SUBSÍDIO I
Amando
e resgatando a pessoa desgarrada
A quantidade de pessoas que
estão nos tráficos de drogas, nos roubos ou em ato de corrupção, e que um dia
teve acesso à igreja local, é grande. A verdade é que muitas delas que um dia
frequentaram nossos cultos, ouviram nossas pregações e participaram de nossas
ceias, hoje, não estão mais entre nós. A causa disso pode ser variada, mas o
Evangelho nos mostra que é o nosso dever buscar quem se desgarrou do aprisco.
Por isso a lição desta semana (1) tratará da interpretação de duas parábolas, a
da ovelha e a da dracma perdida; (2) mostrará que precisamos buscar quem se
desgarrou; (3) conscientizará o fator teológico do que acontece no céu quando
um pecador se arrepende: há alegria, festa.
Deixemos de justificativas para
não buscar quem se desgarrou
É muito fácil
justificar a decisão das pessoas que deixaram a igreja local. Os religiosos da
época de Jesus faziam a mesma coisa. Neste contexto, o nosso Senhor contou as
duas parábolas. O público que lhe ouvia estava acostumado rotular pessoas, ou a
receber esse rótulo, que não seguiam oficialmente a religião judaica:
pecadoras.
Hoje, em pleno
século XXI, corremos também o risco de rotular os que saíram do nosso meio,
apaziguando nossas consciências com afirmações tais: não eram do nosso meio;
eram rebeldes; só davam dor de cabeça.
Cuidemos para não
sermos insensíveis
Antes de nos insensibilizar,
devemos lembrar alguns princípios que norteiam a fé evangélica: Deus quer que
todos se salvem; foi ordem de Jesus que buscássemos quem se desgarrou; Deus
está interessado no arrependimento do pecador.
Independente do
pecado que alguém cometeu, se houver arrependimento, há remissão de todo o
pecado. Aqui, o papel do pastor local e da comunidade de santos é fundamental.
Embora o pastor não perdoe os pecados, nem a igreja também, todavia, o
ministério pastoral, bem como o Corpo de Cristo, pode atuar como um instrumento
poderoso de reconciliação do pecador.
Outrossim, não
podemos esquecer que também é possível que a liderança da igreja, ou pessoas,
precise confessar seus pecados contra o próximo e pedir o perdão. O afastamento
de uma pessoa pode esconder um equívoco oficial da comunidade de crentes. Nesse
sentido é preciso ter a humildade para reconhecer erros, pedir perdão e
restabelecer a comunhão. Isso é desejo do Pai que seja assim.
Não esqueçamos: o
nosso ministério é o da reconciliação!
Texto extraído da revista “Ensinador Cristão”, nº 76, p.36, editada
pela CPAD.
COMENTÁRIO E
SUBSÍDIO II
INTRODUÇÃO
O capítulo 15 do
Evangelho segundo Lucas é uma resposta aos religiosos moralistas dos tempos de
Jesus. A palavra “perdido” é bastante significativa nesse contexto,
considerando que a mensagem do Mestre nessas parábolas é a de ressaltar o amor
de Deus, e Seu interesse por aqueles que se desgarraram. Na aula de hoje
estudaremos a respeito das três parábolas do amor de Deus pelos perdidos: a
ovelha perdida, a dracma perdida e o filho perdido.
