COMENTÁRIO E SUBSÍDIO I
INTRODUÇÃO
Nesta lição veremos as etapas do
pecado de Davi; pontuaremos as sérias consequências de suas falhas, tanto em
sua vida como na sua família; e por fim, notaremos quais as fases para
consumação do pecado na vida do homem.
I – ETAPAS DO PECADO DE DAVI
A palavra “pecado” significa:
“desobediência a qualquer norma ou preceito” (HOUAISS, 2001, p. 2160). Pode ser
definido como: “transgressão deliberada e consciente das leis estabelecidas por
Deus” (ANDRADE, 2006, p. 295). A palavra hebraica “hatah” e a grega “hamartia”
significam: “errar o alvo, falhar no dever” (Rm 3.23). Em um sentido básico
pecado é: “a falta de conformidade com a lei moral de Deus, quer em ato,
disposição ou estado” (CHAMPLIN, 2015, p. 128). De acordo com a Bíblia, o
pecado é algo gradual (Tg 1.14,15). Notemos as etapas do pecado de Davi:
1.1 A traição. Davi estava no auge do seu
reinado quando tragicamente caiu em pecado, vencido pela sua própria paixão
desenfreada: “Então enviou Davi mensageiros, e mandou trazê-la; e ela veio, e
ele se deitou com ela [...]” (2Sm 11.4). Depois de ter consumado o seu ato
pecaminoso (2Sm 11.1-4), Davi, de várias maneiras e durante um bom tempo,
tentou ocultá-lo (2Sm 11.8,12). As tentativas foram cada vez mais pecaminosas.
Isso sempre acontece com quem tenta esconder seu pecado. A Bíblia diz que “um
abismo chama outro abismo” (Sl 42.7; Nm 32.23).
1.2 A mentira. Primeiro Davi ordenou que
Urias viesse da guerra para dar-lhe notícias dela: “Vindo, pois, Urias a ele,
perguntou Davi como passava Joabe, e como estava o povo, e como ia a guerra”,
em seguida, ofereceu-lhe um presente e deu-lhe licença para ir a sua própria
casa (2Sm 11.6-8), mas, infelizmente, tudo era mentira, engano e logro. O mal
não reconhece limites em suas ações, enquanto que o bem atua dentro de limites
traçados pela ética e infelizmente Davi esqueceu desta verdade.
1.3 A maldade. Davi insistiu que Urias
permanecesse em casa a fim de forjar uma situação e livrar-se de seu pecado. Em
noutras palavras reincidiu no mal: “[…] Não vens tu de uma jornada? Por que não
descestes à tua casa?” (2Sm 11.10). O pecado traz dois resultados: separa o
homem de Deus e produz maus efeitos no mundo (Is 59.1; Rm 8.19-22). O primeiro
pode ser cancelado pelo perdão, mas o segundo permanece. Alguém já disse que:
“Deus não permite que seus filhos pequem com sucesso”. As consequências do
pecado trazem consigo tristeza amarga e profunda (Rm 2.6-11).
1.4 A astúcia. Davi ofereceu um banquete
a Urias com vinho embriagante com o intuito de enganá-lo: “E Davi, o convidou,
e comeu e bebeu diante dele, e o embebedou [...]” (2Sm 11.13). Davi só não
contava com a lealdade e a sensatez de Urias (2Sm 11.11). Quando o crente
procede dessa forma, o julgamento divino o aguarda, pois: “O Senhor não tem o
culpado por inocente” (Na 1.3), e “Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o
que o homem semear, isso também ceifará” (Gl 6.7,8). Lembremo-nos da
admoestação de Paulo: “Aquele, pois, que pensa estar em pé veja que não caia”
(1Co 10.12).
1.5 A covardia. Davi enviou uma carta real
ao comandante Joabe, através de Urias, onde estava contida a sentença de morte
do próprio portador (2Sm 11.14,15; 12.9). Um assassinato covarde de um leal
soldado, planejado pelo próprio rei da nação (2Sm 11.16,17). Como Urias era um
servo fiel, não violou a carta, pois, se o tivesse feito, veria que estava
levando a própria sentença de morte. Davi quebrou o sexto mandamento: “Não
matarás” (Êx 20.13); o sétimo mandamento: “Não adulterarás” (Êx 20.14); e o
décimo mandamento: “Não cobiçarás” (Êx 20.17).
1.6 A Insensibilidade. Mesmo sabendo da morte de
Urias, seu fiel soldado, Davi friamente mandou dizer a Joabe: “Não te pareça
mal aos teus olhos; pois a espada tanto consome este como aquele” (2Sm 11.25).
Davi tomou Bate-Seba como sua esposa e se portou tranquilamente como se nada
houvera acontecido por cerca de quase um ano (2Sm 12.14,15) com sua consciência
cauterizada sem confessar seu pecado e se arrepender dele (2Sm 12.27 ver ainda
1Tm 4.2).
