quinta-feira, 19 de março de 2020

LIÇÃO 12: JESUS, O HOMEM PERFEITO


COMENTÁRIO E SUBSÍDIO I
INTRODUÇÃO
Nesta lição teremos a oportunidade de estudar uma das mais importantes doutrinas bíblicas a respeito da pessoa de Cristo, denominada de Cristologia; veremos também o ensino bíblico da Sua dupla natureza; pontuaremos algumas das heresias ditas durante a história da igreja, a respeito da pessoa de Cristo; e por fim, ressaltaremos à luz das Escrituras, porque Jesus é o homem perfeito.
I – A DUPLA NATUREZA DE JESUS
A afirmação correta da plena divindade de Jesus, bem como de sua plena humanidade, tem implicações soteriológicas fundamentais. Jesus é 100% Deus e 100% homem. A doutrina da união “hipostática” é definida pela existência de Cristo em duas naturezas, divina e humana, que não se fundem nem se alteram; por outro lado, não se separam e nem se dividem, compondo e estabelecendo uma só pessoa e uma só “subsistência” eternamente (GRUDEM, 1999, p. 454). Em suma, isso quer dizer que Jesus é plenamente divino e totalmente humano para todo o sempre, visto que, mesmo agora, na eternidade, possui um corpo humano glorificado (At 1.11; Ap 5.6). Vejamos:
1.1 Natureza divina de Jesus. O Novo Testamento deixa claro que Jesus é o “Filho de Deus”. Isto foi atestado pelo próprio Pai: “E eis que uma voz dos céus dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo” (Mt 3.17 ver ainda Jo 3.17; 12.28). No monte da transfiguração houve igual declaração (Mt 17.5). Jesus mesmo declarou ser o Filho de Deus (Jo 9.35-38); o anjo Gabriel disse a Maria: “[...] o Santo, que de ti há de nascer, será chamado Filho de Deus” (Lc 1.35); os apóstolos também asseveraram isso (At 3.13,26; 8.37; 9,20; Rm 1.4,9; 1Co 1.9; 2Co 1.19; Gl 2.20; 4.4; 2Pd 1.17; 1Jo 4.9; Ap 2.18). É bom destacar que “Paulo usa o termo “Filho de Deus” tanto em relação a Jesus como aos cristãos. Entretanto, traça uma distinção entre a filiação dos cristãos, que tem origem na adoção, e a de Jesus, que se origina do fato de ele ser “o Filho do Deus” (Rm 8.32)” (MACGRATH, 2010, p. 408). A Bíblia nos mostra que Jesus tem todos os atributos divinos: (a) Eternidade (Mq 5.2; Is 9.6; Cl 1.17; Jo 1.1; Ap 1.11); (b) Onipotência (Mt 28.18; Lc 4.35,36,41); (c) Onipresença (Mt 18.20; 28.20; Ef 1.23); (d) Onisciência (Jo 2.24; 4.16-19; 6.64; Mc 2.8; Lc 22.10.12; 5.4-6); e, (e) Imutabilidade (Hb 1.12; 13.8). Deve destacar-se ainda que Jesus tinha também as prerrogativas divinas, tais como: poder para perdoar pecados (Mt 9.2; Lc 7.48); receber adoração (Mt 8.2; 9.18; 15.25; Mc 5.6; 9.38; Ap 5.8;13); e, autoexistência (Jo 5.26).
1.2 Natureza humana de Jesus. A expressão “Filho do Homem” é usada pelos escritores dos evangelhos sinóticos 69 vezes aludindo a humanidade do Cristo (Mt 9.6; 12.8; Mc 8.31; Lc 9.56; 12.8). João introduz o evangelho dizendo que: “o Verbo era Deus” (Jo 1.1-c), mas também que: “o Verbo se fez carne” (Jo 1.14-a). O mesmo apóstolo diz que na ceia “recostara sobre o seu peito” (Jo 21.20); e, que “ouviu”, “viu”, “contemplou”, e, “tocou” o Verbo da Vida (1Jo 1.1). Paulo, por sua vez, declarou que Jesus: “sendo em forma de Deus [...] esvaziou-se a si mesmo [...] fazendo-se semelhante aos homens” (Fp 2.6,7). Os escritores do NT deixaram claro que Jesus tinha todos os atributos físicos dos homens, a saber: (a) ele nasceu de uma mulher (Rm 1.3; Gl 4.4); (b) cresceu fisicamente (Lc 2.52); (c) dormiu (Mt 8.24); (d) comeu (Lc 24.43); (e) sentiu fome (Lc 4.2); (f) sede (Jo 4.7; 19.28); (g) teve cansaço físico (Jo 4.6); (h) chorou (Jo 11.35); (i) sorriu (Lc 10.21) e, (j) foi tentado (Mt 4.1; Lc 22.28; Hb 4.15). Ao se fazer homem, Jesus tornou-se tríplice, constituído de: corpo (Mt 26.12; Hb 10.5), alma (Is 53.11,12; Mt 26.38; Jo 12.27), e, espírito (Mt 27.50). Em suma, Cristo, desde sua encarnação, é um ser humano completo. Em Cristo, Deus se fez homem e, novamente, se assim não fosse, não poderia redimir a humanidade. Quem recebeu a promessa de morte não foi o corpo de um ser humano, mas um homem completo, com sua constituição material e imaterial. Logo, somente alguém que possuísse uma natureza humana completa poderia sofrer a penalidade estipulada (MORRIS, 2007, p. 83).
II – FALSAS CONCEPÇÕES A RESPEITO DA DUPLA NATUREZA DE JESUS
Durante a história da igreja, diversas heresias surgiram em relação a pessoa de Jesus. Umas negavam a natureza humana, outras a natureza divina. Vejamos algumas:
2.1 Gnosticismo. Um grupo herético do 1º e 2º século, que já na época do apóstolo João, afirmavam que não houve uma encarnação real de Cristo, pois pensavam que o corpo de Jesus fosse apenas uma “semelhança”. Para eles, Jesus era, no máximo, uma teofania (uma aparição de Deus em forma humana). Alegavam que o Verbo nunca se tornou carne, realmente. Em oposição, João fez uma declaração simples, direta e poderosa: “O Verbo se fez carne” (1Jo 4.2; ver 2Jo 7) (BEACON, 2006, p. 30 – grifo nosso).
