COMENTÁRIO E SUBSÍDIO I
INTRODUÇÃO
O Novo Testamento não apresenta um manual de liturgia e nem estabelece regras de cultos. Mas, temos pelo menos uma comunidade cristã do período apostólico que pode dar indicações sobre como devemos organizar o culto: a igreja de Corinto, descrita no capítulo 14 de 1 Coríntios. Com base nesse exemplo, vamos estudar como deve ser nosso culto e os elementos para que ele seja aceitável a Deus. – Atualmente há religião para todos os gostos, sempre foi assim, mas ultimamente têm aparecido criatividades exóticas que chamam atenção até mesmo de público não cristão. Há comunidades religiosas que visam a atender os mais diversos anseios das pessoas e cujas liturgias são adaptadas para vários segmentos da sociedade. São movimentos que não têm compromisso com convenções, não têm tradição e nem história, e seus líderes são praticamente donos dessas instituições e por isso suas mensagens, músicas e forma de adoração são preparadas para agradar o cliente. Alguns desses excessos, às vezes, respingam em nosso meio, daí a necessidade de estudar o assunto. A reverência na casa de Deus não é sinônimo de formalismo, e os nossos cultos combinam os aspectos espontâneos e reverentes.
I. O CULTO
PENTECOSTAL: liberdade e reverência
O cristianismo não tem o
objetivo de padronizar o mundo e nem destruir as culturas; sua mensagem, porém,
é universal. No dia do triunfo de Cristo e da Igreja, cada povo ou etnia se
apresentará louvando a Deus na sua própria tradição. Isso se reflete na forma
de adoração desenvolvida ao longo dos séculos.
1. A flexibilização
cristã. A religião cristã é flexível quanto à forma de
adoração e permite várias liturgias. Todos os ramos do cristianismo, incluindo
os cristãos nominais, têm sua forma distintiva de culto, desde o cerimonialismo
ornamental das igrejas Católica Romana, Ortodoxas e algumas Protestantes, ao
modelo simples dos evangélicos, principalmente os pentecostais. Não se deve
associar o rigor da liturgia do culto judaico com os vários sistemas de cultos
cristãos, nem engessar o ritual cristão em nossos templos, mas essa
flexibilidade tem limites, e por isso deve haver respeito pela estrutura já
existente (1 Co 14.40)
2. O culto. O termo “culto” é sinônimo de adoração. O nosso enfoque é no sentido de
adoração. Essa palavra é uma tradução do grego latreia, “serviço, adoração”, do
verbo latreuo, “servir, prestar culto, adorar” (Mt 4.10). A Septuaginta emprega
latreia para traduzir o hebraico avodá, “serviço, culto” (Êx 25.25,26; 13.5).
Essa palavra aparece com esse sentido três vezes no Novo Testamento (Rm 9.4;
12.1; Hb 9.1). O que queremos dizer com a expressão “culto pentecostal” é a
nossa liturgia, isto é, a forma como adoramos a Deus.
3. A reverência no culto. A adoração a Deus é o momento mais sublime na vida humana, significa
essencialmente o reconhecimento, a celebração e a exaltação da majestade
divina. Por isso deve ser oferecida com reverência: “faça-se tudo decentemente
e com ordem” (1 Co 14.40). O apóstolo está se referindo ao culto de adoração. O
culto é o diálogo de Deus com o seu povo, é um momento de reverência. Havia
acima do púlpito do templo sede da Igreja AD de Jundiaí o versículo “Guarda o
teu pé, quando entrares na Casa de Deus” (Ec 5.1). Alguém duvidaria que, se o
rei Salomão vivesse em nossos dias, a mensagem seria: “desliga o teu celular
quando entrares na Casa de Deus”? A adoração é momento de conexão com o céu e
não com a Internet.