1.7 A falsa “justiça”. Quando Davi achava que,
morto o esposo da mulher com quem adulterara, o seu problema estava resolvido,
Deus envia o profeta Natã para confrontá-lo (2Sm 12.1-25). É comum alguém que
pecou e não tratou de forma devida o seu pecado projetar um sentimento de
“justiça” e uma falsa santidade perante os outros (2Sm 12.5,6). Geralmente ele
exige dos outros aquilo que ele mesmo não fez e cobra santidade, requer
compromisso, exige dedicação, no entanto, nega com a sua prática a eficácia
desses valores (Mt 7.3-5; 23.13-33). É comum desculparmos em nós mesmos aquilo
que com veemência condenamos nos outros. Há situação em que o estado de
cauterização da consciência é tão grande que somente um encontro com Deus é
capaz de fazer cair as escamas dos olhos e expor as misérias humanas.
II - CONSEQUÊNCIAS DO PECADO DE
DAVI
Consequência é “algo produzido
por uma causa ou conjunto de condições; efeito, resultado, ferimento, sequela,
inferência, ilação” (HOUAISS, 2001, p. 807). O pecado, uma vez consumado, deixa
suas consequências deletérias, ainda que seja perdoado por Deus (Lm 3.39). O
pecado de Davi trouxe consequências, algumas imediatas, e outras, a longo
prazo: “Agora, portanto, a espada jamais se apartará da tua casa [...]” (2Sm
12.10). Deus perdoou seu servo e lhe preservou a vida. Porém, ele pagou um alto
preço pelo seu erro. Uma lição deste episódio é a imparcialidade da justiça
divina, bem como as riquezas de sua misericórdia. Vejamos algumas consequências
dos pecados de Davi:
2.1 Consequências emocionais. Os especialistas advertem
que há muitas doenças psicossomáticas, isto é, doenças da alma ou de origem
psicológica que afetam diretamente o corpo (Sl 32.2-5; 39.10,11; 51.8). Os
resultados do pecado de Davi podem ser vistos primeiramente em sua vida
sentimental e emocional: “Já estou cansado do meu gemido; toda noite faço nadar
a minha cama; molho o meu leito com as minhas lágrimas” (Sl 6.6). O pecado
causou feridas profundas na alma de Davi e alguns de seus salmos retratam seus
infortúnios (13.2; 22.11; 25.16-18,22; 38.2-3; 41.4,8). A idade em que morreu
cerca de setenta anos (2Sm 5.4; 1Rs 2.10,11) debilitado como estava, talvez
tenha muito a ver com as angústias e frustrações de sua alma (1Rs 1.1).
2.2 Consequências espirituais. Não há dúvida de que os
efeitos do pecado de Davi também estão na esfera espiritual: “Não me lances
fora da tua presença, e não retires de mim o teu Espírito Santo. Torna a dar-me
a alegria da salvação [...]” (Sl 51.11,12). A Bíblia nos mostra que há também
doenças de origem espiritual: “Depois Jesus encontro-o no templo, e disse-lhe:
Eis que já estás curado; não peques mais, para que não te suceda alguma coisa
pior” (Jo 5.14). Paulo adverte em sua primeira carta aos coríntios: “Por causa
disso [do pecado], há entre vós muitos fracos e doentes e muitos que morrem”
(1Co 11.30). Tiago aconselha: “Confessai as vossas culpas uns aos outros e orai
uns pelos outros, para que sareis [...]” (Tg 5.16). Davi pôs em prática isso e
clamou ao Senhor: “[…] Tem piedade de mim; sara a minha alma, porque pequei
contra ti” (Sl 41.4).
2.3 Consequências físicas. O pecado também trás
consequências no corpo do pecador (Sl 38.3-9). Tanto Davi como Bate-Seba
estavam cientes das implicações de seu erro (Lv 20.10). Após pecar Davi ouviu
um dos mais duros julgamentos pronunciados pelo profeta Natã (2Sm 12.10-14). O
julgamento atingia não somente sua vida física, mas também incluiria seu reino
e sua família (2Sm 12.18). A sentença que Davi pronunciou tinha base na Lei (Êx
22.1), e isso mesmo ele experimentou na pele, pois ele sentenciou que o homem
da parábola, que tomou a ovelha do outro deveria pagar quatro vezes mais: “[…]
tornará a dar o quadruplicado, porque fez tal coisa [...]” (2Sm 12.6). Davi
tirou a vida de Urias, e pagou quatro vezes mais por isso: (1) O filho que
nascera daquele adultério morreu (2Sm 12.14); (2) Amnom foi assassinado por
Absalão (2Sm 13.28,29); (3) Absalão foi morto por ter-se rebelado contra o pai
(2Sm 18.9-17); e por fim, (4) Adonias também foi morto à espada (1Rs 2.24,25).
2.4 Consequências interpessoais. Os efeitos danosos do
pecado levam sofrimentos tanto ao que pecou como a muitas outras pessoas
inocentes, e as vezes termina desfazendo grandes amizades. Bate-Seba a mulher
de Urias era filha de Eliã e neta de Aitofel, e ambos estes homens faziam parte
dos “valentes de Davi”, os súditos leais do rei. No livro de 2 Samuel, capítulo
23, a partir do versículo 24, começa a listagem dos grandes guerreiros de Davi,
e ali três nomes se destacam: Eliã, Aitofel e Urias (2Sm 23.34,39). Aitofel,
avô de Bate-Seba, era o grande conselheiro de Davi que, mais tarde, como num
ato de vingança, aconselhou Absalão a possuir as mulheres do rei publicamente
(2Sm 16.20-23). Os laços de amizade e lealdade deveriam ter servido de freio ao
desejo insano do rei, porém isso não aconteceu infelizmente.
