quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

EBD EM FOCO - LIÇÃO 9: ELIAS NO MONTE DA TRANSFIGURAÇÃO


TEXTO ÁUREO

"E [Jesus] transfigurou-se diante diante deles; e o seu rosto resplandeceu com o sol, e as suas vestes se tornaram brancas como a luz. E eis que lhes apareceram Moisés e Elias, falando com ele" (Mt 17.2,3)

VERDADE PRÁTICA

O aparecimento de Moisés e Elias no Monte da Transfiguração é um testemunho de que a Lei e os Profetas cumprem-se em Cristo, o Messias prometido.



Leitura Bíblica em Classe: Mateus 17.1-8

OBJETIVOS

Descrever o episódio da transfiguração de Jesus.
Explicar a tipologia representada em Moisés e Elias.
Conscientizar-se de que Jesus era o Messias esperado.


VÍDEOS

Evangelista Natalino das Neves
Professor Fábio Segantin



SUBSÍDIO 1

Lição de número 09 a ser ministrada no próximo dia 03/ Março /2013

Após o estudo da atividade profética de Elias, em seu ministério, veremos nesta lição outros aspectos deste ministério. Agora, o profeta Tisbita não era mais, neste episódio da transfiguração, o personagem central, ao contrário dos outros eventos envolvendo seu nome, sempre em evidência. Embora tenha seu nome citado, bem como o de Moisés também, vemos que todos estes, e os apóstolos, tornam-se figuras secundárias neste episódio. Neste momento, a "capa" de Elias é passada a outro, alguém superior a este que é o personagem central daquele momento: Cristo.

I-ELIAS, O MESSIAS E A TRANSFIGURAÇÃO

Como já dissemos em outras lições, o nome mais importante dentro da religiosidade judaica é, sem dúvidas, Moisés, seguido de Elias, que também é lembrado com muito carinho e respeito dentro do judaísmo. Estas duas figuras singulares, que demonstram intimidade com Deus e poder espiritual, são citadas num momento muito importante do ministério de Cristo. Aparecem lado a lado do Mestre de Nazaré, no momento que ele se transfigura.
1-Transfiguração:
A palavra transfigurar, que traduz o termo grego metamorfose, mantém o sentido de mudança de aparência, ou forma, mas não mudança de essência. A transfiguração mostrou aos discípulos aquilo que Jesus sempre fora: o verbo divino encarnado (Jo. 1.1; 17.1-5). Os discípulos observaram que o seu rosto brilhou como o sol (Mt. 17.2). Suas vestes resplandeceram (Mt.17.2). Esses fatos põem em evidência a identidade do Messias, o Filho de Deus.

Na transfiguração, Jesus foi transformado na presença dos três discípulos: Pedro, João e Tiago, que viram sua glória celestial como realmente era: Deus em corpo humano. A experiência da transfiguração foi:
·       Um alento para Jesus ante sua iminente morte na cruz (cf. Mt. 16.21);
·       Um comunicado aos discípulos de que Jesus teria de sofrer na cruz (Lc. 9.31);
·       Uma confirmação por Deus que Jesus era verdadeiramente seu Filho, todo suficiente para redimir a raça humana (Lc. 9.35).
2-Glória divina:

Mateus detalha que durante a transfiguração "uma nuvem luminosa os cobriu" (Mt. 17.5). É relevante o fato de que Mateus, ao escrever aos hebreus, põe em evidência o fato de que Jesus é o Messias anunciado no Antigo Testamento. Isso pode ser visto na manifestação da nuvem luminosa, que está relacionada com a manifestação da presença de Deus (Êx. 14. 19-20; 24.15-17; 1 Rs. 8.10,11; Ez. 1.4). Tanto Moisés como Elias estiveram no Sinai, presenciaram dessa glória . Todavia, não como os discípulos vivenciaram no Monte da Transfiguração (Mt. 17. 1-2).

II-ELIAS, O MESSIAS E A RESTAURAÇÃO

No texto, vemos dois nomes muito importantes sendo citados: Moisés e Elias. Tais citações carregam consigo muito mais que meramente uma lembrança ou coisa do tipo, levam uma percepção mais profunda de quem é o Cristo, bem como sua obra.

1-Tipologia:

Para a Igreja Cristã, Moisés prefigura a Lei, enquanto que Elias, os profetas. Fica fácil perceber nesta passagem que Moisés aparece como figura tipológica. Mateus põe em evidência o pronunciamento do próprio Deus: "Escutai-o" (Mt.17.5). Foram exatamente estas palavras que Moisés havia dito quando se referiu ao profeta que viria depois dele em Dt. 18.15.

2- Escatologia:

Enquanto Moisés ocupa um papel tipológico no evento da transfiguração, Elias aparece num contexto escatológico. O texto de Malaquias 4.5,6 apresenta Elias como um precursor do Messias. Já o NT aplica a João Batista o cumprimento desta profecia (Lc.1.17).

