricahrds, Lawrence. Guia do Leitor da Bíblia: Uma
Análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. 10.ed. Rio de Janeiro:
CPAD, 2012, p. 26.
9. Gênesis a Deuteronômio - Comentário Bíblico Beacon -
CPAD - O Livro de Gênesis - George Herbert Livingston, B.D., Ph.D.
SUBSÍDIO DIDÁTICO
“Família, Projeto
Divino
Na sociedade hebraica a família era o âmago da
estrutura social. Na Tanach, exclusivamente em Berê'shíth (Gênesis),
encontramos o principio judaico-cristão da família no texto que diz: 'E disse o
Senhor Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma adjutora que
esteja como diante dele. Então, o Senhor Deus fez cair um sono pesado sobre
Adão, e este adormeceu; e tomou uma das suas costelas e cerrou a carne em seu
lugar. E da costela que o Senhor Deus tomou do homem formou uma mulher; e
trouxe-a a Adão. E disse Adão: Esta é agora osso dos meus ossos e carne da
minha carne; esta será chamada varoa, porquanto do varão foi tomada. Portanto,
deixará o varão o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos
uma carne. E ambos estavam nus, o homem e a sua mulher; e não se envergonhavam'
(Gn 2.18,21* 25). Segundo o filósofo Lévi-Strauss, o princípio da família é
dado pelo texto da Escritura que diz: 'deixará o varão o seu pai e a sua mãe',
regra infrangível ditada a toda a sociedade para que possa estabelecer-se e
durar" (BENTHO, Esdras Costa. A
Família no Antigo Testamento: História e Sociologia. Rio de Janeiro: CPAD,
2011, p.23).
II. A FAMÍLIA
1. Conceito de família entre os
antigos hebreus. O lar é parte do
clã, este parte da tribo e esta, por sua vez, parte do povo/nação (Js 7.16-18).
O lar constitui-se de pai, mãe e filhos (SI 128.1-4), é a família nuclear.
Considerando que a base da economia do Antigo Israel era a agricultura e o
pastoreio, a família nuclear com poucos membros via-se em dificuldade por falta
de mão de obra para o sustento da casa. Por isso, ela poderia se estender com
parentes próximos - tios e primos - ou com duas ou mais gerações vivendo juntas
(Gn 24.67). As casas descobertas pelos arqueólogos mostram que essa família ampliada
era formada, em média, de 15 membros. Quando se tratava de famílias ricas,
acrescentavam-se servos e estrangeiros, como no caso de Abraão (Gn 14.14), ou
como previsto na legislação mosaica (Êx 23.12). Saul, por exemplo, aparece na
Bíblia com a menção de seu pai, avô, bisavô, trisavô, e também da tribo (l Sm
9.1,2). [Comentário: O
termo principal para casa no hebraico é tyIb; (bayit). Segundo Goldberg, ele
pode ser utilizado para designar a casa, alguma parte interior, o lar, a
família, ou ainda um templo ou uma determinada localidade. É usado com o
sentido de local onde se mora, ou partes da casa. Pode ser utilizado para
referir-se ao local do sepultamento dos pais e, também, com certa frequência,
para designar a composição familiar, fazendo-se referência à descendência de
alguém (casa de Abraão – Gn 18.19 e casa de Davi – 2 Sm 7.11) ou então para
fazer alusão àqueles que viviam juntos (casa de Jacó – Gn 35.2)10.
A idéia de família no Antigo Testamento sempre esteve relacionada com aspectos
espirituais. Esta idéia não existe como uma entidade independente da vocação
divina do povo de Israel. Deus instituiu a primeira família e a possibilitou
para a tarefa da procriação, pois tinha o propósito de povoar a terra (Gn 1.28)11.]
10. GOLDBERG, Louis. Bayit In: HARRIS, R. Laird
(Organizador); ARCHER, Gleason L. Jr.; WALTKE, Bruce K. Dicionário
Internacional de Teologia do Antigo Testamento. Trad. Márcio Loureiro Redondo,
Luiz A. T. Sayão e Carlos Osvaldo C. Pinto. São Paulo: Vida Nova, 1998. p.