III - FASES PARA CONSUMAÇÃO DO
PECADO
3.1 A atração: “[…] e viu do terraço a
uma mulher que estava se banhando” (2Sm 11.2). O primeiro passo para o pecado é
a atração: “Mas cada um é tentado, quando atraído” (Tg 1.14-a). A palavra
“atração” significa: “sedução, sentimento de interesse, curiosidade” (HOUAISS,
2001, p. 338). Isto significa dizer que jamais seremos tentados por aquilo que
não nos sentimos atraídos (Gn 25.29,30,34; 39.7-9; Jz 14.1,3). A Bíblia nos
exorta a resistir aos desejos carnais “deixando-os” (Hb 12.1); “negando-os” (Mt
16.24); “mortificando-os” (Cl 3.5); e, se preciso for, “fugindo” deles (2Tm
2.22).
3.2 O engodo: “E mandou Davi perguntar
quem era aquela mulher [...]” (2Sm 11.3). A segunda coisa destacada pelo
apóstolo Tiago é o engodo (Tg 1.14-b). A expressão “engodo” quer dizer: “isca
usada para atrair animais; chamariz” (HOUAISS, 2001, p. 1149). O simbolismo,
talvez seja o da pesca (CHAMPLIN, 2004, p. 23). Da mesma forma, o homem é
atraído por algo que desperta a sua concupiscência. O diabo é especialista em
colocar a isca (Gn 3.6; 9.20,21; 2Sm 11.2; Mt 26.15; Jo 12.6; At 4.35-37;
5.1-10; 2Tm 4.10).
3.3 A concepção: “[…] e mandou trazê-la
[...]” (2Sm 11.4-b). A terceira fase é a concepção (Tg 1.15-a). Esta fase é
bastante perigosa, pois aproxima o homem da queda que é o próximo passo. O
verbo “conceber” quer dizer: “ser fecundado por, engravidar, gerar, acalentar”
(HOUAISS, 2001, p. 1149). Todos somos tentados diariamente por coisas que se
colocam na nossa frente. Diante disto, podemos renunciar ou permitir que este desejo
seja alimentado em nosso interior. Devemos com a ajuda da graça (2Tm 2.1) e do
poder de Deus (Ef 6.10), resistir aos apelos dos nossos maiores inimigos: a
carne (Rm 7.18), o mundo (1Jo 2.15) e o diabo (Tg 4.7).
3.4 A consumação: “[…] e se deitou com ela
[...]” (2Sm 11.4-c). O verbo “consumar” quer dizer: “levar a termo; concluir,
rematar; cometer, praticar” (HOUAISS, 2001, p. 815). O resultado da consumação
do pecado é a morte: “[…] o pecado, sendo consumado, gera a morte” (Tg 1.15-b).
Foi o que foi dito ao primeiro casal (Gn 2.17), e o que eles receberam pela
desobediência (Rm 5.12; 6.23). Essa morte é essencialmente espiritual, mas pode
também ser física (At 5.5,10; 1Co 11.30) e eterna (1Co 6.10; Gl 5.19-21; Ap
22.15), senão houver arrependimento sincero e abandono do pecado (Pv 28.13).
CONCLUSÃO
A maneira correta de lidarmos
com nosso pecado é nos arrependermos dele e, com toda a sinceridade, buscarmos
em Deus o perdão, a graça e a misericórdia (Sl 51; Hb 4.16; 7.25), e nos
dispormos a aceitar, sem amargura nem rebelião, a disciplina divina pelo nosso
pecado. Davi tanto reconheceu quanto confessou seus pecados, voltou-se para o
Senhor, e aceitou a repreensão com humildade (Sl 12.9-13,20; 16.5-12; 24.10-25;
Sl 51).
COMENTÁRIO E
SUBSÍDIO II
INTRODUÇÃO
O assunto desta
lição mostrará o alto preço que Davi pagou e as consequências que sofreu por
causa dos pecados cometidos. A história de Davi nos ensina a não brincar com o
pecado. Não podemos arriscar ou desafiar o pecado, pois ele é destruidor e seus
resultados são trágicos. Por isso, o mais importante é viver em santidade e
confiar no sacrifício perfeito de Cristo, lembrando permanentemente que Deus
não tolera o pecado de quem quer que seja (Hc 1.13). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 4º Trimestre
2019. Lição 11, 15 Dezembro, 2019]
Como introdução, é bom discorrermos um pouco sobre a
teologia do pecado – na Teologia Cristã, a doutrina do pecado recebe o nome de
Harmatiologia – formado por duas palavras gregas: ‘hamartia’ e ‘logos’,
significando ‘estudo acerca do pecado’. E porque estudarmos essa
doutrina? No cristianismo, o homem está num estado de pecado, desviado do
Criador, logo, na Teologia Cristã, a doutrina do pecado ganha espaço porque a
história da Redenção é a possibilidade de mudança do estado pecaminoso para um
estado de união outra vez com o Criador, através de Cristo Jesus. Juntamente com
a Doutrina de Deus e a Doutrina da Redenção, são o centro da nossa Teologia. A
fonte da Redenção é Deus, que é ‘puro de olhos’ e ‘não pode’
contemplar o mal. Importante ainda, salientar que o pecado é um ato livre e
voluntário do homem, porque ele é um ser moral, dotado da capacidade de
perceber o certo e o errado. O homem é um agente moral livre para decidir o que
fazer da sua vida (Ec 11.9). Neste estudo trataremos do pecado de Davi com
Bate-Seba, seu inicio foi um flerte, Davi viu algo “agradável aos olhos e
desejável” (Gn 3.6). No decorrer do texto vemos que Deus retrata o pecado como
uma força tentadora que de modo semelhante à um inimigo em espreita, está
pronto ao ataque voraz. Não obstante isso, o Senhor nos dá a oportunidade de
escape mediante à obediência e observância de sua palavra. Paulo afirma em Rm 6
que a decisão de ceder é nossa, essa condição nos dá confiança quando entrarmos
em combate contra a tentação. Aproveite esta aula para, mediante a experiência
deste rei, demonstrar aos alunos a importância de andarmos em Espírito para que
não venhamos satisfazer os desejos da carne.. Bom estudo e crescimento
maduro na fé cristã!
