sábado, 10 de novembro de 2018

LIÇÃO 6: SINCERIDADE E ARREPENDIMENTO DIANTE DE DEUS



SUBSÍDIO I

INTERPRETANDO A PARÁBOLA

Estamos diante de uma parábola narrativa, direta e simples. É uma comparação de dois personagens opostos por meio de uma justaposição: o fariseu e o publicano. Depois de haver ensinado a respeito da necessidade e do poder da oração por meio da parábola “do juiz iníquo”, Jesus conta essa parábola com o objetivo de ensinar a atitude correta na hora da oração. Agora somos ensinados que não basta perseverarmos na oração, é preciso cultivarmos uma atitude correta.
O fariseu pertencia a uma das principais seitas dos judeus, muito mais numerosa do que a dos saduceus, e de mais influência entre o povo. Insistia no cumprimento rigoroso da Lei e das tradições dos anciãos. Fariseu significa “separado”, porque não somente se separava dos outros povos, mas também dos outros israelitas. Os fariseus observavam as práticas de forma minuciosa; contudo, esqueciam do espírito da Lei, como se nota na forma como se lavavam antes de fazer as refeições, na lavagem dos copos, dos jarros, etc (Mc 7.3,4); em pagar escrupulosamente o dízimo (Mt 23.23); na observância do sábado, etc.
Elwell destaca que "segundo o ponto de vista tradicional, embora nem todos os fariseus fossem peritos na Lei, o farisaísmo era a ideologia da vasta maioria dos escribas e mestres da Lei, assim, os fariseus eram os guardiães e intérpretes da Lei e as instituições judaicas associadas com a Lei, tais como a sinagoga e o sinédrio, eram farisaicas”. As denúncias de Jesus contra os fariseus encontram-se em Mateus 23.13-30 e Marcos 7.9. Nesta última passagem Jesus disse: “Bem invalidais o mandamento de Deus para guardardes a vossa tradição”.
Em Isaías 29.13 o profeta criticava os hipócritas: “Porque o Senhor disse: Pois que este povo se aproxima de mim e, com a boca e com os lábios, me honra, mas o seu coração se afasta para longe de mim, e o seu temor para comigo consiste só em mandamentos de homens, em que foi instruído”. O Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal destaca que “Jesus aplicou as palavras de Isaías a esses líderes religiosos, porque eles podiam proferir as palavras corretas e fingir sua devoção a Deus, mas seu coração estava longe dele e Jesus atacou a verdadeira condição do seu coração”. Pois se preocupavam com detalhes do cotidiano e desprezavam a observância da Lei de Deus e seu verdadeiro significado.
Os publicanos eram cobradores de impostos públicos entre os antigos romanos. Os judeus consideravam os publicanos traidores e apóstatas porque cobravam os impostos para a nação que os oprimia. Eles eram julgados como pessoas de vil caráter, porque, também, acabavam extorquindo grandes quantias de dinheiro do seu próprio povo (Lc 3.12, 13; 19.8). Eles estavam classificados sempre entre os pecadores (Mt 9.10, 11), os pagãos (Mt 18.7) e as meretrizes (Mt 21.31). O povo murmurava pelo fato de Jesus comer com eles (Mt 9.11; 11.19; Lc 5.29; 15.1,2). Mateus era um publicano.
Champlin destaca que “na antiguidade, as taxas e impostos frequentemente eram coletados por indivíduos privados empregados com esse propósito, e não por agentes governamentais oficiais, assim, tais indivíduos tiravam proveito da situação a fim de auferirem ganhos desonestos”. É por esta razão que os publicanos estão associados aos pecadores, reunindo assim “duas classes que tinham grande afinidade de espírito. Pensava-se que nenhum publicano podia ser homem honesto, tão má era a reputação da categoria”.
Os judeus da cidade de Jerusalém tinham o costume de fazer orações nas horas costumeiras (9h da manhã e 3h da tarde). Entretanto, mesmo fora dos horários regulares havia pessoas orando no templo (Lc 2.37; At 22.17). Um fariseu e um publicano subiram ao templo com o fim de orar à mesma hora. No aspecto religioso e moral reinava no judaísmo daquele tempo uma grande distância entre essas duas classes do povo.
O fariseu, como vimos, era tido como um homem que cumpria a Lei com exemplar rigorismo inatacável. Já o publicano era considerado uma pessoa que vivia em flagrantes pecados e vícios, era mesmo equiparado aos gentios. Essas duas figuras estão orando juntos à mesma hora no templo. Eis o que diz a parábola.
Esta parábola nos ensina que a religiosidade não tem valor para Deus quando não existe sinceridade de coração. O fariseu e o publicano tiveram atitudes semelhantes, ou seja, estavam buscando ao Senhor em oração, porém, o fariseu é reprovado por causa de sua hipocrisia, enquanto que o publicano, mesmo sendo pecador, tem a aprovação divina. “Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque qualquer que a si mesmo se exalta será humilhado, e qualquer que a si mesmo se humilha será exaltado” (Lc 18.14).
O publicano é um exemplo de alguém que tem consciência de sua condição espiritual. Diferente do fariseu, o publicano coloca-se na presença de Deus com coração contrito, reconhecendo-se como pecador e completamente dependente de Deus. Nesta parábola somos ensinados sobre a necessidade de avaliarmos nossa condição espiritual quando nos colocamos na presença de nosso Deus.
Lockyer destaca que “os dois homens que subiram para orar no templo são diferentes em caráter, credo e na forma de auto-exame, e, ambos se apresentam diante do Santo Deus, mas com uma diferença radical de atitude”. Este autor também destaca que “aqui estão dois indivíduos amplamente apartados um do outro, tanto em seu modo de viver como na opinião que o público tinha deles; são representantes de duas classes — (o primeiro) dos arrogantes mantenedores da lei e (o segundo) os desprezados transgressores da lei”.
Esta parábola destaca a necessidade de uma vida de oração realizada com propósito correto, de maneira constante e com humildade no coração, reconhecendo a necessidade de ser alcançado pela graça de Deus. Em Tiago 5.16 a Bíblia diz que “a oração feita por um justo pode muito em seus efeitos”. Shedd e Bizerra destacam que a “oração serve para acalmar o espírito e para receber do Senhor sabedoria, de perceber mais claramente que o Senhor é bom e que sua misericórdia dura para sempre, mesmo quando passamos pela tempestade”. O publicano entendeu essa realidade, ao passo que o fariseu não julgava-se necessitado.