174,176
11. Leia mais em: http://webartigos.com/artigos/familia-15-conceito-de-familia-no-antigo-testamento/2781#ixzz4sgKGv6Hz
2. O papel da mulher na
sociedade israelita. A tarefa do homem
e da mulher era a mesma, sendo que a mulher cuidava da casa e ajudava o marido
nos trabalhos diários para sustento da família. A sentença divina por ocasião
da Queda no Éden diz: "E à mulher disse: Multiplicarei grandemente a tua
dor e a tua conceição; com dor terás filhos; e o teu desejo será para o teu
marido, e ele te dominará" (Gn 3.16). Isso significa que a mulher se
dedicaria ao trabalho da mesma forma que o homem, e também à maternidade; a
mulher não é inferior, mas o homem é o chefe e pastor do lar. Ela levava a
criança no ventre e continuava exercendo suas tarefas. Considerando questões
médicas, sanitárias e nutricionais, a gravidez era um período de alto risco
para a mãe e para o bebê. [Comentário: Brenner, em seu livro A mulher israelita, tendo por
base a narrativa do Antigo Testamento, afirma que a posição social das mulheres
é regulamentada e está expressa na coleção de leis da Torá12.
Entretanto, muito poucas mulheres dos tempos bíblicos procuraram atingir
posições proeminentes fora de suas casas e de suas famílias, de acordo com as
fontes do Antigo Testamento. Dentre aquelas que o fizeram um número ainda menor
conseguiu atingir um grau de reconhecimento público13.
Brenner lembra que “em contraste, as mulheres dos Estados próximos do Leste
conseguiam um alto grau de envolvimento político real. Na Mesopotâmia, bem como
no Egito, existiram rainhas, embora não em grande número”14.
Ainda assim, a partir dos textos bíblicos e outros materiais, é possível
avaliar um pouco da vida das mulheres no mundo do Antigo Testamento.] 12. BRENNER,
Athalya. A mulher israelita: papel social e modelo literário na narrativa
bíblica. Tradução de Sylvia Márcia K. Belinky. São Paulo: Paulinas, 2001. p.
08. 13. BRENNER, 2001, p.
12. 14. BRENNER, 2001, p.
17.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
"A Constituição do
Núcleo Familiar.
A constituição do núcleo familiar a priori foi
composta por um homem e uma mulher. Mais tarde, acrescentou-se ao casal os
filhos gerados dessa união. A partir do nascimento dos primeiros filhos, a
família tornou-se o primeiro sistema social no qual o ser humano é inserido. A
primeira família, formada apenas por duas pessoas, tomou-se numerosa por meio
dos filhos que, ao serem gerados, se inseriram ao núcleo familiar assumindo
diversos papéis dentro do sistema: filho, irmão, neto, primo, etc. A família
não foi criada, portanto, como um sistema fechado, mas dinâmico, e, com o
passar do tempo, o número de seus membros foi aumentando gradativamente, e
destes formando novos núcleos familiares ligados por consanguinidade e
afinidade. Para mencionar mais uma vez Lévi-Strauss, este considerava que o
grupo familiar tem sua origem no casamento. Este núcleo é constituído pelo
marido, pela mulher e pelos filhos nascidos dessa união, bem como por parentes
afins aglutinados a esse núcleo. No contexto desse sistema familiar, cada
membro do grupo passa por uma série de funções ou papéis sociais determinados
tanto por fatores exógenos, que estão ligados aos cenários sociais próximos a
ele, como por endógenos, ligados a idade, sexo e maturação psicológica"
(BENTHO, Esdras Costa. A Família no
Antigo Testamento: História e Sociologia. Rio de Janeiro: CPAD, 2011,
pp.25-26).
III. PRINCÍPIOS
BÁSICOS
1. Casamento. É a mais fundamental de todas as relações sociais. Trata-se
da união íntima e verdadeira entre duas pessoas de sexos opostos que manifestam
publicamente o desejo de viverem juntas mediante um pacto solene e legal. Não
existe no universo, entre os seres vivos inteligentes, uma intimidade maior do
que a que existe entre marido e mulher, exceto apenas entre as três Pessoas da Trindade.