I. O
CONCEITO DE PECADO NO ANTIGO TESTAMENTO
1. No
Antigo Testamento. No Antigo Testamento, a palavra pecado tem diversos significados:
a) errar o alvo, prática de
imoralidade e idolatria (Êx 20.20; Jz 16.20; Pv 19.2);
b) malignidade, perversidade (Gn
3.5; Jz 11.27);
c) revolta, rebelião (2Rs 3.5;
Sl 51.13);
d) iniquidade e culpa (Nm 15.30;
1Sm 3.13);
e) transgressão consciente (Lv
4.2);
f) culpabilidade diante de Deus
(Lv 4.13; 1 Jo 1.7);
g) desviar-se do bom caminho (Nm
15.22; Sl 58.3). [Lições Bíblicas
CPAD, Revista Adultos, 4º Trimestre 2019. Lição 11, 15 Dezembro, 2019]
“No Antigo Testamento, o vocábulo hebraico
“chata’th” aparece cerca de 522 vezes. O seu termo correlato no Novo Testamento
é “hamartia”, e ambos sugerem a ideia de “errar o alvo” ou “desviar-se do
rumo”, como o arqueiro antigo que atira suas flechas e erra o alvo. Os termos
sugerem e indicam também alguém que erra o alvo propositadamente, ou seja, que
atinge outro alvo intencionalmente. Não se trata de uma ideia passiva de erro,
mas implica numa ação propositada. Significa que cada ser humano foi criado com
um alvo definido diante de si para alcançá-lo. Denota tanto a disposição de
pecar como o ato resultante. Em síntese, o homem não foi criado para o pecado
e, se pecou, foi por seu livre-arbítrio, sua livre escolha (Lv 16.21; Sl 1.1;
51.4; 103.10; Is 1.18; Dn 9.16; Os 12.8; Rm 5.12; Hb 3.13).” (Pr Elienai
Cabral - cpadnews).
“Segundo o dicionário Aurélio o termo Pecado
significa: Transgressão de preceito religioso, Falta, erro; culpa, vício; Em
Hebraico temos muitas palavras para dizer estes erros cometidos que chamamos de
pecados são eles:
- חטא “chet” ; עוון “Avon”; עבירה “Aveirá”; פשע “Pesha”
.
- חטא “chet” = errar o alvo, pecado sem a intenção
daquele que comete o erro, por não saber, por não ter lembrado, por distração,
por engano, tropeço.
- עוון “Avon” = perversidade, depravação, iniquidade,
culpa, pecado cometido com intenção pois se sabia o que estava fazendo, mas foi
incitado por seu - “Ietzer Hara.” – inclinação do mal, carnalidade aflorada por
impulso, paixões carnais que cegam o entendimento momentaneamente.
- עבירה “Aveirá” = Ofensa, transgressão de um
limite moral, pecado esporádico ocorrido com a intenção de pecar
deliberadamente, premeditação,sabendo das consequências da transgressão mas que
ainda aceita a soberania de Deus.
- פשע “Pesha” = rebelião, crime; ofensa;
transgressão, pecado constante, no qual o pecador rejeita a
soberania de Deus.” (cafecomhebraico)
2. No
Novo Testamento. Quem lê o Novo Testamento depara-se com diversos vocábulos usados pelos
escritores para definir a palavra pecado, que pode ser descrito da seguinte
forma: a) mal moral (Mt 21.41; Rm 12.17; 1Tm 6.10); b) impiedade,
incredulidade, herege ou apóstata (Rm 4.5; 1Tm 1.9; 1Pe 4.18); c) culpa (Mt
5.21,22; Tg 2.10); d) pecado propriamente dito, derivado da palavra grega
hamartia (Rm 5.12; At 2.38; Jo 1.29; 1Co 15.3); e) conduta comprometedora (Rm
1.18; Rm 6.13); f) vida sem lei, referindo-se aos transgressores (Mt 13.41; 1Tm
1.9); g) adoração falsa (At 17.23); h) engano (1Pe 2.25; Mt 24.5,6; Ap 12.9); i)
pecado deliberado (Rm 5.15,20); j) induzir os outros errarem por meio de falsos
ensinos (Gl 2.11,21; 1Tm 4.2).
