SUBSÍDIO I
INTERPRETANDO A PARÁBOLA
Estamos diante de uma parábola
narrativa, direta e simples. É uma comparação de dois personagens opostos por
meio de uma justaposição: o fariseu e o publicano. Depois de haver ensinado a
respeito da necessidade e do poder da oração por meio da parábola “do juiz
iníquo”, Jesus conta essa parábola com o objetivo de ensinar a atitude correta
na hora da oração. Agora somos ensinados que não basta perseverarmos na oração,
é preciso cultivarmos uma atitude correta.
O fariseu pertencia a uma das
principais seitas dos judeus, muito mais numerosa do que a dos saduceus, e de
mais influência entre o povo. Insistia no cumprimento rigoroso da Lei e das
tradições dos anciãos. Fariseu significa “separado”, porque não somente se
separava dos outros povos, mas também dos outros israelitas. Os fariseus
observavam as práticas de forma minuciosa; contudo, esqueciam do espírito da
Lei, como se nota na forma como se lavavam antes de fazer as refeições, na
lavagem dos copos, dos jarros, etc (Mc 7.3,4); em pagar escrupulosamente o
dízimo (Mt 23.23); na observância do sábado, etc.
Elwell destaca que "segundo
o ponto de vista tradicional, embora nem todos os fariseus fossem peritos na
Lei, o farisaísmo era a ideologia da vasta maioria dos escribas e mestres da
Lei, assim, os fariseus eram os guardiães e intérpretes da Lei e as
instituições judaicas associadas com a Lei, tais como a sinagoga e o sinédrio,
eram farisaicas”. As denúncias de Jesus contra os fariseus encontram-se em
Mateus 23.13-30 e Marcos 7.9. Nesta última passagem Jesus disse: “Bem
invalidais o mandamento de Deus para guardardes a vossa tradição”.
Em Isaías 29.13 o profeta
criticava os hipócritas: “Porque o Senhor disse: Pois que este povo se aproxima
de mim e, com a boca e com os lábios, me honra, mas o seu coração se afasta
para longe de mim, e o seu temor para comigo consiste só em mandamentos de
homens, em que foi instruído”. O Comentário
do Novo Testamento Aplicação Pessoal destaca que “Jesus
aplicou as palavras de Isaías a esses líderes religiosos, porque eles podiam
proferir as palavras corretas e fingir sua devoção a Deus, mas seu coração
estava longe dele e Jesus atacou a verdadeira condição do seu coração”. Pois
se preocupavam com detalhes do cotidiano e desprezavam a observância da Lei de
Deus e seu verdadeiro significado.
Os publicanos eram cobradores de
impostos públicos entre os antigos romanos. Os judeus consideravam os
publicanos traidores e apóstatas porque cobravam os impostos para a nação que
os oprimia. Eles eram julgados como pessoas de vil caráter, porque, também,
acabavam extorquindo grandes quantias de dinheiro do seu próprio povo (Lc 3.12,
13; 19.8). Eles estavam classificados sempre entre os pecadores (Mt 9.10, 11),
os pagãos (Mt 18.7) e as meretrizes (Mt 21.31). O povo murmurava pelo fato de
Jesus comer com eles (Mt 9.11; 11.19; Lc 5.29; 15.1,2). Mateus era um
publicano.
Champlin destaca que “na
antiguidade, as taxas e impostos frequentemente eram coletados por indivíduos
privados empregados com esse propósito, e não por agentes governamentais
oficiais, assim, tais indivíduos tiravam proveito da situação a fim de
auferirem ganhos desonestos”. É por esta razão que os publicanos estão
associados aos pecadores, reunindo assim “duas classes que tinham grande
afinidade de espírito. Pensava-se que nenhum publicano podia ser homem honesto,
tão má era a reputação da categoria”.
Os judeus da cidade de Jerusalém
tinham o costume de fazer orações nas horas costumeiras (9h da manhã e 3h da
tarde). Entretanto, mesmo fora dos horários regulares havia pessoas orando no
templo (Lc 2.37; At 22.17). Um fariseu e um publicano subiram ao templo com o
fim de orar à mesma hora. No aspecto religioso e moral reinava no judaísmo daquele
tempo uma grande distância entre essas duas classes do povo.
O fariseu, como vimos, era tido
como um homem que cumpria a Lei com exemplar rigorismo inatacável. Já o
publicano era considerado uma pessoa que vivia em flagrantes pecados e vícios,
era mesmo equiparado aos gentios. Essas duas figuras estão orando juntos à
mesma hora no templo. Eis o que diz a parábola.
Esta parábola nos ensina que a
religiosidade não tem valor para Deus quando não existe sinceridade de coração.
O fariseu e o publicano tiveram atitudes semelhantes, ou seja, estavam buscando
ao Senhor em oração, porém, o fariseu é reprovado por causa de sua hipocrisia,
enquanto que o publicano, mesmo sendo pecador, tem a aprovação divina.
“Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque
qualquer que a si mesmo se exalta será humilhado, e qualquer que a si mesmo se
humilha será exaltado” (Lc 18.14).
