sexta-feira, 2 de novembro de 2018

LIÇÃO 5: AMANDO E RESGATANDO A PESSOA DESGARRADA



SUBSÍDIO I

Amando e resgatando a pessoa desgarrada

A quantidade de pessoas que estão nos tráficos de drogas, nos roubos ou em ato de corrupção, e que um dia teve acesso à igreja local, é grande. A verdade é que muitas delas que um dia frequentaram nossos cultos, ouviram nossas pregações e participaram de nossas ceias, hoje, não estão mais entre nós. A causa disso pode ser variada, mas o Evangelho nos mostra que é o nosso dever buscar quem se desgarrou do aprisco. Por isso a lição desta semana (1) tratará da interpretação de duas parábolas, a da ovelha e a da dracma perdida; (2) mostrará que precisamos buscar quem se desgarrou; (3) conscientizará o fator teológico do que acontece no céu quando um pecador se arrepende: há alegria, festa.

Deixemos de justificativas para não buscar quem se desgarrou

É muito fácil justificar a decisão das pessoas que deixaram a igreja local. Os religiosos da época de Jesus faziam a mesma coisa. Neste contexto, o nosso Senhor contou as duas parábolas. O público que lhe ouvia estava acostumado rotular pessoas, ou a receber esse rótulo, que não seguiam oficialmente a religião judaica: pecadoras.
Hoje, em pleno século XXI, corremos também o risco de rotular os que saíram do nosso meio, apaziguando nossas consciências com afirmações tais: não eram do nosso meio; eram rebeldes; só davam dor de cabeça.

Cuidemos para não sermos insensíveis

Antes de nos insensibilizar, devemos lembrar alguns princípios que norteiam a fé evangélica: Deus quer que todos se salvem; foi ordem de Jesus que buscássemos quem se desgarrou; Deus está interessado no arrependimento do pecador.
Independente do pecado que alguém cometeu, se houver arrependimento, há remissão de todo o pecado. Aqui, o papel do pastor local e da comunidade de santos é fundamental. Embora o pastor não perdoe os pecados, nem a igreja também, todavia, o ministério pastoral, bem como o Corpo de Cristo, pode atuar como um instrumento poderoso de reconciliação do pecador.
Outrossim, não podemos esquecer que também é possível que a liderança da igreja, ou pessoas, precise confessar seus pecados contra o próximo e pedir o perdão. O afastamento de uma pessoa pode esconder um equívoco oficial da comunidade de crentes. Nesse sentido é preciso ter a humildade para reconhecer erros, pedir perdão e restabelecer a comunhão. Isso é desejo do Pai que seja assim.
Não esqueçamos: o nosso ministério é o da reconciliação!

Texto extraído da revista “Ensinador Cristão”, nº 76, p.36, editada pela CPAD.

COMENTÁRIO E SUBSÍDIO II

INTRODUÇÃO

O capítulo 15 do Evangelho segundo Lucas é uma resposta aos religiosos moralistas dos tempos de Jesus. A palavra “perdido” é bastante significativa nesse contexto, considerando que a mensagem do Mestre nessas parábolas é a de ressaltar o amor de Deus, e Seu interesse por aqueles que se desgarraram. Na aula de hoje estudaremos a respeito das três parábolas do amor de Deus pelos perdidos: a ovelha perdida, a dracma perdida e o filho perdido.