Quando Jesus
respondeu aos questionamentos da mulher samaritana sobre o lugar em que se deve
adorar a Deus, ele deixou claro a adoração verdadeira, ou seja, “em espírito e
em verdade” (Jo 4.24). Ele estava se referindo a como e não onde adorar. Era uma
questão de reverência, respeito, temor, que se deve por ocasião do culto e não tinha
a ver com o lugar da adoração. Havia diversas sinagogas espalhadas em Israel, e
Jesus participava da adoração a Deus nelas sem restrição alguma, assim como
fazia o mesmo no templo de Jerusalém (Mt 4.23; 9.35; Lc 4.15-28; Jo 6.59;
18.20). – Não temos informações sobre a liturgia das igrejas nos tempos apostólicos,
e nem o Novo Testamento estabelece modelo ou qualquer forma litúrgica de adoração,
e isso parece não ter sido a preocupação do Espírito Santo. Sabemos como era o
ritual da sinagoga, pois alguns detalhes estão no Novo Testamento, como a presença
de Jesus na sinagoga de Nazaré, Lucas 4; e, do apóstolo Paulo na sinagoga de
Antioquia da Pisídia, Atos 13. Além disso, todo o ritual da sinagoga foi
preservado até nos detalhes ao longo dos séculos pelos judeus. Temos em 1 Coríntios
14 uma amostragem incompleta de culto, onde se revelam alguns lampejos do
culto. A Didache¯ é um breve documento do segundo século
de autoria desconhecida que mostra um pouco da vida da comunidade cristã e fala
em poucas palavras sobre a oração, o jejum, o batismo, a Ceia do Senhor, mas não
descreve a liturgia. Justino, o Mártir, que viveu neste mesmo período, nos
mostra como era a adoração cristã no segundo século, mas não descreve a
liturgia local e da época. Ele relata que os cristãos se reuniam aos domingos e
o culto público consistia na leitura bíblica, oração, pregação e louvor, diz: “aí
se leem. as memórias dos apóstolos ou os escritos dos profetas. Quando o leitor
termina, o presidente faz uma exortação e convite para imitarmos esses belos
exemplos. Em seguida, levantamo-nos todos juntos e elevamos nossas preces” (Apologia
I 67.35). Depois disso, acrescenta, era celebrada a Ceia do
Senhor e distribuída ajuda aos irmãos necessitados. Essa informação, além de não
acrescentar muito, parece ser uma prática local. – Outra fonte de informações
litúrgicas da antiguidade é a obra da peregrina Etéria. Em um relato de sua
peregrinação às terras bíblicas por volta do ano 380, ela descreve com abundância
de detalhes os rituais da igreja de Jerusalém, na Basílica do Santo Sepulcro,
naquela geração. Estamos falando da época de Cirilo de Jerusalém e de sua
jurisdição eclesiástica. Apesar de não se conhecer como eram realizados os
cultos e as reuniões das igrejas nos primeiros séculos, o relato de Etéria nos
surpreende pelos detalhes e pela estrutura litúrgica. Ela conta como funcionam
os serviços, que são diários, pelo menos durante a quaresma e a Páscoa,
incluindo jejuns, batismo, celebração da Ceia do Senhor. – Liturgia é a adoração
pública. O termo vem do grego leitourgia, usado para
descrever um ato de serviço público. A Septuaginta emprega essa palavra com
referência às atividades sagradas dos sacerdotes levitas, geralmente traduzida
por “ministério, serviço” (Nm 8.22, 25; 18.4). No Novo Testamento, ela aparece
com o mesmo sentido (Lc 1.23; Hb 9.21), e o verbo leitourgeo¯
é usado para identificar o culto cristão (At 13.2). O termo leitourgia
se aplica, também, às obras sociais no Novo Testamento (2 Co
9.12). – O termo “culto” é sinônimo de adoração. Há pelo menos cinco palavras
gregas no Novo Testamento pertencentes ao mesmo campo semântico. A principal
delas é o verbo proskynéo¯ , “adorar, prestar homenagem”, que
aparece 60 vezes no Novo Testamento; em seguida, vem o verbo latréuo¯
, “servir, prestar culto, adorar” (Mt 4.10), ele parece 21
vezes, de onde vem o termo latréia, “serviço, adoração”
(Jo 16.2; Rm 9.4; 12.1; Hb 9.1, 6). A Septuaginta emprega latréia para traduzir o
hebraico ‘avodá, “serviço, culto” (Êx 12.25,26; 13.5). Outra
palavra é o verbo sebomai, cujo significado é mais amplo, está dentro do
mesmo campo semântico “adorar” (Mt 15.9; Mc 7.7), mas traz também a ideia de
ser piedoso, religioso (At 13.43, 50; 17.4, 17), temente a Deus, servir a Deus
e outros termos similares. Aparece dez vezes. O verbo eusebéo¯
só aparece duas vezes e significa “ter ou mostrar profundo
respeito, piedade” (At 17.23; 1 Tm 5.4). E, finalmente, sebázomai, “adorar”, uma
só vez (Rm 1.25). – Das 60 vezes que o verbo proskyneo aparece, apenas
duas vezes parece indicar reverência, homenagem ou deferência (Mt l8.26; Ap
3.9). Nas demais passagens se refere à adoração, que pode ser adoração
verdadeira (Jo 4.20-24; Hb 1.6) e também à adoração falsa (At 7.43; Ap 9.20). A
Septuaginta emprega proskyneo para traduzir o verbo hebraico hishtah.