Então, o texto nos dá a entender que o ministério de Moisés, que é o nosso foco neste momento, cumpre um papel primordial na compreensão do ministério do Senhor Jesus. Tais ministérios, que foram de suma importância no AT, são demonstrados, agora, como sombras daquilo que Jesus Cristo realizaria em sua obra redentora. A Lei apontava para este Messias Ungido, capaz de libertar os cativos (Cl. 2.16-17). Traçando um paralelo mais estreito com o ministério de Elias, vemos que, aquilo que o profeta tanto insistiu para que fosse instituído em Israel (i.e. um Reino submisso à voz de Deus), se tornaria possível apenas pelo sacrifício do Cordeiro perfeito e sem mácula (Hb.8.5-6; 9.9-10;10.4).
III - ELIAS, O MESSIAS E A REJEIÇÃO
Bem sabemos que o povo hebreu rejeitou seu Messias enviado para sua própria remissão (Mt.21.42). Dessa forma, o Evangelho torna-se disponível àqueles que não são descendência de Abraão (At.13.46).
Tanto os rabinos como o povo comum sabiam que antes do advento do Messias, Elias haveria de aparecer (Ml.4.5-6;Mt.17.10) e, como os escribas não identificaram um sinal desse aparecimento de Elias, não reconheceram a Jesus como o Messias, evento que entendiam ser determinante  para classificá-lo como tal (Mt.17.10). Na realidade, a concepção e errada e a falta de visão espiritual faziam com que os escribas e religiosos da época não vislumbrassem o óbvio: Elias já havia vindo. Dizemos que Elias esteve ali, pois devemos entender que tais profecias sobre o aparecimento deste profeta referem-se a um com as mesmas características de Elias, isto é, João Batista. Eis o porquê:
·  Elias havia sido profeta no deserto, João também;
·  Elias pregou em um período de transição, João prega na transição de duas alianças;
·  Elias confrontou reis (1Rs.17.1-2) João também (Mt.14.1-4).
Logo, João era o Elias que haveria de vir! Mas este Elias neotestamentário seria o precursor do Messias, seria aquele que prepararia o caminho para que o Mestre de Nazaré iniciasse suas atividades de redenção da humanidade. E, na narrativa em questão, vemos que uma sequência de fatos aconteceram harmonicamente até chegar ao momento da transfiguração de Jesus no Monte. Ao final de seis dias (Mt.17.1), Jesus se transfigura e revela sua natureza como realmente é, espiritual e gloriosa. Nesta semana, que terminou coma transfiguração, Jesus discursou sobre a necessidade de tomar a cruz (Mt. 16.24-28) e, também, é na mesma semana que Pedro confessa que Jesus é o Cristo de Deus, o Messias Ungido (Mt. 16.13-20).



SUBSÍDIO 2

MOISÉS E ELIAS

[...] A Aparição de Moisés e Elias ([Mt]17.3,4). Moisés e Elias são as figuras principais da Lei e dos Profetas (veja também Mt 5.17; 7.12; 11.13; 22.40).

Deste modo estas duas figuras do Antigo Testamento dão testemunho divino à revelação de Jesus. Elias ascendeu ao céu, enquanto que Moisés morreu; os ensinos judaicos posteriores dizem que o seu corpo foi admitido ao céu. Lucas diz que eles também sabem sobre o iminente “êxodo” de Jesus. [...] Embora a transfiguração de Jesus revele principalmente sua natureza como o Messias celestial, também mostra que os santos que faleceram são participantes ativos e testemunhas do trabalho contínuo de Deus (Hb 12.1). A morte não é não-existência para o crente em Deus.
 
Na versão de Mateus, Pedro chama Jesus de “Senhor” (kyrios), enquanto que em Marcos ele o trata de “Mestre” (Mt 17.4; Mc 9.5). A sugestão feita por Pedro de eles construírem “três tabernáculos” (skene, “tabernáculos, tenda, barraca”) sugere a Festa dos Tabernáculos, embora não fosse época (Lv 23.39-43). A Tenda da Reunião no deserto indicava a presença de Deus (Êx 33.7-11). Em Mateus não está claro o que Pedro pretendia. Marcos lança luz sobre a observação de Pedro com a declaração: “Pois não sabia o que dizia, porque estavam assombrados” (Mc 9.6). O que está nitidamente claro no que se segue é que a questão não é três tabernáculos para três profetas, mas um Filho celestial.

[...] Elias Vem Primeiro (17.10-13). O aparecimento de Elias com Jesus leva os discípulos a perguntar como interagir os papéis destes dois. A crença dos “escribas” (v.10) refere-se a Malaquias 4.6 (veja também Eclesiástico 48.1-12). Não há evidência explícita do que antes de Jesus o papel escatológico de Elias teria um cumprimento tanto por um precursor do Messias quanto por uma figura Elias-Messias. Os discípulos entenderam que o Messias seria o Elias do tempo do fim. Considerando que eles tinham acabado de ver Elias na transfiguração como evento separado e distinto de Jesus, é natural que eles tivessem algumas perguntas a fazer.

Jesus reinterpreta o papel escatológico de Elias em termos de precursor, a quem Ele identifica explicitamente por João Batista (cf. Mt 17.7-13 e Mt 11.12-14 com Mc 1.2; 9.13; Lc 7.24-35; veja comentários sobre Mt 3.3,4; 11.7-15). Era como se, tendo visto o antigo Elias, os discípulos esperassem o advento imediato do Dia do Senhor. A resposta de Jesus é que eles já tinham visto Elias e que o esquema de atividades que eles mantinham para o fim precisava de correção; há mais para vir antes do fim. Jesus reitera o anúncio da proximidade de sua morte e ressurreição (Mt 17.22,23).

Texto extraído da obra “Comentário Bíblico Pentecostal: Novo Testamento”, editada pela CAPD.


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