O publicano é um exemplo de
alguém que tem consciência de sua condição espiritual. Diferente do fariseu, o
publicano coloca-se na presença de Deus com coração contrito, reconhecendo-se
como pecador e completamente dependente de Deus. Nesta parábola somos ensinados
sobre a necessidade de avaliarmos nossa condição espiritual quando nos
colocamos na presença de nosso Deus.
Lockyer destaca que “os dois
homens que subiram para orar no templo são diferentes em caráter, credo e na
forma de auto-exame, e, ambos se apresentam diante do Santo Deus, mas com uma
diferença radical de atitude”. Este autor também destaca que “aqui estão
dois indivíduos amplamente apartados um do outro, tanto em seu modo de viver
como na opinião que o público tinha deles; são representantes de duas classes —
(o primeiro) dos arrogantes mantenedores da lei e (o segundo) os desprezados
transgressores da lei”.
Esta parábola destaca a
necessidade de uma vida de oração realizada com propósito correto, de maneira
constante e com humildade no coração, reconhecendo a necessidade de ser
alcançado pela graça de Deus. Em Tiago 5.16 a Bíblia diz que “a oração feita
por um justo pode muito em seus efeitos”. Shedd e Bizerra destacam que a
“oração serve para acalmar o espírito e para receber do Senhor sabedoria, de
perceber mais claramente que o Senhor é bom e que sua misericórdia dura para
sempre, mesmo quando passamos pela tempestade”. O publicano entendeu essa
realidade, ao passo que o fariseu não julgava-se necessitado.
Texto extraído da
obra: As Parábolas
de Jesus: As
verdades e princípios divinos para uma vida abundante. 1. ed. Rio de
Janeiro: CPAD, 2018
COMENTÁRIO E
SUBSÍDIO II
INTRODUÇÃO
Nos tempos de Jesus, fariseus e publicanos se
colocavam em lados opostos, os primeiros defendiam a moral religiosa, os
últimos coletavam impostos, e os entregavam aos romanos. Na aula de hoje
estudaremos sobre sinceridade, tendo por base a parábola que Jesus contou a
respeito das orações de um fariseu e de um publicano. Aprenderemos a
importância de uma vida sincera, não pautada em mero formalismo religioso, mas
na graça oferecida por Deus.
I. FARISEUS
E PUBLICANOS
Os fariseus faziam parte de uma seita judaica
bastante numerosa, que se destacava pelo rigor religioso, sobretudo no
cumprimento das tradições (Mt. 15.1,2). A palavra fariseu significa “separado”,
e assim eles se consideravam, como um povo eleito de Deus. A doutrina dos
fariseus, em linhas gerais, não se diferenciava da ortodoxia judaica. O
principal problema deles era o excesso de normas, que iam além daquelas
estabelecidas pelo judaísmo clássico. Além disso, eles valorizavam
demasiadamente as exterioridades, em detrimento de uma espiritualidade genuína.
Por causa desse tipo de comportamento, foram duramente repreendidos por Jesus,
que os chamou de sepulcros caiados (Mt. 23.27-32). Na verdade, grande parte dos
discursos de Jesus, bem como das suas parábolas, foram direcionadas aos
escribas e fariseus, que cultivavam uma religiosidade de aparência, destituída
de autenticidade espiritual. Esses fariseus se opunham com veemência a outro
grupo daquela época, os publicanos. Estes eram cobradoras de impostos, e eram
considerados traidores porque cobravam dos judeus para entregarem aos romanos.
Por esse motivo, geralmente eram postos na lista dos pecadores (Mt. 9.10,11), e
eram associados às meretrizes (Mt. 21.31). Os fariseus, ao se
compararem com os publicanos, achavam que eram superiores àqueles. Eles se
consideravam “cidadãos de bem”, enquanto que os publicanos seriam a escória da
sociedade.
II. UMA
PARÁBOLA SOBRE SINCERIDADE
A interpretação de Jesus, a respeito de quem era
pecador, era diferente do aparato exegético dos fariseus. E para mostrar sua
diferença, contou uma parábola a respeito de um fariseu e um publicano que
oravam. De acordo com o relato de Lucas, o Mestre contou que dois homens
subiram ao tempo para orar, um fariseu e um publicano (Lc. 18.9,10). A oração
do fariseu estava fundamentada na justiça própria, pensando que seria aceito
por Deus por causa das suas práticas religiosas (Lc. 18.12). O publicano, por
sua vez, sabia que nada merecia aos olhos de Deus, por isso tão somente dizia:
“Ó Deus, tem misericórdia de mim, pecador!” (Lc. 18.13). Na avaliação de Jesus,
o publicano seguiu justificado para sua casa, e acrescentou: “qualquer que a si
mesmo se humilha será exaltado” (Lc. 18.14). A mensagem dessa parábola é
bastante apropriada, sobretudo nos dias atuais, que as pessoas se consideram
“de bem”, em detrimento das outras que consideram “do mal”. De acordo com os
ensinamentos de Jesus, o ser humano é mal, nada há nele que possa ser digno de
justificação (Mt. 7.11). Não podemos esquecer que todos pecaram e foram
destituídos da glória de Deus, que o salário do pecado é a morte, o dom
gratuito de Deus é a vida eterna, em Cristo Jesus (Rm. 3.23; 6.23).