I. A
PARÁBOLA DA OVELHA PERDIDA
Essa parábola responde aos escribas e fariseus,
que consideravam apenas os publicanos e pecadores como perdidos. Em sua
narrativa, Jesus conta a respeito de um pastor que tinha cem ovelhas, e que uma
delas se desgarrou do rebanho (Lc. 15.3-7). O fato de o pastor da parábola ir
após a ovelha perdida é uma demonstração do amor de Deus pelas pessoas
individualmente. Vivemos em uma sociedade que somente conhece as pessoas pelo
quantitativo, não se importa pelas vidas daquelas que se encontra em condições
mais vulneráveis. Os religiosos moralistas somente veem pecados nos outros, são
incapazes de perceberam sua decadência espiritual. Há quem considere de maior
importância os pecados sexuais, pessoas são disciplinadas rapidamente por causa
das suas transgressões nessa área, mas o mesmo não acontece com indivíduos que
se entregam dissolutamente às práticas pecaminosas espirituais. A corrupção na
esfera política, a ostentação em detrimento dos mais pobres, o orgulho da
religião desumana são pecados tão graves quanto os sexuais. Aqueles que
professam a fé cristã devem cuidar para não se tornarem meros fariseus, como
aqueles dos tempos de Jesus, que buscavam converter as pessoas, para torna-las
piores do que eles mesmos (Mt. 23). Quando isso acontece, a religião se torna
um fardo terrível que as próprias pessoas que o impõe sobre os outros não é
capaz de carregar. Por isso Jesus destacou que seu fardo era leve e seu jugo
suave, diferentemente daqueles dos religiosos do seu tempo (Mt. 11.28). “Entre
II. A PARÁBOLA
DA DRACMA PERDIDA
A pobre ovelha, da
parábola que destacamos anteriormente, se perdeu por sua falta de direção, mas
a dracma foi perdida pelo descuido de alguém. Na cultura antiga, quando uma
moça judia se casava, começava a usar na cabeça um diadema com dez moedas de
prata, isso servia para indicar que a partir de então ela não era mais uma
menina, havia se tornado uma mulher casada. Quando se perdia uma dessas moedas,
a condição era de desespero, pois se constituía em uma tragédia, a situação
tornava-se ainda mais problemática porque as casas na palestina eram bastante
escuras, dificultando, assim, que a moeda fosse encontrada. Essa é outra
parábola apresentada a fim de mostrar o amor de Deus pelos pecadores, algo que
escandalizou os fariseus legalistas daquele tempo. A concepção de Deus daqueles
religiosos era equivocada, há pessoas que constroem uma imagem de um deus
iracundo, diferente daquele retratado nos Evangelhos, em conformidade com os
ensinamentos de Jesus. Existem arquétipos da divindade, inclusive no meio dos
cristãos, que não passam de projeções subjetivas. Existem pessoas que passaram
a fazer parte das igrejas, mas que não foram transformadas pelo evangelho.
Existem pessoas que se aproximam de igrejas, sobretudo daquelas mais
legalistas, apenas para dar vazão aos seus ressentimentos. Esses ambientes se
tornam doentios, o nome de Deus é usado a fim de ferir, não para propagar amor,
graça e misericórdia.
III. A
PARÁBOLA DO FILHO PRÓDIGO
Há outra parábola
contada por Jesus que revela a grandeza do amor de Deus, e ao mesmo tempo, o
perigo do legalismo religioso. Um filho perdido, ou mais comumente conhecido
como pródigo, que significa esbanjador, partiu para uma terra distante. Essa
parábola poderia muito bem ser denominada de Parábola do Pai Amoroso, pois põe
em evidência o amor de Deus por aqueles que são desprezados pelo moralismo
religioso. O filho mais jovem recebeu a herança do seu pai ainda quando esse
estava vivo, em busca de uma vida dissoluta, totalmente entregue ao pecado. Mas
o salário do pecado é a morte (Rm. 6.23), e conduz o ser humano a uma vida de
escravidão (Jo. 8.34). Depois de perder tudo que tinha, e se encontrar em
condição deplorável, o filho esbanjador resolve retornar para casa do Pai,
tendo a pretensão de ser aceito tão somente como um empregado (Lc. 15.17-19).
Ele admitiu que era um pecador, necessitado da graça e do perdão do pai a quem
havia abandonado. O arrependimento é condição necessária ao recebimento do
perdão divino (At. 11.18). Muitas vezes, nos voltamos apenas para a primeira
parte da parábola, e silenciamos em relação à segunda parte, que trata a
respeito do filho que ficou. Através deste Jesus quis desvelar a
insensibilidade dos religiosos do seu tempo. Os escribas e fariseus diziam
fazer a vontade de Deus, mas na verdade serviam apenas a eles mesmos. Eles não
reconheciam a graça amorosa de Deus, pautavam-se apenas em regras humanas,
estabelecidas por eles mesmos.
CONCLUSÃO
É bastante
expressivo, nessas parábolas dos perdidos, a alegria nos céus por aqueles que
se arrependem, e se voltam para Deus em arrependimento. Lucas aponta que “há
alegria diante dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende” (Lc. 15.10).