Texto extraído da obra: As Parábolas de Jesus: As verdades e princípios divinos para uma vida abundante. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2018

COMENTÁRIO E SUBSÍDIO II

INTRODUÇÃO

Nos tempos de Jesus, fariseus e publicanos se colocavam em lados opostos, os primeiros defendiam a moral religiosa, os últimos coletavam impostos, e os entregavam aos romanos. Na aula de hoje estudaremos sobre sinceridade, tendo por base a parábola que Jesus contou a respeito das orações de um fariseu e de um publicano. Aprenderemos a importância de uma vida sincera, não pautada em mero formalismo religioso, mas na graça oferecida por Deus.

I. FARISEUS E PUBLICANOS
                                                                 
Os fariseus faziam parte de uma seita judaica bastante numerosa, que se destacava pelo rigor religioso, sobretudo no cumprimento das tradições (Mt. 15.1,2). A palavra fariseu significa “separado”, e assim eles se consideravam, como um povo eleito de Deus. A doutrina dos fariseus, em linhas gerais, não se diferenciava da ortodoxia judaica. O principal problema deles era o excesso de normas, que iam além daquelas estabelecidas pelo judaísmo clássico. Além disso, eles valorizavam demasiadamente as exterioridades, em detrimento de uma espiritualidade genuína. Por causa desse tipo de comportamento, foram duramente repreendidos por Jesus, que os chamou de sepulcros caiados (Mt. 23.27-32). Na verdade, grande parte dos discursos de Jesus, bem como das suas parábolas, foram direcionadas aos escribas e fariseus, que cultivavam uma religiosidade de aparência, destituída de autenticidade espiritual. Esses fariseus se opunham com veemência a outro grupo daquela época, os publicanos. Estes eram cobradoras de impostos, e eram considerados traidores porque cobravam dos judeus para entregarem aos romanos. Por esse motivo, geralmente eram postos na lista dos pecadores (Mt. 9.10,11), e eram associados às meretrizes (Mt. 21.31).  Os fariseus, ao se compararem com os publicanos, achavam que eram superiores àqueles. Eles se consideravam “cidadãos de bem”, enquanto que os publicanos seriam a escória da sociedade.

II. UMA PARÁBOLA SOBRE SINCERIDADE

A interpretação de Jesus, a respeito de quem era pecador, era diferente do aparato exegético dos fariseus. E para mostrar sua diferença, contou uma parábola a respeito de um fariseu e um publicano que oravam. De acordo com o relato de Lucas, o Mestre contou que dois homens subiram ao tempo para orar, um fariseu e um publicano (Lc. 18.9,10). A oração do fariseu estava fundamentada na justiça própria, pensando que seria aceito por Deus por causa das suas práticas religiosas (Lc. 18.12). O publicano, por sua vez, sabia que nada merecia aos olhos de Deus, por isso tão somente dizia: “Ó Deus, tem misericórdia de mim, pecador!” (Lc. 18.13). Na avaliação de Jesus, o publicano seguiu justificado para sua casa, e acrescentou: “qualquer que a si mesmo se humilha será exaltado” (Lc. 18.14). A mensagem dessa parábola é bastante apropriada, sobretudo nos dias atuais, que as pessoas se consideram “de bem”, em detrimento das outras que consideram “do mal”. De acordo com os ensinamentos de Jesus, o ser humano é mal, nada há nele que possa ser digno de justificação (Mt. 7.11). Não podemos esquecer que todos pecaram e foram destituídos da glória de Deus, que o salário do pecado é a morte, o dom gratuito de Deus é a vida eterna, em Cristo Jesus (Rm. 3.23; 6.23).