avá, da raiz h. avah, “prostrar-se,
inclinar-se, adorar”, no Antigo Testamento. Esse verbo também é usado em referência
ao antigo hábito oriental de se prostrar diante de uma pessoa, com reverência,
no caso de Natã e Batseba, diante do rei Davi (1 Reis 1. 16,23). Essa prática não
estava mais em uso no período do Novo Testamento (talvez para não se confundir
com a adoração). Cornélio se prostrou diante de Pedro, que foi corrigido de
imediato. Pedro o alertou de que era homem, pois tal prática é reservada
somente a Deus (At l0.25); a mesma coisa aconteceu quando o apóstolo João se
prostrou diante do anjo (Ap 22.9). À luz da Bíblia, podemos definir adoração
como serviço sagrado, culto ou reverência a Deus por suas obras (Sl 92.1-5) e pelo
o que ele é (Sl 100.1-4). Não há diferença entre “servir” e “adorar” e nem de “prostrar-se”
e “adorar”.
SUBSÍDIO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO
Procure relacionar Liberdade e
Reverência no culto, conscientizando os alunos acerca da importância de
participarem do culto ao Senhor sob o Espírito de Deus e com reverência.
É verdade que em muitos lugares
encontramos certa falta de reverência nos cultos. Isso de fato é um problema.
Mas é possível amenizá-lo, e até solucioná-lo, com uma boa conversa, ensino e
conscientização. Não há melhor lugar para isso do que em uma classe da Escola
Dominical. Você é um instrumento que Deus colocou ali para fazer exatamente
isso.
Ore para que Ele te dê
estratégias para tratar sobre esse assunto com amor e cuidado. Aproveite o
término da exposição desse tópico para uma conversa mais informal a fim de
conscientizar a classe sobre a importância de um culto reverente e na liberdade
do Espírito.
II. O CENTRO DO CULTO PENTECOSTAL
Igreja é toda congregação ou
assembleia que se reúne em torno do nome de Jesus Cristo como Senhor e
Salvador, professando fé nEle publicamente e de forma diversificada.
1. O centro da nossa
adoração. Alguns opositores da obra
pentecostal costumam nos acusar de em nossos cultos darmos ênfase ao Espírito
Santo acima de Jesus. É uma maneira sutil de nos chamar de montanistas.
Trata-se de uma interpretação equivocada a nosso respeito. O Senhor Jesus é o
centro da nossa adoração e da mensagem pregada pelas Assembleias de Deus. Os
crentes se reúnem em nome de Jesus para adoração ao Deus trino. A Declaração de
Fé das Assembleias de Deus diz que “reunimo-nos como corpo de Cristo para
adoração pública ao Deus Trino”. Esse é o padrão ensinado nas Escrituras:
“Porque nós é que somos a circuncisão, nós que adoramos a Deus no Espírito, e
nos gloriamos em Cristo Jesus, e não confiamos na carne” (Fp 3.3 – Nova Almeida
Atualizada).
2. Um culto vibrante no poder do
Espírito. O assunto de 1 Coríntios 14 é a
adoração. A expressão paulina “quando vos ajuntais” (v.26) se refere aos
cultos. A exortação paulina à comunidade cristã de Corinto nos ensina muita
coisa sobre o culto, entre elas que o culto não era entediante e nem consistia
num pregador falando para um rebanho atento e silencioso, pois havia uma
interação dinâmica de compartilhar e receber. Os crentes não eram espectadores,
mas participantes do culto. Nada há na instrução paulina (vv.26-32) que indique
ser essa manifestação dos dons restrita à liderança. O contexto sugere a
participação dos crentes em geral.
3. Característica
pentecostal. Os primitivos cultos eram
espontâneos e diferentes das reuniões das sinagogas, embora muitas
características viessem delas (Tg 2.2). A liturgia dos cultos constava de
oração e cântico (1 Co 14.15); o louvor parte da adoração a Deus desde os
tempos antes dos séculos até a consumação dos séculos (Jó 38.7; Ap 7.9). A
leitura e exposição das Escrituras Sagradas aparecem como elementos do culto
cristão em outra fonte paulina: “Persiste em ler, exortar e ensinar” (1 Tm
4.13). Esta instrução é uma referência à leitura pública. As ofertas são partes
da adoração bíblica desde os tempos do Antigo Testamento (Dt 26.10; 1 Co
16.1,2; 2 Co 9.7). O objetivo delas é levar avante a obra de Deus enquanto a
igreja estiver na terra.
