SUBSÍDIO I
A salvação é resultado do amor e
da misericórdia de Deus.
Prezado(o) professor(a), o amor
e a misericórdia de Deus, por si só, são temas que poderiam ser tratados em
separado, ou seja, um por lição. Como aprendemos ao estudar os atributos de
Deus, o amor e a misericórdia podem ser classificados nos atributos denominados
de comunicáveis ao ser humano − o que significa que a Bíblia revela atributos
de Deus que não podem ser manifestar na pessoa (atributos incomunicáveis) −, ou
seja, atributos que podem ser manifestos na vida do ser humano. Nessa
categoria, além da bondade, da justiça, da verdade, o amor e misericórdia são
atributos que os seres humanos podem manifestar em vida.O plano de salvação de
Deus tem como fundamento o seu amor e misericórdia.
Amor. A Bíblia declara que o
próprio Deus é amor (1Jo 4.8,16). Isso significa que o amor é essência de Deus,
a moral de o seu próprio ser. Ele justificou isso ao oferecer o seu Filho para
nos salvar (Jo 3.16). Só o amor de Deus justifica seu caráter compassivo.
Infelizmente, nossa sociedade está acostumada com a perspectiva fantasiosa do
amor, pois este nos moldes modernos, na maioria das vezes, está baseado em
palavras, subjetividades e romantismos baratos. Entretanto, o amor que se
revela nas Escrituras Sagradas demonstra ação, atos de doar-se ou doar alguma
coisa. É isso que caracteriza o amor de Deus. Por isso, encontramos nas
Bíblias, principalmente nas antigas, o termo “caridade” no lugar do “amor”.
Diferentemente de nossa cultura, na Bíblia, o amor é inimaginável sem o sê-lo
por uma ação concreta. A prova do amor de Deus para com a humanidade foi o ato
de enviar o seu único Filho para nos salvar.
Misericórdia. No Antigo Testamento, de
acordo com os termos hebraicos rehem e hesed, a palavra
misericórdia pode significar “compaixão materna”, “mútua obrigação ou
solidariedade”. Já em o Novo Testamento, a palavra tem a conotação de piedade e
compaixão, bem como pode expressar a ideia de “companheirismo em meio ao
sofrimento”. Os textos de Lucas 10.37; Hebreus 4.16; Filipenses 2.1;
Colossenses 3.12;Hebreus 10.28 ilustram respectivamente essas conotações e
ideias. Logo, a salvação que o Deus Pai proveu a todos os seres humanos por
meio de seu Filho, Jesus Cristo, é a prova cabal do amor e misericórdia de um
Deus solidário ao ser humano, da pessoa que se arrepende de seus pecados para
encontrar uma novidade de vida. Assim, vemos que a misericórdia de Deus dura
para sempre!
Texto extraído da “Revista Ensinador Cristão”, editada pela
CPAD.
SUBSÍDIO II
INTRODUÇÃO
João, o autor do Evangelho que traz o seu nome e o
da I Epístola, é conhecido como o discípulo amado. Essa atribuição é
justificada porque esse apóstolo de Jesus expressa, com entusiasmo, o valor do
amor genuinamente cristão. Com base nessa premissa, estudaremos, na lição de
hoje, um pouco mais a respeito do amor. Enfocaremos, especificamente, o amor
cristão a Deus e ao próximo, máxima defendida por Jesus quando questionado
pelos líderes e mestres religiosos a respeito da observância ao maior dos
mandamentos (Mt. 22.36-40).
1. DEFINIÇÕES BÍBLICAS DE AMOR
Existem duas palavras comumente usadas no Novo
Testamento grego para “amor”: são elas phileo e ágape. Em alguns contextos,
phileo é utilizado prioritariamente como afeição. No sentido de afeição, phileo
é encontrado em Jo. 15.19; Tt. 3.15. Phileo, ao contrário do que dizem alguns
pregadores, é também sinônimo do amor divino (Jo. 5.20; 16.27), basta dizer,
como exemplo, que Jesus ama (phileo) as pessoas individualmente (Jo. 11.3,36;
20.2). Ainda que, conforme lemos em Ap. 3.19, não isenta aquele que é amado de
ser corrigido pelo Senhor. O termo mais amplo usado no Novo Testamento grego
para amor, porém, é ágape. (Mt. 24.12; Rm. 12.9; 13.10; I Co. 8.1; Gl.
5.22). Uma das características centrais desse tipo de amor é o sacrifício
próprio em prol do outro (Jo. 15.13; I Co. 13.4,8,13; I Jo. 3.12;
4.10,18; II Jo. 6; I Co. 14.1; II Co. 6.6; 8.7). O ágape, grosso modo, se
refere ao amor dado por Deus e moldado pelo Espírito Santo e que guia a conduta
cristã. Esse amor é uma qualidade divina (Jo. 15.10) derramada em nossos
corações (Rm. 5.5) que nos vivifica em Cristo (Ef. 2.4; 3.17; I Jo. 4.9) e nos
posiciona como filhos (I Jo. 3.1). O próprio Deus é ágape (I Jo. 4.8) e é
reconhecido como o Deus de amor (II Co. 13.11,11; II Ts. 3.5; II Jo. 3; Jd. 2).