Devemos atentar para essa verdade, sem deixar de atentar para a graça
maravilhosa de Deus, atrai para Si todos aqueles que reconhecem sua condição de
dependência dEle. Apenas aqueles que se aferram à mera religiosidade, deixam de
desfrutar desse amor incondicional, cujo fundamento é o próprio Deus.
José Roberto A. Barbosa
Disponível no Blog
subsidioebd.blogspot.com
COMENTÁRIO E
SUBSÍDIO III
INTRODUÇÃO
O que levou Jesus a apresentar a parábola da
ovelha perdida (Lc 15.3- 7), a parábola da dracma perdida (Lc 15.8-10) e a
parábola do filho pródigo (Lc 15.11-32), antes de dirigir-se novamente aos
discípulos no próximo capítulo (16.1-13), foi a insensata murmuração dos
fariseus e dos escribas, exposta nos dois primeiros versículos de Lucas 15,
mostrando o quanto eles eram ignorantes do verdadeiro propósito da missão e
ministério de Cristo (Lc 5.32). Portanto, essas parábolas tratam do mesmo
assunto: buscar quem se perdeu e a espera de Deus em receber o pecador de
volta!
Esta parábola ensina o quanto Deus nos ama, mesmo
quando estamos caminhando longe do redil. Nos mostra que em momento algum o
pecador se volta para Deus, mas +e Deus que sai em nossa busca e fica feliz
quando nos encontra, carregando-nos em seus ombros – note que não é a ovelha
que volta, é o Pastor que vai buscá-la. Jesus contou a parábola da ovelha
perdida para mostrar quanto Deus ama os pecadores e como Ele aceita quem se
arrepende. Cada pessoa é importante para Deus. Assim também, como a mulher
procurou sua dracma perdida, Deus nos busca e nos salva. Quem é salvo por Deus
não está mais perdido. A mulher na história tinha dez dracmas,mas perdeu uma.
Por isso, ela acendeu uma candeia e procurou pela casa toda até encontrá-la.
Dracma é uma moeda grega de prata com valor equivalente a diária de um
trabalhador. Em Lucas 15; Jesus contou a parábola da moeda perdida junto com
outras duas parábolas: a ovelha perdida e o filho pródigo. Essas três parábolas
têm um tema em comum: falam sobre algo ou alguém que fica perdido, depois é
recebido de volta e tudo acaba em festa.
I. INTERPRETANDO
AS PARÁBOLAS DA OVELHA E DA DRACMA PERDIDA
1. A parábola da
ovelha perdida. Esta parábola,
que também fora contada em outra ocasião (Mt 18.12), ilustra a busca pelo
perdido. Uma ovelha perdida é um símbolo do descuidado e desatento pecador que
anda sem rumo e afasta-se totalmente de Deus, inclinando-se para o pecado e
prosseguindo nele sem atentar para o fim que tal vida leva (Pv 29.1; Rm 6.23).
Nenhuma criatura se distrai mais facilmente que uma ovelha, nenhuma é mais
incapaz de encontrar normalmente o seu caminho para casa. Nenhuma é mais
indefesa à destruição por outros animais. A ovelha que não está com as noventa
e nove está perdida (v.4), por isso, o pastor sai angustiado e pronto para dar
a sua vida para resgatá-la. A parábola não constrange pelo valor da ovelha, mas
pelo amor evidenciado na atitude do pastor. Ao encontrar a ovelha perdida, o
pastor demonstra compaixão, pois não a repreende ou censura, não a arrasta,
obriga ou ordena, mas a leva nos seus ombros!
A parábola da ovelha perdida é muito aplicável à
grande obra da redenção do homem. A ovelha representa o pecador separado de
Deus e exposto à ruína segura, se não for levado de volta a Ele, mesmo que não
deseje regressar. Cristo é fervoroso quando se trata de levar os pecadores de
volta para o lar.