III. UMA
ORAÇÃO SINCERA
A oração que é aceita diante de Deus é aquela feita
de acordo com a revelação da Sua Palavra. Os discípulos pediram a Jesus para
que ensinasse a eles a orar, demonstrando a necessidade de orar
apropriadamente. As orações podem não ser fundamentadas na revelação de Deus,
mas podem revelar as intenções do nosso coração, e mais que isso, podem
refletir nosso caráter. A oração de muitas evangélicos, como aquela do fariseu
da parábola, revelam apenas a percepção meritória de justiça. Há pessoas nas
igrejas que acham que são merecedoras da salvação. Elas se acham melhores dos
que os outros, em uma escala de graus sociais, se colocam acima dos demais. Mas
o evangelho de Jesus nivela a todos debaixo da condenação do pecado. Paulo
escreveu a Epístola aos Romanos para denunciar essa crença, a de que a
religiosidade é suficiente para a justificação. A justificação acontece
simplesmente por meio da fé em Cristo Jesus, ninguém é justificado por meio das
obras da lei (Rm. 3.20; Ef. 2.8,9). Deus não nos aceita por intermédio dos
nossos critérios religiosos, mas através do sacrifício vicário de Jesus na cruz
do calvário. O sangue dEle derramado, como bem expressa o autor da Epístola aos
Hebreus, é o fundamento da nossa salvação (Hb. 9.14). Essa é uma doutrina que
percorre cada página do Novo Testamento, a fim de ressaltar que somente o
sangue de Jesus nos purifica do pecado (I Jo. 1.7).
CONCLUSÃO
Evidentemente, para ser agraciado com o perdão
divino, faz-se necessário demonstrar arrependimento, e se humilhar perante Deus
(Lc. 14.11). Aqueles que cometem pecados morais costumam fazê-lo com maior
rapidez, por isso publicanos e prostitutas precederão os religiosos no reino de
Deus (Mt. 21.31). A razão é bastante simples, os religiosos legalistas tendem a
se considerar retos aos olhos de Deus, por isso não percebem sua condição de
pecado (Lc. 5.32).
José Roberto A. Barbosa
Disponível no Blog
subsidioebd.blogspot.com
COMENTÁRIO E
SUBSÍDIO III
INTRODUÇÃO
Talvez a parábola do
fariseu e do publicano seja uma das mais conhecidas. Ela mostra que a
dependência humilde diante de Deus, em vez de justiça própria, é a base para a
resposta de oração. Muitas pessoas acreditam que Deus deve responder suas
orações com base naquilo que elas fazem para Ele. Contudo, na contramão da
meritocracia religiosa, e dentro da gloriosa graça de Deus, que faz cair chuva
sobre justos e injustos (Mt 5.45), a lição de hoje nos ensina que o que Deus
quer é que nossas orações sejam permeadas de sinceridade e arrependimento.
Quando oramos a Deus, devemos confiar em quem Ele é, e não em quem nós somos.
Jesus ensina que são felizes os humildes de espírito (Mt 5.3), aqueles que
reconhecem a sua real condição diante de Deus. Por isso, hoje vamos falar sobre
a sinceridade e o arrependimento para com o Senhor.
A Parábola do Fariseu e do Publicano aparece apenas
em Lucas (18.9-14), um fariseu, obcecado por sua própria virtude, é contrastado
com um publicano (Coletor de Impostos) que, humildemente, pede a Deus
misericórdia. Os fariseus eram judeus zelosos, com muitas regras, se dedicavam
a obedecer a toda a Lei de Deus e a interpretar corretamente as Escrituras.
Eles também seguiam muitas tradições orais. Os fariseus acreditavam que para
agradar a Deus cada pessoa tinha de obedecer fielmente a todas as regras das
Escrituras e da tradição. Os publicanos eram funcionários públicos a serviço do
Império Romano, eram detestados pelos judeus e muitas vezes envolviam-se em
corrupção cobrando das pessoas além do que deveriam. E sofriam um grande
repúdio da casta religiosa dos fariseus. Esta parábola sobre dois pecadores foi
contada pelo Senhor Jesus com o objetivo de atingir alguns homens que confiavam
em si mesmos, se consideravam justos e desprezavam os outros. Jesus contou que
os dois subiram ao templo com um único objetivo: orar. O publicano reconheceu
que era pecador e confessou diante de Deus. Enquanto o fariseu preferiu se
gabar de sua própria justiça e omitiu seus pecados. Essa parábola de Jesus fala
de um homem que pensava ser bom, mas que foi rejeitado por Deus e de outro que
reconheceu ser mau e foi alcançado pela misericórdia de Deus. Dito
isto, vamos pensar maduramente a fé cristã?