2. O AMOR DE
DEUS PELA HUMANIDADE
Ao longo do texto, João mostra que o amor a Deus e
ao próximo estão interligados. Qualquer separação nesse sentido, como fizemos
nesta lição, tem fins meramente didáticos. A base para a ordenança do amor
cristão está na própria natureza divina, pois Deus é amor (I Jo. 1.7,8). Assim,
todo aquele que é nascido de Deus, isto é, que procede de Deus, ama tanto a
Deus quanto ao seu próximo. Amamos a Deus porque Ele nos amou primeiro e o
provou enviando Seu Filho para morrer pelos pecados da humanidade (Jo. 3.16; I
Jo. 4.9,10). Antes estávamos mortos em nossos delitos e pecados, mas Ele nos
amou e nos atraiu para Si. Cristo Jesus é o Dom inefável de Deus, é a
manifestação do excelso amor divino. Como Paulo, temos razões para agradecer a
essa dádiva inefável (II Co. 9.15). Amamos a Deus porque Ele nem mesmo a seu
próprio filho poupou, antes, o entregou por nós (Rm. 5.8). De modo que nada, absolutamente
nenhuma criatura poderá nos separar do amor de Deus, que está em Cristo
Jesus, nosso Senhor (Rm. 8.31-39). A misericórdia de Deus é manifestada pelo
fato dEle não nos tratar como merecemos. A graça, diz respeito a Ele nos dar
aquilo que não merecemos.
3. O CRISTÃO E O AMOR A DEUS E AO PRÓXIMO
João deixa claro, a princípio, que amamos a Deus
porque Ele nos amou primeiro. Mas não podemos, por outro lado, dizer que amamos
a Deus e não demonstramos amor ao próximo. O Apóstolo argumenta que é mais
fácil amar os homens do que a Deus, portanto, se não existe amor pelos homens,
também não haverá amor a Deus. A verdade é que não podemos amar a Deus, a menos
que também amemos ao próximo. Quando Jesus contou a parábola em resposta ao
grande mandamento, distinguiu, entre outros, o distanciamento dos religiosos de
sua época do amor ao próximo. Eles estavam mais preocupados com os seus
compromissos do que na preservação daquele homem que se encontrava jogado após
ter sido assaltado. A religiosidade humana pode conduzir o ser humano com
facilidade tanto para o fanatismo quando ao formalismo.
CONCLUSÃO
Jesus, citando Dt. 6.4 e Lv. 19.18, instrui seus
discípulos para que mantivessem o equilíbrio no amor (Mt. 22.40). Para tanto,
eles deveriam – e ainda devem – amar a Deus, ao próximo e a si mesmos. Esse é o
tripé da comunhão cristão, por isso, quando há apenas amor a Deus, o resultado
é o fanatismo, ao próximo, a consequência é o filantropismo, e a si mesmo, o
mal do egoísmo. O amor cristão é a maior apologética, ele é, ao mesmo tempo, um
mandamento e a manifestação daquele que é nascido de Deus.
Prof. Ev. José
Roberto A. Barbosa
Extraído do Blog
subsidioebd
COMENTÁRIO E
SUBSÍDIO III
INTRODUÇÃO
A salvação é obra do imenso amor
de Deus e de sua maravilhosa misericórdia. Essa obra só foi possível porque o
Pai amou tanto a humanidade a ponto de dar o seu próprio Filho para morrer no
lugar dela. Assim, por intermédio de sua misericórdia, Deus concedeu perdão ao
pecador, fazendo deste seu filho por adoção, dando-lhe vida em abundância. [Comentário: Como sugere o título da
lição, iremos refletir acerca de dois atributos divinos, o amor e a
misericórdia, agindo em favor do homem caído, a fim de lhe proporcionar
salvação. Em teologia chamamos este estudo de soteriologia. O termo soteriologia vem
do vocábulo grego 'soteria' e significa salvação, libertação
de um perigo iminente, livramento do poder da maldição do pecado, restituição
do homem à plena comunhão com Deus. Pelo texto de Efésios 2.8 ficamos sabendo
que esta salvação só pode ser obtida pela graça, ou seja, é um dom gratuito e
imerecido que o pecador recebe. Deus, não o homem, é a fonte dessa
transformação (Ef 2.1,8). Como disse Isaías: “Desde a planta do pé até a
cabeça não há nele coisa sã, senão feridas, e inchaços, e chagas podres não
espremidas, nem ligadas, nem amolecidas com óleo” (Is 1.6) e o Senhor
Jesus, em Mateus: “... porém, ouvindo, disse-lhes: Não necessitam de
médico os sãos, mas, sim, os doentes” (Mt 9.12), entendemos que a Salvação
implica em efetuar <<levar a efeito, realizar;
efetivar, cumprir>> com sucesso a plena libertação de
alguém ou de alguma coisa, de perigo iminente. O grande amor e dom gratuito de
Deus, a Sua rica graça e misericórdia abundante, são a causa do renascimento. O
grande poder de Deus - o poder que ressuscitou Cristo dentre os mortos – é
demonstrado na regeneração e conversão de pecadores (Ef 1.19-20).]
I. O
MARAVILHOSO AMOR DE DEUS
1. Deus é amor. Se é difícil dimensionar o amor da mãe pelos filhos,
imagine o amor de Deus, que é mais profundo e incomensurável (Is 49.15)! Nesse
sentido, Deus usou o profeta Oseias para demonstrar o verdadeiro amor pelo seu
povo, ainda que os israelitas se apresentassem indiferentes a esse amor (Os 11.1-4).
Ora, amar reflete a natureza do próprio Deus, pois Ele é amor (1Jo 4.8,16).