I. A PARÁBOLA DA OVELHA PERDIDA
                                                                 
Essa parábola responde aos escribas e fariseus, que consideravam apenas os publicanos e pecadores como perdidos. Em sua narrativa, Jesus conta a respeito de um pastor que tinha cem ovelhas, e que uma delas se desgarrou do rebanho (Lc. 15.3-7). O fato de o pastor da parábola ir após a ovelha perdida é uma demonstração do amor de Deus pelas pessoas individualmente. Vivemos em uma sociedade que somente conhece as pessoas pelo quantitativo, não se importa pelas vidas daquelas que se encontra em condições mais vulneráveis. Os religiosos moralistas somente veem pecados nos outros, são incapazes de perceberam sua decadência espiritual. Há quem considere de maior importância os pecados sexuais, pessoas são disciplinadas rapidamente por causa das suas transgressões nessa área, mas o mesmo não acontece com indivíduos que se entregam dissolutamente às práticas pecaminosas espirituais. A corrupção na esfera política, a ostentação em detrimento dos mais pobres, o orgulho da religião desumana são pecados tão graves quanto os sexuais. Aqueles que professam a fé cristã devem cuidar para não se tornarem meros fariseus, como aqueles dos tempos de Jesus, que buscavam converter as pessoas, para torna-las piores do que eles mesmos (Mt. 23). Quando isso acontece, a religião se torna um fardo terrível que as próprias pessoas que o impõe sobre os outros não é capaz de carregar. Por isso Jesus destacou que seu fardo era leve e seu jugo suave, diferentemente daqueles dos religiosos do seu tempo (Mt. 11.28).   “Entre

II. A PARÁBOLA DA DRACMA PERDIDA

A pobre ovelha, da parábola que destacamos anteriormente, se perdeu por sua falta de direção, mas a dracma foi perdida pelo descuido de alguém. Na cultura antiga, quando uma moça judia se casava, começava a usar na cabeça um diadema com dez moedas de prata, isso servia para indicar que a partir de então ela não era mais uma menina, havia se tornado uma mulher casada. Quando se perdia uma dessas moedas, a condição era de desespero, pois se constituía em uma tragédia, a situação tornava-se ainda mais problemática porque as casas na palestina eram bastante escuras, dificultando, assim, que a moeda fosse encontrada. Essa é outra parábola apresentada a fim de mostrar o amor de Deus pelos pecadores, algo que escandalizou os fariseus legalistas daquele tempo. A concepção de Deus daqueles religiosos era equivocada, há pessoas que constroem uma imagem de um deus iracundo, diferente daquele retratado nos Evangelhos, em conformidade com os ensinamentos de Jesus. Existem arquétipos da divindade, inclusive no meio dos cristãos, que não passam de projeções subjetivas. Existem pessoas que passaram a fazer parte das igrejas, mas que não foram transformadas pelo evangelho. Existem pessoas que se aproximam de igrejas, sobretudo daquelas mais legalistas, apenas para dar vazão aos seus ressentimentos. Esses ambientes se tornam doentios, o nome de Deus é usado a fim de ferir, não para propagar amor, graça e misericórdia.

III. A PARÁBOLA DO FILHO PRÓDIGO

Há outra parábola contada por Jesus que revela a grandeza do amor de Deus, e ao mesmo tempo, o perigo do legalismo religioso. Um filho perdido, ou mais comumente conhecido como pródigo, que significa esbanjador, partiu para uma terra distante. Essa parábola poderia muito bem ser denominada de Parábola do Pai Amoroso, pois põe em evidência o amor de Deus por aqueles que são desprezados pelo moralismo religioso. O filho mais jovem recebeu a herança do seu pai ainda quando esse estava vivo, em busca de uma vida dissoluta, totalmente entregue ao pecado. Mas o salário do pecado é a morte (Rm. 6.23), e conduz o ser humano a uma vida de escravidão (Jo. 8.34). Depois de perder tudo que tinha, e se encontrar em condição deplorável, o filho esbanjador resolve retornar para casa do Pai, tendo a pretensão de ser aceito tão somente como um empregado (Lc. 15.17-19). Ele admitiu que era um pecador, necessitado da graça e do perdão do pai a quem havia abandonado. O arrependimento é condição necessária ao recebimento do perdão divino (At. 11.18). Muitas vezes, nos voltamos apenas para a primeira parte da parábola, e silenciamos em relação à segunda parte, que trata a respeito do filho que ficou. Através deste Jesus quis desvelar a insensibilidade dos religiosos do seu tempo. Os escribas e fariseus diziam fazer a vontade de Deus, mas na verdade serviam apenas a eles mesmos. Eles não reconheciam a graça amorosa de Deus, pautavam-se apenas em regras humanas, estabelecidas por eles mesmos.