2.2 Arianismo. Os arianos, ou seja, os que seguiam os ensinos de Ário, negavam a divindade de Jesus afirmando entre outras coisas, que Ele teria sido o primeiro a ser criado e por meio do qual, todas as demais coisas vieram a existir. Vale salientar que o arianismo se perpetua até aos nossos dias, principalmente por meio de um segmento religioso heterodoxo, que afirma que Jesus não é Deus, mas que é um ser criado e menor que o Pai. Para apoiar tal afirmação, eles usam uma tradução distorcida da Bíblia, onde as passagens que contém afirmações sobre a divindade de Jesus, foram adulteradas. Por exemplo: em João 1.1 onde se lê: “e o Verbo era Deus” (ARC), eles corromperam o texto traduzindo como: “e o Verbo era um deus”. No entanto, a Bíblia deixa claro o ensino de que Jesus tem em si mesmo plenamente as duas naturezas: divina e humana (Cl 1.19; 2.9).
III – JESUS, O HOMEM PERFEITO
Jesus é incomparavelmente o homem mais célebre que já existiu na face da terra. Nunca existiu e nem existirá, alguém que possuiu um modelo tão completo de todas as virtudes, um tipo tão excelente de caráter quanto Jesus. Vejamos alguns traços do seu perfeito caráter e personalidade:
3.1 Impecável. Como homem Jesus se distinguiu dos demais, pois não conheceu pecado (Mt 1.18,20; Lc 1.35). Devido a sua impecabilidade, é chamado de: “[…] o Santo e o Justo” (At 3.14; ver Jo 6.69; At 7.52; 22.14), expressão que o exalta como modelo de caráter. Embora tenha vivido em “semelhança da carne” (Rm 8.3). Ele jamais cometeu pecado (2Co 5.21; Hb 4.15). Diz ainda a Bíblia apesar de em tudo ser tentado, permaneceu “sem pecado” (Hb 4.15-b). Ele era santo (Hb 7.26), incontaminado e imaculado (1Pd 1.19; 2.22), Nele não havia pecado (1Jo 3.5); era justo em sentido absoluto (1Jo 3.7); tal qualidade foi reconhecida e declarada até mesmo pelos demônios (Mc 1.24); tendo Jesus autoridade para desafiar a todos, dizendo: “Quem dentre vós me convence de pecado? […]” (Jo 8.46). Tanto no Antigo quanto o Novo Testamento ensinam claramente a impecabilidade do Messias (Jr 33.16; Is 53.6; 2Co 5.21; Hb 4.15; 7.26; 9.14; 1Pd 1.19). Ele nasceu sem pecado (Lc 1.26-35). Viveu de forma irrepreensível durante toda a sua vida (Mt 27.19; Lc 23.47; Jo 18.38). Por isso, sendo perfeito, tornou-se o sacrifício perfeito pelos pecados do mundo (Is 53.12; Hb 7.26-28).
3.2 Submisso. Uma outra virtude destacável do caráter de Jesus é a sua submissão. O Senhor Jesus apesar da sua natureza Divina, como homem se matriculou na escola da obediência, para nos deixar o exemplo: “Ainda que era Filho, aprendeu a obediência, por aquilo que padeceu” (Hb 5.8). Em vários momentos de sua vida tal atitude pode ser evidenciada: (a) em sua encarnação (Fp 2.5-7); (b) em sua vida familiar obedecendo seus pais José e Maria (Lc 2.51); (c) ao ser batizado nas águas por João Batista (Mt 3.13-15); (d) ao fazer e ensinar a vontade de Deus o Pai (Jo 6.38; 8.28); (e) em não revidar as afrontas (1Pd 2.23); e, (f) ao entregar a sua vida pela humanidade (Mt 26.39; Fp 2.8).
3.3 Humilde. Jesus era humilde de coração (Mt 11.29), ele várias vezes lembrou aos seus apóstolos que, mesmo sendo Mestre e Senhor, tinha se tornado servo (Mt 20.25-28; Lc 22.24-27); e, às vésperas de sua crucificação, Jesus deu o maior exemplo de humildade ao lavar os pés dos seus discípulos, um papel destinado ao escravo da casa (Jo 13.1-17). Podemos lembrar especialmente, a dolorosa série de inesquecíveis humilhações que ele sofreu sem queixar-se, mesmo que as tivesse sentido vivamente (Mt 26.55; Mc 14.48; Lc 22.52). A humildade de Jesus também é expressa quando lhe faziam elogios, e ele atribuía toda a glória ao Pai (Mt 19.16-17; Mc 10.17-18; Lc 18.18-19).
3.4 Carismático. Uma pessoa carismática é: “alguém que desperta carisma ou admiração dos demais, encantador, simpático, cativante, sedutor, atrativo, querido, atraente, atencioso, influente e agradável”. Em seu ministério Jesus revelou sua simpatia e admiração ao dar atenção especial a várias classes de pessoas (Mc 10.13-16; Jo 3.1-10; 4.7-30). Até mesmo os seus opositores se admiravam e testificavam do seu comportamento e de suas palavras (Jo 7.32,45,46).
3.5 Manso. É uma virtude que se opõe à rudez (Mt 5.5), e o nosso Senhor Jesus Cristo sempre foi manso e benigno (2Co 10.1; Mt 11.29). Quem é manso é pacificador (Mt 5.9), e por isso, somos conclamados a seguir a paz e, na medida do possível, ter paz com todos os homens (Rm 12.18; 1Co 7.15; Hb 12.14; 1Pd 3.11).
3.6 Misericordioso. É a compaixão pela necessidade alheia (Mt 5.7); Jesus foi misericordioso com os homens em suas fraquezas e privações (Mc 5.19; Hb 2.17; Tg 5.11; 2Co 1.3 ver Mt 15.22; 17.15). Lembremos, pois, que a misericórdia é um mandamento divino, e que a Bíblia condena a indiferença para com os pobres (Lc 6.36; Mt 12.7). Sejamos misericordiosos assim como Jesus nos ensinou na parábola do samaritano (Lc 10.37).