O cristianismo
não tem o objetivo de padronizar o mundo e nem destruir as culturas, sua
mensagem, porém, é universal. No dia do triunfo de Cristo e da igreja, cada
povo ou etnia se apresentará louvando a Deus na sua própria tradição. O cântico
dos salvos em Apocalipse 5 mostra pessoas de todas as tribos, línguas e povos
da terra, cada um na sua cultura, na sua forma de adoração ao Deus verdadeiro.
Isso se reflete na forma de adoração desenvolvida ao longo dos séculos. A
religião cristã é flexível quanto à forma de adoração e permite várias
liturgias. Todos os ramos do cristianismo, incluindo os cristãos nominais, têm
sua forma distintiva de culto, desde o cerimonialismo ornamental das igrejas
Católica Romana, Ortodoxas e algumas Protestantes ao modelo simples dos evangélicos,
principalmente os pentecostais. Não se deve associar o rigor da liturgia do
culto judaico com os vários sistemas de cultos cristãos, nem engessar o ritual
cristão em nossos templos, mas essa flexibilidade tem limites por isso deve
haver respeito pela estrutura já existente (1 Co 14.40).
O Senhor Jesus
Cristo é o centro da nossa adoração. Há sempre entre aqueles críticos que
costumam desafiar os pentecostais, que ousam nos acusar da ênfase do Espírito
Santo acima de Jesus em nossos cultos. O Pr. George Wood, então presidente da
Convenção Americana das Assembleias de Deus, numa entrevista à revista Christianity
Today, edição de 29 de junho de 2015, na resposta explicou e
esclareceu a posição de Jesus em reuniões assembleianas nos Estados Unidos. A
nossa fé no Deus trino e uno é conforme declara o Credo de Atanásio, como a
deles também, suponho.
A igreja, no
sentido completo da palavra, é toda congregação ou assembleia que se reúne em
torno do nome de Jesus Cristo como Senhor e Salvador, professando sua fé nele
publicamente e de forma diversificada, aberta a todas as pessoas. Sendo a
realização de batismo e as celebrações da Ceia do Senhor nas reuniões específicas.
Temos essa promessa diretamente Dele: “Porque, onde estiverem dois ou três
reunidos em meu nome, ali estou no meio deles” (Mt 18.20); “E eis que estou com
vocês todos os dias até o fim dos tempos” (Mt 28.20). Ele está presente na
igreja por meio do Espírito Santo.
O que nos
distingue das igrejas não pentecostais é a forma de condução do culto e não os
pontos principais da fé cristã, que são os mesmos. Eles têm a salvação em
Cristo, como nós temos, mas muito deles não têm essas promessas pentecostais
porque não acreditam nelas como nós cremos. Não somos diferentes dos primitivos
cristãos e podemos ver no Novo Testamento alguns lampejos do que acontece em
nossas reuniões. Os cultos nos tempos apostólicos eram espontâneos, não há
indicação no Novo Testamento de protocolo ou ordem litúrgica inflexível. Esse
modelo se mantém entre nós atualmente como característica dos cultos pentecostais.
As Escrituras
nos ensinam que a vida cristã reflete o caráter de Cristo em nossa vida. Este
estilo de vida é pautado pela prudência, sabedoria, sensatez, entendimento das
coisas do Espírito, alegria e ações de graças. Todos nós temos consciência da
nossa responsabilidade sobre a missão da igreja: testemunhar (martyria) do evangelho.
Fazemos isso por meio da kerygma, “proclamação”
e convite; koinonia, “comunhão”, na comunidade; diakonia, “serviço”; leitourgia,
sistema de adoração pública e didaskalia, “ensino”, formação
e discipulado. O fervor espiritual do crente vai além das reuniões de adoração,
na casa de Deus, é um estilo de vida contínuo como parte essencial da vida doméstica
diária.