III. UMA ORAÇÃO SINCERA

A oração que é aceita diante de Deus é aquela feita de acordo com a revelação da Sua Palavra. Os discípulos pediram a Jesus para que ensinasse a eles a orar, demonstrando a necessidade de orar apropriadamente. As orações podem não ser fundamentadas na revelação de Deus, mas podem revelar as intenções do nosso coração, e mais que isso, podem refletir nosso caráter. A oração de muitas evangélicos, como aquela do fariseu da parábola, revelam apenas a percepção meritória de justiça. Há pessoas nas igrejas que acham que são merecedoras da salvação. Elas se acham melhores dos que os outros, em uma escala de graus sociais, se colocam acima dos demais. Mas o evangelho de Jesus nivela a todos debaixo da condenação do pecado. Paulo escreveu a Epístola aos Romanos para denunciar essa crença, a de que a religiosidade é suficiente para a justificação. A justificação acontece simplesmente por meio da fé em Cristo Jesus, ninguém é justificado por meio das obras da lei (Rm. 3.20; Ef. 2.8,9). Deus não nos aceita por intermédio dos nossos critérios religiosos, mas através do sacrifício vicário de Jesus na cruz do calvário. O sangue dEle derramado, como bem expressa o autor da Epístola aos Hebreus, é o fundamento da nossa salvação (Hb. 9.14). Essa é uma doutrina que percorre cada página do Novo Testamento, a fim de ressaltar que somente o sangue de Jesus nos purifica do pecado (I Jo. 1.7).

CONCLUSÃO

Evidentemente, para ser agraciado com o perdão divino, faz-se necessário demonstrar arrependimento, e se humilhar perante Deus (Lc. 14.11). Aqueles que cometem pecados morais costumam fazê-lo com maior rapidez, por isso publicanos e prostitutas precederão os religiosos no reino de Deus (Mt. 21.31). A razão é bastante simples, os religiosos legalistas tendem a se considerar retos aos olhos de Deus, por isso não percebem sua condição de pecado (Lc. 5.32).

José Roberto A. Barbosa
Disponível no Blog subsidioebd.blogspot.com


COMENTÁRIO E SUBSÍDIO III

INTRODUÇÃO

Talvez a parábola do fariseu e do publicano seja uma das mais conhecidas. Ela mostra que a dependência humilde diante de Deus, em vez de justiça própria, é a base para a resposta de oração. Muitas pessoas acreditam que Deus deve responder suas orações com base naquilo que elas fazem para Ele. Contudo, na contramão da meritocracia religiosa, e dentro da gloriosa graça de Deus, que faz cair chuva sobre justos e injustos (Mt 5.45), a lição de hoje nos ensina que o que Deus quer é que nossas orações sejam permeadas de sinceridade e arrependimento. Quando oramos a Deus, devemos confiar em quem Ele é, e não em quem nós somos. Jesus ensina que são felizes os humildes de espírito (Mt 5.3), aqueles que reconhecem a sua real condição diante de Deus. Por isso, hoje vamos falar sobre a sinceridade e o arrependimento para com o Senhor.
A Parábola do Fariseu e do Publicano aparece apenas em Lucas (18.9-14), um fariseu, obcecado por sua própria virtude, é contrastado com um publicano (Coletor de Impostos) que, humildemente, pede a Deus misericórdia. Os fariseus eram judeus zelosos, com muitas regras, se dedicavam a obedecer a toda a Lei de Deus e a interpretar corretamente as Escrituras. Eles também seguiam muitas tradições orais. Os fariseus acreditavam que para agradar a Deus cada pessoa tinha de obedecer fielmente a todas as regras das Escrituras e da tradição. Os publicanos eram funcionários públicos a serviço do Império Romano, eram detestados pelos judeus e muitas vezes envolviam-se em corrupção cobrando das pessoas além do que deveriam. E sofriam um grande repúdio da casta religiosa dos fariseus. Esta parábola sobre dois pecadores foi contada pelo Senhor Jesus com o objetivo de atingir alguns homens que confiavam em si mesmos, se consideravam justos e desprezavam os outros. Jesus contou que os dois subiram ao templo com um único objetivo: orar. O publicano reconheceu que era pecador e confessou diante de Deus. Enquanto o fariseu preferiu se gabar de sua própria justiça e omitiu seus pecados. Essa parábola de Jesus fala de um homem que pensava ser bom, mas que foi rejeitado por Deus e de outro que reconheceu ser mau e foi alcançado pela misericórdia de Deus. Dito isto, vamos pensar maduramente a fé cristã?