3.7 Coração puro. Outro traço do caráter de Jesus é a pureza de coração (1Jo 3.3), e quando olhamos para as Escrituras, vemos que o coração representa a personalidade (Mt 5.8), o centro das emoções humanas (Sl 15.2; 16.9; 51.10; Mc 7.21- 23). Ao repreender os fariseus, o Senhor destaca como a pureza interior é necessária, dizendo serem semelhantes aos “sepulcros caiados” (Mt 23.27). Em contraste com a hipocrisia e malícia dos fariseus, Jesus revela a sua pureza de oração, no perdão concedido a mulher apanhada no ato de adultério (Jo 8.3). O Senhor que conhece os pensamentos (Fp 4.8) e as motivações das ações cotidianas (1Co 4.5), manifestou em seu santo e justo julgamento o pecado dos acusadores (Jo 8.7,9), revelando favor à mulher (Jo 8.10,11).
CONCLUSÃO
O caráter imaculado de Jesus Cristo tem sido demonstrado por toda a Bíblia, mostrando sua aprovação por parte do Pai (Mt 3.17), e confirmado pelos anjos (Mt 1.23) e até dos demônios (Mc 5.7). Mesmo depois de mais de dois mil anos o nome de Jesus e sua vida impõem respeito e tem sido fontes inspiradoras de milhões de vidas em toda terra e em todos os tempos.

Professor Paulo Avelino. Disponível em: https://www.portalebd.org.br
COMENTÁRIO E SUBSÍDIO II

   INTRODUÇÃO
Se na lição passada, estudamos sobre o homem do pecado, enfocaremos hoje a encarnação do Filho de Deus como o Filho do Homem. Apresentaremos o Senhor Jesus Cristo como o ser humano perfeito. Nele, que devemos pensar, falar e agir.
Já de início, deixamos bem claro que a humanidade de Jesus não era aparente, mas real. Em tudo era semelhante a nós, exceto quanto ao pecado. Frisamos, outrossim, que as duas naturezas de Cristo – a divina e a humana – não são conflitantes, mas perfeitíssimas e harmônicas; uma jamais eliminou a outra. É por esse motivo, que somente Ele pode salvar o pobre e miserável pecador.
Que o Espírito Santo nos ajude a compreender esta maravilhosa e imprescindível doutrina da Bíblia Sagrada. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2020. Lição 12, 22 Março, 2020]
Encare esta lição como um contraponto à lição anterior. Lá, tratamos acerca do Homem do Pecado, ‘parafraseando’ o anticristo, vimos o homem caído e sua necessidade de restauração. Aqui, temos a oportunidade de baseados no Homem Jesus, conceber o modelo perfeito e padrão de Deus para o homem. Não obstante isso, vou delinear um pequeno comentário sobre a doutrina da humanidade de Jesus. Se há uma doutrina de importância maior no cristianismo, esta é a doutrina da natureza de Cristo – Sua divindade e humanidade. O Cristianismo bíblico afirma que Cristo possui duas naturezas, que ele é tanto divino quanto humano. Ele existe com Deus o Pai na eternidade como a segunda pessoa da trindade, mas tomou a natureza humana na encarnação. O que resulta disso não compromete ou confunde a natureza divina com a humana, de modo que Cristo é totalmente Deus e totalmente homem, e permanecerá nessa condição eternamente. Às duas naturezas de Cristo subsistindo em uma pessoa dá-se o nome de União Hipostática. Na encarnação, Deus o Filho tomou para si a natureza humana; isto é, ele adicionou à sua pessoa a parte dos atributos que definem o homem. Ele fez isso sem sobrepor uma natureza a outra, de maneira que ambos os atributos permanecem independentes. Assim, sua natureza divina não se misturou à sua natureza humana, e sua natureza humana não foi divinizada por sua natureza divina. Essa formulação também protege a imutabilidade de Deus o Filho, uma vez que a natureza humana não modifica em nada sua natureza divina.
   I. JESUS, VERDADEIRO DEUS
Professamos que o Senhor Jesus era e é perfeitamente humano e perfeitamente divino. Ele não era meio homem nem meio deus; mas totalmente Homem e totalmente Deus. Neste tópico, enfocaremos a sua divindade.
1. Sua eternidade com o Pai. O Senhor Jesus, como o Unigênito de Deus, não somente é eterno como também é o Pai da própria eternidade (Is 9.6). Antes de sua encarnação, Ele estava no Pai e, no Pai, criou todas as coisas (Jo 1.3). Suas atividades eternas são lindamente descritas no capítulo oito de Provérbios. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2020. Lição 12, 22 Março, 2020]
A sustentação da fé cristã consiste não só no fato de que Cristo vive, mas de que Ele é eterno. Jesus constatou a Sua divindade e eternidade: "Eu lhes afirmo que antes de Abraão nascer, Eu Sou!" (Jo 8.58). É evidente que Jesus estava afirmando ser Deus em carne porque os judeus, ao ouvir esta declaração, tentaram apedrejá-lo até a morte. Para os judeus, declarar-se Deus era uma blasfêmia digna de morte (Lv 24.16). Jesus estava afirmando ser eterno, assim como o Pai é eterno. Isso foi declarado novamente por João a respeito da natureza de Cristo: "No princípio era aquele que é a Palavra. Ele estava com Deus, e era Deus" (Jo 1.1). Antes dos registros dos tempos, Jesus e o Pai eram um em essência e compartilhavam igualmente o atributo da eternidade. dele. Jesus Cristo foi agente do Pai envolvido na criação de todas as coisas no universo (Cl 1.16-17; Hb 1.2).
No princípio, o Verbo, a segunda pessoa da Trindade, estava em íntima comunhão com Deus, o Pai, por toda a eternidade. No entanto, embora o Verbo usufruísse de todo esplendor e eternidade com o Pai (Is 6.1-13; Jo 12.41; 17.5), ele voluntariamente abriu mão de sua posição celestial, assumindo forma humana, e sujeitando-se à morte na cruz (Fp 2.6-8). Quando João escreve que o Verbo era Deus, usa uma construção grega que enfatiza que o Verbo tinha toda a essência ou todos os atributos da divindade, ou seja, Jesus, o Messias, era plenamente Deus (Cl 2.9). Mesmo na encarnação, quando se esvaziou, ele não deixou de ser Deus, mas assumiu natureza e corpo genuinamente humanos e voluntariamente abstraiu-se do exercício independente dos atributos da divindade.