Sendo o Pai a própria essência do amor, nós, seus filhos, somos apenas dotados
por Ele com a capacidade de amar (1Jo 4.19). Assim, a maior demonstração do
amor de Deus pelo mundo foi quando Ele; entregou vicariamente o seu amado Filho
(Rm 5.8; 2 Co 5.14; Gl 2.20). Logo, o objeto desse amor vai muito além da
Criação, pois tem, na humanidade, seu valor monumental (Jo 3.16). [Comentário: No site ‘gotquestions.org’ encontramos a seguinte
definição para o significado do amor de Deus: “Deus é amor: o que isto
significa? Primeiramente vamos observar como a Palavra de Deus, a Bíblia,
descreve “amor”, e então veremos algumas maneiras de como isto se aplica a
Deus. “O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata
com leviandade, não se ensoberbece. Não se porta com indecência, não busca os
seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; não folga com a injustiça,
mas folga com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O
amor nunca falha...” (I Coríntios 13:4-8a). Esta é a descrição de Deus para o
amor. Isto é como Ele é, e os cristãos devem fazer disto sua meta (mesmo que
sempre em processo). A maior expressão do amor de Deus é a nós comunicada em
João 3.16 e Romanos 5.8: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu
Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê (em Jesus Cristo) não
pereça, mas tenha a vida eterna.” “Mas Deus prova o seu amor para conosco, em
que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores.” Nestes versos podemos
ver que o maior desejo de Deus é que nos juntemos a Ele em Seu lar eterno, o
céu. Ele tornou isto possível pagando o preço por nossos pecados. Ele nos ama
por sua própria escolha, um ato de Sua própria vontade. “Está comovido em mim o
meu coração, as minhas compaixões a uma se acendem” (Oséias 11:8b). O amor
perdoa. “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar
os pecados e nos purificar de toda injustiça” (I João 1:9).” 1 .
No contexto do Livro do Profeta Oséias este amor de Deus é demonstrado através
de uma grande alegoria: o Profeta Oséias é ordenado por Deus a buscar e casar
com uma prostituta e ter filhos com ela (Os 1.2). Oséias é traído por esta
mulher e outra vez Deus mandar o Profeta se reconciliar com ela (Os 3.1). Essa
alegoria revela o amor de Deus por Israel - Deus sempre buscando e perdoando só
pelo fato de amar. Um amor incondicional e incomparável.]
1. Deus é amor: o
que isto significa?. Disponível em: <https://www.gotquestions.org/Portugues/Deus-e-amor.html>. Acesso em: 05
out. 2017.
2. Um amor que não se pode
conter. Deus sempre amou o
ser humano. A criação do homem e da mulher, por si mesma, é a prova deste amor
divino (Gn 1.26,27). Nesse aspecto, o amor de Deus pela humanidade é
incondicional, ou seja, não há nada que o ser humano possa fazer para
aumentá-lo ou diminuí-lo (2 Pe 3.9; 1Tm 2.4). Entretanto, há uma tensão entre o
amor de Deus e a sua justiça. Como conciliar isso? As Escrituras mostram que o
ser humano escolhe abandonar esse ato de amor, de modo que o Altíssimo,
respeitando o livro-arbítrio do homem, o entrega à sua própria condição (Rm
1.18-32). Assim, o amor e a justiça de Deus se conciliam. [Comentário: O
amor é a característica essencial da natureza de Deus. Tudo que Deus faz está
ligado ao Seu amor. O amor de Deus é incondicional, por isso 1º João 4.8 afirma
que Deus é amor, significando que Ele tem as mesmas características que o amor.
"E não pagará ele ao homem segundo as suas obras?" (Pv 24.12).
A justiça de Deus é a retidão de sua natureza, aquilo pelo qual faz o que é
reto e de igual medida. No site http://solascriptura-tt.orgencontramos um excelente artigo baseado em Salmos 136.15-20,
‘O Amor e a Ira de Deus’, onde o autor discorre: “Os pensamentos e as
maneiras de Deus são superiores ao entendimento do homem (Jó 33:12; Isa 55:8,9;
I Cor 1:25; I João 3:20). Entrando no assunto do amor e da ira de Deus
encontramo-nos diante de imensos conceitos divinos que são insondáveis chegando
a ser inescrutáveis (não pode ser medido) (Rom 11:33-36; Sal 77:19). O amor de
Deus em Cristo “excede todo o entendimento” (Efés 3:19) e sobre a ira de Deus a
Bíblia diz, “quem parará diante do seu furor, e quem persistirá diante do ardor
da sua ira?” (Naum 1:6). A Bíblia declara que Deus é amor (I João 4:8,16) e com
a mesma ênfase declara que Deus é fogo consumidor (Deut 4:24; Heb 12:29). Por
não sermos como Deus (Sal 50:21; I Sam 16:7; Num 23:19) quando procuramos
entender Seus atributos, por necessidade, isso requer fé e temor. A Bíblia
declara que Deus é Espírito (João 4:24), luz (I João 1:5) e amor (I João
4:8,16). Por Deus ser o que é, todos os atributos da divindade são
influenciados e equilibrados. Nenhum atributo pode ser separado dos demais.
Portanto, é necessário estudarmos cada atributo a luz dos outros. Para
entendermos o equilíbrio entre o amor e a ira de Deus, temos que estudar cada
um. A forma como os atributos se mesclam será vista uma vez que entendamos cada
um separadamente.”2] 2. Pastor Calvin G. Gardner, O
Amor e a Ira de Deus.