São basicamente
cinco os elementos do culto. Fazia parte da liturgia judaica nas sinagogas do
primeiro século d.C. a oração antífona do Shema (Dt 6.4),
leitura bíblica e exortação (Lc 4.17-20; At 13.15). Os apóstolos se aproximaram
do modelo judaico, havia nessas primeiras reuniões oração: “onde muitas pessoas
estavam congregadas e oravam” (At 12.12); cânticos e louvores: “vou cantar com
o espírito, mas também vou cantar com a mente” (1 Co 14.15), isso acontecia
também na adoração coletiva (1 Co 14.26); leitura e exposição das Escrituras
Sagradas: “No primeiro dia da semana, nós nos reunimos a fim de partir o pão.
Paulo, que pretendia viajar no dia seguinte, falava aos irmãos e prolongou a
mensagem até a meia-noite” (At 20.7); “Até a minha chegada, dedique-se à
leitura pública das Escrituras, à exortação, ao ensino” (1 Tm 4.13). A contribuição
financeira, dízimos e ofertas, são elementos do culto e partes da adoração a
Deus, essa prática vem desde o Antigo Testamento (Dt 26.10) e se continua no
cristianismo (1 Co 16.1, 2; 2 Co 9.7). A administração desses elementos no
culto acontece com a manifestação do Espírito Santo (1 Co 14.26; Ef 5.18-20) e
não de forma mecânica ou formalística.
SUBSÍDIO DOUTRINÁRIO
A adoração individual. Nós
adoramos a Deus como crentes individualmente e em todo o tempo: ‘a hora vem, e
agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em
verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem’ (Jo 4.23). Ensinamos
que a verdadeira adoração é aquela que nasce no coração e é expressa com
obediência à vontade de Deus, sendo percebida pelo testemunho individual que
glorifica ao Senhor da Igreja. Negamos que a adoração e a espiritualidade de
alguém possam ser medidas, percebidas ou avaliadas exclusivamente pelo
exercício dos dons espirituais. Ensinamos que a adoração é uma atividade
espiritual e precisa ser efetuada pelo poder e fruto do Espírito Santo na
formação do caráter cristão na vida do adorador. Rejeitamos a hipocrisia e toda
a aparência de piedade na vida do adorador. Na
adoração individual, buscamos a santificação pessoal, servindo a Deus de modo
agradável com reverência e santo temor” (Declaração de Fé das Assembleias de Deus. 1.ed. Rio de Janeiro:
CPAD, 2017, pp.144-45).
III. COMO SE
EXPRESSA A LITURGIA DE NOSSAS IGREJAS?
As reuniões de adoração em
nossas igrejas são diversificadas. Temos cultos públicos, chamados por muitos
como “culto da família”, de oração, de ensino ou doutrina, escola bíblica
dominical, círculo de oração, além de atividade com crianças, adolescentes e
jovens.
1. Nossas reuniões de
adoração. A nossa liturgia é simples e
permite que quaisquer irmãos e irmãs adorem a Deus com liberdade. A nenhum
deles é negado o púlpito, todos têm a oportunidade de falar à igreja o que
Jesus fez na sua vida; são os testemunhos sobre salvação, cura, libertação e
outras bênçãos. A maioria baseia a sua fé nos relatos bíblicos, e são os
milagres registrados na Bíblia que inspiram e levam os irmãos a receberem a
bênção (Mc 16.15-20). Foi dessa maneira que crescemos e nos tornamos a maior
denominação evangélica do país. O Deus que nos trouxe até aqui, Ele mesmo nos
conduzirá pelo seu Espírito até a vinda de Jesus. Essa adoração a Deus é em
“espírito e em verdade” (Jo 4.24).
2. Culto pentecostal. Nossas reuniões coletivas de adoração apresentam as mesmas
características dos cultos em Corinto. As manifestações nos cultos que o
apóstolo menciona em 1 Coríntios 14 são reais entre nós: “Quando vos ajuntais,
cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem
interpretação” (v.26).
Nossos irmãos e irmãs entendem
essa linguagem com facilidade, pois vivemos essas mesmas experiências. São
expressões espontâneas no Espírito Santo. Veja que nos vv.27-32 o apóstolo está
tratando de culto pentecostal e se refere aos dons de línguas, interpretação e
profecias no culto. É muito comum o visitante sentir a presença de Deus em
nossos cultos (1 Co 14.22-25).
Já sabemos que
o Novo Testamento não estabelece regras litúrgicas e que há diversas formas
cristãs de se adorar Deus. A adoração para ser aceita por Deus não depende de
formas litúrgicas ou rituais, mas da disposição do adorador. A nossa liturgia é
simples e permite que quaisquer irmãos e irmãs adorem a Deus com liberdade. Os
nossos cultos são dinâmicos e espontâneos, em nome de Jesus, com espontaneidade
e reverência. Nós não somos expectadores dos cultos, como num teatro ou cinema,
antes participamos deles com cânticos congregacionais, corais, conjuntos e
grupos de louvores dando glória a Deus e aleluia.