2. Seus atributos, grandezas e perfeições. Jesus Cristo é a fonte da vida (Jo 1.4). Logo, Ele tem vida em si mesmo (Jo 5.16; Hb 7.16). Sendo Deus de Deus, é imutável (Hb 13.8). Ele é onipresente (Mt 28.20; Ef 1.22,23). Onisciente, sabe todas as coisas (Mt 9.4,5; Jo 2.24,25; At 1.24,25; Cl 2.3). Sua onipotência não pode ser ignorada, porque todo o poder, nos Céus e na Terra, acha-se em suas mãos (Mt 28.18; Ap 1.8). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2020. Lição 12, 22 Março, 2020]
"Vida" e "luz" são qualidades do Verbo, que não são apenas compartilhadas pelo Pai (5.26), mas também por aqueles que respondem à mensagem do evangelho de Jesus Cristo (Jo 8.12; 9.5; 10.28; 11.25; 14.5). João usa a palavra "vida" 36 vezes no seu Evangelho, muito mais do que qualquer outro livro do Novo Testamento. A palavra refere-se não apenas num sentido amplo à vida física e material que o Filho concedeu ao mundo criado por meio de seu envolvimento como agente da criação, mas especialmente à vida espiritual e eterna concedida como dom por meio da fé nele (Jo 3.15; 17.3; Ef 2.5).
Se Jesus Cristo é Deus, então deveria haver amplas provas no Novo Testamento para provar esta afirmação. Não somente existem amplas provas, como também muitas das provas não serão citadas aqui. Escolhi alguns versos especiais para demonstrar que Jesus Cristo é Deus, ao contrário da opinião popular. Em 1 João 5.20, Jesus é chamado de verdadeiro Deus, e própria vida eterna. Paulo afirma isto em Romanos 9.5 onde ele chama Jesus Cristo de “Deus bendito eternamente”. Em Tito 2.13, Paulo chama Jesus de “grande Deus e nosso Salvador”; Em João 20.28, Tomé faz uma dupla confissão: “E Tomé respondeu, e disse-lhe: Senhor meu, e Deus meu!”. Cristo não é apenas Senhor, Ele é também Deus. Em João 1.1, Jesus é descrito com atributos de eternidade. Jesus recebe os atributos da onipresença em Mateus 18.20. Em João 3.13 temos que “Ora, ninguém subiu ao céu, senão o que desceu do céu, o Filho do homem, que está no céu”. Este é um versículo de grande riqueza. Jesus não é apenas aquele que desceu do céu, mas em Sua divindade, Ele ainda está no céu. A frase “que está no céu” demonstra a imensidão da natureza divina. Naquele momento, o divino Filho não estava apenas caminhando pela Terra em sua natureza humana de Cristo, mas continuamente permanência no céu como o imenso Deus da Eternidade. Como Jesus é Deus, Ele deve necessariamente ser todo-poderoso. Apocalipse 1.8 e 11.17 nos apresentam estes atributos de onipotência em Jesus. “ Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, diz o Senhor, que é, e que era, e que há de vir, o Todo-Poderoso” e também “Dizendo: Graças te damos, Senhor Deus Todo-Poderoso, que és, e que eras, e que hás de vir, que tomaste o teu grande poder, e reinaste”. Jesus tem as chaves da morte e do inferno, o que significa que Ele é todo-poderoso sobre a morte. Ele é o Senhor soberano sobre o inferno e a morte. O único que poderia ter este poder é Deus. Deus é o Soberano Todo-Poderoso que contra o inferno e a morte. Jesus pôde levantar-se dos mortos, e Ele está no comando daqueles que estão mortos e no inferno como Senhor Deus Todo-Poderoso. Os Evangelhos também registram que Jesus era onisciente. O Filho de Deus comunicou o conhecimento que a natureza divina possuía à natureza humana em alguns momentos; não completamente, mas de formas variadas. Isto só poderia acontecer se Jesus fosse Deus. E os escritores que não afirmam que Ele sabia algumas coisas, mas todas as coisas. Vemos em João 1.48: “ Disse-lhe Natanael: De onde me conheces tu? Jesus respondeu, e disse-lhe: Antes que Filipe te chamasse, te vi eu, estando tu debaixo da figueira”. Pedro diz, em João 21.17 “Tu sabes tudo”. Jesus sabia detalhes específicos que apenas Deus poderia saber. Por exemplo, em Apocalipse 2.3-4, Ele diz “E sofreste, e tens paciência; e trabalhaste pelo meu nome, e não te cansaste. Tenho, porém, contra ti que deixaste o teu primeiro amor.”. Como Jesus poderia saber todas estas obras da igreja em Éfeso? Ele tem de ser onisciente para buscar e encontrar no coração deles sua paciência, trabalho e força – para não mencionar o esmorecimento do amor deles por Ele. Jesus sabe todas as coisas porque Ele é Deus. O autor de Hebreus também faz menção que Jesus, o Filho, é imutável – Ele não muda. Hebreus 1.11-12 diz “Eles perecerão, mas tu permanecerás; E todos eles, como roupa, envelhecerão, e como um manto os enrolarás, e serão mudados. Mas tu és o mesmo, e os teus anos não acabarão”. Ele é o mesmo, e os Seus anos não cessarão. Ele permanece eternamente. Jesus é capaz de manter-se o mesmo porque Ele é Deus. Isto não significa que Ele não envelhece, ou não cresce em Sua natureza humana. Significa que Cristo, como divino Filho de Deus, em sua divindade, não muda.” (monergismo)
3. Esvaziou-se de sua glória, mas não de sua divindade. Quando de sua encarnação, no ventre puro e virginal de Maria, o Filho de Deus não se esvaziou de sua divindade, mas sim de sua glória (Fp 2.5-11). Conforme podemos atestar pelos versículos já mencionados, o Senhor Jesus, em seu ministério terreno, fazia uso de seus atributos divinos sempre que necessário.