3. A certeza do amor de
Deus. As relações humanas,
infelizmente, implicam trocas, por isso certa dificuldade de compreendermos a
gratuidade do amor de Deus. Pensamos que quando o decepcionamos com nossas
atitudes e pecados, Ele vira as costas para nós, como fazem as pessoas as quais
frustramos com nossas ações. Ora, havendo quebrantamento de coração (SI 51.17),
verdadeiro arrependimento (Pv 28.13) e atitude de retorno sincero, Deus jamais
abandona os seus filhos, ainda que estes o tenham ofendido (Lc 15.11-32).
Assim, Ele nos convida a experimentar do seu perdão e a desfrutar do seu amor
como filhos mui amados. Isso tudo acontece porque o amor do Altíssimo não se
baseia no ser humano, objeto de seu amor, mas nEle mesmo (Dt 7.6,7), a fonte
inesgotável de amor. [Comentário: O amor de Deus não é influenciado (Dt 7.7,8; 2Tm 1.9),
nada em nós atrai ou atraiu o amor expressado por Deus. Deus é livre para
demonstrar Seu amor espontâneo sem algo em nós que O faça nos amar (1Jo
4.10,19). Assim, este amor é gracioso (Jo 3.16; 1Jo 4.9), é favor imerecido.
Essa expressão da graça vê-se quando entendemos o alvo do amor e o resultado de
tal amor (Rm 8.35-39) e compreendemos a sua maior expressão: Cristo (1Jo 4.9).
Por ter dado Cristo sabemos que Ele não deixará faltar algo para os Seus (Rm
8.32). O Pr João Batista de Oliveira escreve em seu site: “Quando João 19:
30 diz: “está consumado”, que é a expressão grega tételestai, ele quer dizer
quer tudo está pago. Isto representa a salvação para o cristão. Tudo foi
comprado no calvário. Abrange cada fase de nossas necessidades e dura de
eternidade a eternidade. Inclui a libertação do pecado no presente e a
apresentação contra as invasões do pecado no futuro, Jd 1: 24-25; Tt 2: 11-13.
Então, vejamos em detalhes suas fases: salvação: arrependimento, fé, conversão,
regeneração, justificação, adoção e santificação.”3.
Sobre a certeza do amor de Deus leia este excelente artigo do Pr Josualdo
Dreger, Pastor Presidente da Assembleia de Deus Campo de Itajá/GO] 3. Pastor João Batista de
Oliveira.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
O Amor de Deus “Sem menosprezar a
paciência, misericórdia e graça de Deus, a Bíblia associa mais frequentemente o
desejo de Deus em nos salvar ao seu amor. No Antigo Testamento, o enfoque
primário recai sobre o amor segundo a aliança, como se vê em Deuteronômio 7. Com
respeito à redenção segundo a aliança, diz o Senhor: ‘Com amor [heb. ‘ahavah’]
eterno te amei [heb. ‘ahev’]; também com amável benignidade [heb. chesedh]
te atraí’ (Jr 31.3). A despeito da apostasia e idolatria de Israel, Deus amava
com amor eterno. O Novo Testamento emprega agapaõ ou agapê para
referir-se ao amor salvífico de Deus. No grego pré-bíblico, essas palavras
tinham pouca relevância. No Novo Testamento, porém, são óbvios o seu poder e
valor. ‘Deus é agapê’ (Jo 3.16). Por isso, ‘ele deu seu Filho unigênito’
(Jo 3.16) para salvar a humanidade. Deus tem demonstrado seu amor imerecido
para conosco ‘em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores’ (Rm
5.8). O Novo Testamento dá amplo testemunho do fato de que o amor de Deus
impeliu-o a salvar a humanidade perdida. Por isso, estes quatro atributos de
Deus — a paciência, a misericórdia, a graça e o amor — demonstram a sua bondade
ao promover a nossa redenção” (HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática: Uma
perspectiva pentecostal. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, pp. 345,346)
II. UM DEUS
MISERICORDIOSO
1. O que é misericórdia? É a fidelidade de Deus mediante a aliança de amor
estabelecida com a humanidade (SI 89.28), apesar da infidelidade dela. Por
conseguinte, a misericórdia do Pai torna-se favor imerecido para com o pecador,
que merecia a condenação eterna, a fim de livrá-lo tanto da morte física quanto
da espiritual (Lm 3.22). Quão permeadas de misericórdia são as obras de Deus
(SI 145.9)! [Comentário: Não
podemos confundir Misericórdia e graça. O site significados.com.br define
misericórdia divina como: “Misericórdia Divina é Deus perdoar os pecados,
apesar das faltas cometidas pelos pecadores. É a libertação do julgamento”4.
Embora Misericórdia e graça tenham significados semelhantes, teologicamente não
são a mesma coisa. A misericórdia é Deus não nos castigando como merecem os
nossos pecados e a graça é Deus nos abençoando apesar de não merecermos.
Misericórdia é a libertação do julgamento, enquanto graça é estender bondade
aos indignos. O Dr. Louis Berkhof em sua teologia sistemática escreve sobre os
Atributos Morais de Deus: “Outro importante aspecto da bondade e amor de
Deus é a Sua misericórdia ou terna compaixão. A palavra hebraica mais
geralmente empregada para esta perfeição é chesed. Há outra palavra, porém, que
expressa uma terna e profunda compaixão, a saber, a palavra racham, às vezes
lindamente traduzida por “terna misericórdia”. A Septuaginta e o Novo
Testamento empregam a palavra grega eleos para designar a misericórdia de Deus.