Assim, podemos
perceber que o pecado é sempre maléfico. Suas ações são destruidoras em todos
os aspectos, principalmente em relação ao bom relacionamento com Deus. Por
isso, ao homem é melhor procurar, em Cristo, o perdão de todos os seus pecados,
a fim de estar sempre em comunhão com Deus. [Lições Bíblicas
CPAD, Revista Adultos, 4º Trimestre 2019. Lição 11, 15 Dezembro, 2019]
“A palavra
“hamartia”, no grego do Novo Testamento, já foi citada em correlação com
“chata’a” do Antigo Testamento. Entretanto, ambas as palavras, cujo sentido é
“errar o alvo”, “perder o rumo ou fracassar”, indicam que o primeiro homem, no
princípio, perdeu o rumo de sua vida e fracassou em não atingir o padrão divino
estabelecido para a sua vida. Na linguagem do Novo Testamento, a palavra
“hamartia” tem ainda um sentido mais forte que a ideia de “fracasso” ou de
“transgressão”. A palavra tem o sentido de “poder de engano do pecado”, como em
Romanos 5.12 e Hebreus 3.13. Portanto, pecado é mais que um fracasso; é uma
condição responsável que implica culpabilidade” (Pr Elienai
Cabral - cpadnews).
“No novo testamento no Novo Testamento aparece 14
vezes na Revista e Atualizada e 20 vezes na Revista e Corrigida. Em ambas é
tradução das palavras gregas anomia 8 vezes, adikia 4 vezes, adikema 1 vez, e
apenas uma vez é associada a hamartia. As três últimas já eram usadas pela
Septuaginta. Já a primeira, a mais frequente no Novo Testamento, é um
substantivo feminino cujo radical é a palavra grega anomos, um adjetivo que
traduzi-se por “destituído da lei (mosaica)”, ou gentios, ou que se desvia da
lei, que desrespeita lei, ilegal. Logo o substantivo anomia significa: a
condição daquele que não cumpre a lei, porque não conhece a lei ou porque não
quer, pode ser também o desprezo e violação da lei, maldade. Nos evangelhos
apenas em Mateus anomia é traduzido por iniquidade, 4 vezes, na versão RA a
palavra iniquidade não aparece fora de Mateus. já nas cartas e em Atos, iniquidade
é a tradução tanto de anomia como adikia ou adikema alem de hamartia que só é
associada a iniquidade em 2
Tessalonicenses 2.3.” (ultimato)
SUBSÍDIO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO
Para reforçar o ensino a respeito do
conceito do pecado nas Escrituras, ao introduzir o assunto em sua classe, leve
em consideração a seguinte definição: “Talvez a melhor definição do pecado seja
encontrada em 1 João 3.4: ‘O pecado é iniquidade’. Seja o que mais o pecado
for, ele é, no seu âmago, uma violação da lei de Deus. E, já que ‘toda a
iniquidade [gr. adikia, literalmente ‘injustiça’] é pecado’ (1 Jo 5.17), toda
injustiça quebra a lei de Deus. Por isso, Davi confessa: ‘Contra ti, contra ti
somente pequei’ (Sl 51.4; cf. Lc 15.18,21)” (HORTON; Stanley (Ed). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva
Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, p.281).
II. A REPREENSÃO DO PROFETA NATÃ
AO REI DAVI
1.
Uma consciência morta. Tudo nos leva a crer que Davi não iria confessar seus pecados.
Havia se passado um ano, e para ele todas as coisas estavam normais, mas Deus
não o deixaria impune. Note o quanto a Bíblia é maravilhosa: ela não esconde o
pecado de ninguém. Esse procedimento, além de revelar a justiça divina, mostra
que o compromisso do Senhor é para com os que andam em sinceridade, não
importando a posição que exerçam, pois se pecarem, pagarão pelos seus pecados
(Ez 33.12).
A consciência do rei
Davi estava morta. Foi necessária uma alegoria do profeta Natã, relatando a
ação de um homem rico, que, pela força, se apropriara da cordeirinha única e
amada de um pobre. O rico, apesar de possuir um grande rebanho, recusou-se a
lançar mão de suas muitas ovelhas. Davi se mostrou irado com o procedimento do
rico e, prontamente, queria condená-lo à morte. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 4º Trimestre 2019.
Lição 11, 15 Dezembro, 2019]
Note que, do mesmo modo que Joabe enviara um
mensageiro a Davi (2Sm 11.18-19), o Senhor agora envia seu mensageiro a Davi.
Note ainda que, Davi não procurou racionalizar nem justificar o seu pecado.
Quando foi confrontado pelos fatos sua confissão foi imediata. As confissões
completas de Davi podem ser encontradas nos SaImos 32 e 51.