I. INTERPRETAÇÃO DA PARÁBOLA DO FARISEU E DO PUBLICANO
                                                                 
Estamos diante de uma parábola narrativa indireta simples, ou seja, uma comparação entre dois personagens opostos - o fariseu e o publicano -, colocando-os lado a lado. Depois de haver ensinado a respeito da necessidade e do poder da oração por meio da parábola do "juiz iníquo", Jesus conta essa parábola com o objetivo de ensinar a atitude correta na hora da oração. Agora somos ensinados que, além de perseverarmos na oração, é preciso uma atitude correta.
1. O fariseu. Pertencente a uma das principais seitas dos judeus, muito mais numerosa do que a dos saduceus, e de mais influência entre o povo, os fariseus insistiam no cumprimento rigoroso da Lei e das tradições dos anciãos (Mt 15.1,2). Fariseu significa "separado". Esta classe de pessoas assim era identificada porque não somente se separava dos outros povos, mas também dos outros judeus. Eles observavam as práticas de forma minuciosa, contudo, esqueciam do espírito da Lei, como se nota na forma como se lavavam antes de fazer as refeições, no lavar dos copos, jarros, os vasos de metal e as roupas de cama (Mc 7.3,4), em pagar cuidadosamente o dízimo (Mt 23.23), na observância do sábado, etc.
Antes de qualquer coisa, é preciso alertar que os Fariseus não foram rejeitados por Jesus por seus esforços em observar a Lei escrita/oral. O motivo da rejeição, de fato, foi a hipocrisia daqueles que agiam religiosamente só para manter as aparências. Muitos deles caíram no legalismo: obedecer a todas as regras se tornou mais importante que um coração sincero e arrependido. Seu desprezo e sua falta de compaixão por todos que não conseguiam seguir seu alto padrão de vida também foi combatido por Jesus. Os Fariseus eram membros de uma seita judaica caracterizada por aspectos político-religioso e provavelmente surgiram durante o cativeiro de Judá em Babilônia ou durante o período interlinear, naqueles quase quatro séculos antes de Cristo. Segundo o Dicionário Bíblico de Wycliffe, é incerta a origem tanto da palavra quanto do grupo religioso judeu que recebem este nome, mas provavelmente, como sugere a palavra hebraica “parash”, fariseu queira dizer “separado” e faça alusão ao partido religioso que ao menos em tese pretendia demonstrar uma vida moral elevada e distinta dos impuros.

2. O publicano. Os publicanos, geralmente judeus, eram cobradores de impostos que trabalhavam para os romanos. Os judeus consideravam os publicanos traidores e apóstatas, porque cobravam os impostos para a nação que os oprimia. Eles eram julgados como pessoas de vil caráter, porque alguns também acabavam extorquindo grandes quantias de dinheiro do seu próprio povo (Lc 3.12,13; 19.8). Os publicanos sempre eram classificados entre os pecadores (Mt 9.10,11), os pagãos e as meretrizes (Mt 21.31). 0 povo murmurava pelo fato de Jesus comer com eles (Mt 9.11; 11.19; Lc 5.29; 15.1,2). Chama a atenção o fato de Jesus ter escolhido um publicano, Mateus, para segui-lo, tornando-se apóstolo (Mt 9.9).
Essa classe era odiada pelos judeus não apenas a corrupção com a qual agiam, mas eram considerados traidores por servirem ao império.
Quando falamos em publicanos, precisamos diferenciar duas classes semelhantes, mas com diferenças bem importantes. A primeira classe de publicanos era formada de homens muito ricos, normalmente romanos, que venciam o leilão para adquirir o direito de cobrar os impostos em determinada região. Zaqueu provavelmente foi esse tipo de publicano, da região de Jericó, pois ele é chamado de “chefe dos publicanos” (Lc.19.2), apesar de ser um judeu. Já a segunda classe de publicanos era de trabalhadores contratados pelos primeiros, normalmente judeus e não tão ricos quanto aqueles. Eram esses que faziam as cobranças de fato das taxas e dos impostos. Sentavam em suas coletorias e eram acompanhados de soldados romanos. Essa segunda classe de publicanos era ainda mais odiada do que a primeira, pois era formada de judeus aliados a romanos, e por isso eram considerados tanto ladrões quanto traidores do seu povo. Eram chamados de “pecadores” (Mt.9.10-11).” (ALMANAQUE DA BÍBLIA)
Os publicanos tinham uma reputação muito ruim. O publicano era conhecido como ladrão, avarento, sem coração. Os fariseus e outros religiosos se recusavam a conviver com publicanos, para não serem contaminados.