Se a graça de Deus vê o homem como culpado diante de Deus e, portanto,
necessitado de perdão, a misericórdia de Deus o vê como um ser que está
suportando as consequências do pecado, que se acha em lastimável condição, e
que, portanto, necessita do socorro divino. Pode-se definir a misericórdia
divina como a bondade ou amor de Deus demonstrado para com os que se acham na
miséria ou na desgraça, independentemente dos seus méritos. Em Sua misericórdia
Deus se revela um Deus compassivo, que tem pena dos que se acham na miséria e
está sempre pronto a aliviar a sua desgraça. Esta misericórdia é generosa, Dt
5.10; Sl 57.10; 86.5, e os poetas de Israel se dedicam em entoar canções
descrevendo-a como duradoura e eterna, 1 Cr 16.34; 2 Cr 7.6; Sl 136; Ed 3.11.
No Novo Testamento é muitas vezes mencionada ao lado da graça de Deus,
especialmente nas saudações, 1 Tm 1.2; 2 Tm 1.1; Tt 1.4. Repetidamente se nos
diz que essa perfeição divina é demonstrada para com os que temem a Deus, ex
20.2; Dt 7.9; Sl 86.5; Lc 1.50. Não significa, porém, que se limita a eles,
conquanto a desfrutem em medida especial. As ternas misericórdias de Deus estão
sobre todas as Suas obras, Sl 145.9, e até os que não O temem compartilham
delas, Ez 18.23, 32; 33.11; Lc 6.35, 36. Não se pode apresentar a misericórdia
de Deus como oposta à Sua justiça. Ela é exercida somente em harmonia com a
mais estrita justiça de Deus, em vista dos méritos de Jesus Cristo. Outros
termos empregados para expressar a misericórdia de Deus são “piedade”,
“compaixão”, “benignidade””5.]
5. Louis Berkhof, Teologia Sistemática, Editora Cultura
Cristã. Disponível emhttp://www.monergismo.com/textos/atributos_deus/moral_berkhof.htm. Acesso em: 05 out. 2017
2. O Pai da misericórdia. A Bíblia afirma que Deus é o Pai da misericórdia (2 Co 1.3;
Êx 34.6; Jn 4.2). Pelo fato de conhecer a estrutura humana, pois Ele mesmo a
criou, o Altíssimo exerce a sua misericórdia, demorando a irar-se e não nos
tratando segundo as nossas iniquidades (SI 103.8-12); pois Deus "conhece a
nossa estrutura" e "lembra-se de que somos pó" (SI 103.14).
Baseado na expressão dessa misericórdia, o pecador arrependido pode
tranquilizar o seu coração e, no lugar de sentir-se perturbado e aflito,
descansar no perdão e na reconciliação de Deus (1Jo 2.1). Jesus Cristo, o Filho
de Deus, manifestou na prática de seu ministério a divina misericórdia do Pai.
A compaixão demonstrada pelo Filho aos pecadores (Mt 15.32; 20.34; Mc 8.2) e o
olhar terno de Jesus diante do sofrimento humano (Lc 7.13; 15.20; Jo 8.10,11)
expressam a imagem do Pai da misericórdia (Hb 1.1-3). [Comentário: C.
D. Cole escreve em “A misericórdia de Deus”: “A misericórdia de Deus é
descrita em vários lugares e de maneiras diversas. Sua misericórdia é grande (1
Reis 3:6), é suficiente (Salmo 86:5), é terna (Lucas l:78), é abundante (1
Pedro 1:3), é rica (Efésios 2:4), é eterna (Salmo 103:17). É tão grande
consolação sabermos que Deus é tão abundante e rico exatamente no que
necessitamos como pobres pecadores. Não é surpresa que o Salmista diga:
“Cantarei a tua força; pela manhã louvarei com alegria a tua misericórdia”.
Salmo 59:16”6. Pr. Silvano Doblinski, Presidente da
Igreja Assembleia de Deus do Jabaquara em São Paulo, escreve: “Servimos a Um
Deus Misericordioso. - A Bíblia fala que Deus é o Pai das misericórdias. II Co.
1.3: Bendito seja Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das
misericórdias e o Deus de toda consolação. - Na história da humanidade temos
visto a grande misericórdia de Deus para com os homens. Lm. 3.22: As
misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos; porque as suas
misericórdias não têm fim. - Deus tem agido com misericórdia para com as nossas
vidas. - Deus é misericordioso para com aqueles que o temem. Sl. 103.17: Mas a
misericórdia do Senhor é de eternidade a eternidade sobre aqueles que o temem,
e a sua justiça sobre os filhos dos filhos. - A misericórdia de Deus é a divina
bondade em ação com respeito às misérias de suas criaturas. - Uma das mais
belas descrições da misericórdia de Deus encontra-se no Sl. 103.8:
Misericordioso e piedoso é o Senhor; longânimo e grande em benignidade.”7. 6. C. D. Cole
escreve em “A misericórdia de Deus”.http://palavraprudente.com.br/biblia/definicao-de-doutrina-volume-1/capitulo-16-a-misericordia-de-deus/, Acesso em: 05 out.
2017 7. Pr. Silvano
Doblinski, Presidente da Igreja Assembleia de Deus do Jabaquara em São Paulo. A
Importância da Misericórdia. Disponível em: http://www.adjabaquara.com.br/mensagens/23-12-2014.html. Acesso em: 05 out.