Na parábola da Ovelha
perdida Jesus a propõe com a intenção de mostrar que Deus se preocupa com
qualquer ovelha que se perde do seu rebanho, em que ele vai a procura até
encontrá-la. Deus não desiste dos que dele se afastam. Veja bem como termina no
v. 7: haverá maior júbilo no céu por um pecador que se arrepende do que por
noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento. E na última
parábola proposta por Jesus do filho pródigo, o pai fica ansioso e
feliz pela volta do seu filho mais novo que pediu os bens a que tinha direito,
gastou tudo que volta arrependido querendo apenas ser como um empregado do pai.
Nesta parábola Deus é apresentado como um pai amoroso e que se alegra com a
volta dos filhos que dele se afastam e por isso se rejubila e faz festa. A
volta para Deus precisa ser muito bem comemorada. Veja como termina no v. 32: “era
preciso que nos regozijássemos e nos alegrássemos, porque este teu irmão estava
morto e reviveu, estava perdido e foi achado”.(CACP)
2. A parábola da
dracma perdida. A parábola da
dracma perdida (Lc 15.8-10) para ser mais bem compreendida precisa ser lida à
luz das outras duas: a da ovelha perdida (Lc 15.3-7) e a do filho pródigo (Lc
15.11-32), uma vez que ela está entre essas duas e é relatada unicamente em
Lucas. Deus é comparado com a mulher que se preocupa em procurar o que se
perdeu. Muito embora a mulher tivesse ainda nove moedas, ela se empenha em
procurar a que se perdera. O termo “dracma” designa uma moeda grega que era
compatível ao denário romano, valor que era equivalente a um dia de salário de
um trabalhador agrícola. Assim, quando se considera que aquela mulher tinha
somente dez moedas, tratava-se de uma perda significativa. Por isso, ela acende
a lâmpada, varre a casa, e a procura diligentemente, fazendo uma verdadeira
faxina, não deixando um só canto sem ser revistado em busca da pequena moeda
que se perdeu. Quando a encontra reúne as amigas e pede que se alegrem com ela.
Da mesma forma, disse Jesus, “há júbilo diante dos anjos de Deus por um pecador
que se arrepende” (v.10). Quando alguém peca e se afasta de Deus, é como se
quisesse se esconder do Senhor, por isso essa afirmação de Jesus. A respeito de
se “esconder” de Deus, lembramos o que fizeram Adão e Eva quando desobedeceram
ao Criador (Gn 3.8).
Na parábola da Dracma perdida é a menor moeda que se
perde. Deus é comparado com a mulher que se preocupa em procurar o que se
perdeu não importando o seu valor. Ela tinha 9 moedas e se empenha ainda em
procurar a outra. Acende a lâmpada, varre a casa, e a procura diligentemente
faz uma verdadeira faxina, não deixa um só canto sem ser revistado em busca da
pequena moeda que se perdeu. Quando a encontra reúne as amigas e pede que se
alegrem com ela. No v. 10 Jesus afirma: “de igual modo há júbilo diante dos
anjos de Deus por um pecador que se arrepende”. Quando alguém peca se afasta de
Deus, é como se escondesse de Deus, por isso essa afirmação de Jesus. A
respeito de se esconder de Deus, veja o que fizeram Adão e Eva quando
desobedeceram a Deus em Gn 3,8. Veja também como Deus vai novamente conquistar
seu povo que dele se tinha afastado Os 2,14, em que Deus atrai seu povo para
si, o leva ao deserto e lhe fala ao coração. (CACP)
A parábola da Dracma perdida era parecida com a da
ovelha perdida; donos de rebanhos de ovelhas e mulheres trabalhadoras eram
situações do cotidiano, algo que obviamente qualquer um deles faria pois uma
ovelha rende lã e uma dracma é um dia de trabalho. Ninguém quer perder algo
precioso. Da mesma forma Jesus estava procurando pecadores perdidos. Quem não
se reconhece como pecador não vai se reconhecer perdido, e como será achado?
Essa era a lição para os Fariseus; voltem como o filho pródigo que Deus já está
esperando e correrá ao nosso encontro primeiro.
O interessante é das 2 primeiras parábolas é que a
fala da Graça, semelhantemente Deus enviou a luz que é Jesus para achar dracmas
perdidas, pois Ele vê como algo especial, Ele nos ama, e se alegram os céus
quando um pecador é salvo.