Deus estabeleceu a família para companheirismo mútuo e felicidade, para uma
convivência amorosa. A declaração: "Portanto, deixará o varão o seu pai e
a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne" (Gn 2.24-),
apresenta três princípios básicos sobre o casamento: monogamia (l Co 7.2),
heterossexualidade (Gn 4.1,25) e indissolubilidade (Mt 19.6). [Comentário: As
uniões conjugais na antiguidade passaram por um processo de desenvolvimento ao
longo dos tempos. De uma fase bem simples, na qual o noivo apenas levava sua
noiva para a tenda (Gn 24.67), “evoluíram” para cerimoniais bem mais
elaborados, com festas que duravam uma semana. Também teve avanço no que diz
respeito à sexualidade; pois, segundo Winters, a ética sexual procriativa e dentro
do casamento nasceu da necessidade de mais mão de obra, ou seja, pela
dificuldade oriunda da necessidade do cultivo cada vez mais intensivo da terra
e suas peculiaridades, o casamento passa a ser valorizado e “utilizado” com
fins de procriação e de manutenção da casa15.] 15. WINTERS,
Alicia. A Mulher no Período Pré-Monárquico. In: RIBLA. n.15. 1993 p. 19
2. Monogamia. O termo diz respeito às sociedades que adotam o princípio
do casamento de um homem com uma única mulher e vice-versa, conforme estabelecido
pelo Criador. As palavras "e apegar-se-á à sua mulher" (v.24) apontam
para o princípio monogâmico; o texto não diz "às suas mulheres", mas,
pelo contrário, "à sua mulher". Essa verdade expressa o pensamento
bíblico (l Co 7.2; l Tm 3.2). [Comentário: Monogamia - grego μονογαμία - Casamento com uma só
parceira(o). mono – 1. Embora a poligamia fosse praticada durante algum tempo
no AT, ela só poderia ser aceita pelos ímpios. Ela negava o principio do marido
e a esposa serem uma única carne (Gn 2.24; Mt 19.5), e levou a muitos problemas
conjugais. Tanto Abraão como Jacó sofreram muitas tristezas por causa disso (Gn
21.9ss.; 30.1-24), e Davi e Salomão se desviaram por causa de suas esposas
pagãs (2 Sm 5.13; 1 Rs 11.1-3). Somente através da monogamia é possível evitar
o ciúme dentro da família e ilustrar corretamente o relacionamento de Cristo
com o crente (Ef 5.23ss.). O modelo de família do AT é monogâmico: A aparição
de exemplos que divergem da afirmação acima, como os casos de Abraão, Jacó,
Davi, Salomão e outros, não negam a verdade de que a família do Antigo
Testamento seja uma família monogâmica. Isto porque a base de sustentação dessa
verdade é a intenção original de Deus e, neste sentido, vamos perceber que Deus
formou uma família no padrão mais comum, como o conhecemos hoje, onde pai, mãe
(marido e mulher) e filhos coabitam em harmonia na busca de satisfação pessoal
e da vontade divina. A família monogâmica, aquela em que o homem é marido de
uma só mulher e vice-versa, origina-se no Gênesis. Quando percebeu que o homem
estava só, embora os animais criados por Deus tivessem sido dados a Adão para
cuidar, dar nomes e sobreviver, constatou-se que faltava alguma coisa:
"mas para o homem não se achava ajudadora idônea" (Gn 2.20). Com
certeza, a falta de uma companheira pesa muito no preenchimento das
necessidades do homem. Deus, porém, criou uma mulher só. Adão precisava de uma
companheira, portanto Eva era suficiente. Aprendemos então que basta um casal
para povoar a terra. É a lei da multiplicação divina, pela reprodução saudável
de seres que vivem debaixo da graça de Deus. A bigamia de Abrão (Sara e Agar)
conforme Gênesis 16.1-16; de Elcana (Ana e Penina) conforme 1Samuel 1.1-8; bem
como a poligamia de Jacó, neto de Abrão (Léia, Raquel, Zilpa e Bila) conforme
Gênesis 29.21-30.24 e dos reis: Davi, conforme 2 Samuel 5.13-16 e Salomão
conforme 1Reis 11.1-13 não são parâmetro para aprovação por parte de Deus deste
tipo de comportamento. O que se percebe é que houve uma tolerância por parte de
Deus para com as escolhas humanas. O fato de alguns homens bíblicos possuírem
duas mulheres (bigamia) ou várias (poligamia), não é indicativo de que Deus
aprova tal prática. Se houve tolerância conforme vemos no Antigo Testamento a
uma prática diferente da monogamia, por outro lado, percebe-se o quanto isto
trouxe sérios prejuízos não só para os relacionamentos envolvidos, mas também
para a nação como um todo16.] 16. http://webartigos.com/artigos/familia-15-conceito-de-familia-no-antigo-testamento/2781#ixzz4sgKfGfR6
3. Heterossexualidade. Um dos propósitos divinos na criação do homem e da mulher é
a procriação, visando a conservação dos seres humanos na terra: "[...]