3. A oração. Os judeus da cidade de Jerusalém tinham o costume de fazer orações nas horas costumeiras (9 da manhã e 15 da tarde). Entretanto, mesmo fora dos horários regulares havia pessoas orando no Templo (Lc 2.37; At 22.17). Um fariseu e um publicano subiram ao Templo com o fim de orar à mesma hora. Como já foi dito, nos aspectos religioso e moral reinava no judaísmo daquela época uma grande distância entre essas duas classes do povo. O fariseu, como vimos, era tido como um homem que cumpria a Lei com rigor exemplar. O outro, publicano, era considerado uma pessoa que vivia em grandes pecados e vícios, sendo mesmo equiparado aos gentios. Essas duas figuras estão orando juntas à mesma hora no Templo. É o que informa a parábola.
Os judeus separavam o dia em duas partes: a primeira parte correspondia ao dia claro, e era contado desde o nascer do sol (por volta das 6 da manhã, a hora primeira), até o pôr-do-sol (por volta das 18 horas, a hora décima), portanto, tinha 12 horas. Já a noite, era contada das 18 horas até as 6 da manhã do dia seguinte, separadas em 3 vigílias de 4 horas cada uma, sendo.
Historicamente falando, os judeus desenvolveram a oração de hora fixa enquanto estavam no cativeiro babilônico, quando eles não tinham acesso ao Templo. Isso é exatamente o que Daniel estava fazendo. Por não terem mais o templo, os sacrifícios ou o seu antigo ritmo de vida, no esforço de manter alguma sanidade em meio às grandes mudanças na Babilônia, o povo de Deus desenvolveu a prática de manter essas horas de oração. Os Apóstolos também observavam este costume judeu de orar na terceira, sexta e nona horas, e também à meia-noite. Se você olhar através do livro de Atos você descobrirá várias referências a isso, embora você possa não ter percebido isso pelo que era”. (A Oração de Hora Fixa. Disponível em: https://lecionario.com/ora%C3%A7%C3%A3o-de-hora-fixa-aff5979ecc86. Acesso em: 5 Nov, 2018)
Note que Jesus foi chamado de “amigo de publicanos e pecadores” com o objetivo de denegrir sua imagem e reputação. Isso denota qual era o conceito dessa classe naquela época. Acontece que esse título grudou em Jesus, e em vez de denunciá-lo, apenas serviu para mostrar seu interesse e misericórdia para com os que pecam.

SUBSÍDIO HISTÓRICO-CULTURAL
                               
“Dois homens subiram ao templo, a orar; um, fariseu, e o outro, publicano (10). Eles não entraram no santuário, mas em um dos átrios do templo onde eram oferecidas as orações. Este era o pátio das mulheres. Ao escolher um fariseu e um publicano para esta ilustração, Jesus escolheu dois extremos. Os fariseus eram a mais rígida, mais conservadora e mais legalista de todas as facções dos judeus. Os publicanos eram oficiais judeus do governo romano, cujo trabalho era recolher taxas para Roma. Eles eram odiados pelos judeus tanto pelas taxas recolhidas para os dominadores estrangeiros, como por serem geralmente desonestos” (CHILDERS, Charles L. Comentário Bíblico Beacon. Vol.6. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, pp.467,468).

II. A HIPOCRISIA DO FARISEU

1. A postura do fariseu no momento da oração. Inicialmente a parábola contada por Jesus se detém no fariseu, com o objetivo de dizer como este formulava a sua oração. De acordo com uma das interpretações, o fariseu postou-se em local isolado e ali orou (Lc 18.11). O texto enfatiza a posição distinta, separada, do fariseu. Ele postou-se de maneira que chamava a atenção e atraía sobre si todos os olhares dos presentes (Mt 6.5). Ele ora como todos os devotos judeus: de pé, com os braços erguidos e a cabeça levantada. Ele agradece a Deus. Esta é a forma clássica da oração bíblica judaica: o louvor e o agradecimento a Deus. O fariseu, antes de tudo, agradece a Deus por estar isento dos vícios dos outros homens, e em seguida porque é rico em obras meritórias.
Conseguimos extrair desta parábola o perigo da arrogância espiritual a que estão sujeitos os cristãos. De todas as formas de arrogância, com certeza, essa é a pior de todas por envolver a pessoa divina nesta questão. Como já explicado, o nome fariseu significa “separado”. Em Mateus 3.7 Jesus denuncia sua hipocrisia e orgulho pela maneira corno desprezavam a essência da lei e se apegavam a minúcias e práticas externas, esquecendo-se do mais importante. O ápice da parábola é aquilo que é dito no versículo 9: a arrogância espiritual – “...uns que confiavam em si mesmos, crendo que eram justos, e desprezavam os outros”. O fato do fariseu se considerar melhor do que o publicano caracteriza a arrogância espiritual. Talvez possamos enxergar isso hoje em nosso meio, alguns que se acham em um nível superior de espiritualidade e desprezam os demais; Supondo-se especial, despreza o trabalho em equipe, isola-se e, normalmente são insubmissos a seus líderes. Nada é mais abominável aos olhos de Deus do que o orgulho.
O fariseu mostrou o quanto estava distante de Deus quando exaltou suas próprias obras como sendo, na visão dele, o motivo de Deus o “aceitar” em Sua presença. Porém, ele apenas mostrou o quanto adorava a si mesmo e não a Deus. Observe esse trecho de sua fala: “O fariseu, posto em pé, orava de si para si mesmo, desta forma: Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros, nem ainda como este publicano; jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo quanto ganho.” (Lucas 18.11). Quando Jesus diz que o fariseu orava “de si para si mesmo” mostra que Deus não o ouvia, pois o seu orgulho matara sua comunhão com Deus.” (Presbítero André Sanchez, em Explicando as parábolas de Jesus. Disponível em:https://www.esbocandoideias.com/2013/03/explicando-as-parabolas-de-jesus-o-fariseu-e-o-publicano.html. Acesso em: 5 Nov, 2018)