É como se Jesus tivesse mostrando que os Fariseus
tinham seus negócios; ovelhas, lã, dracmas, salários e trabalho. E naquele
momento o fato de ter publicanos e pecadores ouvindo Jesus, eram os negócios de
Deus, Deus estava trabalhando, salvando. (ULTIMATO)
SUBSÍDIO EXEGÉTICO
“Esta segunda parábola é paralela com a precedente.
Aqui, é uma moeda de prata (drachme, cerca do salário de um dia para um
trabalhador comum) que foi perdida, em vez de uma ovelha. Esta parábola
focaliza uma mulher que mora numa casa do interior. Normalmente tais casas não
têm janela; assim, tão logo perde a moeda, ela começa a procurá-la. Ela acende
uma luminária e varre a casa, procurando cuidadosamente até encontrá-la. Ela
fica grandemente aliviada, e, como o pastor (v.6), ela convida as amigas e
vizinhas para um jantar de comemoração. A aplicação de Jesus desta parábola é
semelhante à prévia [da ovelha perdida], embora desta vez ‘há alegria diante
dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende’ em vez de ‘alegria no céu’
(v.7). Ambas as parábolas se referem à alegria de Deus quando um pecador volta
a Ele” (ARRINGTON, F. L. In ARRINGTON, French L.; STRONDAD, Roger (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal. 1. ed.
Rio de Janeiro: CPAD, 2003, p.420).
II. PRECISAMOS
BUSCAR QUEM SE DESGARROU
1. A vontade de
Deus é que todos os homens sejam salvos. Na condição de perdidas, todas as pessoas precisam de salvação (Rm 3.23)
e o Senhor está disposto a salvá-las (Jo 3.16; 1 Tm 2.4; 2 Pe 3.9). Contudo,
apenas serão salvas as que aceitarem ao Senhor Jesus e reconhecerem suas
condições (Jo 3.16-20; Rm 1.16; 10.9,10; Ef 2.8,9; 1 Jo 1.9). O interesse de
Deus em salvar está claro desde o Antigo Testamento quando o Senhor, através do
profeta Ezequiel, disse que Ele mesmo procuraria as suas ovelhas (Ez 34.12).
A salvação se dá por meio do arrependimento como uma
resposta humana à pregação do Evangelho. Arrependimento é uma mudança de
atitude, mudança de direção ou mudança de pensamento. É Deus quem nos ajuda a
chegar ao verdadeiro arrependimento (2Tm 2.25). Na Bíblia, arrependimento é
reconhecer o pecado. Para se arrepender, a pessoa precisa entender que pecou.
Note que no texto de 1Tm 24 diz, em algumas versões, que "todos os
homens se salvem", mas o correto é: "sejam salvos",
porque sabemos que ninguém se salva a si mesmo (Ef 2.8).
Considerando os versículos anteriores
fica claro que aqui Paulo está falando da disposição que devemos ter para com
todos os homens, que é também a disposição de Deus. Mas sabemos que nem todos
serão salvos e este conhecimento pode nos levar a tratar alguns com menor
atenção do que outros, ou limitar a pregação do evangelho apenas àqueles que
"achamos" que serão salvos, o que é um erro grave. (Disponível em: https://www.respondi.com.br/2009/11/se-deus-quer-que-todos-sejam-salvos-por.html.
Acesso em: 29 Out, 2018)
2. Jesus é um
Pastor que está sempre em ação. Incansável em
sua tarefa, Cristo, como Pastor, conduz suas ovelhas (Jo 10.4), e Ele assim o
faz por conhecê-las (Jo 10.3-5). O Senhor não pastoreia apenas “praticamente”,
mas também guia e conduz suas ovelhas mediante o seu exemplo (Jo 13.15; 1 Pe
2.21; 1 Jo 2.6). O pastoreio de Jesus é feito com amor, pois Ele trata suas
ovelhas com ternura e mansidão (Is 40.11; 1 Pe 5.2). Tal Pastor tem o
reconhecimento de suas ovelhas (Jo 10.4; 1 Pe 2.25), pois dá a sua vida por
elas (Jo 10.11).