2017
3. Misericórdia com o
pecador. De nada adiantaria
a misericórdia divina se não fosse o seu impacto sobre a vida cotidiana do
pecador. Logo, a misericórdia de Deus pode ser experimentada a cada dia, pois
ela nunca acaba (SI 136.1 - ARA). O Altíssimo é longânimo para com o pecador,
dando-lhe sempre novas chances de perdão e libertação do poder do pecado (Rm
6.18). Mediante a misericórdia divina somos libertos dos adversários (Ne 9.27),
livres da destruição (Ne 9.31), cercados e coroados cuidadosamente pelo
Todo-Poderoso (SI 23.6; 32.10; 103-4). Assim, apesar da situação dramática do
pecador, a misericórdia de Deus pode alcançá-lo milagrosamente. [Comentário: Como
esclarece C. D. Cole em “A misericórdia de Deus”: “MISERICÓRDIA DISTINGUIDA
1. Misericórdia e graça têm muito em
comum, mas existem sombras de diferença entre elas. A graça vê o homem sem
mérito; a misericórdia o vê como miserável. A graça pode ser exercida onde não
há pecado; a misericórdia é mostrada somente a pecadores. A distinção é vista
na maneira como Deus tratou os anjos não caídos. Deus nunca exerceu
misericórdia para com eles, pois nunca pecaram, e portanto não estão em estado
de miséria. Mas eles são objetos da graça. Foi pela graça que Deus os escolheu
em meio a toda a raça angélica. 1 Timóteo 5:21. Foi em graça que Ele lhes deu
tais serviços tão honrosos. Hebreus 1:19. Foi pela graça que Deus pôs Cristo
como o Cabeça deles. Colossenses 2:10, 1 Pedro 3:22. Deus tratou com os anjos
em graça, pois eles não mereciam Seu favor. Se anjos santos não podem merecer
Seus favores, que esperança há para o homem pecaminoso?
2. A misericórdia e o amor são
distinguidos nas Escrituras. O amor pode ser dirigido a um semelhante; a
misericórdia somente existe entre um superior e um inferior. A misericórdia não
vai além de dar alívio; amor nos predestinou para adoção como filhos. A
misericórdia pode fazer um rei perdoar um traidor; era necessário haver amor
para este rei adotar este traidor como seu próprio filho.
3. Há também uma distinção entre
misericórdia e paciência. Há uma misericórdia geral de Deus que se assemelha a
paciência. Tal misericórdia é temporária e se aplica a todas as suas obras.
Salmo 145:9. Esta misericórdia pertence à Sua natureza essencial pela qual Ele
provê as necessidades de Sua criação inteira, fazendo o sol levantar-se sobre o
mau e o bom, e manda a chuva sobre o justo e o injusto. Mateus 5:45. Mas Sua
misericórdia do concerto é exercida soberanamente por meio de Cristo e é eterna”8.]
8. C. D. Cole “A
misericórdia de Deus”. http://palavraprudente.com.br/biblia/definicao-de-doutrina-volume-1/capitulo-16-a-misericordia-de-deus/. Acesso em: 05 out. 2017
SUBSÍDIO LEXICOGRÁFICO
Misericórdia
“No
Antigo Testamento, a palavra ‘misericórdia’, é a tradução da palavra grega eleos,
ou ‘piedade, compaixão, misericórdia’ (veja seu uso em Lucas 10.37; Hebreus
4.16), e oiktirmos, isto é, ‘companheirismo em meio ao sofrimento’ (veja
seu uso em Filipenses 2.1; Colossenses 3.12; Hebreus 10.28). No Antigo
Testamento, este termo representa duas raízes distintas: rehem,que pode
significar maciez), ‘o ventre’, referindo-se, portanto, à compaixão materna (1
Rs 3.26, ‘entranhas’), e hesed, que significa força permanente (Sl
59.16; 62.12; 144.2) ou ‘mútua obrigação ou solidariedade das partes
relacionadas’ — portanto, lealdade. A primeira forma expressa a bondade de
Deus, particularmente em relação àqueles que estão em dificuldades (Gn 43.14;
Êx 34.6). A segunda expressa a fidelidade do Senhor, ou os laços pelos quais
‘pertencemos’ ou ‘fazemos parte’ do grupo de seus filhos. Seu permanente e
imutável amor está subentendido, e se expressa através do termo berit,
que significa ‘aliança’ ou ‘testamento’ (Êx 15.13; Dt 7.9; Sl 136.10-24) ” (Dicionário
Bíblico Wycliffe. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, p. 1290)
III. AMOR,
BONDADE E COMPAIXÃO NA VIDA DO SALVO
1. Amor como adoração a
Deus. O pecador não alcançado pela graça
divina, por natureza, é inimigo de Deus (Rm 5.10), chegando até mesmo a odiá-lo
(Lc 19.14). Mas, por intermédio da reconciliação que Cristo operou na cruz, o
próprio Deus tomou a iniciativa e capacitou o salvo a amá-lo (1Jo 4.11,19). Por
isso, o mandamento bíblico convida o ser humano a amar o Senhor Deus acima de
todas as coisas (Dt 6.5; Mc 12.29,30). Isso não é apenas uma lei moral, mas um
sentimento de profunda devoção de coração; uma necessidade concedida pelo
Altíssimo ao homem para que este desfrute do deleite de sua presença (Dt 30.6).
Logo, mediante o amor divino, o salvo em Cristo é levado a demonstrar, em
atitudes e palavras, o quanto ele ama a Deus, sabendo que isso só foi possível
porque o Pai amou-o primeiro (l Jo 4.19). [Comentário: “E a vós outros também que, outrora, éreis
estranhos e inimigos no entendimento pelas vossas obras malignas, agora, porém,
vos reconciliou no corpo da sua carne, mediante a sua morte” (Cl 1.21-22).