CONCLUSÃO

É bastante expressivo, nessas parábolas dos perdidos, a alegria nos céus por aqueles que se arrependem, e se voltam para Deus em arrependimento. Lucas aponta que “há alegria diante dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende” (Lc. 15.10). Devemos atentar para essa verdade, sem deixar de atentar para a graça maravilhosa de Deus, atrai para Si todos aqueles que reconhecem sua condição de dependência dEle. Apenas aqueles que se aferram à mera religiosidade, deixam de desfrutar desse amor incondicional, cujo fundamento é o próprio Deus.

José Roberto A. Barbosa
Disponível no Blog subsidioebd.blogspot.com

COMENTÁRIO E SUBSÍDIO III

INTRODUÇÃO

O que levou Jesus a apresentar a parábola da ovelha perdida (Lc 15.3- 7), a parábola da dracma perdida (Lc 15.8-10) e a parábola do filho pródigo (Lc 15.11-32), antes de dirigir-se novamente aos discípulos no próximo capítulo (16.1-13), foi a insensata murmuração dos fariseus e dos escribas, exposta nos dois primeiros versículos de Lucas 15, mostrando o quanto eles eram ignorantes do verdadeiro propósito da missão e ministério de Cristo (Lc 5.32). Portanto, essas parábolas tratam do mesmo assunto: buscar quem se perdeu e a espera de Deus em receber o pecador de volta!
Esta parábola ensina o quanto Deus nos ama, mesmo quando estamos caminhando longe do redil. Nos mostra que em momento algum o pecador se volta para Deus, mas +e Deus que sai em nossa busca e fica feliz quando nos encontra, carregando-nos em seus ombros – note que não é a ovelha que volta, é o Pastor que vai buscá-la. Jesus contou a parábola da ovelha perdida para mostrar quanto Deus ama os pecadores e como Ele aceita quem se arrepende. Cada pessoa é importante para Deus. Assim também, como a mulher procurou sua dracma perdida, Deus nos busca e nos salva. Quem é salvo por Deus não está mais perdido. A mulher na história tinha dez dracmas,mas perdeu uma. Por isso, ela acendeu uma candeia e procurou pela casa toda até encontrá-la. Dracma é uma moeda grega de prata com valor equivalente a diária de um trabalhador. Em Lucas 15; Jesus contou a parábola da moeda perdida junto com outras duas parábolas: a ovelha perdida e o filho pródigo. Essas três parábolas têm um tema em comum: falam sobre algo ou alguém que fica perdido, depois é recebido de volta e tudo acaba em festa.