2. Uma "oração comum". Tudo indica que o tipo de oração que encontramos no texto, apesar de transparecer arrogante, não era completamente desconhecido, pois há relatos na literatura rabínica do judaísmo de que tal comportamento era comum. Alguns autores mostram exemplos de orações cujo teor é similar à do fariseu da parábola. Isso, porém, não justifica a atitude e nem a torna aceitável.
Em Mateus 23 encontramos Jesus descrevendo as características dos escribas e dos fariseus de sua época, e no versículo 5 ele diz que os fariseus usavam largos filactérios, e que alargavam as franjas das suas vestes. Filactérios eram duas caixinhas de couro presas a uma tira de couro, utilizadas na testa e na mão direita, e dentro delas estavam os 4 trechos da Torá em que se baseia o seu uso (Êx 13.1-10, Êx 13.11-16, Dt 6.4-9; 11.13-21). Usavam o Talit e Tsitsi, cujas pontas continham franjas (Nm 15.38; Dt 22.12). Ocorre que naquela época, os fariseus usavam os filactérios e as franjas em suas vestes, a fim de serem vistos pelos homens nas ruas, para talvez, demonstrarem o quão santos e religiosos eles eram.
Assim, como nos dias de hoje, os fariseus agiam de forma egocêntrica, e não cristocêntrica. Também se comportavam de forma altiva em vez da humildade. Aquele fariseu passou a listar tudo o que (aos seus olhos) parecia ser a mais nobre forma de servir a Deus, ovacionando-se em benefício de justiça própria. Este glorificava-se a si mesmo. Nada, nenhum necessidade espiritual, nada mesmo o havia feito ficar de joelhos, mas orgulhava-se de sua posição e vida religiosa. Era um relatório que parecia levar ao engano de uma vida de “santidade”. Este “homem de oração” parecia não ter pontos fracos em sua vida com Deus, mas apenas destaques de fé e firmeza que o pudessem encaixar num mundo evangélico. Mas, aquela oração de autoglorificação e exigência de nada valia perante os olhos de Deus.” (O orgulho religioso: O fariseu e o publicano. Disponível em: https://artigos.gospelprime.com.br/o-orgulho-religioso-o-fariseu-e-o-publicano/. Acesso em: 5 Nov, 2018)

3. A oração arrogante. O fariseu diz a respeito de si mesmo o que era rigorosamente verdadeiro, mas o que o motivava a orar era completamente errado. Não existe nenhuma consciência do pecado, nem da necessidade, nem da humilde dependência de Deus. O fariseu quase que comete a loucura de "parabenizar" a Deus por ter um servo tão excelente como ele! Depois de suas primeiras palavras, não se lembra mais de Deus, mas apenas de si mesmo. 0 centro de sua oração é o que ele faz. A oração do fariseu inicialmente mostra quem ele é. Em seguida, ele passa a destacar as obras excedentes, ou seja, "a mais" que ele realiza. Excedia o jejum prescrito na Lei, o "Dia da Expiação", acrescentando à prática anual (Lv 16.29,31; 23.27), mais dois jejuns semanais. Excedia o dízimo normatizado pela Lei (Lv 27.30,32; Nm 18.21,24), chegando a separar o dízimo dos "temperos" ou condimentos (Mt 23.23). Ele realmente "agradece" por ser quem é, mas, não contente com isso, "agradece" também pelo que supostamente faz para Deus.
O que caracteriza a oração arrogante do fariseu? Ele orou para si mesmo. Na verdade deixou de ser uma oração e passou a ser um discurso para Deus, descrevendo todos os seus méritos, fazendo-O saber todas as coisas boas que tinha feito. Gabou-se de sua moralidade, de sua honestidade e de sua vida religiosa. Este orante não era imoral, mas era orgulhoso - “Eu não sou como os demais…” (v 11). Temos textos neo-testamentários afirmando que os fariseus gostavam de ficar em pé nas praças e orar em voz alta, a fim de serem ouvidos pelos homens. O fariseu, do ponto de vista da religiosidade, era irrepreensível; cumpria as normas e preceitos nos mínimos detalhes e que jejuava frequentemente, sendo zeloso ao extremo. Aos olhos humanos, um fariseu era puro e corretíssimo - separado. Porém, o coração deles não condizia com as suas palavras. Considerando-se os guardiões da pureza doutrinária, acabaram por se constituírem em uma aberração religiosa aos olhos de Deus. Esse perigo é real, ainda hoje. É possível amar prédios, estatutos, placas e costumes, e deixar de amar pessoas. Como tem sido o conteúdo das nossas orações?

SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO

“O tríplice uso da expressão ‘hipócritas’ [hypokritēs] ([utilizada por Jesus em Mateus 6] vv.2,5,16), termo grego originalmente utilizado no teatro para os atores que representavam, denota a seriedade com que são encarados os que fazem o bem com motivações escusas. É impossível não lembrar-se de Mateus 25.31-46, quando as ovelhas forem separadas dos bodes, justamente por causa das boas obras executadas. Obras que, vale ressaltar, eram praticadas sem nenhum outro interesse por parte de quem praticava a não ser o bem da pessoa necessitada. Aliás, os benfeitores estavam fazendo ao próprio Filho de Deus, mas eles sequer sabiam disso! Nada fora feito para representar, pois eles sequer sabiam que estavam sendo observados e suas obras anotadas e contabilizadas. É assim que, conforme observa Dumais, uma ‘ação praticada diante do Pai ‘em segredo’ (vv. 4.6.18) não significa uma ‘ação secreta’; designa toda ação, até pública, que se faz de verdade diante do Pai, ‘que vê o que está oculto’, isto é, que penetra a intenção profunda dos corações’. O feito de qualquer um, isto é, qualquer obra, jamais será ‘oculta’ diante dos olhos de quem tudo vê e conhece. Inclusive as ações, não precisam ser necessariamente ocultas, escondidas, pois se não houver outra forma ou local, elas podem ser realizadas publicamente” (CARVALHO, César Moisés. O Sermão do Monte. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, pp.102-03).

III. A SINCERIDADE DO PUBLICANO

1. A oração do publicano. O cobrador de impostos parece não estar à vontade no local de culto. Ele não está apto nem mesmo para assumir o comportamento normal de quem ora. Bate no peito como aquele que está numa situação de desespero, suplica com a fórmula do pecador que não sabe fazer o elenco de seus pecados (Sl 51.3). É a oração do pobre que confia totalmente em Deus. Com profunda dor ele exclama: "Deus, tem misericórdia de mim, pecador!" Nessa breve, porém, sincera e humilde oração, a ênfase recai sobre a palavra "pecador".
A oração do publicano descreve uma pessoa convicta de seu grande pecado, demonstra que ele está arrependido no fato que nem mesmo ergue os olhos ao céu, tamanho o seu senso de indignidade. O bater no peito era sinal de profunda dor e tristeza. Ele também se coloca numa classe à parte, mas diametralmente diferente da do fariseu. Não tem nada a oferecer a Deus, somente clama por misericórdia – isso é arrependimento - dar-se conta de quem realmente é. Metanoia é a palavra grega para arrependimento; ela carrega a ideia de virar a mente do avesso, profundo pesar e um desejo radical de mudar. Ele veio à presença de Deus humildemente. "Ficou de longe". Evitou a familiaridade com o grande e santo Deus. Estava diante dEle em reverência. Viera para orar, não pregar a Deus.

2. Sinceridade e arrependimento. Além de golpear o próprio peito, o publicano nem conseguia levantar os olhos. O termo grego utilizado é uma expressão forte e definida para uma contrição dolorosa e arrependida, tal como aparece em Lucas 23.48. O publicano sequer consegue formular muitas palavras. Nem mesmo fazendo promessas ele conseguiria obter quaisquer direitos. Ele tem consciência de sua condição, por isso, prostra-se em sinal de sinceridade e arrependimento. A sua condição o permite apenas render-se inteiramente às mãos de Deus. É possível notar, pelas palavras do fariseu, que todos os seres humanos eram pecadores e "apenas" ele era justo. De forma contrária, na confissão do publicano, porém, todos eram justos, "somente" ele era o pecador. Nisto também vemos a comparação entre ambos. Na verdade, estamos diante de uma oração que saía das profundezas de um coração completamente dilacerado pela dor.
O texto descrito na parábola aplica mais palavras à oração feita pelo fariseu, ela foi longa em comparação com a oração feita pelo publicano, mas ele por nada agradece, nada confessa, não adora e, principalmente, não há nenhuma consciência de pecado e dependência de Deus. Não podemos esquecer que é o muito falar que fará nossas orações serem ouvidas, ou fará que seja mais eficaz ou piedosa. Jesus orou noites inteiras (Lc 6.12), mas também fez orações curtíssimas e igualmente poderosíssimas, como antes de ressuscitar seu amigo Lázaro (Jo 11.41 e 42). De fato precisamos orar mais e continuamente, sem cessar, mas sempre lembrando que a motivação deve ser um coração puro, uma disposição mental que agrada a Deus.