 Em sua oração sacerdotal, Ele reivindica, junto ao Pai, não a sua divindade, mas a glória que, desde a mais remota eternidade, desfrutara no perfeitíssimo e infinito círculo da Santíssima Trindade. Seus discípulos sabiam que Ele era e é Deus (Mt 14.33; Jo 1.49; 20.28). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2020. Lição 12, 22 Março, 2020]
Paulo afirma em Filipenses 2.6 que Jesus era Deus eternamente. A palavra grega comum para "subsistindo” não é utilizada aqui, e em vez dela, Paulo escolheu outro termo que enfatiza a essência da natureza de uma pessoa — seu contínuo estado e condição. Paulo também poderia ter escolhido uma das duas palavras gregas para "forma", porém escolheu aquela que indica especificamente o caráter essencial e imutável de algo - o que ele é nele e em si mesmo. A doutrina fundamental da divindade de Cristo sempre abrangeu essas características essenciais (Jo 1.1,3-4,14; S.58; Cl 1.13-17; Hb 1.3). Embora Cristo tivesse todos os direitos, privilégios e honras da divindade — dos quais era ele digno e nunca poderia ser destituído deles - sua atitude não foi de se apegar àquelas coisas ou à sua posição, mas a de estar disposto a abdicar delas por um período. Em todos os sentidos, Jesus é igual a Deus e constantemente afirmou isso durante o seu ministério terreno (Jo 5.18; 10.33,38; 14.9; 20.28; Hb 1.1-3). A palavra teológica kenosis define a doutrina do autoesvaziamento de Cristo durante a sua encarnação. Essa foi uma renúncia a si mesmo, não um esvaziar-se da divindade nem uma mudança da divindade para a humanidade. Jesus, todavia, renunciou aos seus privilégios, ou deixou-os lado, em diversas áreas:
1) glória celestial — enquanto na terra ele abandonou a glória de um relacionamento face a face com Deus e da contínua manifestação exterior e do prazer pessoal dessa glória (Jo 17.5);
2) autoridade independente - durante a sua encarnação, Cristo submeteu-se totalmente à vontade de seu Pai (Fp 2.8; Mt 26.39; Jo 5.30; Hb 5.8);
3) prerrogativas divinas — ele abdicou da manifestação voluntária de seus atributos divinos e submeteu-se à direção do Espírito (Mt 24.36; Jo 1.45-49);
4) riquezas eternas - enquanto na terra, Cristo foi pobre e possuía muito pouco (2Co 8.9); e
5) um relacionamento favorável com Deus — quando estava na cruz, ele sentiu a ira do Pai por causa do pecado do ser humano (Mt 27.46; 2Co 5.21).
Novamente, em Fp 2.7, Paulo usa a palavra grega "forma", que indica essência precisa, a fim de indicar que, como um servo verdadeiro, Jesus, com submissão, fez a vontade de seu Pai (Is 52.13-14), e tornou-se mais que Deus num corpo humano, mas assumiu todos os atributos da humanidade (Lc 2.52; Gl 4.4; Cl 1.22), até mesmo no que se refere a ter se identificado como as necessidades e fraquezas básicas da humanidade (Hb 2.14,17; 4.15). Ele tornou-se o Deus-Homem: plenamente Deus e plenamente homem, em figura humana. A humanidade de Cristo é descrita a partir do ponto de vista daqueles que o viram. Paulo está inferindo que, apesar de parecer exteriormente com um homem, obviamente, havia muito mais nele (sua divindade) do que muitas pessoas reconheciam naturalmente (Jo 6.42; 8.48).
SUBSÍDIO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO
Este tópico trata a respeito da divindade de Jesus. Você deve iniciá-lo com um comentário geral a respeito da dupla natureza de Cristo Jesus. Aqui, deve ser afirmado que nosso Senhor é “perfeitamente humano e perfeitamente divino”. Em seguida, informe ao aluno que agora você vai expor a doutrina da divindade de Cristo. Inicie a sua exposição a partir da explicação da eternidade de Cristo com Pai, baseada em João 1.1. Logo depois, destaque os atributos, as grandezas e perfeições de Jesus. Com base em Filipenses 2.5-11, mencione a kenosis de Jesus, um termo teológico para mostrar que Ele esvaziou-se de sua glória divina, mas não deixou de ser divino. Esse caminho fará com que seu aluno tenha uma ampla compreensão do assunto.
  II. JESUS, VERDADEIRO HOMEM
A concepção, a encarnação e o nascimento do Filho de Deus não pegaram Israel de surpresa, pois os judeus sabiam, pelas Escrituras do Antigo Testamento, que o Messias em breve chegaria. Aliás, o mundo gentílico foi preparado por Deus para recebê-lo. Infelizmente, os judeus, apesar de todas as evidências bíblicas, vieram a rejeitá-lo.
1. Jesus estava no seio do Pai. Antes de sua encarnação, o Senhor Jesus achava-se no seio do Pai (Jo 1.18). Mas não devemos supor que Ele estivesse inativo; pelo contrário. Sendo Ele eterno e o Pai da Eternidade, participou ativamente da criação do mundo (Jo 1.3). Ele é o Verbo de Deus; todas as coisas vieram a existir por intermédio dEle (Jo 1.1-3). Sem Jesus Cristo, nada do que existe, existiria. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2020. Lição 12, 22 Março, 2020]
Em João 1.18 - que está no seio do Pai - indica a intimidade, o amor e o conhecimento mútuos existentes entre a divindade (Jo 13.23; Lc 16.22-23). João diz, ainda, que tudo quanto Jesus é e faz, interpreta e explica quem Deus é e o que ele faz (Jo 14.0-10).
Jesus Cristo foi agente do Pai envolvido na criação de todas as coisas no universo (Cl 1.16-17; Hb 1.2). Colossenses 1.16-17 diz “Porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades. Tudo foi criado por ele e para ele. E ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por ele”. Este é um texto precioso. Ele criou todas as coisas, não importa o que elas são, mesmo principados e potestades – as diversas categorias de anjos criados por Cristo e sobre os quais ele governa. Tudo foi criado por Ele e também para Ele. Tudo existe para dar a Ele toda glória, louvor e honra de que Seu nome é digno. Mas Paulo não para por aí – ele também diz que todas as coisas subsistem como resultado de Seu poder sustentador. A Terra, os céus, o próprio Universo cairiam abaixo se Cristo não os sustentasse pelo poder de Sua vontade onipotente. Todas as coisas subsistem nEle, para Ele e por Ele! Como Deus, Jesus criou o universo material e espiritual para seu prazer e glória.
2. Profetizado no Antigo Testamento. A vinda do Senhor Jesus é profetizada em todo o Antigo Testamento. No Gênesis, Ele é a Semente da mulher; e, em Malaquias, o Sol da Justiça (Gn 3.15; Ml 4.2). Entre ambos os livros há outras profecias carregadas de significados tanto para Israel como para os gentios.
Jesus é o tema das duas principais alianças da História Sagrada – a de Abraão e a de Davi (Gn 12.1-3; 2Sm 7.16; Mt 1.1). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2020. Lição 12, 22 Março, 2020]
Há várias profecias do Antigo Testamento sobre Jesus Cristo. Alguns intérpretes dizem que existem centenas de profecias messiânicas. Veja a seguir as que são consideradas as mais claras e mais importantes. Logo nos primeiros capítulos de Gênesis, após a Queda do Homem, encontramos a promessa sobre Aquele que esmagaria a serpente – Gênesis 3.15 – o Proto-Evangelho.