I. INTERPRETANDO AS PARÁBOLAS DA OVELHA E DA DRACMA PERDIDA
                                                                 
1. A parábola da ovelha perdida. Esta parábola, que também fora contada em outra ocasião (Mt 18.12), ilustra a busca pelo perdido. Uma ovelha perdida é um símbolo do descuidado e desatento pecador que anda sem rumo e afasta-se totalmente de Deus, inclinando-se para o pecado e prosseguindo nele sem atentar para o fim que tal vida leva (Pv 29.1; Rm 6.23). Nenhuma criatura se distrai mais facilmente que uma ovelha, nenhuma é mais incapaz de encontrar normalmente o seu caminho para casa. Nenhuma é mais indefesa à destruição por outros animais. A ovelha que não está com as noventa e nove está perdida (v.4), por isso, o pastor sai angustiado e pronto para dar a sua vida para resgatá-la. A parábola não constrange pelo valor da ovelha, mas pelo amor evidenciado na atitude do pastor. Ao encontrar a ovelha perdida, o pastor demonstra compaixão, pois não a repreende ou censura, não a arrasta, obriga ou ordena, mas a leva nos seus ombros!
A parábola da ovelha perdida é muito aplicável à grande obra da redenção do homem. A ovelha representa o pecador separado de Deus e exposto à ruína segura, se não for levado de volta a Ele, mesmo que não deseje regressar. Cristo é fervoroso quando se trata de levar os pecadores de volta para o lar.
Na parábola da Ovelha perdida Jesus a propõe com a intenção de mostrar que Deus se preocupa com qualquer ovelha que se perde do seu rebanho, em que ele vai a procura até encontrá-la. Deus não desiste dos que dele se afastam. Veja bem como termina no v. 7: haverá maior júbilo no céu por um pecador que se arrepende do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento. E na última parábola proposta por Jesus  do filho pródigo, o pai fica ansioso e feliz pela volta do seu filho mais novo que pediu os bens a que tinha direito, gastou tudo que volta arrependido querendo apenas ser como um empregado do pai. Nesta parábola Deus é apresentado como um pai amoroso e que se alegra com a volta dos filhos que dele se afastam e por isso se rejubila e faz festa. A volta para Deus precisa ser muito bem comemorada. Veja como termina no v. 32: “era preciso que nos regozijássemos e nos alegrássemos, porque este teu irmão estava morto e reviveu, estava perdido e foi achado”.(CACP)
2. A parábola da dracma perdida. A parábola da dracma perdida (Lc 15.8-10) para ser mais bem compreendida precisa ser lida à luz das outras duas: a da ovelha perdida (Lc 15.3-7) e a do filho pródigo (Lc 15.11-32), uma vez que ela está entre essas duas e é relatada unicamente em Lucas. Deus é comparado com a mulher que se preocupa em procurar o que se perdeu. Muito embora a mulher tivesse ainda nove moedas, ela se empenha em procurar a que se perdera. O termo “dracma” designa uma moeda grega que era compatível ao denário romano, valor que era equivalente a um dia de salário de um trabalhador agrícola. Assim, quando se considera que aquela mulher tinha somente dez moedas, tratava-se de uma perda significativa. Por isso, ela acende a lâmpada, varre a casa, e a procura diligentemente, fazendo uma verdadeira faxina, não deixando um só canto sem ser revistado em busca da pequena moeda que se perdeu. Quando a encontra reúne as amigas e pede que se alegrem com ela. Da mesma forma, disse Jesus, “há júbilo diante dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende” (v.10). Quando alguém peca e se afasta de Deus, é como se quisesse se esconder do Senhor, por isso essa afirmação de Jesus. A respeito de se “esconder” de Deus, lembramos o que fizeram Adão e Eva quando desobedeceram ao Criador (Gn 3.8).
Na parábola da Dracma perdida é a menor moeda que se perde. Deus é comparado com a mulher que se preocupa em procurar o que se perdeu não importando o seu valor. Ela tinha 9 moedas e se empenha ainda em procurar a outra. Acende a lâmpada, varre a casa, e a procura diligentemente faz uma verdadeira faxina, não deixa um só canto sem ser revistado em busca da pequena moeda que se perdeu. Quando a encontra reúne as amigas e pede que se alegrem com ela. No v. 10 Jesus afirma: “de igual modo há júbilo diante dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende”. Quando alguém peca se afasta de Deus, é como se escondesse de Deus, por isso essa afirmação de Jesus. A respeito de se esconder de Deus, veja o que fizeram Adão e Eva quando desobedeceram a Deus em Gn 3,8. Veja também como Deus vai novamente conquistar seu povo que dele se tinha afastado Os 2,14, em que Deus atrai seu povo para si, o leva ao deserto e lhe fala ao coração. (CACP)
A parábola da Dracma perdida era parecida com a da ovelha perdida; donos de rebanhos de ovelhas e mulheres trabalhadoras eram situações do cotidiano, algo que obviamente qualquer um deles faria pois uma ovelha rende lã e uma dracma é um dia de trabalho. Ninguém quer perder algo precioso. Da mesma forma Jesus estava procurando pecadores perdidos. Quem não se reconhece como pecador não vai se reconhecer perdido, e como será achado? Essa era a lição para os Fariseus; voltem como o filho pródigo que Deus já está esperando e correrá ao nosso encontro primeiro.
O interessante é das 2 primeiras parábolas é que a fala da Graça, semelhantemente Deus enviou a luz que é Jesus para achar dracmas perdidas, pois Ele vê como algo especial, Ele nos ama, e se alegram os céus quando um pecador é salvo.
É como se Jesus tivesse mostrando que os Fariseus tinham seus negócios; ovelhas, lã, dracmas, salários e trabalho. E naquele momento o fato de ter publicanos e pecadores ouvindo Jesus, eram os negócios de Deus, Deus estava trabalhando, salvando. (ULTIMATO)