A melhor notícia do mundo é que nossa separação de Deus terminou e estamos
reconciliados com o Juiz do universo. Deus não é mais contra nós, mas por nós.
Ter o amor onipotente do nosso lado fortalece poderosamente a alma. A vida se
torna totalmente livre e corajosa quando o Ser mais forte é por você. Porém, o
todo da mensagem de salvação de Paulo não é uma boa notícia para aqueles que
rejeitam o diagnóstico de Colossenses 1.21. Ele diz: vocês eram “estranhos e
inimigos no entendimento”. Quantas pessoas você conhece que dizem: “Eu sou
inimigo de Deus em meu entendimento”? As pessoas raramente dizem: “Eu odeio a
Deus”. Então, o que Paulo quer dizer quanto às pessoas serem “inimigas no
entendimento” em relação a Deus antes de serem reconciliadas pelo sangue de
Cristo? Acho que ele quer dizer que a inimizade está realmente ali em relação
ao verdadeiro Deus, mas as pessoas não se permitem pensar no verdadeiro Deus.
Elas imaginam que Deus é como gostariam que ele fosse, o que raramente inclui
qualquer possibilidade de que possam estar em sérios problemas com ele. Mas com
respeito ao Deus que realmente é — um Deus que é soberano sobre todas as
coisas, incluindo a doença e a tragédia — todos nós fomos inimigos dele, diz
Paulo. No íntimo, odiamos seu poder e autoridade absolutos. Se qualquer um de
nós é salvo, isso é devido à maravilhosa verdade de que a morte de Cristo
obteve a graça pela qual Deus conquistou nossos corações e nos fez amar aquele
que uma vez odiamos. Muitos ainda estão aprendendo a não serem inimigos de
Deus. É algo bom que ele seja gloriosamente paciente.9]
9. John Piper
Completamente inimigo de Deus. Disponível em: <http://voltemosaoevangelho.com/blog/2017/06/6-de-junho-completamente-inimigo-de-deus/>. Acesso em 05 out.
2017.
2. Amar ao próximo. "Porque o amor de Cristo nos constrange" (2 Co
5.14), escreveu o apóstolo Paulo. Essa é a razão de o crente amar o seu irmão.
Esse amor nos constrange a amar o próximo (Mt 5.43-45; Ef 5.2; 1Jo 4.11) porque
Cristo morreu por ele igualmente (Rm 14.15; 1Co 8.11) e quando fazemos o bem a
quem precisa fazemos ao próprio Senhor (Mt 25.40). De acordo com a parábola do
Bom Samaritano, devemos amar o nosso próximo, não a quem escolhemos, mas a quem
aparece diante de nós durante a caminhada da vida. Embora as relações sociais
estejam precárias no contexto moderno, devemos amar o outro sem esperar algo em
troca (Mt 22.39). Assim, evitaremos a frustração, o rancor e a exigência além
do que se pode dar. O nosso desafio é simplesmente amar! [Comentário: O
versículo que diz que “o amor de Cristo nos constrange” significa que Jesus
muda como pensamos e nos desafia a agir de maneira diferente. Não podemos ficar
indiferentes perante o amor de Jesus. Seu amor muda como vemos as pessoas. 2 Coríntios
5:14-15 explica que o amor de Cristo nos constrange porque agora nós
pertencemos a Cristo e vivemos para fazer Sua vontade. Nesse contexto,
constranger não significa ser embaraçoso. Constranger significa pressionar. O
amor de Cristo nos constrange a viver para Deus10. No site
Chamada.com há um excelente artigo de autoria de Martin e Deidre Bobgan: ‘Como
Amo a Mim Mesmo?’ onde discorre-se acerca deste nosso desafio de simplesmente
amar: “O mundo à nossa volta está promovendo o amor-próprio e a auto-estima.
A auto-estima é um aspecto popular da psicologia humanista, que é baseada na
crença de que todos nós nascemos bons e que a sociedade é a culpada. Esse
sistema coloca o homem como a medida de todas as coisas. [...] O
que há sob toda a retórica referente ao ego é um ataque ao Evangelho de Jesus
Cristo, embora não se trate de um ataque frontal com limites de batalha
claramente delineados. Ao contrário, na verdade é uma obra engenhosamente
subversiva, não de carne e sangue, mas de principados e potestades, de
dominadores deste mundo tenebroso, das forças espirituais do mal nas regiões
celestes, tal como Paulo explicou na parte final da carta aos Efésios. É triste
sabermos que muitos cristãos não estão alertas contra o perigo. É incontável o
número dos que estão sendo sutilmente enganados por um outro evangelho – o
evangelho do ego”11.]
11. Martin e Deidre Bobgan: ‘Como
Amo a Mim Mesmo?’ Disponível em: <http://www.chamada.com.br/mensagens/amor_proprio.html> Acesso em 5 out.
2017.