Quando Davi achava que, morto o esposo da
mulher com quem adulterara, o seu problema estava resolvido, Deus envia o
profeta Natã para confrontá-lo (2 Sm 12.1-25). Como na viração do dia o próprio
Deus vem confrontar a Adão, assim o fez com Davi enviando a
Natã, que narra a parábola do camponês, que possuía
uma única ovelha, e do fazendeiro, que tinha muitas ovelhas. O fazendeiro rico
toma a única ovelha do camponês e oferece aos seus visitantes. Ao ouvir tal
fato, Davi ficou tão irado e furioso com o fazendeiro - uma característica de
quem vive com pecado acobertado - que exige a morte de tal homem e ainda a
restituição quatro vezes mais ao camponês (2 Sm 12.5,6). Ao tentar esconder seu
pecado, Davi o agravou ainda mais, levando Deus a expô-lo por meio do profeta
Natã.
Curiosidade: No oriente, quando um rei tinha
interesse por uma mulher, enviava um oficial para que anunciasse a vontade do
rei de conduzi-la ao palácio e se fosse escolhida para ser esposa um anuncio
era feito segundo o costume. No caso em apreço, haveria concordância da mulher,
já que era casada, isso denota a culpa de Bate-Seba, que apesar de ser a ovelha
da parábola, não está totalmente isenta de culpa, não está escrito nada que ela
tenha relutado em ser levada ao palácio bem como não há nenhuma evidencia de
que Davi a tenha forçado, portanto, culpada!
No desenrolar da história fica evidente sua astúcia
através dos indícios de sua influencia sobre Davi. Suponho, não afirmo que as
Escrituras dizem, que ela foi conivente, agiu astutamente, premeditou e agiu
eficazmente para tornar seu filho o sucessor no trono.
2.
Mostrando a gravidade do seu pecado. À semelhança de Samuel e Elias, Natã age com energia e coragem
para com Davi, denunciando-lhes os gravíssimos pecados. Aliás, o indicativo “Tu
és este homem” foi como uma espada traspassando o coração do rei. Não poderia
ser de outra forma, pois Davi, além do adultério, cometera o crime de
homicídio, envolvendo outras vidas. Ele violou o Decálogo, que imperativamente
diz para não adulterar e não matar (Êx 20.13,14).
O adultério é um
tipo de relação sexual ilícita; é um pecado contra a família; acontece
primeiramente no coração (Mt 5.28), evidenciando a falta de pureza na vida. Toda
relação sexual antes e fora do casamento é proibida terminantemente pela
Bíblia. Não poderia haver suavidade para o pecado de Davi em relação ao
adultério, pois ele atingira uma família; e, no tocante à morte de Urias, tirou
injustamente a vida de um soldado honrado, leal e valente. Natã, portanto,
anunciou a desaprovação de Deus e a sentença de juízo que viria sobre o rei. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 4º Trimestre
2019. Lição 11, 15 Dezembro, 2019]
Natã foi ousado ao confrontar o rei, exemplo a ser
seguido! Corajosamente esse profeta explanou o problema e obteve do próprio réu
a sentença! Quando guiados pelo Espírito Santo somos capazes de proezas como
essa, do contrário, somo naturalmente capazes de incorrer no mesmo erro de
Davi: cegueira e apostasia. O duro juízo recaiu sobe a casa real - reino e
família. Os resultados são mostrados na sequencia, quantas lágrimas derramadas?
Sofrimento pelos filhos rebeldes... Davi chorou quando Tamar, sua filha foi
violentada (2 Sm 13), e quando seus filhos Amnon e Absalão foram mortos
prematuramente (2 Sm 13.33; 18.14).
É bom salientar que, o Senhor graciosamente perdoou
o pecado de Davi, mas as inevitáveis consequências temporais do pecado foram
vivenciadas por ele. O perdão nem sempre elimina as consequências do pecado
nesta vida, apenas na vida porvir. O profeta Natã ainda tranqüilizou o rei: ‘não
morrerás’ (2Sm 12.13). Embora legalmente o pecado de Davi exigisse a sua
morte, o Senhor graciosamente livrou Davi dessa pena. No Antigo Testamento há o
registro de acontecimentos nos quais Deus condena à morte e outros em que ele
demonstra a sua graça e poupa o pecador. Isso é consistente com a sua justiça e
graça. Aqueles que morreram são exemplos do que os pecadores merecem. Os que
foram poupados servem como prova e exemplo da graça de Deus!
3.
Traindo a generosidade divina. Natã, como porta-voz de Deus, disse tudo quanto Ele havia feito
com relação a Davi, citando cada benefício, um por um: a) livramento das mãos
de Saul; b) o reinado sobre Judá e Israel; c) dentre muitos outros privilégios
(2Sm 12.8). Mas Davi, o homem segundo o coração de Deus, desprezara a
generosidade de Deus (2Sm 12.9).
Entretanto, Davi
reconheceu sua transgressão; sabia que havia pecado contra o Senhor. Alguns de
seus salmos revelam o sofrimento que ele passou por ter ocultado o seu pecado,
entristecendo profundamente o Espírito de Deus (Sl 32.3-5; 51.12). Pela
misericórdia divina, Davi foi perdoado, mas teve de arcar com as consequências
de seus pecados. [Lições Bíblicas
CPAD, Revista Adultos, 4º Trimestre 2019. Lição 11, 15 Dezembro, 2019]
Desprezar a palavra do Senhor era como violar os
seus mandamentos, portanto passível de castigo (Nm 15.31). Ao resumir as
violações de Davi, a sua culpa foi divinamente afirmada.