SUBSÍDIO EXEGÉTICO
                               
“Esta segunda parábola é paralela com a precedente. Aqui, é uma moeda de prata (drachme, cerca do salário de um dia para um trabalhador comum) que foi perdida, em vez de uma ovelha. Esta parábola focaliza uma mulher que mora numa casa do interior. Normalmente tais casas não têm janela; assim, tão logo perde a moeda, ela começa a procurá-la. Ela acende uma luminária e varre a casa, procurando cuidadosamente até encontrá-la. Ela fica grandemente aliviada, e, como o pastor (v.6), ela convida as amigas e vizinhas para um jantar de comemoração. A aplicação de Jesus desta parábola é semelhante à prévia [da ovelha perdida], embora desta vez ‘há alegria diante dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende’ em vez de ‘alegria no céu’ (v.7). Ambas as parábolas se referem à alegria de Deus quando um pecador volta a Ele” (ARRINGTON, F. L. In ARRINGTON, French L.; STRONDAD, Roger (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, p.420).

II. PRECISAMOS BUSCAR QUEM SE DESGARROU

1. A vontade de Deus é que todos os homens sejam salvos. Na condição de perdidas, todas as pessoas precisam de salvação (Rm 3.23) e o Senhor está disposto a salvá-las (Jo 3.16; 1 Tm 2.4; 2 Pe 3.9). Contudo, apenas serão salvas as que aceitarem ao Senhor Jesus e reconhecerem suas condições (Jo 3.16-20; Rm 1.16; 10.9,10; Ef 2.8,9; 1 Jo 1.9). O interesse de Deus em salvar está claro desde o Antigo Testamento quando o Senhor, através do profeta Ezequiel, disse que Ele mesmo procuraria as suas ovelhas (Ez 34.12).
A salvação se dá por meio do arrependimento como uma resposta humana à pregação do Evangelho. Arrependimento é uma mudança de atitude, mudança de direção ou mudança de pensamento. É Deus quem nos ajuda a chegar ao verdadeiro arrependimento (2Tm 2.25). Na Bíblia, arrependimento é reconhecer o pecado. Para se arrepender, a pessoa precisa entender que pecou. Note que no texto de 1Tm 24 diz, em algumas versões, que "todos os homens se salvem", mas o correto é: "sejam salvos", porque sabemos que ninguém se salva a si mesmo (Ef 2.8).
Considerando os versículos anteriores fica claro que aqui Paulo está falando da disposição que devemos ter para com todos os homens, que é também a disposição de Deus. Mas sabemos que nem todos serão salvos e este conhecimento pode nos levar a tratar alguns com menor atenção do que outros, ou limitar a pregação do evangelho apenas àqueles que "achamos" que serão salvos, o que é um erro grave. (Disponível em: https://www.respondi.com.br/2009/11/se-deus-quer-que-todos-sejam-salvos-por.html. Acesso em: 29 Out, 2018)