macho e fêmea os criou. E Deus os abençoou e Deus lhes disse: Frutificai, e
multiplicai-vos, e enchei a terra" (Gn 1.27,28). Quando Deus formou a
mulher da costela de Adão, a Bíblia afirma: "[...] deixará o varão o seu
pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher" (Gn 2.24). Isso mostra que a
diferenciação dos sexos assegura as particularidades de cada um na união
conjugal, postura necessária à formação do casal. O homem se une sexualmente a
sua esposa, como resultado do amor conjugal, não só para procriar, mas para uma
vivência afetuosa, agradável e prazerosa (Pv 5.18). O relacionamento sexual
aprovado na Bíblia é o de um homem e de uma mulher dentro do matrimônio. O pai
e a mãe são o referencial para a formação tanto do menino quanto da menina.
Acima de qualquer exemplo, o comportamento estabelecido para o homem e para a
mulher deve vir da Palavra de Deus. [Comentário: Segundo Marisa Lobo, em sua coluna no Gospel Mais,
essa ‘ditadura gay’ existe e está para “desconstruir a família tradicional e
com isso afetar o cristianismo”. Marisa Lobo afirma que a sociedade está sendo
pressionada por uma militância ideológica política de gênero (gay) com a ajuda
da mídia e de políticos em busca de votos. “Convencendo a população e a nós
mesmos que nosso Deus é homofóbico, nossa Bíblia é homofóbica, nós cristãos
somos homofóbicos, e com a ajuda de nossa omissão, nossa hipocrisia, falta de
conhecimento e humildade em reconhecer aqueles que ajudam e enfrentam essas
causas”17. A concepção de casamento é monogâmica e
heterossexual: A fidelidade deve reger a vida conjugal, de modo que a poligamia
e o adultério são claramente contra a vontade divina. A natureza divina
estabelece a heterossexualidade do casamento, de modo que os casamentos
homoafetivos são contrários a natureza da Lei de Deus. Por isso a
homossexualidade é abominável diante do Rei Onipotente e atrai a ira de Deus
sobre aqueles que a praticam. Aos indivíduos que sentem atração indesejada por
pessoas do mesmo sexo, não estarão pecando se resistirem, pela graça de Deus, a
seus impulsos e desejos homossexuais, optar pelo celibato18.
Ao invés de se ter um entendimento próprio da sexualidade humana, é preciso
voltar à origem da humanidade. No princípio Deus criou um homem (Adão) e uma
mulher (Eva). Deus não criou dois homens (e.g., Adão e Antônio) ou duas
mulheres (e.g., Eva e Tereza). Deus criou primeiro Adão do pó da terra; Então
criou Eva da costela de Adão. Eva foi criada para ser esposa de Adão. A Bíblia
diz que eles estavam nus e contudo não se envergonhavam. A criação de Deus de
um homem e uma mulher para serem marido e esposa é o padrão ou paradigma para a
sanção de Deus das relações sexuais normais, morais e abençoadas. “A união do
matrimônio é ordenada por Deus, e estes preceitos sagrados não devem ser
poluídos pela intromissão de uma terceira parte, de qualquer sexo” (F.F.
Bruce). Jesus Cristo citou Gênesis 2.24 como uma prova clara de que a poligamia
(ter mais de uma esposa) e o divórcio (exceto em caso de adultério) são
condenados por Deus (Mt 19.5). O apóstolo Paulo, escrevendo sob inspiração do
Espírito Santo, disse que há somente uma saída moral e legítima para o caminho
deixado por Deus para o sexo – o casamento (1Co 7.2). Monogâmico e
heterossexual, o casamento é a única maneira de se ter sexo sem pecado e culpa.
“Honrado entre todos seja o matrimônio, e o leito [matrimonial] sem mácula; mas
Deus irá os fornicadores e adúlteros” (Hb 13.4 [todas as versões NKJV]).