3. A oração aceita. As pessoas que ouvem atentamente a narração de Jesus talvez tivessem esboçado sinais de aprovação inclinando-se para a atitude do fariseu. Porém, num dado momento, o Mestre desconcerta a todos os ouvintes com uma conclusão inesperada. O publicano, que era odiado por todos, isto é, o pecador, recebe o dom de Deus, a justiça, ou seja, o perdão e a misericórdia divina. Já o fariseu, que ostentava a justiça perante Deus como conquista pessoal, não obteve o mesmo favor. O publicano recebeu o favor divino como dom misericordioso de Deus. Esta é a verdadeira justiça, posto ser proveniente de Deus (Rm 1.17). Assim, a oração aceita é a do publicano. Ela vem permeada de sinceridade e arrependimento diante de Deus. Por isso, ele voltou para casa "justificado", ou seja, perdoado e "inocentado" dos seus pecados. O princípio por trás de toda a parábola está muito claro: aquele que se exalta, será humilhado. Ninguém possui algo de que possa se orgulhar diante de Deus. Quem se humilha, será exaltado (Lc 14.11). O pecador arrependido que humildemente busca a misericórdia de Deus, certamente, a encontrará.
Algumas orações são apenas palavrórios (Mt 6.7), e outras, são desprezíveis como a oração de Tiago e João pedindo grandeza e superioridade sobre os demais (Mc 10.37). O pastor anglicano itinerante George Whitefield, declarou o seguinte sobre o publicano desta parábola: “Pobre alma! Como devia estar se sentindo?… Não duvido que ele tenha clamado: ‘Deus tenha misericórdia de mim desde o nascimento, um pecador em pensamentos, atitudes, palavras…’ mas de coração quebrantado, voltou para a sua casa justificado aos olhos de Deus mais do que qualquer outra alma que não tenha feito o mesmo”. Ninguém poderá se apresentar diante do Senhor e se orgulhar de algum mérito, não temos nada que seja perfeito diante dEle. Na verdade, não sabemos orar, é o Espírito Santo que aperfeiçoa nossas orações para que elas cheguem diante de Deus. Encontramos em Mateus 6.9-13 o modelo da oração agradável a Deus; ela contém os seguintes ‘ingredientes’: Reconhecimento da soberania de Deus, humildade, honestidade e agradecimento.

SUBSÍDIO DEVOCIONAL

“A oração que o pecador faz com humildade e arrependimento leva à conversão genuína, que, por sua vez, se evidencia pela conversão comprovada, pela reparação dos erros cometidos e a volta às atividades que honram a obra de Deus e o glorificam. Os atos falam mais alto que as palavras. São os atos da pessoa que atestam a sinceridade da sua conversão. Se você está em falta diante de Deus, quanto maior for seu erro, tanto maior deve ser a humildade e o arrependimento demonstrados em sua oração. Você estará orando a um Deus vivo que conhece tudo que é rico em misericórdias” (SOUZA, Estevam Ângelo de. Guia Básico de Oração. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2002, pp.124,125-26).

CONCLUSÃO

Na parábola que aprendemos na Lição de hoje, o fariseu representa aquele tipo de pessoa que ora bastante, mas não tem uma atitude sincera. O publicano, apesar da classe a que pertence, no momento da oração representa aquele tipo de pessoa que, com sinceridade e arrependimento, se prostra diante do Pai e, por isso, encontra favor. Será que o nosso coração, naturalmente, não é sempre semelhante ao do fariseu? Vê severamente os pecados de outras pessoas, mas esquece dos próprios. O fariseu deixou o Templo da mesma maneira que entrou nele. Devemos orar como publicanos, pois todos somos pecadores. Devemos orar com sinceridade e arrependimento diante de Deus. Quem se humilhando, curva-se até ao pó, será amorosamente conduzido ao coração do Pai (Sl 51.17).
O Mestre por excelência não está preocupado em agradar os seus ouvintes, antes, ele deseja que aprendam, e utiliza um método que seria reprovado hoje, o choque. Ele conclui a parábola de forma chocante para seus ouvintes. Sua posição foi paradoxal e surpreendente, e certamente inaceitável para alguns. Por permanecer cego diante das suas falhas e da sua pecaminosidade, o fariseu nada alcançou. Já o desprezado publicano, orou com poucas palavras, mas cheia de confissões. Quando finalizou a parábola, Jesus não poderia ter sido mais chocante: “Porque todo o que se exalta será humilhado; mas o que se humilha será exaltado” (Lc 18.14). A lição da parábola está destacada no verso 14: “Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque qualquer que a si mesmo se exalta será humilhado, e qualquer que a si mesmo se humilha será exaltado”.

Achando-se as tuas palavras, logo as comi, e a tua palavra foi para mim o gozo e alegria do meu coração; porque pelo teu nome sou chamado, ó Senhor Deus dos Exércitos”. (Jeremias 15.16).

Francisco Barbosa
Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br

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