2. Jesus é um Pastor que está sempre em ação. Incansável em sua tarefa, Cristo, como Pastor, conduz suas ovelhas (Jo 10.4), e Ele assim o faz por conhecê-las (Jo 10.3-5). O Senhor não pastoreia apenas “praticamente”, mas também guia e conduz suas ovelhas mediante o seu exemplo (Jo 13.15; 1 Pe 2.21; 1 Jo 2.6). O pastoreio de Jesus é feito com amor, pois Ele trata suas ovelhas com ternura e mansidão (Is 40.11; 1 Pe 5.2). Tal Pastor tem o reconhecimento de suas ovelhas (Jo 10.4; 1 Pe 2.25), pois dá a sua vida por elas (Jo 10.11).
Notando o texto de João 10.3, aparece a figura do porteiro, este era o auxiliar do pastor. Notemos, ainda, que a descrição ‘chama pelo nome’ expressa um convite pessoal, e não uma ordem autoritária dada a todos. O nosso Pastor nos chama pelo nome, como era uma prática antiga (SI 147.4; Is 40.26) e era realizada pelos auxiliares dos pastores que tinham aos seus cuidados uma porção do rebanho de Deus (1 Pe 5.2). ‘Ele vai adiante deles’ - Em todos os caminhos de Deus, ensinando-os em todos os pontos, por exemplo, bem como por preceito; e as ovelhas o seguem - Eles pisam em seus passos, porque conhecem a sua voz - Tendo em si o testemunho de que suas palavras são a sabedoria e o poder de Deus. Notemos também a expressão ‘...porque eles conhecem sua voz’ no versículo 4 - a palavra é mais forte que a um em João 10.3, "e a ovelha ouve sua voz". Ela expressa o conhecimento familiar que o pequeno rebanho tem da voz de seu próprio pastor que os leva dia a dia.

3. Resgatando a ovelha desgarrada. A ovelha que acaba se desgarrando o faz pelo fato de que ainda não está firme e precisa encontrar meios para estruturar sua fé evitando que se afaste das demais (v.4). Por isso, além da intercessão, há quatro passos mínimos para se resgatar uma ovelha desgarrada:
1º) Procure pela pessoa, demonstre interesse e evite julgamentos e questionamentos sobre os motivos de seu afastamento;
2º) Comprometa-se com a responsabilidade assumida. Resgatar é muito mais trabalhoso do que converter. Esteja disposto a apoiar a pessoa, colocando-se ao seu lado em todos os momentos possíveis; 3º) Envolva a pessoa em atividades e pequenas responsabilidades com outras pessoas ou grupos, para que ela sinta o desejo de ser útil e de se envolver com as atividades da igreja.
4º) Nutrir com a boa palavra significa não julgar, mas estender as mãos em sinal de boas-vindas; significa ajudar a entender e buscar a compreensão das doutrinas e princípios da igreja, para que, aos poucos, compreenda por si próprio o que a doutrina ensina e com esta compreensão encontre razões para adquirir firmeza.
O Bom Pastor conduz o rebanho e os guia sem deixar nenhuma para traz. Ele vai à frente delas para procurar os melhores pastos e mananciais e está sempre atento para defendê-las do perigo. Nisto está lindamente representado o terno ‘cuidado’ daquele que cuida das almas como alguém que deve prestar contas. Elicott comenta: “Ele vai antes deles, e a ovelha o segue. - Este é um dos incidentes na gestão de um rebanho oriental, que atinge todos os que a veem pela primeira vez, e é abundantemente ilustrado nos livros de viagens orientais. Os detalhes são fornecidos com pouca precisão. Quando a última ovelha foi trazida para fora, o pastor se colocou na cabeça deles, e o rebanho junto o segue.
Agora, note que em certo sentido, todos nós já fomos ovelhas desgarradas. Já estivemos longe de Deus e, Ele, amorosamente, nos resgatou e nos trouxe de volta à Sua presença. Assim, devemos também, amorosamente, cooperar com Deus na busca das ovelhas perdidas que estão por esse mundo afora. Essa é uma mensagem muito forte que a parábola passa e que Jesus quis incutir na mente dos religiosos daquele tempo.

SUBSÍDIO EVANGELÍSTICO

Em seu livro A Prática do Evangelismo Pessoal, o pastor Antonio Gilberto fala acerca do fato de que há pessoas afastadas “por toda a parte. Há os que caíram de vez, por tentação direta e laço do Diabo, e há os que esfriaram aos poucos até perderem todo o primeiro amor. Há ainda os que se desviaram por verem escândalo no meio cristão, por sofrerem injustiça ou ficaram melindrados. Outros não resistiram às zombarias, aflições e perseguições por causa da fé. Há também os problemas domésticos que tanto desvio têm consumado” (GILBERTO, Antonio. A Prática do Evangelismo Pessoal. 14.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, p.92).