Qualquer coisa contrária a ordenança da criação do casamento entre um homem e
uma mulher é pecaminoso e inaceitável perante Deus. A Bíblia condena toda
atividade sexual fora do casamento monogâmico e heterossexual: homossexualismo,
sexo antes do casamento, poligamia, adultério, bestialismo e assim por diante.
“Não deixeis que vos enganem com palavras vãs,” diz Paulo, “porque é em razão
destas coisas sobrevêm a ira de Deus sobre os filhos da desobediência” (Ef 5.6)19.] 17. http://www.cacp.org.br/heterossexualidade-nao-e-natural/ 18. https://bereianos.blogspot.com.br/2016/04/a-cosmovisao-biblica-respeito-do.html
4. Indissolubilidade. A natureza indissolúvel do casamento vem desde a sua
origem: "e serão ambos uma só carne" (v.24b). O Senhor Jesus Cristo
disse que essa passagem bíblica significa a indissolubilidade do casamento (Mt
19.6). O voto solene de fidelidade um ao outro "até que a morte os
separe", que se ouve dos nubentes numa cerimônia de casamento, não é mera
formalidade (Ml 2.14). O casamento só termina pela morte de um dos cônjuges (Rm
7.3), pela infidelidade conjugal (Mt 5.32; 19.9) ou pela deserção por parte do
cônjuge descrente (l Co 7.15). [Comentário: O ideal de Deus é a indissolubilidade do casamento. O
casamento é para sempre. Este é o ideal de Deus. A recomendação de Jesus é
bastante clara: "Porquanto o que Deus ajuntou, não o separe o homem"
(Marcos 10.9); "Assim já não são mais dois, mas um só carne. Portanto o
que Deus ajuntou, não o separe o homem" (Mateus 19.6). Fiel ao propósito
da indissolubilidade da união conjugal, Jesus aboliu a lei mosaica que, por
causa da maldade humano, acabou admitindo o divórcio por razões banais. À
permissão mosaica, Jesus contrapôs um de seus divinos "eu, porém, vos
digo". Além de ser injusta para com a mulher, que não tinha direito algum
para se divorciar, a lei judaica banalizara o casamento, nos seguintes termos:
"Se um homem casar-se com uma mulher e depois não a quiser mais por
encontrar nela algo que ele reprova, dará certidão de divórcio à mulher e a
mandará embora. Se, depois de sair da casa, ela se tornar mulher de
outro homem, e este não gostar mais dela, lhe dará certidão de divórcio, e a
mandará embora. Ou se o segundo marido morrer, o primeiro, que se divorciou
dela, não poderá casar-se com ela de novo, visto que ela foi contaminada. Seria
detestável para o Senhor. Não tragam pecado sobre a terra que o Senhor, o seu
Deus, lhes dá por herança" (Deuteronômio 24.1-4). Jesus reconhece o
esforço de Moisés, ao procurar preservar a mulher. Naquela época, uma mulher
separada, quer dizer, abandonada, não tinha sequer como sobreviver, porque a
sua sobrevivência se dava no interior do casamento. Diante de situações concretas,
Moisés queria que, pelo menos, diante do inevitável, que a mulher pudesse ficar
liberada para um novo casamento. Jesus também tem o mesmo interesse e, por
isto, é ainda mais radical, sempre pensando na proteção das mulheres. “Foi
dito: ‘Aquele que se divorciar de sua mulher deverá dar-lhe certidão de
divórcio’. Mas eu lhes digo que todo aquele que se divorciar de sua mulher,
exceto por imoralidade sexual, faz que ela se torne adúltera, e quem se casar
com a mulher divorciada estará cometendo adultério" (Mateus 5. 31-32).
Longe da banalização verificada na prática do Antigo Testamento, o Novo
Testamento admite a existência de situações absolutamente extremas e totalmente
fora da vontade de Deus em que o divórcio é admissível. Há, portanto, cláusulas
de exceção à indissolubilidade. Estas cláusulas são apresentadas em decorrência
do pecado humano20.]
SUBSÍDIO DIDÁTICO
Prezado professor, prezada professora, reproduza o
esquema abaixo na lousa ou em cópias:
CASAMENTO
|
|
MONOGAMIA
|
|
HETEROSSEXUALIDADE
|
|
INDISSOLUBILIDADE
|
|
Após expor o tópico, solicite aos alunos que
respondam com as próprias palavras o conceito de cada vocábulo. Enquanto eles
respondem, vá preenchendo a outra coluna do quadro. Em seguida, discuta com
eles as implicações da defesa desses princípios diante de uma sociedade cada
vez mais liberal nesses valores.