As reuniões de
adoração das Assembleias de Deus no Brasil são diversificadas. Temos cultos públicos,
chamados por muitos como “culto da família”, de oração, de ensino ou doutrina,
escola bíblica dominical, círculo de oração, além de atividade com crianças, adolescentes
e jovens. A nenhum dos crentes é vedado o púlpito, todos, irmãos e irmãs, têm a
oportunidade para falar à igreja o que Jesus fez na sua vida, são os
testemunhos sobre salvação, cura, libertação e outras bênçãos. A maioria
costuma basear a sua fé nos relatos bíblicos, são os milagres registrados na Bíblia
que inspiram e levam os irmãos a receberem a bênção (Mc 16.15-20). Por meio desses
testemunhos muitos fortalecem a fé e outros vêm a Cristo. É o que tem
acontecido com certa frequência. Foi dessa maneira que crescemos e nos tornamos
a maior denominação evangélica do país. O Deus que nos trouxe até aqui ele
mesmo nos conduzirá pelo seu Espírito até a vinda de Jesus. Essa adoração a
Deus é em “espírito e em verdade” (Jo 4.24).
SUBSÍDIO DOUTRINÁRIO
“Reunimo-nos como corpo de Cristo
para a adoração pública ao Deus Trino. Jesus prometeu: ‘onde estiverem dois ou
três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles’ (Mt 18.20). A adoração
pública é a atividade de glorificar a Deus em coletividade e serve também para
comunhão, despertamento, exortação e edificação da Igreja. Essa adoração
pública é realizada com ordem e decência para que os descrentes reconheçam a
presença de Deus no culto e para que somente Deus seja adorado no culto da
Igreja. Nenhuma prerrogativa é dada a anjos e a seres humanos, pois Deus não
divide sua glória com ninguém: ‘E a minha glória não a darei a outrem’ (Is
48.11). Portanto, confessamos que, na adoração pública, a oração, os cânticos,
o ofertório, a pregação e o exercício dos dons espirituais na igreja servem
‘para que em tudo Deus seja glorificado por Jesus Cristo, a quem pertence à
glória e poder para todo o sempre. Amém!’ (1 Pe 4.11). Entendemos que a
adoração pública é um encontro com Deus para um diálogo: nós conversamos com
Ele por meio de nossas orações, cânticos e ofertas, e Deus fala conosco por
meio de sua Palavra (pregação e ensino) e das manifestações espirituais” (Declaração de Fé das Assembleias de Deus.
1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, p.144).
CONCLUSÃO
O que precisamos
saber é que o Novo Testamento não estabelece forma litúrgica de adoração,
porque parece não ter sido essa a preocupação do Espírito Santo. Que os nossos cultos
sejam dinâmicos e espontâneos, em nome de Jesus, com espontaneidade e
reverência. Nós não somos expectadores dos cultos, como num teatro ou cinema;
antes participamos deles com cânticos congregacionais, corais, conjuntos e
grupos de louvores dando glória a Deus e aleluia. – A igreja é a
mesma e serve ao mesmo Deus desde o Pentecostes. Isso significa que a nossa
adoração e a manifestação dos dons permanecem como na antiguidade. Às vezes,
surgem meninices, como acontecia em Corinto (1 Co 14.20), mas isso não impede a
manifestação dos dons espirituais. – Essa forma dinâmica, espontânea de adoração,
somada à nossa prática de ler a Bíblia permite que as verdades contidas nela tornem-se
reais em nossas vidas, Deus se torna intensamente real. Daí a importância das
experiências pessoais; o uso consciente da música e a aproximação de um Deus
pessoal. Isso são consequências da herança basilar, o batismo no Espírito Santo
com a evidência no “falar em outras línguas” (1 Co 14.2) e os dons do Espírito
Santo (1 Co 12.4-6).
REFERÊNCIAS
LIÇÕES BÍBLICAS. 1º
Trimestre 2020 - Lição 7. Rio de Janeiro: CPAD, 14, fev. 2021.
SOARES, Esequias. O
verdadeiro pentecostalismo: a atualidade da doutrina bíblica sobre a
atuação do Espírito Santo. Rio de Janeiro: CPAD, 2020.
STAMPS, Donald C. Bíblia de
Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1997.
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