I. INTERPRETAÇÃO
DA PARÁBOLA DO FARISEU E DO PUBLICANO
Estamos diante de
uma parábola narrativa indireta simples, ou seja, uma comparação entre dois
personagens opostos - o fariseu e o publicano -, colocando-os lado a lado.
Depois de haver ensinado a respeito da necessidade e do poder da oração por
meio da parábola do "juiz iníquo", Jesus conta essa parábola com o
objetivo de ensinar a atitude correta na hora da oração. Agora somos ensinados
que, além de perseverarmos na oração, é preciso uma atitude correta.
1. O
fariseu. Pertencente a uma das principais seitas dos judeus, muito mais numerosa
do que a dos saduceus, e de mais influência entre o povo, os fariseus insistiam
no cumprimento rigoroso da Lei e das tradições dos anciãos (Mt 15.1,2). Fariseu
significa "separado". Esta classe de pessoas assim era identificada
porque não somente se separava dos outros povos, mas também dos outros judeus.
Eles observavam as práticas de forma minuciosa, contudo, esqueciam do espírito
da Lei, como se nota na forma como se lavavam antes de fazer as refeições, no
lavar dos copos, jarros, os vasos de metal e as roupas de cama (Mc 7.3,4), em
pagar cuidadosamente o dízimo (Mt 23.23), na observância do sábado, etc.
Antes de qualquer coisa, é preciso alertar que os
Fariseus não foram rejeitados por Jesus por seus esforços em observar a Lei
escrita/oral. O motivo da rejeição, de fato, foi a hipocrisia daqueles que
agiam religiosamente só para manter as aparências. Muitos deles caíram no
legalismo: obedecer a todas as regras se tornou mais importante que um coração
sincero e arrependido. Seu desprezo e sua falta de compaixão por todos que não
conseguiam seguir seu alto padrão de vida também foi combatido por Jesus. Os Fariseus
eram membros de uma seita judaica caracterizada por aspectos político-religioso
e provavelmente surgiram durante o cativeiro de Judá em Babilônia ou durante o
período interlinear, naqueles quase quatro séculos antes de Cristo. Segundo o
Dicionário Bíblico de Wycliffe, é incerta a origem tanto da palavra quanto do
grupo religioso judeu que recebem este nome, mas provavelmente, como sugere a
palavra hebraica “parash”, fariseu queira dizer “separado” e faça alusão ao
partido religioso que ao menos em tese pretendia demonstrar uma vida moral
elevada e distinta dos impuros.
2. O
publicano. Os publicanos, geralmente judeus, eram cobradores de impostos que
trabalhavam para os romanos. Os judeus consideravam os publicanos traidores e
apóstatas, porque cobravam os impostos para a nação que os oprimia. Eles eram
julgados como pessoas de vil caráter, porque alguns também acabavam extorquindo
grandes quantias de dinheiro do seu próprio povo (Lc 3.12,13; 19.8). Os
publicanos sempre eram classificados entre os pecadores (Mt 9.10,11), os pagãos
e as meretrizes (Mt 21.31). 0 povo murmurava pelo fato de Jesus comer com eles
(Mt 9.11; 11.19; Lc 5.29; 15.1,2). Chama a atenção o fato de Jesus ter
escolhido um publicano, Mateus, para segui-lo, tornando-se apóstolo (Mt 9.9).
Essa classe era odiada
pelos judeus não apenas a corrupção com a qual agiam, mas eram considerados
traidores por servirem ao império.
“Quando falamos em publicanos, precisamos
diferenciar duas classes semelhantes, mas com diferenças bem importantes. A
primeira classe de publicanos era formada de homens muito ricos, normalmente
romanos, que venciam o leilão para adquirir o direito de cobrar os impostos em
determinada região. Zaqueu provavelmente foi esse tipo de publicano, da região
de Jericó, pois ele é chamado de “chefe dos publicanos” (Lc.19.2), apesar de
ser um judeu. Já a segunda classe de publicanos era de trabalhadores
contratados pelos primeiros, normalmente judeus e não tão ricos quanto aqueles.
Eram esses que faziam as cobranças de fato das taxas e dos impostos. Sentavam
em suas coletorias e eram acompanhados de soldados romanos. Essa segunda classe
de publicanos era ainda mais odiada do que a primeira, pois era formada de
judeus aliados a romanos, e por isso eram considerados tanto ladrões quanto traidores
do seu povo. Eram chamados de “pecadores” (Mt.9.10-11).” (ALMANAQUE
DA BÍBLIA)
Os publicanos tinham uma reputação muito ruim. O
publicano era conhecido como ladrão, avarento, sem coração. Os fariseus e
outros religiosos se recusavam a conviver com publicanos, para não serem
contaminados.
3. A
oração. Os judeus da cidade de Jerusalém tinham o costume de fazer orações nas
horas costumeiras (9 da manhã e 15 da tarde). Entretanto, mesmo fora dos
horários regulares havia pessoas orando no Templo (Lc 2.37; At 22.17). Um
fariseu e um publicano subiram ao Templo com o fim de orar à mesma hora. Como
já foi dito, nos aspectos religioso e moral reinava no judaísmo daquela época
uma grande distância entre essas duas classes do povo. O fariseu, como vimos,
era tido como um homem que cumpria a Lei com rigor exemplar. O outro,
publicano, era considerado uma pessoa que vivia em grandes pecados e vícios,
sendo mesmo equiparado aos gentios. Essas duas figuras estão orando juntas à
mesma hora no Templo. É o que informa a parábola.