III. HÁ ALEGRIA NO CÉU QUANDO UM PECADOR SE ARREPENDE

1. Deus não analisa os motivos pelos quais alguém se perde, mas o reencontro exige arrependimento. Jesus não se preocupa em dizer o porquê de a ovelha ter se perdido. Ele não está preocupado se ela é uma ovelha “rebelde” que gostava de fugir. A primeira preocupação do pastor é encontrar a ovelha. Jesus age da mesma forma com quem se afastou do redil, da Igreja. Por isso, contou essa história, para mostrar que Ele está à procura da ovelha perdida (Lc 15.3,4,7). Na verdade, a mais simples resposta para ser encontrado por Jesus, e cuidado por Ele, se chama “arrependimento”. Temos de entender que, sem arrependimento, será impossível salvar-nos e ficar firmes com Cristo (Lc 15.17,18).
Qual a diferença entre um ladrão e o salteador? Um ladrão rouba em segredo; um salteador age abertamente e com violência. Note que as ovelhas permaneciam em um curral com apenas uma entrada. Somente o Pastor entra por ela. Ao contrário do ladrão, o verdadeiro pastor entra pela porta, e ao conferir o rebanho notou a falta de uma; esta parábola mostra quanto Deus no ama, mesmo quando nos desviamos para o pecado. Deus sai em nossa busca e fica feliz quando uma de Suas “ovelhas” se arrepende e volta para Ele. Note que não é a ovelha que volta para o redil, é o Pastor que vai procurá-la até encontrar; Sozinhos, não conseguimos encontrar o caminho de volta. Por isso, Jesus saiu em nosso encontro para nos salvar! Quando cremos nele, ele nos leva de volta para casa, para Deus.
O Senhor Jesus disse que há alegria diante dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende. (Lucas 15.10). Podemos imaginar que há grande festa no céu no momento em que uma alma perdida se encontra com o seu Salvador e se arrepende sinceramente e O aceita incondicionalmente. E como é essa festa no céu? Certamente as nossas palavras não podem descrever a sua beleza e grandiosidade, mas podemos, sim, imaginar.” (ULTIMATO)
Nesta função de procurar ovelhas desgarradas a Igreja cumpre o papel do Porteiro, o auxiliar do Pastor - Pregar o Evangelho é a função da Igreja. A agência do reino de Deus aqui na terra é a Igreja, é a única que tem o direito e o dever de pregar o Evangelho. Paulo disse que o Evangelho é poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê. (Rm 1.16).

2. Deus está disposto a perdoar. Não há pecado que Deus não possa perdoar se nós verdadeiramente estivermos dispostos a pedir perdão (Is 1.18). Conforme pode ser visto na parábola do filho pródigo, não há pecador arrependido que Deus não acolha em seus braços, console o coração e lhe dê paz (Lc 15.20-24). Na primeira das parábolas estudadas, lemos que Jesus diz que o pastor colocou a ovelha em seus ombros e a carregou (v.5). Provavelmente isso seja necessário porque a ovelha caminhou demais, está cansada e talvez tenha se machucado no caminho que percorreu para longe do seu pastor.
Alguém pode perguntar: “e o pecado da blasfêmia?” (Mc 3.28-30). Deus certamente tem prazer em nos perdoar, no entanto, somente a blasfêmia contra o Espírito Santo não tem perdão. Notemos que essa impossibilidade não parte de Deus, de Sua obra expiatória, mas essa condição se dá justamente porque o pecado foi cometido contra o Espírito Santo, que é o Agente divino responsável pelo convencimento do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16.8). É o homem blasfemo que se torna incapacitado ao arrependimento e não Deus que se omite em perdoar.