Depois, quando Deus fez um pacto com o patriarca Abraão prometendo bênçãos sobre sua descendência, tal pacto e promessa estavam diretamente ligados à vinda e a obra redentora do Messias. Ele é o grande descendente de Abraão, pelo qual todas as nações são abençoadas (Gênesis 12:3; 18:18; 22:18; cf. Gálatas 3:18). Até quando o mesmo Abraão recebeu a ordem para sacrificar seu filho Isaque no Monte Moriá, Deus proveu um cordeiro para substituir o menino; e claro, aquele cordeiro era um símbolo de Cristo (Gênesis 22). Mais tarde, quando Deus enviou as dez pragas sobre o Egito para que seu povo fosse libertado, Moisés recebeu instruções da parte de Deus para a celebração da Páscoa (Êxodo 12); e sob a luz do Novo Testamento, entendemos que a Páscoa apontava para o próprio Cristo, nosso Cordeiro pascal, o Cordeiro que tira o pecado do mundo (João 1:29; 1 Coríntios 5:7). Se Gênesis, que é o primeiro livro do Antigo Testamento, fala de Cristo; o último livro, isto é, o livro de Malaquias, igualmente aponta para o Salvador. O profeta Malaquias profetizou sobre a obra de um mensageiro que o Novo Testamento revela ser Jesus; bem como sobre a pregação do Evangelho que se haveria de se espalhar pelo mundo. A profecia de Malaquias foi tão específica que contemplou, inclusive, o arauto que prepararia o caminho para o Messias, ou seja, o profeta João Batista (Malaquias 1:11; 3:1,2; 4:5). Até mesmo a expressão “Eu serei seu Deus”, que é muito comum no Antigo Testamento sendo aplicada em diversos contextos, em última análise encontra seu cumprimento final na pessoa de Cristo (Jeremias 31:33; Oseias 2:23; Zacarias 8:8; cf. Hebreus 8:8-13).” (Leia mais em: estiloadoracao).
3. Encarnado no Novo Testamento. O Filho de Deus tornou-se, de fato, carne (Jo 1.14). Sua humanidade, volto a repetir, não era ilusória; é real. Embora concebido sobrenaturalmente, o seu nascimento foi tão natural quanto o nosso (Lc 2.1-7). Sentiu nossas dores e incômodos; teve fome e sede (Mt 4.2; Jo 19.28). No jardim da agonia, experimentou profunda tristeza (Mt 26.38). À nossa semelhança, a humanidade de Jesus era completa; ele tinha corpo, alma e espírito (Mt 27.58; Mc 14.34; Mt 27.50).
Concluindo, afirmamos que a humanidade de Jesus era perfeita; em nada diferia da nossa, exceto quanto ao pecado; Ele não estava sujeito quer ao pecado original quer ao experimental. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2020. Lição 12, 22 Março, 2020]
Conquanto Cristo como Deus seja não criado e eterno, a palavra "tornou-se" enfatiza Cristo assumindo a humanidade (Hb 1.1-3; 2.14-18). Esse fato é certamente o mais profundo de todos porque indica que o infinito tornou-se finito; o Eterno foi conformado ao tempo; o Invisível tornou-se visível; o Ser sobrenatural reduziu-se ao natural. Na encarnação, entretanto, o Verbo não deixou de ser Deus, mas tornou-se Deus em carne humana, ou seja, plena divindade em forma humana como um homem (1Tm 3.16).
Nos textos de Lc 4.1-13, Mt 4.1-11, e Mc 1.12-13, que tratam da tentação de Jesus, enfatizam que as tentações de Satanás a Cristo não terminaram nesse momento, mas persistiram por todo o seu ministério (Hb 4.15) e culminaram no Getsêmani (Lc 22.39-46). Cristo foi tentado em todos os aspectos (Hb 4.15; 1 Jo 2.16); Satanás o tentou com "a concupiscência da carne" (Lc 4.2-3), "a concupiscência dos olhos' (Lc 4.8-9) e "a soberba da vida" (Lc 4.5-6) – “Pois não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas, mas sim alguém que, como nós, passou por todo tipo de tentação, porém, sem pecado” (Hb 4.15). Uma vez que Jesus não tinha a natureza decaída como os demais homens, sua tentação não foi uma em ação interior ou uma luta psicológica, mas um ataque exterior da parte de um ser pessoal. E aqui está a diferença como os homens são tentados e pecam e Jesus sendo em tudo tentado mas sem cair: em nós, a tentação é gerada no coração! Mesmo quando atacados pelo inimigo, é no coração que o pecado é concebido. Somos tentados a partir de dentro, “pois do interior do coração dos homens vêm os maus pensamentos, as imoralidades sexuais, os roubos, os homicídios, os adultérios” (Mc 7.21). Como Jesus não tinha um “coração perverso e incrédulo” (Hb 3.12), portanto, todas as suas tentações tinham origem externa e não em desejos maus e proibidos como os demais homens.
Alguns têm dito que as tentações de Cristo poderiam ser reais somente se fosse possível para ele pecar em sua natureza humana. Que ele não pecou é devido apenas ao fato dele ser Deus também. Em face de tal ensino, devemos enfatizar a verdade que não era possível que ele pecasse. Devemos lembrar que não é uma natureza que peca, mas uma pessoa, e Cristo é uma pessoa somente, o Filho de Deus. Como uma pessoa divina, ele não poderia pecar. Dizer que era possível que ele pecasse em sua natureza humana é dizer que Deus poderia pecar, pois pessoalmente, mesmo em nossa natureza humana, ele é o Filho eterno de Deus. Essa, cremos, é uma das verdades ensinadas em 2 Coríntios 5:21, que diz que ele não conheceu pecado, e em Hebreus 7:26, que diz que ele era “santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores”. HANKO, Ronald. A Natureza Humana Sem Pecado de Cristo. Disponível em http://www.monergismo.com/textos/cristologia/natureza-humana-sem-pecado-cristo_hanko.pdf.
4. Jesus nasceu na plenitude dos tempos. Ao escrever aos gálatas, afirmou Paulo que “vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para remir os que estavam debaixo da lei, a fim de recebermos a adoção de filhos” (Gl 4.4,5).