Notando o texto de João 10.3, aparece a figura do
porteiro, este era o auxiliar do pastor. Notemos, ainda, que a descrição ‘chama pelo nome’ expressa um
convite pessoal, e não uma ordem autoritária dada a todos. O nosso Pastor nos
chama pelo nome, como era uma prática antiga (SI 147.4; Is 40.26) e era
realizada pelos auxiliares dos pastores que tinham aos seus cuidados uma porção
do rebanho de Deus (1 Pe 5.2). ‘Ele vai adiante deles’ - Em todos os caminhos de Deus, ensinando-os em todos os
pontos, por exemplo, bem como por preceito; e as ovelhas o seguem - Eles pisam
em seus passos, porque conhecem a sua voz - Tendo em si o testemunho de que
suas palavras são a sabedoria e o poder de Deus. Notemos também a expressão ‘...porque eles conhecem sua voz’ no versículo 4 -
a palavra é mais forte que a um em João 10.3, "e a ovelha ouve sua voz". Ela expressa o conhecimento familiar que o pequeno
rebanho tem da voz de seu próprio pastor que os leva dia a dia.
3. Resgatando a
ovelha desgarrada. A ovelha que
acaba se desgarrando o faz pelo fato de que ainda não está firme e precisa
encontrar meios para estruturar sua fé evitando que se afaste das demais (v.4).
Por isso, além da intercessão, há quatro passos mínimos para se resgatar uma
ovelha desgarrada:
1º) Procure pela pessoa, demonstre interesse e
evite julgamentos e questionamentos sobre os motivos de seu afastamento;
2º) Comprometa-se com a responsabilidade
assumida. Resgatar é muito mais trabalhoso do que converter. Esteja disposto a
apoiar a pessoa, colocando-se ao seu lado em todos os momentos possíveis; 3º)
Envolva a pessoa em atividades e pequenas responsabilidades com outras pessoas
ou grupos, para que ela sinta o desejo de ser útil e de se envolver com as
atividades da igreja.
4º) Nutrir com a boa palavra significa não
julgar, mas estender as mãos em sinal de boas-vindas; significa ajudar a
entender e buscar a compreensão das doutrinas e princípios da igreja, para que,
aos poucos, compreenda por si próprio o que a doutrina ensina e com esta
compreensão encontre razões para adquirir firmeza.
O Bom Pastor conduz o rebanho e os guia sem deixar
nenhuma para traz. Ele vai à frente delas para procurar os melhores pastos e
mananciais e está sempre atento para defendê-las do perigo. Nisto está
lindamente representado o terno ‘cuidado’ daquele que cuida das
almas como alguém que deve prestar contas. Elicott comenta: “Ele vai antes
deles, e a ovelha o segue. - Este é um dos incidentes na gestão de um rebanho
oriental, que atinge todos os que a veem pela primeira vez, e é abundantemente
ilustrado nos livros de viagens orientais. Os detalhes são fornecidos com pouca
precisão. Quando a última ovelha foi trazida para fora, o pastor se colocou na
cabeça deles, e o rebanho junto o segue.”
Agora, note que em certo sentido, todos nós já
fomos ovelhas desgarradas. Já estivemos longe de Deus e, Ele, amorosamente, nos
resgatou e nos trouxe de volta à Sua presença. Assim, devemos também,
amorosamente, cooperar com Deus na busca das ovelhas perdidas que estão por
esse mundo afora. Essa é uma mensagem muito forte que a parábola passa e que
Jesus quis incutir na mente dos religiosos daquele tempo.
SUBSÍDIO EVANGELÍSTICO
Em seu livro A Prática do Evangelismo Pessoal, o
pastor Antonio Gilberto fala acerca do fato de que há pessoas afastadas “por
toda a parte. Há os que caíram de vez, por tentação direta e laço do Diabo, e
há os que esfriaram aos poucos até perderem todo o primeiro amor. Há ainda os
que se desviaram por verem escândalo no meio cristão, por sofrerem injustiça ou
ficaram melindrados. Outros não resistiram às zombarias, aflições e
perseguições por causa da fé. Há também os problemas domésticos que tanto
desvio têm consumado” (GILBERTO, Antonio. A
Prática do Evangelismo Pessoal. 14.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, p.92).