Os judeus separavam o dia em duas partes: a primeira
parte correspondia ao dia claro, e era contado desde o nascer do sol (por volta
das 6 da manhã, a hora primeira), até o pôr-do-sol (por volta das 18 horas, a
hora décima), portanto, tinha 12 horas. Já a noite, era contada das 18 horas
até as 6 da manhã do dia seguinte, separadas em 3 vigílias de 4 horas cada uma,
sendo.
“Historicamente falando, os judeus desenvolveram
a oração de hora fixa enquanto estavam no cativeiro babilônico, quando eles não
tinham acesso ao Templo. Isso é exatamente o que Daniel estava fazendo. Por não
terem mais o templo, os sacrifícios ou o seu antigo ritmo de vida, no esforço
de manter alguma sanidade em meio às grandes mudanças na Babilônia, o povo de
Deus desenvolveu a prática de manter essas horas de oração. Os Apóstolos também
observavam este costume judeu de orar na terceira, sexta e nona horas, e também
à meia-noite. Se você olhar através do livro de Atos você descobrirá várias
referências a isso, embora você possa não ter percebido isso pelo que era”. (A
Oração de Hora Fixa. Disponível em: https://lecionario.com/ora%C3%A7%C3%A3o-de-hora-fixa-aff5979ecc86. Acesso em: 5 Nov, 2018)
Note que Jesus foi chamado de “amigo de publicanos e
pecadores” com o objetivo de denegrir sua imagem e reputação. Isso denota qual
era o conceito dessa classe naquela época. Acontece que esse título grudou em
Jesus, e em vez de denunciá-lo, apenas serviu para mostrar seu interesse e
misericórdia para com os que pecam.
SUBSÍDIO HISTÓRICO-CULTURAL
“Dois homens subiram ao templo, a orar; um, fariseu,
e o outro, publicano (10). Eles não entraram no santuário, mas em um dos átrios
do templo onde eram oferecidas as orações. Este era o pátio das mulheres. Ao
escolher um fariseu e um publicano para esta ilustração, Jesus escolheu dois
extremos. Os fariseus eram a mais rígida, mais conservadora e mais legalista de
todas as facções dos judeus. Os publicanos eram oficiais judeus do governo
romano, cujo trabalho era recolher taxas para Roma. Eles eram odiados pelos
judeus tanto pelas taxas recolhidas para os dominadores estrangeiros, como por
serem geralmente desonestos” (CHILDERS, Charles L. Comentário Bíblico Beacon.
Vol.6. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, pp.467,468).
II. A HIPOCRISIA
DO FARISEU
1. A postura
do fariseu no momento da oração. Inicialmente a parábola contada por Jesus se detém no fariseu, com o
objetivo de dizer como este formulava a sua oração. De acordo com uma das
interpretações, o fariseu postou-se em local isolado e ali orou (Lc 18.11). O
texto enfatiza a posição distinta, separada, do fariseu. Ele postou-se de
maneira que chamava a atenção e atraía sobre si todos os olhares dos presentes
(Mt 6.5). Ele ora como todos os devotos judeus: de pé, com os braços erguidos e
a cabeça levantada. Ele agradece a Deus. Esta é a forma clássica da oração
bíblica judaica: o louvor e o agradecimento a Deus. O fariseu, antes de tudo,
agradece a Deus por estar isento dos vícios dos outros homens, e em seguida
porque é rico em obras meritórias.
Conseguimos extrair desta parábola o perigo da
arrogância espiritual a que estão sujeitos os cristãos. De todas as formas de
arrogância, com certeza, essa é a pior de todas por envolver a pessoa divina
nesta questão. Como já explicado, o nome fariseu significa “separado”. Em
Mateus 3.7 Jesus denuncia sua hipocrisia e orgulho pela maneira corno
desprezavam a essência da lei e se apegavam a minúcias e práticas externas,
esquecendo-se do mais importante. O ápice da parábola é aquilo que é dito no
versículo 9: a arrogância espiritual – “...uns que confiavam em si mesmos,
crendo que eram justos, e desprezavam os outros”. O fato do fariseu se
considerar melhor do que o publicano caracteriza a arrogância espiritual.
Talvez possamos enxergar isso hoje em nosso meio, alguns que se acham em um
nível superior de espiritualidade e desprezam os demais; Supondo-se especial,
despreza o trabalho em equipe, isola-se e, normalmente são insubmissos a seus
líderes. Nada é mais abominável aos olhos de Deus do que o orgulho.