Em sua presciência, Deus levantou três significativos povos e culturas, a fim de preparar o mundo para recepcionar o seu Filho, e para cooperar na divulgação universal do Evangelho: Israel, através das sinagogas espalhadas por todas as nações (At 13.5; 18.4; 19.8); Grécia, por intermédio de seu idioma e filosofia – o exame natural das coisas pela luz natural da razão (At 11.20; At 21.37; Rm 2.14-16); e, finalmente, Roma, por meio de suas leis, governo e estradas de excelente qualidade (At 25.10-12; 16.1-10). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2020. Lição 12, 22 Março, 2020]
O termo a plenitude do tempo significa “no tempo designado por Deus”, quando as precisas condições religiosas, culturais, e políticas exigidas pelo seu plano perfeito haviam atingido o auge, Jesus veio ao mundo. Deus enviou seu Filho do mesmo modo como um pai marca a data da cerimônia da maioridade de seu filho e da liberdade dc seus protetores, curadores e tutores. Deus enviou o seu Filho no momento certo para libertar da escravidão da lei todo aquele que crê — uma verdade que Jesus afirmou várias vezes (Jo 5.30,36-37; 6.39,44,57; 8.16,18,42; 12.49; 17.21,25; 20.21).
5. Em Israel, Jesus é apresentado ao mundo. O Filho de Deus que, segundo a carne, é também filho de Davi e de Abraão, nasceu em Israel sob a Lei de Moisés e a de Roma (Mt 1.1; 2.1; Gl 4.4; Lc 2.1-5). Tendo Ele uma educação harmônica e perfeita, tanto diante de Deus quanto dos homens, iniciou o seu ministério aos 30 anos de idade (Lc 3.23). E, conforme veremos no próximo tópico, o Senhor Jesus foi, em todas as coisas, o mais perfeito dos homens. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2020. Lição 12, 22 Março, 2020]
Miquéias 5.2 tinha profetizado que o Salvador iria nascer em Belém, na Judéia. Seus pais foram para Belém por causa de um recenseamento. Belém fica cerca de 8 quilômetros a sul de Jerusalém. Onde Davi nasceu e, posteriormente, também Jesus Cristo (1Sm 16; Mt 2.5; Lc 2.4-7). O nome Belém significa "casa do pão", porque a região era conhecida pela produção de cereais no período do Antigo Testamento. O nome Efrata ("fértil") a distingue de uma cidade homônima na Galileia. Conhecida por suas muitas vinhas e olivais, a cidade era pequena em tamanho, mas não em honra, desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade. Uma referência à encarnação do Deus eterno na pessoa de Jesus Cristo. Aponta para seu reino milenar como Rei dos reis (Is 9.6). Como todos os seres humanos, Jesus foi obrigado a obedecer à lei de Deus. Diferente de qualquer outro, ele obedeceu perfeitamente a essa lei (Jo 8.46; 2Co 5.21; 7.26; 1Pe 2.22; 1Jo 3.5). Sua impecabilidade fez dele o sacrifício imaculado pelos pecados, aquele que "cumpriu toda a justiça", ou seja, que obedeceu a Deus em tudo de modo perfeito. E essa justiça perfeita que é imputada àqueles que creem nele.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“O ensino bíblico acerca da humanidade de Jesus revela-nos que, na encarnação, Ele tornou-se plenamente humano em todas as áreas da vida, menos na prática de um eventual pecado.
Uma das maneiras de nos convencermos da completa humanidade de Jesus é esta: os mesmos termos que descrevem aspectos diferentes da humanidade também descrevem o próprio Jesus. Por exemplo, o Novo Testamento frequentemente usa a palavra grega pneuma (‘espírito’) para descrever o espírito do homem; e a mesma palavra é empregada para Jesus. Ele mesmo aplicou a si o pneuma, quando, na cruz, entregou o seu espírito ao Pai e expirou (Lc 23.46)” (HORTON, Stanley (Ed.). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, p.324).
  III. JESUS, O HOMEM PERFEITO
Afinal, o Senhor Jesus era, ou não, um ser humano semelhante a nós? Sim, era semelhante a nós e melhor do que nós, pois não estava sujeito quer ao pecado original, quer ao experimental.
1. A humanidade de Jesus. A humanidade de Jesus Cristo não era aparente; era tão real quanto a nossa. Em momento algum Ele usou a sua divindade para suprir suas carências humanas. Não transformou pedras em pães nem fez brotar água da rocha, para aliviar a sua fome e sede (Mt 4.4; Jo 4.7-10). Todo milagre que Ele realizou foi em favor dos que o procuravam (Mc 1.34; Lc 7.21). O Senhor Jesus era um homem de dores e experimentado nos sofrimentos humanos; nosso perfeito sumo sacerdote (Is 53.3; Hb 7.26). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2020. Lição 12, 22 Março, 2020]
Jesus possuía um corpo humano que experimentou crescimento (Lc 2.40, 52), assim como suscetibilidades físicas, a exemplo de fome (Mt 4.2), sede (Jo 19.28), cansaço (Jo 4.6) e morte (Lc 23.46).
Isaias 53.3 faz referência ao Messias/Servo sendo desprezado... rejeitado... homem de dores. O profeta previu a aversão e a rejeição por parte da humanidade ao Messias, que sofreu não somente agressões corporais, mas também agressão interior, por causa da falta de uma atitude positiva da parte daqueles a quem ele veio salvar (Mt 23.37; Lc 13.34). O profeta ainda falou da aversão que as nações descrentes tinham pelo Messias crucificado e da falta de respeito que eles demonstraram pelo Filho encarnado de Deus.
2. Jesus, o Último Adão. O primeiro Adão fracassou no Éden; o Último Adão triunfou no deserto e no Calvário (Gn 3.6,23,24; Mt 4.1-11; 28.6,7). Embora divino, Jesus não era menos humano que Adão; na plenitude de sua humanidade, venceu todas as tentações por nós, para que, nEle, fôssemos vivificados (1Co 15.45).