III. HÁ
ALEGRIA NO CÉU QUANDO UM PECADOR SE ARREPENDE
1. Deus não
analisa os motivos pelos quais alguém se perde, mas o reencontro exige arrependimento. Jesus não se preocupa em dizer o porquê de a ovelha ter
se perdido. Ele não está preocupado se ela é uma ovelha “rebelde” que gostava
de fugir. A primeira preocupação do pastor é encontrar a ovelha. Jesus age da
mesma forma com quem se afastou do redil, da Igreja. Por isso, contou essa
história, para mostrar que Ele está à procura da ovelha perdida (Lc 15.3,4,7).
Na verdade, a mais simples resposta para ser encontrado por Jesus, e cuidado
por Ele, se chama “arrependimento”. Temos de entender que, sem arrependimento,
será impossível salvar-nos e ficar firmes com Cristo (Lc 15.17,18).
Qual a diferença entre um ladrão e o salteador? Um
ladrão rouba em segredo; um salteador age abertamente e com violência. Note que
as ovelhas permaneciam em um curral com apenas uma entrada. Somente o Pastor
entra por ela. Ao contrário do ladrão, o verdadeiro pastor entra pela porta, e
ao conferir o rebanho notou a falta de uma; esta parábola mostra quanto Deus no
ama, mesmo quando nos desviamos para o pecado. Deus sai em nossa busca e fica
feliz quando uma de Suas “ovelhas” se arrepende e volta para Ele. Note que não
é a ovelha que volta para o redil, é o Pastor que vai procurá-la até encontrar;
Sozinhos, não conseguimos encontrar o caminho de volta. Por isso, Jesus saiu em
nosso encontro para nos salvar! Quando cremos nele, ele nos leva de volta para
casa, para Deus.
“O Senhor Jesus disse que há alegria diante dos
anjos de Deus por um pecador que se arrepende. (Lucas 15.10). Podemos imaginar
que há grande festa no céu no momento em que uma alma perdida se encontra com o
seu Salvador e se arrepende sinceramente e O aceita incondicionalmente. E como
é essa festa no céu? Certamente as nossas palavras não podem descrever a sua
beleza e grandiosidade, mas podemos, sim, imaginar.” (ULTIMATO)
Nesta função de procurar ovelhas desgarradas a
Igreja cumpre o papel do Porteiro, o auxiliar do Pastor - Pregar o Evangelho é
a função da Igreja. A agência do reino de Deus aqui na terra é a Igreja, é a
única que tem o direito e o dever de pregar o Evangelho. Paulo disse que o
Evangelho é poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê. (Rm 1.16).
2. Deus está
disposto a perdoar. Não há pecado
que Deus não possa perdoar se nós verdadeiramente estivermos dispostos a pedir
perdão (Is 1.18). Conforme pode ser visto na parábola do filho pródigo, não há
pecador arrependido que Deus não acolha em seus braços, console o coração e lhe
dê paz (Lc 15.20-24). Na primeira das parábolas estudadas, lemos que Jesus diz
que o pastor colocou a ovelha em seus ombros e a carregou (v.5). Provavelmente
isso seja necessário porque a ovelha caminhou demais, está cansada e talvez
tenha se machucado no caminho que percorreu para longe do seu pastor.
Alguém pode perguntar: “e o pecado da blasfêmia?”
(Mc 3.28-30). Deus certamente tem prazer em nos perdoar, no entanto, somente a
blasfêmia contra o Espírito Santo não tem perdão. Notemos que essa
impossibilidade não parte de Deus, de Sua obra expiatória, mas essa condição se
dá justamente porque o pecado foi cometido contra o Espírito Santo, que é o
Agente divino responsável pelo convencimento do pecado, da justiça e do juízo
(Jo 16.8). É o homem blasfemo que se torna incapacitado ao arrependimento e não
Deus que se omite em perdoar.
3. A alegria da
salvação. Se por um lado o pecador
encontra paz na salvação outorgada pelo Senhor, é também um fato de que ele
torna-se uma pessoa feliz (Sl 51.12). Ao terminar de contar cada uma das duas
parábolas que estudamos, Jesus disse que, da mesma forma, “há alegria diante
dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende” (Lc 15.10). Portanto, para
que a nossa alegria seja completa precisamos da alegria do Senhor, pois ela é a
nossa força (Jo 15.11; Ne 8.10).