“O fariseu mostrou o quanto estava distante de
Deus quando exaltou suas próprias obras como sendo, na visão dele, o motivo de
Deus o “aceitar” em Sua presença. Porém, ele apenas mostrou o quanto adorava a
si mesmo e não a Deus. Observe esse trecho de sua fala: “O fariseu, posto em
pé, orava de si para si mesmo, desta forma: Ó Deus, graças te dou porque não
sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros, nem ainda como
este publicano; jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo quanto
ganho.” (Lucas 18.11). Quando Jesus diz que o fariseu orava “de si para si
mesmo” mostra que Deus não o ouvia, pois o seu orgulho matara sua comunhão com
Deus.” (Presbítero André Sanchez, em Explicando as parábolas de
Jesus. Disponível em:https://www.esbocandoideias.com/2013/03/explicando-as-parabolas-de-jesus-o-fariseu-e-o-publicano.html. Acesso em: 5 Nov, 2018)
2.
Uma "oração comum". Tudo indica que o tipo de oração que encontramos no texto, apesar de
transparecer arrogante, não era completamente desconhecido, pois há relatos na
literatura rabínica do judaísmo de que tal comportamento era comum. Alguns
autores mostram exemplos de orações cujo teor é similar à do fariseu da
parábola. Isso, porém, não justifica a atitude e nem a torna aceitável.
Em Mateus 23 encontramos Jesus descrevendo as
características dos escribas e dos fariseus de sua época, e no versículo 5 ele
diz que os fariseus usavam largos filactérios, e que alargavam as franjas das
suas vestes. Filactérios eram duas caixinhas de couro presas a uma tira de
couro, utilizadas na testa e na mão direita, e dentro delas estavam os 4
trechos da Torá em que se baseia o seu uso (Êx 13.1-10, Êx 13.11-16, Dt 6.4-9;
11.13-21). Usavam o Talit e Tsitsi, cujas pontas continham franjas (Nm 15.38;
Dt 22.12). Ocorre que naquela época, os fariseus usavam os filactérios e as
franjas em suas vestes, a fim de serem vistos pelos homens nas ruas, para
talvez, demonstrarem o quão santos e religiosos eles eram.
“Assim, como nos dias de hoje, os fariseus agiam
de forma egocêntrica, e não cristocêntrica. Também se comportavam de forma
altiva em vez da humildade. Aquele fariseu passou a listar tudo o que (aos seus
olhos) parecia ser a mais nobre forma de servir a Deus, ovacionando-se em
benefício de justiça própria. Este glorificava-se a si mesmo. Nada, nenhum
necessidade espiritual, nada mesmo o havia feito ficar de joelhos, mas
orgulhava-se de sua posição e vida religiosa. Era um relatório que parecia
levar ao engano de uma vida de “santidade”. Este “homem de oração” parecia não
ter pontos fracos em sua vida com Deus, mas apenas destaques de fé e firmeza
que o pudessem encaixar num mundo evangélico. Mas, aquela oração de
autoglorificação e exigência de nada valia perante os olhos de Deus.” (O
orgulho religioso: O fariseu e o publicano. Disponível em: https://artigos.gospelprime.com.br/o-orgulho-religioso-o-fariseu-e-o-publicano/. Acesso em: 5 Nov, 2018)
3. A
oração arrogante. O fariseu diz a respeito de si mesmo o que era rigorosamente
verdadeiro, mas o que o motivava a orar era completamente errado. Não existe
nenhuma consciência do pecado, nem da necessidade, nem da humilde dependência
de Deus. O fariseu quase que comete a loucura de "parabenizar" a Deus
por ter um servo tão excelente como ele! Depois de suas primeiras palavras, não
se lembra mais de Deus, mas apenas de si mesmo. 0 centro de sua oração é o que
ele faz. A oração do fariseu inicialmente mostra quem ele é. Em seguida, ele
passa a destacar as obras excedentes, ou seja, "a mais" que ele
realiza. Excedia o jejum prescrito na Lei, o "Dia da Expiação",
acrescentando à prática anual (Lv 16.29,31; 23.27), mais dois jejuns semanais.
Excedia o dízimo normatizado pela Lei (Lv 27.30,32; Nm 18.21,24), chegando a
separar o dízimo dos "temperos" ou condimentos (Mt 23.23). Ele
realmente "agradece" por ser quem é, mas, não contente com isso,
"agradece" também pelo que supostamente faz para Deus.
O que caracteriza a oração arrogante do fariseu? Ele
orou para si mesmo. Na verdade deixou de ser uma oração e passou a ser um
discurso para Deus, descrevendo todos os seus méritos, fazendo-O saber todas as
coisas boas que tinha feito. Gabou-se de sua moralidade, de sua honestidade e
de sua vida religiosa. Este orante não era imoral, mas era orgulhoso - “Eu
não sou como os demais…” (v 11). Temos textos neo-testamentários afirmando
que os fariseus gostavam de ficar em pé nas praças e orar em voz alta, a fim de
serem ouvidos pelos homens. O fariseu, do ponto de vista da religiosidade, era
irrepreensível; cumpria as normas e preceitos nos mínimos detalhes e que
jejuava frequentemente, sendo zeloso ao extremo. Aos olhos humanos, um fariseu
era puro e corretíssimo - separado. Porém, o coração deles não condizia com as
suas palavras. Considerando-se os guardiões da pureza doutrinária, acabaram por
se constituírem em uma aberração religiosa aos olhos de Deus. Esse perigo é
real, ainda hoje. É possível amar prédios, estatutos, placas e costumes, e
deixar de amar pessoas. Como tem sido o conteúdo das nossas orações?