IV. O
DESAFIO DA IGREJA
1. Institucionalização da
iniquidade. A tendência humana
é desafiar a Deus em tudo; isso vem desde a Torre de Babel (Gn 11.4) e vai
continuar até o final dos tempos. E com a sagrada instituição da família não é
diferente, uma vez que Deus a instituiu como união entre um homem e uma mulher
(Gn 2.24; 1.27,28), o atual sistema de coisas quer institucionalizar a
iniquidade ao considerar legítima diante de Deus a união de pessoas do mesmo
sexo. É ir longe demais, em uma verdadeira afronta a Deus (Lv 18.22; 20.13). A
Bíblia condena a prática homossexual, ou pecado de Sodoma, para usar o termo
bíblico (Dt 23.17; Jd 7). O avanço dessa prática é um dos sinais do fim dos
tempos (Lc 17.28-30). A Bíblia condena de maneira direta tal estilo de vida (Rm
1.26,27; l Co 6.10; l Tm 1.9,10). [Comentário: Sabemos
que a moral determina a ética, e da mesma forma se retirando o fator moral, ou
mudando seu conceito, teremos um comportamento ético também afetado. Sem Deus,
que é o fator determinante para moralidade, os indivíduos numa sociedade são
por outra regra: o situacionismo. No situacionismo, as decisões não são
determinadas por uma moral absoluta, mas pela conveniência do momento. Por
exemplo: a verdade só é verdade para uma situação, e pode não ser mais verdade
em outra situação! No situacionismo político, o divórcio, o casamento gay, a
profissionalização da prostituição, o aborto, a liberação das drogas, etc., são
temas contrabalanceados não por uma Moral Divina, mas conveniências de
situações. O que é mais vantajoso? O que vai gastar menos nos cofres
públicos? Ou, o que vai angariar mais votos? Jesus disse que um dos
sinais dos últimos dias seria o aumento da iniquidade. Ele disse: “E, por se
multiplicar a iniquidade, o amor se esfriará de quase todos” (Mt 24:12).
Observa que Jesus destaca o amor das pessoas se esfriando diante do aumento da
iniquidade. E não é isso que estamos vivendo no Brasil?! Indiferença...
Alienação... Depravação. Onde a iniquidade impera, o amor se esfria! Jesus não
minimiza a questão. Ele diz que quase todos seriam afetados. Isso não descarta
a possibilidade de até alguns crentes se deixarem levar pela frieza e dureza de
coração21.]
2. A inversão de valores. O que se vê hoje é a tentativa de tornar o errado certo e o
certo, errado (Is 5.20). O mundo atual está invertendo os valores em busca do
hedonismo, ou seja, a procura indiscriminada do prazer, gozo sensual, deleite
sexual (l Jo 2.16). Mas essas autoridades vão prestar contas de tudo isso (Is
10.1). Esse também era o desafio da Igreja do período apostólico. O apóstolo
Paulo denunciou também essa inversão de valores, dizendo que "mudaram a
verdade de Deus em mentira, adorando e servindo a criatura em lugar do Criador,
o qual é bendito eternamente. Amém!"(Rm 1.25; ARA). [Comentário: Atualmente,
tem havido uma “inversão” de valores: a ética e a moral cristãs, antes
aprovadas pela sociedade, vêm sendo sistematicamente substituídas por
princípios amorais mundanos (Is 5.18-25; Cl 2.8). Em 2 Pedro 1.3-10, a Palavra
de Deus estabelece os princípios éticos, as virtudes e valores necessários à
boa conduta dos filhos de Deus. O pluralismo reconhece que há uma
multiplicidade de culturas, religiões e posições éticas e morais conflitantes.