“Davi era o protagonista da alegoria contada pelo
profeta Natã, mas não ficou só nisso, Deus foi lançando em rosto tudo o que Ele
tinha feito por Davi: o livramento das mãos de Saul, o trono de Israel, as
vitórias sobre seus inimigos, as mulheres, o reino unificado, tudo e ao final
perguntou o Senhor a Davi: “Por que, pois, desprezaste a palavra do Senhor,
fazendo o mal diante de seus olhos? A Urias, o heteu, feriste à espada, e a sua
mulher tomaste por tua mulher; e a ele mataste com a espada dos filhos de
Amom.” (2 Samuel 12:9).” (sombradoonipotente)
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“As Escrituras descrevem muitas
categorias de pecados. Podem ser cometidos por incrédulos ou por crentes, sendo
que estes dois grupos são lesados pelos pecados e precisam da graça. Os pecados
podem ser cometidos contra Deus, contra o próximo, contra o próprio-eu ou
contra alguma combinação destes. Em última análise, porém, todo o pecado é
contra Deus (Sl 51.4; cf. Lc 15.18,21). O pecado pode ser confessado e
perdoado. Não sendo perdoado, continuará exercendo o seu domínio sobre a
pessoa. A Bíblia ensina que uma atitude pode ser tão pecaminosa quanto um ato.
Por exemplo, a fúria contra alguém pode ser tão pecaminosa quanto o
assassinato, e um olhar de concupiscência, tão pecaminoso quanto o adultério (Mt
5.21,22,27,28; Tg 3.14-16). A atitude pecaminosa inutiliza a oração (Sl 66.18).
O pecado pode ser ativo ou passivo, ou seja, a prática do mal ou a negligência
à prática do bem (Lc 10.30-37; Tg 4.17). Os pecados sexuais físicos são
lastimáveis para os cristãos, porque abusam o corpo do Senhor na pessoa do
crente e porque o corpo é o templo do Espírito Santo (1 Co 6.12-20)” (HORTON; Stanley (Ed). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva
Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, pp.289,90).
III. AS CONSEQUÊNCIAS DO PECADO
DE DAVI
1. As
consequências pelos pecados cometidos. Paulo afirmou que o que semeia na carne colherá
corrupção (Gl 6.8). Foi o que ocorreu com Davi. Podemos enumerar alguns pontos
dos males que vieram como consequência de seus pecados: o primeiro, a perda do
filho; o segundo, o escândalo sexual de seu filho Amnon com a sua filha Tamar;
o terceiro, o assassinato de Amnon; o quarto, a tentativa de usurpação do
trono, por Absalão, e o abuso público das concubinas reais por este.
Davi foi perdoado
pela graça e pela misericórdia divinas, mas teve de arcar com as consequências
de seus pecados pelo restante de sua vida. É imperioso ao cristão evitar o
pecado, pois este traz sofrimento e deixa marcas indeléveis, naqueles que o
praticam, atingindo direta e indiretamente outras pessoas. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 4º Trimestre 2019.
Lição 11, 15 Dezembro, 2019]
Esse deslize de Davi causou prejuízos físicos, mas
não somente isso e principalmente prejuízos na esfera espiritual. "Por
causa disso [do pecado], há entre vós muitos fracos e doentes e muitos que
dormem" (1 Co 11.30). Defere-se que aquilo que é espiritual num primeiro
plano, tem consequências físicas num segundo. Os especialistas advertem que há
muitas doenças psicossomáticas, isto é, doenças da alma ou de origem
psicológica que afetam o corpo físico. A Bíblia nos mostra que há também
doenças de origem espiritual. A Palavra de Deus adverte: "Confessai as
vossas culpas uns aos outros e orai uns pelos outros, para que sareis; a oração
feita por um justo pode muito em seus efeitos" (Tg 5.16). Davi pôs em
prática isso e clamou ao Senhor: "[...] Tem piedade de mim; sara a minha
alma, porque pequei contra ti" (Sl 41.4).
“A história
do adultério de Davi nos ensina como é necessário cuidarmos de nossa vida
espiritual, mantendo constante vigilância, para não fazermos escolhas erradas.
Davi subestimou a sua natureza pecaminosa, esquecendo-se de que ainda era um
pecador e precisava vigiar sempre. Se tivesse agido diferente, não teria tomado
a decisão de olhar pelo terraço e mandar buscar para si a mulher que não era
sua esposa. Ainda hoje, muitos caem em tentações, como Davi caiu, por
subestimarem os perigos espirituais. Quantos são aqueles que fazem escolhas
erradas, escolhendo o adultério, a fornicação, simplesmente porque olharam
“pelo terraço”, acessaram aquela página na internet com imagens impróprias, que
não deveriam acessar, cederam à tentação de dar uma olhadinha apenas, e isto
desencadeou outras atitudes e escolhas que resultaram em ruína. O que Jesus
ensina em Mateus 5.27-32 deve ser levado em conta, para não fazermos escolhas semelhantes
as escolhas de Davi. Vigiemos para não cairmos em tentação, fazendo escolhas
que nos conduzam à ruína.” (ultimato)
2.