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
“O tríplice uso da expressão ‘hipócritas’
[hypokritēs] ([utilizada por Jesus em Mateus 6] vv.2,5,16), termo grego
originalmente utilizado no teatro para os atores que representavam, denota a
seriedade com que são encarados os que fazem o bem com motivações escusas. É
impossível não lembrar-se de Mateus 25.31-46, quando as ovelhas forem separadas
dos bodes, justamente por causa das boas obras executadas. Obras que, vale
ressaltar, eram praticadas sem nenhum outro interesse por parte de quem
praticava a não ser o bem da pessoa necessitada. Aliás, os benfeitores estavam
fazendo ao próprio Filho de Deus, mas eles sequer sabiam disso! Nada fora feito
para representar, pois eles sequer sabiam que estavam sendo observados e suas
obras anotadas e contabilizadas. É assim que, conforme observa Dumais, uma
‘ação praticada diante do Pai ‘em segredo’ (vv. 4.6.18) não significa uma ‘ação
secreta’; designa toda ação, até pública, que se faz de verdade diante do Pai,
‘que vê o que está oculto’, isto é, que penetra a intenção profunda dos
corações’. O feito de qualquer um, isto é, qualquer obra, jamais será ‘oculta’
diante dos olhos de quem tudo vê e conhece. Inclusive as ações, não precisam
ser necessariamente ocultas, escondidas, pois se não houver outra forma ou
local, elas podem ser realizadas publicamente” (CARVALHO, César Moisés. O
Sermão do Monte. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, pp.102-03).
III. A
SINCERIDADE DO PUBLICANO
1. A oração do
publicano. O
cobrador de impostos parece não estar à vontade no local de culto. Ele não está
apto nem mesmo para assumir o comportamento normal de quem ora. Bate no peito
como aquele que está numa situação de desespero, suplica com a fórmula do
pecador que não sabe fazer o elenco de seus pecados (Sl 51.3). É a oração do
pobre que confia totalmente em Deus. Com profunda dor ele exclama: "Deus,
tem misericórdia de mim, pecador!" Nessa breve, porém, sincera e humilde
oração, a ênfase recai sobre a palavra "pecador".
A oração do publicano descreve uma pessoa convicta
de seu grande pecado, demonstra que ele está arrependido no fato que nem mesmo
ergue os olhos ao céu, tamanho o seu senso de indignidade. O bater no peito era
sinal de profunda dor e tristeza. Ele também se coloca numa classe à parte, mas
diametralmente diferente da do fariseu. Não tem nada a oferecer a Deus, somente
clama por misericórdia – isso é arrependimento - dar-se conta de quem realmente
é. Metanoia é a
palavra grega para arrependimento; ela carrega a ideia de virar a mente do
avesso, profundo pesar e um desejo radical de mudar. Ele veio à presença de
Deus humildemente. "Ficou de longe". Evitou a familiaridade com o
grande e santo Deus. Estava diante dEle em reverência. Viera para orar, não
pregar a Deus.
2. Sinceridade e
arrependimento. Além
de golpear o próprio peito, o publicano nem conseguia levantar os olhos. O
termo grego utilizado é uma expressão forte e definida para uma contrição
dolorosa e arrependida, tal como aparece em Lucas 23.48. O publicano sequer
consegue formular muitas palavras. Nem mesmo fazendo promessas ele conseguiria
obter quaisquer direitos. Ele tem consciência de sua condição, por isso,
prostra-se em sinal de sinceridade e arrependimento. A sua condição o permite
apenas render-se inteiramente às mãos de Deus. É possível notar, pelas palavras
do fariseu, que todos os seres humanos eram pecadores e "apenas" ele
era justo. De forma contrária, na confissão do publicano, porém, todos eram
justos, "somente" ele era o pecador. Nisto também vemos a comparação
entre ambos. Na verdade, estamos diante de uma oração que saía das profundezas
de um coração completamente dilacerado pela dor.
O texto descrito na parábola aplica mais palavras à
oração feita pelo fariseu, ela foi longa em comparação com a oração feita pelo
publicano, mas ele por nada agradece, nada confessa, não adora e,
principalmente, não há nenhuma consciência de pecado e dependência de Deus. Não
podemos esquecer que é o muito falar que fará nossas orações serem ouvidas, ou
fará que seja mais eficaz ou piedosa. Jesus orou noites inteiras (Lc 6.12), mas
também fez orações curtíssimas e igualmente poderosíssimas, como antes de
ressuscitar seu amigo Lázaro (Jo 11.41 e 42). De fato precisamos orar mais e
continuamente, sem cessar, mas sempre lembrando que a motivação deve ser um
coração puro, uma disposição mental que agrada a Deus.