3. Amor como serviço
diaconal. Quando Jesus lavou
os pés dos discípulos, Ele ensinou, na prática, um estilo de vida que deveria
caracterizar seus discípulos (Jo 13.14), ou seja, o de um servir ao outro. O
serviço em favor do próximo, uma vida sacrificada em favor de quem está perto
de nós, demonstra, na prática, a grandeza do amor de Deus. Os que estão em
nossa volta reconhecem isso (At 2.46,47). "Amar uns aos outros" é a
maneira mais eficaz de demonstrar ao mundo que somos seguidores de Jesus (Jo
13.35). A Palavra de Deus nos ensina que expressar afeto de misericórdia é um
estado de bem-aventurança que o Pai nos concede, pois igualmente podemos ser
objeto dessa mesma misericórdia (Mt 5.7). [Comentário: C. René Padilla, fundador e presidente da Rede
Miqueias, e membro-fundador da Fraternidade Teológica Latino-Americana e da
Fundação Kairós, escreve no artigo ‘A missão de Jesus e a nossa missão’,
disponível na revista eletrônica Ultimato.com: “O ponto de partida mais
apropriado para entender a natureza da missão que Deus nos delegou como igreja
é a missão que, segundo os quatro evangelhos, Jesus Cristo levou a cabo durante
seu ministério terreno. Quais foram suas prioridades? Qual foi sua mensagem?
Que elementos incluiu em sua missão? Qual foi sua motivação? As respostas a
estas perguntas nos ajudarão a entender um fato fundamental da eclesiologia e
missiologia bíblicas: sem desconhecer ou minimizar as grandes diferenças de
tempo e espaço entre nós e Jesus, a igreja é chamada a continuar a missão do
Senhor ao longo da história até que ele volte. Em termos gerais, o propósito de
Deus é que a igreja se constitua em uma comunidade de testemunhas de Jesus
Cristo. Isto, no entanto, significa muito mais do que “dar testemunho” verbal
sobre ele; significa ser e viver como ele. A missão da igreja é inseparável da missão
de seu Senhor não só porque a igreja pertence a ele, mas também porque a
vocação da igreja é que a Palavra que no primeiro século se fez carne e viveu
entre nós (Jo 1.14) continue manifestando sua presença na sociedade no século
21 por meio dela”12.]
12. C. René Padilla,
‘A missão de Jesus e a nossa missão’, disponível emhttp://www.ultimato.com.br/revista/artigos/332/a-missao-de-jesus-e-a-nossa-missao. Acesso em 5 out.
2017.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“[...]
É preciso compreender e comparar dois aspectos da salvação, que são: o aspecto
legal e o aspecto ético e moral. No aspecto legal está a justificação, que
trata da quitação da pena do pecado. Significa que a exigência da Lei foi
cumprida. Porém, no aspecto moral, está a santificação que trata da vivência
cotidiana após a justificação. Como compreender então a relação entre a
justificação e a santificação? Em primeiro lugar, a santificação trata do nosso
estado, assim como a justificação trata da nossa posição em Cristo. Observe
isto: Na justificação somos declarados justos. Na santificação nos tornamos
justos. A justificação é a obra que Deus faz por nós como pecadores. A santificação
diz respeito ao que Deus faz em nós. Pela justificação somos colocados numa
correta e legal relação com Deus. Na santificação aparecem os frutos dessa relação
com Deus. Pela justificação nos é outorgada a segurança. Pela santificação nos
é outorgada a confiança na segurança. Em segundo lugar, a santificação envolve,
também, o aspecto posicional. Na justificação o crente é visto em posição legal
por causa do cumprimento da Lei, na santificação o crente é visto em posição moral
e espiritual. Posicionalmente, o crente é visto nesses dois aspectos abordados
que são: o legal e o moral. Legalmente, ele se torna justo pela obra justificadora
de Jesus Cristo. Moralmente, ele se torna santo por obra do Espírito Santo”
(CABRAL, Elienai. Romanos: O Evangelho da Justiça de Deus. 5.ed.
Rio de Janeiro: CPAD, 2005, pp.73,74)
CONCLUSÃO
O amor e a misericórdia de Deus
extrapolam a compreensão humana, pois ainda que se usem os melhores recursos
linguísticos, estes não seriam capazes de descrever quão incomensuráveis são
essas virtudes divinas. Nem mesmo o amor de uma mãe pelo seu filho é capaz de
sobrepor o amor e a misericórdia de nosso Deus. Por isso, resta-nos expressar
esse amor em nossa relação com cada criatura. [Comentário: Como
discorre o Dr Louis Berkhof em sua Teologia Sistemática, (Editora Cultura
Cristã), “Quando a bondade de Deus é exercida para com as Suas criaturas
racionais, assume o caráter mais elevado de amor...” Não é possível
descrever estes atributos divinos, no entanto, como fazem parte dos chamados
atributos comunicáveis de Deus, aqueles que o homem pode demonstrar, mesmo que
de maneira limitada. Desde que Deus é absolutamente bom em Si mesmo, Seu amor
não pode achar completa satisfação em nenhum objeto falto de perfeição
absoluta. Como discorre Berkhof, ‘Ele ama as Suas criaturas racionais por
amor a Si mesmo, ou, para expressá-lo doutra forma, neles Ele se ama a Si
mesmo, Suas virtudes, Sua obra e Seus dons’. O que mais pode nos confortar
é que esse amor é direcionado a nós, Ele nos ama com amor especial, dado que
nos vê como Seus filhos espirituais em Cristo. É a estes que Ele se comunica no
sentido mais rico e mais completo, com toda a plenitude da Sua graça e
misericórdia (Jo 16.27; Rm 5.8; 1Jo 3.1).] “... corramos, com
perseverança, a carreira que nos está proposta, olhando firmemente para o Autor
e Consumador da fé, Jesus ...” (Hebreus 12.1-2).
Francisco Barbosa
Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br
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