Essa doutrina filosófica, todavia, diz que essas posições contraditórias podem
coexistir, como se cada uma delas trouxesse uma parte da verdade e, nenhuma, a
verdade completa ou absoluta. Assim, a verdade encontra-se em cada sistema religioso,
filosófico ou moral. Então, segundo esse pensamento, o cristianismo traz uma
parte da verdade, o budismo outra e assim sucessivamente. Segundo o pluralismo,
assumir e respeitar diferentes valores em uma sociedade em constante mudança é
uma manifestação de empatia e tolerância com o outro. O mundanismo faz
constante oposição à igreja e aos valores cristãos (Tg 4.4; 1 Jo 2.15-17). A
sociedade organizada e rebelada contra Deus, tem estabelecido suas próprias
leis, sem a menor consideração aos mandamentos divinos. O que temos visto,
infelizmente, é o sagrado e o religioso curvarem-se ante o profano e o secular,
até mesmo em certas denominações evangélicas22.]
SUBSÍDIO VIDA CRISTÃ
“Os Apelos da
Consciência
O apóstolo Paulo entendeu a ligação entre uma
consciência cristã e uma mente espiritual. Ele escreveu: 'Mas o que é
espiritual discerne bem tudo, e ele de ninguém é discernido. Porque quem
conheceu a mente do Senhor, para que possa instruí-lo? Mas nós temos a mente de
Cristo' (1 Co 2.15,16). 0 cristão que tem a mente de Cristo conhece a sua
vontade e seu propósito, por isso ele aprende a viver com uma consciência dos
valores morais e espirituais estabelecidos por sua Palavra. Quando praticamos
alguma ação, dizemos uma palavra, pensamos algo ou adotamos alguma atitude,
devemos agir com uma mente espiritual. Ao avaliar essas várias situações, nossa
consciência acenderá sua luz verde ou vermelha, concordando ou discordando;
acusando ou defendendo. 0 julgamento da consciência será de acordo com o senso
de justiça que a estiver dominando, se estiver purificada, jamais ela
concordará com o erro; se contaminada, ela não conseguirá julgar corretamente.
Devemos sempre comparar nossas ações à luz da justiça que a Bíblia apresenta.
Nossas ações devem corresponder à uma consciência baseada na Palavra de Deus (2
Tm 3.16,17)" (CABRAL, Elienai. A
Síndrome do Canto do Galo: Consciência Cristã. Um desafio à ética dos
tempos modernos, l.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2000, p.134).
CONCLUSÃO
Diante do exposto, entendemos
que Deus criou o homem e a mulher para ser mutuamente dependentes, entretanto,
cada um em sua particularidade, para juntos, com os filhos, "a herança do
Senhor", formarem um núcleo familiar. Essa é, então, a primeira estrutura
social humana.
[Comentário: Os valores cristãos estão pautados nas Sagradas
Escrituras e são opostos aos do mundo. Enquanto cremos na existência de um só
Deus, cujas leis regem não apenas o Universo, mas nossas vidas, planos e
vontades, a cultura mundana nega a existência do Altíssimo, e seus adeptos
vivem como se o Senhor realmente não existisse (Sl 14.53). Atualmente, em
algumas sociedades, já se aceita a união entre pessoas do mesmo sexo. A Bíblia
é implacável neste caso: “Vocês não sabem que os perversos não herdarão o Reino
de Deus? Não se deixem enganar: nem imorais, nem idólatras, nem adúlteros, nem
homossexuais passivos ou ativos... herdarão o Reino de Deus” (1 Co 6.9-10 –
NVI). Quanto à família, as virtudes cristãs estão sendo substituídas por
valores anticristãos: filhos que não respeitam os pais; pais permissivos quanto
à moralidade; e a substituição do culto à moralidade; e a substituição do culto
doméstico por entretenimentos perniciosos etc. Como Igreja do Senhor, temos a
obrigação viver e ensinar os mais elevados princípios éticos e morais do Reino
de Deus (Lv 20.7; 1 Pe 1.16). A verdadeira mensagem do evangelho não se
conforma aos discursos politicamente corretos, mas aos elevados padrões da
santidade divina (Mt 5.20; 48; 1 Tm 3.15; 6.11). Os elevados preceitos exarados
na Palavra de Deus são imutáveis e servem de regra para orientar os homens em
todas as gerações (Is 30.21; Mt 24.35; 2 Tm 3.16). Esses valores são
insubstituíveis, e devem ser coerentes com o testemunho cristão – a igreja deve
viver o que prega e pregar o que vive Fonte: Casa Publicadora das Assembléias
de Deus] “... corramos, com perseverança, a carreira que
nos está proposta, olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus
...” (Hebreus 12.1-2)
Francisco Barbosa
Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br
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