Davi, o rei fraco no seu próprio lar. Davi foi um grande líder para Israel, mas um péssimo pai de
família. Ele teve doze esposas, dez concubinas, vinte e um filhos e uma filha
(2Sm 3.2-5; 5.13-16; 1Cr 3.1-9; 14.3-7; 2Cr 11.18). Observe que os três filhos
de Davi que morreram tragicamente — Amnom, Absalão e Adonias — eram seus
sucessores imediatos.
Lendo 1 Reis 1.6,
pode-se compreender que parte da desestruturação da família de Davi, segundo o
texto, era culpa dele mesmo, pela maneira como conduzia os filhos. A falta de
aconselhamento e de disciplina fizeram com que os filhos dos três nomes de
destaque dos livros que ora estudamos — Eli, Samuel e Davi —, tivessem grandes
prejuízos morais e espirituais.
Nas palavras de
Paulo, o que governa bem a própria casa está preparado para assumir grandes responsabilidades
na Obra do Senhor, daí ser essa uma premissa primordial para a vida do obreiro
(1Tm 3.4). Não adianta realizarmos grandes conquistas eclesiásticas, ou
financeiras, tendo um lar desestruturado. [Lições Bíblicas
CPAD, Revista Adultos, 4º Trimestre 2019. Lição 11, 15 Dezembro, 2019]
O trágico castigo de Davi seria prolongado. Como
Urias fora morto violentamente, a casa de Davi seria afligida continuamente
pela violência. Essas palavras prenunciaram as mortes violentas de Amnom,
Absalão e Adonias. Davi havia feito mal à família de outro homem, portanto, ele
receberia o mal em sua própria família, como a violação de Tamar por Amnom, o
assassinato de Amnom por Absalão e a revolta de Absalão contra Davi. Também
houve a previsão de que ‘...e domarei tuas mulheres à tua própria vista, e
as darei a teu próximo, o qual se deitará com elas, em plena luz deste sol.’,
realizada pela apropriação pública de Absalão das concubinas reais de Davi
durante sua revolta (2Sm 16.21-22) - Aquilo que o rei havia feito as
escondidas, agora seria realizado as claras.
“Nas
palavras do Senhor por intermédio do profeta Natã, as ações pecaminosas de Davi
e as suas escolhas erradas, teriam consequências que afetariam tanto ele como a
Bate-Seba e a sua família, por um longo período da vida deles. Situações
surgiriam como resultado do pecado deles, mas também como manifestação do juízo
de Deus por causa de suas transgressões. Davi demonstrou-se arrependimento pelo
que fez, foi perdoado (2Sm 12.13), mas ainda assim teve de enfrentar as
consequências das suas escolhas.” (ultimato)
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“O estudo das consequências do pecado devem considerar a culpa e o
castigo. Há vários tipos de culpa (heb. ’asham, Gn 26.10; gr. enochos, Tg
2.10). A culpa individual ou pessoal pode ser distinguida da comunitária, que
pesa sobre as sociedades. A culpa objetiva refere-se à transgressão real, quer
posta em prática pelo culpado, quer não. A culpa subjetiva refere-se à sensação
de culpa numa pessoa, que pode ser sincera e levar ao arrependimento (Sl 51; At
2.40-47; cf. Jo 16.7-11). Pode, também, ser insincera (com a aparência externa
de sinceridade), mas ou desconhece a realidade do pecado (e só corresponde
quando apanhada em flagrante e exposta à vergonha e castigada, etc.) ou
evidencia uma mera mudança temporária e externa, sem uma reorientação real,
duradoura e interna (por exemplo, Faraó). A culpa subjetiva pode ser puramente
psicológica na sua origem e provocar muitas aflições sem, porém, fundamentar-se
em qualquer pecado real (1 Jo 3.19,20)” (HORTON; Stanley (Ed). Teologia
Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, p.294).
CONCLUSÃO
Evitemos o pecado a
qualquer custo, pois ainda que aparentemente seja inofensivo, ele sempre trará
consequências gravíssimas. O adultério de Davi marcaria sua vida para sempre,
mesmo depois de perdoado. Isso porque o preço do pecado é demasiado alto; seus frutos
geram a morte. A desobediência a Deus e a crueldade para com Urias seriam pagas
por meio da dor e do sofrimento da própria família do rei. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 4º Trimestre 2019.
Lição 11, 15 Dezembro, 2019]
A história de Davi e Bate-Seba, de suas escolhas
erradas e consequências trágicas, permanece por todos os tempos, como um alerta
para todo crente na hora de fazer suas escolhas. Davi aprofundou-se
espontaneamente no pecado, preferiu o ócio em detrimento de suas funções como
rei, demonstrou total egoísmo preocupando-se apenas consigo mesmo, não resisti
à tentação, ao contrário, desejou-a, caiu conscientemente e tentou ocultar
chegando a assassinar um inocente... foi o fundo do poço. Para todas escolhas
erradas existe um preço a ser pago. Dependendo das escolhas erradas que
fizermos, o preço poderá ser alto demais, como foi o preço pago por Davi e
Bate-Seba. Portanto, sabendo que não podemos ser inconsequentes em nossas
escolhas, procuremos fazer escolhas acertadas, sempre fundamentadas na Palavra
de Deus.
Francisco Barbosa
Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br
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