Quando olhamos para o Senhor Jesus Cristo, concluímos que a humanidade não foi um fracasso, porque apenas nEle somos plenamente redimidos (Hb 12.2). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2020. Lição 12, 22 Março, 2020]
No texto de 1Co 15.45-49, Paulo responde à pergunta feita no versículo 35: “Como ressuscitam os mortos? E em que corpo vêm?”, mais especificamente mostrando que o corpo celestial de Jesus Cristo é o protótipo. Ele começa com uma citação de G n 2.7, acrescentando duas palavras, "primeiro" e "Adão". Adão foi criado com um corpo natural, não perfeito, mas bom em tudo (G n 1.31). O "último Adão" é Jesus Cristo (Rm 5.19,21). Ele está dizendo que por meio do primeiro Adão nós recebemos o nosso corpo natural, mas por meio do último Adão receberemos o nosso corpo espiritual na ressurreição. O corpo de Adão foi o protótipo do natural; o corpo de Cristo, do celestial. Portaremos a imagem do seu corpo apropriado para os céus (At 1.11; Fp 3.20-21; 1Jo 3.1-3) como portamos a imagem do corpo de Adão na terra.
Jesus continua a ter um corpo físico em seu estado ressurreto, e ele esforçou-se sobremaneira para assegurar que os seus discípulos entenderiam isso: “Vede as minhas mãos e os meus pés, que sou eu mesmo; apalpai-me e verificai, porque um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que eu tenho” (Lucas 24.39; cf. Lucas 24.42; João 20.17, 25-27). Após a sua ressurreição, Jesus voltou para o Pai, ascendendo em seu corpo divinamente reanimado perante os olhos maravilhados dos seus discípulos, assim testificando a sua plena e contínua humanidade física (Lucas 24.50-51; Atos 1.9-11). A ascensão tem sido incluída em cada credo relevante da igreja porque ela ensina a completa e permanente humanidade de Jesus como o único mediador entre Deus e o homem.” (voltemosaoevangelho)
3. A perfeição espiritual e moral de Jesus. Como já frisamos, o Senhor Jesus, embora dotado de uma natureza humana igual à nossa, jamais esteve sujeito ao pecado original nem ao pecado experimental. Eis o que escreveu o autor da Epístola aos Hebreus: “Porque nos convinha tal sumo sacerdote, santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores e feito mais sublime do que os céus” (Hb 7.26).
Tanto no falar quanto no agir, Jesus era perfeito. Nenhum dolo ou engano achava-se em seus lábios (1Pe 2.21-24). Ele era perfeitíssimo em todas as coisas. Ele é o nosso excelso modelo (Ef 4.13). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2020. Lição 12, 22 Março, 2020]
Em sua relação com Deus, Cristo é "santo" (devoção sem qualquer contaminação; Mt 3.17; 17.5; Mc 1.24; I c 4.24; Al 2.27; 13.35). Em sua relação com o ser humano, ele é “inculpável" (sem maldade ou malícia; Jo 8.46). Em relação consigo mesmo, ele é "sem mácula" (livre de contaminação; 1 Pe 1.19) e "separado dos pecadores" (não tinha uma natureza pecaminosa que pudesse ser a fonte de algum ato de pecador ; era "sem pecado"; Hb 4.15). Cristo é o modelo que os cristãos devem seguir no sofrimento com perfeita paciência. Sua morte foi eficaz, primeiramente, como uma expiação pelo pecado (2Co 5.21), mas foi também exemplar, como um modelo de resistência em meio ao sofrimento injusto. Ele foi o exemplo perfeito de resistência paciente em meio ao sofrimento injusto porque era livre de pecado, como o profeta Isaías disse que ele seria (Is 53.9). Deus quer que cada cristão manifeste as qualidades de seu Filho, o qual é ele mesmo o padrão para a maturidade espiritual e perfeição (Rm 8.29; 2Co 3.18; Cl 1.28-29).
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“Finalmente, Jesus é a figura chave no derramamento do Espírito Santo. Depois de levar a efeito a redenção mediante a cruz e a ressurreição, Jesus subiu ao Céu. De lá, juntamente com o Pai, Ele derramou e continua derramando o Espírito Santo em cumprimento à promessa profética de Joel 2.28,29 (cf. At 2.23). Essa é uma das maneiras mais importantes de hoje conhecermos Jesus: na sua qualidade de Doador do Espírito.
A força cumulativa do Novo Testamento é bastante relevante. A cristologia não é apenas uma doutrina para o passado. E a obra sumo-sacerdotal de Jesus não é único aspecto da sua realidade presente. O ministério de Jesus, e de ninguém mais, é propagado pelo Espírito Santo no tempo presente. A chave para o avanço do Evangelho no tempo presente é o reconhecimento de que Jesus pode ser conhecido, à medida que o Espírito Santo capacita os crentes a revelá-lo” (HORTON, Stanley (Ed.). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, p.333-32).
  CONCLUSÃO
Olhando firmemente para Jesus, o autor e consumador de nossa fé, chegaremos à estatura de varão perfeito – homens e mulheres moldados pelo Espírito de Cristo. Ele é o nosso consumado exemplo em todas as coisas. E, por Ele, ansiamos. Quando do arrebatamento da Igreja, estaremos para sempre com o nosso Amado Salvador – Jesus Cristo, Verdadeiro Homem e Verdadeiro Deus. Amém. Louvado Seja o Cordeiro [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2020. Lição 12, 22 Março, 2020]
O cristianismo não é uma religião de ouvintes, mas é uma religião prática que produz imitadores de Jesus. Jesus é o modelo a ser seguido, aquele que é o líder da caminhada, que é o Senhor a ser seguido e não somente apreciado. Muitas pessoas são encantadas com Jesus sem segui-lo. Muitos admiram a pessoa de Jesus, porém não estão dispostas a seguir seus ensinamentos. Hebreus 12.2 diz o seguinte: “olhando firmemente para o autor e consumador da fé, Jesus”. Todos os dias temos que olhar para Ele. Ser como Ele é e fazer o que Ele fez. - Paulo chama a igreja à responsabilidade de imitar a ele mesmo, porque ele era um imitador de Cristo. Um discípulo de Cristo é alguém que o tem como modelo. Isso significa ser cristão. Em Genesis 17.1 está escrito: “...Eu sou o Deus todo-poderoso; anda na minha presença e sê perfeito”. Andar com Deus é muito mais do que pertencer a uma religião, é caminhar com o Senhor Jesus Cristo. O propósito de Deus é nos vincular a Cristo e nos tornar semelhantes a Ele. Isso está muito claro em Romanos 8.29: “Porquanto aos que antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes a imagem de seu Filho”.
Francisco Barbosa
Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br

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