3. A oração
aceita. As
pessoas que ouvem atentamente a narração de Jesus talvez tivessem esboçado
sinais de aprovação inclinando-se para a atitude do fariseu. Porém, num dado
momento, o Mestre desconcerta a todos os ouvintes com uma conclusão inesperada.
O publicano, que era odiado por todos, isto é, o pecador, recebe o dom de Deus,
a justiça, ou seja, o perdão e a misericórdia divina. Já o fariseu, que
ostentava a justiça perante Deus como conquista pessoal, não obteve o mesmo
favor. O publicano recebeu o favor divino como dom misericordioso de Deus. Esta
é a verdadeira justiça, posto ser proveniente de Deus (Rm 1.17). Assim, a
oração aceita é a do publicano. Ela vem permeada de sinceridade e
arrependimento diante de Deus. Por isso, ele voltou para casa
"justificado", ou seja, perdoado e "inocentado" dos seus
pecados. O princípio por trás de toda a parábola está muito claro: aquele que
se exalta, será humilhado. Ninguém possui algo de que possa se orgulhar diante
de Deus. Quem se humilha, será exaltado (Lc 14.11). O pecador arrependido que
humildemente busca a misericórdia de Deus, certamente, a encontrará.
Algumas orações são apenas palavrórios (Mt 6.7), e
outras, são desprezíveis como a oração de Tiago e João pedindo grandeza e
superioridade sobre os demais (Mc 10.37). O pastor anglicano itinerante George
Whitefield, declarou o seguinte sobre o publicano desta parábola: “Pobre alma! Como devia estar se sentindo?…
Não duvido que ele tenha clamado: ‘Deus tenha misericórdia de mim desde o
nascimento, um pecador em pensamentos, atitudes, palavras…’ mas de coração
quebrantado, voltou para a sua casa justificado aos olhos de Deus mais do que
qualquer outra alma que não tenha feito o mesmo”. Ninguém poderá se
apresentar diante do Senhor e se orgulhar de algum mérito, não temos nada que
seja perfeito diante dEle. Na verdade, não sabemos orar, é o Espírito Santo que
aperfeiçoa nossas orações para que elas cheguem diante de Deus. Encontramos em
Mateus 6.9-13 o modelo da oração agradável a Deus; ela contém os seguintes
‘ingredientes’: Reconhecimento da soberania de Deus, humildade, honestidade e
agradecimento.
SUBSÍDIO DEVOCIONAL
“A oração que o pecador faz com humildade e
arrependimento leva à conversão genuína, que, por sua vez, se evidencia pela
conversão comprovada, pela reparação dos erros cometidos e a volta às
atividades que honram a obra de Deus e o glorificam. Os atos falam mais alto
que as palavras. São os atos da pessoa que atestam a sinceridade da sua
conversão. Se você está em falta diante de Deus, quanto maior for seu erro,
tanto maior deve ser a humildade e o arrependimento demonstrados em sua oração.
Você estará orando a um Deus vivo que conhece tudo que é rico em misericórdias”
(SOUZA, Estevam Ângelo de. Guia Básico de Oração. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD,
2002, pp.124,125-26).
CONCLUSÃO
Na parábola que
aprendemos na Lição de hoje, o fariseu representa aquele tipo de pessoa que ora
bastante, mas não tem uma atitude sincera. O publicano, apesar da classe a que
pertence, no momento da oração representa aquele tipo de pessoa que, com sinceridade
e arrependimento, se prostra diante do Pai e, por isso, encontra favor. Será
que o nosso coração, naturalmente, não é sempre semelhante ao do fariseu? Vê
severamente os pecados de outras pessoas, mas esquece dos próprios. O fariseu
deixou o Templo da mesma maneira que entrou nele. Devemos orar como publicanos,
pois todos somos pecadores. Devemos orar com sinceridade e arrependimento
diante de Deus. Quem se humilhando, curva-se até ao pó, será amorosamente
conduzido ao coração do Pai (Sl 51.17).
O Mestre por excelência não está preocupado em
agradar os seus ouvintes, antes, ele deseja que aprendam, e utiliza um método
que seria reprovado hoje, o choque. Ele conclui a parábola de forma chocante
para seus ouvintes. Sua posição foi paradoxal e surpreendente, e certamente
inaceitável para alguns. Por permanecer cego diante das suas falhas e da sua
pecaminosidade, o fariseu nada alcançou. Já o desprezado publicano, orou com
poucas palavras, mas cheia de confissões. Quando finalizou a parábola, Jesus
não poderia ter sido mais chocante: “Porque todo o que se exalta será
humilhado; mas o que se humilha será exaltado” (Lc 18.14). A lição da parábola
está destacada no verso 14: “Digo-vos que este desceu justificado para sua
casa, e não aquele; porque qualquer que a si mesmo se exalta será humilhado, e
qualquer que a si mesmo se humilha será exaltado”.
“Achando-se as tuas palavras, logo as comi, e a
tua palavra foi para mim o gozo e alegria do meu coração; porque pelo teu nome
sou chamado, ó Senhor Deus dos Exércitos”. (Jeremias 15.16).
Francisco Barbosa
Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br
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