A alegria da salvação acontece na vida de uma pessoa
quando ela se entrega a Jesus, e confessa-O como seu único e suficiente Senhor
e Salvador pessoal. Toda alma tem um lugarzinho reservado para a moradia do
Senhor Jesus. Caso este lugar esteja vazio, a pessoa sente este vazio em todo o
seu ser. Muitas vezes, a pessoa tenta preencher este lugarzinho com muitas
coisas diferentes, mas o Dono dele é inflexível não abre mão de Seu lugarzinho
reservado desde antes do nascimento da pessoa. (TOQUE CRISTÃO
“O Salmo 51 não é apenas um poema de natureza
mística. Ele foi o resultado do reconhecimento de um servo de Deus, após cometer
adultério e homicídio. Reconhecendo, com lágrimas, sua indignidade, Davi
suplica: "Dá-me novamente a alegria da Tua salvação e conserva em mim o
desejo de ser obediente" (Salmo 51:12). Perdemos a alegria da salvação
dada por Cristo, quando perdemos a alegria de obedecer ao Senhor. Escrevendo
aos Romanos, Paulo diz: "Que a esperança que vocês têm os mantenha
alegres; aguentem com paciência os sofrimentos e orem sempre" (Romanos
12:12). Em outras palavras, a alegria da salvação não é um objetivo a ser
conseguido, mas a resultante de uma vida de comunhão obediente com Cristo, a
despeito das tentações, provações e sofrimentos. Não faltam razões para vermos
diminuída a alegria da nossa salvação. Como Davi, nosso pecado está sempre
diante de nós. Como Davi, quando nos arrependemos e pedimos a restauração que
Deus nos dá, a alegria volta a fluir em nossa vida de salvos por Cristo. Cristo
não nos quer tristes, mas alegres. Ele nos prometeu: "Eu estou dizendo
isso para que a Minha alegria esteja com vocês e a alegria de vocês seja
completa" (João 15:21).” Renova a alegria da salvação - Pr. Olavo Feijó
SUBSÍDIO DEVOCIONAL
“Foi a insensata murmuração dos fariseus, querendo
calcar a graça de Deus aos pés, que levou Jesus a dar estas três incomparáveis
parábolas. O Senhor dá o doce dos céus pelo amargo dos homens. Onde abunda o
pecado, aí superabunda sua graça. Quem pode calcular o número de pessoas,
através dos séculos, contentíssimos com a esperança desfrutada com este
capítulo? Note-se, também, como o Senhor revela, em cada parábola, Seu ardente
desejo pessoal de salvar o perdido” (BOYER, Orlando. Espada Cortante 2. 2.ed.
Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p. 131).
CONCLUSÃO
Deus está esperando a sua volta
(Lc 15.20). Ele perdoará os seus pecados, não os lançará em seu rosto. Tirará
de você as vestes imundas (Is 64.6), e lhe dará novas roupas que são os dons do
Espírito Santo (At 2.39). Quer voltar aos braços do Pai celeste? Aceite Jesus e
terá um lugar à mesa do banquete com Ele, no céu! Grande será a alegria ali com
sua volta (Lc 15.7,32). Venha sem demora!
A graça de Deus é um favor imerecido.
Deus nos concede seu favor quando somos merecedores de seu juízo. A graça de
Deus é uma âncora firme nas tempestades da vida. É um refúgio seguro no
temporal. Quando confiamos na graça de Deus, marchamos resolutos diante dos
inimigos e vencemos todas as turbulências da nossa alma. Como resultado,
podemos nos regozijar na salvação de Deus. É do alto que brota a nossa cura. É
de Deus que vem o livramento. É do céu que emana a nossa salvação. Em vez de
nos capitularmos ao medo e ficarmos esmagados pela tristeza, podemos nos alegrar
na salvação que vem de Deus. É impossível experimentar essa exuberante alegria
sem ter a salvação; porém, há pessoas salvas que se privam dessa alegria. Você
já está desfrutando da alegria da salvação?
Francisco Barbosa
Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br
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