3. A alegria da salvação. Se por um lado o pecador encontra paz na salvação outorgada pelo Senhor, é também um fato de que ele torna-se uma pessoa feliz (Sl 51.12). Ao terminar de contar cada uma das duas parábolas que estudamos, Jesus disse que, da mesma forma, “há alegria diante dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende” (Lc 15.10). Portanto, para que a nossa alegria seja completa precisamos da alegria do Senhor, pois ela é a nossa força (Jo 15.11; Ne 8.10).
A alegria da salvação acontece na vida de uma pessoa quando ela se entrega a Jesus, e confessa-O como seu único e suficiente Senhor e Salvador pessoal. Toda alma tem um lugarzinho reservado para a moradia do Senhor Jesus. Caso este lugar esteja vazio, a pessoa sente este vazio em todo o seu ser. Muitas vezes, a pessoa tenta preencher este lugarzinho com muitas coisas diferentes, mas o Dono dele é inflexível não abre mão de Seu lugarzinho reservado desde antes do nascimento da pessoa. (TOQUE CRISTÃO
O Salmo 51 não é apenas um poema de natureza mística. Ele foi o resultado do reconhecimento de um servo de Deus, após cometer adultério e homicídio. Reconhecendo, com lágrimas, sua indignidade, Davi suplica: "Dá-me novamente a alegria da Tua salvação e conserva em mim o desejo de ser obediente" (Salmo 51:12). Perdemos a alegria da salvação dada por Cristo, quando perdemos a alegria de obedecer ao Senhor. Escrevendo aos Romanos, Paulo diz: "Que a esperança que vocês têm os mantenha alegres; aguentem com paciência os sofrimentos e orem sempre" (Romanos 12:12). Em outras palavras, a alegria da salvação não é um objetivo a ser conseguido, mas a resultante de uma vida de comunhão obediente com Cristo, a despeito das tentações, provações e sofrimentos. Não faltam razões para vermos diminuída a alegria da nossa salvação. Como Davi, nosso pecado está sempre diante de nós. Como Davi, quando nos arrependemos e pedimos a restauração que Deus nos dá, a alegria volta a fluir em nossa vida de salvos por Cristo. Cristo não nos quer tristes, mas alegres. Ele nos prometeu: "Eu estou dizendo isso para que a Minha alegria esteja com vocês e a alegria de vocês seja completa" (João 15:21).” Renova a alegria da salvação - Pr. Olavo Feijó

SUBSÍDIO DEVOCIONAL

“Foi a insensata murmuração dos fariseus, querendo calcar a graça de Deus aos pés, que levou Jesus a dar estas três incomparáveis parábolas. O Senhor dá o doce dos céus pelo amargo dos homens. Onde abunda o pecado, aí superabunda sua graça. Quem pode calcular o número de pessoas, através dos séculos, contentíssimos com a esperança desfrutada com este capítulo? Note-se, também, como o Senhor revela, em cada parábola, Seu ardente desejo pessoal de salvar o perdido” (BOYER, Orlando. Espada Cortante 2. 2.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p. 131).

CONCLUSÃO

Deus está esperando a sua volta (Lc 15.20). Ele perdoará os seus pecados, não os lançará em seu rosto. Tirará de você as vestes imundas (Is 64.6), e lhe dará novas roupas que são os dons do Espírito Santo (At 2.39). Quer voltar aos braços do Pai celeste? Aceite Jesus e terá um lugar à mesa do banquete com Ele, no céu! Grande será a alegria ali com sua volta (Lc 15.7,32). Venha sem demora!
A graça de Deus é um favor imerecido. Deus nos concede seu favor quando somos merecedores de seu juízo. A graça de Deus é uma âncora firme nas tempestades da vida. É um refúgio seguro no temporal. Quando confiamos na graça de Deus, marchamos resolutos diante dos inimigos e vencemos todas as turbulências da nossa alma. Como resultado, podemos nos regozijar na salvação de Deus. É do alto que brota a nossa cura. É de Deus que vem o livramento. É do céu que emana a nossa salvação. Em vez de nos capitularmos ao medo e ficarmos esmagados pela tristeza, podemos nos alegrar na salvação que vem de Deus. É impossível experimentar essa exuberante alegria sem ter a salvação; porém, há pessoas salvas que se privam dessa alegria. Você já está desfrutando da alegria da salvação?

Francisco Barbosa
Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br

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